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1 
Dermatologia 
Flávia Demartine 
Hanseníase 
DEFINIÇÃO 
• Infecção crônica, granulomatosa e curável. 
BAAR 
• Alta infectividade e baixa patogenicidade. 
 
• É uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente 
etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-
ácido resistente, fracamente gram-positivo, que infecta 
os nervos periféricos e, mais especificamente, as células 
de Schwann. 
IMPORTANTE 
• Diagnóstico precoce: clínico 
• Consequência do diagnóstico tardio 
• Notificação compulsória 
• EPIDEMIOLOGIA 
• Doença tropical negligenciada – quase exclusivamente 
em populações em condição de pobreza nos países em 
desenvolvimento. 
• Notificação compulsória 
• OMS 2006 – 2015: implantação dos programas de 
controle da Hanseníase, com foco em: 
1- Detecção precoce de casos novos 
2- Tratamento gratuito com PQT 
3- Sustentabilidade dos ganhos alcançados e da 
carga da doença nas comunidades endêmicas. 
• Brasil 2000 – 2015: coeficiente de prevalência da Hcai 
de 4,71 para 1,01 casos/ 10000 hab. 
• Variações regionais 
• Estados de > coeficientes: Mato Grosso, Tocantins, 
Maranhão, Rondônia e Pará. 
• Brasil, Índia e Indonésia: 81% dos casos 
ETIOPATOGENIA 
• O Mycobacterium leprae infecta, em especial, 
macrófagos e células de Schwann e requer 
temperaturas entre 27 e 30 graus C, que é clinicamente 
notável pelo predomínio de lesões nas áreas mais frias 
do corpo. 
TRANSMISSÃO E PATOGÊNESE 
• Vias aéreas superiores (não pelos objetos utilizados). 
• Mycobacterium leprae tem alta infectividade e baixa 
patogenicidade, ou seja, infecta muitas pessoas, mas 
apenas poucas adoecem por tratar-se de bacilo pouco 
tóxico. 
• Predisposição genética: 
➔ HLA-DR2 e HLA-DR3: resposta Th1 
➔ HLA-DQ1: resposta Th2 
• Período de incubação: meses – 10 anos 
• Cels. De Schwann e pele 
• HV grave: linfonodos, olhos, testículos e fígado. 
• Th1: macrófagos fagocitam e destroem os bacilos 
mediada por citocinas (Int 1, TNF alfa e TNF gama) 
• Th2: Linf T supressores e produção de II4, II5 e II10 
• HT: predomínio da imunidade celular e citocinas pró-
inflamatórias (II1, TNF-alfa, TNF gama) 
• HV: PGL – 1 do bacilo no interior do macrófago suprime 
sua atividade -> multiplicação e disseminação 
DEFINIÇÃO DE CASO 
Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma 
ou mais de uma das seguintes características e que requer 
quimioterapia: 
• Lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade; 
• Acometimento de nervo(s) com espessamento neural 
• Baciloscopia positiva 
CLASSIFICAÇÃO 
MADRI 1953 
• Virchowiano e Tuberculóide (estáveis) 
• Indeterminado e Dimorfo (instáveis) 
 
Ridley e Jopling 1962 
 
Operacional da OMS 
• Paucibacilar: < 5 lesões 
 2 
Dermatologia 
Flávia Demartine 
• Multibacilar: > 5 lesões 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➔ HANSENÍASE INDETERMINADA 
• Manchas hipocrômica, anestésica, anidrótica e bordas 
imprecisas 
• Não há comprometimento de troncos nervosos 
• Compromete ramúsculos nervosos cutâneos 
• Baciloscopia 
• Histopatologia 
 
➔ HANSENÍASE TUBERCULOIDE 
• Resposta Th1 
• Lesões eritêmato- acastanhadas, infiltradas, bem 
delimitadas, número reduzido, assimétricas, com perda 
de sensibilidade. 
• Baciloscopia 
• HT infantil: lesões predominam em fase -> adulto 
bacilífero 
• Forma neural pura 
• Sinal da raquete 
• Histopatologia 
 
 
 
➔ HANSENÍASE VIRCHOWIANA 
• Resposta Th2 
• Infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das 
VAS, olhos, testículos, nervos, podendo afetar 
linfonodos, fígado e baço. 
• Placas infiltradas, pápulas, nódulos, tubérculos 
geralmente numerosos. 
• Infiltração difusa, principalmente em fase, pavilhões 
auriculares e membros. 
• Há xerose, rarefação dos pelos (madarose) 
 
 
 
• DD: micose fungóide, LTA difusa, lues, LES, Pbmicose, 
metástases. 
 
• Lesão lenta e gradual dos nervos, extensas e tendem a 
ser simétricas. 
• Compromete ramúsculos nervosos da pele, inervação 
vascular e troncos nervosos, levando a deficiências 
funcionais e sequelas tardias. 
• Obstrução nasal, rinorreia serossanguinolenta, edema 
de MMII, testosterone, FSH e LH, gynecomastia, 
glaucoma, catarata, insensibilidade da córnea, 
perfuração do septo e desabamento nasal. 
• Baciloscopia fortemente positiva 
• HP: infiltração histiocitária difusa com numerosos 
bacilos no interior dos macrófagos (céls de Virchow-
espumosas) 
 
 3 
Dermatologia 
Flávia Demartine 
 
 
➔ HANSENÍASE DIMORFA 
• Instabilidade imunológica 
• Lesão neurais tendem a ser precoces, assimétricas e 
incapacitantes 
• DD; DT; DV 
• Baciloscopia: 
DT >> - ou leve // + 
DD>> moderada // + 
DV >> forte // + 
• Reações são frequentes, VHS e PCR, VDRL pode ser + 
 
 
 
 
➔ HANSENÍASE REACIONAL 
• Episódios inflamatórios agudos que intercalam no curso 
crônico da H 
• Reação tipo 1: Th1 
• Reação tipo 2: Th2 
• Fenômeno de Lúcio: Febre, artralgias, emagrecimento, 
linfoadenopatia generalizada, lesão tipo eritema 
nodosoe polimorfo, vasculite, iríte, hepatite e nefrite. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Anamnese 
• Exame dermatológico 
• Exame neurológico 
• Exame laboratoriais 
• Contactantes (mesma moradia nos últimos 10 anos) 
DEFINIÇÃO DE CASO 
• Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta 
uma ou mais de uma das seguintes características e que 
requer quimioterapia: 
• Lesão (ões): de pele com alteração de sensibilidade 
• Acometimento de nervo(s) com espessamento neural 
• Baciloscopia positiva 
PESQUISA DA SENSIBILIDADE 
• Térmica 
• Dolorosa 
• Tátil 
 
 
EXAME NEUROLÓGICO 
1- Inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés 
2- Palpação dos troncos nervosos periféricos 
3- Avaliação da mobilidade articular 
4- Avaliação da força muscular 
5- Avaliação da sensibilidade dos olhos, MMSS e MMII. 
• Dor 
• Formigamento 
• Fraqueza 
• Perda chinelo 
• Tem ferimentos 
• Dorsiflexão do pé e a extensão dos dedos 
• Reversão do pé para fora 
• Pé caído 
• ¨Garra¨ plantar 
• Anestesia plantar 
 4 
Dermatologia 
Flávia Demartine 
 
TESTE DA HISTAMINA E PILOCARPINA 
• Prova da histamina incompleta (T R de lewis) 
• Prova da pilocarpina 
• Reação de mitsuda não é para diagnóstico! 
 
 
 
 
 
 
 
 
BACILOSCOPIA 
• Linfa de lobos das orelhas, cotovelos e lesão suspeita 
• Coloração: método de ziehl-neelsen 
• Índice baciloscópico: 0 -6 
• Globias/ bacilos fragmentados 
• PGL-1 (antígeno glicolípide fenólico-1)>> induz 
formação de ac IgM e IgG (HV) 
• PCR: geral // negativo em PB 
TRATAMENTO 
• Classificação operacional: 
Pb < ou = 5 lesões 
Mb > 5 lesões e/ou baciloscopia + 
• Comparecimento mensal p/ dose supervisionada 
Tratamento PB 
 
PB adulto: 
• Mensal: 1 dia 
2 cápsulas de rifampicina (300 mg x 2) 
1 comprimido de dapsona (100mg) 
• Diário: do 2 ao 28 dia 
1 comprimido de Dapsona (100mg) 
Ciclo completo de tratamento: 6 cartelas 
 
 
PB criança 10 -14 anos 
Mensal: 1 dia 
2 cápsulas de rifampicina (300 mg + 150 mg) 
1 comprimido de dapsona (50mg) 
• Diário: do 2 ao 28 dia 
1 comprimido de Dapsona (50mg) 
Tratamento completo: 6 cartelas 
Tratamento MB 
 
 
Mitsuda (extrato M.L mortes) 
Th1 > ou = 5mm 
Th2 < 5 mm 
 5 
Dermatologia 
Flávia Demartine 
MB adulto 
• Mensal: 1 dia 
2 cápsulas de rifampicina (300 mg x 2) 
3 cápsulas de clofazimina (100 mg x 2) 
1 comprimido de dapsona (100mg) 
• Diário: do 2 ao 28 dia 
1 cápsulas de clofazimina (50mg) 
1 comprimido de dapsona (100mg) 
Ciclo completo de tratamento: 12 cartelas 
 
MB criança 10 -14 anos 
• Mensal: 1 dia 
2 cápsulas de rifampicina (300 mg x 150mg) 
3 cápsulas de clofazimina (50 mg x 3) 
1 comprimido de dapsona (50mg) 
• Diário: do 2 ao 28 dia 
1 cápsulas de clofazimina (50mg) 
1 comprimido de dapsona (50mg) 
Tratamento completo: 12 cartelas 
Para crianças menores de 10 anosa dose deve ser ajustada 
de acordo com o peso corporal. 
ALTA POR CURA 
• Exame dermatoneurológico completo e grau de 
incapacidade. 
TRATAMENTOS ALTERNATIVOS 
• Portaria 125 
TRATAMENTO DAS REAÇÕES 
• Evitar dano neural e prevenção de incapacidades. 
• Controlar PA; Glicemia; pressão intra -ocular; 
parasitoses intestinais, infecções recorrentes e 
reposição de cálcio (corticosteroides). 
Reação tipo 1 (reversa): 
• Prednisona 1 – 1,5 mg/kg/ dia 
• Após melhora, diminui dose gradativamente 
• Exame dermatoneurológico mensalmente 
• Nas neurites graves: imobilizar o membro afetado 
Reação tipo 2 (ENH): 
• Talidomida 100 – 400mg/dia (teratogênica) 
• Clofazimina 
• Pentoxilina 
Neuralgias crônicas: 
• Amitriptilina 
• Carbamazepina 
• Gabapentina 
• Pregabalina 
SUSPEITA DE RECIDIVA 
• Sinais de atividade clínica da doença após alta por cura 
• Danos neurais após 5 anos do tratamento 
• Navas lesões de pele após 5 anos do tratamento 
• Encaminhar para centro de referência. 
• Geral: tratamento irregular. Ainda: reinfecção e 
resistência bacilar 
VACINA BCG 
• Contatos intradomiciliares, sem sinais e sintomas de 
Hanseníase 
• Sem cicatriz: 1 dose 
• Uma cicatriz: 1 dose 
• Duas cicatrizes: nenhuma dose 
*Menos de 1 ano da BCG, NÃO fazer outra dose. 
 
 
 
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Dermatologia 
Flávia Demartine

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