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Planejamento Estratégico de Marketing Digital Aula 1: Era colaborativa e do compartilhamento O conceito de 4.0 vem da chamada Quarta Revolução Industrial, que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação aplicadas aos processos de manufatura. Com máquinas e processos inteligentes, a indústria 4.0 combina tecnologias como realidade aumentada, inteligência artificial e robótica, além de ter a capacidade de analisar e utilizar um enorme fluxo de dados (Big Data).agora se inverte e são as pessoas, a sociedade, que passam a influenciar a indústria, o que fará com que esta se reinvente e participe desse novo conjunto – com áreas de serviço, transporte etc. Preocupação com o meio ambiente - vemos um freio nesse consumismo, o que vai fazer com que a indústria repense a forma de trabalho. Uma das características da indústria 4.0 é que ela não vai mais produzir como antes. Será uma produção em menor escala e de forma mais personalizada – e a tecnologia é fator essencial para isso. Economia colaborativa Mostra (e estimula) às pessoas a importância de reduzir o consumo e pensar no uso eficiente dos recursos. Economia colaborativa, consumo colaborativo ou economia compartilhada, referem-se a um conceito que compreende o acesso a bens e serviços através do compartilhamento, em vez da simples aquisição. Para Monteiro (2020) a economia colaborativa: [...] pode ser manifestada na forma de troca, aluguel, doação, empréstimo ou outra negociação semelhante. É um tipo de negócio que procura mudar a realidade atual de consumo, a qual levou o planeta a diversos dilemas sociais e problemas de esgotamento dos recursos naturais. A partir dessa nova percepção de mundo, surgiu o entendimento de que era necessária uma alternativa ao acúmulo de bens. Ou seja, a economia colaborativa propõe não só um novo modelo de negócios, mas também uma maneira alternativa de se viver: com qualidade, mas sem desperdícios. De acordo com Botsman (apud CUNHA, 2018, p. 70-71) [...] a Economia Colaborativa está redefinindo, através da tecnologia e das comunidades, as ideias de compartilhamento, troca, empréstimo, aluguel [...] e permuta [...] em três modelos de transação: de empresa para consumidor (B2C), de pessoa para pessoa (P2P) e de empresa para empresa (B2B). Sistemas da economia colaborativa Botsman (apud CUNHA, 2018 p. 71-72) ainda divide a atuação da economia colaborativa em três sistemas: Mercados de redistribuição: redes sociais que permitem a livre troca de bens obsoletos através de uma redistribuição para alguém que precise (troca, permuta, empréstimo). Esse sistema tem o potencial de desafiar as relações tradicionais entre produtor, distribuidor e consumidor e abalar as doutrinas de “compre mais” e “compre novo”. - Estilos de vida colaborativos: compartilhamento e troca de ativos menos tangíveis, como tempo, espaço, habilidades, conhecimento e dinheiro. Por exemplo: Airbnb. Requer um alto nível de confiança. Planejamento Estratégico de Marketing Digital - Sistema de produtos e serviços compartilhados: permite o acesso a vários produtos e serviços sem a necessidade de posse. Esses bens e serviços podem ser empresas (carros compartilhados, lavanderias [bikes] [...], podem pertencer a pessoas que compartilham ou alugam para outras pessoas, ou serem compartilhados para estender o ciclo de vida de um produto. Este sistema traz a possiblidade de reduzir os resíduos e o uso de recursos naturais, além de ajudar a atenuar algumas cargas intrínsecas de posse (como manutenção, reparo, taxas, seguros, entre outros). a colaboração tem um enorme potencial para reunir pessoas, assim como reforçar (co)produção e consumo local, compartilhados de diferentes maneiras, que podem trazer benefícios como: redução de impactos socioambientais; mais oportunidades de acesso a bens, serviços, fatores de produção e renda, reduzindo concentração, aumento da vitalidade comunitária; e elevação da liberdade de sistemas tradicionais. De acordo com Botsman e Rogers (2009 apud SILVEIRA; PETRINI; SANTOS, 2016, p. 300): A economia compartilhada é constituída por práticas comerciais que possibilitam o acesso a bens e serviços, sem que haja, necessariamente, a aquisição de um produto ou troca monetária. A questão financeira, somada às demandas ambientais, ao crescimento das redes sociais e à sede por mudança, fez a economia colaborativa explodir. Esse novo modelo de negócio é uma realidade atual, porém não decreta o fim das empresas tradicionais. Mas, certamente, deve acontecer um reposicionamento das empresas a essa nova mentalidade do consumidor. Novo posicionamento das marcas - o compartilhamento propriamente dito (como um aluguel). Um exemplo é o case da BMW, o DriveNow, serviço que disponibiliza o compartilhamento de carros elétricos em vários lugares da Europa, dando uma alternativa para quem quer usar um carro sob demanda ao invés de comprá-lo; - via marketplaces, como no caso da associação das empresas Patagonia e Ebay, criando serviços específicos de aluguel ou assinatura. A marca de roupas Patagonia juntou-se ao eBay, para vender produtos usados da marca no seu próprio site, visando um consumo mais sustentável e consciente; - o modelo de coinovação, pelo qual qualquer pessoa pode colaborar para o desenvolvimento de um produto/ serviço ou criar o seu próprio. Coinovar significa integrar os objetivos estratégicos da organização a projetos bem definidos de inovação com diversos parceiros, incluindo colaboradores, fornecedores e até concorrentes. No final, coinovar deve gerar resultados atrativos para a organização no curto e médio prazo. Uma das áreas de maior potencial de geração de resultados em coinovação é a parceria entre grandes empresas e startups disruptivas. Podemos dizer que O consumidor 4.0 é resultado dos meios que têm à disposição. Esse perfil tem características bem específicas, especialmente marcadas pelo alto nível de exigência, pela total adaptação ao digital e pelo amplo e fácil acesso à informação. Hoje, não basta vender um produto interessante. É fundamental envolver os consumidores, mas usando os meios e as plataformas certas para atrair atraí-los. A mídia social elimina barreiras geográficas e demográficas, permitindo às pessoas que se conectem e comuniquem-se, cabendo às empresas inovarem por meio da colaboração. Os consumidores estão adotando uma orientação mais horizontal. Desconfiam cada vez mais da comunicação de marketing das marcas e preferem confiar no círculo social (amigos, família, fãs e seguidores). Assim, o processo de compra dos consumidores está tornando-se mais social do que nunca. Isso significa que eles prestam muita atenção ao seu círculo social ao tomar decisões Planejamento Estratégico de Marketing Digital e importam-se de maneira progressiva com as opiniões dos outros, compartilhando e compilando elevadas quantidades de avaliações. Vide o sucesso de sites como o Tripadvisor, por exemplo. A conectividade móvel permitiu, aos consumidores, acessar a sabedoria das multidões e tomar melhores decisões de compra. Em um ambiente assim, os clientes adaptam-se mais às opiniões sociais. Na verdade, a maioria das decisões de compra pessoais serão essencialmente decisões sociais. Os consumidores comunicam-se entre si e conversam sobre marcas e empresas. Do ponto de vista da comunicação de marketing, os consumidores não são mais alvos passivos; estão tornando-se mídias ativas de comunicação. A evolução do consumidor 4.0, não necessariamente aconteceu no campo de suas necessidades de consumo, mas em suas relações com as empresas que o atendem. O acesso que ele tem à tecnologia não é o principal impulsionador de um novo comportamento, mas a percepção que ele teve do que a tecnologia pode oferecer: o comando em suas relações com as empresas. Nota: Peer-to-peer: é uma forma de pagamento que realiza transaçõesfinanceiras em tempo real e integral. A grande diferença dele para, por exemplo, a transferência eletrônica disponível (TED) e o documento de ordem de crédito (DOC), é a possibilidade de realizar uma transação a qualquer hora do dia, qualquer dia da semana. Além disso, com o P2P, o usuário conecta-se a outro por meio de uma plataforma ou aplicativo, independente do banco ou cartão que utiliza. Planejamento Estratégico de Marketing Digital Aula 2: Novos modelos de negócios que estão transformando o mundo empresarial Novos modelos de negócios foram criados e estão influenciando todo o mundo empresarial e a forma como consumimos, em consequência da mudança da sociedade para a era de compartilhamento e colaboração. Novos modelos de negócio: uberização Com a ascensão da Era do Compartilhamento, novos modelos de negócios surgiram, influenciando a própria dinâmica da sociedade. Os novos negócios estão ditando o comportamento das pessoas. Percebemos essa mudança no viés da sociedade pelo avanço dos aplicativos que nos fornecem todos os tipos de serviços de forma simples, rápida e que encurta a distância entre a oferta e a demanda. Chamam esse fenômeno de “uberização” que apresenta uma tendência de substituição da forma tradicional de trabalho por uma prestação de pequenas tarefas por indivíduos que disponibilizam seu tempo e esforço em troca de algum retorno, financeiro ou não. Foi um avanço em termos de modelo de negócios, já que a Uber é uma plataforma que facilita o contato entre o prestador de serviço (motorista) e o cliente que o demanda. Por ser um negócio com menos intermediários, reduz-se o custo de operação. a forma tradicional de trabalho passa por uma transformação que se baseia nos modelos de trabalhos on-demand, ou seja, são prestados de acordo com a necessidade de um cliente. Esse modelo é a premissa básica de uma sociedade de compartilhamento, já que os interesses estão todos alinhados a uma ideia de troca. É também uma forma de pensar sustentável, outro valor da sociedade atual. É inovador e mudou o mindset da sociedade e se estendeu para outros tipos de empresas. Outro ponto marcante é a possibilidade de qualquer pessoa oferecer seus serviços através de uma plataforma digital. O consumidor sai de uma figura passiva para uma interativa. novos serviços preocupam-se com a experiência do consumidor, focando seus negócios nas pessoas e nas suas demandas. As tecnologias digitais mudaram a maneira como as empresas se conectam com os clientes e lhes oferecem valor. Antes, as empresas transmitiam mensagens e forneciam produtos aos clientes. Hoje, porém, a relação é muito mais interativa, de mão dupla. As mensagens e as avaliações dos clientes os tornam muito mais influentes que a propaganda e as celebridades, transformando a participação dinâmica dos clientes em indutor crítico do sucesso das empresas. Moedas virtuais inovação marcante na sociedade: o surgimento das moedas virtuais ou criptomoedas. funcionam a partir de uma rede descentralizada, pela qual podem ser transferidas de uma pessoa para outra sem a intermediação de um banco. Cada transação realizada é gravada em arquivo público, conhecido como “blockchain”, e pode ser vista por qualquer pessoa. Moeda digital funciona praticamente como as moedas tradicionais: você pode pagar e receber pagamentos por produtos ou serviços, pode fazer pagamentos a outras pessoas simplesmente obtendo seus endereços (chaves de acesso) em vez de pagar diretamente a um indivíduo. Planejamento Estratégico de Marketing Digital Blockchain consiste em blocos que se conectam a outros blocos por meio de códigos, formando uma rede de códigos protegidos por criptografia. Cada transação com moedas digitais é reunida nesses blocos. Podemos fazer analogia a um grande livro contábil, em que ocorre o registro de todas as transações realizadas com moedas virtuais. Cloud computing essas mudanças nos modelos de negócios não seriam possíveis sem o desenvolvimento tecnológico. E uma das ferramentas mais importantes nesse sentido foi a cloud computing ou computação em nuvem. refere-se à interligação de serviços de Tecnologia da Informação (TI) com o armazenamento de dados, capacidade de processamento, conectividade, aplicativos e serviços disponibilizados na internet. O usuário precisa ter apenas um computador com acesso à internet para utilizar as aplicações disponíveis, sem a necessidade de instalá-los em seu computador. Os dados e as aplicações são acessíveis em qualquer lugar e a qualquer momento. O usuário pode acessar os serviços de acordo com a necessidade e independentemente do local. a computação em nuvem democratizou o acesso às informações e aos serviços. Benefícios Redução de custos: O uso da infraestrutura em nuvem pode reduzir custos, pois as organizações não precisam gastar muito dinheiro para comprar e manter equipamentos. Isso reduz seus custos de despesas de capital - já que eles não precisam investir em hardware, instalações, serviços públicos ou construir grandes centros de dados para acomodar seus negócios em crescimento. Além disso, as empresas não precisam de grandes equipes de TI para lidarem com as operações do data center em nuvem, porque podem contar com a experiência das equipes de seus provedores de nuvem. Mobilidade: Armazenar informações na nuvem significa que os usuários podem acessá-las de qualquer lugar, com qualquer dispositivo e com apenas uma conexão com a internet. Isso significa que eles não precisam carregar drives USB, um disco rígido externo ou vários CDs para acessar seus dados. Os usuários podem acessar dados corporativos por meio de smartphones e outros dispositivos móveis, permitindo que funcionários remotos fiquem atualizados com colegas de trabalho e clientes. Os usuários finais podem facilmente processar, armazenar e recuperar recursos na nuvem. Além disso, os fornecedores de nuvem fazem todas as atualizações automaticamente, economizando tempo e esforço. Recuperação de desastres: Todas as organizações se preocupam com a perda de dados. O armazenamento de dados na nuvem garante que os usuários sempre possam acessá-los, mesmo se seus dispositivos, por exemplo, laptops ou smartphones, estiverem inoperantes. Com serviços baseados em nuvem, as organizações podem recuperar rapidamente seus dados em caso de emergências, como desastres naturais ou falta de energia. Como funciona a cloud computing computação em nuvem funciona permitindo que dispositivos de usuários acessem dados pela internet, de servidores remotos, bancos de dados e computadores. Esse servidor remoto armazena todos os dados e programas que o usuário precisa e pode estar no seu próprio país ou do outro lado do mundo. Uma conexão de rede de internet conecta o front-end (o dispositivo do usuário de acesso, navegador, rede e aplicativos de software em nuvem) com o back-end, que consiste em bancos de dados, servidores e computadores). O back-end funciona como um repositório, Planejamento Estratégico de Marketing Digital armazenando dados que são acessados pelo front-end. Essas comunicações entre front- end e back-ends são gerenciadas por um servidor central. Muito utilizados atualmente, em tempos de trabalho remoto e vida on-line, podemos citar alguns exemplos de cloud computing. São eles: • Google Docs, Microsoft Office 365: os usuários podem acessar o Google Docs e o Microsoft Office 365 pela internet e acabam sendo mais produtivos porque podem acessar apresentações de trabalho e planilhas armazenadas na nuvem a qualquer momento, de qualquer lugar, em qualquer dispositivo. • E-mail, calendário, Skype, WhatsApp: esses recursos aproveitam a capacidade da nuvem de fornecer aos usuários acesso aos dados remotamente para que possam acessar seus dados pessoais em qualquer dispositivo, quando e onde quiserem. • Zoom: uma plataforma de software baseada em nuvem para videoconferência e áudio que grava reuniõese as salva na nuvem, permitindo que os usuários as acessem em qualquer lugar e a qualquer hora. Na computação em nuvem, existem alguns modelos de implantação do serviço de nuvem, dependendo do foco da empresa e dos dados que serão trabalhados nas nuvens. São eles: o público, o privado e o híbrido. Nuvem pública: A infraestrutura está disponível para qualquer pessoa, desde que saiba e tenha o conhecimento onde encontrá-la. Ela é controlada pelo provedor de serviços, que é responsável por gerenciá-la, fazer manutenção e controle de recursos necessários. São recursos computacionais, como servidores e armazenamento, fornecidos por terceiros e disponíveis para qualquer pessoa ou empresa que deseje contratá-los. Nesse modelo, o cliente é responsável pelo que será enviado para a nuvem, seja um backup, um aplicativo ou alguns arquivos, enquanto o provedor de nuvem está preocupado com manutenção, segurança e gerenciamento de todos os recursos. Na nuvem pública, tudo está disponível na web e é compartilhado entre vários usuários, que o usam simultaneamente (mas separadamente), o que mantém os recursos padronizados. Ao oferecer soluções unificadas, esse modelo acaba sendo mais barato. Portanto, a nuvem pública é indicada para empresas que desejam economizar em investimentos, mas não é recomendado para quem necessita de alto nível de segurança. Os principais provedores de serviços de nuvem pública incluem Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure, IBM e Google Cloud Platform. Nuvem privada: Nesse modelo, a infraestrutura da nuvem é utilizada por apenas uma organização, sendo essa nuvem administrada pela própria empresa ou por terceiros. A nuvem privada oferece à empresa a possibilidade de personalizar as funções e o suporte às suas necessidades. Como a nuvem é projetada exclusivamente para ela, todos os processos são direcionados para a realidade do negócio. Esse modelo oferece a versatilidade e comodidade da nuvem, preservando o gerenciamento, o controle e a segurança comuns aos data centers locais Nuvem híbrida: Já a nuvem híbrida seria a união dos dois modelos anteriores, ou seja, a combinação que permite compartilhar dados e aplicativos entre os tipos público e privado. Assim, de acordo com a necessidade e a estratégia do negócio, alguns recursos são utilizados de forma privada, outros são utilizados publicamente ou estão ligados por meio de tecnologias. Uma nuvem híbrida bem construída poderia atender processos seguros e críticos ao mesmo tempo, como recebimento de pagamentos de clientes, e aqueles que são secundários para o negócio, como processamento de folha de pagamento de funcionários. Nesse caso, a empresa pode armazenar dados locais e sigilosos em uma nuvem privada, e fazer a transferência deles entre ambas as nuvens. Planejamento Estratégico de Marketing Digital O objetivo de uma nuvem híbrida é criar um ambiente unificado, automatizado e escalonável que aproveite tudo o que uma infraestrutura de nuvem pública pode fornecer, mantendo o controle sobre os dados essenciais. Planejamento Estratégico de Marketing Digital Aula 3: Conceitos de marketing digital/ inbound e outbound Novo consumidor Falar de marketing é falar do comportamento do consumidor, já que o grande desafio das marcas é conquistar o cliente e torná-lo fiel. As mudanças tecnológicas e as sociais mudaram o perfil do consumidor, que busca produtos mais personalizados e que atendam suas demandas. Relacionamento e interação são cruciais. Philip Kotler, chama esse período de Marketing 4.0 e seu consumidor de consumidor 4.0 Esse consumidor adaptou-se aos meios digitais, tem elevadas exigências e precisa ser envolvido para que seja atraído. as opiniões dos outros se tornaram poderosas na decisão de compra. Marketing 4.0 - a potencialidade da tecnologia e o desenvolvimento da mobilidade. A conectividade móvel permitiu o acesso às informações de outros usuários em relação a produtos, serviços e às empresas, o que facilita a decisão de compra, tornando-o agente ativo e não mais passivo na comunicação de marketing. O consumidor busca boas experiências, únicas, marcantes. É proativo em suas escolhas e faz sua individualidade valer em todas as suas decisões. A conectividade é a palavra-chave quando nos referimos ao consumidor 4.0. Ele sabe o poder que possui em relação à reputação das marcas, tem acesso às informações sobre cada uma e usa isso a seu favor e aos demais clientes, que valorizam as opiniões de outros consumidores. O consumidor 4.0 tem seu potencial valorizado pelas tecnologias móveis e pela agilidade com que a informação é disseminada na internet. Dessa forma, essa rede de avaliações dos próprios clientes faz com que a relação com as marcas seja mais humanizada e personalizada, já que ele não compra apenas uma marca, um produto ou um serviço em si, mas um valor agregado que determina sua conduta na sociedade. Com isso, as marcas buscam estabelecer um relacionamento com este novo consumidor, que deseja o mesmo, mas que seja construído de forma genuína, com transparência e, consequentemente, que seja duradouro. Transparência é premissa básica para esse consumidor. Valores como a sustentabilidade, o engajamento social, a inovação e o compartilhamento de conteúdo são percebidos e fazem a diferença para este novo perfil. Outro fator que distingue é sua tendência à mobilidade, desloca-se muito e vive em ritmo acelerado. Tudo deve ser instantâneo e poupar tempo. É nativo digital, pode tomar decisões de compra em qualquer lugar e a qualquer momento, envolvendo uma grande variedade de dispositivos. Porém, adoram ter experiências fisicamente. O “on-line” e o “off-line” coexistem para oferecer a melhor experiência ao cliente. A interação face a face que gera um envolvimento profundo, é um grande diferencial; é o que espera esse consumidor. Um exemplo é a ação conjunta de loja física com e-commerce Kotler (2017) ressalta que, atualmente, Planejamento Estratégico de Marketing Digital [...] as comunidades são os novos segmentos. Mas, ao contrário dos segmentos, as comunidades são formadas naturalmente por consumidores dentro de fronteiras que eles mesmos definem. As comunidades de consumidores estão imunes a spams e às propagandas irrelevantes. E até rejeitarão a tentativa de uma empresa de invadir essas redes de relacionamento. Para se envolverem de forma eficaz com uma comunidade de consumidores, as marcas precisam pedir permissão, ou seja, pedir consentimento prévio aos consumidores para enviar mensagens de marketing. No entanto, ao pedir permissão, as marcas precisam agir como amigos dotados de um desejo sincero de ajudar, e não caçadores com uma isca. Isso demonstra o relacionamento horizontal entre marcas e consumidores. O mix de marketing (os quatro Ps) deve ser redefinido como os quatro Cs: cocriação (co- creation), moeda (currency), ativação comunitária (communal activation) e conversa (conversation)”. Na economia digital, a cocriação é a nova estratégia de desenvolvimento de produtos. Por meio da cocriação e do envolvimento dos clientes desde cedo no estágio de concepção, as empresas podem melhorar a taxa de sucesso do desenvolvimento de novos produtos. A cocriação também permite aos clientes customizar e personalizar produtos e serviços, criando assim proposições de valor superiores. O conceito de precificação também está evoluindo na era digital, de padronizada para dinâmica. A precificação dinâmica – estabelecer preços flexíveis com base na demanda do mercado e na capacidade de utilização – não é nova em certos setores, como hospitalidade (turismo, hotelaria e restaurantes) e companhias aéreas. No entanto, avanços na tecnologia levaram a prática para outros setores. Varejistas on-line, por exemplo, coletam uma enorme quantidade de dados que lhes permitem recorrer à análise de big data para oferecer uma precificação única para cada cliente. Assim, a precificação dinâmicapermite que as empresas otimizem a rentabilidade ao cobrar de clientes distintos de maneiras diferentes, com base no padrão do histórico de compras, na proximidade das lojas físicas e em outros aspectos do perfil dos clientes. Na economia digital, o preço é semelhante à moeda, que flutua em função da demanda do mercado. O conceito de canal também está mudando. Na economia compartilhada, o conceito de distribuição mais potente é a distribuição ponto a ponto. Protagonistas como Airbnb, Uber, Zipcar e Lending Club estão abalando os setores de hotelaria, transporte via táxi, aluguel de carros e bancário, respectivamente. Eles fornecem aos clientes acesso fácil a produtos e serviços que não são de sua propriedade, e sim de outros clientes. A ascensão da impressão 3-D estimulará ainda mais essa distribuição ponto a ponto no futuro próximo. Imagine clientes querendo um produto e, em questão de minutos, recebendo esse produto impresso diante deles. Em um mundo conectado, os consumidores exigem acesso quase instantâneo a produtos e serviços, o que só é viável se as outras pessoas estiverem bem próximas. Essa é a essência da ativação comunitária. O conceito de promoção também evoluiu. Tradicionalmente, a promoção sempre foi uma relação unilateral, com as empresas enviando mensagens aos consumidores como públicos passivos. Hoje, a proliferação da mídia social permite aos consumidores reagir a essas mensagens. Também permite que eles conversem sobre as mensagens com outros consumidores. O marketing digital não pretende substituir o marketing tradicional. Pelo contrário, ambos devem coexistir, com papéis permutáveis, ao longo do caminho do consumidor. No estágio Planejamento Estratégico de Marketing Digital inicial de interação entre empresas e consumidores, o marketing tradicional desempenha papel importante ao promover a consciência e o interesse. À medida que a interação avança e os clientes exigem relacionamentos mais próximos com as empresas, aumenta a importância do marketing digital. Plataformas de marketing digital As estratégias de marketing digital são orientadas para as plataformas disponíveis, que são muitas e crescem a cada dia. Cada mídia tem suas características e peculiaridades que devem ser respeitadas para um melhor resultado. Escolher uma plataforma faz parte da estratégia e utilizar a linguagem adequada é premissa básica. Páginas digitais As páginas podem ser divididas nas seguintes categorias: Site: apresentam como característica principal a organização de conteúdos de modo que sejam encontrados facilmente e proporcionem uma boa experiência de navegação para o internauta. Os sites são utilizados para apresentar conteúdos estruturados e separados em seções definidas em produtos, serviços etc. Hotsite: São sites com prazo de validade definido e normalmente curto, durando não mais que poucos meses, geralmente durante uma campanha de lançamento de produto ou evento, o que restringe seu conteúdo ao público-alvo da campanha. Seu caráter é sempre persuasivo. O visual do hotsite deve ser diferente do resto do portal ou site, visando destacá-lo (GABRIEL, 2010). Exemplos de hotsite são os de promoções e os de eventos, como o do festival de rock Lollapalooza. Blog: São sites em formato de diários que publicam artigos chamados posts, em ordem cronológica. A palavra blog é o resultado da contração das palavras web que significa rede, e log que significa registro. Então, o racional é que o blog significa um site para fazer registros na internet. Blogs normalmente são mantidos por indivíduos ou por pequenos grupos de pessoas que têm alguma especialidade e postam com frequência artigos ou comentários sobre os assuntos que dominam. Os blogs podem pertencer a organizações como, por exemplo, o blog do Google, registrando as postagens dos fundadores, do presidente etc. (GABRIEL, 2010). Redes Sociais: no marketing são definidas pelo uso de sites de mídia social baseados para permanecer-se conectado a amigos, familiares, colegas ou clientes. As redes sociais podem ter um objetivo social, comercial ou ambos, por meio de sites como Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, TikTok, entre outros. As redes sociais tornaram-se uma base significativa para os profissionais de marketing que desejam envolver os clientes ao longo da sua jornada (GABRIEL, 2010). Os profissionais de marketing usam as redes sociais para aumentar o reconhecimento da marca e incentivar novos negócios. As redes sociais em ambiente digital tornam uma empresa mais acessível a novos clientes e mais reconhecida pelos clientes existentes, ajudando a promover a voz e o conteúdo de uma marca (GABRIEL, 2010). Minisites: São sites de conteúdo mais vertical e abrangência mais restrita, focados em um público-alvo específico. Os mini-sites têm um caráter informativo e podem ser usados como Planejamento Estratégico de Marketing Digital partes de um site maior ou um portal, abrindo em uma janela ou aba. (GABRIEL, 2010). Exemplos de mini-sites podem ser: www.uol.com.br/economia ou www.terra.com.br/esportes. Portal: Os portais são sites dedicados aos seus públicos e com conteúdos verticais de interesse desses públicos. Não devem ser considerados apenas como sites grandes porque são diferentes de sites. Os sites organizam um conteúdo em seções para facilitar a leitura e a localização dos aspectos daquele conteúdo; já os portais criam e organizam diversos conteúdos de forma vertical para atender a públicos-alvo diversos. Normalmente, os portais possuem ferramentas de relacionamento com os seus públicos, o que permite o desenvolvimento de uma experiência de navegação cada vez melhor (GABRIEL, 2010). Exemplos de portal: www.terra.com.br e www.uol.com.br. Landing page: São páginas digitais específicas e acessadas quando o internauta clica em um anúncio (banner, por exemplo), link de resultado de busca orgânica, link patrocinado ou outro tipo de link promocional, incluindo os que são enviados no e-mail marketing (GABRIEL, 2010). A landing page tem a função de dar continuidade ao convite ou chamada contida no anúncio, proporcionando uma boa experiência de navegação para o internauta, mantendo o interesse demonstrado pelo internauta que clicou em um anúncio ou conduzindo esse internauta a etapas posteriores do processo de decisão de compra. E-mail marketing As plataformas de e-mail marketing ainda são importantes para o marketing digital e são utilizadas quando queremos compartilhar assuntos muito longos, newsletters, comunicar ofertas e serviços para um público segmentado. O aperfeiçoamento das plataformas de e-mail marketing tem garantido a sobrevivência desse recurso e ajudado, principalmente, os sites de comércio eletrônico a garantir um relacionamento contínuo com seus consumidores (GABRIEL, 2010). Plataformas de busca As buscas no ambiente digital on-line são feitas por meio de search engines, termo traduzido para o português como “mecanismo de busca” ou “buscador”. Search engine é um sistema de recuperação de informações que tem a finalidade específica de auxiliar na busca de informações armazenadas em ambientes computacionais, ou seja, buscadores são sistemas designados para buscar a informação desejada e, portanto, quanto mais adequado for o resultado apresentado pelo buscador e quanto mais rapidamente ele trouxer esse resultado, mais útil se tornará para quem faz a busca (GABRIEL, 2010). Além do que chamamos de resultado de busca orgânica, existe também a possibilidade de investir em links patrocinados, de forma que o site apareça em posição de destaque no resultado de uma busca. Isto é feito mediante pagamento, sendo a plataforma mais utilizada no mercado de links patrocinados o Google AdWords (GABRIEL, 2010). E-commerce O comércio eletrônico ou e-commerce (eletronic commerce) é o processo de compra e venda de produtos por meios eletrônicos, como aplicativos móveis e internet. Voltado para compras on- line, assimcomo para transações eletrônicas, esse modelo cresceu muito nas últimas décadas e, de certa forma, está substituindo as lojas tradicionais físicas. http://www.terra.com.br/esportes http://www.uol.com.br/ Planejamento Estratégico de Marketing Digital Plataformas mobile A difusão mobile em todas as populações no mundo transforma os dispositivos móveis em uma das plataformas mais dominantes e promissoras. Cada vez mais desenvolvida, a tecnologia mobile traz várias possibilidades: seja por meio de aplicativos, do GPS, do uso de QR Codes, SMS e MMS ou até mesmo da tecnologia RFID (Radio Frequency Identification) – as campanhas devem ser pensadas para estar de alguma forma em um dispositivo móvel. O entretenimento é uma plataforma estratégica usada há décadas para a divulgação e criação de identidade de marcas, por meio da inserção de mensagens em seu conteúdo. Essa prática é chamada de branded entertainment e, segundo Gabriel (2010), existem duas formas para sua utilização: o advertainment e o product placement: • Advertainment – criação de conteúdo próprio de entretenimento que alavanque uma marca ou produto, de forma que a marca/produto faça parte dele, misturando-se, confundindo-se com o próprio conteúdo; • Product placement (também chamado de merchandising) – inserção de produtos adequadamente inseridos no enredo ou narrativa do entretenimento de forma a alavancá- los. As estratégias de branded entertainment podem assumir diversas formas e apropriar-se de qualquer conteúdo de entretenimento – filmes, vídeos, jogos, podcasts, eventos, espetáculos etc. O seu objetivo principal é promover as marcas (identidade de marca, produtos ou serviços) em meio ao seu público-alvo de modo relevante e impactante para ele, minimizando interrupções. Enquanto no formato tradicional de propaganda e publicidade a interrupção do conteúdo é a estratégia utilizada, no branded entertainment as ações de propaganda e publicidade incluem-se ou misturam-se ao conteúdo, fazendo parte dele, sem interrupções significativas. As principais plataformas de conteúdos para branded entertainment disponíveis no meio digital são: aplicativos, vídeos e jogos. • Aplicativos – potencialmente, qualquer aplicativo é uma plataforma de display, visto que permite inserir banners em qualquer área do programa e, conforme as pessoas navegam no aplicativo, deparam-se com os banners. Quanto maior a adequação dos conteúdos dos anúncios dentro dos aplicativos, maior tenderá a ser sua relevância. O advertainment com aplicativos ocorre quando a marca desenvolve o programa em vez de apenas incluir banners ou inserções nele – exemplo interessante de advertainment via aplicativo é o Volkswagen Road Tales, um aplicativo com audiolivros interativos baseados em geolocalização, que transformam objetos comuns na estrada em personagens mágicos de uma história. O principal objetivo do aplicativo era fazer com que as crianças voltassem a olhar para fora enquanto andavam de carro, assim como oferecer aos pais uma boa alternativa para o uso dos celulares nas mãos das crianças. • Vídeos – uma das principais tendências é o vídeo. A evolução nas tecnologias de vídeo na web, associada à disseminação de plataformas de publicação (como o YouTube, Instagram Stories, IGTV, TikTok, Twitch e Facebook Watch) e consumo (como os celulares) tem alavancado a participação dos vídeos no ambiente digital. Planejamento Estratégico de Marketing Digital • Podcasts são programas de áudio, com conteúdos diversificados e transmitidos via plataformas específicas, como Spotify, ou dentro de sites e páginas digitais. É uma ferramenta que tem crescido bastante atualmente, inclusive, com nova rede social especificamente para isso, como o Clubhouse. Podemos dizer que o podcast é mais acessível, prático e fácil de consumir, seja no computador, no celular ou no transporte. É um formato que gera proximidade com o público e oferece conteúdo prático e rápido. • Jogos (advergaming/in-game advertising) – os jogos são excelentes plataformas para ações de branded entertainment, pois normalmente os jogadores permanecem bastante tempo interagindo com seus jogos preferidos, além de retornar a eles frequentemente. Da mesma forma que temos advertainment para criar conteúdo próprio de entretenimento e product placement para inserir produtos/marca nos conteúdos de entretenimento, essas ações são chamadas de advergaming e in-game- advertising, respectivamente, quando o conteúdo de entretenimento são jogos. Como exemplo de in-game-advertising, podemos citar a ação Keeping Fortnite Fresh da Wendy’s dentro do Fortnite – um avatar digital da Wendy foi criado no jogo de batalhas multiplayer para combater os males da carne congelada. Esse personagem apareceu no jogo e imediatamente começou a ignorar todos os outros jogadores, geralmente os principais alvos. Em vez de batalhar, ela entrou em lanchonetes dentro do jogo, localizou freezers e destruiu-os. O objetivo era passar a mensagem de que a Wendy nunca usa carne congelada em seus lanches. Inbound marketing Com a evolução da sociedade, a transformação digital e o surgimento de um novo consumidor, as empresas precisaram adaptar-se para sobreviver no mercado e atrair a atenção dos consumidores. Uma das novas formas de conquistar e fidelizar seus clientes foi o uso de estratégias de inbound marketing. Inbound marketing pode ser traduzido como marketing de atração, ou seja, são ações que usam o conteúdo como peça central e o foco na geração de leads. A ideia é criar páginas para capturar estes leads, enviar e-mails com conteúdo e cultivar um relacionamento com este potencial cliente até o momento da venda. Atenção! O inbound marketing é um conjunto de estratégias de marketing que se baseia na ideia de criação e compartilhamento de conteúdo voltado para um público-alvo específico, para conquistar a permissão de comunicar com seu potencial cliente de forma direta, criando um relacionamento que pode ser duradouro. (REZ, 2016, p. 66) Outbound marketing Já o outbound marketing seria o marketing tradicional, que tem como objetivo oferecer produtos e serviços de forma direta ao cliente. A ideia não é gerar o interesse genuíno, mas ir atrás dos consumidores. Dessa forma, o outbound opõe-se estrategicamente ao inbound, já que se refere a uma estratégia de prospecção ativa e o inbound é uma estratégia de prospecção passiva. Enquanto no inbound você cria mecanismos para atrair os potenciais clientes, no outbound identifica o perfil dos potenciais clientes e parte para a ação. Planejamento Estratégico de Marketing Digital Atenção! Outbound é um processo de prospecção ativa para abordar potenciais clientes que correspondem ao perfil de cliente ideal, que é definido por um conjunto de parâmetros ligados às características do cliente que se adapta melhor à solução oferecida (MAYRINK, 2015). INBOUND OUTBOUND Comunicação aberta Comunicação unilateral Seu produto ou serviço é encontrado por pessoas interessadas Você anuncia seu produto ou serviço para uma grande audiência Relacionamento duradouro Oferta direta Maior engajamento Menos engajamento Planejamento Estratégico de Marketing Digital Aula 4: Estratégias para alavancar a audiência desafios dos profissionais de marketing digital é garantir que a presença digital da marca receba o volume de visitas adequado ao seu público-alvo. Apresentar uma nova marca ao público, garantir que ela seja lembrada, estabelecer um relacionamento com a sua audiência e atender aos clientes são algumas das tarefas desses profissionais. Para isso, além de conhecer bem o público, é importante conhecer todas as possibilidades e os canais para trabalhar a audiência. O mercado de audiência audiência ainda é o primeiro dos objetivos que a estratégia de marketing digital precisa garantir. mercado tradicional de audiência é formado por quatro partes • as organizações de mídia,que produzem e disponibilizam o conteúdo, seja ele impresso, sonoro, audiovisual ou multimídia; • os anunciantes e agências, ou seja, as grandes marcas do mundo off-line ou on-line e as agências responsáveis por toda a comunicação de seus clientes; • os consumidores, que assistem, escolhem e consomem produtos e serviços anunciados nas organizações de mídia; e • as empresas de mensuração, que medem e validam a audiência dos canais de comunicação, como Ibope, Nielsen, IVC e ComScore. passaram a existir novos formatos de comunicação e houve a necessidade de novas métricas para mensurá-lo. mensurações ficaram mais complexas e a O consumidor, por sua vez, adquiriu novos hábitos e comportamentos em relação a todas essas mídias e dispositivos de acesso à internet, modificando o mercado de audiência não na sua essência, mas na sua forma. Se antes ele via televisão e lia jornais e revistas em seus momentos livres, hoje ele fica conectado boa parte de seu dia e sofre impacto constante por meio de seus smartphones, tablets e computadores de uso pessoal (DA MATTA, 2014). Dificilmente conseguiremos definir um único modelo para o marketing digital que funcione por muitos anos e que garanta a audiência necessária. Teremos que nos adaptar constantemente à realidade e às mudanças. Mas uma única coisa ainda permanecerá inalterada: sempre buscaremos audiência para nossos anúncios, sites, perfis de rede social e assim por diante. O consumidor continuará como o centro das ações de marketing e seu comportamento vai influir na forma e nos meios que utilizaremos para alcançá-lo As possibilidades estratégicas para geração de audiência o recurso mais escasso dentro da comunicação é a atenção dos consumidores. no Brasil, os celulares já são a nossa primeira tela. Daí a constatação de que conseguir a atenção para gerar audiência está cada vez mais complexo e que simplesmente adaptar as criações das mídias convencionais para esse novo universo pode não dar certo. Planejamento Estratégico de Marketing Digital As estratégias de audiência devem sempre focar em como despertar a atenção desse consumidor, por meio de que plataforma e com quais objetivos. De acordo com Torres (2009), embora as ações estratégicas, táticas e operacionais de uma campanha de marketing digital possam ser diferentes, dependendo da empresa e de cada cenário, as técnicas de marketing que se baseiam no comportamento do consumidor são igualmente aplicáveis ao marketing digital, respeitando o ambiente e as atividades da internet no momento em que forem aplicadas. Quadro 4.1 - Relação entre estratégias do marketing tradicional e as do digital Estratégia de marketing Estratégia de marketing digital Ações táticas e operacionais Tecnologias e plataformas empregadas Comunicação coorporativa Relações públicas Marketing de conteúdo Geração de conteúdo Marketing de busca Blogs SEO/SEM Marketing de relacionamento Marketing de mídias sociais Ações em redes sociais Ações com blogueiros Plataformas de redes sociais Marketing direto E-mail marketing Newsletter Promoções Lançamentos E-mail SMS Publicidade e propaganda Marketing de guerrilha Marketing viral Postagem de vídeos, animações e músicas Publicação de widgets Redes sociais Plataformas de vídeo (Youtube, Vimeo) Widgets virais Publicidade e propaganda Branding Publicidade on- line Banners Podcast e videocast Widgets Jogos on-line Sites e blogs Mídias sociais Google AdWords Pesquisa de mercado Branding Pesquisa on-line Buscas e clipping Monitoramento de marca Monitoramento de mídias Google Redes sociais Clipping Cada uma dessas atividades, independentemente de seus objetivos, terá como função principal gerar audiência na mídia escolhida. Como ponto central de todas essas atividades, teremos o monitoramento, que permitirá entender como cada uma das estratégias afeta o planejamento geral do marketing digital e também como interferem umas nas outras. Essa atividade vai permear todo o planejamento desde o seu início. Isso é fundamental para o acompanhamento, avaliações e correções que devem acontecer durante toda a campanha. Relacionamento marketing de relacionamento refere-se às estratégias voltadas à construção de uma relação duradoura entre marca e cliente, de forma a fidelizá-lo marketing de relacionamento refere-se às estratégias voltadas à construção de uma relação duradoura entre marca e cliente, de forma a fidelizá-lo. Planejamento Estratégico de Marketing Digital O marketing de relacionamento no digital trabalha a interatividade e torna o consumidor parte da organização. Essa participação pode se dar na cocriação de produtos, na emissão de opinião sobre serviços que resultem em melhorias deles, e assim por diante. Toda essa interação, quando bem realizada, resulta em um processo de fidelização do cliente. Segundo Kotler (2000, p. 70), um cliente altamente satisfeito: • permanece fiel por mais tempo; • compra mais à medida que a empresa lança novos produtos; • fala favoravelmente da empresa e de seus produtos; • dá menos atenção à marca e propaganda do concorrente, e é menos sensível a preço; • oferece ideias sobre produtos e serviços à empresa; • custa menos para ser atendido do que novos clientes, uma vez que as transações são rotinizadas. Quando falamos de estratégias de relacionamento, estamos indo além do que acontece nas centrais de atendimento ao cliente. Estamos falando em criar canais que nos permitam a troca de informações, a geração de conteúdo colaborativo e até mesmo comunicação um para um. Relacionamento – Redes Sociais Quando aplicamos uma estratégia de marketing digital, sempre levamos em consideração que os principais canais para divulgação de conteúdo e interação com o público-alvo são as redes sociais. Afinal, esses são espaços em que as pessoas estão mais dispostas a estabelecer contatos e dividir conhecimentos a partir das suas experiências. Além disso, as redes sociais são mais responsivas, ou seja, navegáveis nos dispositivos móveis, formato cada vez mais utilizado pelas pessoas para se conectar à internet. E é exatamente por isso que cada vez mais empresas criam perfis e páginas nas mais diferentes redes. Só que, para fazer com que seu conteúdo seja visto, curtido, comentado e compartilhado, é preciso construir uma audiência para cada um desses perfis. É preciso estabelecer linhas de ação que garantam não apenas que o seu público saiba da existência da sua presença nas mídias sociais, mas que eles também passem a fazer parte da sua legião de visitantes. Segundo Torres (2009), as mídias sociais são um ótimo fator para o marketing digital, pois ela tem dois grandes pontos: as redes sociais e o conteúdo colaborativo. As redes sociais criam um relacionamento mais pessoal e duradouro entre as empresas e seus consumidores, de forma que a informação é transmitida mais rapidamente e de uma maneira sutil. Já o conteúdo colaborativo tem um alvo muito maior do que o individual, e um bom exemplo são os blogs, pois eles transmitem a mesma informação a um grande público. As mídias sociais, por si, só têm grande visibilidade, porém isso é amplificado com as ferramentas de busca, pois elas transmitem as informações de uma forma mais rápida, gerando assim um grande volume de conteúdos. É preciso ressaltar a importância do social media marketing (SMM) como uma maneira poderosa para empresas de todos os tamanhos alcançarem clientes em potencial e clientes atuais. Os clientes já estão interagindo com as marcas por meio das mídias sociais, e se hoje Planejamento Estratégico de Marketing Digital você não está falando diretamente com seu público por meio das plataformas sociais, como Instagram, Facebook, LinkedIn, Twitter e Pinterest, está, definitivamente, perdendo no jogo. Um ótimo marketing nas mídias sociais pode trazer um sucesso notável aos negócios, criando promotoresde marca, gerando leads e vendas. O marketing nas mídias sociais também fornece às empresas uma maneira de alcançar novos públicos, interagir com clientes existentes, promover a cultura, a missão e os valores da marca. Relacionamento – Blogs Os canais de mídia social são fundamentais nas estratégias de relacionamento no ambiente digital. Quando falamos em canais de mídia social, estamos nos referenciando não só às redes sociais conhecidas, mas também aos blogs, os quais passaram a desempenhar um papel importante nesse tipo de estratégia (DA MATTA, 2014). Algumas marcas usam esse recurso para compartilhar com seus consumidores o estilo de vida ao qual querem estar associadas, por exemplo. Um caso conhecido é o do blog da Farm, marca carioca de moda feminina. Além de falar de suas coleções, o canal também serve para divulgar eventos alternativos que tenham alguma relação com o estilo de vida de seus consumidores, falar de alimentação, de bem-estar, e, claro, dar dicas de estilo. Isso mostra que para criar algum tipo de relação com os consumidores não é necessário que falemos o tempo todo, única e exclusivamente, do nosso produto. Outro exemplo é o blog da Imaginarium, uma marca focada em produtos de design. Seus canais de mídia social não falam exclusivamente de seus produtos, mas mostram mais sobre o universo do design, o que acaba criando uma excelente conexão com o público que se interessa por design e que é aquele que vai valorizar os seus produtos. É um caso típico de comunicação de relacionamento. Em nenhum momento eles falam de seus produtos. Apenas apresentam ideias criativas, todas elas focadas em design, seu principal ponto de conexão com seus consumidores. 4 dicas para ter audiência online dedicada e engajada 1. Interaja com pessoas online que correspondem ao perfil de cliente primeiro você precisa entender quem é seu cliente. criação de uma “persona-cliente”, que é um personagem fictício que exibe as características típicas do seu público-alvo. No que diz respeito às mídias sociais, isso deve ir além de idade e histórico. O que seu perfil ideal de cliente faz às sextas-feiras depois do trabalho? Quais são os seus valores? Quanto mais específico você for, melhor. Talvez isso possa ser pensado a partir da personalidade de um de seus atuais clientes. Em seguida, busque essas personas com o uso de hashtags. Se o perfil do seu cliente for de alguém que joga tênis nas tardes de sexta-feira porque sua empresa vende bolas de tênis personalizadas, pesquise hashtags relacionadas com o tema para encontrar contas. Então, envolva-se genuinamente com comentários atenciosos (não apenas emojis). Planejamento Estratégico de Marketing Digital 2. Produza conteúdo autêntico autenticidade é tudo. As pessoas conseguem identificar quando uma conta existe apenas para vender sem criar conexão genuína com seus clientes. “Trata-se de ser sempre autêntico”, ele dividiu. “Por autêntico, quero dizer que não evito o conteúdo pessoal. Na verdade, transpareço ser uma pessoa por inteiro toda vez que publico ou compartilho algo, e dou valor sem expectativa de retorno”. Ele descobriu que isso ajuda as pessoas que nunca o conheceram pessoalmente a sentirem um senso de familiaridade com ele, e comece a vê-lo como um amigo próximo. “Eu os trato como meus amigos íntimos também”, acrescentou. Como você pode adicionar essa dose de autenticidade ao seu conteúdo e fazê-lo de forma consistente? 3. Pergunte ao seu público o que eles mais querem arece óbvio: quando um certo tipo de postagem atrai mais seguidores ou mais engajamento do que as outros posts, é um sinal analítico claro de que você deve oferecer mais desse tipo de conteúdo. No entanto, se você ainda não percebeu, o algoritmo torna o engajamento complicado de ser lido. É muito possível que uma das postagens favoritas do seu público-alvo não tenha se saído tão bem quanto outras –e não há como saber disso, a menos que você pesquise. Faça enquetes em seu story do Instagram ou crie uma postagem no Facebook para perguntar: “Que tipo de conteúdo você gostaria de ver mais aqui?” As respostas podem até incluir tópicos ou tipos de conteúdo que você nunca abordou, mas que agrada seu público-alvo. Esse tipo de pesquisa de mercado é crucial. 4. Sorteie brindes ou faça parcerias com marcas de públicos-alvo semelhantes Por fim, é importante alcançar chegar a outras contas em escala. A melhor maneira de fazer isso sem comprar seguidores ou perseguir cegamente o envolvimento de contas que não correspondem à persona de seu cliente é fazer parceria com perfis semelhantes ao seu. Você é uma profissional de marketing digital que adora adicionar um toque cômico ao seu conteúdo de mídias sociais? Bom. Provavelmente, existem outros profissionais de marketing digital com um lado descontraído que gostariam de estabelecer parcerias para uma promoção. Ambos podem ganhar seguidores em comum, o que é benéfico para ambos. Leia mais em: https://forbes.com.br/negocios/2020/02/marketing-digital-4-dicas-para-ter- audiencia-online-dedicada-e-engajada/#foto4 Marketing direto é um conjunto de estratégias desenvolvidas por empresas a fim de atingir diretamente o público com o qual pretende se relacionar. No que se refere ao marketing digital, o envio de e- mail marketing é a ação mais utilizada. Esse tipo de marketing trabalha com o público interessado no seu produto, ou seja, saber identificar quais são essas pessoas é fundamental para dar sequência na prática. Isso porque, se https://forbes.com.br/negocios/2020/02/marketing-digital-4-dicas-para-ter-audiencia-online-dedicada-e-engajada/#foto4 https://forbes.com.br/negocios/2020/02/marketing-digital-4-dicas-para-ter-audiencia-online-dedicada-e-engajada/#foto4 Planejamento Estratégico de Marketing Digital a estratégia não for assertiva e adequada ao público-alvo, poderá surtir efeito contrário (DA MATTA, 2014). Se foram disparados e-mails para todos, a marca poderá ser acusada de spammer, ou seja, de ser um disparador de SPAMs e poderá receber punições por isso, além de saturar sua rede de contatos ao oferecer ofertas que não são do interesse deles. Fora isso, poderá perder dinheiro, já que custa mais caro alcançar milhares de pessoas que não são potenciais compradores do seu produto. Sendo assim, é fundamental a empresa construir sua própria base de clientes. Um exemplo de ação de marketing direto digital é a Nespresso, que utiliza o e-mail marketing para estimular seus clientes com mensagens comemorativas personalizadas e conteúdos exclusivos com um objetivo: incentivar o consumo. Além disso, enviam vales e descontos como uma forma de estar sempre presente na mente do consumidor e dar acesso fácil para a compra. Plataformas digitais móveis uso de dispositivos móveis é cada vez maior. Por isso, é essencial ter atenção especial à maneira como as plataformas de experiências digitais se comportam nesses devices. Não existe a melhor forma para criar ou iniciar a sua estratégia móvel. O que há é a maneira que mais se adapta às necessidades da empresa. plataforma digital é um modelo de negócio que usa a tecnologia para conectar pessoas, organizações e recursos em um ecossistema interativo, no qual podem ser criadas e trocadas quantidades incríveis de valor. A plataforma oferece uma infraestrutura para tais interações e estabelece condições de funcionamento para elas (PARKER, 2017). É um dos meios mais utilizados atualmente para alavancar audiência e está presente no planejamento de marketing digital com destaque. Assim, teremos uma aula adiante só com as estratégias para os dispositivos móveis (mobile marketing). O uso de aplicativos para dispositivos móveis como estratégia de marketing digital tem aumentado significativamente nos últimos anos. Com o crescimento dos smartphones, o número de aplicativos e de pessoas que os utilizam para diversas funções também aumentam de forma constante. Apps de redessociais, como o Facebook e Instagram, passaram a fazer parte da nossa rotina, tanto para nos comunicarmos quanto para consumirmos conteúdo. Assim, a empresa que não investe nesses canais perde oportunidades de estreitar o relacionamento com a sua audiência, além de deixar de contar com mais um espaço para divulgar a marca. Aplicativos Os aplicativos são outra forma de colocar em prática as estratégias de marketing digital. Eles ajudam a marca não só a conquistar mais clientes e fechar negócios, mas também a cativar e fidelizar aqueles que já têm em seu portfólio. Algumas razões para utilizá-los são: • Em geral, uma pessoa usa seu smartphone mais de três vezes ao dia, e cada vez que desbloqueia a tela, ao ver o ícone da empresa, lembrará da marca para sempre, além de recorrer a ela quando precisar de um serviço de qualidade. • Mais vendas. Com a praticidade da internet, as empresas que possuem um aplicativo próprio de celular têm mais chances de aumentar suas vendas, já que os clientes Planejamento Estratégico de Marketing Digital encontram na ferramenta um novo canal de vendas aberto 24 horas por dia, sete dias por semana. • Facilidade no atendimento. Além de propiciar o aumento nas vendas, consequência direta do surgimento de um novo canal comercial, ao utilizar um aplicativo de celular, sua empresa torna a comunicação com seus clientes ainda mais fácil e rápida. Essa comunicação é fundamental para resolver pequenos problemas, como troca de mercadoria com defeito ou em tamanho diferente do desejado, tirar pequenas dúvidas sobre um produto ou oferta ou, ainda, resolver problemas maiores, evitando comprometer sua imagem perante a concorrência. • Personalização das ofertas. Seja na internet ou fora dela, o consumidor está sempre em busca de um bom desconto. Com um aplicativo de celular é possível criar ofertas de acordo com um perfil de consumidores em específico. Isso é possível graças à coleta de um maior número de informações durante a inscrição para utilização do aplicativo, sem que a empresa pareça invasiva na obtenção desses dados. • Proximidade com o cliente. Ao adotar o uso de um aplicativo de celular, a empresa conseguirá quase que instantaneamente derrubar as barreiras geográficas que a separam de seus clientes, já que na internet é possível se comunicar com pessoas que estejam a um continente de distância, por exemplo, como se essas mesmas pessoas estivessem a apenas alguns passos. Streaming Uma nova forma de dar visibilidade para a marca e levar conteúdo para as redes é investindo em vídeos como parte da estratégia de marketing digital. Hoje, as redes sociais permitem a realização das famosas lives, que são transmissões ao vivo via streaming na internet. Uma das principais vantagens dessa tecnologia é que o acesso ao audiovisual ficou muito mais fácil, fator que tem tornado os vídeos cada vez mais populares na web. E essa tendência deve permanecer nos próximos anos: segundo um estudo da Cisco, fabricante norte-americana de equipamentos de rede, 80% do tráfego de internet mundial foi de vídeos em 2019. Em uma época na qual reter a atenção e se aproximar de seus consumidores é um dos grandes desafios das marcas, a transmissão ao vivo se torna uma grande aliada. E essa tecnologia já está transformando a forma como empresas e pessoas se comunicam. Ao iniciar uma conversa ao vivo com seus consumidores, você estabelece uma relação mais próxima com eles. É um diálogo de igual para igual, e não uma comunicação distante, como a que acontece com anúncios publicitários e outras ações. Com a transmissão ao vivo, as empresas podem demonstrar mais transparência e empatia. Isso humaniza a marca e faz com que o público tenha mais facilidade para se identificar com ela. Seus consumidores podem se tornar verdadeiros fãs, recomendando a amigos e ajudando a ampliar a presença on-line da empresa organicamente. Planejamento Estratégico de Marketing Digital Aula 5: Estratégias mobile e a importância da geolocalização Mobile Marketing é uma estratégia de marketing digital multicanal que visa atingir um público-alvo em seus smartphones, smartwatches, tablets e/ou outros dispositivos móveis, por meio de sites, e-mail, bluetooth, NFC, SMS, mídias sociais e aplicativos. Os dispositivos móveis estão “disruptando” a maneira como as pessoas se envolvem com as marcas. Tudo o que podia ser feito em um computador desktop está agora disponível em um dispositivo móvel (GABRIEL, 2010). A mobilidade é uma das principais tendências digitais e sociais e, portanto, uma das principais tendências de marketing também. O ser humano é móvel e nômade por natureza, e as tecnologias que favorecem a mobilidade tendem a ser abraçadas pelo mercado. O cenário de mobile no mundo e no Brasil Para entendermos a importância do marketing digital que abrange os dispositivos móveis, é fundamental conhecermos toda a gama de gadgets que envolvem esse mundo e como eles estão no cenário de acesso à internet. Além do avanço tecnológico, que dá a esses dispositivos cada vez mais funcionalidades, existe ainda o crescimento do acesso à internet de banda larga, que permite ao usuário consumir conteúdos diversos e interagir em suas redes de relacionamento não apenas por voz, como tradicionalmente. A pesquisa Global Mobile Statistics de 2019 mostra que a população móvel global atingiu 4 bilhões de usuários únicos. Em fevereiro de 2019, os dispositivos móveis representavam 48% das visualizações de páginas da internet em todo o mundo. O crescimento é absurdo e tende a evoluir cada vez mais. Ainda segundo a pesquisa, as Américas e a Europa têm a maior taxa de penetração de assinaturas de banda larga móvel, cerca de 97,1% e 93,6%, respectivamente. Em 2018, a média global ficou em quase 69,3%. (DELOITTE, 2019). Os dispositivos móveis vão muito além dos telefones celulares e englobam consoles de games (Switch da Nintendo, por exemplo), tablets e e-book readers (como iPad e Kindle) e tendem a incluir cada vez mais dispositivos, como óculos, relógios, carros, brinquedos etc. O acesso à internet por meio de dispositivos e coisas além de computadores deve ser cada vez maior, trazendo à ubiquidade computacional e de conexão – Internet das Coisas (GABRIEL, 2010). Segundo Martha Gabriel (2010), a plataforma móvel tende a ser para a web tradicional o que a televisão foi para o cinema – diminuição do tamanho de tela, portabilidade, mudança de linguagem e disponibilidade constante e distribuída. Da mesma forma que a televisão vai muito além de apenas disponibilizar filmes de cinema, a mobilidade não significa apenas “encolher” um site para caber em uma tela pequena. Quando falamos em mobile, quase sempre pensamos no dispositivo, mas mobilidade tem a ver com pessoas em movimento. A tecnologia é que permite que os usuários continuem Planejamento Estratégico de Marketing Digital conectados enquanto se deslocam de um ponto a outro. Isso também transforma hábitos e gera um tempo maior de exposição a todo tipo de informação relevante para o usuário. Até mesmo os buscadores estão se adaptando a essa realidade. Se um usuário faz uma busca pela palavra “pizza” enquanto se desloca pela rua, provavelmente o resultado trará sites das pizzarias mais próximas. Se a mesma busca for realizada em um desktop, com o usuário em sua casa, provavelmente o resultado trará sites de pizza delivery. Adaptar uma empresa para o mundo mobile certamente não é apenas adaptar o seu site para o novo tamanho de tela. É também facilitar o relacionamento nos dispositivos móveis (DA MATTA, 2014). Os hábitos dos usuários de smartphones Não se define qualquer estratégia de marketing sem conhecer o público-alvo, ou seja, o comportamento do consumidor. E, no caso do mobile marketing, entender os hábitos dos usuários de smartphones pode ajudar a criar formas efetivas de comunicação. Segundo a pesquisa da We Are Social, em janeiro de 2019, há 3,4 bilhõesde usuários ativos nas redes sociais, sendo que 3,2 bilhões as usam por meio de smartphones. Isso representa 42% total da população mundial (GABRIEL, 2010). Martha Gabriel (2010) ainda ressalta que o crescimento na adoção de smartphones significa que mais pessoas estão navegando na web para acessar sites e informações de produtos e empresas. No entanto, os objetivos de navegação para quem acessa os sites por meio da web desktop normalmente são diferentes daqueles de quem acessa via web móvel. Os tipos de informação que as pessoas procuram quando em mobilidade são: • localizar lojas e horários de funcionamento; • preços e detalhes sobre produtos; • promoções; • informação de contato; • áreas normalmente usadas pelo site da empresa. Portanto, é necessário que as empresas tenham os seus sites para o acesso móvel e com esses tipos de informações disponíveis. Não podemos deixar de lado a força dos aplicativos de mensagens e sua utilização ampla e muito significativa. Em outubro de 2019, 1,6 bilhão de usuários acessavam o WhatsApp mensalmente, colocando-o como um dos aplicativos sociais móveis mais populares do mundo. O Facebook Messenger possui 1,3 bilhão de usuários ativos mensais e o WeChat está logo atrás, com 1 bilhão de usuários ativos mensais. Desde o surgimento do smartphone e a subsequente explosão de aplicativos, os apps de mensagens sociais gratuitos mostraram-se uma alternativa às mensagens de texto baseadas em SMS. Muitos aplicativos de mensagens oferecem recursos como bate-papos em grupo, troca de imagens, vídeo, mensagens de áudio, além de adesivos ou emoticons (GABRIEL, 2010). A habilidade de interagir com amigos e contatos por meio das aplicações móveis e sites de redes sociais já faz parte do nosso dia a dia. Portanto, em vez de enfocar redes sociais móveis como um canal de marketing separado, elas deveriam ser consideradas uma extensão da web social. Planejamento Estratégico de Marketing Digital Uma pesquisa realizada pela Google também mostrou que 89% dos usuários de smartphones procuram informações locais em seus telefones e 90% tomam decisões em decorrência disso, como fazer uma compra ou entrar em contato com a empresa (GOOGLE, 2013.) A figura mostra que ação os usuários que procuram informações locais por meio de seus smartphones tomam em seguida. Pensando nisso, ao traçar a estratégia de mobile marketing, é importante verificar que serviços, com base na localização no celular, podem facilitar o contato direto dos consumidores com a empresa, ou como seu website está no resultado das buscas efetuadas nesse tipo de dispositivo. Outro ponto importante da pesquisa mostra que os anúncios para celular são vistos por 96% dos usuários de smartphones e que esse tipo de dispositivo também é um componente essencial da publicidade tradicional, pois 76% dos usuários realizaram uma pesquisa em seus smartphones depois de visualizar um anúncio off-line (GOOGLE, 2013). Dessa forma, podemos ressaltar que as ações de convergência das mídias on-line e off-line são fundamentais. O mobile marketing deve se integrar às estratégias de marketing tradicional das empresas para aumentar a efetividade e o envolvimento dos consumidores. Os pontos de relacionamento do mobile marketing primeiros cuidados ao criar uma estratégia de mobile marketing é ter um website que seja apropriado para os dispositivos móveis. Não podemos mais criá-los pensando apenas em sua aparência para desktops, já que sabemos que a maior parte do tempo os usuários farão acessos por seus smartphones. Hoje, já existem tecnologias que permitem desenvolver websites que se adaptam automaticamente ao dispositivo pelo qual é acessado. É o que chamamos de sites responsivos. A dificuldade de navegação em websites é o principal ponto de frustração nos dispositivos móveis, segundo pesquisa Modapt, Inc. and Morrissey and Co. (MARKETINGPROFS, 2011). Um website para dispositivos móveis deve ser amigável, de fácil leitura e navegação. O volume de informações também não pode ser o mesmo de um website normal, é preciso lembrar que quem faz uso desse tipo de dispositivo vai fazer o acesso nos momentos em que não terá o mesmo tempo de leitura e o mesmo grau de atenção. Logo, lembre-se de oferecer informação relevante e concisa (DA MATTA, 2014). Essa preocupação com a navegabilidade e a experiência do usuário é tão latente que uma nova área surgiu especificamente focada nessas questões: UX Experience. User Experience é tudo que envolve o modo como qualquer usuário interage com o mundo ao seu redor. A experiência do usuário (UX) engloba todos os aspectos da interação que as pessoas costumam ter com uma marca, seus serviços e, essencialmente, com seus canais digitais. E toda essa experiência acontece desde o primeiro contato com uma marca até o momento do consumo dos seus produtos e serviços. As grandes marcas já perceberam o quão é importante investir em experiência do usuário com o objetivo de melhorar a percepção sem esquecer do retorno financeiro. Uma pesquisa de satisfação apontou que quase 90% dos usuários alegam menos chance de retornar a um site depois de uma experiência negativa com ele (PEREIRA, 2018). Planejamento Estratégico de Marketing Digital Quanto melhor for a experiência do usuário desde o primeiro contato, incluindo também as emoções desses momentos, maior deve ser a satisfação do cliente e mais provável será sua fidelização. A experiência ao longo da jornada deve ser intuitiva, suave, agradável. Em resumo, deve ser prazerosa e útil para o cliente. O designer Donald Norman (2006), que cunhou o termo user experience, acreditava na importância da experiência do usuário. Segundo ele, um bom design também é um ato de comunicação entre o designer e o usuário, exceto que toda a comunicação ocorre pela aparência do próprio dispositivo. O dispositivo deve se explicar. “É a forma com que você sente o mundo, é a forma que você experencia a sua vida, é a forma que você experencia um serviço, ou… sim… um aplicativo ou um sistema de computador” (NORMAN, 2006). UX é importante porque coloca a perspectiva do usuário como a espinha dorsal de qualquer fluxo de experiência, seja ele um processo de compra, troca de informação ou teste. Para isso acontecer, é importante entender profundamente os usuários e o mercado, para que seja possível criar produtos digitais que façam diferença para a marca e impactem a vida das pessoas que vão usá-lo. O mais importante para o UX designer (e a marca) é imaginar e questionar como as pessoas usarão sua plataforma digital, quais tarefas conseguirão realizar, em qual ordem as interações vão acontecer, qual a clareza das comunicações, e assim por diante. Investir em UX é planejar com foco no cliente. E, dessa forma, estar alinhado com as emoções que o usuário sente enquanto está em contato com a marca. Ser atento e sincero a esses sentimentos é se aproximar do cliente. Assim, naturalmente os clientes permanecem mais tempo com os serviços, são mais receptivos a upgrades e novas compras, propagam a marca para conhecidos e colaboram para a melhoria dos produtos e serviços. Propaganda em mobile (mobile advertising) A propaganda em mobile ou mobile advertising é a veiculação de anúncios (banners) em websites de dispositivos móveis ou embarcadas em aplicativos criados para esse mesmo tipo de dispositivo. Alguns autores preferem diferenciar mobile advertising de mobile marketing, mas aqui vamos tratar o assunto dentro da estratégia de marketing para dispositivos móveis. Da Matta (2014) ressalta que, ao criar um banner para ser veiculado em dispositivos móveis, devem ser lembrados os aspectos abaixo: • não usar gráficos de alta definição que dificultem o carregamento da peça; • cuidar para que as fontes utilizadas fiquem bem visíveis; • não usar muitos caracteres no texto da peça. Existem também os anúncios intersticiais, que são exibidos enquanto o conteúdo principal está sendo carregado.Um exemplo muito conhecido são os anúncios veiculados no YouTube antes do vídeo selecionado. Embora os usuários de smartphones utilizem cada vez menos os serviços de envio de mensagens de texto, ainda existe uma grande quantidade de usuários de celular sem acesso à internet e que se vale dos serviços de mensagem de texto para a comunicação. Podemos comparar o envio de SMS com publicidade ao envio de e-mail marketing, e nos dois casos Planejamento Estratégico de Marketing Digital devemos cuidar para enviar qualquer tipo de publicidade apenas para o público-alvo. Uma campanha realizada por SMS deve cuidar para (DA MATTA, 2014): • Ter um processo de “opt-in” claro para obter permissão dos usuários para envio. • Respeitar horário de envio. • Não repetir insistentemente a mesma mensagem por vários dias. • Identificar a fonte do anúncio. Estratégia de QR Code Entre as tecnologias utilizadas em mobile marketing estão os códigos bidimensionais (2D), conhecidos como QR Codes, abreviação para Quick Response Code (código de resposta rápida, em tradução livre). Os códigos 2D trouxeram para a publicidade digital uma gama de possibilidades de interação com o consumidor. O código foi desenvolvido pela empresa Denso Wave, subsidiária da Toyota, para rastrear seus veículos durante a produção. Rapidamente, transformou-se no mais famoso código de barras existente, chamando a atenção dos profissionais de marketing, que perceberam as inúmeras potencialidades estratégicas que os códigos ofereciam (COPETTI; GHISLENE, 2013). Conforme Gabriel (2010), os códigos de barras lineares tradicionais conseguem encriptar apenas dados numéricos, com capacidade de armazenamento de apenas 20 dígitos, porém, um código de barra 2D permite encriptar dados numéricos e alfanuméricos em vários alfabetos diferentes, além da capacidade de armazenamento muito maior que o tradicional. Isso é possível pela combinação de duas dimensões para criação e leitura dos pontos (ao contrário do espaçamento e largura para o código linear), sendo que cada região do QR Code tem sua própria função, como posicionamento, alinhamento, versão da informação e de produto e outras voltadas para segurança. Esse tipo de codificação está se tornando cada vez mais comum no dia a dia dos consumidores. A rapidez na leitura e grande a capacidade de armazenamento de informações são os diferenciais desse código, que consiste em módulos pretos distribuídos em um formato padrão em um fundo branco. “Para que seja possível digitalizar um QR Code, é necessário que o dispositivo móvel possua, além de câmera fotográfica, um leitor de mobile tagging apropriado para o sistema operacional do aparelho” (GABRIEL, 2010, p. 184) Outra vantagem de se usar esse tipo de codificação é que, em qualquer ponto físico, podemos criar um link para um ponto on-line. Assim, é possível a uma loja, por exemplo, disponibilizar QR Codes de produtos que levem o usuário para a página de um site no qual está a descrição de como o produto funciona. É possível também utilizar o QR Code na televisão, permitindo ao telespectador, através do código, comprar ou receber informações extras sobre um produto que está sendo exibido na TV. Alguns anúncios impressos também utilizam esse recurso para dar ao consumidor informações que não caberiam em suas dimensões e também formatos como vídeos, imagens e sons. Como a digitação em aparelhos celulares nem sempre é uma tarefa fácil, esse tipo de codificação também facilita o acesso a URLs mais complexas, já que basta apontar o celular para o código e ir direto ao endereço codificado (DA MATTA, 2014). Segundo Martha Gabriel (2010, p. 185), os principais benefícios de se usar QR Codes (mobile tags) são: Planejamento Estratégico de Marketing Digital • Alta capacidade de armazenamento. • Encriptação, pois codifica vários tipos de informações (URLs, textos, contatos, SMS) e dados (numéricos, alfanuméricos de diversos alfabetos). • Rastreamento de mídia off-line (impressa e eletrônica). • Não requer hardware específico para leitura ou criação dos códigos. Usa plataforma já existente em computadores (para criá-los) e dispositivos móveis (para lê-los). • Gratuidade (tanto na criação como a leitura das mobile tags). Há uma grande variedade de sistemas gratuitos on-line para criar as mobile tags e leitores. • Não necessita de digitação nos dispositivos móveis, usando apenas o escaneamento de imagens (usabilidade). • Inclusão digital, pois é uma tecnologia acessível, de baixo custo e com grande potencial de inclusão digital conforme os custos de banda larga móvel também vão se tornando acessíveis. • A possibilidade de usar os códigos no ambiente digital isenta vários produtos da necessidade de impressão (de tickets aéreos, por exemplo), colaborando com o meio ambiente. • Realidade aumentada, pois acrescenta camadas digitais a coisas e lugares físicos. • Flexibilidade, pois o usuário tem o poder de escolher o nível de detalhamento que deseja no acesso on-line. Os QR Codes podem ser gerados por sites específicos a partir da inserção de um endereço web, texto, número de telefone ou SMS. E podem ser lidos por aplicativos específicos como i-nigma reader ou Kaywa Reader. Alguns aparelhos já saem de fábrica com leitores de QR Codes instalados. Os QR Codes podem ser aplicados em diversas estratégias de mobile marketing, entre as mais conhecidas estão, segundo Da Matta (2014, p. 110): em comunicação para a área pública, artística e cultural, como sinalizações de museus, monumentos e locais públicos; comunicação e aplicações de varejo, em pontos de venda, para exibir informações complementares de produtos ou promoções; em campanhas de marketing off-line, colocando os códigos em peças publicitárias para acesso a conteúdo adicional, como no exemplo da campanha “Sexier than skin”, da marca Victoria’s Secret, em que imagens de modelos estrategicamente cobertas com faixas de censura com um QR Code davam acesso ao conteúdo da coleção de lingeries da marca. Outras tecnologias – SMS e MMS O SMS (Short Message Service) é a tecnologia que permite enviar mensagens de texto entre celulares, limitadas a 160 caracteres. Por ser uma tecnologia ainda utilizada, é comum nos depararmos com campanhas de envio de SMS para bases de usuários de celulares, mas é preciso ter bastante cuidado com esse tipo de campanha para evitar desgastes da marca, produto ou serviço como os que eram criados por campanhas de e-mail marketing em forma de SPAM. Segundo Da Matta (2014, p. 111), alguns tipos de campanhas de SMS são: • Broadcasting – cliente passa por um processo de “opt-in” para receber futuras mensagens com promoções indefinidamente. • Text-for-info – campanhas com o objetivo de engajar os usuários interessados em receber mais informações. É enviada uma mensagem inicial que carrega algum valor para o cliente. Diferentemente do broadcasting, aqui os usuários não esperam uma comunicação contínua. Planejamento Estratégico de Marketing Digital • Text-to-Collect Info – o objetivo é coletar alguma informação dos usuários, por exemplo, e-mail. • Text-to-Vote – funcionam como sistema de votação em que o usuário pode escolher (votar) em diferentes opções. • Text-to-Win – funcionam para oferecer aos usuários algum tipo de prêmio. • O SMS também pode ser usado em mobile commerce (atividades de comércio eletrônico por dispositivos móveis), como sistema de micropagamentos. Um exemplo é o da ação criada pela Carefree, que colocou vending machines em banheiros frequentados por mulheres em que era possível retirar gratuitamente o produto enviando um SMS para o equipamento. A ação pode ser vista no vídeo a seguir. O MMS (Multimedia Messaging Service) é a tecnologia que permite incluir conteúdos multimídia na mensagem. Como o custo de envio de MMS é superior ao do SMS e existe problema de operação entre as operadoras para esse tipo de envio, as ações de marketing com essa
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