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Reação Liquenóide: O QUE É: → São reações patológicas que se caracterizam como uma resposta imunológica a um agente alergênico, como materiais restauradores, medicações sistêmicas ou alimentos, podendo ser observadas em pele e em mucosa; → A lista de agentes descritos que causam reações de estomatite alérgica de contato na cavidade oral é extremamente diversa. ESTOMATITE LIQUENÓIDE DE CONTATO A MATERIAIS ODONTOLOGICOS: → A maioria das reações de hipersensibilidade aos materiais restauradores dentários ocorre ao amálgama dentário, geralmente associadas ao conteúdo de mercúrio; → A grande maioria das reações adversas representam reações de hipersensibilidade crônica tipo IV, as quais são associadas a restaurações antigas e corroídas; → Acredita-se que os íons metálicos liberados pela corrosão se haptenizem com as proteínas de superfície dos queratinócitos orais, iniciando uma resposta autoimune direcionada à camada basal do epitélio; Características Clínicas: → Se apresentam clinicamente e histopatologicamente semelhantes ao líquen plano, mas exibem uma correlação direta ao contato com o material restaurador; → Os sinais tendem a aparecer dentro de horas após a colocação do amálgama e apresentam- se como leões eritematosas, prurítica e urticariformes na mucosa ipsilateral e na pele facial; → A grande maioria afeta a mucosa jugal posterior e a superfície ventral das bordas laterais da língua. Geralmente as lesões estão confinadas à área de contato e podem ser brancas ou eritematosas, com ou sem estrias periféricas. A maioria dos pacientes não apresenta sintomas, mas erosões periódicas podem ser observadas. Diagnóstico diferencial: Líquen plano. Diagnóstico: → O diagnóstico de uma reação liquenóide de contato é realizado pelo aspecto clínico e pela não migração da lesão e pela correlação com metal dentário adjacente. A biopsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico clínico e para excluir outras alterações como a displasia epitelial. Tratamento: → Em pacientes com reações de hipersensibilidade aguda ao mercúrio do amálgama, geralmente o processo é autolimitante e resolve-se de forma espontânea dentro de dois a três dias; a q → Para as reações liquenóides crônicas, medidas locais, como melhora na higiene oral, alisamento, polimento e recontorno das restaurações, devem ser executadas antes das medidas mais agressivas. Líquen Plano: O QUE É: → É uma doença mucocutânea imunomediada, de natureza crônica inflamatória e etiologia desconhecida, onde a cavidade oral é um dos locais mais comumente afetados; → Engloba adultos de meia-idade (raro o acometimento em crianças), com prevalência em mulheres; → As lesões de pele do líquen plano são classicamente descritas como pápulas poligonais, púrpuras e pruriginosas; → Em geral, afetam as superfícies flexoras das extremidades. LÍQUEN PLANO RETICULAR: → Mais comum do que a forma erosiva; → Não costuma causar sintomas; → Envolve a região posterior da mucosa jugal bilateralmente; → Outras áreas da mucosa bucal também podem estar envolvidas de forma concomitante, como a borda lateral e o dorso da língua, a gengiva, o palato e o vermelhão labial; → É chamado assim por causa de seu padrão característico de linhas brancas entrelaçadas (estrias de Wickham); → As lesões brancas podem, em alguns casos, apresentar-se como pápulas; → Períodos de melhora e de piora são característicos (lesões não são estáticas); → A melanose pós-inflamatória em geral acompanha as estrias reticulares (principalmente em pessoas negras); → O padrão reticular pode não ser tão evidente em algumas localizações, como no dorso da língua, onde as lesões se apresentam como placas queratóticas com atrofia das papilas; → Mucoceles superficiais podem se desenvolver no interior ou adjacente às áreas de mucosa que estão envolvidas pelo líquen plano. LÍQUEN PLANO EROSIVO: → Apesar de não ser tão comum quanto a forma reticular, é mais significativo para o paciente, porque as lesões em geral são sintomáticas; → Clinicamente, observam-se áreas eritematosas, atróficas, com graus variáveis de ulceração central e a periferia das regiões atróficas costuma ser circundada por finas estrias brancas irradiadas; → Algumas vezes, a atrofia e ulceração estão confinadas à mucosa gengival produzindo um padrão de reação denominado gengivite descamativa. Nestes casos, um espécime de biopsia deve ser obtido para estudos de microscopia de luz e de imunofluorescência do tecido perilesional, pois o penfigoide e o pênfigo vulgar podem apresentar aspecto clínico semelhante; → Se o componente erosivo for grave, pode ocorrer separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente, resultando na apresentação relativamente rara de líquen plano bolhoso. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: → São típicas, porém não específicas, porque outras condições também podem exibir um padrão histopatológico semelhante. DIAGNÓSTICO: → Líquen plano reticular: pode ser realizado apenas com os achados clínicos. As estrias brancas entrelaçadas que aparecem bilateralmente na região posterior da mucosa jugal são características patognomônicas; → Líquen plano erosivo: é algumas vezes mais difícil de ser diagnosticado, do que a forma reticular. Caso as típicas estrias brancas irradiadas e áreas eritematosas da mucosa atrófica estejam presentes na periferia das ulcerações bem demarcadas na região posterior da mucosa jugal bilateral, o diagnóstico pode ser estabelecido sem o suporte dos achados histopatológicos. Contudo, a biopsia, com estudos de imunofluorescência direta, muitas vezes é necessária para afastar outras doenças erosivas ou ulcerativas, como o lúpus eritematoso ou a estomatite ulcerativa crônica; → As lesões liquenóides erosivas isoladas no palato mole, na borda e ventre da língua ou no assoalho bucal, devem ser submetidas à biopsia para afastar alterações pré-malignas ou malignas. Uma condição que pode ser semelhante a uma lesão de líquen plano, tanto clínica quanto histopatologicamente é a reação liquenóide ao amálgama dentário. TRATAMENTO: → O líquen plano reticular normalmente não produz sintomas e nenhum tratamento é necessário. Na maioria das vezes, os pacientes afetados podem ter uma candidíase sobreposta e neste caso queixarem-se de uma sensação de ardência na mucosa bucal. A terapia antifúngica é necessária nesses casos; → O líquen plano erosivo com frequência é incômodo para o paciente, devido às feridas abertas presentes na cavidade bucal. Por ser uma condição imunomediada, os corticosteroides são recomendados. Leucoplasia: O QUE É: → Placa ou mancha que não pode ser caracterizada clinicamente ou patologicamente como qualquer outra doença, com risco aumentado de desenvolver um câncer. IMPORTANTE: → A definição de Leucoplasia é incomum e torna o diagnóstico dependente não apenas da aparência clínica, mas também da exclusão de outras doenças que se manifestam como placas brancas na mucosa oral; → O seu termo é estritamente clínico e não implica uma alteração histopatológica específica do tecido. CARACTERÍSTICAS: → É a mais comum das lesões potencialmente maligna que podem ocorrer na cavidade oral; → Acomete pessoas acima de 40 anos, e a sua prevalência aumenta rapidamente com a idade, em especial para os homens; → Fatores de risco: cigarro, álcool, exposição solar e microrganismos; → Mais de 90% acomete o vermelhidão do lábio, língua e assoalho de boca. Pode estar localizada em mucosa bucal e gengiva também. ASPECTO CLÍNICO: → Leucoplasia leve ou delgada: o No início aparece como uma placa branca ou acinzentada, plana ou ligeiramente elevada, podendo ser translúcida, fissurada ou enrugada; o É geralmente macia e com bordas bem delimitadas, mas às vezes pode gradualmente se mesclar com a mucosa normal; o Leucoplasias finas podemdesaparecer ou continuar inalteradas e raramente exibem displasia na biopsia. → Leucoplasia espessa ou homogênea: o Para os tabagistas que não reduzem o hábito, dois terços das lesões tendem a aumentar em tamanho e progredir para essa fase, caracterizada por placas brancas espessas e bem delimitadas com fissuras profundas; o A maioria permanece indefinidamente nessa fase. No entanto, um terço delas regride ou desaparece. → Leucoplasia granular ou nodular: o Desenvolvem aumento de irregularidades de superfície. → Leucoplasia verrucosa ou verruciforme: o Lesões com projeções afiadas, rombas ou verruciformes. DIAGNÓSTICO: → Por exclusão, associado ao estilo de vida do paciente; → A biopsia é necessária para obter um diagnóstico histopatológico e orientar o tratamento adequado; → As biopsias devem ser realizadas nas áreas clinicamente mais “graves”, e múltiplas biopsias podem ser necessárias em lesões grandes e multifocais. TRATAMENTO: → Leucoplasias exibindo displasia epitelial leve, moderada ou intensa devem ser removidas completamente; → A excisão cirúrgica pode ser realizada através de um bisturi frio ou elétrico, ou laser de alta potência. PROGNÓSTICO: → Cada fase clínica da leucoplasia tem um potencial de transformação maligna diferente; → Mesmo após a remoção, as taxas globais de recorrência relatadas variam de 10% a 35%, e o desenvolvimento das leucoplasias adicionais é comum; → As leucoplasias verruciforme ou granular exibem uma taxa de recorrência de 83%,
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