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INTOXICAÇÕES EXÓGENAS · Todos os pctes com intoxicação exógena suspeita ou confirmada devem ser ttos como potencialmente graves, mesmo os que se apresentem oligossintomáticos na av inicial, pois podem evoluir com deterioração clínica posterior; · Vias de exposição: cutânea, oral, IV, inalatória, mucosas; · Manejo inicial: 1- Condução do pcte à sala de emergênciaALTERAÇÕES PUPILARES: miose midríase opióides simpatotmiméticos colinérgicos anticolinérgicos carbamatos sd de abstinência clonidina fenotiazidas 2- Avaliação e estabilização dos sinais vitais 3- Formulação da HD, síndrome tóxica correspondente e tto 4- Obter histórico com paramédicos, familiares e testemunhas 5- Se produto químico potencialmente perigoso = evitar exposição de outras pessoas 6- ABCDE · Pontos importantes da história clínica: 1- Substância ingerida ou exposta 2- Dose 3- Duração da exposição 4- Tempo entre a exposição e atendimento médico-hospitalar 5- Sinais clínicos prévios de depressão ou tentativa de suicídio Síndrome Clínica Drogas Antídoto COLINÉRGICA Confusão mental, RNC, convulsões, miose Bradicardia, hipertensão, taquipneia Sialorreia, incont urinárria e fecal, diarreia, vômitos, lacrimejamento, broncoespasmo, fasciculações - carbamatos, organofosforados - fisostigmina, nicotina, pilocarpina - gás sarin, cogumelos Atropina Fisostigmina ANTICOLINÉRGICA Agitação, alucinação, delirium, convulsões, midríase Hipertermia, taquicardia, hipotensão, taquipneia, arritmias Mucosas e pele seca, redução da peristalse Retenção urinária - anticolinérgicos: atropina, escopolamina... - anti-histamínicos: clorfeniramina, hidroxizina, difenidramina... - anti-parkinsonianos; ciclobenzaprima; tricíclicos SIMPATOMIMÉTICA Agitação, alucinação, hiperreflexia, midríase Hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia Sudorese, tremor de extr - meta/anfetaminas, cafeína, cocaína, MDMA - ritalina, efedrina, teofilina Anfetaminas: BZDs SEROTONINÉRGICA Tríade: alt estado mental + instabil autonômica + hiperativ neuromusc Agitação, confusão, coma, midríase Hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia Sudorese, diarreia Tremor, hiperreflexia, hipertonia (>MMSS) , rigidez, trismo - inibidores da MAO, ISRS, tricíclicos - tramadol se assoc com ISRS ou duais SEDATIVO-HIPNÓTICA RNC, pupilas variáveis Bradicardia Depressão respiratória - álcool, barbitúricos, BZDs - zolpidem, relaxantes mm BZD: flumazenil OPIOIDE RNC, miose Bradicardia, bradipneia, hipotensão, hipotermia - fentanil, morfina - metadona, oxicodona Naloxone ALUCINOGÊNICA Agitação, alucinações, distorção da percepção e sensório, midríase, nistagmo Hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia - anfetaminas - LSD - NMDA Anfetaminas: BZDs · Medidas de suporte e investigação: - ABCDE - ACLS se PCR (intoxicações exógenas é uma das causas de assistolia e AESP EXAMES COMPLEMENTARES ROTINEIRAMENTE RECOMENDADOS: HMG completo Toxicológico da urina BQM sérica Gaso arterial se suspeita de acidose Eletrólitos (Na, K) [álcool] sérica Fç renal e hepática Lactato sérico Urina 1 Glicemia capilar Teste de gravidez ECG · Medidas de descontaminação: CUTÂNEA = despir roupa do pcte, lavar pele com quantidade abundante de água; OCULAR = anestesia local com anestésico tópico, lavagem com SF 0,9% (sempre de região medial para lateral, de forma abundante), solicitar av oftalmo; DESCONTAMINAÇÃO GÁSTRICA = se pcte chega em ate 1-2h, alertas e colaborativos; Medida Método Indicação Contraindicação Complicações Lavagem gástrica Proteção da via aérea; SNG ou SOG; Decúbito lat esq, cabeça à 20º; Infusão de SF até retorno límpido: - adulto = 250ml por vez (máx 6L) - cças = 10ml/kg por vez (máx 4L) Contaminação por VO Até 2h da contaminação Ingesta cásustica e solventes Sangramentos Risco de perfuração intestinal VAs não protegidas Presença de antídoto Broncoaspiração Hipotermia Laringoespasmo Lesão mecânica TGI Carvão ativado (CA) Em conjunto com lavagem gástrica, via SNG ou SOG no pcte com IOT VO em pctes conscientes e colaborativos Contaminação por VO Até 2h da contaminação Intox por subst. não adsorvida pelo CA ou subst. corrosivas (ác, álcali, cianeto, lítio, metais pesados); Risco de perf ou obstr intestinal RNC ou agitação psicomotora VAs não protegidas Broncoaspiração Constipação ou obstrução intestinal Diminuição da eficácia de antídotos Lavagem intestinal Adm de subst. osmoticamente ativa (polietilenoglicol) para aumento do peristaltismo e eliminação com as fezes, reduzindo o tempo de exposição intestinal VO ou SNG – adultos = até 2L/h Intox por subst. não adsorvidas pelo CA = lítio, chumbo, ferro, body-packers Susp de perfuração ou obstrução intestinal Vômitos incontroláveis VAs não protegidas Broncoaspiração Náuseas Vômitos · Medidas de eliminação das toxinas: - pctes com >2h de exposição ou tempo de exposição incerto ou com contraindicação à descontaminação TGI Medida Método Indicação Contraindicação Complicações Alcalinização urinária Adm 1-2meq/L de BIC de Na 8,4% em bolus + 150meq/L do mesmo em 1L de SG 5% - infusão de 200-250ml/h Monitorizar ph, K séricos 2-4h/2-4h Meta = ph urina >7,5 Ph sérico 7,55-7,6 Corrigir DHE se necessário Intox moderada a grave por salicilato; intox por fenobarbital, tricíclicos, clorpropamida, MTX Hipervolemia, EAP, edema cerebral, ins renal, hipoK não corrigida Hipervolemia HipoK, hipoCa Alcalose met Métodos dialíticos Hemodiálise ou hemoperfusão Subst. dialisáveis: lítio, FBB, salicilato, ACV, metanol/ etilenoglicol, teofilina Subst. hemodialiáveis: teofilina, CBMZP - Instabilidade hemodinâmica Subst. não adsorvível Complicação de punção ou acesso vascular Emulsão EV de lípides Bolus inicial de 1,5ml/kg de sol lipídica a 20% em 2-3min + infusão de 0,25ml/kg/min Intox por anestésicos, Bbloq, BCC, tricíclicos, BUP, cocaína - Hiperlipemia grave Pancreatite aguda SDRA · ANTÍDOTOS Toxina Antídoto Toxina Antídoto Anestésico local Emulsão lipídica BZDs Flumazenil Bbloq Glucagon ou insulina em altas doses Opióides Naloxone BCC Altas doses de insulina e Ca EV Isoniazida Vit B6 Carbamato/organofosforado Atropina e fisostigmina Varfarina/cumarínicos Vit K Digoxina Ac antidigoxina Tricíclicos, salicilatos, FBB Bicarbonato de sódio Paracetamol N-acetilcisteína Ciclofosfamida Mesna Metanol/etilenoglicol Fomepizol/etanol Sais de Fe Desferroxamina Meta-hemoglobinemia Azul de metileno Verapamil, cloroquina, propranolol Isoprotenolol Cianeto Nitritos/hidroxicobalamina Hipoglicemiantes orais Octreotida Ferro Desferoxamina Mercúrio, níquel, cobre Penicilamina Arsênico, chumbo Dimecarpol, EDTA (chumbo) Heparina Protamina MANEJO ESPECÍFICO DE INTOXICAÇÃO POR DROGAS: DROGA CLÍNICA + DIAGNÓSTICO MANEJO COCAÍNA E CRACK Sd simpatomimética adrenérgica Teste qualitativo de benzoilecgonina Exames: HMG, fç renal, eletrólitos, CPK, ECG, gaso arterial com lactato Estabilização hemodinâmica (expansão volêmica, drogas vasoativas se hipotensão) O2 suplementar se necessário Diazepam 5-10mg EV a cada 5-10min até controle das manifestações Evitar neurolépticos Se SCA = BZD + AAS + heparina + nitroglicerina (se necessário) + angioplastia Se emergência hipertensiva = BZD + nitrato Se taquiarritmia = BZD + bic de Na + adenosina + cardioversão elétrica se necessário ANFETAMINAS Sd simpatomimética Teste qualitativo na urina Exames: HMG, fç renal e hepática, enzimas hepáticas, eletrólitos, CPK, ECG, urina1, troponina se dor tx Se sint neuro = TC de crânio Semelhante à cocaína Uso primordial de BZDs ECSTASY/MDMA Sd simpatomimética + sd serotoninérgica Aumento da sociabilidade, disposição sexual e ADH Teste de drogas de abuso Exames: HMG, fç renal e hepática, enzimas hepáticas, eletrólitos, CPK, ECG, urina1, troponina se dor tx Semelhante à cocaínae anfetaminas LSD Sd alucinogênica Dx clínico Medidas de suporte BZDs se agitação Antipsicóticos se sintomas psicóticos Não são recomendadas medidas de descontaminação MACONHA/CANABINOIDES Hiperemia conjuntival, boca seca, hiperexia, taquipneia, fala arrastada. Pode nistagnmo, ataxia, taquicardia, HAS, hipotensão postural, euforia, diminuição da ansiedade e atenção, exacerbação se sint psicóticos Dx clínico Teste qualitativo na urina Ecg e troponina se suspeita de SCA Medidas de suporte BZDs se agitação Antipsicóticos se sintomas psicóticos ETANOL Sd sedativo-hipnótica Sint variam conforme quantidade: 1. Diminuição reflexos, verborragia, visão borrada, excitação ou depressão mental 2. Ataxia, confusão, logorreia, hipoGli 3. Incoord motora, hipotermia, hipoGli, torpor, convulsões, DHE 4. Coma, falência respiratória, colapso hemodinâmico, óbito Dx: clinica; alcoolemia sérica Estabilização hemodinâmica (expansão volêmica, drogas vasoativas se hipotensão) Se hipoglicemia: 100mg tiamina EV 5 ampolas Gli a 5% Se convulsões: Diazepam 5-10mg EV a cada 5min METANOL Sd sedativo-hipnótica Ataxia, desinibição, sedação, diplopia, visão borrada, cegueira, edema de papila Dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, taquicardia, hipotensão, acidose metabólica com AG aumentado, convulsões, RNC, IRA Dx: clínica; dosagem sérica do metanol Ex: glicemia, eletrólitos, HMG, fç renal/hepática, ECG Monitorização na emergência devida à alta letalidade e complicações Estabilização hemodinâmica (expansão volêmica, drogas vasoativas se hipotensão) Correção DHE Antídoto: etanol - ataque de 0,8g/kg de etanol absoluto EV em 1h - manutenção de 130mg/kg/h de etanol absoluto - diluir em sol 10% com SG 5% Adm de ácido fólico: - 1mg/kg (até 50mg) - diluído em 100ml de SG 5% a cada 4h Hemodiálise CA é CONTRAINDICADO! ETILENOGLICOL Sd sedativo-hipnótica Sint ~metanol, mas sem as alt visuais Acidose metab precoce com AG elevado, podendo cursar com hiperventilação, convulsões, coma, arritmias, EAP, edema cerebral Urina fluorescente Urina1: cristais de oxalato de Ca Dosagem sérica de etilenoglicol Semelhante intox por metanol Ao invés do uso de ác fólico, utiliza-se tiamina E piridoxina 100mg EV (ambas) de 6/6h MANEJO ESPECÍFICO DE INTOXICAÇÃO POR DROGAS: DROGA CLÍNICA + DIAGNÓSTICO MANEJO TRICÍCLICOS E TETRACÍCLICOS Sd anticolinérgica Taquiarritmias (alargamento ou estreitamento do QRS) Dx clínico Ex lab, ecg Medidas de suporte Descontaminação gástrica com CA Considerar alcalinização sérica de QRS>100ms Bic de Na 8,4% 1-2meq/kg EV em bolus Sulfato de Mg se arritmia refratária ao bic Se convulsões = bzds; não usar fenitoína Contraindicado = fisostigmina e flumazenil Pode usar = emulsões lipídicas ISRS Ataxia, letargia, bradicardia, hipotensão, RNC, coma Sd serotoninérgica é incomum Taquiarritmias e cardiotoxicidade principalmente por citalopram/escitalopram Dx clínico Ex lab, ecg Medidas de suporte Descontaminação gástrica com CA Se taquicardia: Bic de Na 8,4% 1-2meq/kg EV em bolus Monitorização cardíaca contínua Sulfato de Mg se QT longo ou risco de torsades de pointes PARACETAMOL/ ACETAMINOFENO Sintomas inespecíficos (náuseas, vômitos, dor abd, anorexia) até a iminência da falência hepática (72-96h após intox) - icterícia, coagulopatias, IRA, encefalopatia, confusão, sonolência, coma Dx clínico Níveis séricos da medicação (normograma Rumack-Matthew) Medidas de suporte Descontaminação gástrica com CA N-acetilcisteína é um antídoto para os metabolitos do paracetamol, deve ser adm idealmente em até 8h - VO: ataque 140mg/kg + manutenção 70mg/kg 4/4h por 72h ou pcte assint - EV: ataque 150mg/kg em 1h diluídos em 200-300ml SF ou SG 5% + manutenção de 12,5mg/kg/h por 4h e 6,25mg/kg/h por 16h Tx hepático (10% dos casos de intox por paracetamol) Indicações: ph <7,30 ou INR> 6,5 + creat >3,4 + encefalopatia graus III/IV LÍTIO BZDS ANTICONVULSIVANTES CARBAMAZEPINA BARBITÚRICOS OPIOIDES ANTIPSICÓTICOS BBLOQ BCC DIGOXINA SALICILATOS ANTICOLINÉRGICOS
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