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Questões sobre a aula de Cuidados Paliativos

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Cuidados Paliativos
1- Qual é o atual contexto em que se
inserem os Cuidados Paliativos?
Um dos paradigmas da medicina
paliativa no contexto atual é afirmar que
a morte é parte da vida e fenômeno
fisiológico, que, quando inicia seu
processo, cursa de forma irreversível. O
desafio é a boa avaliação do doente e
identificação de parâmetros que apoiem
de forma científica e clínica o diagnóstico
deste processo.
Comum em países que estão
envelhecendo – futuro do Brasil.
- Envelhecimento progressivo da
população; avanço tecnológico; aumento
das doenças crônicas não transmissíveis;
pacientes em hospitais, abandonados;
2- Qual a relação entre os termos ‘Cuidados
Paliativos’ e ‘Hospice?
O termo Hospice, que por muito tempo
designou a prática dos Cuidados
Paliativos no mundo, tem origem nas
hospedarias medievais que
abrigavam peregrinos doentes,
órfãos e pobres com necessidades
de cuidados, realizados de forma
empírica e caridosa. Nos séculos XVIII e
XIX, instituições religiosas assumiram o
papel do cuidado aos enfermos pobres e
portadores de doenças incuráveis como
o câncer e a tuberculose.
- 1968 - a Dra. Cicely Saunders fundou
em Londres a primeira instituição voltada
para o conceito moderno do cuidado ao
doente no final da vida e com isso deu
início ao Movimento Moderno de Hospice.
- 1975 - o Canadá adotou o termo
Cuidado Paliativo para designar a prática
clínica associada ao Hospice, e, desde
então, o Cuidado Paliativo tem passado
por várias discussões e
aperfeiçoamentos.
Atualmente, o termo Hospice tem sido
mais frequentemente utilizado para
designar uma instituição de média
complexidade, como um hospital
especializado na prática dos Cuidados
Palaitivos e que tem por característica
principal a excelência da prática clínica
associada ao trabalho muito bem
articulado de uma equipe
multiprofissional, com espaços
apropriados para tal fim. O objetivo é
compreender e assistir as necessidades
de doentes portadores de doenças
terminais.
São sinônimos, coincidindo com o
movimento hospice moderno.
Hospice eram abrigos (hospedarias)
destinadas a receber e cuidar de
pregrinos e viajantes.
3- O que foi o Movimento Hospice Moderno?
O Movimento Hospice Moderno foi
introduzido por uma inglesa com
formação humanista e que se tornou
médica, Dame Cicely Saunders. 
Estudo 1100 pacientes com cancer
avançado entre 1958 e 1965, efetivo ao
alívio da dor.
Dessa forma, em 1967 funda o “St.
Christopher’s Hospice”, cuja estrutura
não só permitiu a assistência aos
doentes, mas o desenvolvimento de
ensino e pesquisa, recebendo bolsistas
de vários países. Logo à sua entrada
podemos ver a janela de David Tasma.
4- Por que ‘Cuidados Paliativos’ são
frequentemente relacionados à
Oncologia?
Os primeiros trabalhos em torno de CP
estão associados aos pacientes
oncológicos, justamente por causa da
dor, do cuidado necessário. Até mesmo a
Cicely Saunders iniciou seus estudos em
pacientes com câncer.
Depois eles começaram a ser ampliados
para outras áreas.
5- Qual a origem do termo ‘Cuidados
Paliativos’?
Paliativo – 1974 – canadense Balfour
Mount, deriva do vocábuo latino pllium
(“manta”), que remete à ideia de
proteger ou amparar.
6- Como a OMS conceitua os Cuidados
Paliativos?
1990 → “Cuidado ativo e total para
pacientes cuja doença não é responsiva
a tratamento de cura. O controle da dor,
de outros sintomas e de problemas
psicossociais e espirituais é primordial. O
objetivo do Cuidado Paliativo é
proporcionar a melhor qualidade de vida
possível para pacientes e familiares”.
2002 → “ É uma abordagem que
promove a qualidade de vida de
pacientes e seus familiares, que
enfrentam doenças que ameacem a
continuidade da vida, através da
prevenção e alívio do sofrimento. Requer
a identificação precoce, avaliação e
tratamento da dor e outros problemas de
natureza física, psicossocial e espiritual”.
Diferenças → Não fala mais em
terminalidade, mas doença que ameaça
a vida; nem de impossibilidade de cura,
mas de possibilidade ou de não
tratamento modificador da doença –
afasta questão de “não ter mais o que
fazer”.
Propõe intervenção mais precoce, assim
que é diagnosticada. 
7- Quais são os princípios do Cuidados
paliativos segundo a OMS?
 Promover o alívio da dor e
outros sintomas desagradáveis →
paciente que é abandonado pela
terapêutica sente dor.
 Afirmar a vida e considerar a
morte como um processo normal da
vida → paradgma – ser humano não
aceita a morte, morte é algo ruim;
doença é a morte.
 Não acelerar nem adiar a morte
→ vem com apoio para que não seja
necessário acelerar a morte. Eutanásia –
principal fator pelo qual as pessoas
pedem para morrer é a dor, tanto física
quanto psíquica e social.
 Integrar os aspectos psicológicos
e espirituais no cuidado ao paciente →
espiritualidade não é religião, é pensar
no que poderia acontecer após a morte.
 Oferecer um sistema de suporte
que possibilite o paciente viver tão ativa
mente quanto possível, até o momento
da sua morte → CP são caros para o
sistema mas como consequência trazem
uma melhor qualidade de vida para o
paciente.
 Oferecer sistema de suporte para
auxiliar os familiares durante a
doença do paciente e a enfrentar o luto
→ luto tem a ver com CP. A partir do
momento do diagnóstico de uma doença
sem possibilidade terapêutica dá início
ao luto.
 Abordagem multiprofissional
para focar as necessidades dos
pacientes e seus familiares, incluindo
acompanhamento no luto;
 Melhorar a qualidade de vida e
influenciar positivamente o curso da
doença → qualidade de morte também –
morrer bem, com qualidade.
 Iniciado o mais precocemente
possível, juntamente com outras
medidas de prolongamento da vida,
como a quimioterapia e a radioterapia e
incluir todas as investigações
necessárias para melhor compreender e
controlar situações clínicas estressantes.
8- Quais são as condições/doenças que se
aplicam os CP?
Pela definição da OMS – todos os
pacientes portadores de doenças graves,
progressivas e incuráveis, que ameacem
a continuidade da vida deveriam receber
a abordagem dos CP desde seu
diagnóstico – câncer, doenças cardíacas,
doenças hepáticas; qualquer doença
crônica que potencialmente levem a
morte e não somente na fase final da
vida.
Atualmente, destinam-se não somente às
nepplasias, mas a outras doenças
crônico-degenerativas, tais como as
demências, doença de Parkinson,
insuficiência cardíaca, insuficiência renal,
doença pulmonar obstrutiva crônica,
dentre outras doenças onde não há
perspectiva de cura.
9- Quando se iniciaram os Cuidados
Paliativos no Brasil?
O Cuidado Paliativo no Brasil teve seu
início na década de 1980 – época em
que o país ainda vivia o final da ditadura,
cujo sistema de saúde priorizava a
medicina hospitalocêntrica,
essencialmente voltada à cura das
doenças.
Crescimento significativo a partir do
ano 2000, com a consolidação dos
serviços já existentes, pioneiros e a
criação de outros não menos
importantes. A cada dia vemos surgir
novas iniciativas em todo o Brasil. Ainda
tem muito que crescer, levando-se em
consideração a extensão geográfica e as
enormes necessidades do nosso país.
Desta forma, será maior a nossa
responsabilidade em firmarmos um
compromisso para, unidos num único
propósito, ajudarmos a construir um
futuro promissor para os Cuidados
Paliativos, para que um dia, não muito
distante todo cidadão brasileiro possa se
beneficiar dessa boa prática.
Hoje, a maioria dos serviços ainda estão
em hospitais, é bom, contudo, vai contra
a filosofia dos CP, que se baseia na
atenção domiciliar. Exemplo: número de
visitas, família tem apoio psicológico.Isso ainda não é suficiente.
10- Qual é o principal local de morte no
Brasil?
No Brasil, segundo dados do DATASUS,
em 2006, faleceram 1.031.691
brasileiros. Se avaliarmos apenas os
óbitos decorrentes de doenças de
evolução crônica ou degenerativa e
neoplasias, teremos um montante de
mais de 725 mil pessoas que morreram
no Brasil com grande possibilidade de
sofrimento intenso. 
Mais de 690 mil pessoas faleceram
em hospitais e 224 mil brasileiros
morreram em casa.
11-Qual é o principal critério de
elegibilidade para CP utilizado pelo
Medicare americano?
São os critérios do MEDICARE (sistema
privado)
1. A expectativa de vida avaliada
é menor ou igual a seis meses;
2. O paciente deve fazer a opção
por Cuidados Paliativos exclusivos e abrir
mão dos tratamentos de prolongamento
da vida
3. O paciente deve ser beneficiário
do MEDICARE.
12-Quais os critérios de elegibilidade para
Cuidados Paliativos segundo a OMS?
Pela definição da Organização Mundial de
saúde para Cuidados Paliativos, todos os
pacientes portadores de doenças
graves, progressivas e incuráveis,
que ameacem a continuidade da vida
deveriam receber a abordagem dos
Cuidados Paliativos desde o seu
diagnóstico. 
A indicação depende da fase e que se
encontra a doença e da história natural
de cada uma delas.
13-O que é a KPS e como é utilizada para a
elegibilidade em CP?
Escala de Karnofsky – KPS – foi
desenvolvida para pacientes com câncer
como um meio objetivo de documentar
o declínio clínico do paciente, avaliando
a capacidade de realizar
determinadas atividades básicas –
consegue ne alimentar sozinha, precisa
de sonda; paciente consciente ou
inconsciente. Capacidade funcional
desse paciente. Pode ser utilizada para
todas as condições. Dificuldade de usá-la
em pacientes com transtornos mentais →
talvez naquele momento ele não consiga
se alimentar sozinho, mas isso não
implica na sua funcionalidade estar
comprometida.
→ KPS inferior a 70% tem indicação
precoce de assistência de CP.
→ Perfomancer de 50% nesta escala é
um indicador de terminalidade –
pacientes elegíveis para CP – cuidados
contínuos ou exclusivos – normalmente
tendem ao óbito.
Escala de Performance de Karnofsky
100% Sem sinais ou queixas, sem
evidência de doença.
90 % Mínimos sinais e sintomas, capaz
de realizar suas atividades com esforço.
80 % Sinais e sintomas maiores, realiza
suas atividades com esforço.
70 % Cuida de si mesmo, não é capaz
de trabalhar.
60 % Necessita de assistência
ocasional, capaz de trabalhar.
50 % Necessita de assistência
considerável e cuidados médicos
frequentes.
40 % Necessita de cuidados médicos
especiais.
30 % Extremamente incapacitado,
necessita de hospitalização, mas sem
iminência de morte.
20 % Muito doente, necessita de
suporte.
10 % Moribundo, morte iminente.
14- Quais são os critérios clínicos para cada
doença ou condição clínica?
Para contornar a dificuldade de avaliação
prognóstica, foram estabelecidos alguns
critérios clínicos para cada doença ou para cada
condição clínica, que auxiliam nesta decisão de
encaminhar aos Cuidados Paliativos. Alguns
destes critérios dizem respeito a condições
mórbidas específicas, como Insuficiência
Cardíaca Congestiva, Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica, Câncer, Esclerose Lateral
Amiotrófica, Demência e outras doenças
degenerativas progressivas. Indicadores não
específicos, como perda ponderal progressiva,
declínio de proteínas plasmáticas, perda
funcional também são utilizados.

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