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Ecossistemas e Biomas

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DESCRIÇÃO
Introdução às características e dinâmicas dos diferentes
ecossistemas com ênfase nos principais biomas.
PROPÓSITO
Compreender o funcionamento dos ecossistemas, conhecendo os
principais biomas e sua relação com as ameaças à biodiversidade.
PREPARAÇÃO
Não são necessários materiais adicionais para a realização deste
estudo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a dinâmica dos ecossistemas
MÓDULO 2
Descrever as características dos biomas
INTRODUÇÃO
Neste tema, aprenderemos sobre os ecossistemas e biomas do
planeta, suas características, funcionamento e biodiversidade.
Veremos também como esse conhecimento pode ser aplicado ao
manejo de áreas naturais e na prevenção de problemas ambientais.
MÓDULO 1
 Reconhecer a dinâmica dos ecossistemas
CONCEITO E ECOLOGIA DE
ECOSSISTEMAS
POPULAÇÃO E COMUNIDADE
Com frequência, nas discussões sobre assuntos relacionados ao
meio ambiente, ouvimos a palavra ecossistema.
Mas o que é exatamente um ecossistema?
Para respondermos de forma satisfatória a essa pergunta, temos
antes que ter em mente alguns conceitos ecológicos importantes. O
primeiro é o conceito de população, que nada mais é que o
conjunto de indivíduos da mesma espécie que habitam uma
determinada área em um determinado espaço de tempo.
Uma forma simples de entender o que é uma população é imaginar
que você tem um aquário e coloca nele dez peixes paulistinhas.
Esses dez peixes paulistinhas formam uma população, pois são
todos da mesma espécie e vivem no mesmo lugar ao mesmo tempo.
Vamos, então, defini-los como sendo a sua população “A”.
Digamos que você queira deixar o seu aquário mais povoado e
insira alguns camarões de água doce. Nesse caso, você passa a ter
a sua população “A” de paulistinhas e uma população “B” composta
por camarões de água doce.
O segundo conceito a ser observado é o conjunto formado pelas
suas populações “A” e “B”. Denominamos esse conjunto
comunidade, pois uma comunidade é formada por todos os
organismos que vivem em uma área em um determinado período.
Logo, a comunidade que vive em seu aquário é formada por uma
população de peixes paulistinhas “A” e uma população de camarões
de água doce “B”.
Comunidade
 
Foto: shutterstock.com.
POPULAÇÃO A 
– PEIXES PAULISTINHAS

 
Foto: shutterstock.com.
POPULAÇÃO B 
– CAMARÕES DE ÁGUA DOCE
COMPONENTES BIÓTICOS
Os termos população e comunidade se referem à primeira parte de
um ecossistema, que é o componente biótico. Os componentes
bióticos do ecossistema são os seres vivos, como as plantas, os
animais e os micro-organismos. Podemos dividir esses
componentes em dois grupos principais: os organismos
autotróficos e os heterotróficos.
AUTOTRÓFICOS
Os autotróficos produzem seu próprio alimento a partir de material
inorgânico, por meio de processos de fotossíntese e quimiossíntese.
 
Foto: shutterstock.com.
Nesse grupo estão as plantas, algas e cianobactérias, que realizam
fotossíntese, em um processo em que a energia solar é capturada e
convertida em energia química e o carbono é fixado em compostos
orgânicos.
 
Além da fotossíntese, alguns organismos, como as bactérias,
produzem seus alimentos pela oxidação de compostos inorgânicos,
em um processo chamado de quimiossíntese.
HETEROTRÓFICOS
Já os organismos heterotróficos não são capazes de produzir seu
alimento, necessitando da matéria orgânica produzida por outro
organismo.
 
Foto: shutterstock.com.
Sendo assim, os seres heterotróficos alimentam-se de outros seres
vivos para produzir energia e sintetizar suas biomoléculas, pois são
incapazes de transformar material inorgânico em orgânico.
 
Podemos citar como exemplos de organismos heterotróficos os
animais herbívoros, que consomem as plantas para obter sua
energia e os animais carnívoros que consomem outros animais.
COMPONENTES ABIÓTICOS
A segunda parte de um ecossistema é formada pelos componentes
abióticos. Estes são os componentes não vivos do sistema, como:
A LUZ
A TEMPERATURA
OS NUTRIENTES
O SOLO
A ÁGUA
Apesar de eles parecerem meros detalhes do ecossistema, as
comunidades biológicas estão estabelecidas ou se nutrem dos
componentes abióticos, que são essenciais para a sobrevivência
dos organismos, como é o caso da radiação solar, permitindo o
processo de fotossíntese das plantas e algas.
ECOSSISTEMAS E ECOLOGIA
DE ECOSSISTEMAS
Agora que sabemos o que são populações, comunidades,
componentes bióticos e abióticos, podemos definir exatamente o
que é um ecossistema.
Imagem: shutterstock.com.
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1935 pelo ecólogo Arthur
George Tansley, que definiu ecossistema como:
Um conjunto de comunidades que vivem em um determinado local,
que interagem entre si e com o meio ambiente, constituindo um
sistema estável, equilibrado e autossuficiente.
Dessa forma, quando falamos em ecossistema, a grandeza do
sistema pode variar enormemente, pois um pequeno aquário com
plantas e peixes pode ser um ecossistema, assim como todo o
ambiente marinho, sendo o maior de todos os ecossistemas a
própria biosfera.
O estudo dessas interações entre os organismos e seu meio
ambiente como um sistema integrado é chamado de Ecologia de
Ecossistemas. Entender como a energia flui a partir da conversão
dos raios solares pelos organismos fotossintetizantes até a dinâmica
de decomposição de sua matéria têm sido questões-chave para
esse ramo específico da Ecologia.
O FLUXO DA MATÉRIA E ENERGIA
NOS ECOSSISTEMAS
Boa parte do que a ecologia de ecossistemas estuda está
relacionado a traçar o movimento da energia e da matéria através
dos ecossistemas. Isso porque a energia e a matéria são
conservadas, não são criadas nem destruídas, mas percorrem
caminhos diferentes através dos ecossistemas.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Os ciclos biogeoquímicos, também chamados de ciclos da matéria,
podem ser definidos como processos naturais em que ocorre a
ciclagem dos elementos, ou seja, sua passagem do meio ambiente
(componentes físico-químicos) para os organismos vivos e destes de
volta para o meio.
Os mesmos átomos da matéria são usados repetidas vezes,
montados em diferentes formas químicas e incorporados nos corpos
de diferentes organismos.
SILICATADAS
São aquelas formadas por proporções variáveis de minerais
silicáticos (feldspatos, micas, anfibólios etc.) e silicosos
(quartzo), ou apenas silicáticos, abrangendo os materiais
comercialmente classificados ou identificados como granito,
pegmatito (“feldspato”), xisto.
O termo biogeoquímico é derivado do fato de que há um movimento
cíclico de elementos que formam os organismos vivos (“bio”) e o
ambiente geológico (“geo”), onde intervêm mudanças químicas.
Embora todos os ciclos biogeoquímicos sejam importantes, alguns
se destacam pela íntima relação com nosso dia a dia e
aprenderemos um pouco mais sobre eles a seguir.
CICLO DA ÁGUA
O ciclo da água, ou ciclo hidrológico, faz com que a água circule em
nosso meio de maneira contínua, envolvendo tanto componentes
bióticos como abióticos. O ciclo da água é movido pela energia
solar, que aquece e evapora a água de oceanos, mares, rios e lagos.
Além disso, a energia solar desencadeia o processo de
evapotranspiração, que é o processo no qual o vapor de água
resultante da transpiração das plantas e evaporação dos solos é
levado para a atmosfera.
Imagem: shutterstock.com.
 Ciclo da água na natureza.
O vapor de água liberado nos diferentes processos sobe até
camadas mais altas da atmosfera, nas quais se condensa e forma
nuvens. As correntes de ar podem mover as nuvens para diferentes
regiões.
A água retorna à superfície da Terra por meio da precipitação, em
forma de chuva, granizo ou neve, que pode cair novamente em rios,
lagos, oceanos e mares, pode infiltrar no solo e atingir os aquíferos
ou ser absorvida pelas plantas e animais que necessitam dela para
suas atividades metabólicas e que depois irão liberá-la de volta no
ambiente.
CICLO DO CARBONO
O ciclo do carbono é um ciclo biogeoquímicocomplexo que pode ser
dividido em duas etapas, para facilitar o entendimento: ciclo
geológico do carbono e ciclo biológico do carbono.
Ciclo geológico do carbono
No ciclo geológico do carbono, o dióxido de carbono (CO2) é
trocado entre a atmosfera e a hidrosfera pelo processo de difusão,
até que se estabeleça o equilíbrio entre a quantidade de CO2 que se
encontra na atmosfera acima da água e na água.
Além disso, o CO2 pode dissolver-se na água da chuva, produzindo
H2CO3 (ácido carbônico), uma solução ácida que facilita a erosão
das rochas silicatadas, liberando os íons Ca2+(cálcio) e HCO3-
(bicarbonato).
Nos oceanos, esses íons são assimilados por organismos que os
utilizarão para a construção de suas conchas carbonatadas. Após a
morte desses organismos, suas conchas acumulam-se como
sedimentos ricos em carbonatos, que podem migrar para uma
região onde a pressão e as altas temperaturas fundem parcialmente
os carbonatos.
O sedimento do fundo oceânico participa ainda do ciclo tectônico,
formando magma, que produz gás carbônico, o qual é liberado para
a atmosfera pelos vulcões.
Ciclo biológico do carbono
javascript:void(0)
O ciclo biológico do carbono, como o nome indica, é a etapa que
envolve os seres vivos. O ciclo biológico pode ocorrer tanto no meio
terrestre quanto no aquático e o principal processo envolvendo os
seres vivos é o de fotossíntese.
Os organismos autótrofos fotossintetizantes, como plantas e algas,
por meio do processo de fotossíntese assimilam o carbono presente
na atmosfera, transformando-o em matéria orgânica, que é
consumida pelos demais organismos através da cadeia alimentar.
 
Foto: shutterstock.com.
HERBÍVOROS
Os organismos herbívoros assimilam essa matéria orgânica
ingerindo os vegetais.
 
Foto: shutterstock.com.
CARNÍVOROS
Já os animais carnívoros a obtêm por meio da digestão dos animais
herbívoros.
Além dos organismos fotossintetizantes, os organismos
quimiossintetizantes (que realizam a quimiossíntese) também
utilizam o carbono para a produção de compostos orgânicos.
Após ser assimilado pelos seres vivos, o carbono retorna ao
ambiente de diversas formas. Ele é liberado para a atmosfera por
meio do processo de respiração ou de decomposição, que tem
como um de seus produtos o CO2.
 
Imagem: shutterstock.com.
 Ciclo do carbono.
EFEITO ESTUFA E AQUECIMENTO
GLOBAL
O efeito estufa é um fenômeno natural e de extrema importância para
a vida na Terra.
INTEMPERISMO
Processo natural de deterioração das rochas seja por fatores
físicos, químicos ou biológicos.
Parte da energia que o Sol irradia sobre a superfície da Terra é
refletida de volta. No entanto, gases presentes na atmosfera,
conhecidos como gases de efeito estufa (como o CO2), absorvem
parte dessa energia e emitem parte dela de volta à superfície,
causando um aumento da temperatura.
Atividades humanas, como o desmatamento, as queimadas e a
utilização de combustíveis fósseis contribuem significativamente para
o aumento do CO2 na atmosfera. O aumento de gases de efeito
estufa ocasionados pela ação humana retém ainda mais os raios
ultravioleta na atmosfera, o que acaba intensificando o efeito estufa e
influenciando diretamente o aquecimento global, que é o aumento da
temperatura média do planeta.
CICLO DO FÓSFORO
O fósforo (P) é um elemento químico importante para o organismo
humano, estando presente, por exemplo, na composição dos
fosfolipídios, que são parte essencial da formação das membranas;
na molécula de ATP (adenosina trifosfato) e nos ácidos nucleicos.
Para as plantas, o fósforo é um nutriente que auxilia no crescimento e
um importante fertilizante utilizado na agricultura.
O fósforo está presente principalmente nas rochas, e seu ciclo é
iniciado quando este é liberado das rochas por meio da ação do
processo de intemperismo e passa a estar disponível para os
vegetais, que o utilizam em suas atividades metabólicas e, após
isso, é transmitido para outros organismos via cadeia alimentar.
Uma vez presente no corpo dos organismos vivos, o fósforo retorna
ao meio para ser reaproveitado. Nesse momento, entram em ação
as bactérias fosfolizantes, que atuam na decomposição de matéria
orgânica, tornando o fósforo disponível na forma de um composto
solúvel, que é facilmente transportado e dissolvido em água.
O fósforo, então, pode ser levado para rios, lagos e mares onde
pode ser novamente utilizado por algum ser vivo ou sedimentar e ser
incorporado às rochas que estão em formação.
javascript:void(0)
Imagem: Eduarda Servidio Claudino / Template: FERRARI, M.V.D.
Notas de aula de Engenharia e Ambiente. 2017. Não publicado. /
CC-BY-SA-4.0.
 Ciclo do fósforo.
Devemos lembrar que, apesar da importância do fósforo, ele
também causa impacto negativo ao meio ambiente. Esse elemento
químico pode chegar ao meio aquático em grande quantidade pelo
uso de fertilizantes, que acabam sendo levados para o interior de
rios e lagos; ou pelo lançamento de dejetos humanos.
O excesso de fósforo nos corpos d’água pode gerar a eutrofização,
isto é, o aumento da concentração de nutrientes num ecossistema
aquático, aumentando a produtividade e induzindo,
consequentemente, o crescimento excessivo de algas e plantas
aquáticas.
CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio (N2) é o principal componente do ar, correspondendo a
cerca de 78% de sua composição. Apesar da grande
disponibilidade, poucas espécies são capazes de utilizá-lo dessa
forma (apenas alguns tipos de bactérias e cianobactérias).
Os animais somente conseguem utilizar o nitrogênio na forma de
compostos orgânicos, tais como aminoácidos e proteínas. As
plantas e algas, por sua vez, utilizam o nitrogênio na forma de íons
nitrato (NO3-) ou íons amônio (NH4+).
O ciclo do nitrogênio começa com a transformação do N2 da
atmosfera em outros compostos nitrogenados. Essa transformação é
denominada processo de fixação do nitrogênio, que pode ser física,
industrial ou biológica.
 
Imagem: shutterstock.com.
FIXAÇÃO FÍSICA
A fixação física do nitrogênio ocorre quando faíscas elétricas ou
relâmpagos entram em contato com o nitrogênio, o que causa a
formação de amônia.
 
Imagem: shutterstock.com.
FIXAÇÃO INDUSTRIAL
A fixação industrial é realizada de forma artificial em fábricas.
 
Imagem: shutterstock.com.
FIXAÇÃO BIOLÓGICA OU
BIOFIXAÇÃO
A fixação biológica ou biofixação, por sua vez, é a fixação de
nitrogênio por micro-organismos, sendo essa a forma mais comum
de fixação.
Na fixação biológica, bactérias se associam às raízes de plantas
leguminosas estabelecendo um tipo de mutualismo, de forma que as
plantas fornecem proteção e alimento às bactérias, que, por sua vez,
convertem o nitrogênio gasoso em amônia (NH3) ou íons amônio
(NH4+) para as plantas utilizarem. Ao morrerem, essas plantas
liberam o nitrogênio de suas moléculas orgânicas na forma de
amônia (NH3). O nitrogênio pode ainda ser oxidado em nitritos e
nitratos, em um processo conhecido como nitrificação, que conta
com a ajuda de bactérias nitrificantes.
Os compostos inorgânicos de nitrogênio liberados no solo são
absorvidos e convertidos pelas plantas, algas e algumas bactérias
em compostos orgânicos, que passam a estar disponíveis na cadeia
alimentar.
Nas plantas, o nitrato ajuda na síntese de aminoácidos e bases
nitrogenadas. A falta desses compostos afeta o crescimento das
plantas, tornando-os essenciais na produção agrícola. Já os animais
obtêm os compostos orgânicos pela alimentação, e os liberam na
forma de excretas.
No processo de decomposição, os compostos orgânicos podem
ainda sofrer ação de bactérias que os convertem em nitrato, amônia
(amonização) ou até mesmo nitrogênio, capaz de retornar à
atmosfera. Caso o nitrogênio siga o caminho de devolução para a
atmosfera, diz-se que ocorreu um processo de desnitrificação, o qual
é realizado pelas bactérias desnitrificantes.
Imagem: Translated and slightly modified by Pedro Spoladore, based
on image by Johann Dréo (User:Nojhan)/ Image:Cycle azote fr.svg /
CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0.
 Ciclo do nitrogênio.
ENERGIA
Diferentemente da matéria, que é reciclada e os mesmos átomos
são reutilizados, a energia flui através do ecossistema como uma via
de mão única, normalmente entrando sob a forma de luz e saindo na
forma de calor.
A energia entra nos ecossistemas como luz do sol e é capturada em
forma química pelas plantas e outros organismos fotossintetizantes, e
continua seu caminho pelo ecossistema, mudando de forma na
medida em que os organismos:
METABOLIZAM
PRODUZEM RESÍDUOS
ALIMENTAM-SE UNS DOS OUTROS
EVENTUALMENTE, MORREM E SÃO
DECOMPOSTOS
A cada vez que a energia muda de forma, parte é convertida em
calor, que também é energia, portanto, nenhuma energia foi
destruída. Por fim, a energia que entrou no ecossistema como luz
solar é dissipada como calor e irradiada de volta para o espaço.
Este fluxo de energia unidirecional através dos ecossistemas
significa que todo ecossistema precisa de um suprimento constante
de energia, normalmente do sol, para funcionar. A energia pode ser
transferida entre organismos, mas não pode ser reciclada porque
parte dela é perdida como calor a cada transferência.
Imagem: shutterstock.com.
 O fluxo de energia nos ecossistemas é unidirecional.
A PRODUTIVIDADE NOS
DIFERENTES ECOSSISTEMAS
Agora que sabemos como a matéria e a energia se comportam nos
ecossistemas, veremos as diferenças ligadas a esses processos de
acordo com o tipo de ecossistema. A atividade de um ecossistema
pode ser avaliada pela sua produtividade, que se refere à
quantidade de matéria orgânica produzida em certa área, em
determinado intervalo de tempo. Essa produtividade depende de
diversos fatores, como a luz, a água, o gás carbônico e a
disponibilidade de nutrientes.
A produtividade primária, que é a produtividade dos seres vivos
autotróficos (que produzem o próprio alimento) pode ser dividida em:
PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA
(PPB)
Corresponde ao total de matéria orgânica produzida em gramas,
durante certo tempo, em uma certa área ambiental.

PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA LÍQUIDA
(PPL)
Obtida ao descontarmos da produtividade primária bruta a
quantidade de matéria orgânica consumida pela respiração (R),
podendo ser representada pela equação: PPL = PPB – R
Quanto maior for a taxa de fotossíntese realizada pelos produtores
da região, maior será sua produtividade primária bruta. As plantas
usam parte desta energia para sustentar a síntese de compostos
biológicos e para se manterem, logo, sua biomassa contém
substancialmente menos energia do que a total assimilada.
Fatores como a luz, a temperatura, a água, os sais minerais e os
gases, especialmente o CO2 interferem diretamente na
produtividade. Ambientes com diferentes disponibilidades em um ou
mais desses fatores podem apresentar diferenças enormes de
produtividade.
Um bom exemplo é a comparação entre a Floresta Amazônica e a
Caatinga.
 
Foto: shutterstock.com.
FLORESTA AMAZÔNICA
A Floresta Amazônica recebe grande quantidade de água e luz
durante o ano, de modo que a vegetação pode realizar muita
fotossíntese e produzir grande quantidade de compostos orgânicos e
oxigênio. Isso contribui para a grande riqueza de vida desse
ecossistema.
 
Foto: shutterstock.com.
CAATINGA
Já a Caatinga recebe praticamente a mesma quantidade de luz,
porém recebe muito menos água que a Amazônia. Essa diferença na
disponibilidade de água é diretamente responsável pela menor
produtividade primária bruta desse ecossistema e,
consequentemente, pela menor biodiversidade.
Embora quando pensemos em fotossíntese nos venha à mente as
grandes árvores das florestas tropicais, não são estas que
respondem pela maior produtividade primária.
São os organismos microscópicos clorofilados do fitoplâncton os
responsáveis pela maior parcela de toda a produtividade primária
que ocorre na Terra, pois embora de tamanho ínfimo, seu número é
imensamente grande e sua capacidade de reprodução é altíssima.
Em ecossistemas terrestres, a produtividade primária varia de cerca
de 2000g/m²/ano - em florestas tropicais altamente produtivas e
pântanos salinos ‒ a menos de 100g/m²/ano, em alguns desertos.
A IMPORTÂNCIA DAS CADEIAS
ALIMENTARES PARA
CONSERVAÇÃO E MANEJO DA
BIODIVERSIDADE
Para conhecermos melhor como funcionam as cadeias alimentares,
temos que entender que encontramos seres ligados por meio das
relações de alimentação. São eles:
PRODUTORES
Seres autótrofos que produzem seu próprio alimento, como plantas e
algas.
CONSUMIDORES PRIMÁRIOS
Herbívoros que se alimentam de plantas, como a capivara, boi etc.
CONSUMIDORES SECUNDÁRIOS
Carnívoros, animais que se alimentam de herbívoros, como a onça,
leão etc.
CONSUMIDORES TERCIÁRIOS
São representados pelos carnívoros de grande porte e predadores.
O homem também faz parte dos consumidores terciários: são os que
se alimentam da carne da galinha que se alimentou do gafanhoto,
que se alimentou do capim.
DECOMPOSITORES
São fungos e bactérias que se alimentam de restos de animais e
vegetais mortos.
MOVIMENTO DA ENERGIA
ATRAVÉS DOS NÍVEIS TRÓFICOS
Diferentemente da produtividade primária, que opera no nível trófico
dos produtores, a produtividade secundária opera no nível trófico dos
consumidores de diversas ordens e dos decompositores, de forma
que é possível investigar o número de calorias que passam de um
elo para outro de uma cadeia (teia) alimentar, ou de um nível trófico
para outro, de uma pirâmide através da eficiência ecológica.
A eficiência ecológica é a porcentagem de energia transferida de um
nível trófico para outro, em uma cadeia alimentar.
De modo geral, essa eficiência é aproximadamente de apenas 10%,
ou seja, cerca de 90% da energia total disponível em um
determinado nível trófico não é transferida para o nível seguinte,
sendo consumida na atividade metabólica dos organismos do
próprio nível ou perdida ou dissipada no ambiente. Em certas
comunidades, porém, a eficiência pode chegar a 20%.
Por que essa transferência de energia é tão ineficiente?
Há diversas razões.
 
Imagem: shutterstock.com.
A primeira delas é que nem todos os organismos em um nível trófico
inferior serão comidos por aqueles em um nível trófico superior.
 
Imagem: shutterstock.com.
Algumas moléculas dos corpos dos organismos que são comidos
não são digeríveis pelos predadores e são perdidas em suas fezes.
Os organismos mortos e as fezes se tornam jantar para os
decompositores.
 
Imagem: shutterstock.com.
Por último, das moléculas que carregam energia que são absorvidas
por predadores, algumas são utilizadas na respiração celular, ao
invés de serem armazenadas como biomassa.
POR QUE OS PREDADORES DE
TOPO SÃO IMPORTANTES
PARA O ECOSSISTEMA?
Neste vídeo, o especialista Luis Renato Rezende falará sobre como
a perda de predadores de topo afeta as comunidades animais.
PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
Como vimos, a matéria e a energia fluem pelos níveis tróficos e as
pirâmides ecológicas fornecem um retrato intuitivo, visual de como
se comparam os níveis tróficos de um ecossistema para uma
determinada característica de interesse, como o fluxo de energia,
biomassa ou o número de organismos.
PIRÂMIDE DE ENERGIA
As pirâmides de energia representam o fluxo de energia através dos
níveis tróficos.
 
Elas podem ser representadas em:
 
Unidades de energia, como:
KCAL/M²/ANO
Unidades de biomassa, como:
G/M²/ANO
Essas pirâmides são sempre verticais, mais estreitas a cada nível
sucessivo, já que não se pode criar energia e que uma parte dela é
convertida em calor a cada transferência.
PIRÂMIDE DE BIOMASSA
As pirâmides de biomassa representam a quantidade de energia
que é armazenada no tecido vivo, nos diferentes níveis tróficos.
 
Ao contrário de pirâmides de energia, pirâmides de biomassa
mostram quanto de biomassa está presente em um nível, não a
taxa na qual ela é adicionada.
 
Nesse caso, uma pirâmide invertida é possível em ambientes
aquáticos, em razãoda alta taxa de rotatividade dos fitoplânctons,
que são rapidamente comidos pelos consumidores primários
(zooplâncton), portanto sua biomassa é pequena em qualquer
momento.
 
No entanto, eles se reproduzem tão rapidamente que, apesar do
baixo estado de equilíbrio de sua biomassa, têm alta produtividade
primária que pode sustentar grandes quantidades de zooplâncton.
PIRÂMIDE DE NÚMEROS
Já as pirâmides de números mostram quantos organismos
individuais existem em cada nível trófico. Elas podem estar na
vertical, invertidas ou irregulares, dependendo do ecossistema.
 
Por exemplo, uma pastagem durante o verão tem uma base de
numerosas plantas, e os números de organismos diminuem nos
níveis tróficos superiores.
 
Já em uma floresta temperada, durante o verão a base da pirâmide
consiste em algumas plantas, principalmente árvores, que são
amplamente superadas em número pelos consumidores primários,
principalmente insetos. Uma vez que as árvores individuais são
grandes, elas podem sustentar os outros níveis tróficos, apesar de
seu menor número.
É importante ressaltar que dependendo do ecossistema uma
espécie pode ocupar posições diferentes no nível trófico da
comunidade.
Por exemplo, em áreas florestais muito degradadas gambás
costumam ser os principais predadores, ocupando o topo da cadeia
alimentar local. No entanto, em áreas de mata mais preservadas, os
gambás são alimento de carnívoros de médio e grande porte, como
as jaguatiricas que são os predadores de topo locais.
Imagem: Luis Renato Rezende Bernardo / Leandro Souteiro.
 Pirâmides ecológicas.
MANEJO DA BIODIVERSIDADE
Agora que aprendemos como a energia e a matéria se comportam
nos ecossistemas e como as comunidades se estruturam em relação
a isso, podemos entender melhor com se dá o manejo da
biodiversidade nos ecossistemas.
Mas o que exatamente é o manejo?
Manejo é definido como um tipo de intervenção humana que ocorre
de forma ocasional ou sistemática, em cativeiro ou na natureza,
visando manter, recuperar ou controlar populações silvestres,
domésticas, domesticadas ou asselvajadas para garantir a
estabilidade dos ecossistemas, dos processos ecológicos ou dos
sistemas produtivos.
Atualmente, existem duas concepções para a palavra manejo, o
manejo para conservação e o manejo produtivo.
MANEJO PRODUTIVO
MANEJO PARA CONSERVAÇÃO
MANEJO PRODUTIVO
Tem como objetivo gerenciar o bom funcionamento das atividades de
rotina de um sistema de produção em uma propriedade rural.
MANEJO PARA CONSERVAÇÃO
Tem como objetivo conciliar a proteção dos ecossistemas, dos
recursos naturais e de populações animais, atendendo às
necessidades econômicas, sociais e culturais das sociedades
modernas ao mesmo tempo em que as inter-relações ecológicas e a
energia do ecossistema sejam renovadas.
ETAPA 03
txt
Estudos sobre as complexas interações nas cadeias alimentares
podem fornecer informações importantes para os gestores sobre
questões diversas como minimizar o risco de doenças humanas,
estabelecer objetivos para áreas marinhas protegidas ou prever
invasores com maior potencial para interromper o funcionamento do
ecossistema, de forma que gestores podem prever e interferir em
acontecimentos futuros, a partir do manejo da biodiversidade,
baseado no conhecimento da cadeia alimentar das espécies.
Foto: shutterstock.com.
 Rato-da-pata-branca (Peromyscus leucopus).
Um bom exemplo de como o conhecimento da cadeia alimentar
pode auxiliar no manejo de populações e minimizar risco de doenças
em humanos é o caso da doença de Lyme, que é causada pela
bactéria Borrelia burgdorferi. Nos Estados Unidos, os ratos-da-pata-
branca (Peromyscus leucopus) são o principal reservatório dessa
doença, que é transmitida aos humanos através da picada do
carrapato Ixodes scapularis que infesta os ratos.
Um estudo descobriu que a precipitação anual e o desmatamento
podem influenciar na disponibilidade de frutos de carvalho, onde a
baixa produção de frutos influi diretamente na população dos ratos-
da-pata-branca e estes na população do carrapato Ixodes
scapularis.
Logo, em épocas de poucos frutos, os roedores transitam mais pela
floresta tendo um maior contato com os carrapatos. Assim como os
cervos, que também sofrem com a redução dos frutos e partem para
áreas de transição entre a floresta de carvalhos e campos abertos de
pastagens, transportando carrapatos adultos que podem estar
contaminados com borrelia.
Foto: shutterstock.com.
 Carrapato Ixodes scapularis, transmissor da borrelia.
Nestas situações, o risco da doença de Lyme para seres humanos
aumenta, devido a um contato maior do vetor em áreas urbanas ou
fora do ciclo silvestre. Pessoas que circulam nestas áreas de risco
podem se contaminar mais facilmente, adquirindo a doença de
Lyme. Logo, o monitoramento da produção de frutos permite aos
gestores anteciparem medidas para reduzir o possível impacto de
uma provável temporada de alta na transmissão de borrelia para
humanos.
Outro caso interessante é o ocorrido na costa da Califórnia, onde a
lontra-marinha (Enhydra lutris), que é uma espécie-chave em
habitats costeiros ao longo da costa do Pacífico da América do
Norte, que foi caçada até quase a extinção nos séculos XVIII e XIX,
mas que vem recuperando suas populações como resultado de seu
status de proteção.
Foto: shutterstock.com.
 Lontra-marinha (Enhydra lutris).
Já os abalones são uma espécie de ostra muito valorizada no
mercado internacional e uma das principais fontes de alimento das
lontras. O governo estabeleceu áreas de proteção onde os abalones
não podem ser pescados. No entanto, a função mais comum das
áreas marinhas protegidas é a conservação da biodiversidade,
então surgiu a questão de saber se as áreas protegidas podem
servir tanto ao manejo da pesca quanto aos objetivos da
biodiversidade.
Enquanto as lontras-marinhas eram raras, as populações de
abalones se desenvolveram muito, mas agora existe a preocupação
de que a pesca seja insustentável na presença de lontras-marinhas.
Então, estudos compararam as características da população de
abalone em locais ao longo da costa da Califórnia que variavam na
intensidade da colheita e na presença de lontras-marinhas. O
objetivo era determinar se as áreas marinhas protegidas podem
ajudar a tornar a pesca do abalone sustentável, quando todos os
links na cadeia alimentar forem totalmente restaurados.
O resultado foi que os efeitos sobre as populações de abalones
foram muito mais fortes onde as lontras-marinhas estavam
presentes. Na presença delas, os abalones ficavam principalmente
restritos às fendas onde são menos vulneráveis à predação, e mais
difíceis de serem pescados. Dessa forma, as áreas protegidas de
uso múltiplo provavelmente não são viáveis e foi recomendado
categorias separadas de áreas protegidas:
Áreas protegidas para reprodução de abalones voltada para a
produção pesqueira.

Áreas protegidas para a manutenção da biodiversidade.
No entanto, isso também pode não funcionar em longo prazo, pois
com a expansão das populações de lontras, pode ser que os
pescadores comecem a exigir o abate dos animais.
VERIFICANDO O
APRENDIZADO
1. O CONJUNTO DE INDIVÍDUOS DA MESMA
ESPÉCIE, QUE HABITAM UMA DETERMINADA ÁREA
EM UM DETERMINADO ESPAÇO DE TEMPO É:
A) Bioma
B) Comunidade
C) População
D) Família
E) Ecossistema
2. OS PROCESSOS NATURAIS EM QUE OCORRE A
CICLAGEM DOS ELEMENTOS, OU SEJA, SUA
PASSAGEM DO MEIO AMBIENTE PARA OS
ORGANISMOS VIVOS E DESTES DE VOLTA PARA O
MEIO É CHAMADO DE:
A) Ciclo da água
B) Ciclos biogeoquímicos
C) Fotossíntese
D) Erosão
E) Condensação
GABARITO
1. O conjunto de indivíduos da mesma espécie, que habitam
uma determinada área em um determinado espaço de tempo é:
A alternativa "C " está correta.
 
População é o conjunto de indivíduos da mesma espécie, que
habitam uma mesma área geográfica em um determinado espaço
de tempo e que, por isso, possuem maior chance de reproduzir entre
si. Um exemplo depopulação são peixes de uma certa espécie e
que vivem ao mesmo tempo em um aquário.
2. Os processos naturais em que ocorre a ciclagem dos
elementos, ou seja, sua passagem do meio ambiente para os
organismos vivos e destes de volta para o meio é chamado de:
A alternativa "B " está correta.
 
Os ciclos biogeoquímicos, também chamados de ciclos da matéria,
podem ser definidos como processos naturais em que ocorre a
ciclagem dos elementos, ou seja, sua passagem do meio ambiente
(componentes físico-químicos) para os organismos vivos e destes de
volta para o meio. Podemos citar os ciclos da água, carbono,
nitrogênio e fósforo. Esses nutrientes se mantem num equilíbrio
dinâmico conforme passam pelas diferentes etapas de seus ciclos.
MÓDULO 2
 Descrever as características dos biomas
CONCEITO DE BIOMAS E
APRESENTAÇÃO DE
DIFERENTES BIOMAS COM
SUAS CARACTERÍSTICAS
Aprendemos até agora que os ecossistemas são comunidades
funcionais formadas pela interação de organismos vivos e seus
ambientes físicos, que a matéria se recicla e a energia flui por eles,
que existem diferentes ecossistemas com dinâmicas
biogeoquímicas distintas, com alguns ecossistemas mais produtivos
e de maior biodiversidade que outros.
Já um bioma é a maior unidade biótica geográfica, constituída pelo
agrupamento de tipos de vegetação semelhantes em níveis
regionais. Ou mais simplesmente um conjunto de ecossistemas
próximos e de características físicas e biológicas semelhantes.
Um único bioma pode estar amplamente distribuído no planeta, e
devido a padrões semelhantes de seleção natural, espécies em
diferentes partes de um bioma podem ser semelhantes na aparência
e no comportamento. Porém, um bioma global pode possuir
ecossistemas únicos.
 EXEMPLO
O bioma das florestas tropicais faz referência a esta comunidade
ecológica em todo o planeta, da América do Sul ao sudeste da Ásia.
Por outro lado, você pode falar da Floresta Amazônica como um
ecossistema específico distinto, se tratando da composição de
espécies, hidrologia e outros fatores.
Os biomas são definidos com base nas principais formas de vida,
mas são dinâmicos em uma escala de tempo maior. As bordas dos
biomas podem se mover com o aquecimento ou resfriamento global,
mudanças na precipitação, movimento das geleiras e aumento do
nível do mar etc.
Atualmente, existem diferentes classificações de biomas. A maioria
delas os identifica em biomas aquáticos e biomas terrestres.
BIOMAS AQUÁTICOS
Os biomas aquáticos são formados pelos diversos ecossistemas
localizados nos rios, mares e oceanos e subdividem-se em:
 
Bioma marinho: Formado pelos ecossistemas adaptados à
água salgada.
Bioma de água doce: Constituído pelos ecossistemas
localizados nas bacias hidrográficas no interior do continente,
em rios e lagos.
BIOMAS TERRESTRES
Já os biomas terrestres correspondem originalmente a cerca de 30%
da biosfera e são classificados de acordo com as características do
ambiente (clima, relevo, tipos de solo), da fauna e, principalmente, do
tipo de vegetação.
Imagem: Sten Porse, derivative work: S4uri3r (talk) / Image:
Vegetation / CC-BY-SA-3.0.
 Biomas terrestres mundiais.
BIOMAS TERRESTRES, SUAS
CARACTERÍSTICAS E
FATORES LIGADOS À
CONSERVAÇÃO
A quantidade de biomas terrestres varia de acordo com o grau de
semelhança que utilizamos para considerar um ecossistema um
bioma. Existem sete principais biomas distribuídos pelo mundo, oito
se considerarmos os desertos polares. No entanto, cada um deles
pode ter variações físicas ou biológicas que permitem uma
reclassificação em um nível mais específico desse bioma.
Por exemplo, as florestas tropicais ocorrem nas Américas, África,
Ásia e Oceania. No entanto, cada uma delas tem um tipo específico
de flora e fauna, além de condições físicas um pouco distintas.
Dessa forma, embora sejam todas florestas tropicais, podemos
distingui-las umas das outras, como fazemos no território brasileiro,
onde o bioma Amazônia e o bioma Mata Atlântica são ambos
pertencentes ao bioma Floresta Tropical.
DESERTOS POLARES
Foto: Eli Duke / Ferrar Glacier, Antarctica 2.jpg / CC-BY-SA-2.0 CC-
BY-SA-3.0.
 A Antártica é um exemplo de deserto polar.
Os desertos polares ou desertos absolutos são aqueles localizados
pincipalmente nos dois extremos do nosso planeta. Nas áreas de
desertos polares, a evaporação supera duas ou mais vezes a
precipitação anual, e a temperatura média no mês mais quente
costuma ser abaixo dos 10°C.
Os desertos polares da Terra cobrem cerca de 5 milhões de
quilômetros quadrados e são quase todos cobertos de rocha ou
cascalho. A maior parte deles está localizada na:
Antártida
HEMISFÉRIO SUL
Groenlândia
HEMISFÉRIO NORTE
Dunas de neve habitualmente ocorrem em áreas onde o vento é mais
abundante, podendo provocar, inclusive, avalanches. Os vales secos
da Antártida têm permanecido livres de gelo há milhares de anos. Já
em campos de gelo permanente, encontram-se ecossistemas
simples, onde os nutrientes tendem a se concentrar à medida que
neve e gelo evaporam, podendo ocorrer o crescimento de algas
sobre a neve antiga.
TUNDRA
Foto: shutterstock.com.
 Tundra no Círculo Polar Ártico.
Situa-se nas regiões próximas ao Polo Ártico, norte do Canadá, da
Europa e da Ásia. Apresenta temperaturas baixas durante todo o
ano. O inverno é bastante severo e o verão é frio. O permafrost é o
solo típico da região da tundra.
É um solo permanentemente congelado, compreendido logo abaixo
da superfície, no subsolo. Este solo impede o desenvolvimento de
plantas de maior porte, pois as raízes não conseguem penetrar mais
profundamente. No entanto, no verão em alguns locais a neve derrete
formando regiões pantanosas.
A vegetação é baixa e esparsa, composta principalmente por
musgos e líquens, mas em regiões com a temperatura mais elevada
surgem gramíneas e pequenos arbustos. A fauna é composta
principalmente por insetos, mas também há lobos, ursos, alces,
renas, cabras, roedores, raposas, lebres, perdizes, corujas, dentre
outros.
 SAIBA MAIS
É curioso notar que muitos animais que sobrevivem na tundra
possuem uma coloração de pelagem decorrente da mudança de
paisagem. Assim, no inverno, a fim de se camuflarem, a pelagem de
muitos animais permanece branca como a neve, enquanto no verão
a pelagem fica mais escura.
O aumento das temperaturas globais ameaça a manutenção do
permafrost em todo o mundo. Especialmente nas montanhas, o
permafrost é responsável pela estabilização das encostas, uma vez
que as rochas e sedimentos desagregados mantêm-se unidos pelo
permafrost.
O degelo do permafrost nessas áreas pode:
 
Imagem: shutterstock.com.
Provocar deslizamentos e avalanches, causando danos a lavouras,
residências, áreas de pastagem, estradas e pontes.
 
Imagem: shutterstock.com.
Aumentar a probabilidade de inundações e rompimento de lagos de
origem glacial.
 
Imagem: shutterstock.com.
Permitir que vírus e bactérias que estavam presentes em corpos de
pessoas e animais congelados voltem para a superfície, causando
novas contaminações.
TAIGA
Foto: abdallahh from Montréal, Canada / Gaspé / CC-BY-2.0.
 Floresta de coníferas no Canadá.
A taiga também é chamada de floresta boreal ou floresta de
coníferas devido à predominância de pinheiros e abetos. É uma
vegetação típica das altas altitudes, encontrada no Hemisfério Norte
do globo, mais precisamente entre a Tundra e a Floresta Temperada,
em região de clima frio.
Porém, possui uma estação quente mais longa e amena, comparada
ao bioma tundra. A vegetação é pouco diversificada, sendo
composta principalmente por coníferas, que possuem folhas em
forma de agulhas (aciculares) recobertas por uma cera que conserva
a umidade e o calor, evitando, assim, o seu congelamento no inverno.
Além disso, a copa das árvores apresenta formato cônico, com o
intuito de não acumular a intensa neve que cai durante o inverno. A
fauna é composta por diversas espécies de:
INSETOS
AVES
RENAS
ALCESVEADOS
URSOS
RAPOSAS
MORCEGOS
Muitas dessas espécies migram ou hibernam durante o inverno.
A taiga é um dos maiores biomas do mundo e por isso possui
enorme importância no ecossistema ambiental mundial, a qual
equilibra o clima e o ar.
A taiga vem sofrendo nos últimos anos com a exploração
desenfreada de madeira, alterando a paisagem natural a partir da
degradação e consequentemente do desequilíbrio do meio
ambiente, desde a diminuição e, em casos mais extremos, à perda
de espécies vegetais e/ou animais.
FLORESTA TEMPERADA
Foto: shutterstock.com.
 Floresta temperada durante o outono.
Localiza-se em determinadas regiões da Europa e América do
Norte. Ocorre em ambiente de clima temperado e com as quatro
estações bem definidas. A flora é composta por três grupos
principais de árvores:
DECÍDUAS
CONÍFERAS
FOLHAS LARGAS
As árvores chamadas de decíduas (ou caducifólias) e as espécies
de folhas largas perdem as folhas ao fim do outono e readquirem na
primavera. Essa situação é uma adaptação ao inverno, pois com a
perda das folhas, as árvores reduzem sua atividade metabólica. As
plantas mais características são os carvalhos e faias. Nas espécies
de coníferas, nem todas perdem as folhas no inverno.
A fauna nas florestas temperadas é bastante variada e, devido à
definição clara das estações, há animais que têm comportamento
peculiar no inverno, como os ursos, que hibernam, e os esquilos, que
armazenam comida. Há, ainda, os animais como morcegos, corujas,
gambás javalis, linces, lobos, raposas e aves de pequeno e grande
porte, como os faisões.
A fauna das florestas temperadas foi muito afetada pelo
desmatamento e a caça, em especial, os predadores de topo como
os carnívoros.
Isso levou ao desiquilíbrio ambiental em alguns locais com a
superpopulação de algumas espécies de herbívoros e a degradação
dos solos.
Alguns locais como o parque Yellowstone, nos Estados Unidos,
introduziram novamente predadores de topo, como o lobo, em seus
ecossistemas para tentar trazê-los de volta à estabilidade. Já na
Europa, políticas sérias e bem ajustadas de proteção ao meio
ambiente têm resultado no retorno de diversas espécies de
carnívoros a áreas onde estavam extintos há muitas décadas.
FLORESTA TROPICAL
Foto: Carlamoura.amb / Wikimedia Commons / CC-BY-SA-3.0.
 A Amazônia brasileira é um tipo de floresta tropical.
Localiza-se em regiões de clima quente e com elevado índice
pluviométrico. Ocorre no norte da América do Sul, América Central,
África, Ásia e Austrália.
As florestas tropicais são ambientes ricos em biodiversidade. A
vegetação é densa e forma estratos, conforme a cobertura das
copas das árvores, o que origina diferentes microclimas. A
vegetação também apresenta epífitas, cipós e líquens.
Apesar de suportar uma enorme variedade de plantas, os solos das
florestas tropicais são pobres. A sua produtividade é garantida pela
grande disponibilidade de água e temperatura elevada. Além disso,
os nutrientes necessários encontram-se em sua maior parte na
biomassa das próprias árvores vivas do que no solo. O processo de
decomposição da matéria orgânica é extremamente rápido, o que
garante a ciclagem rápida dos nutrientes, condição fundamental para
manter o funcionamento desse ecossistema.
A fauna de vertebrados e invertebrados é extremamente rica e varia
muito de uma localidade para outra onde o bioma ocorre.
A maior ameaça à conservação das florestas tropicais é o
desmatamento. Ele resulta em:
FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL
PERDA DE BIODIVERSIDADE
EROSÃO
EXTINÇÃO DE ESPÉCIES
O ritmo de desmatamento das florestas tropicais é extremamente
acelerado, o que pode levar a restar apenas fragmentos isolados de
florestas em cerca de cem anos, e acarretará extinções em massa
das espécies dependentes desse bioma.
Além disso, o desmatamento é responsável por 20% de todas as
emissões de gases na atmosfera. A emissão de gases é o principal
causador do efeito estufa, que gera o aquecimento da Terra e afeta
outros biomas. O desmatamento também reduz a disponibilidade de
troca gasosa e regulação do ciclo de chuvas promovidos pelas
florestas tropicais, o que afeta o clima em nível local e global.
SAVANAS
Foto: Gossipguy / South Africa trip / CC-BY-SA-3.0.
 Savana presente na África do Sul.
Localizadas na África, Ásia, Austrália e nas Américas, as savanas
correspondem a um tipo de cobertura vegetal formada
predominantemente por vegetação rasteira de gramíneas, ervas,
arbustos e árvores esparsas. Estão situadas na zona intertropical do
planeta, que recebe forte incidência solar durante todo o ano, e seu
clima é o tropical, com duas estações ‒ uma seca e uma úmida.
No Brasil, esse tipo de bioma é chamado de Cerrado e abriga
espécies icônicas como o tamanduá-bandeira e o lobo-guará; já a
savana africana é a mais conhecida e abriga animais de grande
porte, como os elefantes, girafas e leões.
É importante notar que existem diferentes formas de savanas, desde
as mais florestadas até os campos limpos de gramíneas.
Estudos mostraram que a incidência de árvores em áreas de savana
está diretamente ligada à quantidade de grandes herbívoros
pastoreando nelas. Logo, com a diminuição das populações desses
animais gerada pela caça, muitas áreas de campo limpo da savana
africana começaram a dar espaço a ambientes mais florestados.
Já no Brasil, o Cerrado é o bioma brasileiro mais ameaçado do país
devido à expansão da agricultura, pois o solo fértil e os terrenos
planos favorecem a implantação de culturas agrícolas mecanizadas
como a soja e o milho.
PRADARIA OU CAMPOS
Foto: Wing-Chi Poon, colors adjusted by Kjetil r / Image: Cumulus
Clouds over Yellow Prairie.jpg / CC-BY-SA-2.5.
 Pradaria do estado da Dakota do Sul, nos EUA.
Localizam-se em determinadas regiões da América do Sul, América
do Norte, Europa e na Ásia, em locais que apresentam períodos de
secas. São ambientes com predomínio de gramíneas em vastas
planícies desprovidas de árvores e arbustos.
As pradarias geralmente ocorrem em locais de clima temperado,
com verões e primaveras chuvosos e inverno e outono secos, onde
habitam mamíferos de médio e pequeno porte, como roedores,
coiotes, raposas, além de aves e insetos.
No Brasil, a pradaria é conhecida como Pampa e é muito utilizada
como campo de pastagens para a criação de gado. Além disso, é
utilizada como área de plantações por apresentar solos férteis.
Essas são justamente as atividades econômicas que afetam esse
bioma, que entra em processo de desertificação devido às
queimadas. A partir daí, o solo empobrece e torna-se incapaz de
regenerar-se, levando à perda de diversas espécies vegetais e
animais.
DESERTO
Foto: shutterstock.com.
 Dunas de areia no deserto do Saara.
Os desertos ocorrem em ambientes de pouca umidade, onde a
precipitação pluviométrica não ultrapassa 250mm ao ano. Devido à
baixíssima umidade, a amplitude térmica é extremamente alta, com
variação de temperaturas até 45°C durante o dia a -5°C durante a
noite. As maiores regiões desérticas do mundo situam-se na África
(deserto do Saara) e na Ásia (deserto de Gobi).
Os solos dos desertos são pobres e formados principalmente a partir
de processos de erosão eólica e caracterizam-se pela presença de
areia e rochas e pouca matéria orgânica. A vegetação é formada por
gramíneas e arbustos, distribuídos espaçadamente pelo terreno.
A vegetação xerófila, como os cactos, é adaptada ao ambiente seco
para evitar a perda de água predominante nesse tipo de vegetação.
A fauna é menos diversificada em relação a outros biomas,
composta basicamente por répteis, insetos e roedores, que
normalmente se escondem do sol de dia e saem à noite.
Muitos locais no mundo vêm sofrendo processo de desertificação
devido à ação humana e uso inadequado do solo. Nesses locais, a
vegetação desaparece e dá lugar à formação de um deserto.
Imagem: shutterstock.com.
BIOMAS AQUÁTICOS, SUAS
CARACTERÍSTICAS E
FATORES LIGADOS À
CONSERVAÇÃO
Os ecossistemas aquáticossão os que abrangem todos os
ambientes de água, desde os pequenos riachos até os oceanos.
Assim como nos ecossistemas terrestres, os aquáticos também
apresentam diversos tipos de relações ecológicas e interação entre
os fatores bióticos e abióticos.
São classificados de acordo com suas características de
temperatura, salinidade, movimentação da água, profundidade e
incidência de raios solares, e podem ser de dois grupos: os
ecossistemas marinhos e os de água doce.
ECOSSISTEMAS MARINHOS
Como 75% da superfície do planeta é coberta por oceanos, este é o
maior ecossistema do nosso planeta. De acordo com a incidência
de luz nas águas dos oceanos, podemos classificá-las de duas
formas: a primeira de acordo com o recebimento de luz solar e a
segunda de acordo com a profundidade.
ZONAS DE ACORDO COM O
RECEBIMENTO DE LUZ SOLAR
A primeira é a zona fótica, que vai até aproximadamente 180 metros
de profundidade. É a zona que recebe a luz solar e, portanto,
habitada por seres que necessitam desta luz para sobreviverem,
como o fitoplâncton, a maioria dos peixes e mamíferos marinhos.
Foto: shutterstock.com.
 A zona fótica é onde está concentrada a maior parte da vida
marinha.
A segunda é a zona afótica, composta por águas que ficam abaixo
da zona fótica e, portanto, uma área cujas águas não recebem luz
solar. A ausência de luz solar e a pressão atmosférica dificultam a
sobrevivência de muitas espécies. Portanto, na zona afótica vivem
apenas bactérias, vermes e algumas espécies de peixes, crustáceos
e moluscos. Muitos deles se alimentam de detritos provenientes da
zona fótica.
ZONAS DE ACORDO COM A
PROFUNDIDADE
Pode ser dividida em:
ZONA LITORAL
Região entre os limites das marés, exposta periodicamente devido à
ação das marés.
ZONA NERÍTICA
Região do mar sobre a plataforma continental que se estende até
200m de profundidade, iluminada pela luz solar e onde estão muitos
tipos de animais que vivem sobre e no fundo arenoso ou grudados a
rochas. É a zona onde o fitoplâncton realiza o processo fotossintético
com grande intensidade.
ZONA OCEÂNICA
Região entre 200 a 2000 metros de profundidade, onde não há
iluminação da luz solar e os animais tornam-se mais escassos.
ZONA BÊNTICA
Corresponde ao fundo do mar habitado por algumas espécies que
em geral dependem da matéria orgânica proveniente das zonas
acima ‒ a maioria dos animais que habitam essa zona é constituída
por detritívoros ou predadores.
Os ambientes marinhos atualmente são afetados de diversas formas.
A pesca predatória diminui os estoques de peixes, moluscos e
crustáceos e afeta cadeias alimentares inteiras. Além disso, a
poluição advinda do esgoto modifica as características dos
ambientes costeiros e afeta as populações de animais locais.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS
ECOSSISTEMAS MARINHOS
Neste vídeo, o especialista Luis Renato Rezende falará sobre como
as mudanças climáticas têm afetado os biomas marinhos.
ECOSSISTEMAS DE ÁGUA DOCE
Podem ser divididos em dois tipos de ecossistemas: lênticos e
lóticos.
ECOSSISTEMAS LÊNTICOS
São definidos pela presença de água parada ou com pouco
movimento. Eles são representados por lagos, lagoas, reservatórios
ou charcos, nos quais o tempo de residência (tempo que a água
permanece no sistema) costuma ser alto, pois o seu fluxo é baixo.
Foto: shutterstock.com.
 Os lagos são um exemplo de ecossistema lêntico.
Esses ambientes podem ser divididos em três zonas:
 
Imagem: shutterstock.com.
ZONA LITORÂNEA
Região junto à margem, em contato direto com o ambiente terrestre.
Nessa região, são encontradas várias plantas aquáticas enraizadas
ou flutuantes. Animais como peixes, moluscos, artrópodes e anfíbios
habitam essa área.
 
Imagem: shutterstock.com.
ZONA LIMNÉTICA
Região que vai até onde a luz chega. Suas comunidades são o
plâncton (bactérias, algas e zooplâncton) e o nécton (peixes).
Diferente da zona litorânea onde a fotossíntese é realizada por
plantas, nessa região ela é realizada pelas algas.
 
Imagem: shutterstock.com.
ZONA PROFUNDA
Região onde não há penetração de luz, por isso é totalmente
dependente da matéria orgânica produzida na região litorânea e
limnética. Nessa região, estão presentes os organismos bentônicos,
principalmente bactérias e fungos decompositores.
ECOSSISTEMAS LÓTICOS
São definidos pela presença de água em movimento, como os rios,
riachos e córregos, nos quais a correnteza permanentemente
desloca a água da montante (nascente) à jusante (foz de desague).
Foto: shutterstock.com.
 Os rios são exemplos de ecossistemas lóticos.
Tanto riachos pequenos com baixíssimo volume d’água quanto o Nilo
ou o Amazonas, os maiores rios do mundo, são considerados
ambientes lóticos. A biota destes ecossistemas é rica e possui
adaptações relacionadas ao:
VOLUME DO FLUXO DA ÁGUA
INTENSIDADE DO FLUXO DA ÁGUA
VARIAÇÃO DO FLUXO DA ÁGUA
Os produtores primários principais são as algas e os insetos, que
correspondem a uma grande parcela dos consumidores primários,
com alguns moluscos e crustáceos, cabendo aos peixes
principalmente o papel de consumidores secundários.
Os ambientes de água doce atualmente são muito ameaçados pela
poluição proveniente da ocupação humana, pois com frequência são
o destino do esgoto das cidades ou tem suas margens ocupadas
irregularmente. Isso afeta não somente a fauna e flora dos rios e
lagos, mas também os ambientes onde a água proveniente desses
deságua.
VERIFICANDO O
APRENDIZADO
1. OS PRINCIPAIS BIOMAS MUNDIAIS SÃO:
A) Tundra, taiga, floresta temperada, floresta equatorial, floresta
tropical, savanas, desertos e campos.
B) Tundra, Cerrado, floresta subtropical, floresta tropical, mangues,
Floresta Mediterrânea, Monções Asiáticas, desertos.
C) Floresta Temperada, Chaparral, mediterrâneo, floresta tropical,
Campo Sujo, Mata de Araucárias, Pampas, desertos.
D) Taiga, gramíneas, Mata de Galeria, floresta equatorial, Pantanal,
Mata de Araucárias, vegetação xerófila, floresta tropical.
E) Floresta Temperada, Chaparral, mediterrâneo, oceanos, Campo
Sujo, Mata de Coqueiros, Pampas, desertos.
2. OS ECOSSISTEMAS LÊNTICOS SE REFEREM A
QUE AMBIENTES AQUÁTICOS?
A) Lagos
B) Cachoeiras
C) Oceanos
D) Rios e riachos
E) Mares
GABARITO
1. Os principais biomas mundiais são:
A alternativa "A " está correta.
 
Existem sete principais biomas distribuídos pelo mundo: tundra,
taiga, floresta temperada, floresta equatorial, floresta tropical,
savanas, desertos e campos.
2. Os ecossistemas lênticos se referem a que ambientes
aquáticos?
A alternativa "A " está correta.
 
Ambientes lóticos são aqueles que possuem um fluxo de água
contínuo. Já os ambientes aquáticos lênticos são definidos pela
presença de água parada ou com pouco movimento, caso dos lagos,
córregos e barragens.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, aprendemos sobre os ecossistemas do planeta, como
eles funcionam, suas características e suas fauna e flora associadas.
Discutimos como o conhecimento do funcionamento desses
ecossistemas pode ser útil para o manejo do meio ambiente e
prevenção de problemas ambientais. Aprendemos que alguns
ecossistemas com características semelhantes chamamos de
biomas, que existem ao menos sete biomas principais que ocorrem
no mundo, mas que estes podem estar subdivididos em biomas
mais específicos e semelhantes entre si.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 752p.
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HAKENKAMP, C. C.; MORIN, A. The importance of meiofauna to
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EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista:
Às palestras e entrevistas com a professora Mercedes Bustamente,
Instituto Cerrados, publicadas no YouTube.
CONTEUDISTA
Luis Renato Rezende Bernardo
 CURRÍCULO LATTES
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