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Flávia Coura ⤷ 70% dos pacientes em UTI são mantidos em VAA ⤷ em 90% dos casos a via de acesso é IOT ⤷ INSTALAÇÃO: - associada a insuficiência respiratória aguda e grave, necessidade de VM, instabilidade hemodinâmica e disfunções neurológicas graves - pode ser eletiva (para procedimentos específicos) ou no momento da ressuscitação cardiopulmonar - procedimento médico, porém é necessário a participação em conjunto de equipe multiprofissional ⤷ em casos de VM prolongada e desmame difícil, recorre-se à traqueostomia ⤷ EFEITOS ADVERSOS - podem ser minimizados através de ações de manutenção e prevenção de problemas durante a utilização, principalmente com ações da equipe de enfermagem - aumentam os custos em 20% e o tempo de internação hospitalar em 1 dia ⤷ A avaliação das VAA faz parte do exame físico, que deve ser extremamente rigoroso e diário ⤷ - fixação apertada causa desconforto, dor e pode lesionar a pele nos pontos de contato - fixação frouxa ou com adesivos pouco aderentes causam movimentação do tubo dentro da traqueia, resultando em atrito e deslocamento - atrito: lesiona parede da traqueia, causa irritação e edema das cordas vocais - deslocamento: pode causar intubação seletiva, caso tubo se desloque para dentro da traqueia) ou extubação acidental/não planejada caso haja exteriorização do tubo. - extubação acidental: ↑ tempo de VM e tempo de permanência na UTI, é fator de risco para PAVM, possíveis alterações hemodinâmicas, arritmias e parada cardiorrespiratória AÇÕES - confirmar posicionamento correto através das marcações (em cm) no tubo e na anotação de enfermagem após confirmação através do Raio-X ▹marca deve estar na altura dos dentes incisivos na arcada superior ♂ - 22 a 23 cm ♀ - 20 a 21 cm - fixar adequadamente com cadarço de algodão (1cm de largura), adesivos ou fixador próprio ▹ao usar cadarço, utilizar coxins nas áreas de contato ▹ao usar adesivos a pele deve estar limpa e seca; caso necessário fazer a tricotomia prévia ▹checagem da altura da cânula deve ser feita com frequência, principalmente nos pacientes mais agitados ▹ a troca da fixação é diária - realizar ausculta pulmonar para confirmar a insuflação de ambos os pulmões durante o exame físico e sempre que houver sinal de deslocamento - manter o tubo em posição central sempre que possível - evitar tração do tubo pelos circuitos respiratórios ou outros acessórios ⤷ - extubação não intencional, acidental: como consequência da manipulação do paciente pela equipe de saúde - auto extubação: retirada pelo próprio paciente. ▹ fatores de risco: escore acima de 9 na escala de coma de Glasgow; presença de delirium e/ou baixo nível de sedação, uso de benzodiazepínicos, fixação inadequada, período de desmame, restrição física - usar contenção física, em momentos de muita agitação, como estratégia para evitar AÇÕES - vigilância multidisciplinar e detecção precoce dos pacientes com risco de ENP - caso paciente esteja consciente e orientado, explicar sobre a importância e a necessidade do dispositivo e das complicações caso ocorra ENP - avaliar criteriosamente a necessidade de contenção (questões éticas) Flávia Coura ▹avaliar a contenção periodicamente, a cada 2h para evitar lesões - no período de desmame e interrupção da sedação: vigilância contínua - se paciente em sedação: monitorar o nível (escalas ou equipamento para monitoramento) ⤷ - verificar presença de lesões na língua, dentes, gengivas, mucosas e lábios ▹hematomas, lacerações de tecidos moles, avulsão dental, pequenos sangramentos, edema de língua e lábios, fissuras e incrustações ⤷ - presença do tubo dificulta a higienização, favorece a formação de placas, causa halitose - boca constantemente aberta ou semiaberta + medicamentos: causa xerostomia = alterações no pH da saliva e na flora microbiana normal - associação entre má higienização, xerostomia e PAVM AÇÕES - higienização oral adequada ⤷ - CUFF: promove vedação adequada da traqueia, prevenindo a broncoaspiração; auxilia na prevenção da extubação acidental, ajuda a manter o tubo em posição central minimizando possíveis lesões ▹ hiperinsuflação: aumenta pressão interna do balonete e excede e pressão de perfusão traqueal, causando isquemia local, que pode evoluir para perda progressiva da cartilagem, estenose laringotraqueal, alteração da integridade da cartilagem vocal e traqueomalácia Perfusão traqueal em indivíduos normotensos: 25 a 35 cmH2O, sendo a pressão de insuflação em torno de 20 a 30 cmH2O. AÇÕES - mensuração da pressão dever ser realizada periodicamente, através do manômetro ▹principalmente após determinados procedimentos como mudança de posicionamento ou após aspiração endotraqueal - checar possível vazamento de ar: presença de respiração ruidosa pela boca ou auscultar região da traqueia - antes de manusear o cuff, realizar aspiração da orofaringe, com paciente em semi-fowler ⤷ - BIOFILME: acúmulo de microrganismos e outras substâncias que formam placa aderente. Resistente à antibióticos e ao sistema imunológico. - forma-se no lúmen do tubo em torno de 24h - pode se deslocar durante a aspiração, favorecendo a PAVM AÇÕES - sempre preconizar às medidas de biossegurança, manipulação de materiais e equipamentos e principalmente a higienização das mãos nos 5 momentos primordiais ⤷ - UMIDIFICAÇÃO: a entrada de O2 sem passar pelas vias aéreas naturais absorve a umidade das mucosas traqueobrônquicas, deixando-as ressecadas. Consequentemente as secreções se tornam secas e espessas podendo resultar em tampões rolhosos e oclusão da luz do tubo. Também pode ocorrer danos ao epitélio respiratório e ocasionando tosse, broncoespasmo e atelectasias ▹ umidificação ativa: feita por meio da passagem do gás por um reservatório de água. Pode formar condensados no circuito, resultando em broncoaspiração. Mais recomendado, principalmente em casos previsto de VM maior do que 5 dias. ▹ umidificação passiva: trocadores de calor e umidade (HME). Pode ser ocluído em caso de tosse excessiva ou sanguinolenta AÇÕES - umidificação ativa: manter reservatório com água destilada em nível adequado; manter temperatura do umidificador constante; observar formação de condensados e manter circuito em posição que favoreça a drenagem desse condensado para o copo coletor; esvaziar copo coletor periodicamente. - umidificação passiva: trocar o HME a cada 48-72h; posicionar o HME de modo que não tracione o tubo traqueal; Flávia Coura observar suas condições principalmente em casos de pacientes com tosse excessiva ou sanguinolenta, e trocar caso necessário; após instalação observar se paciente apresenta piora no padrão respiratório - ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL: em casos de presença de secreções é imprescindível sua retirada para que a troca gasosa não seja prejudicada. ▹ privativo do enfermeiro Indicativos de presença de secreção: secreções visíveis na cânula, tosse, ausculta de roncos sobre a traqueia e pulmões, aumento da FR, diminuição da SpO2, alteração da FC e PA, aumento do pico de pressão inspiratória e/ou gráficos em dente de serra nas curvas de pressão ou fluxo visualizados no monitor do ventilador mecânico Complicações da aspiração nas vias aéreas: ▹IMEDIATAS: hipoxemia, arritmias, trauma da mucosa traqueal, alterações na PA, taqui/bradicardia, dor e/ou desconforto, atelectasia, broncoespasmo, aumento da pressão intracraniana, extubação acidental ▹POSTERIORES: edema traqueobrônquico, infecção pulmonarAÇÕES - em pacientes altamente dependentes de VM, preferir o sistema fechado para realizar a aspiração (evita despressurização do sistema e consequente hipoxemia) - em casos de uso do sistema aberto, realizar procedimento em 2 pessoas: uma executa os passos e a outra auxilia - em paciente recebendo FiO2 elevada, ofertar 100% de O2, por 1 a 2 min, enquanto prepara o material. Se FiO2 < 60%, aumentar em 20% acima do basal oferecido - escolher sonda de menor calibre possível e que ofereça aspiração efetiva (calibre deve ser menor que 50% do diâmetro da cânula) - aspirar com pressão de sucção entre 100 a 200 mmHg, em adultos - evitar uso de SF 0,9% antes ou durante a aspiração - introduzir a sonda sem sucção, exceto em casos de tosse intensa e/ou secreções abundantes - introduzir cateter aproximadamente 29 a 30cm para aspiração em adultos - após aspiração do tubo, fazer aspiração oronasofaríngea - há casos onde se utiliza cânula especial, que permite aspiração, através de via própria, de secreções acumuladas acima do cuff. Deve-se readaptar o sistema e adequar a pressão para a menor possível ou realizar aspirações intermitentes com seringa. - manter hiperoxigenação até que saturação retorne ao nível basal (em torno de 1 a 2 min, com tempo máximo de 5 min em adultos) - realizar ausculta pulmonar para avaliar efeito da aspiração ⤷ - o comprimento e o diâmetro do tubo podem interferir na resistência das vias aéreas, gerando ou piorando o desconforto respiratório ▹ quanto maior o comprimento e menor o diâmetro, maior resistência e maior trabalho respiratório - presença de HME, biofilme, secreção traqueal, dobra no circuito da cânula ou do circuito respiratório, presença de condensado e diminuição do calibre do tubo devido a mordedura pelo paciente também aumentam a resistência AÇÕES - selecionar o tubo endotraqueal para IOT adequadamente para cada paciente ♂ - 8,5 a 9mm ♀ - 7,5 a 8mm - monitorar sinais de aumento da resistência observando elevação da pressão do pico inspiratório no ventilador, presença de sibilos ou ausência de murmúrios vesiculares - trocar o filtro, principalmente quando estiver úmido. Manter no paciente por até 72h, desde que esteja em condições adequadas Flávia Coura ⤷ ○ - diminui o risco de broncoaspiração, principalmente em pacientes recebendo alimentação por sonda enteral ⤷ - risco de refluxo, vômitos e broncoaspiração AÇÕES - detectar sinais de intolerância à dieta, com avaliação periódica: presença de distensão e aumento da circunferência abdominal, vômito, diarreia ou desconforto - realizar controle do resíduo gástrico de acordo com o protocolo da instituição, principalmente em pacientes cirúrgicos abdominais - manter paciente com cabeceira elevada ⤷ AÇÕES - higienização oral adequada - cabeceira elevada - cuidados com aspiração traqueal - pressão do cuff - cuidados com broncoaspiração em pacientes alimentados por sondas enterais ⤷ - um dos procedimentos cirúrgicos mais frequente em UTI - diminui tempo de VM - reduz período de internação e mortalidade na UTI - CONTRA INDICAÇÃO: queimadura ou trauma, bócio, obesidade, coagulopatia, traqueostomia prévia, histórico de cirurgia ou radioterapia na região do pescoço Potenciais benefícios da traqueostomia - reduz resistência da via aérea e espaço morto - diminui trabalho respiratório e favorece desmame - preserva funcionalidade da glote e menor risco de aspiração - diminui lesão em lábios, língua, dentes e palato - facilita higiene oral - possibilita mobilização no leito - auxilia remoção de secreções brônquicas - favorece a comunicação - propicia alimentação oral / deglutição - mais confortável - reduz necessidade de sedação - diminui delirium - diminui PAVM Complicações imediatas: hemorragia local, pneumomediastino, pneumotórax, parada cardiorrespiratória Complicações tardias: infecção do estoma, isquemia traqueal, fístula traqueoesofágica AÇÕES QUE ANTECEDEM - manter paciente em jejum (4 a 6h) - preparar o material - manter FiO2 do ventilador a 100% antes e durante o procedimento - monitorar saturação do O2m PA e FC - auxiliar o cirurgião na antissepsia local, abertura de materiais estéreis, readaptação do circuito do ventilador e atendimento de possíveis intercorrências AÇÕES IMEDIATAS - observar sinais de sangramento, edema e enfisema subcutâneo - fixar cânula adequadamente (risco de colapso do estoma nas primeiras 72h) - atentar para sinais de sintomas respiratórios AÇÕES DIÁRIAS - manter decúbito entre 30 e 45o - higienizar as mãos - manusear a traqueostomia com técnica asséptica - fazer curativo 3 a 4 vezes ao dia, com SF 0,9% ou de acordo com a necessidade - manter local limpo e seco - trocar fixação de acordo com a necessidade, mantê-las estável e sem compressão - observar padrão respiratório e sinais de desconforto - verificar pressão do cuff a cada 6 a 8h - realizar higiene oral conforme protocolo institucional - fazer aspiração quando necessário - observar deglutição, queixa de dor, sinais de infecção, obstrução, secreção excessiva
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