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COMPILACAO DE DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS - Prova Oficial

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1 
 
COMPILAÇÃO DE DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS – PROVA OFICIAL 
 
Direito/interesse Grupo Divisibilidade Origem 
Difuso Indeterminado Indivisível Situação de fato 
Coletivo Determinado Indivisível Relação jurídica 
Individual 
homogêneo 
Determinável Divisível Origem comum 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR: 
 Introdução: 
 Antigamente, as relações de consumo apresentavam alto grau de pessoalidade, pequenos 
comerciantes e produtos locais. Havia um certo equilíbrio entre as partes. 
 Atualmente, surgiram os grandes aglomerados econômicos. 
- Produção de massa; 
- Publicidade. 
- Hoje há desequilíbrio entre fornecedor e consumidor. 
 O Direito do Consumidor na Constituição Federal: são 3 dispositivos: 
1) Art. 5º, XXXII, CF – dever do Estado de promover, na forma da lei, a defesa do consumidor. 
2) Art. 170, V, CF – defesa do consumidor dentre os fundamentos de ordem econômica 
brasileira. 
3) Art. 48, ADCT – determinou a edição do Código de Defesa do Consumidor (CDC – Lei. 
8.078/90). 
 Relação de consumo: aquela nas qual há um consumidor, um fornecedor e um produto 
que ligue um ao outro 
 Conceito legal de Consumidor: art. 2º, 17 e 19 do CDC. 
 Elementos que integram o conceito de consumidor: 
1) Subjetivo – pessoa física ou jurídica ou coletividade de pessoas, ainda que indeterminada. 
2) Objetivo – produto ou serviço. 
3) Finalístico – adquirir ou utilizar como destinatário final. 
- Produto – é qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial (art. 3º, § 1º, CDC). 
- Serviço – é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista (art. 3º, § 2º, CDC). 
- Elemento finalístico (adquirir ou utilizar como destinatário final) – há 2 correntes quanto a 
caracterização deste elemento: 
I. Finalista – destinatário fático do bem. 
II. Maximalista – aquele que utiliza ou consome o bem (pessoal ou profissional). 
 Política Nacional das Relações de Consumo: 
 Prevista no art. 4º do CDC. 
 Atendimento às necessidades dos consumidores: respeito à sua dignidade, saúde, 
segurança, proteção de sua qualidade de vida, transparência e harmonia nas relações de 
consumo. 
- Vulnerabilidade do consumidor. 
- Responsabilidade civil objetiva. 
2 
 
- Inversão do ônus da prova. 
- Boa-fé. 
- Cabe ao Poder Público estimular a educação e a informação. 
- Art. 5º, CDC – assistência judiciária gratuita para o consumidor carente. 
 Direitos básicos do consumidor: (art. 6º, CDC). 
a) Proteção da vida, saúde e segurança. 
b) Liberdade de escolha. 
c) Igualdade nas contratações. 
d) Educação/informação. 
e) Inversão do ônus da prova. 
 Do fato e do vício do produto e do serviço: 
Fato (defeito): assegura a incolumidade física e psíquica do consumidor, resguardando sua 
saúde e segurança (acidentes de consumo). 
Vício: resguarda o patrimônio do consumidor. 
 Responsabilidade Civil pelo fato do produto e do serviço: 
 Os artigos 12 e 14 do CDC arrolam as espécies de defeito capazes de ensejar à reparação de 
dano. 
Responsabilidade civil dos profissionais liberais: 
Subjetiva (dolo/culpa) 
Obrigação de meio: aquele profissional que não pode prometer resultado. Exemplo, médico, 
advogado. Responsabilidade subjetiva. 
Obrigação de fim: aquele profissional que promete resultado. Exemplo arquiteto, cirurgião 
plástico de cirurgia estética. Responsabilidade objetiva. 
A solidariedade no dever de reparar o dano art. 7º parágrafo único do CDC. 
 Contribuindo para a eclosão do dano mais de um dos fornecedores citados nos artigos 12 e 
14 do CDC, surgirá a solidariedade como regra nos acidentes de consumo. 
A responsabilidade subsidiária do comerciante pelo fato do produto (art. 13 do CDC): 
 Quando o fabricante, construtor, produtor ou importador não puderem ser identificados, o 
comerciante responde. 
Causas de exclusão de responsabilidade: 
Art. 12, parágrafo 3º do CDC: 
I – que não colocou o produto no mercado; 
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
Responsabilidade civil pelo vício do produto ou do serviço: 
(Art.18 ao 25 do CDC) 
Espécies de vício: 
Qualidade; 
Quantidade; 
Disparidade. 
Serviço de manutenção, revisão ou reparo dos produtos art. 21 do CDC 
Serviços públicos art. 22 do CDC 
 As pessoas jurídicas de serviço público também são consideradas fornecedoras pelo sistema 
do Código de defesa do consumidor. 
Tipos de serviços: 
Serviços gerais ou “UTI universi” – fiscalização, polícia, educação, etc. (mantidos por impostos) 
Não há relação de consumo. 
Serviços “UTI singuli” – água, esgoto, telefonia e pedágio (mantidos por tarifas). Há relação de 
consumo. 
 
 
3 
 
Garantia legal art. 24 do CDC: 
 A norma do artigo 24 do CDC estabelece expressamente a garantia legal de adequação dos 
produtos e serviços. 
 O prazo de garantia por vício o CDC não estabeleceu de forma expressa. Interpretação lógico 
– sistemática art.24 e 26 do CDC. 
 Pode o fornecedor oferecer maior garantia do que a legal, é a chamada garantia contratual. 
Exemplo: Carros, eletrodomésticos. È regulada pelo art. 50 do CDC garantia de fábrica. 
Garantia legal: 
Produtos e serviços não duráveis – 30 dias. 
Produtos e serviços duráveis – 90 dias. 
Início da contagem do prazo: 
 O início do prazo de garantia se dá com a entrega efetiva do produto ou com o término da 
execução dos serviços – art.26, § 1ª do CDC. 
Vício de fácil constatação e vício oculto: 
Caput do art. 26 do CDC e parágrafo 3º do art. 26 do CDC. 
Produtos usados: 
Tem garantia legal. 
Termo de garantia: 
Por escrito. 
Decadência e Prescrição: 
 O CDC nos artigos 26 e 27, tratou dos prazos para reclamação contra vício ou fato do produto 
e do serviço. 
Art. 26 do CDC Decadência – 30 dias produtos não duráveis; 90 dias produtos duráveis. 
Vício oculto – art. 26, parágrafo 3º do CDC. 
Art. 27 do CDC Prescrição – 5 anos. 
Desconsideração da personalidade jurídica art. 28 do CDC 
O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do 
consumidor houver abuso de direito, excesso de poder e infração da lei. 
 Práticas Comerciais (art. 29 do CDC): 
Prática comercial: é o resíduo da produção, ou seja, é a etapa pós-produção da sociedade de 
consumo. Os bens de consumo têm duas fases bem distintas em sua vida: a produção e a 
comercialização. As práticas comerciais dizem respeito a comercialização. Práticas comerciais 
são todos os mecanismos, técnicas e métodos que servem para o escoamento da produção. 
Da oferta de produtos e serviços: 
Oferta: é qualquer informação ou publicidade sobre preços e condições de produtos e serviços, 
suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma. 
 Para que haja oferta é necessária a comunicação que chegue a um terceiro. 
 A comunicação ou divulgação pode ser determinada ou indeterminada. 
Determinada: Destinatário um número limitado de pessoas. Exemplo: oferta no balcão da loja. 
Indeterminada: Difundida coletivamente, por TV, rádio, jornais (comunicação de massa) 
panfletagem. 
 Art. 31 do CDC (princípio da informação) – sua violação é crime previsto no art. 66 do CDC; 
Da publicidade 
 É toda informação ou comunicação com o fim direto ou indireto de promover junto aos 
consumidores a aquisição de um produto ou a utilização de um serviço, qualquer que seja o 
meio de comunicação utilizado. 
 Publicidade – vínculo com a informação. 
Art. 37, parágrafo 1ª publicidade enganosa 
Art. 37, parágrafo 2º publicidade abusiva. 
Das práticas abusivas (art. 39 do CDC): 
 Prática abusiva é a desconformidade com os padrões mercadológicos de boa conduta em 
relação ao consumidor. 
4 
 
a) Venda casada art. 39, I do CDC. Consiste no fornecimento de produto ou serviço sempre 
condicionado à venda de outro produto ou serviço. 
b) Venda quantitativa – Consiste na exigência impostaao consumidor em adquirir produto ou 
serviço em quantidade maior ou menor do que aquela que necessita. 
c) Recusa em atender à demanda art. 39, II do CDC. O fornecedor não pode, imotivadamente, 
recusar demanda dos consumidores, na medida de suas disponibilidades de estoque. 
d) Fornecimento não solicitado (amostra grátis) art. 39, III do CDC. O consumidor tem direito 
de receber somente produtos ou serviços que tenha expressamente solicitado. 
e) Aproveitamento da hipervulnerabilidade do consumidor art. 39, IV do CDC. Prevalecer-se 
da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento 
ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços. 
Vulnerabilidade do consumidor, está prevista no art. 4º do CDC. 
f) Exigir do consumidor vantagem excessiva art. 39, V do CDC. Não exige que a vantagem 
excessiva seja concretizada, basta que seja exigida para configurar a prática abusiva. 
g) Serviço sem orçamento art. 39, VI do CDC. O orçamento deve ser prévio e terá validade por 
dez dias. 
h) Intercâmbio de dados e informações depreciativas art. 39, VII do CDC. Repassar 
informação depreciativa, referente a ato praticado por consumidor no exercício de seus 
direitos. 
i) Inobservância das normas técnicas art. 39, VIII do CDC. Colocar, no mercado de consumo, 
qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas. 
Cobrança de dívidas art. 42 do CDC. 
 Na cobrança de débitos o consumidor não será exposto ao ridículo. O consumidor cobrado 
em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou. 
Dos bancos de dados e cadastros dos consumidores art. 43 do CDC. 
 O consumidor, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados 
pessoais e de consumo arquivados sobre ele. 
O direito de solicitar informações pode ser exercido através do habeas data. 
As compras feitas fora do estabelecimento comercial físico. Art. 49 do CDC. 
 O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias, a contar de sua assinatura ou 
do ato de recebimento. Sempre que a contratação de fornecimento de produto e serviço ocorrer 
fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone, a domicílio ou pela internet. 
 Princípios da proteção contratual: 
Generalidades: O Estado liberal oferecia prioridade à liberdade do indivíduo e ao direito de 
propriedade. Princípios fundamentais para a burguesia e para a manutenção do sistema 
capitalista. 
 O atual Código Civil seguindo os parâmetros constitucionais de estado social democrata, 
trouxe para as relações civis importantes alterações para a teoria geral do contrato. O princípio 
da boa-fé objetiva e o princípio da função social do contrato (como regras a serem cumpridas 
em todos os contratos). 
 O capítulo VI do CDC cuida da proteção contratual do consumidor, dos artigos 46 ao 50 
(disposições gerais); dos artigos 51 ao 53 (cláusulas abusivas) e o artigo 54 (contratos de adesão). 
Contratos de consumo são aqueles que figuram consumidor e fornecedor, que devem estar em 
consonância com o Código de Defesa do Consumidor, sob pena de nulidade. 
A proteção contratual é aplicável a qualquer tipo de contrato de consumo (escrito ou oral), 
(comutativo ou aleatório), (típico ou atípico) e contrato de adesão. 
Princípios contratuais gerais: Princípio da autonomia da vontade, força obrigatória dos 
contratos, função social do contrato e boa-fé objetiva. 
Princípios contratuais no CDC: há nas relações de consumo mais três princípios: princípio da 
transparência art. 46; princípio da interpretação mais favorável ao consumidor art. 47; princípio 
da vinculação à oferta art. 48. 
 
5 
 
Contrato de adesão: 
Generalidades: a livre manifestação da vontade das partes é princípio fundamental para a 
validade e a eficácia dos contratos. As partes discutiam objeto, preço, condições de pagamento, 
formas de rescisão e todas as cláusulas contratuais. 
 Com o avanço da economia, que se tornou de larga escala, os contratos passaram a ser 
massificados, com o objetivo de agilizar a contratação e atender à demanda da economia. 
Os fornecedores passaram a adotar os contratos de adesão. 
 No contrato de adesão, as partes deixam de negociar as cláusulas contratuais, elas são 
preestabelecidas pelo fornecedor, impostas ao consumidor. 
Definição de contrato de adesão: o CDC define como sendo aquele cujas cláusulas tenham sido 
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de 
produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar o conteúdo. 
 Nosso ordenamento jurídico não proíbe os contratos de adesão. 
 O consumidor tem direito à informação, cabe assim ao fornecedor dar conhecimento prévio 
e expresso sobre o conteúdo do contrato, sob pena de nulidade. 
 No contrato de adesão não se discute as cláusulas e condições, cabe somente a adesão, 
imposta pelo fornecedor. 
 O contrato de adesão é fiscalizado pelo governo através de autarquias ou agências 
reguladoras. 
 Mesmo regulamentados e previamente aprovadas pelo governo, podem ser discutidas 
judicialmente se não estiverem de acordo com o CDC. 
Redação do contrato de adesão: as informações devem ser claras e precisas, com conhecimento 
prévio das cláusulas contratuais. 
 Art. 54, parágrafo 3º alterado pela Lei 11785/08 – os contratos de adesão escritos serão 
redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis. 
 Sanções administrativas: 
Poder de fiscalização: o poder de fiscalização e controle sobre a produção, industrialização, 
distribuição e sobre a publicidade de produtos e serviços no mercado de consumo é também 
dos entes públicos, ou seja da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 A fiscalização deve ser efetiva com a finalidade de preservação da vida, da saúde, da 
segurança, da informação e do bem-estar do consumidor. 
Comissões permanentes art. 55, parágrafo 3º do CDC – determina a formação de comissões 
permanentes para a elaboração, revisão e atualização das normas emanadas da União, dos 
Estados e do Distrito Federal. 
 Estas comissões permanentes devem ser formadas pelos entes com poder de fiscalização, e 
obrigatória participação dos consumidores e fornecedores. 
Notificações para prestação de informações – art. 55, parágrafo 4º do CDC. 
Tipos de sanções administrativas – art. 56 do CDC: 
a) Multa; 
b) Apreensão do produto; 
c) Inutilização do produto; 
d) Cassação do registro do produto junto ao órgão competente; 
e) Proibição de fabricação do produto; 
f) Suspensão de fornecimento de produto ou serviço; 
g) Suspensão temporária da atividade; 
h) Revogação de concessão ou permissão de uso; 
i) Cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; 
j) Interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou atividade; 
k) Intervenção administrativa; 
l) Imposição de contrapropaganda. 
Distinção das modalidades de sanções administrativas: 
1) Sanções pecuniárias: multas. 
6 
 
2) Sanções objetivas: apreensão, inutilização, cassação do registro, proibição de fabricação ou 
suspensão do fornecimento de produtos ou serviços. 
3) Sanções subjetivas: suspensão temporária da atividade, cassação de licença do 
estabelecimento, interdição total ou parcial de estabelecimento, interdição administrativa e 
imposição da contrapropaganda. 
As sanções serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição – art. 
55, parágrafo 1º do CDC – poderão aplicar as sanções administrativas do art. 56 do CDC. 
 É possível a cumulatividade das sanções. Exemplo: pena de multa e inutilização de produto 
(vício de qualidade). 
Do procedimento administrativo: 
 Para que haja aplicação das penalidades, a autoridade administrativa deverá instaurar 
procedimento administrativo, garantindo ao fornecedor direito à amola defesa e ao 
contraditório. 
 Da pena de multa: 
Critério art. 57 do CDC: 
1) A gravidade da infração; 
2) A vantagem auferida pelo fornecedor; 
3)A condição econômica do fornecedor. 
Sanções impostas por vício dos produtos e dos serviços: 
a) Apreensão do produto; 
b) Inutilização do produto; 
c) Cassação do registro do produto ou serviço; 
d) Proibição de fabricação do produto; 
e) Suspensão de fornecimento do produto ou serviço; 
f) Revogação de concessão ou permissão de uso. 
Reincidência de infrações – art. 59, parágrafo 3º do CDC. 
Imposição de contrapropaganda: nos casos de publicidade enganosa ou abusiva (art. 36 e art. 
37 do CDC), penalidade contrapropaganda – art. 60 do CDC. 
Infrações de ordem econômica. 
Lei 12.529/2011, no seu art. 36 estabelece infrações de ordem econômica. 
 Infrações Penais: 
Generalidades: O CDC optou por criminalizar onze condutas cometidas pelos fornecedores 
contra os consumidores, quando da irregular inserção de produtos e serviços no mercado de 
consumo. 
Especialização: tipificação de condutas que dizem respeito à defesa do consumidor dentro das 
obrigações fixadas pelo CDC. 
Harmonização: delas com as normas penais já existentes. 
Punição: de comportamentos considerados graves. 
Prevenção: de novos delitos contra as relações de consumo. 
Efetividade: das normas de natureza civil e administrativa do próprio Código, bem como de 
outras normas de proteção, defesa indireta e direta das relações de consumo. 
 Muitas foram as críticas recebidas pelos legisladores em razão da tipificação das condutas 
criminosas cometidas pelo fornecedor, sob o argumento de que o CDC deveria se limitar a impor 
as sanções administrativas e civis, deixando para a legislação extravagante a regulamentação 
penal da matéria. 
Crimes contra as relações de consumo arts. 61 a 75 do CDC. 
Art. 5º do CDC – criação de delegacias de polícia especializadas no consumidor. 
Legislação aplicável: 
Decreto 22.626/33 – crime de usura; 
Lei 1521/51 – crimes contra a economia popular; 
Lei 4591/66 – prevê os crimes relativos às incorporações imobiliárias; 
Lei 7920/86 – crimes contra o sistema financeiro da habitação; 
7 
 
Lei 8.137/90 – delitos contra a ordem econômica. 
Condutas típicas estabelecidas no CDC: 
Omitir diretrizes ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos e 
serviços – art. 63 do CDC. 
Bem jurídico protegido: vida, saúde e segurança. 
Sujeito do delito: ativo: fornecedor, passivo: consumidor. 
Omissão de comunicação e retirada do mercado – art. 64 do CDC 
Execução de serviços altamente perigosos – art. 65 do CDC 
Fraude em oferta – artigos de 66 até 69 do CDC. 
Emprego não autorizado de componentes usados (art. 21 do CDC) crime art. 70 do CDC 
Cobrança vexatória de dívidas (art. 42 do CDC) crime art. 71 do CDC 
Impedimento de acesso às informações cadastrais (art. 43 do CDC) crime art. 72 do CDC. 
Omissão de entrega de termo de garantia (art. 50 do CDC) crime art. 74 do CDC. 
Concurso de pessoas art. 75 do CDC. 
Circunstâncias agravantes art. 76 do CDC. 
Aplicação da pena pecuniária: 
 As penas pecuniárias previstas no CDC serão fixadas em dias multas (art. 60 do CP). A 
individualização da pena o juiz observa. 
Cumulação das penas: 
- Interdição temporária de direitos; 
- Publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência (às expensas do 
condenado); 
- Prestação de serviços à comunidade. 
Para a imposição destas penas, o juiz deverá observar as regras dos artigos 44 ao 47 do Código 
Penal. 
Fiança – art. 79 do CDC 
 O valor da fiança, nas infrações de que trata o código de defesa do consumidor, será fixado 
pelo juiz ou pela autoridade que presidir o inquérito. 
 Boa-fé como princípio: 
 O princípio da boa-fé estampado no art. 4º da lei consumerista tem, então, como função 
viabilizar os ditames constitucionais da ordem econômica, compatibilizando interesses 
aparentemente contraditórios, como a proteção do consumidor e o desenvolvimento 
econômico e tecnológico. Com isso, tem-se que a boa-fé não serve somente para a defesa do 
débil, mas sim como fundamento para orientar a interpretação garantidora da ordem 
econômica, que, como vimos, tem na harmonia dos princípios constitucionais do art. 170 sua 
razão de ser. 
 Mas, não é só isso. Hodiernamente há de se levar em conta o princípio da boa-fé objetiva no 
papel que ele desempenha na construção do próprio sistema jurídico, assim como na aplicação 
efetiva dos demais princípios e normas jurídicas, todo suporte do modelo da sociedade 
capitalista contemporânea. 
 Com efeito, a hermenêutica jurídica tem apontado no transcurso da história os vários 
problemas com os quais se depara o intérprete, não só na análise da norma e seu drama, no que 
diz respeito à eficácia, mas também na do problema da compreensão do comportamento 
humano. Deste, dependendo da ideologia ou da escola à qual pertença o hermeneuta, há 
sempre uma maior ou menor disposição de se buscar uma adequação/inadequação na questão 
da incidência normativa: há os que atribuem o comportamento à incidência direta da norma 
jurídica; os que alegam que a norma jurídica é produzida por conta da pressão que o 
comportamento humano exerce sobre o legislador e logo sobre o sistema jurídico produzido; os 
que dizem que a norma tem caráter educador juntamente com outros sistemas sociais de 
educação; os que atestam que, simplesmente, a norma jurídica é superestrutura de manutenção 
do status quo; os que veem na norma o instrumento de controle político e social; enfim, é 
8 
 
possível detectar tantas variações das implicações existentes entre sistema jurídico e sociedade 
(ou norma jurídica e comportamento humano) quantas escolas puderam ser investigadas. 
 Realmente, são várias as teorias que pretendem dar conta do fenômeno produzido no seio 
social enquanto ação humana ou comportamento humano na sua correlação com as normas em 
geral e jurídica em particular. Pois bem. Acontece que, independentemente da escola, existem 
algumas fórmulas gerais que sempre se repetem como topos, isto é, como fórmulas de procura 
ou operações estruturantes a serem utilizadas pelo intérprete para resolver um problema de 
aplicação/interpretação normativa, no que diz respeito ao caso concreto. Vale dizer, esse 
elemento tópico acaba por ser utilizado pelo intérprete com o intuito de persuadir o receptor 
de sua mensagem, o que deve ser feito, portanto, de tal modo que cause uma impressão 
convincente do destinatário. 
 Ora, a decisão jurídica decorrente do ato interpretativo surge linguisticamente num texto 
(numa obra doutrinária, numa decisão judicial, num parecer e, num certo sentido, na própria 
norma jurídica escrita) como uma argumentação racional, advinda de uma discussão também 
racional, fruto de um sujeito pensante racional, que por sua vez, conseguiu articular proposições 
racionais. O ciclo surge fechado num sistema racional. Acontece que, muitas vezes, fica difícil 
para o interprete resolver o problema de modo racional lançando mão do repertório linguístico 
do sistema normativo escrito. Por vezes, faltam palavras capazes de dar conta dos fatos, dos 
valores, das disputas reais envolvidas, das justaposições de normas, dos conflitos, de interesses, 
das contradições normativas, de suas antinomias e até de seus paradoxos. Nesse momento, 
então, para resolver racionalmente o problema estudado, ele lança mão dessas fórmulas, 
verdadeiros modelos capazes de apresentar um caminho para a solução do problema. Dentre 
as várias alternativas, chamamos atenção aqui para standarts, tais como “fato notório”, “regras 
ordinárias da experiência”, “homem comum”, “pensamento médio”, “razoabilidade”, 
“parcimônia”, “equilíbrio”, “justiça”(no sentido de equilíbrio), “bom senso”, “senso comum” etc. 
É importante notar que essas fórmulas funcionam em sua capacidade de persuasão e 
convencimento, porque, de algum modo, elas muitas vezes, apontam para verdades objetivas, 
traduzidas como fatos concretos verificáveis. O destinatário do discurso racional preenchido 
com essas fórmulas o ataca como verdadeiro, pois sabe, intuitivamente, que eles, em algum 
momento, correspondemà realidade. Ou, em outras palavras, aceita o argumento 
estandartizado, porque reconhece nele, de forma inconsciente – intuitiva -, um foro de 
legitimidade, uma vez que produz na realidade como um fato inexorável. 
 Pois bem. O standart da boa-fé objetiva é um desses topos fundamentais que, inserido no 
contexto linguístico dos operadores do direito, estudiosos da sociedade capitalista 
contemporânea, no Brasil, por ser erigido a princípio da Lei n. 8.078/90, foi adotado pelo Código 
Civil e vem sendo reconhecido como elemento da base do próprio sistema jurídico 
constitucional. 
 Examine-se, pois, o funcionamento da boa-fé objetiva: o intérprete lança mão dela, utilizando-
a como modelo, um standart (um topos) a ser adotado na verificação do caso em si. Isto é, 
qualquer situação jurídica estabelecida para ser validamente legítima, de acordo com o sistema 
jurídico, deve poder ser submetida à verificação da boa-fé objetiva que lhe é subjacente, de 
maneira que todas as partes envolvidas (quer seja credora, devedora, interveniente, ofertante, 
adquirente, estipulante etc.) devem-na respeitar. A boa-fé objetiva é, assim, uma espécie de 
pré-condição abstrata de uma relação ideal (justa), disposta como um tipo ao qual o caso 
concreto deve se amoldar. Ela aponta, pois, para um comportamento fiel, leal, na atuação de 
cada uma das partes contratantes, a fim de garantir o respeito ao direito da outra. Ela é um 
modelo principiológico que visa garantir a ação e/ou conduta sem qualquer abuso ou nenhum 
tipo de obstrução ou, ainda, lesão à outra parte ou partes envolvidas na relação, tudo de modo 
a gerar uma atitude cooperativa que seja capaz de realizar o intento da relação jurídica 
legitimadamente estabelecida. 
 Desse modo, pode-se afirmar que, na eventualidade de lide, sempre que o magistrado 
encontrar alguma dificuldade para analisar o caso concreto na verificação de algum tipo de 
9 
 
abuso, deve levar em consideração essa condição ideal apriorística, pela qual as partes 
deveriam, desde logo, ter pautado suas ações e condutas, de forma adequada e justa. Ele deve, 
então, num esforço de construção, buscar identificar qual modelo previsto para aquele caso 
concreto, qual seria o tipo ideal esperado para aquele caso concreto pudesse estar adequado, 
pudesse fazer justiça às partes e, a partir desse standart, verificar se o caso concreto nele se 
enquadra, para daí extrair as consequências jurídicas exigidas. 
 O Recall: 
 O artigo 10, parágrafo 1º do CDC cuida do chamado recall. Muito praticado nos países de 
primeiro mundo, o recall começa a funcionar no Brasil após o CDC. 
 Por meio desse instrumento, a norma protecionista pretende que o fornecedor impeça ou 
procure impedir, ainda que tardiamente, que o consumidor sofra algum dano ou perda em 
função de vício que o produto ou o serviço apresente após sua comercialização. 
 Essa regra legal tem um alvo evidente. Trata-se das produções em série. Na fabricação de um 
automóvel, por exemplo, o fabricante nota que há um vício capaz de comprometer a segurança 
do veículo. Desta forma faz o chamamento aos consumidores, para efetuar a troca da peça com 
vício. 
Recall – chamar de volta. 
Modos de efetuar o recall – art. 10, parágrafo 2º do CDC: “Os anúncios publicitários a que se 
refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do 
fornecedor do produto ou serviço.” 
E se o consumidor não for encontrado? 
R: O fornecedor continua responsável, responsabilidade objetiva. 
E se o consumidor receber o chamado e negligenciar? 
R: A culpa será concorrente. 
 Da publicidade: 
 A publicidade é o principal meio pelo qual os fornecedores seduzem os consumidores e 
alcançam o lucro esperado, com a venda de produtos e serviços colocados no mercado de 
consumo. 
 O legislador regulamentou a publicidade para evitar abusos. 
Princípios aplicáveis à publicidade no CDC: 
a) Princípio da vinculação e da veracidade: art. 37 do CDC – publicidade enganosa e abusiva. 
O artigo 37 do CDC proíbe qualquer tipo de publicidade enganosa ou abusiva, o que reforça 
o princípio da veracidade expresso no art. 31 do mesmo diploma legal. 
 Assim, o fornecedor deve fazer publicidade com informações corretas, claras, precisas e 
ostensivas sobre o produto ou serviço anunciado, abstendo-se de utilizar da publicidade 
enganosa e abusiva. 
b) Princípio da identificação da publicidade: Determina o art. 36 do CDC que a publicidade 
deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como 
tal. 
c) Princípio da inversão do ônus da prova: O art. 38 do CDC – o ônus da prova da veracidade 
da informação ou comunicação publicitária cabe a quem a patrocina. 
Publicidade enganosa por comissão: Ocorre por uma afirmação do anunciante inteira ou 
parcialmente falsa, sobre produto ou serviço. 
Publicidade enganosa por omissão: O parágrafo 3º do art. 37 – quando o anunciante deixar de 
informar sobre dado essencial do produto ou do serviço. 
Publicidade abusiva: Proibido incitar a violência, discriminação, a exploração do medo, que 
corrompe a integridade infantil, valores ambientais, ou que ameaça a saúde e a segurança (art. 
37 CDC). 
 O elenco das cláusulas abusivas é exemplificativo e não taxativo. O juiz pode no caso concreto 
identificar outras hipóteses de propaganda abusiva. 
 
 
10 
 
Contrapropaganda: 
 É penalidade administrativa estabelecida pelo art. 56, XII do CDC, sempre que o anunciante 
infringir os preceitos dos artigos 36 e 37 do CDC. 
 A contrapropaganda tem como objetivo desfazer os efeitos perniciosos causados por 
publicidade abusiva ou enganosa. 
Regulamentação publicitária: 
 O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) é órgão de iniciativa 
privada, composto por empresas publicitárias, com o objetivo de autorregulamentar o trabalho 
publicitário. 
Publicidade de bens e serviços por telefone: 
 A Lei nº 11.800/08 alterou o art. 33 do CDC, incluindo o parágrafo único ao referido artigo e 
proíbe, expressamente, “a publicidade de bens e serviços quando a chamada for onerosa ao 
consumidor que a origina”. 
 Assim, os fornecedores somente poderão fazer publicidade de seus produtos quando a ligação 
for gratuita para o consumidor. 
Da publicidade de bebidas alcoólicas: 
 Além das regras estabelecidas pelo CDC, a publicidade de bebidas alcoólicas está devidamente 
regulamentada pela Lei nº 9.249/96, dando fiel cumprimento ao parágrafo 4º do art. 220 da 
Constituição Federal, que determina: “A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, 
agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita às restrições legais nos termos do inciso II, 
do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário advertência sobre os malefícios 
decorrentes de seu uso.” 
 Publicidade de bebidas alcoólicas nas emissoras de rádio e televisão somente poderá ocorrer 
entre 21 horas e as 6 horas; 
 A publicidade não poderá associar o produto ao esporte olímpico ou de competição, ao 
desempenho saudável de qualquer atividade, à condução de veículos e a imagem ou ideias de 
maior êxito ou sexualidade das pessoas; 
 Os rótulos das embalagens de bebidas alcoólicas conterão advertência nos seguintes termos: 
“Evite o consumo excessivo de álcool; 
 É vedada a utilização de trajes esportivos, relativamente a esportes olímpicos, para veicular a 
propaganda dos produtos. 
Da publicidade de produtos fumígeros: Lei nº 9.295/96 dentre as principais proibições 
estabelecidas pela lei, temos: 
- A propaganda comercial dos produtos fumígeros só poderá ser efetuada através de pôsteres, 
painéis e cartazes, na parte interna dos locais de venda; 
- A propaganda não deve induzir as pessoas ao consumo; 
- A propaganda não pode associar ideias ou imagens de maior êxito na sexualidade das pessoas; 
- Não associar o uso do produto à prática de atividades esportivas, olímpicas; 
- Não incluir a participação de crianças e adolescentes. 
Cobrança de dívidasO art. 42 do CDC “na cobrança de débitos o consumidor inadimplente não poderá ser exposto 
ao ridículo ou a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça”. 
 Tais práticas constrangedoras, gera o dever de o fornecedor indenizar por danos morais o 
consumidor. 
Informações sobre o fornecedor: Lei nº 12.039/09 – determina que os documentos de cobrança 
de débitos apresentados ao consumidor devem constar: 
- Nome do fornecedor credor; 
- Endereço do fornecedor; 
- CPF ou CNPJ do fornecedor. 
Repetição do indébito: 
 O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor 
igual ao dobro do que pagou. 
11 
 
Art.42 do CDC – crime correspondente art. 71 do CDC. 
Banco de dados e cadastro de consumidores: 
Art. 43 do CDC – (art. 6º, III – direito à informação). 
 Esse artigo trata do direito do consumidor de acesso às informações existentes em cadastros, 
fichas, registros de dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como suas 
respectivas fontes. 
 É também garantido pelo mesmo dispositivo que os cadastros de consumidores devem ser 
objetivos, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações 
negativas por mais de cinco anos. 
 O direito de solicitar informações pode ser exercido através do habeas data, nos termos da 
Lei nº 9.507/97. 
Inscrição indevida: 
 Indenização por danos morais se houver inscrição indevida do consumidor no cadastro de 
inadimplentes. Art.6º, VI do CDC. 
Prazo para a correção das informações: Art. 43, parágrafo 3 do CDC – cinco dias úteis. 
Prazo de manutenção das informações negativas: 
Artigo 43, parágrafo 1 do CDC (cinco anos). 
Artigo 43, parágrafo 5 do CDC - determina que os sistemas de proteção ao crédito não devem 
manter ou disponibilizar dados sobre os débitos prescritos. 
O cadastro positivo: 
 A Lei n. 12.414/11 disciplina a formação e consulta do banco de dados com informações sobre 
o adimplemento das obrigações de pessoas físicas e jurídicas com o objetivo de formar um 
histórico de crédito. 
 Se utilizado de forma adequada o cadastro positivo poderá ser bastante útil para fornecedores 
e consumidores. Revela o bom pagador. 
 Cláusulas contratuais abusivas 
O artigo 51 do CDC – elenca as cláusulas contratuais que são nulas de pleno direito. 
 O CDC reconhece apenas as nulidades absolutas de pleno direito, fundadas no art. 1 do CDC, 
que estabelece que as normas que regulam as relações de consumo são de ordem pública e 
interesse social. 
 O consumidor não está obrigado a cumprir qualquer obrigação que lhe imponha mediante 
cláusula abusiva. 
Nulidade absoluta: o caput do artigo 51 do CDC dispõe serem nulas de pleno direito as cláusulas 
abusivas. 
 Não há que se falar em cláusula abusiva que se possa validar: ela sempre nasce nula. 
Imprescritibilidade: 
 Não há, na Lei 8.078/90 nenhum prazo para o exercício do direito de pleitear em juízo a 
declaração de nulidade da cláusula abusiva. 
 O princípio é o de que a nulidade da cláusula abusiva é absoluta, de acordo com as disposições 
do CDC, cuja matéria é de ordem pública e interesse social (artigo 1 do CDC). E, quer se considere 
a decisão judicial que reconheça a nulidade como “meramente declaratória”, quer como 
“desconstitutiva”, a ação é imprescritível. 
Cláusula de não indenizar: 
Artigo 51, I do CDC – São, portanto, nulas as disposições que retiram do consumidor o direito 
inequívoco de ser indenizado pelos prejuízos advindos de relação de consumo. Exemplo: Placas 
em estacionamentos: informando que o fornecedor não se responsabiliza por furto, roubo ou 
danos causados aos veículos. (Ainda que não haja pagamento pelo estacionamento). 
Renúncia ou disposição de direitos: 
 Proíbe o artigo 51, I do CDC, é a de renúncia ou disposições de direitos pelo consumidor em 
cláusula contratual. Assim, não pode o fornecedor, por exemplo, inserir cláusula contratual. 
 
 
12 
 
Limitação da indenização: 
 Da mesma forma a exoneração da responsabilidade do fornecedor, é invalida também a 
cláusula que limita o valor da indenização a ser paga ao consumidor. 
Reembolso de quantia paga: 
 O CDC proíbe a inserção de cláusula contratual, que subtraia do consumidor, a opção de 
reembolso da quantia já paga advinda de obrigação assumida com o fornecedor. Art. 51, II do 
CDC. 
Situações: artigos 18 ao 20 do CDC (vício de qualidade ou quantidade); artigo 35 do CDC recusa 
de cumprimento da oferta; artigo 49 do CDC desistência do consumidor em compras feitas fora 
do estabelecimento comercial. 
Transferência de responsabilidade a terceiros: Artigo 51, III do CDC. 
 São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais, que permitem aos fornecedores de 
produtos ou serviços, a transferência de responsabilidade a terceiros, visando a exoneração de 
sua responsabilidade. 
Desvantagem exagerada para o consumidor e cláusula incompatível com a boa-fé e a 
equidade: 
 Prevê o artigo 51, IV do CDC, que são nulas as cláusulas contratuais que estabeleçam 
obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem 
exagerada, ou sejam, incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. 
Inversão do ônus da prova: 
 Vimos que o artigo 6, VIII do CDC, garante como direito básico do consumidor, a facilitação da 
defesa de seus direitos em juízo, inclusive prevendo a possibilidade de inversão do ônus da prova 
a seu favor, quando preenchido os requisitos de verossimilhança das alegações, ou quando for 
o consumidor hipossuficiente. 
 O artigo 51, VI do CDC, determina a nulidade da cláusula contratual que prevê a inversão do 
ônus da prova em desfavor do consumidor. 
Arbitragem compulsória: 
 Pelo compromisso arbitral, as pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem 
para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis, furtando-se, assim de recorrer 
diretamente ao poder judiciário para a solução da controvérsia. A decisão proferida pelo árbitro 
não fica sujeita a recurso ou homologação do poder judiciário. 
 O compromisso arbitral é regido pela Lei n. 9.307/96 e não afasta a possibilidade de sua 
aplicação nas relações de consumo. No entanto, cuidou a lei consumerista, no art. 51, VII do 
CDC, de decretar a nulidade de cláusula contratual que imponha ao consumidor a utilização 
compulsória de arbitragem. 
 O referido dispositivo tem nítido caráter protetivo em relação ao consumidor, 
presumivelmente a parte mais fraca da relação jurídica, evitando-se com isso, que o fornecedor 
de bens e serviços possa impor solução arbitral nos contratos e geral. Assim, surgida a 
controvérsia, pode o consumidor, em conjunto com o fornecedor, estabelecer a solução arbitral 
consensualmente, sendo plenamente válida na forma da Lei n. 9.307/96. 
Imposição de representante: 
 O artigo 51, VIII do CDC, proíbe expressamente a utilização de cláusula contratual que 
imponha representante para concluir ou realizar outro negócio pelo consumidor. Trata-se da 
denominada “cláusula mandato”. 
Vantagem exagerada: 
 No parágrafo primeiro do artigo 51 do CDC determinou alguns critérios para a constatação de 
quando a vantagem contratual em favor do fornecedor deve ser tida como exagerada, o que 
ocorre quando: 
 Ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; 
 Restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo 
a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; 
 Se mostra excessivamente onerosa para o consumidor. 
13 
 
Efeitos da nulidade de cláusula abusiva: 
 A preservação do contrato é importante para a segurança dos negócios jurídicos e 
economicamente tanto para o consumidor como para o fornecedor. Dessa forma, o 
reconhecimento de cláusula abusiva não deve ser suficiente para invalidar todo o contrato, salvo 
em restritos casos. O parágrafo 2 do artigo 51 do CDC contempla o princípio da conservação do 
contrato, nos termos: “A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalidao contrato, 
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração decorrer ônus excessivo a 
qualquer das partes”. 
 
DIREITO AMBIENTAL: 
 Evolução Histórica: 
- Acidentes ambientais. 
- Obra marco do Direito Ambiental: “Primavera Silenciosa” (Rachel Carson - 1962). 
- Clube de Roma (Os limites do Crescimento) 1972 – 4 questões: 
 1) Controle do crescimento populacional. 
 2) Controle do crescimento industrial. 
 3) Insuficiência da produção de alimentos. 
 4) Esgotamento dos recursos naturais. 
 Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81): 
Definição legal de meio ambiente (art. 3º, I) – “meio ambiente, o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em todas as suas formas”. 
Tipos de meio ambiente: 
1) Meio ambiente natural (art. 225, CF) – é composto pela atmosfera, águas (subterrâneas e 
superficiais, mar territorial), solo e subsolo, fauna e flora e o patrimônio genético. 
2) Meio ambiente artificial: 
- Espaço urbano fechado – conjunto de edificações. 
- Espaço urbano aberto – equipamentos públicos. 
- Arts. 182 e 225 da CF. 
3) Meio ambiente cultural – o patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico e 
turístico. 
4) Meio ambiente do trabalho – local no qual as pessoas desenvolvem as suas atividades 
laborais, remuneradas ou não remuneradas. 
Princípios ambientais: 
- Princípios legais (art. 2º, I a X da Lei. 6.938/81). 
- Princípios doutrinários: 
a) Princípio do Direito Humano. 
b) Princípio do desenvolvimento sustentável. 
c) Princípio democrático. 
d) Princípio da prevenção (precaução ou cautela). 
e) Princípio do limite. 
f) Princípio do poluidor-pagador. 
g) Princípio da cooperação. 
h) Princípio transgeracional. 
Política dos 4 “erres” (R’s): 
- Reutilizar. 
- Reciclar. 
- Resistir. 
- Reduzir. 
14 
 
Consumo sustentável – o consumo responsável e consciente. 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA): 
- Lei n. 6.9388/81. 
- Órgão – CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). 
- Objetivos: harmonização do meio ambiente – desenvolvimento socioeconômico 
(desenvolvimento sustentável). 
- Instrumentos (art. 4º, Lei 6.938/81): 
 I) Padrões de qualidade ambiental (normas do CONAMA). 
 II) Zoneamento ambiental. 
 III) Avaliação de impacto ambiental. 
 IV) Licenciamento ambiental. 
- Zoneamento ambiental – é um instrumento da Lei 6.938/81. 
- Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). 
- Estudo de Impacto Ambiental (EIA). 
- Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 
- Licença Ambiental – é um ato administrativo de controle preventivo, tendo em vista a proteção 
ambiental. 
 Tipos de licença: 
 1) Licença prévia (LP) – antecede o início da implantação do projeto. Resolução 237/97 do 
CONAMA (prazo – não mais de 5 anos). 
 2) Licença de instalação (LI) – autoriza o início da implantação do empreendimento. Resolução 
237/97 do CONAMA (prazo – 6 anos). 
 3) Licença de operação (LO) – autoriza o início da atividade licenciada e o funcionamento de 
seus equipamentos. Resolução 237/97 do CONAMA (prazo – 10 anos). 
Tutela Constitucional do Meio Ambiente: 
- Art. 225, CF. 
- Princípio Transgeracional. 
- Norma matriz (traz direito e dever). 
- É um direito e um dever social. 
Educação Ambiental: 
- Lei n. 9.795/99. 
- Política Nacional da Educação Ambiental. 
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD): 
- Art. 225, § 2º da CF – obriga aqueles que exploram recursos minerais a recuperar a área. 
- PRAD é reparatório, não preventivo. 
Poluição – é a degradação da atividade ambiental (art. 3º da Lei n. 6.938/81). 
Poluidor – pessoa física ou jurídica causadora de degradação ambiental. 
Tipos de poluição: 
1) Atmosférica. 
2) Hídrica. 
3) De solo. 
4) Sonora. 
5) Visual (paisagem urbana). 
6) Humana. 
 Tutela Civil do Meio Ambiente: 
Responsabilidade civil e dano ambiental: 
- Teoria objetiva – responsabilidade objetiva (art. 14, § 1°, Lei 6.938/81). 
- Teoria do risco integral 
Responsabilidade do Estado – art. 3º, IV, Lei. 6.938/81. 
Não excluem a responsabilidade: 
- Força maior (fato decorrente da natureza). 
- Caso fortuito (obra do acaso). 
15 
 
- Fato de terceiro. 
São objetivos do Direito Ambiental: 
- A prevenção do dano; 
- sua reparação; 
- obtenção de indenização. 
 Lei de Resíduos Sólidos: 
Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei. n. 12.305/2010. 
- Decreto 7.404/2010. 
- Leis correlatas: 
 Lei 6.938/81. 
 Lei 9.795/99 (educação ambiental). 
 Lei 11.445/2007 – Política Federal de Saneamento Básico. 
Resíduos sólidos – todo material ou bem descartado, resultante de atividade humana em 
sociedade. 
Rejeitos – (lixo) quando não se pode aproveitar. 
Princípios: 
a) Prevenção. 
b) Cooperação. 
c) Responsabilidade compartilhada. 
 Responsabilidade pelos danos causados ao meio ambiente: 
Art. 225, § 3º da CF – tríplice responsabilidade do poluidor. 
Sanções – penal, administrativa e civil (cumulatividade das sanções). 
Responsabilidade civil – art. 225, § 3º da CF (tipo objetivo). 
 Art. 14, § 1º da Lei 6.938/81. 
 Responsabilidade civil pelos danos ambientais é solidária. 
Responsabilidade administrativa – art. 225, § 3º, CF. 
 Lei 9.605/98 – multas. 
 Valores arrecadados – vão para o Fundo Nacional do Meio Ambiente. 
Responsabilidade penal: 
 Lei 9.605/98 – crimes ambientais em conformidade com o art. 225, § 3º, CF. 
 Possibilidade de penalização de pessoa jurídica. 
 Pessoa Jurídica responde penalmente por danos ambientais se estiverem presentes as 
seguintes circunstâncias (art. 3º da Lei 9.605/98): 
 I) o dano ambiental; 
 II) que a prática do delito decorra de decisão de seu representante legal; 
 III) que ela implique interesse ou benefício da entidade. 
 A pessoa jurídica pode sofrer as seguintes penas (art. 21 da Lei 9.605/98): multa, restrição de 
direitos e prestação de serviços à comunidade). 
 A pessoa física pode sofrer penas privativas de liberdade, restritiva de direitos e de multa. 
 A pena pode ser atenuada: 
 - se o sujeito ativo tiver baixo grau de instrução ou escolaridade. 
 - se o sujeito ativo se arrepender e reparar o dano. 
 - se o agente comunicar previamente o perigo iminente de degradação ambiental. 
 - se o agente colaborar com os encarregados da vigilância e do controle ambiental. 
 Patrimônio genético: 
Conceito de patrimônio genético – é o conjunto de seres vivos que habitam o planeta Terra 
(seres humanos, animais, vegetais e os micro-organismos). 
 A variedade de organismos vivos (biodiversidade) permite a vida na Terra. 
Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005). 
O.G.M. – Organismos Geneticamente Modificados (transgênicos). 
Projeto Genoma – cataloga todos os genes humanos (descoberta de doenças). 
16 
 
CF – Art. 225, §1º, II, IV e V. 
Biopirataria – transferência da riqueza de um país sem o pagamento das patentes. 
Clonagem – art. 6º, IV, da Lei 11.105/2005. É permitida a clonagem animal/vegetal para a 
melhoria. 
 Alimentos transgênicos – informação – Lei 8.078/90 (CDC). 
Fauna e aspecto de defesa: 
- Natureza jurídica da fauna – bem ambiental (difuso). 
- CF, art. 225, § 1º - proteção da fauna. 
- Lei 5.197/67 – Lei de Proteção à Fauna. 
- Classificação da fauna quanto ao habitat: 
a) silvestre. 
b) doméstica. 
- Finalidade da fauna: 
a) ecológica – art. 225, § 1º, VII, CF. 
b) científica – animais utilizados para fins de experimentos (Lei 5.197/67, art. 14). 
c) recreativa – zoológico/circo. 
d) cultural – art. 225, § 1º, VII (ex.: farra do boi, rodeios, etc.) – Lei 10.511/2002. 
- Conflito – meio ambiente natural e cultural. 
- Criação e utilização de animais em atividade de ensino e pesquisa científica (Lei 11.744/2008). 
- Morte de animais deve ser por meios humanitários. 
 Competência em matéria ambiental: 
Noções propedêuticas: A partir da Constituição Federal de 1988 a estrutura política em matéria 
ambiental passou a ter seus fundamentos fixados em dois dispositivos constitucionais, 
apontados pelo artigo 1 da Lei 6.938/81 (Política nacionaldo meio ambiente). 
Artigos 23, VI e VII e 225 da CF/88. 
 Competência material cumulativa e de predominância do bem difuso em face dos bens 
públicos ou privados, estabelecendo os parâmetros para a tutela do direito ambiental no Brasil. 
Competências Constitucionais em matéria ambiental: 
Critério de repartição de competências, predominância do interesse: 
 Na repartição de competências legislativas aplica-se o princípio da predominância dos 
interesses, de modo que à União caberão as matérias de interesse Nacional. 
 Aos Estados de interesse regional. 
 Aos municípios competência legislativa de interesse local. 
 Em Direito ambiental algumas questões poderão existir interesse local, regional e nacional. 
Exemplo: Amazônia, Polígono das secas. 
 Atento a esse fato o legislador constituinte adotou o sistema alemão de repartição de 
competências, criando as exclusivas, as privativas e as concorrentes. 
Classificação das competências: 
MATERIAL / LEGISLATIVA 
Material: Exclusiva – art. 21 da CF/88 (reservada a uma entidade com exclusão das demais) 
 Comum: a todos entes federados. Art. 23 da CF/88. 
Legislativa: Exclusiva: art. 25, parágrafo 1 e parágrafo 2 da CF/88. 
 Privativa: art.22, parágrafo único da CF/88. 
 Concorrente – art. 24 da CF/88. 
Competência legislativa: 
Art. 24, V, VI e VII da CF/88. 
 Competência legislativa concorrente, estando limitada a União estabelecer normas gerais (art. 
24, parágrafo 1 da CF/88). Aos Estados e ao DF caberá a suplementação dessas normas gerais. 
Municípios, competência legislativa suplementar art. 30, II da CF/88. 
 A União caberá a fixação de pisos mínimos de proteção ao meio ambiente. 
 
 
17 
 
Competência material: 
 Competência material comum, proteção ambiental adstrita a normas que conferem deveres 
aos entes da Federação – art. 23, VI e VII da CF/88. 
 O município e sua importância fundamental na tutela da sadia qualidade de vida: Artigos 1 e 
18 da CF/88 e art. 29 da CF/88. 
 É no município que vivemos. 
Classificação das competências: 
1) Competência material: 
Exclusiva (art. 21 da CF/88) – atribuída a uma entidade com exclusão das demais. 
Comum cumulativa ou paralela (art.23 da CF/88) – Consiste num campo de atuação comum às 
várias entidades, sem que o exercício de uma venha a excluir a competência de outra, por ser 
exercida cumulativamente. 
2) Competência legislativa: 
Exclusiva (art. 25, parágrafo 1 e 2 da CF/88) atribuída a uma entidade com exclusão das demais. 
Privativa (art. 22 da CF/88); 
Concorrente (art. 24 da CF/88); 
Suplementar (art. 24, parágrafo 2 da CF/88). 
 Direito Internacional Ambiental: 
 O surgimento do direito ambiental está relacionado com o caráter ubíquo do bem ambiental. 
Ubiquidade – os recursos ambientais são onipresentes pela sua própria natureza, dada a 
interdependência dos processos ecológicos, que ultrapassam qualquer barreira, física ou política 
estabelecida pelo homem. 
 É célebre a frase: ”a poluição que se faz aqui é sentida lá do outro lado do mundo”. 
 A poluição é transfonteiriça. 
 Surge o Direito Internacional Ambiental. 
 Cooperação internacional. 
 É grande a diversidade entre as leis ambientais dos diversos países, como reflexo das 
diferenças econômicas e culturais. 
 É neste cenário que ganha importância a cooperação entre os povos, criação de uma 
legislação ambiental internacional – direito internacional ambiental com princípios e 
mecanismos autônomos. 
Principais documentos internacionais do Direito ambiental: 
1972 – Conferência de Estocolmo (antes dessa conferência alguns encontros internacionais): 
1902 – Convenção de Paris – voltada à proteção de aves úteis à agricultura; 
1933 – Convenção de Londres – conservação da fauna e da flora na África – criação de parques 
para a proteção das espécies selvagens; 
1940 – Convenção de Washington – conservação e criação (fauna/flora) de parques nas 
Américas; 
1946 – Convenção Internacional para a regulamentação da atividade baleeira; 
1954 – Convenção de Londres – poluição marinha; 
1960 – Convenção de Paris – responsabilidade civil em matéria da poluição nuclear; 
 Foi, no entanto, apenas na década de 1960, que começou a se formar uma consciência social 
e política acerca dos problemas ambientais. 
Problemas: 
- Aumento populacional; 
- Crescimento urbano; 
- Sedimentação do capitalismo e da produção em massa; 
- Explosão do consumo; 
- Industrialização do pós-guerra. 
 A ONU convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente Humano – em 
Estocolmo. 
 Antecederam essa conferência reuniões preparatórias: 
18 
 
Criou-se o Clube de Roma – Limites do crescimento na década de 70. 
Founeaux – na Suíça – debates sobre tensão entre desenvolvimento e meio ambiente (tema 
subdesenvolvimento). 
Ideias – ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável. 
 Em decorrência da Declaração de Estocolmo foi criado pela ONU – o programa das nações 
unidas para o meio ambiente (PNUMA), sediado em Nairóbi, capital do Quênia. Foi criado ainda 
o fundo voluntário para o meio ambiente, a ser gerido pelo PNUMA – tento por finalidade 
fomentar e implementar programas e atividades de proteção ao meio ambiente. 
1982 – Conferência de Nairóbi (10 anos – avaliar os resultados de Estocolmo); 
1992 – Rio 92 – conhecida como Cúpula da Terra – políticas ao desenvolvimento sustentável 
como a agenda 21; 
Declaração do Rio; 
Declaração de princípios sobre floresta; 
Convenção sobre diversidade biológica; 
Convenção sobre mudanças climáticas. 
Posteriormente um evento conhecido como Rio+5 – em 1997 na cidade de Nova York – 19 
sessão especial da assembleia geral das nações unidas (para avaliar a implementação da agenda 
21). 
 A proteção do clima no Direito Internacional ambiental: 
 Um dos maiores destaques do direito internacional ambiental são os documentos 
internacionais firmados em torno da proteção do clima. 
 A poluição do clima se dá pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás) levam à 
atmosfera uma enorme quantidade de carbono CO2 (gás carbônico). 
Para amenizar essa poluição: 
- Evitar a emissão de gases de efeito estufa; 
- Retirar o excesso de gases de efeito estufa existentes na atmosfera. 
- Tratado internacional: 
- 1992 – Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (o Brasil assinou 
essa convenção). 
- Protocolo de Kyoto – 1997. 
- Para alcançar o objetivo do protocolo de Kyoto substituição das matrizes energéticas por fontes 
limpas. 
- Implementar o reflorestamento. 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069, de 13-07-1990. 
 Doutrinas sobre o tratamento jurídico da criança: (são três doutrinas) 
1 – Doutrina do Direito Penal da Criança: Países que adotam a legislação penal, vislumbram a 
criança como sujeito ativo de delitos. 
2 – Doutrina da situação irregular: Apenas vislumbra destacadamente a criança em situação 
irregular. 
 3 – Doutrina da proteção integral: Vislumbra a criança e o adolescente como um sujeito 
especial de direitos fundamentais típicos e especiais. Destina-se a qualquer criança, por isso se 
chama proteção integral. (Essa teoria é a adotada pelo Brasil). 
- Características da Doutrina da Proteção Integral: 
 I – Se reconhece a condição peculiar da criança e do adolescente; 
 II – Proteção dos direitos fundamentais específicos; 
 III – Proteção universalizada. 
 Fontes Formais: 
1 – Plano de direito interno: 
a) CF/88 arts. 227 e 228; 
19 
 
b) ECA Lei nº 8.069/90. 
c) LDB Lei de diretrizes e bases da educação. 
d) CLT. 
2 – Plano de direito internacional: 
a) Carta dos direitos da criança (1959) 1º documento firmado pelo Brasil que trazia a teoria da 
proteção integral – ONU. 
b) Convenção internacional de direitos da criança (1989) – ONU. 
 Princípios: 
1º - Princípio da universalização: Impõe a instituição de direitos fundamentais em favor de toda 
e qualquer criança, independentemente de suacondição ou situação, é uma ordem jurídica para 
toda e qualquer criança. 
2º - Princípio da prioridade absoluta: Nos confrontos entre interesses coletivos ou individuais 
da criança e do adolescente frente a outros, deverá prevalecer o interesse da criança e do 
adolescente. Art.227 da CF – Prioridade. 
3º - Princípio da participação: O sistema de proteção a criança ou ao adolescente, contemplam 
a participação da sociedade. Art. 88 do ECA e art. 204 da CF. 
4º - Princípio da descentralização: Todo sistema de proteção deve estar fincado em políticas 
locais e municipais. Art. 88 do ECA. 
 Doutrina da proteção integral (art.1º do ECA): 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente não é voltado apenas ao menor carente ou em situação 
de risco, ele visa a proteção do menor em qualquer situação em que ele se encontre. 
Proteção Integral: é aquela que abrange todas as necessidades do ser humano para o pleno 
desenvolvimento de sua personalidade. 
 Conceito legal de criança e adolescente (art. 2º do ECA): 
CRIANÇA: pessoa com menos de 12 anos de idade. Não tem qualquer capacidade de 
discernimento. 
ADOLESCENTE: pessoa entre 12 e 18 anos de idade incompletos. Possui algum discernimento. 
Ambos estão dentro da proteção do Estatuto. 
 A diferença etária se dá pelo critério biológico, sendo uma presunção absoluta, não 
importando a condição particular desta ou daquela criança ou adolescente. 
 Os maiores de 18 anos, em regra estão fora do âmbito de proteção do ECA, ficando sujeitos a 
legislação civil e penal. 
 Excepcionalmente, as pessoas com mais de 18 anos poderão estar sob a proteção do ECA. 
 - EXEMPLOS: 
1º - art 104, parágrafo único estabelece que as medidas socioeducativas poderão ser aplicadas 
aos maiores de 18 anos. 
2º - art 121, parágrafo 3º, determina a internação, cujo período máximo é de três anos e pode 
começar quando o menor completar 18 anos. 
3º - art. 40, estabelece como requisito para a adoção pelo ECA, ser o adotado menor de 18 anos, 
salvo se já estiver sob guarda ou tutela dos adotantes. 
 Garantia da prioridade (art. 4º do ECA): 
 O ECA dispõe a prioridade na efetivação dos direitos da criança e do adolescente. 
São responsáveis pelos direitos da criança e do adolescente: 
- A família; 
- A comunidade; 
- A sociedade em geral; 
- O Poder Público. 
 Todos podem ser judicialmente cobrados, dependendo do caso concreto. 
A garantia da prioridade consiste em: 
1º receber socorro em quaisquer circunstâncias; 
2º ter atendimento preferencial nos serviços públicos; 
20 
 
3º prioridade na formulação de execução de políticas sociais públicas. 
 Interpretação e aplicação da Lei (art.5º e 6º do ECA): 
 Devemos levar em conta a condição peculiar da criança e do adolescente para atingirmos o 
objetivo de dar-lhes a proteção integral. 
 Direitos fundamentais: 
I) Direito à vida e à saúde: 
- Concepção: art. 7º do ECA; 
- Gestante: art.8º do ECA; 
- Aleitamento: art. 9º do ECA; 
- Os hospitais devem fornecer registro do recém-nascido, alojamento conjunto, e fazer exames 
diagnósticos: art.10 do ECA; 
- Permanência integral para um dos pais ou responsáveis, em caso de internação: art. 12 do ECA; 
- Atendimento médico e odontológico, pelo SUS, arts. 11 e 14 do ECA; 
- Comunicação de maus tratos ao Conselho Tutelar: art. 13 do ECA. 
II) Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade (arts 15, 16, 17 e 18 do ECA): 
- A criança e o adolescente têm direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos. 
- Direitos de personalidade: 
- Opinião e expressão; 
- Crença e culto religioso; 
- Brincar, praticar esportes e divertir-se; 
- Participar da vida familiar e comunitária; 
- Preservação da imagem, da identidade, dos valores, etc. 
III) Direito à convivência familiar e comunitária (arts 19 a 52 do ECA): 
- Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de uma família, seja 
ela natural ou substitutiva. 
- Os deveres inerentes ao pátrio poder são o sustento, a guarda, a educação e fazer cumprir as 
decisões judiciais (art.22 do ECA). 
IV) Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer ( arts. 53 a 59 do ECA). 
1º São direitos da criança e do adolescente: 
- acesso à escola próxima a sua residência; 
- igualdade de condição e tratamento; 
2º É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: 
- ensino fundamental obrigatório e gratuito; 
- atendimento em creche e pré-escola; 
- atendimento especializado aos portadores de deficiência; 
- oferta de curso noturno regular; 
- lazer e cultura; 
3º Os pais ou responsáveis têm obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino. 
4º Os dirigentes de estabelecimento de ensino deverão comunicar ao Conselho Tutelar a 
ocorrência de: 
- maus-tratos envolvendo seus alunos; 
- evasão escolar. 
V) Direito à profissionalização e à proteção no trabalho (arts. 61 a 69 do ECA) 
 A Emenda Constitucional nº 20 mudou a redação do art. 60. 
- O menor de 14 anos de idade não poderá realizar nenhum tipo de trabalho, nem com aprendiz. 
- Entre 14 e 16 nos de idade o adolescente poderá ser aprendiz. 
- O aprendiz não poderá (art.67 do ECA): 
a) trabalhar durante a noite, entre ás 22 e 5 horas; 
b) local insalubre e penoso; 
c) local impróprio para sua formação; 
d) trabalhar em locais ou horários que não permitam sua frequência em escola. 
21 
 
 Poder familiar: 
Conceito: conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor e não 
emancipado, exercido em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam 
desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a 
proteção do filho. 
Finalidade: proteger o ser humano que, desde a infância, precisa de alguém que o crie, eduque, 
ampare, defenda, guarde e cuide de seus interesses, regendo sua pessoa e bens. 
Características: 
a) múnus público 
b) irrenunciável; 
c) inalienável; 
d) imprescritível; 
e) incompatível com a tutela; 
f) relação de autoridade. 
Perda e suspensão do poder familiar (arts. 23 e 24 do ECA): 
 Causas de perda e suspensão poder familiar estão estabelecidas no ECA e no Código Civil. 
 Para o ECA, a suspensão e a destituição ocorrerão com o descumprimento dos deveres do 
art.22 do mesmo. 
 Os casos previstos na legislação civil estão previstos nos artigos 1635 a 1638 do novo Código 
Civil. 
 Suspensão poder familiar: 
Conceito: sanção que visa a preservar os interesses do filho, privando o genitor ou genitora, 
temporariamente, do exercício do pátrio poder dever ou poder familiar, por prejudicar um dos 
filhos ou alguns deles; poderá retornar ao exercício do poder paternal dentro de dois anos, uma 
vez desaparecida a causa que originou tal suspensão. 
Causas determinantes da suspensão: 
- abuso do poder por pai ou mãe; 
- não cumprimento dos deveres pelos pais; 
- quando os pais arruinarem os bens dos filhos; 
- condenação dos pais, por sentença irrecorrível, em crime cuja pena exceda a dois anos de 
prisão; 
- maus exemplos, crueldade, exploração. 
 Destituição ou perda do poder familiar: 
Conceito: é uma sanção mais grave do que a destituição imposta por sentença judicial, ao pai 
ou a mãe, que pratica qualquer um dos atos que a justificam, sendo em regra permanente, 
embora possa restabelecer-se dentro de 5 anos, a contar da imposição da penalidade, por ser 
medida imperativa abrange toda a prole e não somente alguns filhos. 
Casos: art. 1.638 do C.C: 
- castigo imoderado; 
- abandono; 
- atos atentatórios à moral e aos bons costumes. 
 A suspensão ou a destituição será sempre judicial e em procedimento contraditório, com a 
possibilidade de ampla defesa aos pais faltosos arts 155 e 163 do ECA. 
 Extinção do poder familiar art 1.638 do C.C. – ocorre: 
- pela morte dos pais ou dos filhos; 
- pela emancipação do filho; 
- pela maioridade do filho; 
- pela adoção. 
 
 
 
22 
 
 Famílias: 
 Família Natural: 
 A família natural é aquela formada pelos pais, ou qualquer deles, e seus descendentes (art.25 
do ECA e 226, parágrafo 4º da CF). 
Família substituta (arts. 28 ao 30 do ECA) 
Conceito: é aquela recebida por guarda, tutela ou adoção. 
 Será levado em consideração por parte do juiz o grau de parentesco, relação de afinidade ou 
de afetividade, também será realizado um estudo prévio, antes da colocação em família 
substituta. 
Impedimentos: pessoa que revele falta de idoneidade, incompatibilidade com a natureza da 
medida ou ambiente familiar inadequado. 
 Família monoparental: 
 Em caráter excepcional poderá haver adoção de uma criança ou adolescente de forma 
unilateral, por um homem ou por uma mulher. 
Perda da família substituta somente por ordem judicial, art. 30 do ECA. 
 Família substituta estrangeira: exceção. 
 Para as famílias que residem no exterior, somente adoção, guarda e tutela não são possíveis, 
art. 31 do ECA. 
 Para as famílias brasileiras ocorrerá a possibilidade da guarda e da tutela. 
 Termo de compromisso para família substituta art. 32 do ECA, guarda ou tutela – caráter 
precário. 
 Guarda, Tutela e Curatela: 
 Guarda (arts. 33 ao 35 do ECA): 
 É um instituto que visa prestar assistência material, moral e educacional ao menor, 
regularizando posse de fato. É um meio de colocar o menor em família substituta ou em 
associação, até que se resolva definitivamente a situação do menor (Lei 8069/90, arts. 28, 33, 
237 e 249). 
 A guarda é obtida e revogada por ato judicial. 
 Tutela (arts. 36 ao 38 do ECA e 1.728 a 1.766 do Código Civil): 
 É um complexo de direitos e obrigações, conferidos pela lei, a um terceiro, para que proteja a 
pessoa de um menor, que não se acha sob o pátrio poder dever ou poder familiar, e administre 
os seus bens. 
Tipos de tutela: testamentária, legítima, dativa e irregular. 
Hipóteses de tutela: 
- perda do pátrio poder dever; 
- suspensão do pátrio poder dever; 
- falecimento dos pais; 
- declaração de ausência do pais. 
Hipóteses de extinção da tutela: 
- reconhecimento de filho; 
- adoção. 
 Destituição da tutela (art. 38 do ECA), deve ser decretada judicialmente. 
 Curatela (arts. 1.767 a 1.783 do Código Civil): 
 É o encargo público, cometido, por lei, a alguém para reger e defender a pessoa e administrar 
os bens de maiores, que, não estão em condições de fazê-lo, em razão de enfermidade ou 
deficiência mental. 
 Em regra, é um múnus público conferido a um indivíduo para dirigir a pessoa e os bens de 
maiores incapazes; todavia alcança também outros casos, como menores e nascituros. 
Espécies de curatela: a) curatela dos adultos incapazes; b) curatelas destacadas do regime legal 
do instituto devido às suas particularidades; c) curadorias especiais. 
23 
 
- Curatelas destacadas do regime legal do instituto devido às suas particularidades: a curatela 
do nascituro, embora a personalidade civil do homem comece com o nascimento com vida, a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (art. 2° do CC; arts. 7º a 10 da Lei 
8.069/90). Assim, para resguardar esses direitos a lei determina que se lhe nomeie curador, se 
a mulher grávida enviuvar, sem condições de exercer o pátrio poder, desde que o nascituro 
tenha que receber herança, legado ou doação, sendo, portanto, titular de direito, apesar de 
subordinado a condição suspensiva, ou seja, seu nascimento com vida. Se a mãe estiver 
interditada, seu curador será o do nascituro. 
- Curadorias especiais: a instituída pelo testador para os bens deixados a herdeiro ou legatário 
menor (art. 411 do CC); a que se dá ao filho, sempre que no exercício do pátrio poder colidirem 
os interesses do pai com o daquele (arts 142 e 148 do ECA). 
 Adoção: 
 É o ato jurídico solene pelo qual alguém estabelece, independentemente de qualquer relação 
de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, 
na condição de filho pessoa que geralmente lhe é estranha, dando origem a uma relação jurídica 
de parentesco civil entre adotante e adotado. É uma ficção legal que possibilita que se constitua 
entre adotante e adotado um laço de parentesco de 1º grau na linha reta. 
Requisitos da adoção(1.618 até 1.629 do Código Civil): 
1º O adotando deve ter no máximo 18 anos na data do pedido, salvo se já estiver sob guarda ou 
tutela dos adotantes. 
2º O adotante tem que ser maior de 18 anos, qualquer que seja seu estado civil. 
3º O adotante tem que ser 16 anos mais velho que o adotado. 
4º Consentimento do adotando, se maior de 12 anos de idade. 
5º Estágio de convivência. 
Hipóteses especiais de adoção: 
1) Adoção por ambos os cônjuges ou companheiros: desde que um deles preencha os requisitos 
legais, ambos poderão adotar, desde que comprovada a estabilidade familiar. 
2) Adoção por divorciados e separados judicialmente: podem adotar em conjunto desde que: 
o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal; 
vantagens para o adotante. 
3) Adoção póstuma: se o adotante falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a 
sentença, poderá ser deferida a adoção, desde que tenha manifestado inequivocamente a sua 
intenção de adotar. 
4) Adoção internacional: é medida excepcional, nos termos do artigo 31 do ECA. É aquela pedida 
por estrangeiro residente ou domiciliado fora do país. 
 Requisitos da adoção internacional: 
- o candidato deverá comprovar que está habilitado à adoção pelas normas de seu país; 
- os documento em língua estrangeira deverão ser autenticados pela autoridade consular e 
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado; 
- o candidato deverá trazer estudo psicológico e social elaborado por agência especializada e 
credenciada no país de origem. 
 Estágio de convivência da adoção internacional (art. 46, parágrafo 2º, do ECA): 
- será cumprido em território nacional; 
- durante no mínimo 15 dias para crianças até dois anos, e 30 dias para adotado acima de dois 
anos de idade. 
Impedimentos à adoção: 
1º art. 42 do ECA, não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. Avós, pais e 
irmãos não podem adotar. 
2º art. 44 do ECA, o tutor e o curador não podem adotar o pupilo ou curatelado enquanto não 
derem conta de sua administração e saldarem eventuais débitos para com os mesmos. 
 
 
24 
 
Efeitos da adoção: 
Os efeitos da adoção somente ocorrem a partir do trânsito em julgado da sentença: 
1º antes de consumada a adoção, não será permitida a saída do adotante do território nacional, 
adoção internacional; 
2º a adoção atribui a condição de filho ao adotado, com todos os direitos e deveres, inclusive 
sucessórios, efeito aquisitivo; 
3° desligamento dos vínculos anteriores com os pais e parentes, exceto os impedimentos 
matrimoniais, é o chamado efeito extintivo; 
4° se o cônjuge ou o companheiro adotar o filho do outro, mantém-se o vínculo entre o filho e 
o outro; 
5° o direito sucessório é reciproco entre o adotado e o adotante e seus parentes; 
6° a adoção é irrevogável; 
7° a morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder dos pais naturais. 
Constituição do vínculo da adoção (art. 47 do ECA): 
 O vínculo de adoção constitui-se por sentença judicial que será inscrita no registro civil 
mediante mandado, que cancelará os registros originais do adotado. 
 A sentença conferirá o nome do adotante ao adotado e a seu pedido poderá modificar o 
prenome. 
Obrigação de manutenção dos registros (art. 50 do ECA): 
 O juiz manterá em cada comarca ou foro regional um registro de criança e adolescente em 
condições para adoção e outro registro de pessoas interessadas em adotar. 
Da prevenção (arts. 70 a 85 do ECA): 
1º Princípio da cooperação: é dever de todos prevenir as violações dos direitos da criança e do 
adolescente. 
2º Princípio da responsabilidade: a inobservância das normas de prevenção importará em 
responsabilidade da pessoa física ou jurídica, podendo ser a responsabilidade penal, civil ou 
administrativa. 
3° O poder público regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sua natureza, faixa 
etária recomendada, locais e horáriosadequados. 
4° Crianças menores de 10 anos somente poderão assistir espetáculos na companhia dos pais 
ou responsáveis. 
5º As publicações e revistas contendo matéria imprópria para crianças e adolescentes serão 
comercializadas em embalagem lacrada, com advertência de seu conteúdo. 
6° As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter material 
ou anúncio sobre bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições. 
7° Proibição de venda à criança de produtos nocivos, art. 81 (armas, bebidas, fogos, revistas 
impróprias, etc). 
8º A criança poderá viajar para fora da comarca onde reside acompanhada dos pais ou 
responsável. 
 Desacompanhada destes, somente com autorização judicial, que não será exigida em se 
tratando de viagem à comarca contígua à de sua residência, na mesma unidade da federação, 
ou incluída na mesma região metropolitana. 
 Conselho tutelar (arts. 131 a 140 do ECA): 
 É um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar 
pelos direitos da criança e do adolescente, definidos na lei. 
Composição: em cada município haverá pelo menos um Conselho Tutelar, composto de cinco 
membros escolhidos pela comunidade local. 
Mandato: de três anos, permitida a recondução. 
Requisitos: 
a) Reconhecida idoneidade moral; 
b) Idade superior a 21 anos; 
c) Residir no município. 
25 
 
 A escolha dos membros e funcionamento serão definidos por lei municipal. 
 
 Prática de ato infracional: 
Ato infracional: nos termos do artigo 103 do ECA – considera-se ato infracional a conduta 
descrita como crime ou contravenção. 
Crime/contravenção penal são espécies do gênero infração penal. 
Crime comina-se sanção mais severa (reclusão, detenção e ou multa); 
Contravenção (prisão simples e ou multa). 
Conceito legal de ato infracional: trata-se do princípio da reserva legal, aplicável ao sistema 
penal adotado pelo ECA. 
Caracterização da prática de ato infracional: é a aplicação de qualquer medida socioeducativa 
estão condicionadas à prática de conduta previamente prevista no ordenamento jurídico, como 
crime ou contravenção. 
Ato infracional difere do crime e da contravenção penal em dois aspectos: 
- Sujeito da conduta ilícita – ato típico praticado por sujeito menor de 18 anos; (crime ou 
contravenção praticados por maiores). 
- Outra diferença está na medida a ser aplicada – ao ato infracional poderão ser aplicadas as 
medidas de proteção ou medidas socioeducativas. Já o crime ou contravenção – sanções de 
natureza penal (penas privativas de liberdade, restritivas de direitos ou multa). 
Critério etário – difere ato infracional de crime – art. 228 da CF/88 “são penalmente 
inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial”. 
 O Estatuto da criança e do adolescente também diferencia o ato infracional de acordo com o 
sujeito da conduta – criança ou adolescente. 
Ato infracional praticado por criança – corresponderão as medidas previstas no art. 101 do ECA 
(medidas de proteção); 
Ato infracional praticado por adolescente – medidas do art. 112 do ECA (medidas 
socioeducativas e ou medidas de proteção art. 101, I e VI do ECA). 
 No mais, face à crescente onda de violência nas unidades de ensino, convém diferenciar o ato 
infracional do ato indisciplinar escolar. Descumprimento das normas fixadas pela unidade 
escolar. Medidas sancionatórias previstas no regime escolar. Exemplo: agressão física a um 
professor. 
Garantias processuais do adolescente autor de ato infracional: 
 Ato infracional praticado por criança (art. 101 do ECA – art.105 do ECA) não há instauração de 
procedimento formal, pois não há aplicação de sanção. 
 Art. 110 do ECA – “nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo 
legal”. 
 Art.5, LIV do CF/88 – “ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal”. 
 O devido processo legal, em sentido formal, compreende ampla defesa (publicidade da 
decisão, citação, produção ampla de provas) o contraditório e outras garantias constitucionais. 
Deve-se observar o princípio da proporcionalidade (com resguardo da vida, da liberdade e da 
propriedade). 
 O ECA elencou no art. 111 outras garantias processuais: igualdade na relação processual 
(podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua 
defesa; defesa técnica por advogado, a assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados; 
o direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; o direito de solicitar a 
presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento). 
 Remissão: 
 A aplicação de medidas socioeducativas aos adolescentes autores de ato infracional 
pressupõe, a existência de procedimento judicial para a apuração de ato infracional, iniciado 
mediante representação do Ministério Público – art. 126 do ECA. 
26 
 
 Prevê ainda que “iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária 
importará na suspensão ou extinção do processo (art. 126, parágrafo único do ECA). 
 De acordo com o ECA a remissão poderá ser concedida pelo Ministério Público antes de 
iniciado o procedimento judicial para a apuração de ato infracional, ou iniciado o procedimento, 
poderá ser concedido pela autoridade judiciária (como forma de suspensão ou extinção do 
processo). 
Remissão (significado): ação ou efeito de remir, indulgência, perdão, libertação, graciosa de 
ônus ou dívida. 
 Para a concessão do benefício da remissão, deverá haver uma prévia apreciação da conduta 
do adolescente. 
 A concessão da remissão também está condicionada à análise da personalidade do 
adolescente, seu perfil psicológico e atos por ele praticados na empreitada criminosa. 
 Deve ser feita uma avaliação multiprofissional do adolescente para melhor se analisar a 
aplicação da medida. 
Remissão concedida pelo representante do Ministério Público: 
 Art. 180 ECA e 179 do ECA (oitiva informal do adolescente e responsáveis – vítimas e 
testemunhas) o representante do MP poderá tomar umas das medidas do art. 180 do ECA 
(promover o arquivamento, conceder a remissão ou representar à autoridade judiciária para a 
aplicação da medida socioeducativa). 
 A remissão deverá ser concedida mediante termo fundamentado, que conterá resumo dos 
fatos e as razões da aplicação da medida (art. 181 do ECA). 
 Por entendermos que a remissão possui natureza transacional, sustentamos que a remissão 
pressupõe a aceitação da medida pelo adolescente e seus responsáveis. 
Remissão concedida pela autoridade judiciária: 
 Art. 180, III do ECA, iniciado o procedimento judicial para a apuração de ato infracional, a 
remissão poderá ser concedida apenas pela autoridade judiciária. Art. 184 do ECA e Art. 188 do 
ECA. 
 Para a concessão da medida, deverá a autoridade judiciária ouvir previamente o 
representante do MP (parágrafo 1 do art. 186 do ECA). 
 Procedimento de apuração do ato infracional: 
 Do registro e da investigação inicial contratada a prática de ato infracional, faz-se necessário 
o registro da ocorrência e o encaminhamento do sujeito à autoridade competente. 
Ato infracional praticado por criança o registro poderá ser elaborado por qualquer autoridade – 
art.105 do ECA; 
 Ato infracional praticado por adolescente: encaminhar ao ministério público – art. 179 do ECA. 
 Do processo judicial: 
 Oferecida a representação, tem início o processo judicial para apuração de ato infracional _ 
art. 184 do ECA. 
 Dos recursos: 
Art. 198, III do ECA – recurso de apelação, dez dias. 
 A apelação será recebida, em regra, apenas no efeito devolutivo, podendo ser conferido efeito 
suspensivo, a juízo da autoridade judiciária. 
Art. 198, VII do ECA – juízo de retratação. 
 Medidas socioeducativas: 
Art. 112 do ECA – isolada ou cumulativamente. 
- Advertência art. 115 do ECA. 
- Obrigação de reparar o dano art. 116 do ECA. 
- Prestação de serviços à comunidade art. 117 do ECA.

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