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DIREITO DE FAMILIA, BEM DE FAMILIA- atualizado

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DIREITO DE FAMÍLIA
Professor: Leonel Quade
Professor: Leonel Quade 
Instituição: Faculdade Santa Helena
Curso: Bacharelado em Direito
Perído: 2º período
Assunto: Bem de família
Clebson Fernando
Edson Raphael
Marcio Terto
Marta Andréa
Tiago Correia
Bem de família é a propriedade destinada à residência e moradia da família que recebe o benefício da impenhorabilidade.
“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
BEM DE FAMÍLIA
	
	A partir do momento que tomamos conhecimento do significado macro de família. Devemos adquirir o conhecimento das normatizações existentes sobre o instituto “Bem de Família” o qual encontra-se normatizado na LEI Nº 10. 406/02, Livro IV, Subtítulo IV, e na LEI Nº 8.009/90 que dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família, ambas objeto do nosso estudo, dentre outras existente no mundo normativo.
 
	Assim após conhecermos o significado de família e entidade familiar, a luz da constituição, iniciaremos propriamente dito o estudo sobre o instituto “Bem de Família” tendo por base as normatizações ora mencionadas.
 
 Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. 
Mas o que é Bem de Família?
 Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público.
Qual a finalidade da 
instituição do bem de 
família? 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
   § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
   § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
 	É o ato pelo qual um membro ou entidade familiar (composto por pai, mãe, filhos), ou união estável, ou ainda pessoa solteira, institui -por testamento ou escritura pública- a proteção legal ao bem imóvel que serve de moradia.
Não há diretamente uma previsão constitucional para o bem de família, porém existe a tutela constitucional da habitação familiar assim como da família e da entidade familiar (Art. 6º e Art. 226. §3º e §4º da CF/88.) o que justifica a normatização em leis esparsas que protegem tal instituto jurídico, a exemplo: Código Civil de 2002., a Lei nº 8.009/90 dentre outras.
DA PREVISÃO CONSTITUCIONAL DO BEM DE FAMÍLIA
“Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
 
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. ”
 
“Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis. ”
Como instituir um imóvel como bem de família?
O que é bem de família voluntário?
Como deve ser constituído o bem de família convencional?
Quais os tipos de instituição de bem de família?
O que é bem de família legal? 
DOS TIPOS DE BEM DE FAMÍLIA:
DA COMPROVAÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA. 
Como provar que o bem é de família? 
		Não é necessária certidão de cartório ou qualquer outro documento para comprovar ser o imóvel bem de família, ou seja, único de propriedade do devedor, sendo necessário apenas a comprovação da utilização do imóvel como residência.
DOS VALORES LIMITES DO BEM DE FAMÍLIA.
“Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente (Art. 1.712), não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição.”
“§ 1º Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de instituição do bem de família.”
O bem de família pode abranger qualquer 
valor imobiliário?
A quem compete a administração do bem de família?
“Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência.”
DA ADMINISTRAÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA.
“Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.”
 
“Art. 1.720. Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor.”
“Art. 1.721. Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.”
DA EXTINÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA.
A separação, divórcio ou qualquer forma de dissolução conjugal extingue o bem de família?
DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA.
	É um direito assegurado pela legislação para que, caso algum membro da entidade familiar adquira dívidas, o imóvel residencial próprio não possa ser penhorado para pagamento destas. Tais dívidas podem ser de qualquer natureza, conforme prevê o art. 1º da Lei 8.009/1990.
	Uma das principais funções do instituto bem de família e promover a defesa do lar do sujeito natural, o seja, o lugar onde o sujeito estabelece a sua residência de forma permanente, e assegurar que esse patrimônio não seja alvo de alienação. 
Contextualizando…
“Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. ”
 
“Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.”
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. 
	Além da definição de residência dada no art. 5º, encontramos também no art. 1º, porém de forma mais específica, veja: “imóvel próprio…….. utilizado como residência permanente pela entidade familiar…..”
Institui o Código Civil.
SUBTÍTULO IV
Do Bem de Família:
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
C.C. Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
C.C. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Artigo 1712 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002.
Art. 1º, Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Art. 4º, § 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural. 
 
Art.º, XXVI, CF/ 88 - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
“Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.”
 “Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III -- pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)”
CASOS DE EXCEÇÃO DA IMPENHORABILIDADE.
Ainda sobre CASOS DE EXCEÇÃO DA Impenhorabilidade.
	“Art. 2º, Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo.”
 
	“Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
	§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese.”
insolvência ?
			A insolvência é o estado em que passa um indivíduo ou empresa que possui mais obrigações a cumprir do que os seus rendimentos possam cobrir. Desse modo, uma empresa insolvente, por exemplo, não tem condições de pagar o seu endividamento em tempo hábil, o que torna a insolvência um processo bastante complicado. 
Considerações finais.
Analisamos portanto o instituto do bem de família, abordando seu conceito, origem e principalmente seu papel na construção da sociedade. Tal instituto se torna fundamental para a manutenção da entidade familiar, sendo família como a base do Estado, ele viu a necessidade de dar maior proteção para tal instituto através da impenhorabilidade do bem
de família.
Concluiu-se que o instituto fora criado para todas as famílias, independente de sua condição social, econômica e familiar. Podendo ser instituída voluntariamente.
Obrigado!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Lei nº 8.009/90 de 29 de março de 1990. Dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Brasília, 1990. Disponível em:. Acessado em: 09 maio. 2015
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO PAMPLONA, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Direito de Família: As Famílias em Perspectiva Constitucional. 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 6 v.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.
SANTOS, Marcione Pereira. Bem de Família Voluntário e Legal. Editora: Saraiva, 2003.
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Bem de Família. Editora: Revista dos Tribunais,1999.
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. Princípios Constitucionais de Direito de Família. Editora: Atlas, 2008.
CARLI, Ana Alice. Bem de Família do Fiador e o Direito Humano Fundamental à Moradia. Editora: Lumen Juris, 2009.

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