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HANSENÍASE 1. Quadro Clínico 2. Formas de apresentação Manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos Sintomas Dermatológicos Manchas pigmentares ou discrômicas: resultam da ausência, diminuição ou aumento de melanina. Placa: é lesão que se estende em superfície por vários centímetros. Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele. Tubérculo: designação em desuso, significava pápula ou nódulo que evolui deixando cicatriz. Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. Essas lesões podem estar localizadas em qualquer região do corpo e podem, também, acometer a mucosa nasal e a cavidade oral. Ocorrem com maior freqüência, na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. Sintomas Neurológicos Dor e espessamento dos nervos periféricos; Perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente nos olhos, mãos e pés; Perda de força nos músculos inervados por esses nervos principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores. A neurite, geralmente, manifesta-se através de um processo agudo, acompanhado de dor intensa e edema. Lesões de nervos periféricos decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos (neurites). Paucibacilar – poucos bacilos Multibacilar Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença, com um número de até cinco manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural. Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas de até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido. Podendo ocorrer neurite. Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas, acima de cinco lesões, com bordos às vezes bem ou pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais nervos. Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada da doença. Face leonina. Há dificuldade para separar a pele normal da danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos. 5. Possíveis complicações Na evolução natural da doença, ocorrem inicialmente complicações da sensibilidade térmica: hiperestesia, seguidas de hipoestesia e, após algum tempo, anestesia. Em estágios mais avançados da manifestação clínica, encontramos o comprometimento neural troncular, capaz de trazer repercussões tais como parestesias e plegias musculares. 6. Diagnóstico diferencial Outras lesões dermatológicas Outras doenças neurológicas Lesões Maculares - vitiligo, pitiríase versicolor; sífilis; hipocromia residual pós- inflamatória, dermatite seborréica e a pitiríase alba. Lesões anulares- granuloma anular, eritema anular centrífugo e eritema multiforme. Placas Infiltradas - psoríase, dermatite seborréica, pitiríase rósea de Gibert, esclerodermia localizada, líquen plano, líquen mixedematoso, sarcoidose, lúpuseritematoso. Lesões papulares a nodulares - sarcoma de Kaposi, leishmaniose, sífilis, paracoccidioidomicose, lobomicose, xantomatoses, farmacodermias, hematodermias. Infiltração difusa disseminada - Leishmaniose difusa anérgica, linfoma cutâneo de células T (micose fungóide). Neuropatias - muito pouco frequentes, como a de Charcot-Marie- Tooth, a doença de Déjérine-Sottas e a doença de Refsum. As polineuropatias, com alterações sensitivas, motoras, ou ambas, também são incluídas nesta lista. Perda predominante da função motora: difteria, botulismo, mononucleose infecciosa, brucelose, porfiria, intoxicação por ouro. Disfunção predominantemente sensorial: leucemia, doença de Hodgkin e na isquemia neuropática. Perda mista, motora e sensorial: intoxicação por arsênico, brômio, tálio ou mercúrio, por uso de drogas, como isoniazida e talidomida, e nas doenças como o diabetes mellitus, amiloidose, lúpus eritematoso sistêmico e esclerodermia. 7. Prevenção O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado de hanseníase são as principais formas de prevenção. 8. Tratamento A gravidez e o aleitamento não contraindicam o tratamento padrão da hanseníase; Esquema terapêutico para PAUCIBACILAR - 6 CARTELAS Esquema terapêutico para MULTIBACILAR - 12 CARTELAS ADULTO CRIANÇA ADULTO CRIANÇA Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg ( 02 cápsulas de 300mg) com administração supervisionada. Dapsona (DDS): dose mensal de 100mg supervisionada e dose diária de 100mg autoadministrada. Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg ( 01 cápsula de 150mg e 01 cápsula de 300mg) com administração supervisionada. Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg supervisionada e dose diária de 50mg autoadministrada. Rifampicina (RFM): dose mensal de 600mg ( 02 cápsulas de 300mg) com administração supervisionada. Dapsona (DDS): dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária de 100mg auto-administrada. Clofazimina (CFZ): dose mensal de 300mg (03 cápsulas de 100mg) com administração supervisionada e uma dose diária de 50mg auto-administrada. Rifampicina (RFM): dose mensal de 450mg ( 01 cápsula de 150mg e 01 cápsula de 300mg) com administração supervisionada. Dapsona (DDS): dose mensal de 50mg supervisionada e uma dose diária de 50mg auto-administrada. Clofazimina (CFZ): dose mensal de 150mg (03 cápsulas de 50mg) com administração supervisionada e uma dose de 50mg auto- administrada em dias alternados. 4. Diagnóstico Clínico História clínica: perguntar sobre alteração na pele - manchas, placas, infiltrações, tubérculos, nódulos, e há quanto tempo eles apareceram; alterações de sensibilidade em alguma área do seu corpo; presença de dores nos nervos, ou fraqueza nas mãos e nos pés e se usou algum medicamento para tais problemas e qual o resultado. Avaliação dermatológica Pesquisar as lesões de pele e a perda da sensibilidade das mesmas. Sensibilidade térmica Sensibilidade tátil Sensibilidade protetora Avaliação neurológica Olhos Nariz Membros inferiores e superiores Palpação dos troncos nervosos periféricos Avaliação da força muscular dos MMSS e MMII Teste da mobilidade articular das mãos e pés Laboratorial Baciloscopia: exame microscópico onde se observa o Mycobacterium leprae diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos das lesões hansênicas ou de outros locais de coleta selecionados. Porém, a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico da hanseníase. 3. Transmissão A transmissão ocorre através de gotículas de saliva da pessoa infectada, que elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo.Após o começo do tratamento, o individuo deixa de transmitir a doença.
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