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Int�icaçõe� - Principai� T�ic� Acetaminofen (Paracetamol) Dose tóxica - >140 mg/kg Mecanismo de toxicidade - Quando ingerido em grandes quantidades, o paracetamol é metabolizado pelo citocromo P450 e algumas oxidases, formando a N-acetil-P-benzoquinona (NAPQI), que reage com macromoléculas hepáticas e renais, gerando lesão. Manifestações precoces (2 a 4 horas após a ingestão) - Náuseas, vômitos, palidez e sudorese Manifestações tardias (24 a 48 horas) - Dor em hipocôndrio direito, icterícia, hepatomegalia, distensão abdominal (necrose hepática) e insuficiência renal Achados laboratoriais - Elevação de AST, ALT, bilirrubinas e TP Achados que indicam mau prognóstico - Elevação do TP acima de 2x o controle, bilirrubina > 4 mg/dL, pH < 7,3, creatinina > 3,3 mg/dL e encefalopatia hepática. Tratamento: ● Carvão ativado ● N-acetilcisteína (funciona como um doador de cisteína e glutationa, que é responsável pela detoxificação da NAPQI) - Dose de ataque de 140mg/kg e dose de manutenção de 70 mg/kg de 4/4h 17 vezes. ● OBS: A medicação tem maior efeito quando usada nas primeiras 8 a 10 horas Ácidos e Álcalis (Corrosivos) Mecanismo de toxicidade - Lesão direta, trombose e formação de aderências na cicatrização Manifestações precoces - Dor e eritema na região oral, sialorréia, disfagia, dor abdominal, vômitos Manifestações tardias - Estenoses na faringe, esofago, antro e piloro do estômago Exames laboratoriais - Hemograma, coagulograma, bioquímica, eletrólitos, gasometria, radiografia de tórax e abdome, e endoscopia digestiva alta (24 h após a exposição) Achados que indicam mau prognóstico - Pneumomediastino, pneumonia, traqueíte, pneumoperitônio, hematemese e infecção bacteriana sobreposta Tratamento: ● Hidratação vigorosa ● Correção de distúrbios hidroeletrolíticos, antieméticos e bloqueadores H2 e bomba de prótons ● Analgesia ● Uso de corticosteróides e antibióticos é controverso ● Dilatação endoscópica para as estenoses (3 a 4 semanas após a ingestão) ● OBS - Carvão ativado e lavagem gástrica são contraindicados Anticolinérgicos Principais tóxicos: ● anti histamínicos H1 ● Atropina, hioscina, homatropina, escopolamina e ipratrópio (DPOC) ● Antiparkinsonianos - Biperideno e benztropina ● Relaxantes musculares - Orfenadrina, ciclobenzaprina, isometepteno ● Neurolépticos - Clozapina, olanzapina, fenotiazinas ● ADTs Mecanismo de toxicidade - Bloqueio de receptores de acetilcolina no sistema nervoso parassimpático, no músculo e no SNC Manifestações SNA - Peristaltismo diminuído, pupilas dilatadas, pele e mucosas secas, retenção urinária, taquicardia, hipertensão e hipertermia Manifestações SNC - Agitação, ataxia, alucinações delirium confusão, depressão respiratória e coma Manifestações musculares - Hiperatividade muscular e rabdomiólise Achados que indicam mau prognóstico - Tratamento: ● Lavagem gástrica na primeira hora ● Carvão ativado (pode ser usado após 1 hora da ingestão, já que a motilidade gastrointestinal vai estar diminuída) ● Benzodiazepínicos para a agitação ● Resfriamento e hidratação ● Antídoto (raramente é necessário) - Fisostigmina (1 a 2 mg IV por 2 a 5 minutos, podendo repetir a dose) ● OBS - Fisostigmina não deve ser usada para convulsões ou coma e é contra indicado se houver distúrbios da condução cardíaca Anticonvulsivantes Principais substâncias: ● Fenobarbital ● Fenitoína ● Carbamazepina ● Valproato ● Clonazepam (benzodiazepínico) Mecanismo de toxicidade - Provocam depressão no SNC, geraldo alterações cerebrais e vestibulares Manifestações - Ataxia, nistagmo, diplopia, borramento visual, tontura náuseas, vômitos, tremores, depressão respiratória, coma e convulsões (em altas doses, os anticonvulsivantes podem causar convulsão) Tratamento: ● Carvão ativado - Pode ser usado em múltiplas doses, já que alguns medicamentos apresentam preparação de liberação prolongada (fenitoína, carbamazepina, fenobarbital e valproato) ● Intubação se necessária ● Restaurar volemia e usar drogas vasoativas se necessário ● Tratar convulsões com benzodiazepínicos ● Diálise (obs: agentes não dialisáveis - fenobarbital, valproato e carbamazepina) ● Alcalinização da urina no caso de intoxicação por fenobarbital (é um ácido fraco) ● Bicarbonato de sódio no caso de distúrbios do ritmo cardíaco causados pela carbamazepina Antidepressivos Tricíclicos e Tetracíclicos Principais substâncias - Amitriptilina, nortriptilina, clomipramina, imipramina, bupropion, maprotilina e mirtazapina Mecanismo de toxicidade - Inibem a recaptação de diversos neurotransmissores Manifestações anticolinérgicas - Peristaltismo diminuído, pupilas dilatadas, pele e mucosas secas, retenção urinária, taquicardia, hipertensão e hipertermia Manifestações SNC - Agitação, hiperatividade, convulsões e coma Manifestação pelo bloqueio alfa adrenérgico - Hipotensão Manifestações pelo bloqueio de canais de sódio - Prolongamento do QRS e arritmias Achados no ECG - Prolongamento do QRS, onda R maior que 3 mm em AVR e onda R maior que a onda S em AVR Tratamento: ● Lavagem gástrica na primeira hora ● Carvão ativado em múltiplas doses ● Carga de sódio e alcalinização sérica - Tratar distúrbios da condução e arritmias ● Lidocaína - Arritmia ventricular que não responde a alcalinização ● Benzodiazepinicos para tratar convulsão ● OBS - Diálise não é efetiva, pois os ADTs tem alta ligação com proteínas plasmáticas. Não se pode usar flumazenil para tratar intoxicação por benzodiazepínicos se o paciente também tiver ingerido ADT. Antidepressivos serotoninérgicos Dose tóxica - São mais seguros, precisando de grandes doses para evoluírem com gravidade Principais substâncias - Fluoxetina, paroxetina, sertralina, venlafaxina Mecanismo TGI - Náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia Manifestações SNC - Agitação, alteração do nível de consciência, confusão, convulsões e coma Manifestações SNA - Diaforese, febre, alterações na PA, sialorréia, taquicardia, calafrios e midríase Manifestações Neuromusculares - Tremor, rigidez, mioclonia e hiper-reflexia Complicações - Acidose lática, hipertermia, insuficiência hepática e renal, rabdomiólise, CIVD e SARA. Tratamento: Lavagem gástrica e carvão ativado na primeira hora Medidas de suporte Bloqueio da serotonina (raramente necessário) - Ciproeptadina (4 a 8 mg VO a cada 2 a 4 horas, até 32 mg em 24 horas) ou Clorpromazina (50 a 100 mg EV lentamente, até 400 mg em 400 mg em 24 horas) Benzodiazepínicos Mecanismo de toxicidade - Potencialização do efeito do neurotransmissor gaba, gerando hiperpolarização do neurônio devido a abertura de canais de cloro Principais substâncias - Longa duração (diazepam, flurazepam, clonazepam), curta duração (lorazepam, flunitrazepam e alprazolam) e ultra curta duração (midazolam) Manifestações - Sonolência, depressão respiratória, hipotensão, hipotermia e coma (sintomas são mais graves quando associados a outros depressores - Álcool, barbitúricos, antidepressivos e opioides) Tratamento: Lavagem gástrica seguida de carvão ativado na primeira hora Flumazenil - Dose inicial de 0,1 mg em 1 minuto, repetindo a dose várias vezes até o efeito desejado (paciente não deve ficar totalmente acordado, apenas deve ter um reflexo de deglutição adequado - capacidade de proteger via aérea) sem ultrapassar 3 mg Intubação pode ser necessária OBS - Flumazenil não deve ser usado em pacientes sem rebaixamento do nível de consciência, história de convulsões, uso de ADTs concomitante, prolongamento do QRS e por curiosidade diagnóstica. Betabloqueadores Manifestações - Náuseas , vômitos, palidez, pele fria, hipotensão, bradicardia, convulsões e depressão do SNC Manifestações metabólicas - Hipercalemia, hipoglicemia, acidose metabólica e aumento do lactato Achados ECG - Prolongamento de QRS, bloqueio atrioventricular, bloqueio de ramo e assistolia Tratamento: ● Apesar de não ser contraindicada, a lavagem gástrica pode aumentar a hipotensão devido à estimulação colinérgica ● Carvão ativado ● Oxigênio e intubação - Tratar insuficiência respiratória ● Atropina, marcapasso ou drogas vasoativas- Tratar hipotensão e bradicardia ● Glicose 50% - Tratar hipoglicemia ● Glucagon - 5 mg EV, podendo ser repetido logo após. Após isso, manter em bomba de infusão contínua 1 a 5 mg EV/h, se a resposta for boa ● Solução polarizante (insulina + glicose), para casos refratários - 0,1 U/kg de insulina + 50 g de glicose. Apos isso, manter em bomba de infusão contínua 0,1 a 1 U/kg/h de insulina + glicose suficiente para evitar hipoglicemia, se a resposta for boa. ● Gluconato de cálcio a 10 %, para casos refratários - 10 mL EV diluido em 100 mL de soro em 2 minutos, repetindo a dose 4 vezes. Após isso, manter em bomba de infusão contínua 0,2 mL/kg/h com máximo de 10 mL/h, se a resposta for boa. Bloqueadores dos Canais de Cálcio Manifestações - Náuseas, vômitos, depressão do SNC, convulsões, hipotensão, bradicardia (não diidropiridínicos - Verapamil e diltiazem) e taquicardia reflexa (diidropiridínicos - Nifedipino e anlodipino) Complicações - Edema agudo de pulmão, choque e isquemia de órgãos (AVC, isquemia mesentérica) Achados ECG - Prolongamento do QRS, bloqueio átrio ventricular, isquemia e assistolia Tratamento - Gluconato de cálcio inicialmente, associar glucagon e solução polarizante nos casos refratários (nas mesmas doses já descritas) Cocaína e Simpaticomiméticos Dose tóxica - Varia em cada caso, usuários crônicos podem aguentar até 10 g de cocaína sem ter reações tóxicas Principais substâncias - Cocaína, efedrina, anfetaminas, crack Mecanismo de toxicidade - Inibem a recaptação e ativam a liberação de noradrenalina e dopamina Manifestações - Agitação, tremor, palpitações, dor precordial, ansiedade, hipertermia, midríase, sudorese, náuseas, vômitos, hiperventilação, fasciculações delirium, convulsões e coma. Complicações cardiovasculares - IAM, taquiarritmias, hipertensão, IAM, dissecção aórtica, AVE e morte súbita) Achados ECG - Taquiarritmias, TV, supradesnivelamento de ST, distúrbios da condução, bloqueio de ramo Radiografia de tórax - Aumento do índice cardiotorácico, congestão pulmonar TC de crânio - Pode evidenciar hemorragia intraparenquimatosa e edema Screening qualitativo de urina - Evidencia a presença do tóxico Tratamento: ● Carvão ativado raramente é usado, já que a VO não é a principal via de intoxicação nesses casos ● Suporte cardiovascular - Não usar drogas com duração longa, pois o efeito do tóxico é curto ● Benzodiazepínicos (primeira escolha) - Induz a remissão dos sintomas psicomotores e na maioria das vezes a hipertensão e a taquicardia também diminuem. ● Nitroglicerina - Útil nos casos com edema agudo de pulmão e SCA ● Nitroprussiato de sódio - Útil em algumas emergências hipertensivas (AVC, dissecção aórtica) ● Lidocaína - Útil em casos de TV ● Benzodiazepínico + fenobarbital - Tratar estado Epilético ● OBS - Não usar betabloqueadores pois causam hipertensão paradoxal (são preferidos bloqueadores não seletivos como o labetalol) Digoxina Mecanismo de toxicidade - Faz parte da classe dos digitálicos (usados na arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca), atua inibindo a enzima Na+/K+ ATPase, aumentando a concentração intracelular de sódio e cálcio e reduzindo o potássio. Manifestações - Náuseas, vômitos, diarreia, confusão, alucinações, delirium, visão turva, hipotensão, síncope, taquiarritmias com hipercalemia (intoxicação aguda), bradiarritmias com hipocalemia (intoxicação crônica) Achados ECG - Arritmia sinusal, bradicardia, bloqueio AV, extrassístoles, bigeminismo, taquicardias supraventriculares, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular. Tratamento: ● Carvão ativado em múltiplas doses ● Lavagem gástrica ● Tratar hipocalemia, hipomagnesemia, hipóxia, insuficiência renal e hipercalemia ● Suporte cardiovascular ● Antídoto - Anticorpo antidigoxina Organofosforados e Carbamatos Dose tóxica - Mecanismo de toxicidade - Inibição reversível (carbamatos) ou irreversível (organofosforados) da acetilcolinesterase, gerando aumento de acetilcolina, resultando em efeitos em SNC, receptores muscarínicos, receptores nicotínicos dos gânglios do SNA e junção neuromuscular. Manifestações: Receptores muscarínicos (tendem a ser mais sustentados) - Náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal, sialorréia, broncorreia, incontinência fecal e urinária, dispneia, sudorese, miose, visão borrada, lacrimejamento, hipotensão, bradicardia, edema pulmonar, bloqueio AV. Receptores nicotínicos (tendem a ser mais curtos) - Taquicardia, hipertensão, fasciculações, fraqueza muscular, hipoventilação (paresia dos músculos respiratórios) SNC - Agitação, confusão, convulsão e coma Tratamento: ● Lavar o paciente (caso seja exposição dérmica) ● Lavagem gástrica e carvão ativado ● Tratar insuficiência respiratória e convulsões ● Atropina (antagonista muscarínico) - 1 a 2 mg EV (intoxicações leves a moderadas, 2 a 5 mg EV (intoxicações graves), podendo repetir as doses a cada 5 a 15 minutos. ● Pralidoxima (Regenera a acetilcolinesterase) - 1 a 2 g diluído em 150 a 250 mL de solução fisiológica em infusão lenta de 15 a 30 minutos, podendo repetir a dose se a resposta for incompleta. (dependendo da gravidade pode mantê-la a cada 6 horas ou mesmo em bomba de infusão contínua 500 mg/hora) Isoniazida Dose tóxica - Mecanismo de toxicidade - Em doses tóxicas, a isoniazida produz depleção da piridoxina (B6),que atua como cofator na produção do GABA, resultando em inibição da síntese do GABA. Manifestações - Náuseas, vômitos, tontura, disartria, letargia, confusão, coma, depressão respiratória e convulsões Achados laboratoriais - Pode ser confirmado pela dosagem sérica de isoniazida Tratamento: ● Lavagem gástrica ● Carvão ativado ● Benzodiazepínicos e fenobarbital para as convulsões ● Antídoto - Vitamina B6 EV 5 g em 3 a 5 minutos, podendo ser repetida em 30 minutos ● Hemodiálise nos casos mais graves Lítio Mecanismo de toxicidade - Fármaco usado em transtornos afetivos apresenta dose terapêutica muito próxima da dose tóxica). Metal muito semelhante ao sódio e ao potássio, atua substituindo cátions endógenos, interferindo na excitabilidade das células, ativação da adenilato ciclase e na liberação de neurotransmissores.A intoxicação pode ocorrer por ingestão aguda ou por acúmulo, causado por dosagem excessiva ou diminuição da excreção, já que o lítio induz lesão renal. Manifestações leves - Náuseas, vômitos, diarreia, letargia, fadiga e tremores finos Manifestações moderadas - Hipertensão, taquicardia, confusão, agitação, nistagmo, disartria, ataxia e síndromes extrapiramidais. Manifestações graves - bradicardia, hipotensão, hipertermia, convulsões e coma Achados laboratoriais - Leucocitose, hiperglicemia, albuminúria, glicosúria, diabetes insipidus nefrogênica adquirida, alterações no ECG e aumento na dosagem sérica de lítio. Tratamento: ● Lavagem gástrica ● Não usar carvão ativado (não adsorve o lítio) ● Alcalinização da urina ● Suporte - Tratar arritmia, convulsões, hipotensão e rebaixamento do nível de consciência ● Hemodiálise nos casos mais graves ou em casos com grave insuficiência renal associada Metanol e Etilenoglicol Manifestações - A manifestação mais marcante é a acidose metabólica, devendo sempre entrar como diagnóstico diferencial de pacientes que apresentam-se graves com esse distúrbio. Tratamento: ● Lavagem gástrica ● Não é indicado carvão ativado (não absorve essas substâncias) ● Suporte clínico ● Tratar a acidose metabólica com bicarbonato ● Antidoto - Etanol (ampola de 10 mL de álcool a 100% diluir na proporção de 1:10 em soro glicosado) Monóxido de Carbono Mecanismo de toxicidade - Liga-se a hemoglobina com afinidade 210 vezes maior que o oxigênio, gerando hipóxia tecidual, acidose lática, peroxidação lipídica e formação de radicais livres. Manifestações - Dispneia, taquipneia, cefaleia , confusão, labilidade emocional, náuseas e vômitos, rebaixamento do nível de consciência, coma, alterações na fundoscopia (ingurgitamento venoso, papiledema e atrofia do nervo óptico), arritmias, dor torácica, insuficiência cardíaca, hipotensão e síncope Achados laboratoriais - Acidosemetabólica, aumento do lactato, aumento de DHL, mioglobina e CPK, Atenção - Oximetria de pulso é normal (oximetria de pulso mede apenas a concentração de oxigênio diluído no plasma, não mede a quantidade ligada à hemoglobina), devendo se solicitar a dosagem de carboxi hemoglobina. Tratamento - Suporte respiratório e hemodinâmico Neurolépticos Principais substâncias - clozapina, droperidol, haloperidol, loxapina, olanzapina, pimozida, risperidona e as fenotiazinas. Mecanismo de toxicidade - Bloqueiam receptores dopaminérgicos no SNC, podendo também exercer bloqueio sobre receptores alfa adrenérgicos, histamínicos, colinérgicos e serotoninérgicos. Manifestações - Síndromes extrapiramidais (distonias, acatisia e parkinsonismo), depressão respiratória, hipotensão, hipotermia, edema pulmonar, miose, pele quente e seca, boca seca, retenção urinária alterações no ECG. Tratamento: ● Lavagem gástrica na primeira hora ● Carvão ativado ● Suporte clínico - tratar arritmias, hipotensão e convulsões ● Antimuscarínicos para as reações extrapiramidais - Difenidramina e benztropina Narcóticos (Opióides) Principais substâncias - Codeína, morfina, meperidina, fentanil, alfentanil e heroína Mecanismo de toxicidade - Interferem em receptores opióides presentes no SNC, produzindo euforia, sedação e analgesia. Além disso, tem a capacidade de inibir a função dos centros respiratórios presentes no tronco encefálico, gerando depressão respiratória. Manifestações precoces - Coma, miose, edema pulmonar, depressão respiratória e rebaixamento do nível de consciência. (miose em paciente rebaixado é um grande sugestivo de intoxicação por opióide) Tratamento: ● Lavagem gástrica e carvão ativado (carvão ativado pode ser administrado mais tardiamente, já que os opióides diminuem a motilidade gastrointestinal) ● Proteger vias aéreas ● Reposição volêmica cuidadosa (evitar edema pulmonar) ● Naloxona - Dose inicial de 1 a 4 mg IM ou IV, a dose pode ser repetida a cada 20 a 60 minutos (considerar infusão contínua nos pacientes que estão necessitando de doses repetidas em um intervalo d e tempo menor) Salicilatos Principal substância - Aspirina Mecanismo de toxicidade - Estímulo do centro respiratório, aumento do metabolismo (aumenta consumo de oxigênio e glicose, aumento na produção de CO2 e calor), inibição do ciclo de krebs,inibição do metabolismo de lipídios e carboidratos, inibição da função plaquetária e inibição da síntese de fatores de coagulação. Manifestações - Náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia, taquipnéia, febre, letargia, tinido, confusão, alcalose respiratória, acidose metabólica, depressão respiratória, coma, convulsões, edema pulmonar e cerebral e colapso cardiovascular Achados laboratoriais - Elevação do hematócrito, leucocitose, hipernatremia, hipercalemia, hipoglicemia e prolongamento do tempo de protrombina Diagnóstico - Suspeitar em todos os pacientes que possuírem distúrbios ácido basicos e pedir dosagem sérica. Tratamento: ● Lavagem gástrica ● Carvão em múltiplas doses ● Corrigir glicemia ● Hidratação e alcalinização ● Vitamina K se houver prolongamento do TP ● Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos ● hemodiálise para pacientes mais graves ou com concentrações séricas de salicilatos muito elevadas (100 mg/dL) Teofilina Mecanismo de toxicidade - Inibe a fosfodiesterase, resultando em aumento do AMP cíclico, potencializando a ação de catecolaminas endógenas e estimulação beta adrenérgica. Manifestações - Náuseas, vômitos, agitação, diaforese, palidez, taquipneia, taquicardia, tremor, rabdomiólise, convulsões, depressão respiratória, hipotensão, arritmias, coma Achados laboratoriais - Cetose, hiperglicemia, hipocalemia, hipocalcemia, hipofosfatemia Diagnóstico - Dosagem sérica quantitativa Achados que indicam mau prognóstico - Tratamento: ● Lavagem gástrica ● Carvão ativado em múltiplas doses ● Tratar convulsões - Geralmente refratárias a fenitoína, após o uso de benzodiazepínico e fenobarbital, se persistirem as crises, deve-se proceder com intubação, bloqueio neuromuscular e indução de coma barbitúrico) ● Reposição volemica e drogas vasoativas se necessário ● Tratar arritmias ● Hemodiálise e hemoperfusão nos casos mais graves Referências MARTINS, H. S.; BRANDÃO NETO, R. A.; SCALABRINI NETO, A.; VELASCO, I. T., Emergências Clínicas: abordagem prática; 10ª Ed. São Paulo: Manole, 2015.
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