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APG 8 - OS PARES DE 12

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APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 1 
APG 8 – Os pares de 12 
1) COMPREENDER A ANATOMOFISIOLOGIA DOS NERVOS 
CRANIANOS 
 Os doze pares de nervos cranianos têm esse nome porque se 
originam no encéfalo, dentro da cavidade craniana, e passam 
através de vários forames do crânio. Fazem parte do sistema 
nervoso periférico! 
 Cada nervo craniano tem um número – indicado por um 
numeral romano – e um nome. Os números indicam a ordem, 
de anterior para posterior, na qual os nervos se originam no 
encéfalo. Os nomes designam a distribuição ou a função dos 
nervos. 
 Três nervos cranianos (I, II e VIII) contêm axônios de neurônios 
sensitivos e são, portanto, chamados de nervos SENSITIVOS 
ESPECIAIS. Na cabeça, eles são exclusivos e estão associados 
aos sentidos especiais do olfato, da visão e da audição, 
respectivamente. Os corpos celulares da maioria dos nervos 
sensitivos estão localizados em gânglios situados fora do 
encéfalo. 
 Cinco nervos cranianos (III, IV, VI, XI e XII) são classificados como 
NERVOS MOTORES, pois eles contêm apenas axônios de 
neurônios motores quando deixam o tronco encefálico. 
 Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, IX e X) são nervos 
MISTOS – contêm axônios de neurônios sensitivos que entram 
no encéfalo e de neurônios motores que deixam o encéfalo. 
 NERVO OLFATÓRIO (I) 
 É um nervo sensitivo especial. 
 Contém axônios que conduzem impulsos relacionados com o 
olfato. 
 Os receptores olfatórios do epitélio olfatório são neurônios 
bipolares. Cada um apresenta um dendrito sensível a odores 
que se projeta de um lado do corpo celular e um axônio não 
mielinizado que se projeta do outro lado. 
 Feixes de axônios de receptores olfatórios passam por cerca 
de vinte forames olfatórios na lâmina cribriforme do etmoide, 
em cada lado do nariz. Estes cerca de quarenta feixes de 
axônios formam os nervos olfatórios direito e esquerdo. 
 Os nervos olfatórios terminam no encéfalo em massas de 
substância cinzenta conhecidas como bulbos olfatórios, duas 
projeções do encéfalo que repousam sobre a lâmina 
cribriforme. De lá, fazem sinapses com os neurônios que vão 
formar os tratos olfatórios que, por sua vez, finalizarão na 
área olfatória primária do cérebro. 
 
 NERVO ÓPTICO (II) 
 É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se 
originam na retina, emergem próximo ao polo posterior de cada 
bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada 
nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma 
óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais 
continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral. O 
nervo óptico é um nervo exclusivamente SENSITIVO, cujas 
fibras conduzem estímulos visuais, classificando-se, pois, como 
AFERENTES SOMÁTICAS ESPECIAIS. 
 
 NERVOS OCULOMOTOR (IlI); TROCLEAR (IV); E ABDUCENTE (VI) 
 São nervos motores que penetram na órbita pela fissura 
orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do 
bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra 
superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, 
oblíquo superior e oblíquo inferior. Todos esses músculos são 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 2 
inervados pelo oculomotor, com exceção do RETO LATERAL e 
do OBLÍQUO SUPERIOR, inervados, respectivamente, pelos 
nervos ABDUCENTE e TROCLEAR. 
 É um nervo exclusivamente motor somático e visceral, que 
contém fibras pré-ganglionares parassimpáticas. Sua 
emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica 
é o sulco medial do pedúnculo cerebral, seus núcleos são o 
oculomotor e o Edinger-Westphal. 
 Ele contrai o músculo ciliar, que, por sua vez, relaxa as zônulas 
ciliares, deixando o cristalino mais arredondado, conferindo 
acuidade visual. Além disso, por possuir fibras parassimpáticas, 
realiza a miose da pupila. Ao aplicar um reflexo luminoso em 
apenas um olho, haverá a contração das duas pupilas, pois será 
recrutado um núcleo ipsilateral e contralateral. 
 
 NERVO TRIGÊMEO (V) 
 É o maior dos nervos cranianos. É um NERVO MISTO, porém o 
componente sensitivo é maior que o motor. 
 Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo transmitem impulsos 
nervosos de tato, dor e sensações térmicas. 
 O NERVO TRIGÊMEO POSSUI TRÊS RAMOS: 
 NERVO OFTÁLMICO: O menor dos ramos, passa pela órbita na 
fissura orbital superior. 
 Contém axônios sensitivos da pele da pálpebra superior, 
da córnea, das glândulas lacrimais, da parte superior da 
cavidade nasal, da parte lateral do nariz, da fronte e da 
metade anterior do escalpo. 
 NERVO MAXILAR: Tem um tamanho intermediário entre os 
ramos oftálmico e mandibular e passa pelo forame redondo. 
 Contém axônios sensitivos da túnica mucosa do nariz, do 
palato, de parte da faringe, dos dentes superiores, do 
lábio superior e da pálpebra inferior. 
 NERVO MANDIBULAR: O maior ramo, passa pelo forame oval. 
 Contém axônios dos dois terços anteriores da língua (não 
relacionados com a gustação), da bochecha e sua túnica 
mucosa, dos dentes inferiores, da pele sobre a mandíbula 
e anterior à orelha e da túnica mucosa do assoalho da 
boca. 
 Contém também AXÔNIOS MOTORES branquiais que 
suprem os músculos da mastigação (temporal, masseter, 
pterigoídeo lateral, pterigoídeo medial, milo-hiódeo e o 
ventre anterior do músculo digástrico) e controlam os 
movimentos mastigatórios. 
 
 NERVO FACIAL (VII) 
 É um nervo misto, que emerge do sulco bulbo-pontino através 
de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma 
raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg). A 
origem aparente no crânio se dá no forame estilomastoídeo. 
 A função motora desse nervo é com os músculos da mímica 
facial (exceto o elevador da pálpebra superior, realizado pelo III 
par), corda do tímpano, platisma, ventre posterior do 
digástrico, estilo-hiódeo, músculo estapédio e Horner, que é o 
músculo responsável por ocluir a passagem do ducto lacrimal. 
O nervo facial inerva mais músculos do que qualquer outro 
nervo do corpo. 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 3 
 A função sensitiva desse nervo conduz as informações 
superficiais sensitivas do pavilhão auditivo, do meato acústico 
externo e do tímpano. Transmitem sensações táteis, álgicas e 
térmicas. 
 A função gustativa desse nervo faz com que ele seja 
responsável pela gustação dos 2/3 anteriores da língua. 
 Possui ainda uma função vegetativa (autônoma) por inervar as 
glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. Fato curioso é que 
o nervo facial, apesar de atravessar a parótida, onde se 
ramifica, inerva todas as glândulas maiores da cabeça, exceto 
a parótida, que é inervada pelo glossofaríngco. 
 
 NERVO VESTIBULOCOCLEAR (VIII) 
 O nervo vestibulococlear (VIII) era antigamente conhecido como 
nervo acústico ou auditivo. Ele é um nervo sensitivo e tem dois 
ramos, o vestibular e o coclear. 
 O ramo vestibular transmite impulsos relacionados com o 
equilíbrio e o ramo coclear, com a audição. 
 Na orelha interna, os axônios sensitivos do ramo vestibular se 
projetam a partir dos canais semicirculares, do sáculo e do 
utrículo para os gânglios vestibulares, onde os corpos celulares 
destes neurônios estão localizados, e se terminam nos núcleos 
vestibulares da ponte e do cerebelo. Alguns axônios sensitivos 
também entram no cerebelo via pedúnculo cerebelar inferior. 
 Os axônios sensitivos do ramo coclear se originam no órgão 
espiral (órgão de Corti), localizado na cóclea. Os corpos celulares 
destes neurônios se situam no gânglio espiral da cóclea. A partir 
daí, os axônios se projetam até núcleos bulbares e terminam 
no tálamo. 
 O nervo vestibulococlear contém algumas fibras motoras. No 
entanto, em vez de inervaremtecidos musculares, elas 
modulam as células ciliadas da orelha interna. 
 
 NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX) 
 É um nervo misto, que possui a origem aparente no encéfalo 
no sulco lateral posterior do bulbo, e a origem aparente no 
crânio no forame jugular. 
 A função sensitiva faz com que ele seja responsável por levar 
informações do pavilhão auditivo e do meato acústico externo, 
1/3 posterior da língua, faringe, úvula, tonsilas, tuba auditiva, 
seio e corpos carotídeos (barorreceptores e 
quimiorreceptores). 
 A função motora desse nervo é responsável por inervar 
parcialmente os músculos da faringe, laringe, traqueia e 
esôfago. 
 A função autônoma é responsável pela inervação da glândula 
parótida. 
 A função gustativa é responsável pela gustação do 1/3 
posterior da língua. 
 
 NERVO VAGO (X) 
 É um nervo misto, que passa pela cabeça, pescoço, tórax e 
abdome. O nome vago é justamente por conta dessa ampla 
distribuição no corpo. 
 A origem aparente no encéfalo é no sulco lateral posterior do 
bulbo e a origem aparente no crânio é no forame jugular. 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 4 
 A função sensitiva desse nervo faz com que ele inerve parte 
do pavilhão auditivo e meato acústico externo, impulsos 
aferentes originados da faringe, laringe, traqueia, esôfago, 
vísceras do tórax e abdome, barorreceptores do seio 
carotídeo e quimiorreceptores dos glomos paraórticos. 
 A função motora desse nervo faz com que ele inerve 
parcialmente os músculos da faringe, da laringe e do palato 
mole. 
 A função autônoma é que esse nervo fornece inervação 
parassimpática da árvore traqueobrônquica, miocárdio e 
maior parte do trato digestivo. Quando uma pessoa tem cólica, 
essa informação é conduzida através do nervo vago. 
 
 NERVO ACESSÓRIO (XI) 
 Seus axônios deixam a medula espinal lateralmente, unindo-se 
mais adiante, sobem pelo forame magno, e então saem pelo 
forame jugular junto com os nervos vago e glossofaríngeo. 
 Sua principal função é motora, sendo responsável pela 
inervação de alguns músculos próximos ao ombro, por 
exemplo. O nervo acessório transmite impulsos motores para 
os músculos esternocleidomastóideo e trapézio com o objetivo 
de coordenar os movimentos da cabeça. 
 Mas, além dessa função motora, possui ação sensitiva 
especial por auxiliar o nervo vago na inervação de algumas 
vísceras. 
 
 NERVO HIPOGLOSSO (XII) 
 O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. Seus 
axônios motores somáticos se originam de um núcleo bulbar 
(núcleo do nervo hipoglosso), saem do bulbo pela sua face 
anterior, e passam pelo canal do nervo hipoglosso para então 
inervar os músculos da língua. 
 Estes axônios conduzem impulsos nervosos relacionados com 
a fala e a deglutição. 
 Os axônios sensitivos não voltam para o encéfalo pelo nervo 
hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos que se originam 
de proprioceptores de músculos da língua, embora comecem 
seu curso em direção ao encéfalo no nervo hipoglosso, deixam 
o nervo para se juntar a nervos espinais cervicais e terminam 
no bulbo, entrando na parte central do sistema nervoso pelas 
raízes posteriores dos nervos espinais cervicais. 
 
2) ENTENDER A MORFOFISIOLOGIA DA AUDIÇÃO (CÉLULAS 
ESPECIALIZADAS) 
 O sistema audiorreceptor é constituído pelo aparelho auditivo 
ou órgão vestibulococlear, cujas funções se relacionam com a 
percepção do equilíbrio dinâmico e estático do corpo e com a 
audição. O órgão vestibulococlear é dividida em três partes: 
1) Ouvido externo: recebe as ondas sonoras; 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
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2) Ouvido médio: transforma as ondas sonoras em 
vibrações mecânicas; 
3) Ouvido interno: transdução das vibrações em 
impulsos nervosos, que vão ser encaminhados para 
o SNC via nervo acústico. E também possui 
estruturas vestibulares que são responsáveis pelo 
equilíbrio do corpo. 
 Ouvido externo: o ouvido externo é composto pelas seguintes 
partes: 
 PAVILHÃO AURICULAR: É uma aba de cartilagem elástica 
recoberta por pele que possui formato irregular. Ela 
auxilia na captação do som. 
 A pele da orelha contém glândulas sebáceas e 
poucas glândulas sudoríparas. 
 MEATO ACÚSTICO EXTERNO: É um canal achatado de 
paredes rígidas que está sempre aberto e vai desde a 
orelha até membrana timpânica (cerca de 2,5 cm). Ele 
possui um arcabouço que é no 1/3 externo é de 
cartilagem elástica e no seu 2/3 internos composto por 
osso temporal. 
 Ele é revestido por pele rica em pelos, glândulas 
sebáceas e glândulas ceruminosas (que são 
glândulas sudoríparas modificadas que produzem 
o cerume = junto aos pelos tem função 
protetora). 
 MEMBRANA DO TÍMPANO: Estrutura mais interna da 
orelha externa, é uma camada fina e semitransparente 
que divide o meato acústico e a orelha média, e transmite 
as ondas sonoras para os ossículos do ouvido médio. 
 Externamente é recoberta por pele, e 
internamente por epitélio cúbico simples. Além 
disso, entre essas duas camadas, encontra-se 
fibras colágenas e fibroblastos e fibras 
elásticas. 
 A membrana de Shrapnell é uma região do 
tímpano em que não existem as fibras, portanto 
é mais flácida. 
 A perfuração do tímpano leva, em média, 1 mês 
para recuperação. 
 
 Ouvido médio: localizado dentro do osso temporal. E possui as 
seguintes comunicações: 
 Comunicação anterior: comunica a faringe, por meio da 
tuba auditiva, que fica fechada, porém na deglutição ela 
se abre para permitir o equilíbrio da pressão externa 
com a do ouvido médio. 
 Comunicação posterior: cavidades do processo mastoide 
do osso temporal. 
 É revestido pelo epitélio simples pavimentoso, que tem 
uma lâmina própria que está aderida ao periósteo. 
 A região próximo ao orifício da tuba auditiva é de epitélio 
colunar ciliado. 
 E próximo a faringe é epitélio pseudoestratificado ciliado. 
 Na parede medial do ouvido médio, encontra-se as janelas 
oval e redonda, região sem osso, que são recobertas por 
membrana conjuntivoepitelial. 
 Ossículos da audição: Se encontram através da orelha 
média e são conectados por articulações sinoviais. São 
três ossículos articulados que transmitem as vibrações 
mecânicas geradas no tímpano até a orelha interna. Cada 
um é nomeado devido à sua forma: 
 Martelo: O cabo se liga a face interna do tímpano e 
a cabeça é articulada ao corpo da bigorna. 
 Bigorna: Osso do meio. Se articula com a cabeça do 
estribo. 
 Estribo: Possui a base encaixada na janela do 
vestíbulo (oval). 
 Além disso, há músculos estriados esqueléticos: 
 Tensor do tímpano: inserido no martelo 
 Tensor do estribo: inserido no estribo 
 Eles servem para a regulação da condução do estímulo sonoro. 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 6 
 
 Ouvido interno: é também denominada de labirinto. Ele se 
divide em uma parte óssea (labirinto ósseo), que é uma série 
de cavidades e canais dentro do osso temporal e em uma 
parte membranácea (labirinto membranoso) que ocupa 
parcialmente as cavidades ósseas, e é repleto de endolinfa. 
 Entre eles tem-se perilinfa (lembra o líquor) e tecido 
conjuntivo com vasos. A perilinfa é contínua com o fluido 
cerebrospinal que preenche o espaço subaracnóideo. 
 O labirinto membranoso é revestido pelo epitélio 
pavimentoso simples, que é circundado por tecido 
conjuntivo. 
 Em regiões que há contato dos nervos vestibular e 
coclear com o epitélio, tem-se a formação de estruturas 
especializadas, órgãos receptores especiais: máculas, 
cristas ampulares e órgão espiral de Corti. 
 
 O labirinto constitui os sistemas auditivo e vestibular (não é o 
foco). 
 Atrás do vestíbulo encontra-se a CÓCLEA. A cóclea é um canal 
ósseo que forma um espiral de quase três voltasao redor de 
um osso esponjoso chamado modíolo, que contém o gânglio 
espiral no seu interior. 
 A cóclea possui as seguintes estruturas: 
 Rampa do vestíbulo (escala vestibular): Canal ósseo que 
termina na janela do vestíbulo (oval). 
 Preenchido com perilinfa. 
 Localizado acima do ducto coclear. 
 Rampa do tímpano (escala timpânica): Canal ósseo que termina 
na janela da cóclea (redonda). 
 Preenchido com perilinfa. 
 Localizado abaixo do ducto coclear. 
 Helicotrema: Abertura no ápice da cóclea para 
comunicação entre as duas rampas. 
 Ducto coclear (escala média): Continuação do labirinto 
membranáceo em direção à cóclea (comunica-se com o sáculo 
pelo ducto reuniens). Possui formato triangular. 
 Preenchido com endolinfa. 
 Estria vascular: Base do ducto ligada à parede óssea 
da cóclea. Epitélio estratificado que contem vasos 
sanguíneos entre suas células. 
 Membrana vestibular (Membrana de Reissner): 
Separa o ducto coclear da rampa do vestíbulo; 
 Lâmina basilar: Separa o ducto coclear da rampa do 
tímpano. 
 Órgão espiral (de Corti): Lâmina espiral de células epiteliais de 
sustentação (pilares) e células ciliadas. 
 As células ciliadas são os receptores da audição. Existem 
cerca de 16 mil delas, e cada uma possui de 40 a 80 
estereocílios (microvilosidades) que se estendem para a 
endolinfa no ducto coclear. Elas podem ser de dois tipos: 
 Células ciliadas internas: Possuem forma de cálice, com 
estereocílios modificados na sua superfície livre e 
mitocôndrias na região basal. 
 Têm terminações nervosas aferentes e eferentes 
(poucas). 
 Mais de 90% delas fazem sinapses com neurônios 
sensitivos de primeira ordem. 
 Estão organizadas em fileira única. 
 Células ciliadas externas: São alongadas, contendo 
estereocílios modificados, regiões com acúmulos de 
mitocôndrias. 
 Possuem proteínas contráteis. 
 Estão em contato com neurônios motores do nervo 
coclear (ramo do vestibulococlear - VIII). 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 7 
 Essa inervação por fibras motoras (originadas no núcleo olivar 
superior) promove a movimentação das células ciliadas pela 
ativação das proteínas contráteis, aumentando a sensibilidade 
sensorial dessas células. 
 A movimentação gera sons inaudíveis chamados de emissões 
otoacústicas. Eles aumentam a movimentação da lâmina 
basilar, por isso a amplificação da sensibilidade. 
 Estão organizadas em três fileiras. 
 Existem em maior proporção (3:1) do que as 
internas. 
 As células ciliadas são cobertas pela membrana 
tectória, que é uma estrutura gelatinosa formada 
por glicoproteínas e se assemelha àquela que 
recobre as máculas e cristas do sistema vestibular. 
 Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão 
localizados no gânglio espiral. 
 FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO 
 Os estímulos mecânicos produzidos pelas ondas sonoras 
mecânicas sofrem transdução em potenciais de ação na 
cóclea (OUVIDO INTERNO), a partir de onde são levados para 
o SNC via nervo coclear. 
 O espectro audível vai de 20 Hz a 20.000 Hz. Os sons da voz 
humana vão de 300 a 3.500 Hz e 65dB. 
 A intensidade sonora é medida em dB. Os sons se tornam 
desconfortáveis a partir de 120 dB, e dolorosos a partir de 
140 dB. Apesar disso, não é recomendável a exposição 
constante a sons acima de 100 dB. 
 PERCEPÇÃO DAS ONDAS SONORAS 
 Antes da transdução da onda mecânica em potencial de ação, 
uma sequência de eventos deve acontecer para que o 
estímulo alcance as células ciliadas. São eles: 
1. Na orelha externa, que tem como função a 
TRANSMISSÃO, as ondas alcançam o pavilhão que as 
direciona para o meato acústico externo e estende-se 
até a membrana timpânica. 
2. As ondas ao chegarem ao tímpano, elas fazem com que 
este vibre. Ondas de frequências maiores provocam 
uma vibração mais rápida da membrana timpânica. A 
partir da membrana timpânica se inicia a orelha média, 
que vai AMPLIFICAR o som, o martelo se liga 
medialmente ao tímpano vibrando junto a ele. Martelo, 
bigorna e estribo estão juntos, então os dois últimos 
também vibram. A placa basal do estribo provoca 
vibração da janela do vestíbulo (oval). 
 Associados aos ossículos existem dois músculos: o tensor do 
tímpano, que está ligado em uma de suas extremidades ao 
martelo, e o tensor do estribo, que está ligado ao estribo. 
Esses músculos são importantes para a regulação da 
condução do estímulo sonoro, resposta neural a sons muito 
barulhentos que poderiam causar lesões à cóclea, através da 
sua contração esse músculos aumentam a rigidez da cadeia 
de ossículos, dessa forma, diminuindo a transmissão das 
vibrações. 
3. Na sequência vem a orelha interna, que tem como 
função a TRANSDUÇÃO SONORA = captar o som e 
transformar em um estímulo elétrico, que possui uma 
parte auditiva (CÓCLEA) e outra associada ao sistema 
vestibular (canais semicirculares = equilíbrio). As ondas 
de pressão da janela do vestíbulo (oval) provocam 
MOVIMENTO DA PERILINFA (entre o labirinto ósseo e 
membranoso) da rampa do vestíbulo (escala vestibular). 
4. As ondas de pressão são transmitidas da rampa do 
vestíbulo para a rampa do tímpano e, eventualmente, 
para a janela da cóclea (redonda), fazendo com que ela 
se projete para fora na orelha média. 
5. Uma vez na rampa do vestíbulo, elas provocam ondas 
na membrana vestibular que TRANSFERE A VIBRAÇÃO 
PARA ENDOLINFA (dentro do labirinto membranoso, e 
rica em potássio, importante para gerar o potencial de 
membrana). 
6. A vibração na endolinfa FAZ COM QUE A LÂMINA 
BASILAR TAMBÉM VIBRE, E AS CÉLULAS CILIADAS 
(órgão espiral ou de Corti) se movam. A movimentação 
das células ciliadas promove o dobramento dos 
estereocílios e à geração do potencial de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 8 
 TRANSDUÇÃO DO SOM 
 Com o movimento da membrana basilar, terá a movimentação 
das células ciliadas e da membrana tectorial, o dobramento 
dos estereocílios vai acarretar em uma abertura de canais de 
K+, entrando potássio na célula, vai haver uma despolarização 
da membrana. 
 Com isso, há abertura dos canais de Ca+, entrando cálcio na 
célula resultando na mobilização de vesículas, que tem 
neurotransmissores excitatórios, liberando-os na fenda que 
vão ser captados pelas fibras cocleares aferentes. 
 VIA AUDITIVA 
1. Depois da movimentação dos estereocílios, e liberação do 
neurotransmissor excitatório para o nervo coclear: os axônios 
que formam a parte coclear do nervo vestibulococlear (VIII) 
fazem sinapses com neurônios dos núcleos cocleares no bulbo 
no mesmo lado da orelha. 
2. A partir dos núcleos, ELES PODEM SEGUIR DOIS CAMINHOS: 
I. Alguns neurônios cruzam e ascendem pelo trato 
lemnisco lateral no lado oposto e terminam no 
colículo inferior do mesencéfalo. 
II. Outros terminam no núcleo olivar superior. Os 
axônios dos neurônios desse núcleo seguem pelo 
mesmo caminho dos anteriores (lemnisco lateral → 
colículo inferior). 
3. Dos colículos inferiores, os impulsos são transmitidos para o 
NÚCLEO GENICULADO MEDIAL DO TÁLAMO, de onde vão para 
a área auditiva primária no córtex do lobo temporal. 
 Como alguns axônios cruzam e outros não, os córtex de cada 
lobo temporal recebem aferencias das duas orelhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) RELACIONAR OS POSSÍVEIS AGRAVOS DA AUDIÇÃO DURANTE 
O DESENVOLVIMENTO FETAL (MICRORGANISMOS) 
 A placenta é uma membrana impermeável a muitos 
microrganismos, entretanto alguns deles conseguem 
atravessá-la, entrar na corrente sanguínea e infectar o 
embrião ou feto. Como ainda está em processo de 
desenvolvimento, o embrião ou o feto não possui um sistema 
imunológico eficiente para combater os processos infecciosos. 
Um microrganismo que causa sintomas leves na mãe, pode 
provocar graves danos, ou atéa morte, ao feto. 
 Existe uma propensão para que o SNC seja afetado e a 
barreira hematoencefálica fetal (BHE) oferece pouca 
resistência aos microrganismos. 
 Existe um acrônimo para os tipos de micro-organismos que 
podem atravessar a placenta, TORCH, que representa: 
 Toxoplasmose: Doença causada pelo protozoário toxoplasma 
gondii. 
 Forma de infecção materna: Ingestão de carne crua ou pouco 
cozida (geralmente porco ou carneiro) contendo cistos de 
Toxoplasma. Contato íntimo com animais domésticos 
infectados (p. ex., gatos) ou solo infectado. Alimentos 
infectados com os oocistos levados por moscas ou bactérias. 
 Danos ao embrião ou feto: Alterações destrutivas no encéfalo 
(calcificações intracranianas) e olhos (coriorretinite) que 
resultam em deficiência mental, microcefalia, microftalmia e 
hidrocefalia. A morte fetal pode seguir à infecção, 
especialmente nos estágios iniciais da gravidez. 
 Outras doenças: Inclui doenças como: 
 Varicela e herpes-zoster, causadas pelo vírus varicela 
zoster. 
 Danos: Cicatrizes na pele, hipoplasia dos membros, 
retardo mental, atrofia muscular. 
 Sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum. 
 Danos: Retardo mental e perda auditiva. 
 Zika: Causada pelo zika vírus transmitido pelo Aedes 
Aegypti. 
 Danos: Microcefalia, calcificações cerebrais, 
ventriculomegalia, convulsões, hiperreflexia, 
irritabilidade. 
 Citalomegavírus: Vírus da família herpesvírus. Esta é a 
principal causa de infecção congênita com morbidade ao 
nascimento. 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
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 Forma de infecção materna: Contato íntimo com a 
pessoa que excreta o vírus através de sua saliva, 
urina ou outros fluidos corporais. O CMV pode ser 
sexualmente transmitido e também pode ser 
transmitido através do leite materno, transplante de 
órgãos e raramente através de transfusão 
sanguínea. 
 Danos ao embrião ou feto: A infecção pode causar 
doenças graves no nascimento, como: RCIU, 
microftalmia, coriorretinite, cegueira, microcefalia, 
calcificação cerebral, deficiência mental, surdez, 
paralisia cerebral e hepatoesplenomegalia. Pode ser 
fatal. Algumas crianças são assintomáticas no 
nascimento; porém, desenvolvem anomalias mais 
tarde, inclusive perda auditiva, comprometimento 
visual e retardo mental. 
 A rubéola é uma doença que quando surge na gravidez, 
pode causar malformações no bebê como microcefalia, 
surdez ou alterações nos olhos. Assim, o ideal é que a 
mulher faça a vacina contra a doença antes de 
engravidar. 
REFERÊNCIAS: 
 MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3ª ed. Rio de 
Janeiro: Atheneu, 2014. 
 TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia 
humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
 ELAINE N. MARIEB, Patricia Brady Wilhelm e Jon Mallatt. 
Anatomia humana, 7ª ed. Pearson, 2014

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