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Apostila FERTILIZANTES - Legislação, Características, Produção e Mistura

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FERTILIZANTES 
LEGISLAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, PRODUÇÃO E MISTURAS. 
 
1 – Legislação 
 
1.1 – Introdução 
 
 
A legislação sobre o controle de produção e comercialização de fertilizantes e 
corretivos no Brasil é bastante recente. Ela tem por objetivo caracterizar e estabelecer 
garantias mínimas sob o aspecto químico, físico e peso. Estabelece ainda, normas para a 
estocagem, inspeção e fiscalização. 
A legislação vigente consta do decreto 86.955 de 18/02/1982 e das portarias 
84/MA de 29/03/1982; 01/SEFIS de 04/03/1983 e 280/MA de 30/08/1998. Esta Legislação 
vem sofrendo constantes revisões, ocorrendo melhorias e modernizações nos conceitos 
de fiscalização da produção e comércio de fertilizantes. As Portarias e toda legislação 
atual encontra-se no site www.agricultura.gov.br./dfpv/legisfert.doc. 
 
1.2 - Denominação dos Produtos 
 
1.2.1 – Nutrientes 
Sob o aspecto da legislação os elementos essenciais para o crescimento 
das plantas são denominados: 
 
a) Macronutrientes primários Nitrogênio, Fósforo e Potássio; 
b) Macronutrientes secundários Cálcio, Magnésio e Enxofre; 
c) Micronutrientes Ferro, Zinco, Cloro, Manganês, Boro, 
Cobre e Molibdênio. 
 
A denominação macronutriente secundário deve-se ao fato do Ca, Mg e S 
serem, via de regra, aplicados por meio de fertilizantes que têm como objetivo 
principal suprir N, P ou K. Do ponto de vista agronômico esta denominação é 
questionável e nem sempre é aceita. 
 
 
 
 
 
 
 1
1.2.2 - Fertilizantes 
 
Fertilizantes são, por definição legal, substâncias minerais ou orgânicas, naturais 
ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes para as plantas. Eles são 
classificados como: 
 
Simples formados por um composto químico, que pode conter um ou mais 
nutrientes. (Uréia, Cloreto de Potássio, Superfosfato simples) 
Complexo contém dois ou mais nutrientes, resultante de processo tecnológico em 
que se formem dois ou mais compostos químicos. (Superfosfato 
simples, Termofosfatos) 
Mistos resultantes da mistura de dois ou mais fertilizantes simples ou 
complexos. (Formulados NPK) 
Orgânico de origem animal ou vegetal, contendo um ou mais nutrientes para as 
plantas. (Húmus) 
Organo-mineral procedente da mistura ou combinação de fertilizantes minerais e 
orgânicos. 
Composto obtido por processo bioquímico, natural ou controlado com mistura de 
resíduos de origem animal e vegetal. (Compostagem) 
 
 
1.3 - Garantias da composição química dos fertilizantes 
 Os teores dos nutrientes garantidos são expressos como percentual sobre o peso 
do produto. 
 
Nitrogênio: 
O teor é indicado na forma elementar do nutrientes (N), sendo que este expressa 
o N total contido no produto. 
 
Fósforo: 
 O teor é indicado na forma de pentóxido de fósforo (P2O5). Esta espécie química 
não ocorre de forma estável na natureza. Sua utilização para caracterizar o teor de P em 
fertilizantes advém dos procedimentos analíticos empregados nos primórdios da química 
que fundamentavam-se na oxidação dos produtos. 
 O teor de fósforo nos fertilizantes é caracterizado pela solubilidade em água, em 
citrato neutro de amônio mais água ou em ácido cítrico 2% na relação 1:100 e ainda pelo 
 2
seu teor total, de acordo com as características dos fertilizantes, conforme descrito a 
seguir: 
 
- Para os fosfatos acidulados, tais como superfosfato simples e triplo, fosfato 
monoamônio - MAP e diamônio -DAP e parcialmente acidulados o teor de fósforo 
é expresso em P2O5 solúvel em citrato neutro de amônio + água e P2O5 solúvel 
em água. Para os fosfatos parcialmente acidulados deve-se indicar o teor de P2O5 
total. 
- Para as misturas (fórmulas) que contenham fosfatos acidulados e ou parcialmente 
acidulados o teor de fósforo é expresso em P2O5 solúvel em citrato neutro de 
amônio + água. 
- Para os fosfatos naturais, termofosfatos, escórias de desfosforação e farinha de 
ossos o teor de fósforo é expresso em P2O5 total e solúvel em ácido cítrico 2% na 
relação 1:100; 
- Para as misturas (fórmulas) que contenham fosfato natural, fosfatos naturais 
reativos, termofosfatos, escórias de desfosforação e farinha de ossos na sua 
composição o teor de fósforo é expresso em P2O5 total, solúvel em ácido cítrico 
2% na relação 1:100. Acrescenta-se o P2O5 solúvel em água para misturas que 
contiverem, também fosfatos acidulados; 
 
Potássio: 
O teor é indicado na forma de óxido de potássio (K2O) sendo, nos fertilizantes 
caracterizado pela solubilidade em água. 
 
Macronutrientes secundários e micronutrientes: 
Os teores são indicados na forma elementar dos elementos químicos, ou seja Ca, 
S, Mg, Fe, B, Zn, Cu, Cl, Mo e Mn. 
 
Fertilizantes mistos (formulas): 
Para as fórmulas que contenham NPK, NP, NK ou PK a soma dos teores de N 
total, P2O5 solúvel em ácido cítrico ou citrato neutro de amônio + água, e K2O solúvel em 
água deve ser igual ou superior a 24%. 
 
Fertilizantes Orgânicos: 
 Os fertilizantes orgânicos simples deverão garantidos pelos teores água, de matéria 
orgânica, de N, pela relação C/N e pH, de acordo com os limites apresentadas na tabela 
 3
abaixo. Para farinha de osso exige-se um teor mínimo de 20% de P2O5 total dos quais 
80% devem ser solúveis em ácido cítrico 2% relação 1:100 e para a farinha de peixe um 
teor mínimo de 6% de P2O5 total. 
 
Orgânicos Simples Umidade 
% máxima 
Mat. Orgânica 
% mínima. 
pH 
mínimo. 
C/N 
máxima. 
N 
% mínima. 
Esterco bovino 25 36 6 20/1 1 
Esterco de galinha 25 50 6 20/1 1,5 
Bagaço de cana 25 36 6 20/1 1 
Palha de arroz 25 36 6 20/1 1 
Palha de café 25 46 6 20/1 1,3 
Borra de café 25 60 6 20/1 1,8 
Torta de algodão 15 70 - - 5 
Torta de amendoim 15 70 - - 5 
Torta de mamona 15 70 - - 5 
Torta de soja 15 70 - - 5 
Farinha de osso 15 6 - - 1,5 
Farinha de peixe 15 50 - - 4 
Farinha de sangue 10 70 - - 10 
Turfa e linhita 25 30 6 18/1 1 
 
O fertilizante organo-mineral deve ser constituído no mínimo de 50% da matéria 
prima orgânica e, juntamente, com os compostos devem apresentar as garantias listadas 
na tabela abaixo: 
 
Características Organo-mineral “Composto” 
Matéria orgânica total 
Nitrogênio total 
Umidade 
Relação C/N 
pH 
P2O5
K2O 
Soma (NPK, NP, PK ou 
NK) 
Mínimo de 15% 
Conforme declarado no registro 
Máximo de 20% 
- 
Mínimo de 6,0 
Conforme declarado no registro 
Conforme declarado no registro 
Mínimo de 6% 
Mínimo de 40% 
Mínimo de 1,0% 
Máximo de 40% 
Máximo de 18/1 
Mínimo de 6,0 
- 
- 
- 
 
 4
 Para os fertilizantes simples, complexos e mistos que contenham nitrogênio, 
fósforo e potássio, admitem-se tolerâncias em relação aos teores dos nutrientes 
garantidos pelo produto, de acordo com o limites: 
 
Teor (%)de N, P2O5 ou K2O Tolerância legal 
≤ 5 15% 
> 5 a < 20 10% 
≥ 20 2 unidades 
 
 Para macronutrientes secundários e micronutrientes tolera-se até 10% de 
discrepância em relação ao teor garantido, quando comercializados isoladamente e até 
30% quando em misturas. 
 
1.4 - Garantias físicas 
 
Do ponto de vista físico os fertilizantes simples e complexos apresentam-se na forma 
granulada, de pó ou farelada. 
Os fertilizantes mistos (fórmulas) apresentam-se como mistura granulada ou mistura 
de grânulos. No mistura granulada cada grânulo deverá conter os teores dos elementos 
garantidos no produto. Na mistura de grânulos os grânulos contêm separadamente os 
teores dos elementos garantidos. 
As garantias do ponto de vista físico, para as diferentes forma de apresentação são: 
 
Os fertilizantes simples granulados, a mistura granulada e a mistura de grânulos 
deverão 100% dos grânulos menores que 4 mm de diâmetro. Aceita-se como tolerância 
no máximo 10% dos grânulos maiores de 4mm e 5,5% menores que 0,5mm. 
Na forma de pó, no mínimo 95% das partículas devem ser menores que 2 mm de 
diâmetro e no mínimo de 50% menores que 0,3 mm. Tolera-se, no entanto, 5% das 
partículas com diâmetro superior a 2mm 
Na forma de produtofarelado 100% das partículas devem ser menores que 4,8 mm 
de diâmetro e no mínimo 80 % delas inferior a 2,8 mm. Neste caso toleram-se até 15% 
das partículas maiores que 4,8 mm 
 
1.5 - Garantia de peso 
 
Sob este aspecto a legislação (INMETRO/IPEM) permite desvio de até ± 1% 
sobre o peso líquido indicado nas embalagens. 
 
 5
2 - Fontes e obtenção dos fertilizantes simples e complexos 
 
Em função de sua composição básica os fertilizantes simples são classificados em 
nitrogenados, fosfatados e potássicos. 
A cadeia de produção dos fertilizantes fundamenta-se na exploração de recursos 
naturais, tais como: gás natural, petróleo, calcário, enxofre elementar, rocha fosfatada, 
minerais potássicos como a silvita, e a própria atmosfera. 
A partir destes recursos são obtidas as matérias-primas, como, por exemplo: gás 
de refinarias, amônia, dióxido de carbono, enxofre recuperado em metalurgia, 
concentrado fosfático. À matéria-prima são agregados os insumos, tais como: o ácido 
nítrico, ácido sulfúrico e o ácido fosfórico, para obter os produtos intermediários, que são 
os fertilizantes simples propriamente ditos. Entre estes citam-se como exemplos: uréia, 
nitrato de amônio, nitrocálcio, sulfato de amônio, superfosfato simples e triplo, fosfato 
parcialmente acidulado, fosfato monoamônico (MAP) e diamônico (DAP), termofosfatos e 
cloreto de potássio. A partir dos fertilizantes simples obtém-se os produtos finais que são 
as misturas NPK.. 
 O uso racional e eficiente dos fertilizantes é de grande importância porque, entre 
outros motivos, a cadeia de produção é baseada na exploração de recursos naturais não 
renováveis. 
 
2.1 - Fertilizantes nitrogenados 
 
As maiores quantidades de nitrogênio encontram-se na litosfera, sendo que a 
forma gasosas (N2) é encontrada em alta concentração na atmosfera. Apesar da 
abundância o N2, é inerte e inacessível à maioria dos organismos vivos. Esta 
característica decorre na estabilidade da ligação covalente entre os dois átomos de N que 
compõem a molécula de N2. Para ser transformado em formas biológicamente ativas 
(forma absorvível) a molécula de N2 deve passar pelo processo genericamente 
denominado de "fixação". Alguns microrganismos têm a capacidade de promover a 
fixação do N atmosférico, no entanto, grande parte do N empregado na produção agrícola 
provêm de fertilizantes, que baseiam-se na fixação industrial do N2. 
No início do século XXI, desenvolveu-se um processo para a fixação do nitrogênio 
atmosférico através da síntese de nitrato de cálcio pelo processo do arco voltaico e pela 
produção da cianamida cálcica. 
Em 1913, Haber e Bosh na Alemanha, deram origem à moderna indústria de 
fertilizantes nitrogenados, por meio da síntese de amônia a partir do nitrogênio e 
hidrogênio, utilizando coque como matéria-prima. Posteriormente passou utilizar o gás 
 6
natural, o gás de refinaria, o resíduo asfaltico e mais recentemente a água por meio de 
sua hidrólise. Atualmente a amônia é matéria-prima básica para a produção de 
fertilizantes nitrogenados. 
2.1.1 – Processo do Arco voltaico 
O processo do arco voltaico baseia-se no princípio da fixação atmosférica do N2, 
por meio da ação de descargas elétricas (raios). A energia desprendida pela descarga 
elétrica promove a ruptura da ligação entre os dois átomos de N o que possibilita a 
reação com o oxigênio atmosférico, formando os óxidos de nitrogênio (NOx). Esses 
reagem com a água da atmosfera formando ácido nítrico e nitroso, que precipitam sobre 
a terra. Em contato com o solo, ou com o calcário, formam os nitratos de cátions 
metálicos (cálcio, sódio, magnésio, etc). 
O composto que se forma a elevada temperatura pela união do N2 com o O2 é o 
NO. 
N2 + O2 ⇔ 2 NO 
Em temperaturas inferiores a 150º C o NO combina-se com o ar atmosférico 
formando NO2: 
2 NO + O2 = 2 NO2
que parcialmente transforma-se em seu dímerohipoazotido: 
2 NO2 ⇔ N2O4
Estes gases passando através de torres de granito cheias de quartzo com 
nebulização de água, forma-se ácidos nitroso e nítrico, que são o produto final da fixação: 
2 NO2 + H2O = HNO2 + HNO3
N2O4 + H2O = HNO2 + HNO3
2.1.2 - Processo da cianamida cálcica 
A cianamida cálcica (CaCN2), é obtida pela reação do carbeto de cálcio, ou 
carbureto (CaC2) com o nitrogênio atmosférico puro. Ainda hoje a cianamida cálcica é 
utilizada como elemento fertilizante, sobretudo na cultura da uva. 
 
2.1.3 - Síntese da amônia (NH3) 
A amônia é produzida fazendo-se reagir hidrogênio e nitrogênio, segundo a 
reação: 
N2 + 3H2 ⇔ 2NH3
 7
Esta reação ocorre a pressões e temperaturas elevadas e com auxílio de 
canalizadores. A fonte de nitrogênio é o ar atmosférico, enquanto que o hidrogênio pode 
ser proveniente de diversas fontes. 
O carvão foi a primeira fonte de H, utilizada na Alemanha e nos EUA, sendo até a 
Segunda Guerra Mundial, responsável por aproximadamente 90% da produção mundial 
de amônia. Atualmente o gás natural é a fonte de H mais atrativa propiciando a rota de 
produção mais econômica. 
O processo de eletrolise da água para a obtenção de H é usado há mais de 50 
anos para a produção de amônia. A idéia de se utilizar água como fonte de hidrogênio 
para a produção de amônia é muito atrativa, especialmente quando se levam em conta 
idéias de conservação de fontes não-renováveis de energia e as políticas de proteção ao 
meio ambiente. 
Para a produção de hidrogênio a partir de derivados do petróleo há tecnologias 
diferentes que estão associadas à matéria prima. Assim, quando se utiliza gás natural e 
naftas leves, a tecnologia utilizada é a da reforma de hidrocarbonetos com vapor d’água, 
e quando se processam óleos pesados de resíduo asfáltico, a tecnologia empregada é da 
oxidação parcial. 
2.1.3.1 - Processos de produção de hidrogênio para a síntese de amônia 
a - Reforma catalítica a vapor d’água 
O processo de reforma catalítica de hidrocarbonetos é universalmente conhecido 
como o mais econômico para a produção de hidrogênio. 
A reação de reforma com vapor é endotérmica, sendo processada num forno 
chamado “reformador primário” onde o calor é suprido pela queima de combustível. 
Segundo a disponibilidade, pode ser utilizado como combustível: gás natural, nafta, gás 
de refinaria e óleo combustível. O combustível também fornece metano que reage com o 
vapor d’água produzindo hidrogênio. As principais reações do processo são: 
CH4 + H2O ⇔ CO + 3H2
CO + H2O ⇔ CO2 + H2 
O dióxido de carbono (CO2) é removido da corrente de gás em etapa denominada 
“remoção de CO2” através de vários solventes, entre os quais as soluções de carbonato 
de potássio, que é ativado com diferentes compostos e dá lugar aos diferentes 
processos: se ativado com arsênio, tem-se o processo de Vetrocoke, se com 
etanolamina, o processo de Benfield, e se ativado com um composto orgânico, o 
processo de Catacarb. Também são utilizados como solventes as etanolaminas e 
derivados como metildietanolamina, caracterizando o processo de MDEA. 
 8
Após a etapa de remoção do CO2, o gás da síntese é purificado para eliminar os 
vestígios de CO e CO2 na etapa de metanação, onde os óxidos de carbono são 
convertidos num reator catalítico em metano e água. O gás final contendo 75% de H2 e 
25% de N2 e o residual de aproximadamente 1% de metano, chamado gás de síntese 
puro, está pronto para ser comprimido até a pressão de síntese de amônia, da ordem de 
23 a 33 atm. 
b – Oxidação parcial 
Este método pode utilizar em seu processo uma ampla variedade de matérias 
primas, desde gás de refinaria até resíduo asfáltico. O processo consiste na reação do 
hidrocarboneto com oxigênio e vapor d’água para produzir hidrogênio a uma temperatura 
entre 1.100 e 1.600 ºC a uma pressão entre 30 e 100 atm. Os processos existentes foram 
desenvolvidos pela TEXACO e a SCHELL e ambos são processos não catálicos. Eles 
diferem, principalmente, no projeto do sistema de geração do gás, no tipo dequeimador 
para a combustão dos hidrocarbonetos, no método do resfriamento do gás e no sistema 
para a remoção do carvão gerado na reação. 
Após a reação, os gases que saem da seção de gaseificação contém 
principalmente hidrogênio e monóxido de carbono com um teor residual de metano de 
0,5%, em contraste com o processo de reforma (resfriamento), que contém também 
enxofre, principalmente na forma de H2S. A etapa de purificação do gás da síntese inclui 
uma etapa de remoção de H2S com solventes do tipo MDEA, sulfinol ou, por processos 
físicos a baixas temperaturas utilizando o metanol. Após a remoção do H2S, o gás é 
preaquecido até a temperatura da reação de conversão de CO2, a aproximadamente 
350 ºC. O gás que sai da seção de conversão contém principalmente H2 e CO2 com 
aproximadamente 3% de CO. O gás passa por um sistema de remoção de CO2, e após e 
desidratado em peneiras moleculares. Assim, o gás que agora contém hidrogênio com 
impurezas, é “lavado” com N2, para eliminar os vestígios de CO, CO2 e CH4, incorporando 
ao mesmo tempo o nitrogênio necessário à reação de síntese de amônia. 
 
2.1.4 - Obtenção de uréia 
A uréia é preparada fazendo-se reagir a NH3 líquida com o CO2 em câmaras 
fechadas a 180º C e a 100 atm de pressão. Forma-se uma solução com uréia, carbamato 
de amônio e amônia. Dessa solução separa-se, em evaporadores a vácuo, a uréia 
cristalina. As reações que ocorrem são as seguintes: 
2NH3 + CO2 NH⇒ 2COONH4 (formação de carbamato de amônio) 
NH2COONH4 ⇒ CO(NH2)2 + H2O 
 9
A uréia pode ser pulverizada em câmaras especiais onde mediante aquecimento 
se solidifica na forma de grânulos brancos. 
 
2.1.5 – Obtenção do sulfato de amônio 
 
Existem vários métodos para a produção de sulfato de amônio. Em alguns o 
sulfato de amônio é subproduto da produção, por exemplo, de caprolactana e metacrilato 
de metila, mas ele pode ser produzido diretamente pelo processo combinado reação-
evaporação. O processo de produção direta tem a vantagem de consumir menos energia 
do que aqueles em que o sulfato de amônio é obtido como subproduto. 
A produção direta consiste basicamente na reação exotérmica entre amônia 
vaporizada e ácido sulfúrico, conforme a reação: 
2NH3 + H2SO4 (NH⇒ 4)2SO4 . 
As matérias primas são alimentadas num evaporador-cristalizador operado à 
vácuo ou à pressão atmosférica. A mistura das matérias primas gera uma “lama” na qual 
processa-se a cristalização do sulfato de amônio. Os cristais são separados da lama 
efluente por meio de centrifugação. Os cristais passam por um secador rotativo , são 
classificados e armazenados. 
 
 10
2.1.6 - Características de alguns fertilizantes nitrogenados 
 
Fertilizante %N Característica Observação 
Amônia anidra 82 N amoniacal 
Água amoniacal 10 Solução de amoníaco em água. 
N amoniacal 
 
Solução nitrogenada 21 Amônia, nitrato de amônio, uréia 
Nitrato de sódio NaNO3 15 N – nítrico Perclorato de sódio < 15% 
Uréia (NH2)2CO2 45 N – amídica Biureto < 1,5 % solo 
 < 0,3 % foliar 
Uréia formaldeido 35 N – amídica 60% N total insolúvel em 
água 
Nitrato de amônio 32 50% N amoniacal 
50% N nítrico 
 
Nitrato de cálcio 14 N – nítrica, e até 1,5% N amoniacal 18 a 19% de Ca 
0,5 a1,5 % de Mg 
Sulfato de amônio 20 N – amoniacal, 22 a 24% de S Tiocianato de amônio < 1%
 
 
 
2.2 - Fertilizantes fosfatados 
As rochas fosfáticas é a matéria prima para a produção de fertilizantes fosfatados, 
que é um materiais naturais, com teores adequados de fosfatos para serem utilizados 
economicamente na produção de fertilizantes. 
Certas rochas fosfáticas ricas em P2O5 podem ser utilizados “in natura” na 
produção de fertilizantes; porém, a maioria requer processos de beneficiamento para 
aumentar o teor de P2O5, concentrando-se os minerais de fósforo, descartando-se os 
minerais de ganga (minerais não fosfáticos). 
Sob os aspecto geológico as jazidas fosfáticas dividem-se em quatro grupos 
principais: de origem ígnea ou magmática que podem ser metamorfizados ou não, de 
origem sedimentar - fosoforitos, resultante do acúmulo de matéria orgânica - guanos e 
fosfatos lateríticos. 
Os depósitos fosfáticos de origem ígnea são resultantes de intrusões magmáticas 
contendo rochas do tipo carbonatitos, piroxenitos, dunitos, e biotititos e, algumas vezes, 
sienitos. O principal mineral é a apatita (fluorapatita) Ca5(PO4)3F. Normalmente, o teor de 
apatita dos carbonatitos e rochas ultrabásicas associadas (piroxenitos, dunitos, etc.) é 
inferior a 10%; o teor de P2O5 é cerca de 5%. 
 11
Os principais depósitos de rochas fosfáticas ígneas no Brasil são os de 
Jacupiranga, Ipanema, e Serrote em São Paulo, Araxá e Tapira em Minas Gerais, 
Catalão em Goiás, Anitápolis em Santa Catarina e Maicuru no Pará. 
As rochas fosfáticas de origem sedimentar constituem camadas, níveis ou 
extratos, mais ou menos uniformes, correspondentes ao acúmulo de fosfatos de 
precipitação química com ou sem a ajuda de microrganismos em fundo de lagos ou de 
mares. Normalmente, as rochas associam-se a calcários (precipitação química) com 
maior ou menor quantidade de sedimentos argilosos (folhelhos ou argilitos). Os minérios 
sedimentares de fósforo são denominados fosforitos e o principal mineral é o carbonato-
apatita com substituições mais ou menos importantes do Ca, F e P2O5. 
Os principais depósitos sedimentares de fosfato no Brasil são o de Patos de 
Minas em Minas Gerais, Irecê na Bahia e Olinda em Pernambuco. 
Os fosfatos naturais diferem quanto a reatividade, que é uma característica 
intrínseca ao fosfato e independe das condições de solo e plantas. 
Os fosfatos de origem ígnea ou metamórfica são pouco reativos, devido a sua 
estrutura cristalina compacta, sem superfície adicional interna, ou seja, um material com 
pequena superfície específica com provável menor presença de minerais acessórios. Por 
outro lado os de origem sedimentar apresentam estrutura microcristalina pobremente 
consolidada, com grande superfície específica. As substituições isomórficas do PO43- por 
CO32+ na apatita causa decréscimo no tamanho do cristalino e aumento na superfície 
específica do material. Portanto, o aumento do conteúdo de carbonato na apatita leva a 
uma reatividade maior da rocha fosfática. Assim, enquanto a relação molar CO3/PO4 no 
fosfato de Norte Carolina é de 0,26 (material mais reativo), no de Patos de Minas é de 
0,02 (material pouco reativo). Os fosfatos de Jacupiranga, Araxá, Tapira, Catalão e 
Anitápolis são de origem ígnea, e o de Patos de Minas é de origem sedimentar. Os 
fosfatos naturais de Gafsa e Norte Carolina são de origem sedimentar. Assim, pode-se 
dizer que os fosfatos de Gafsa ou de Carolina do Norte são mais reativos que os fosfatos 
de Araxá ou de Patos de Minas. 
 
2.2.1 - Produção de fertilizantes fosfatados 
 As rotas industriais de fabricação dos principais fertilizantes fosfatados dividem-se 
basicamente em duas rotas de solubilização do fósforo: via úmida e via térmica (Figura 
1). 
A via úmida caracteriza-se pela acidificação do concentrado fosfático ácido 
sulfúrico que, dependendo das relações estequiométricas, pode produzir super fosfato 
simples, fosfato parcialmente acidulado ou, ainda, produzir ácido fosfórico. O ácido 
 12
fosfórico é empregado na acidificação do concentrado fosfático para dar origem ao 
superfosfato triplo e na produção do fosfatos mono (MAP) e diamônio (DAP), por meio da 
reação com amônia em proporções adequadas. 
Um dos grandes problemas da produção de ácido fosfórico é a obtenção de 
grande quantidade de sulfato de cálcio dihidratado - gesso – como subproduto. Além de 
gerar um grande problema para o armazenamento , o gesso imobiliza cerca 45% do 
enxofre utilizado no Brasil. 
 Na solubilização via térmica, produz-se o termofosfato, que é obtido através de 
transformações físicas e reações químicas entre o concentrado fosfático e escórias 
magnesianas a altas temperaturas.ROCHA 
FOSFÁTICA 
SUPERFOSFASTO 
TRIPLO 
MONOAMÔNIO DE 
FOSFATO 
DIAMÔNIO DE 
FOSFATO 
TERMOFOSFATO 
MAGNESIANO 
SUPERFOSFASTO 
SIMPLES 
ÁCIDO 
FOSFÓRICO 
H2SO4 
VIA 
TÉRMICA 
NH3VIA 
ÚMIDA 
ESCÓRIAS MAGNESIANAS
FOSFATO 
PARCIALMENTE 
ACIDAULADO 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Rotas de fabricação de fertilizantes fosfatados no Brasil 
 
 13
2.2.1. 1 Superfosfatos 
 Superfosfato é o termo genérico para denominar fertilizantes fosfatados obtidos a 
partir da reação do concentrado fosfático com ácido sulfúrico ou ácido fosfórico. 
 
a) Superfosfato simples 
 
A reação do concentrado fosfático com o ácido sulfúrico ocorre em dois estágios. 
No primeiro estágio o ácido sulfúrico reage com parte da apatita gerando ácido fosfórico, 
sulfato de cálcio (hemi-hidrtado) e ácido fluorídrico, sendo uma reação rápida. No 
segundo estágio o ácido fosfórico produzido ataca a apatita ainda intacta formando 
fosfato monocálcico e ácido fluorídrico, sendo esta uma reação mais lenta. Em termo 
globais a reação é: 
 
Ca10(PO4)6F2 + 7H2SO4 + 6,5 H2O → 3Ca(H3PO4)2 H2O + 7CaSO4 ½ H2O + 2HF 
 
b) Superfosfato triplo 
A reação de formação do superfosfato triplo é menos complexa do que a do superfosfato 
simples devido a ausência do sulfato de cálcio. A principal reação de conversão para 
superfosfato triplo é: 
 
Ca10(PO4)6F2 + 14H3PO4 + 10 H2O → 10Ca(H3PO4)2 H2O + 2HF 
 
 14
2.2.2. - Características de alguns fertilizantes fosfatados 
PRODUTO GARANTIA MÍNIMA CARACTERÍSTICAS FONTES E OBTENÇÃO OBS. 
Superfosfato simples 18% de P2O5 Fósforo determinado como 
P2O5 solúvel em citrato 
neutro de amônio mais 
água e mínimo de 16% 
solúvel em água. 
Reação do fosfato natural moído 
com ácido sulfúrico. 
18 a 20% de Ca 
10 a 12% de S 
Superfosfato triplo 41% de P2O5 Fósforo determinado como 
P2O5 solúvel em citrato 
neutro de amônio mais 
água e mínimo de 37% 
solúvel em água. 
Reação do fosfato natural moído 
com ácido fosfórico. 
12 a 14% de Ca 
 
Fosfato monoamônico 
MAP 
9% de N 
48% de P2O5
Fósforo determinado como 
P2O5 solúvel em citrato 
neutro de amônio mais 
água e mínimo de 44% 
solúvel em água. Nitrogênio 
na forma amoniacal. 
Amoniação do ácido fosfórico. 
Fosfato diamônico 
DAP 
16% de N 
45% de P2O5
Fósforo determinado como 
P2O5 solúvel em citrato 
neutro de amônio mais 
água e mínimo de 38% 
solúvel em água. Nitrogênio 
na forma amoniacal. 
Amoniação do ácido fosfórico. 
Fosfato natural 
parcialmente 
acidulado 
25 % de P2O5 Fósforo determinado como 
P2O5 total e mínimo de 18% 
solúvel em citrato neutro de 
amônio mais água. 
Reação de rocha fosfatada cuja 
granulometria satisfaça as 
exigências para o fosfato natural 
moído com ácido sulfúrico ou 
fosfórico. 
25 27% de Ca 
0 a 6% de S 
0 a 2% de Mg 
Termofosfato 
magnesiano 
17% de P2O5 
7% de Mg 
Fósforo determinado como 
P2O5 total mínimo de 14% 
em ácido cítrico a 2% na 
relação 1:100. 
Tratamento térmico do fosfato 
natural com adição de compostos 
magnesianos e silícicos. 
18 a 20% de Ca 
 
Fosfato natural 
reativo de Arad/ Israel 
de Djedel Onk/Argélia 
e Marrocos. 
Hiperfosfato natural 
de Gafsa ou da 
Carolina do Norte 
28 % de P2O5 
Farelado 
 
Fósforo determinado como 
P2O5 total e mínimo de 9% 
solúvel em ácido cítrico 2% 
na relação 1:100. 
Extração natural e beneficiamento 
através de processo de 
homogeneização 
hidropneumática ou flotação. 
30 a 34 % de Ca
Fosfato Natural 24 % de P2O5 Fósforo determinado como 
P2O5 total e mínimo de 4% 
solúvel em ácido cítrico 2% 
na relação 1:100. 
Beneficiamento mecânico de 
fosfatos naturais mediante 
moagem fina. 
23 a 27% de Ca 
 
 
 
 15
2.3 - Fertilizantes Potássicos 
A industria de fertilizantes potássicos baseia-se no aproveitamento de jazidas de 
minerais potássicos, normalmente, do tipo evaporito, isto é, depósitos sedimentares 
formados pela evaporação de água do mar ou de lagos salgados. A ordem de deposição 
dos sais, a partir da evaporação de uma solução com composição similar à água do mar 
é: carbonato de cálcio; carbonato de magnésio; sulfato de cálcio; cloreto de sódio; sulfato 
de magnésio; cloreto de magnésio; e cloreto de potássio. Os cloretos de magnésio e 
potássio precipitam-se quando sua concentração atinge cerca de 100 vezes a 
concentração normal na água do mar. 
Dentre os vários minerais potássicos existentes na natureza, os mais importantes 
para a indústria de fertilizantes, são: 
• Silvita (KCl) 63,1% de K2O, 
• Silvinita (KCl + NaCl); 
• Carnalita (KCl.MgCl2.6H2O), com 17% de K2O; 
• Langbeinita (K2SO4.MgSO4), com 22,6% de k2O; 
• Nitro (KNO3), ou salitre, com 46,5% de K2O; 
• Cainita (KCl.MgSO4.3H2O), 18,9% de K2O. 
Entre esses, a silvinita é a matéria-prima mais utilizada na indústria de 
fertilizantes. Os grandes depósitos de silvinita encontram-se dispostos na forma de 
lençóis subterrâneos, a profundidades que podem atingir até 4.000 m, situando-se a 
maioria deles de 100 a 700 m abaixo da superfície. 
Cerca de 95% de todo potássio minerado é utilizado como fertilizante, 
principalmente na forma de Cloreto de Potássio (KCl), contendo 60% de K2O. Além disso, 
quantidades relativamente pequenas são comercializadas na forma de Sulfato duplo de 
Potássio e Magnésio, ou como Sulfato de Potássio. 
 
2.3.1. - Características de alguns fertilizantes potássicos 
PRODUTO GARANTIA MÍNIMA CARACTERÍSTICAS FONTES E OBTENÇÃO OBS. 
Cloreto de Potássio 58 % de K2O Potássio na forma de 
cloreto determinado como 
K2O solúvel em água. 
A partir de sais brutos de potássio 
por dissoluções seletivas, flotação 
ou outros métodos de separação. 
45 a 48 % de Cl 
Sulfato de Potássio 48 % de K2O Potássio na forma de 
sulfato determinado como 
K2O solúvel em água. 
A partir de vários minerais 
potássicos. 
15 a 17% de S 
0 a 1,2% de Mg 
Sulfato de potássio e 
magnésio 
18 % de K2O 
4,5% de Mg 
Potássio e magnésio 
determinados como K2O e 
Mg após extração aquosa 
por meio apropriado. 
A partir de sais de potássio com a 
adição de sais de magnésio, em 
solução com ácido sulfúrico. 
22 a 24% de S 
1 a 1,5% de Cl 
 
 16
3 – Características físico-químicas dos fertilizantes 
 Três características dos fertilizantes têm relação direta com a eficiência, a 
produção de misturas e o manejo da fertilização: a solubilidade; a higroscopicidade, a 
salinidade e a reação. 
 A solubilidade é caracterizada pelos teores solúveis em água, para os fertilizantes 
nitrogenados e potássicos, em citrato neutro de amônio e ácido cítrico para os fosfatados. 
 A higroscopicidade refere-se à capacidade do fertilizante absorver água da 
atmosfera e tem implicação direta sobre a compatibilidade entre fertilizantes na produção 
de misturas. 
 A salinidade é caracterizada pelo índice salino (IS) do fertilizante, que é a pressão 
osmótica causada pelo fertilizante, tomando-se como referência a pressão osmótica 
causada pelo NaNO3 (IS = 100). O índice salino dos principais fertilizantes, expresso em 
relação ao NaNO3 e por unidade de nutrientes, são apresentados na tabela abaixo. 
Observe que o cloreto de potássio é mais salinizante do que o nitrato de sódio. A 
aplicação de fertilizantes com alto IS próximo à sementes ou mesmo a raízes podem 
causar injúria denominada de “queima”. A levada pressão osmótica gerada próximo ‘a 
semente ou raiz provoca a plasmólise das células que, após necrosadas, assumem o 
aspecto de queimadas. 
 
 
Índice salino dos principais fertilizantes 
 
Índice Salino 
Fertilizante 
Teor do 
nutriente 
principal Em Relação a NaNO3 Por unidade do nutriente 
Amônia anidra 82,2 47 0,57 
Sulfato de amônio 21,0 69 3,25 
Nitrato de amônio 35,0 104 2,97 
Nitrato de cálcio 15,5 65 4,19 
Nitrato de sódio 16,5 100 6,06 
Uréia 46,6 75 1,61 
Superfosfato simples 20,0 8 0,40 
Superfosfato triplo 45,0 10 0,22 
Fosfato monoamônico 62,0 30 0,48 
Fosfato diamônico 54,0 34 0,63 
Cloreto de potássio60,0 116 1,93 
Sulfato de potássio 50,0 46 0,92 
Nitrato de potássio 46,0 73 1,59 
Sulfato de cálcio - 8 0,25 
 
 
 A reação dos fertilizantes diz respeito à capacidade de alterar a reação do meio 
no qual eles são solubilizados. Podem, portanto, ser de reação ácida ou alcalina. A 
 17
reação ácida é expressa em termos da quantidade de CaCO3 necessária para corrigir a 
acidez gerada pelo fertilizante e a reação alcalina em termos da quantidade de CaCO3 
que gera alcalinidade equivalente à gerada pelo fertilizante. A tabela abaixo apresenta o 
equivalente de acidez ou de alcalinidade dos principais fertilizantes. 
Observe que os fertilizantes amoniacais são de caráter ácido, o que se deve 
essencialmente à nitrificação a partir do amônio. A nitrificação é oxidação do NH4+ por 
microrganismos, gerando dois mols de H+ para cada mol de NH4+ oxidado. 
 
Equivalente de acidez ou de alcalinidade dos principais fertilizantes 
 
kg de CaCO3 puro Fertilizante Teor de N % Por kg de N Por 100 kg do produto 
Amônia 82,2 -1,80 -148,0 
Calciocianamida 18,0 -2,85 +51,0 
Cloreto de amônio 25,0 -5,60 -140,0 
Fosfato monoamônico 9,0 -5,00 -45,0 
Nitrato de amônio 32,0 -1,80 -58,0 
Nitrato de cálcio 14,0 +1,35 +19,0 
Nitrato de potássio 13,0 +2,00 +26,0 
Nitrato de sódio 15,0 +1,80 +27,0 
Nitrocálcio 20,0 0,00 0,0 
Sulfato de amônio 20,0 -5,35 -107,0 
Uréia 44,0 -1,80 -58,0 
Fonte: Adaptado de Tisdale et al. (1985) 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 - Processos para produção de misturas de grânulos N-P-K 
 
O processo de produção em escala comercial de misturas NPK requer instalações 
bastante simples. O diagrama da figura abaixo ilustra os processos para mistura de 
fertilizantes. O processo inicia-se com a transferência das matérias-primas para silos de 
vários compartimentos, passando previamente por peneiras para separar os torrões 
eventualmente formados durante o armazenamento. Dos silos, elas são descarregadas 
nem caçambas com balança, de acordo com o peso desejado. Na seqüência, as 
matérias-primas são descarregadas em um misturador cilíndrico ou tipo pêra (betoneira), 
para homogeneização, de onde seguem para o ensaque e o armazenamento. 
As operações de abertura e fechamento os silos, das caçambas, da balança, da 
alimentação e descarga do misturador são feitas por meio de sistemas automatizados, 
 18
por princípios pneumáticos ou elétricos. Estes sistemas são utilizados nas instalações 
das principais unidades de empresas de grande porte do setor de adubos. 
 
 
Diagrama do processo de produção de mistura de fertilizantes N-P-K. 
 
 
MATÉRIAS-PRIMAS 
SÓLIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para o preparo de meno
efetuadas nas próprias fazendas,
fazendas geralmente utilizam-se 
simples existentes na propriedade
mesmo enxada e pá. 
 
 
4.1 - Matérias primas para a m
As principais matérias pr
respeitando-se a compatibilidade s
 
SILAGEM
M
DOSAGE
MISTURA
O
ENSACAMENT
 
MISTURA PRONTA de NPK
res quantidades as misturas de NPK podem ser 
 utilizando o mesmo processo industrial. Porém, nas 
para a homogeneização das misturas equipamentos 
 como betoneira, tambores com eixo excêntrico, ou 
istura granulada de (NPK) 
 
imas empregadas na produção de misturas NPK, 
ão: 
19
Fontes de N 
 
Nitrato de amônio 34% de N 
Sulfato de amônio 21% de N e 23% de S (enxofre) 
Uréia 46% de N 
 
Fontes de P 
 
Super fosfato simples 18% de P2O5 + 12% de S + 18% de Ca 
Superfosfato triplo 46% de P2O5 + 1,5% de S + 15% de Ca 
Fosfato monoamônico 52% de P2O5 + 11% de N 
Fosfato diamônico 46% de P2O5 + 18% de N 
 
Fontes de K 
 
Cloreto de Potássio 60% de K2O 
 
 
4.2 - Compatibilidade de Fertilizantes sólidos 
Durante os processos industriais de fabricação de fertilizantes sólidos, devem ser 
levadas em consideração as compatibilidades entre as matérias primas. Basicamente as 
compatibilidades são de ordem química ou física. 
4.2.1 - Compatibilidade química 
A compatibilidade química é ilustrada na tabela seguinte, permitindo ao operador 
da unidade industrial ou agricultor, misturar as mais diversas matérias primas sem risco 
de problemas de formação de agregados maiores (empedramento), formação de 
produtos pastosos ou volatilização do elemento químico (nitrogênio). Desta forma, antes 
de se fazer uma mistura é necessário saber a higroscopicidade das matérias primas que 
serão utilizadas, como também se são compatíveis. Higroscopicidade é a capacidade de 
um produto ou substância química tem em absorver umidade: 
Ex.: não se deve utilizar uma grande quantidade de fertilizante higroscópico na mistura 
(adubo que absorve muita água, uréia, nitrato de amônio, etc), porque entre 24 a 48 
horas a mistura pode empastar, torna a distribuição difícil e desuniforme. 
 
 20
 
Compatibilidade entre fertilizantes e corretivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos C Compatívies: podem ser misturados
C Nitrato de sódio I Compatibilidade limitada: devem ser misturaod s pouco antes da aplicação
C C Nitrato de potássio CL Incompatívies: não podem ser misturados
C C C Nitrocálcio
C C C C Nitrato de amônio
C C C C C Sulfato de amônio
C C C I I C Uréia
C C C C C C C Farinha de ossos
C C C C C C C C Fosfatos naturais
C C C C C C CL C C Superfosfato simples
C C C C C C CL C C C Superfosfato triplo
C C C C C C C C C C C MAP
C C C C C C C C C CL CL C DAP
C C CL I I I I I I I I I I Escórias
C C CL I I I I I I I I I I C Termofosfato
C C C C C C C C C C C C C CL CL Cloreto de potássio
C C C C C C C C C C C C C CL CL C Sulfato de potássio
C C C C C C C C C C C C C I I C C Sulfato de potássio e magnésio
C C CL I I I I I I I I I I C C CL CL I Cal virgem, hidratada e calcários calcinados
C C CL I I I I I I I I I I C C CL CL C C Calcários
Obs: 
Dependo de certas características 
da uréia, nitrato de amônio e do 
teor de cloreto de sódio no cloreto 
de potássio, as misturas podem 
apresentar certo grau de 
incompatibilidade. 
 
 
4.3 - Compatibilidade física 
 
Esta compatibilidade enfoca a uniformidade entre as partículas das matérias 
primas, minimizando os efeitos indesejáveis da segregação de nutrientes na mistura do 
fertilizante. 
A segregação é um fenômeno natural que ocorre durante o manuseio de misturas 
fertilizantes. Este processo está associado com o tamanho médio de partícula das 
matérias primas adotadas na composição e pode ser detectada visualmente pela 
uniformidade da mistura. 
Exemplo típico de segregação: 
 
a) Ao agitar um saco de adubo, internamente ocorre uma competição entre as 
partículas, visando melhor acomodação espacial, ou seja, as partículas finas com 
maior facilidade de deslocamento no leito vão para o fundo e as mais grossas, 
que agem como um filtro, acabam despontando na superfície. 
b) Durante a aplicação de uma mistura de adubos a lanço, o movimento giratório do 
distribuidor impulsiona para mais longe as partículas maiores, enquanto as 
menores acabam depositando-se mais próximas da linha base de aplicação. 
 21
A tendência à segregação da mistura é conseqüência da qualidade física das 
matérias primas empregadas. No caso de misturas a segregação física que é um 
fenômeno natural, pode acarretar em segregação química, uma vez que os teores dos 
nutrientes se distribuem a partir das diferentes fontes empregadas de acordo com a sua 
granulometria. 
Finalmente objetivando a uniformidade das misturas de fertilizante, deve-se 
sempre proceder à mistura com matérias primas de mesma natureza física 
(granulometria), nunca misturando materiais granulares com farelados ou pó, evitando 
assim, uma mistura com alta tendência à segregação. 
 
5 - Processos para a produção de granulados N-P-K (Grânulos) 
 
Este processo requer plantas industriais mais complexas e consta basicamente 
das seguintes etapas: 
• dosagem de matérias-primas; 
• mistura; 
• granulação; 
• secagem; 
• resfriamento; 
• classificação; 
• reciclagem dos finos; 
• tratamento de efluentes;• armazenamento. 
Existem variações entre os processos quanto aos seguintes fatores: 
• tipo da matéria-prima (Sólidas, líquidas, suspensões, lamas); 
• meio de aquecimento do granulador (vapor ou calor gerado por reações 
químicas); 
• ordem das operações envolvidas (classificação após secagem ou resfriamento); 
• uso de equipamentos adicionais (pré-reator, reator tubular). 
 
A figura abaixo mostra o diagrama do processo de produção de fertilizantes 
granulados N-P-K com reciclo frio, onde a classificação é feita após resfriamento. 
Observa-se que as matérias-primas sólidas são dosadas e conduzidas a um granulador 
onde se encontram as matérias-primas fluidas ou provenientes de equipamentos de pré-
neutralização para serem granulados. A granulação é promovida por meio da água e 
calor, uma vez que as matérias primas são em grande parte constituídos por materiais 
com maior solubilidade em água. As matérias-primas são transferidas juntamente com o 
reciclo das peneiras a um equipamento rotativo formando um leito sólido úmido agitado, 
que funciona com temperaturas elevadas. Este equipamento promove o rolamento entre 
as partículas e sua aglomeração formando grãos maiores. Atualmente existem três tipos 
 22
de granuladores nas industrias misturados de granulados, com processos parecidos de 
funcionamento: tambor granulador, prato granulador e “pug-mill”. 
Os grãos úmidos são descarregados num secador onde a umidade é reduzida em 
cerca de 5 a 10% a calores abaixo de 2%, dependendo da fórmula e das matérias-primas 
utilizadas. 
Geralmente, após a secagem, os grãos são resfriados e, em seguida, 
classificados, a fração entre 2 e 4 mm é armazenada aos eventual ensaque. As partículas 
que excedam a faixa de produção são moídas e recicladas junto com os finos da peneira 
para o granulador. A quantidade de reciclo produzido no processo é um fator importante 
tanto no cálculo da produção efetiva da unidade quanto na determinação das condições 
de operação do granulador, uma vez que sua quantidade oscila geralmente entre uma e 
três vezes o valor da quantidade do produto podendo ser até maior. 
Opcionalmente, o produto pode ser recoberto com algum revestimento sólido para 
formar uma barreira que evite o contato entre os grãos. Para isso, podem ser usados 
materiais como talco, caulim ou gesso com eventual adição de óleo ou compostos 
aminados. 
Os gases efluentes do secador e do resfriador passam normalmente por uma 
bateria de ciclones onde é captada a maior parte do particulado arrastado nestes 
equipamentos. O efluente dos ciclones é coletado num lavrador de gases, geralmente do 
tipo “spray tower”. Os gases do granulador, no caso de utilização de amônia, são 
geralmente absorvidos numa solução de ácido fosfórico para o aumento da eficiência de 
lavagem. O pH da torre de lavagem é geralmente mantido entre 4,5 e 5,5 para evitar 
saturação do ácido. A lama resultante pode ser recirculada parcial ou totalmente ao 
granulador. 
 
 
 23
Diagrama do processo de produção de grânulos de misturas N-P-K 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOSAGEM 
GRANULAÇÃO PRÉ-NEUTRALIZAÇÃO 
OU REATOR-TUBULAR 
SECAGEM GERAÇÃO DE GASES DE 
SECAGEM 
RESFRIAMENTO 
CLASSIFICAÇÃO MOAGEM 
PRODUTOS GRANULADOS 
Simples ou complexos NPK 
ÁGUA (LÍQUIDA) 
ÁGUA (VAPOR) 
GRANULAÇÃO ÁGUA-VAPOR 
ÁGUA (VAPOR OU LÍQUIDO) 
AMÔNIA 
AMÔNIA ÁCIDOS 
GRANULAÇÃO QUÍMICA 
“GROSSOS” 
“FINOS” 
MATÉRIAS-PRIMAS 
SÓLIDAS 
 24
6 – Cálculos para o preparo de misturas NPK 
 
Para o preparo de mistura quer em escala industrial ou ao nível de fazenda, é 
necessária a definição das quantidades dos fertilizantes simples que devem ser 
misturados. Assim, de posse desses dados podem-se se estabelecer a misturas dos 
fertilizantes. 
A seguir serão dados alguns exemplos de cálculos para diferentes circunstancias. 
1) Quais as quantidades de Sulfato de Amônio (SA) 20% de N, Superfosfato Simples 
(SS) 20% de P2O5, e de Cloreto de Potássio (KCl) 60% de K2O, devem ser 
misturados para obter-se uma tonelada da mistura 4-14-6. 
 
Quantidade dos nutrientes por kg da mistura: 
N P2O5 K2O Mistura 
kg Kg 
100 4 14 6 
1.000 40 140 60 
 Então: 
Quantidade de Sulfato de Amônio (SA) 
100 kg de SA 20 kg de N 
x kg de SA 40 kg de N 
 
x = 40 x 100 = 200 kg de SA 
 20 
 
Quantidade de Superfosfato Simples (SS) 
100 kg de SS 20 kg de P2O5
y kg de SS 140 kg de P2O5
 
y = 140 x 100 = 700 kg de SS 
 20 
 
 
Quantidade de Cloreto de Potássio (KCl) 
100 kg de KCl 60 kg de K2O 
z kg de KCl 60 kg de K2O 
 
z = 60 x 100 = 100 kg de KCl 
 60 
 
A soma das quantidades de x, y e z será: 
 200 + 700 + 100 = 1.000 kg de mistura 
 
 25
Obs: Esta situação é bastante simples, considerando que a soma das quantidades dos 
fertilizantes simples corresponde exatamente à quantidade necessária da mistura. 
 
2) Se para a situação anterior dispusermos de Uréia (45% N), como fonte de 
nitrogênio, como ficaria a mistura? 
De acordo com a mesma regra de três, detalhada anteriormente, a quantidade (x) de 
uréia será: 
x = 40 x 100 = 88,9 kg de uréia, ou aproximadamente 89 kg de uréia. 
 45 
 
Assim, sendo as quantidades de superfosfato simples e cloreto de potássio as mesmas, 
teremos: 
 89 + 700 + 100 = 889 kg de mistura 
A diferença para atingir os 1.000 kg desejados: 
1000 – 889 = 111 kg de enchimento 
que serão completados com material inerte denominado “enchimento”. 
Os principais materiais utilizados como “enchimento” são: gesso agrícola, caulim, talco, 
turfa ou esterco bovino seco quando a mistura é produzida na própria fazenda. 
 
 
 
3) Preparar uma tonelada da mistura NPK 10-10-10 utilizando Sulfato de Amônio (SA) 
20% de N, Superfosfato Simples (SS) 20% de P2O5, e de Cloreto de Potássio (KCl) 
60% de K2O. 
Quantidade dos nutrientes por kg da mistura: 
N P2O5 K2O Mistura 
kg kg 
100 10 10 10 
1.000 100 100 100 
 Então: 
Quantidade de Sulfato de Amônio (SA) 
100 kg de SA 20 kg de N 
x kg de SA 100 kg de N 
 
x = 100 x 100 = 500 kg de SA 
 20 
 
Quantidade de Superfosfato Simples (SS) 
100 kg de SS 20 kg de P2O5
y kg de SS 100 kg de P2O5
 26
y = 100 x 100 = 500 kg de SS 
 20 
 
Quantidade de Cloreto de Potássio (KCl) 
100 kg de KCl 60 kg de K2O 
z kg de KCl 100 kg de K2O 
 
z = 100 x 100 = 167 kg de KCl 
 60 
 
A soma das quantidades de x, y e z será: 
 500 + 500 + 167 = 1.167 kg de mistura 
Deste modo verifica-se que não é possível produzir esta mistura com estes fertilizantes 
simples. A produção de misturas mais concentradas requer que pelo menos um dos 
fertilizantes simples utilizados seja mais concentrado. 
Então se propõem, fazer-se os cálculos utilizando-se como fonte de fósforo o 
Superfosfato Triplo que possui 45% de P2O5: 
Quantidade de superfosfato triplo 
y = 100 x 100 = 222 kg de ST 
 45 
Chegando a total na mistura de: 
 500 + 222 + 167 = 889 kg de mistura 
Quantidade de enchimento: 
 1.000 – 889 = 111 kg de enchimento 
Com freqüência, sobretudo em escala industrial, requer-se o preparo de misturas sem a 
necessidade do uso de “enchimento”. Para isso, deve-se dispor de mais de uma fonte 
para um mesmo nutriente. 
 
4) Quais as quantidades de Sulfato de Amônio (SA) com 20% de N, Uréia (U) com 45% 
de N, Superfosfato Simples (SS) com 20% de P2O5, e de Cloreto de Potássio (KCl) 
com 60% de K2O, para preparar, sem usar enchimento, uma tonelada da mistura NPK 
12 – 10 – 10? 
 
Quantidade dos nutrientes por kg da mistura: 
N P2O5 K2O Mistura 
Kg Kg 
100 12 10 10 
1.000 120 100 100 
Então: 
Iniciam-se os cálculos pelos nutrientes que se utiliza uma única fonte. 
 27
Quantidade de Superfosfato Simples (SS) 
100 kg de SS 20 kg de P2O5
y kg de SS 100 kg de P2O5
 
y = 100 x 100 = 500 kg de SS 
 20 
 
 
Quantidade de Cloreto de Potássio (KCl) 
100 kg de KCl 60 kg de K2O 
z kg de KCl 60 kg de K2O 
z = 60 x 100 = 100 kg de KCl 
 60 
A soma dasquantidades dos fertilizantes totaliza: 
 500 + 167 = 667 kg de mistura 
Para completar uma tonelada resta-se: 
 1.000 – 667 = 333 kg, 
Esta quantidade deverá ser atendida pelas fontes de N. Considerando a concentração de 
N no sulfato de amônio e na uréia, constata-se que é impossível a utilização de apenas 
uma delas para atender-se esta quantidade. Assim, a soma das quantidades de sulfato 
de amônio (SA) e uréia (U) deve totalizar 333 kg. 
Então, temos: SA + U = 333 kg Eq 1 
 e, U = 333 – SA Eq 2 
A quantidade de N suprida pelas duas fontes deverá ser igual a 120 kg de N. 
Considerando que o sulfato de amônio possui 20% de N e a uréia 45% de N, tem-se: 
 0,2 SA + 0,45 U = 120 kg Eq 3 
Logo, substituindo na Eq 3 o valor de U, ela pode ser resolvida para encontra-se a 
quantidade de SA. 
 0,2 SA + 0,45 (333 – SA) = 120 
 0,2 SA + 150 – 0,45 SA = 120 
 0,2 SA – 0,45 SA = 120 - 150 
 - 0,25 SA = - 30 
 SA = 30/ 0,25 SA = 120 kg de sulfato de amônio 
Voltando a Eq 2, tem-se: 
 U = 333 – 120 
 U = 213 kg de uréia 
 28
Assim, as somas das quantidades de sulfato de amônio, uréia, superfosfato simples e 
cloreto de potássio totalizam os 1.000 kg. 
120 (SA) + 213 (U) + 500 (SS) + 167 (KCl) = 1.000 kg de mistura 
5) Utilizando-se 500 kg de 4-14-8, que quantidades de Sulfato de Amônio (SA) 20% de N, 
Superfosfato Simples (SS) 20% de P2O5, e de Cloreto de Potássio (KCl) 60% de K2O 
serão necessários para produzir uma tonelada da mistura NPK 10 – 10 – 10? 
Quantidade dos nutrientes por kg da mistura: 
N P2O5 K2O Mistura 
kg kg 
100 10 10 10 
1.000 100 100 100 
500 kg de 4 – 14 – 8 suprirão: 
 500 x 0,04 = 20 kg de N 
 500 x 0,14 = 70 kg de P2O5
 500 x 0,08 = 40 kg de K2O 
Assim, a diferença deverá ser suprida pelos demais fertilizantes: 
 N 100 – 20 = 80 kg 
 P2O5 100 – 70 = 30 kg 
 K2O 100 – 40 = 60 kg 
 
Quantidade de Superfosfato Simples (SS) 
SS = 30 x 100 = 150 kg de SS 
 20 
 
Quantidade de Cloreto de Potássio (KCl) 
KCl = 60 x 100 = 100 kg de KCl 
 60 
Tem-se que: SS + KCl = 250 kg de mistura 
Logo a diferença: 1.000 – 500 – 250 = 250 kg 
Portanto, 250 kg deverão ser atendidos pelas fontes de nitrogenadas, sulfato de amônio 
(SA) e uréia (U). 
 SA + U = 250 kg Eq 1 
 U = 250 – SA Eq 2 
 
A quantidade de N a ser suprida é de 80 kg. Assim, considerando a concentração de N 
do sulfato de amônio e da uréia, temos: 
 0,2 SA + 0,45 U = 80 kg Eq 3 
Substituindo Eq 2 na Eq 3, tem-se: 
 29
 0,2 SA + 0,45 (250 – SA) = 80 
 0,2 SA + 112,5 – 0,45 SA = 80 
 0,2 SA – 0,45 SA = 80 – 112,5 
 -0,25 SA = - 32,5 
 SA = 32,5/0,25 SA = 130 kg 
Retornando-se a Eq 2, tem-se; 
 U = 250 – SA 
 U = 250 – 130 
 U = 120 kg 
Logo a mistura será constituída por: 
500 kg de 4-14-8 + 120 kg de U + 130 kg de ASA + 150 kg de SS + 100 kg de KCl 
 
6) Preparar 500 kg da mistura NPK 5 – 10 – 5, sendo que 2% do N deverá estar na forma 
nítrica, e 3% na forma amoniacal. Dispõe-se para isso, os fertilizantes: Salitre do Chile 
(NaNO3) com 15% de N, Sulfato de Amônio (SA) 20% de N, Superfosfato Simples 
(SS) 20% de P2O5, e de Cloreto de Potássio (KCl) 60% de K2O. 
500 kg da mistura conterão 25 kg de N, dos quais 10 kg (2%) na forma N-NO3- e 15 kg na 
forma N-NH4+, 50 kg de P2O5 e 25 kg de K2O. 
 
Quantidade de Salitre do Chile (SC) para suprir o NO3
SC = 30 x 100 = 150 kg de SS 
 20 
 
Quantidade de Sulfato de Amônio (SA) para suprir o NH4
SA = 15 x 100 = 75 kg de SA 
 20 
 
Quantidade de Superfosfato Simples (SS) 
SS = 50 x 100 = 250 kg de SS 
 20 
 
Quantidade de Cloreto de Potássio (KCl) 
KCl = 25 x 100 = 41,7 kg de KCl 
 60 
Total da mistura: 
66,7 kg de SC + 75 kg de SA + 250 kg de SS + 41,7 kg de KCl = 433,4 kg 
Quantidade de enchimento: 
500 – 433,4 = 66,6 kg de enchimento 
 30
 
7) Qual a pureza do sulfato de potássio que contém 48% de K2O. Os pesos atômicos são: 
K = 39 
S = 32 
O = 16 
1 mol de K2SO4 corresponde a 174 g 
174 g K2SO4 78 g K 
100 g K2SO4 x g K 
x = 78 x 100 = 44,82% de K 
 174 
Assim, 1 mol de K2SO4 tem 44,8% de K, que corresponde a: 
2 K K2O 
78 94 
44,8 y 
 
y = 44,8 x 94 = 53,98% de K2O 
44,8 
Deste modo, de 100g de K2SO4 tem o equivalente a 53,9% de K2O, o fertilizante que 
contém 48% de K2O tem: 
100 53,98 
z 48,00 
z = 88,92% de pureza 
 31
Bibliografias recomendadas: 
ABC da Adubação. Malavolta, E. 5ª edição. Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo. 
1989. 
Análise de Corretivos, Fertilizantes e inoculantes Métodos Oficiais. Ministério da 
Agricultura, Laboratório Nacional de Referência Vegetal. 1988. 
Fertilizantes e seu impacto ambiental: micronutrientes e metais pesados, mitos, 
mistificação e fatos. Malavolta, E. ProduQuímica, 1994. 
Fertilizantes Fluidos. Vitti, G. C. e Boaretto, A. E. (Coordenadores). Associação 
Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato – POTAFOS, 1994. 
Instruções Agrícolas para o Estado de São Paulo. Instituto Agronômico de Campinas 
IAC, 6ª edição (eletrônica) Boletim 200. 
Legislação, “ Inspeção e Fiscalização da Produção e do Comércio de Fertilizantes, 
Corretivos, Inoculantes, Estimulantes ou Biofertilizantes, Destinados à 
Agricultura”. Ministério da Agricultura. 1983. 
Manual de Controle da Qualidade de Fertilizantes Minerais Sólidos. Marzinotto Filho, 
H. et alli. ANDA. 1988. 
Manual de Química Agrícola: adubos e adubação. Malavolta, E. 3ª ed.Ed. Agronômica 
Ceres Ltda. 1989. 
Os Adubos e a Eficiência das Adubações. Ancarde, J.C.; Guidolin, J.A. & Lopes, A.S. 
ANDA. (Boletim Técnico, 3) 1989. 
Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª 
Aproximação. (Editores) Ribeiro, A.C.; Guimarães, P.T.G.; Alvarez V., V.H.. Comissão 
de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais – CFSEMG, 1999. 
Tecnologia de produção de fertilizantes. Cekinski, E. (Coordenador) Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas, 1990. 
Fertilizantes nitrogenados. De Felippe jr., G; Sococoswki, J.C.; Fanti, O.D. In: 
Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Produção de Fertilizantes, São Paulo, 1988. 
Fósforo em Solos e Planta em Condições Tropicais. Novais, R.F. & Smyth, T. J. 
U.F.V., Viçosa, 1999. 
 32

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