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Gestão Escolar: Desafios e Possibilidades

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Prévia do material em texto

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Secretaria de Estado da Educação – SEED
Superintendência da Educação – SUED
Políticas e Programas Educacionais – DIPOL
 Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
GESTÃO ESCOLAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
 FERREIRA, Juara R Arthury de Almeida.¹ 
SOUZA, Angelo.²
¹ ALMEIDA, Juara R Arthury de Almeida Ferreira Professora do Colégio Estadual 
Professora Lindaura Lucas em São José dos Pinhais PR, participante do PDE/2008 junto a 
SEED-PR, juaraferreira@seed.pr.gov.br 
² SOUZA, Ângelo.R.. Professor orientador do projeto PDE pela UFPR, em parceria com a 
SEED-PR, angelo@ufpr.br
Curitiba
2009
mailto:angelo@ufpr.br
mailto:juaraferreira@seed.pr.gov.br
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Secretaria de Estado da Educação – SEED
Superintendência da Educação – SUED
Políticas e Programas Educacionais – DIPOL
 Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
JUARA R. ARTHURY DE ALMEIDA FERREIRA
GESTÃO ESCOLAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES 
 Caderno Temático apresentado 
como requisito junto ao Programa 
de Desenvolvimento Educacional – 
PDE da Secretaria Estadual de 
Educação – SEED em parceria com a 
Universidade Federal do Paraná, 
Departamento de Educação, do Setor 
de Ciências Humanas
Curitiba
2009
2
É melhor tentar e falhar,
Que preocupar-se a ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão,
Que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar,
Que em dias tristes em casa se esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco,
 Que em conformidade viver .
 Matin Luther King
3
sumário
APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 06
INTRODUÇÃO............................................................................................... 07
UNIDADE I..................................................................................................... 09
 TEMA 1: O QUE É GESTÃO ESCOLAR?............................................... 09
 1.1 – Objetivo da unidade didática.................................................. 09
 1.2 – Conteúdos................................................................................ 09
1.3 – Conversando sobre..................................................................
 1.3.1 - O significado de gestão escolar .............................................
 1.3.2 – Contexto histórico de gestão escolar.....................................
 1.3.2.1 – Período de estudos clássicos..............................................
 1.3.2.2 – Período de estudos críticos.................................................
 1.3.2.3 – Período compreendido entre 1987 e 2004 Tendências das 
pesquisas brasileiras na área de gestão................................
 1.3.3.- Princípios da gestão escolar...................................................
 1.3.4 – Concepções e estilos de gestão escolar...............................
 1.3.5 – Administração X Gestão Escolar............................................
10
10
11
12
18
23
25
27
30
 1.5 –Referências.............................................................................. 32
 TEMA 2 : O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR.......................................
 
34
 2.1 - Objetivo da unidade didática................................................... 34
 2.2 - Conteúdos................................................................................. 34
 2.3 - Conversando sobre...................................................................
 2.3.1 – A função do diretor no contexto escolar..................................
 2.3.2 – Competências dos diretores escolares....................................
 2.3.3 – Gestão pedagógica..................................................................
35
35
38
42
4
 2.3.4 – Gestão Administrativa..............................................................
 2.3.5 – Gestão de Resultados.............................................................
 2.3.6 – Liderança.................................................................................
43
45
47
 2.4 - Referências................................................................................ 55
APRESENTAÇÃO CADERNO TEMÁTICO
Este caderno foi elaborado dentro do Programa de Desenvolvimento 
Educacional PDE da Secretaria de Estado da Educação, desenvolvendo dois 
temas sobre gestão escolar. 
5
Ele diz respeito ao Projeto de Intervenção Pedagógica, O perfil do 
Diretor nas Articulações para Melhoria da Qualidade na Educação Pública 
(FERREIRA, 2008), que em um primeiro momento visa auxiliar os diretores 
escolares no aprofundamento dos seus conhecimentos e dar suporte aos 
mesmos nessa difícil tarefa de conduzir os processos no interior do ambiente 
escolar.
O primeiro tema tratará do conceito de gestão escolar sob a ótica de 
diversos autores fazendo um resgate histórico sobre os conceitos de 
administração e gestão escolar; sintetizando as principais idéias sobre direção 
e gestão escolar no Brasil nos diferentes períodos da história e identificando os 
tipos de gestão existentes. 
No segundo tema focaremos o papel do Gestor Escolar como o grande 
responsável pelas articulações no interior da escola, ora como administrador, 
como gestor pedagógico e gestor de resultados. Também trabalharemos com 
os conceitos e tipos de liderança.
O caderno, esta organizado com dois temas e contém:
1. Visão geral do tema.
2. Objetivos a serem alcançados pelos diretores;
3. Conteúdos que serão desenvolvidos na unidade temática;
4. Conversando sobre...– fundamentação teórica sobre os conteúdos 
tratados;
5. Bibliografia
 O presente documento pretende mobilizar os diretores a refletir sobre 
seu verdadeiro papel no processo educativo, de forma articulada e 
compromissada com a qualidade do ensino na escola pública.
Introdução
O material produzido Gestão Escolar: Desafios e Possibilidades é 
destinado aos diretores dos Colégios Estaduais de Ensino Fundamental e 
Médio do Município de São José 
6
Baseio-me na minha própria experiência como diretora de escola, onde 
observo o atual funcionamento das escolas e os resultados por elas 
apresentados. Pesquisas vêm demonstrando uma intima ligação entre as 
formas de organização da escola e a aprendizagem dos alunos. Estas buscam 
saber quais características de uma escola que fazem a diferença em relação à 
qualidade de ensino, nas pesquisas vem se destacando que uma série de 
fatores são determinantes para o sucesso das escolas, como, capacidade de 
liderança dos diretores, características organizacionais, clima de trabalho na 
escola, oportunidades de reflexões entre os membros da escola, participação 
dos pais, existência de estrutura física e de recursos adequada e gestão 
democrática entre outros. Precisamos construir uma escola verdadeiramente 
democrática que assegure aos alunos a aprendizagem, esta escola com 
condições organizacionais e pedagógicas que possibilitem isso. Uma escola 
que consiga valorizar o potencial de seus professores e funcionários, pois 
sabemos que o trabalho dos professores é fundamental para a aprendizagem. 
O principal objetivo em um primeiro momento deste material é auxiliar os 
diretores escolares no aprofundamento dos seus conhecimentos e dar suporte 
aos mesmos nessa difícil tarefade conduzir os processos no interior do 
ambiente escolar promovendo um espaço que propicie as reflexões, construir e 
reconstruir conceitos, trocar experiências, no sentido de estimular, valorizar e 
permitir ao profissional envolvido, a ressignificação e revalidação da sua prática 
profissional. Pretende-se ainda, oportunizar aos diretores, a socialização de 
várias questões ligadas à sua prática, assim como fornecer subsídios 
significativos ao seu trabalho.
Para pensar sobre a atuação do professor, diante das exigências do 
mundo contemporâneo e a realidade em que este profissional desenvolve seu 
trabalho, ou seja, as condições às quais ele esta submetido para exercer a sua 
profissão, impõe-se uma reflexão sobre o verdadeiro significado de ser diretor. 
De que forma este profissional se enxerga na sua profissão? Como ele se 
coloca diante dela e da sociedade? Até que ponto ele é capaz de valorizar o 
seu papel de ser Diretor?
Este trabalho busca contribuir para a melhoria da prática profissional 
daqueles que escolheram “Estar Diretor”. Seja buscando a competência 
técnica, ou lutando por melhores condições de trabalho, que garantam o 
7
exercício desta competência e ainda, procurando desempenhar tal função, de 
maneira competente e compromissada com os deveres e responsabilidades 
que constituem a especificidade deste cargo. 
Para tanto, as bases de discussões deste Caderno Temático apóia-se 
em autores que enxergam o gestor/diretor e sua prática como um dos 
elementos mais importantes na escola (LIBÂNEO, 2004; 2008 LUCK, 1998; 
2006; 2008 PARO, 2001, 2006; 2007; SAVIANI,1997; SOUZA, 2001; 2005; 
2006) .
”Os educadores comprometidos com a transformação social 
precisam dispor de conhecimentos para repensar formas de 
funcionamento das escolas, de desenvolvimento da 
profissionalização e profissionalidade, de participação nas relações 
cotidianas da comunidade escolar (professores, pais e alunos), de 
avaliação etc., que considerem ao mesmo tempo a realidade 
socioeconômica e cultural em que se inserem a escola e os 
professores e as condições concretas dentro da escola e da sala de 
aula que garantam a justiça social do ponto de vista da 
escolarização.” Libâneo 2004.
Unidade I
Tema 1: O QUE É GESTÃO ESCOLAR
8
1.1 Objetivos
• Reconhecer o conceito de gestão escolar 
• Identificar através do tempo o contexto histórico da gestão escolar.
• Identificar os tipos de gestão.
• Relacionar as diferenças existentes entre administração e gestão 
escolar.
1.2 Conteúdos
• Significado de gestão escolar.
• Contexto histórico da gestão escolar.sob o olhar de diversos autores.
• Princípios da gestão escolar.
• Formas de gestão.
• Administração X Gestão Escolar.
1.3. Conversando sobre......
1.3.1.O significado de gestão
9
Pode-se iniciar esse texto com a origem da palavra Gestão que advém 
do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere, cujo significado é levar sobre si, 
carregar, chamar para si, executar, exercer e gerar. Desse modo, gestão é a 
geração de um novo modo de administrar uma realidade, sendo, então, por si 
mesma, democrática, pois traduz a idéia de comunicação pelo envolvimento 
coletivo, por meio da discussão e do diálogo.
Para Libâneo, a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e 
procedimentos para atingir os objetivos da organização, envolvendo, 
basicamente, os aspectos gerenciais e técnicos-administrativos. Gestão é a 
atividade que põe em ação o sistema organizacional.
Para Souza, a gestão escolar pode ser compreendida como um 
processo político, de disputa de poder, explicitamente ou não, através da qual 
as pessoas agem sobre ela pautam-se predominantemente pelos seus próprios 
olhares e interesses acerca de todos os passos desse processo, com vistas a 
garantir que as suas formas de compreender a instituição e os seus objetivos 
prevaleçam sobre os dos demais sujeitos, ao ponto dos demais sujeitos a 
agirem como eles pretendem.
Para Luck, é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as 
diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu 
projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia 
e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente 
educacional autônomo de participação e compartilhamento e auto-controle.
Para Paro (1986), gestão e administração (aqui tratados pelo autor como 
sinônimos) é a utilização racional de recursos para a realização de fins 
determinados.
CONVERSANDO SOBRE...
10
1.3.2.Contexto histórico de gestão escolar sob o 
olhar de diversos autores
Para pensarmos sobre a atuação do diretor, diante das exigências do 
mundo contemporâneo, impõe-se uma reflexão sobre o movimento pela 
qualidade da educação entendendo o movimento da gestão como um conjunto 
de ações desenvolvidas principalmente no interior da escola que aponte para 
as exigências de um “modelo” educacional satisfatório, pelo menos nos termos 
da lei e das relações entre instituição escolar e sociedade.
Acredito ser bastante interessante fazer um apanhado histórico sobre a 
administração escolar e posteriormente gestão escolar no Brasil, pois através 
desse contexto histórico podemos fazer algumas reflexões sobre a atual 
política de gestão nas escolas públicas e uma comparação entre o perfil e o 
papel que os diretores desempenhavam-nos diferentes períodos apontados. 
Para isso vamos tomar como referência Souza, 2006, onde fez uma 
análise profunda, em sua tese de doutorado, dos autores e os divide em três 
períodos: período de estudos clássicos, período de estudos críticos e período 
pós 1987.
Citaremos algumas passagens que se fazem fundamentais para o 
entendimento deste temas de pesquisa.
1.3.2.1 PERÍODO DE ESTUDOS CLÁSSICOS
Compreende o período de 1930 a meados da década de 70 e serão 
analisados os seguintes autores: Carneiro Leão, Querino Ribeiro, Lourenço 
Filho, Anísio Teixeira, Myrtes Alonso e Benno Sander.
11
Antônio Carneiro Leão, de 1939 trata-se de uma obra muito importante 
sobre administração escolar no país, além de ter sido a primeira sistematização 
na área, foi por muito tempo um dos mais citados referenciais para o estudo da 
administração escolar e da educação comparada. O autor procura articular os 
conceitos e exemplos da administração escolar nos diferentes países e 
sistemas de ensino pelo mundo. Na visão de Leão o diretor da escola deve ser 
sempre um professor. O autor confunde direção e administração escolar, ou 
seja, o processo de identificação de problemas, de planejamento, de tomada 
de decisões, de acompanhamento e controle e avaliação das ações escolares 
é todo ele centrado na figura do diretor: “o diretor é a alma da escola. Diz-me 
quem é o diretor que te direi o que vale a escola” (Leão, apud Souza, 2006, 
p.29).
Prof. José Querino Ribeiro, 1952, representa talvez a primeira bem 
sucedida tentativa no país de apresentação de um ensaio que busca ao 
mesmo tempo sugerir formas de organização e administração da escola e 
teorizar sobre esses aspectos. A obra está dividida em duas partes: a primeira 
parte são os fundamentos da administração escolar, que vai da complexidade 
da escola moderna até a identificação do problema da administração escolar, 
passando por discussões acerca dos princípios e responsabilidades da escola 
e pelas fontes de inspiração da administração escolar. F. W. Taylor e H. Faiol 
são os principais autores citados por Ribeiro na sua apresentação teórica. 
Esses autores eram a expressão mais expoente mundialmente da chamada 
administração científica, que se apresentava na área da educação como uma 
espécie de antídoto às tradicionais (e conservadoras) formas de se pensar e 
organizar a escola. Asegunda parte do livro apresenta os aspectos, tipos, 
processos, meios e objetivos da administração escolar, numa perspectiva de 
conceituação dos elementos e orientação do trabalho da administração escolar. 
O autor reconhece que a administração escolar tem a tarefa de organizar e 
coordenar os trabalhos escolares, a partir de informações coletadas na própria 
fonte dos problemas educacionais, uma vez que admite que nenhuma 
regulação estatal acerca dos currículos possa cercear a liberdade de condução 
da ação pedagógica do professor. Para tanto, é necessário um clima de ação 
12
coletiva na escola, superando-se as tradicionais formas hierárquicas da 
organização escolar (Ribeiro apud Souza, 2006, p. 33).
O autor termina sua obra mostrando os três problemas fundamentais 
para a administração escolar:
a) apreender os ideais propostos pela Filosofia da Educação para, em 
função deles, determinar os objetivos da escola; b) conhecer a Política 
de Educação para, em função dela, adotar um estilo de ação adequado; 
c) aproveitar as contribuições da ciência para o conhecimento dos 
elementos humanos envolvidos no processo de escolarização e, em 
função dele, empregar as técnicas mais convenientes às atividades da 
escola (Ribeiro apud Souza, 2006, p.37).
Manuel Bergstron Lourenço Filho, em 1941 já havia trazido 
contribuições importantes para a área da administração escolar. Em 1963 em 
sua obra denominada “Organização e Administração Escolar”, a inicia 
afirmando acerca da relação entre escola e vida social que “assim como seja 
cada sociedade, assim serão suas escolas” (Lourenço Filho apud Souza, 2006 
p.39), permitindo compreender que a escola não é espelho da sociedade, mas 
que ela em grande parte reproduz aspectos significativos da organização da 
vida social.
Para o autor, as pessoas sobre as quais se concentram as atividades 
administrativas são os alunos, os professores, os diretores e os dirigentes do 
sistema de ensino. Em ordem ascendente, os dirigentes do sistema de ensino 
estão hierarquicamente acima dos diretores, que estão acima dos professores, 
que estão acima dos alunos. É curioso que o autor não se preocupe com os 
familiares dos alunos e com os demais trabalhadores não-docentes da escola, 
possivelmente porque para ele aqueles sujeitos concentram as atividades 
essenciais do fazer escolar. De qualquer forma, o conjunto de situações 
concretas que envolvem essas pessoas sobre as quais a organização e gestão 
escolar se debruçam cotidianamente implica sempre na idéia de ter opções, 
isto é, administração significa ter opção, pois nas situações nas quais não haja
vários caminhos possíveis, não se requerem tomar decisões, não é necessário 
procurar definir e agir com mais eficiência, não havendo assim ação 
administrativa (Lourenço Filho apud Souza, 2006 p.41). E, em um contexto de 
13
opções, as atividades fundamentais do dirigente escolar estão, segundo o 
autor, em:
a) Reunir informações sobre a situação problemática, tal como 
realmente se apresente;
b) Decidir no sentido de modificar esse estado de coisas, a fim de que 
os objetivos assentados possam ser obtidos com a eficiência desejada.
As tarefas fundamentais do organizador e administrador resumem-se 
(...) em duas apenas (...): informar-se e decidir. (Lourenço Filho apud 
Souza, 2006 p. 41).
Anísio Teixeira. O pensamento deste autor é bastante importante, pois 
apresenta e mapea os principais pensamentos sobre a área da Gestão Escolar 
durante o século passado, pois Teixeira foi, um dos maiores autores a tratar 
sobre a educação no Brasil em toda a sua história, logo, quando pensador 
desta envergadura escreve sobre a Gestão Escolar, precisamos observar suas 
idéias. Em 1960 proferiu a palestra “Que é Administração Escolar?” na abertura 
do l Simpósio Brasileiro de Administração Escolar.
O autor se posiciona de forma diversa ao longo desses anos sobre 
assuntos do campo da gestão escolar. Essas mudanças de pensamento 
decorrem de avaliações e posição política do autor, o que espelha uma 
condição muito presente ao longo de toda a sua trajetória profissional: a de um 
intelectual que estava no centro da política educacional.
Myrtes Alonso se destaca com o texto adaptado de sua tese defendida 
em 1974, “O papel do diretor na administração escolar”, datado de 1976. Trata-
se de um estudo importante considerando a sua abrangência teórica e o 
período em que foi escrito. Contudo, caminha numa espécie de contramão dos 
trabalhos de crítica que começavam a surgir e que colocavam sérias restrições 
à concepção de administração escolar até então defendidas. A autora deixa 
bastante clara sua concepção de que a administração escolar é uma 
especialização da ampla área da administração. Esta idéia de especialização 
da administração geral explica por que o diretor da escola é, para ela, a figura 
que expressa por excelência as funções administrativas naquela instituição 
(Alonso apud Souza, 2006 p. 53). Existe em seu livro uma diferenciação entre 
14
“funções administrativas” e “funções técnicas”. O papel do diretor na escola não 
é de desenvolver um trabalho técnico pedagógico, mas é sim uma tarefa 
administrativa. Essas tarefas administrativas são compreendidas pela autora 
como organização, planejamento, supervisão do trabalho escolar e tomada de 
decisão.
Este trabalho do administrador escolar se desdobra nas funções de 
“organização e direção do trabalho escolar, desenvolvimento de atividades de
liderança ou estimulação e manutenção do comportamento humano produtivo, 
ao controle dos resultados e apreensão do seu valor social” (Alonso apud 
Souza, 2006 p. 57).
Benno Sander A idéia central desse trabalho reside na identificação dos 
referenciais dos principais autores do campo da administração escolar, no 
Brasil e no exterior. O resumo desses levantamentos que produz aponta, 
segundo o autor, para o reconhecimento de duas grandes correntes de 
pensamento no campo da administração da educação: a administração do 
consenso e a administração do conflito. Para o autor há quatro critérios de 
acordo com os quais a administração da educação se orienta e que estão 
relacionados com essas dimensões: “relevância (dimensão humana), 
efetividade (dimensão sociopolítica), eficácia (dimensão pedagógica) e 
eficiência (dimensão econômica)” (Sander apud Souza, 2006 p 63). Esses 
critérios e dimensões se expressam na função do administrador da educação, 
cujas competências podem assim ser vislumbradas:
A competência humana do administrador da educação 
revela-se na capacidade para conceber soluções e na liderança para 
implantá-las sob a ótica da relevância para a plena realização dos 
participantes da comunidade educacional. A competência 
sociopolítica define o talento do administrador da educação para 
perceber o ambiente externo e sua influência sobre o sistema 
educacional e seus participantes, e a habilidade de adotar uma 
estratégia de ação para a efetiva satisfação das necessidades e 
15
demandas sociais e políticas do sistema educacional. A competência 
pedagógica do administrador
da educação reflete sua capacidade para formular objetivos 
educacionais e para desenhar cenários e meios pedagógicos 
eficazes para a sua consecução. Finalmente, a competência 
econômica do administrador da educação refere-se à sua eficiência 
para otimizar a captação e utilização dos recursos e elementos 
técnicos e racionais a serviço dos objetivos do sistema educacional. 
(Sander, apud Souza, 2006 p. 63).
Síntese das idéias sobre a direção e a gestão escolar no Brasil
Direção Escolar Gestão Escolar
16
A
U
TO
R
ES
 C
LÁ
SS
IC
O
SO diretor deve ser um professor.
O diretor como defensor da política 
educacional.
O diretor deve se colocar a serviço 
do professor.
O papel pedagógico do diretor está 
em desenvolver
ações administrativas para garantir 
as condições de funcionamento das 
ações pedagógicas.
O elemento mais importante não é 
o administrador, mas o professor.
O papel do diretor não é técnico-
pedagógico, mas sim.Administrativo.
O papel do diretor é manter o 
equilíbrio, conduzindo a escola nos 
processos de mudança.
O diretor é o responsável pela 
implementação dos objetivos 
educacionais.
O diretor é o pólo de poder central 
da escola. Este poder vem da 
legislação e das expectativas que a 
escola tem para com ele, o que 
resulta em pressões legais e sociais.
Gestão e direção se confundem.
As atividades que são próprias da escola 
são o fundamento para a AE.
A administração científica possui 
princípios e métodos que cabem na 
escola.
A AE é uma especialização da 
administração.
A AE é necessária pela complexificação 
da educação escolar, em tamanho e em 
problemas.
É necessário um clima de ação coletiva 
na escola.
Escola eficiente e eficaz: condição para 
garantir o acesso de todos.
Objetivo da AE: tornar as escolas mais 
eficientes.
A consecução dos objetivos escolares de 
forma eficiente e a coordenação do 
esforço coletivo é o foco da AE.
A AE ocorre antes, durante e depois das 
funções pedagógicas escolares: Antes = 
planejamento; durante = comando e 
assistência; depois = medição e avaliação.
A AE deve garantir a unidade e a 
economia, através da divisão do trabalho, 
mas sem perder a unidade.
Distinção entre ação administrativa e 
ação operativa:pensar e fazer.
Administração significa ter opção, logo 
significa tomar decisões.
O processo administrativo se resume 
em: reconhecimento de um problema; 
planejamento;coordenação; verificação do 
resultado; exame para evitar a reaparição 
do problema.
(Souza, 2006, p. 193)
1.3.2.2 PERÍODO DE ESTUDOS CRÍTICOS
17
Este período se inicia no final da década de 70. Os principais autores 
aqui citados estão Miguel Arroyo, Maria Dativa S. Gonçalves, Maria de Fátima 
C. Félix.
Miguel Arroyo o artigo intitulado “Administração da educação, poder e 
participação”, publicado em janeiro de 1979 trata, como o título sugere, das 
relações políticas que cercam a administração da educação, procurando 
construir uma linha crítica aos modelos implantados no país que procuravam 
ao ver do autor, torná-la uma tarefa meramente técnica e, com isto, buscavam 
identificar as causas dos problemas educacionais brasileiros com razões 
tipicamente técnicas. Isto é, se os problemas educacionais eram ocasionados 
por incompetência ou incapacidade técnica, a administração científica, calcada 
na racionalidade da empresa privada – modelo que inspirava a administração 
educacional no país resolveria esses problemas. Para esta concepção então 
dominante na administração educacional no país.
Para Arroyo praticamente equivale o poder público com a empresa 
privada, observando que ambos operam sob raciocínios semelhantes no que 
tange ao processo de racionalidade administrativa.
Arroyo se preocupa com o papel do dirigente escolar e educacional, que 
deve, em sua concepção, superar a pretensa neutralidade que se lhe atribuem 
os cursos de formação básica e continuada e os documentos legais, 
percebendo a natureza política do trabalho escolar e reconstruindo nas 
análises macro-sociais sobre a escola. Trata-se de um período em que ao 
administrador é reclamado amplo conhecimento sobre as técnicas de gestão e 
organização, mesmo que com conhecimentos superficiais sobre o real objeto 
com o qual deveria lidar: a educação escolar e o processo educativo.
Maria Dativa Gonçalves. 1980 As sínteses da autora sobre os trabalhos 
que analisa apontam para a constatação de que se trata de estudos que 
confirmam que todas as instituições e organizações têm elementos comuns, 
permitindo a constituição de teorias gerais da administração aplicáveis a todas 
elas e que, nas escolas, haveria a necessidade de se articular a burocracia e a 
organização profissional, para o seu desenvolvimento administrativo e 
18
institucional. Todavia, ela reconhece que os autores dos trabalhos que analisa 
destacam as articularidades da “empresa educacional”, as quais demandam 
elementos administrativos particulares, mesmo que sob a defesa de uma teoria 
geral da administração.
Maria de Fátima C. Félix produziu um trabalho de crítica aos modelos 
de administração escolar vigente no país até o início dos anos 80 foi, com a
publicação da sua dissertação de mestrado, intitulada “Administração Escolar: 
um problema educativo ou empresarial?” (1984). O trabalho tinha como 
objetivo ajudar na construção “deste movimento crítico, mediante uma análise 
da Administração Escolar, explicitando as relações que se estabelecem entre o 
sistema escolar e a evolução do capitalismo” (Félix apud Souza, 2006 p.79). 
A partir desse objetivo a autora procura deixar claro ao leitor que as 
análises que se apresentam no seu livro confrontam a administração escolar 
como ferramenta operacional da política educacional, e as relações entre esta
política e a política mais ampla do Estado. 
E a hipótese que guia o trabalho da autora aponta para a idéia de que a 
administração escolar tem como principal papel garantir ao Estado o controle 
sobre a educação, tendo em vista a crescente burocratização dos sistemas de 
ensino. Tal controle permitiria ao Estado adequar a educação ao seu projeto de 
desenvolvimento econômico e também seria condição para uma avaliação 
sobre os produtos da educação numa perspectiva da produtividade.
Aborda em sua obra o estudo das relações o estudo das relações entre 
a organização do sistema escolar e o desenvolvimento do capitalismo no 
Brasil; a contraposição entre a administração de empresa e a administração 
escolar; e o estado capitalista brasileiro e a burocratização do sistema escolar.
Acácia Z. Kuenzer Zung A autora faz considerações sobre alguns 
aspectos da teoria da administração escolar, a qual se sustenta em aspectos 
mais prescritivos, evidenciando uma natureza pouco científica. Além disso, faz 
críticas à naturalização da divisão social do trabalho, apresentada pelas teorias 
da administração como parte integrante da natureza humana e não como 
produto social, bem como também se soma aos demais autores do período no
19
que se refere às críticas ao entendimento de que a administração educacional 
é uma aplicação da administração no ambiente educacional .
Vitor Paro o autor procura demonstrar como as duas tendências então
dominantes no pensamento da administração educacional brasileira de então 
estavam equivocadas. De uma parte, a concepção que advogava que a escola 
poderia ser administrada pelos mesmos procedimentos da empresa capitalista, 
e de outra, a concepção que avaliava ser desnecessário qualquer tipo de 
organização administrativa na escola; ambas incorriam, na visão de Paro, no 
mesmo engano de não levarem em conta que a administração escolar recebia 
decisivas influências e impactos dos determinantes sociais e econômicos, 
pois para o autor a
...atividade administrativa não se dá no vazio, mas em condições 
históricas determinadas para atender a necessidades e interesses de 
pessoas e grupos. Da mesma forma, a educação escolar não se faz 
separada dos interesses e forças sociais presentes numa 
determinada situação histórica (Paro, 1988, p. 13).
Paro conclui seu trabalho afirmando que a administração escolar 
transformadora não pode ignorar a realidade em que se encontra a 
organização das escolas, aocontrário, é partindo dessa realidade que a 
transformação necessária emergirá, na qual a figura do diretor, então uma 
personagem central e de responsabilidade última pela escola, não pode ser 
ignorada e deve ser atraída para os compromissos de transformação social em 
busca não da conquista do poder por grupos mais avançados e menos 
conservadores, mas na luta primeira pela transformação do poder.
Esses trabalhos do período do início dos anos 80 têm algumas 
características bastante similares: 
a) estão todos voltados à crítica aos modelos de organização e gestão 
das escolas até então dominantes na literatura especializada e na prática 
escolar e educacional. Os autores “críticos” colocam no centro da sua análise 
os trabalhos dos períodos anteriores, desfocando-os um pouco. A exceção fica 
por conta de Paro, o qual, a despeito das críticas, enxerga alguma positividade 
naqueles trabalhos, mas a qualifica normalmente como ingenuidade;
20
 b) são todos os trabalhos com perfil teórico, ou de análise de produção 
teórica, não havendo, em nenhum desses casos, articulação com pesquisas 
empíricas que tomassem a escola e a sua gestão como objeto de estudos; 
c) há um pressuposto para esses trabalhos: a administração escolar 
como aplicação da administração científica nas escolas contribui para a 
manutenção das condições econômicas, sociais e políticas da sociedade; 
d) os instrumentos e processos da gestão escolar, como estavam sendo 
tratados pelos autores clássicos e como eram entendidos na organização 
prática das escolas, na visão desses autores críticos, são fenômenos 
essencialmente tecnocráticos, assim como o perfil do dirigente escolar, 
reconhecido por esses autores como de um gerente em uma empresa 
produtiva, cuja tarefa era de garantir a produtividade, de um lado, ou, mais o 
controle dos trabalhadores da educação.
21
Síntese das idéias sobre a direção e a gestão escolar no Brasil
Direção Escolar Gestão Escolar
A
U
TO
R
ES
 C
R
ÍT
IC
O
S
Crítica à concepção do 
Diretor como um gerente,
própria da administração 
capitalista.
O diretor deve ser um 
educador, antes de tudo.
O diretor como 
coordenador do trabalho 
coletivo.
Crítica aos modelos técnicos de AE implantados até 
então no país.
Crítica aos pensadores brasileiros e estrangeiros 
pela linearidade entre a AE e a administração em 
geral.
Crítica ao uso da administração científica na AE.
Crítica à ideologização da teoria administrativa.
Crítica à AE que tem como principal papel garantir 
ao Estado o controle sobre a educação.
Críticas à naturalização da divisão social do 
trabalho.
Crítica às teorias da administração por sua 
pretensa neutralidade técnica.
Crítica à administração conservadora pela 
negligência técnica em favor de uma ação política 
conservadora: aplicação de um tecnicismo vazio.
Administração é o uso racional de recursos com 
vistas a determinados fins.
Administração como racionalização do trabalho e 
coordenação do trabalho coletivo.
Administração, em última análise, são métodos.
Educação escolar é um fenômeno muito específico 
que demanda tratamento específico.
Percebem a dimensão política da administração.
A AE deve estar articulada com os objetivos 
escolares
Administração transformadora: percepção política e 
intervenção técnica.
Participação da sociedade na administração 
transformadora.
Autogestão.
(Souza,2006, p. 193)
1.3.2.3 PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1987- 2004 TENDÊNCIAS DA 
PESQUISA BRASILEIRA NA ÁREA DA GESTÃO ESCOLAR
22
A pesquisa no campo, a partir dos anos 80, herdou importantes marcas 
daquela crítica, destacadamente:
 a) o reconhecimento da gestão escolar como um processo político 
pedagógico; 
b) a preocupação com temas até então pouco importantes, como a 
democratização da gestão escolar. 
Todavia, mesmo sendo possível se afirmar que o período da crítica à 
escola clássica da gestão escolar inspirou uma seqüência de estudos na área 
durante as décadas de 80 e 90, é também possível se observar o surgimento 
de novos temas e abordagens nas pesquisas na área.
A produção acadêmica do campo da gestão escolar no Brasil neste 
período foi de 514 (quinhentos e catorze) trabalhos de mestrado e doutorado. 
Os temas no início dos anos 80 que mais se evidenciaram eram o papel do 
diretor, o perfil do diretor, forma de escolha dos diretores escolares, relação 
entre o papel do diretor e o sucesso escolar a partir da segunda metade dos 
anos 90, surgiram outros assuntos com práticas e desafios do diretor, 
formação, prática cotidiana dos dirigentes escolares.Gestão democrática, 
projeto político pedagógico, APMF, avaliação institucional, grêmio estudantil. 
Poucos estudos sobre a questão de gênero.
Síntese das idéias sobre a direção e a gestão escolar no Brasil
23
Direção Escolar Gestão Escolar
PÓ
S-
19
87 Papel do diretor: articulador da 
organização e gestão Escolar.
Preocupação central com as formas 
de escolha da função de diretor.
Na identificação do perfil do diretor, a 
preocupação com as contradições da 
função: representante do poder público 
X representante da comunidade 
escolar; função administrativa X função 
pedagógica 
.O diretor no centro das relações de 
poder.
Gestão é um processo político.
A democracia na escola.
Gestão democrática.
Conselhos de escola, junto com a 
eleição de diretores, como as 
expressões da gestão democrática.
A Gestão e as relações de poder na 
escola.
O projeto político-pedagógico como 
uma ferramenta da organização e 
gestão escolar.
Autonomia na gestão escolar.
(Souza,2006.p.193)
Todos, na escola, por meio do trabalho pedagógico, são responsáveis 
pelo andamento do processo de ensino e aprendizagem. A administração 
escolar se desenvolve no atendimento ao conjunto de características que a 
escola apresenta.
“Tanto a teoria como a prática sugere que o estilo de 
liderança e gestão do diretor será crucial em qualquer escola...” 
(COLS, 2006, p. 118)
Isto serve para compreender que uma boa atuação do diretor e o bom 
funcionamento da escola podem significar preocupação com a educação e ao 
mesmo tempo contribuir com a elevação do nível cultural dos alunos. Nessa 
perspectiva é possível pensar na educação como um instrumento que 
possibilite às camadas populares uma ampliação do universo cultural. O 
funcionamento da escola e, sobretudo, a qualidade da aprendizagem dos 
alunos dependem de boa direção, ou seja, de formas democráticas e eficazes 
de gestão do trabalho escolar. É preciso estar claro que a direção e a 
administração da escola são meios para garantir os objetivos educacionais. 
Libâneo, 2003, defende estudos que mostram que o modo de 
funcionamento de uma escola faz diferença nos resultados escolares dos 
alunos. Embora as escolas não sejam iguais, não sendo possível estabelecer 
regras e procedimentos organizacionais de validade geral, as pesquisas 
contribuem para a indicação de características organizacionais que podem ser 
24
úteis para a compreensão do funcionamento delas, considerados os contextos 
e as situações escolares específicas.
“... O perfil do diretor e da gestão escolar são elementos que se somam 
a um conjunto de outros aspectos responsáveis pelos resultados 
escolares, mas não deixam de ser variáveis importantes para a 
compreensão dos resultados estudantis, permitindo-se concluir que 
há uma espécie de efeito gestão nas escolas públicas de educação 
básica no Brasil...” (SOUZA, 2006, p. 276)
Conversando sobre.....
1.3.3..Princípios da Gestão Escolar
A gestão escolar, como área de atuação, constitui-se, pois, em um meio 
paraa realização das finalidades, princípios, diretrizes e objetivos educacionais 
orientadores da promoção de ações educacionais com qualidade social, isto é, 
atendendo bem a toda a população, respeitando e considerando as diferenças 
de todos os seus alunos, promovendo o acesso e a construção do 
conhecimento a partir de práticas educacionais participativas, que fornecem 
condições para que o educando possa enfrentar criticamente os desafios de se 
tornar um cidadão atuante e transformador da realidade sociocultural e 
econômica vigente, e de dar continuidade permanentemente aos seus estudos.
Para que as organizações funcionem e, assim, realizem seus objetivos, 
requer-se a tomada de decisões e a direção e controle dessas decisões. É 
esse processo que denominamos de gestão.
Para o gestor escolar torna-se, entretanto, imprescindível conhecer a 
dimensão do conjunto organizacional, isto é, a escola como realidade global, 
ser capaz de adaptá-la às novas exigências que a localidade deseja.
A organização e a gestão da escola visam:
• Promover as condições, os meios e todos os recursos necessários ao 
ótimo funcionamento da escola e do trabalho em sala de aula;
• Promover o envolvimento das pessoas no trabalho por meio da 
participação e fazer o acompanhamento e a avaliação dessa 
participação, tendo como referência os objetivos da aprendizagem.
• Garantir a realização da aprendizagem de todos os alunos.
25
A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na 
educação destinada a realizar o planejamento, a organização, a liderança, a 
orientação, a mediação, a coordenação, o monitoramento e a avaliação dos 
processos necessários à efetividade das ações educacionais orientadas para a 
promoção da aprendizagem e formação dos alunos.
Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado 
com a s diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de 
seu projeto político pedagógico e compromissado com os princípios da 
democracia e com os (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de 
participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de 
resultados) e auto-controle (acompanhamento e avaliação com retorno de 
informações)
Compete, pois, à gestão escolar estabelecer o direcionamento e a 
mobilização capazes de sustentar e dinamizar a cultura das escolas, para 
realizar ações conjuntas, associadas e articuladas, sem as quais todos os 
esforços e gastos são despendidos sem muito resultado, o que, no entanto, 
tem acontecido na educação brasileira, uma vez que se tem adotado, até 
recentemente, a prática de buscar soluções tópicas, localizadas, quando, de 
fato, os problemas são globais e inter-relacionados.
Cabe ressaltar que a gestão escolar é um enfoque de atuação, um 
meio e não um fim em si mesmo. O fim último da gestão é a 
aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que , no 
cotidiano que vivenciam na escola desenvolvam as competências 
que a sociedade demanda, dentre as quais se evidenciam pensar 
criativamente: analisar informações e proposições diversas, de forma 
contextualizada; expressar idéias com clareza, oralmente e por 
escrito; empregar a aritmética e a estatística para resolver 
problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver 
conflitos.( LUCK, 2008)
...CONVERSANDO SOBRE 
1.3.4.Concepções e estilos de gestão escolar
26
Segundo Libâneo os processos de gestão assumem diferentes 
concepções conforme a intencionalidade em relação às finalidades sociais e 
políticas da educação. Em um extremo temos a concepção técnico-científica e 
em outro a sócio-critíca.
Na concepção técnico-científica prevalece a visão mais burocrática e 
tecnicista da escola. A escola funciona como uma realidade neutra e objetiva, 
deste modo pode ser planejada, organizada e controlada de modo a obter altos 
índices de eficácia e eficiência.A direção é centralizada no papel do diretor, as 
decisões vem de cima para baixo onde não existe a participação coletiva. 
Valorizam a estrutura organizacional, normas , regulamentos. Este modelo é o 
mais comum encontrado na realidade brasileira.
Na concepção sócio-crítica a escola é concebida como um sistema que 
agrega pessoas para que ocorra intencionalmente ações de interações 
sociais.A organização escolar não é algo um espaço neutro e sim um espaço 
que deve ser construído na coletividade escolar.Tanto o processo de gestão 
como o de tomada de decisão se dão no coletivo.
Conforme os últimos estudos sobre os estilos de gestão escolar Libâneo 
classifica quatro concepções de gestão: a técnico-científica, a autogestionária, 
a interpretativa e a democrática-participativa.
Concepção técnico-científica, esta baseia-se na hierarquia de cargos e 
funções, nas regras e procedimentos administrativos, visando sempre a 
racionalização dos trabalhos e a eficiência dos serviços escolares. Também 
conhecida em sua visão mais conservadora como administração clássica ou 
burocrática. Na versão mais recente é conhecida como modelo de gestão da 
qualidade total, utilizada de forma mais veemente em práticas de gestão da 
administração empresarial.
Concepção autogestionária sua base esta na responsabilidade coletiva sem 
a presença de uma direção centralizada.Existe uma tendência nessa 
concepção de recusar o exercício da autoridade e as formas sistematizadas de 
organização e gestão.Valoriza muito a capacidade do grupo criar, instituir as 
suas próprias regras.
Concepção interpretativa a base desta concepção se encontra na percepção 
de que a escola é uma realidade social subjetivamente construída.
27
Concepção democrática-participativa baseia-se na relação orgânica entre a 
direção e a participação dos membros da equipe. Acentua a importância da 
busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma coletiva 
de tomada de decisões, após a decisão tomada cada pessoa deve se 
responsabilizar por sua parte, admitindo a avaliação sistemática.
O quadro da próxima página auxilia na distinção das principais características 
de cada concepção de organização e gestão escolar.
Concepções de organização e gestão escolar
TÉCNICO 
CIENTÍFICA
AUTOGESTIONÁRIA INTERPRETATIVA DEMOCRÁTICO-
PARTICIPATIVA
28
Prescrição detalhada de 
funções e tarefas, 
acentuando a divisão 
teórica do trabalho 
escolar.
Poder centralizado no 
diretor, destacando-se as 
relações de 
subordinação, em que 
uns têm mais autoridade 
do que outros.
*Ênfase na 
administração 
regulada(rígido sistema 
de normas, regras, 
procedimentos 
burocráticos de controle 
das atividades), 
descuidando-se, às 
vezes, dos objetivos 
específicos da instituição 
escolar.
Comunicação linear ( de 
cima para baixo) 
baseada em normas e 
regras.
Mais ênfase nas tarefas 
do que nas pessoas.
Vínculo das formas de 
gestão interna com as 
formas de autogestão 
social (poder coletivo na 
escola para preparar 
formas de autogestão no 
plano político).
Decisões coletivas 
(assembléias, reuniões), 
eliminação de todas as 
formas de exercício de 
autoridades e de poder.
Ênfase na auto-
organização do grupo de 
pessoas da instituição, por 
meio de eleições e de 
alternativas no exercício de 
funções.
Recusa a normas e a 
sistemas de controles, 
acentuando a 
responsabilidade coletiva.
Crença no poder instituinte 
da instituição e recusa de 
todo o poder instituído. O 
caráter instituinte dá-se 
pela prática da participação 
e da autogestão, modos 
pelos quais se contesta o 
poder instituído.
Ênfase as inter-relações, 
mais do que nas tarefas.
A escola é uma realidade 
social subjetivamente 
construída, não dadanem 
objetiva.
Privilegia menos o ato de 
organizar e mais a “ação 
organizadora” com valores e 
práticas compartilhados.
A ação organizadora valoriza 
muito as interpretações, os 
valores, as percepções e os 
significados subjetivos, 
destacando o caráter humano 
e preterindo o caráter formal, 
estrutural , normativo.
Definição explicita, por 
parte da equipe escolar, de 
objetivos sociopolíticos e 
pedagógicos da escola.
Articulação da atividade 
de direção com a 
iniciativa e a participação 
das pessoas da escola e 
das que se relacionam 
com ela.
Qualificação e 
competência profissional.
Busca de objetividade no 
trato das questões da 
organização e da gestão, 
mediante coleta de 
informações reais.
Acompanhamento e 
avaliação sistemáticos 
com finalidade 
pedagógica: diagnóstico, 
acompanhamento dos 
trabalhos, reorientação de 
rumos e ações, tomada de 
decisões.
Todos dirigem e são 
dirigidos, todos avaliam e 
são avaliados.
Ênfase tanto nas tarefas 
quanto nas relações.
(Libâneo, Oliveira, Toschi, 2008)
CONVERSANDO SOBRE ....
1.3.5.Administração x Gestão Escolar
29
Mudanças de paradigma de administração para gestão 
Organização e ações dos dirigentes
ADMINISTRAÇÃO GESTÃO
• O direcionamento do trabalho 
consiste no processo racional, 
exercido objetivamente de fora para 
dentro, de organização das condições 
de trabalho e do funcionamento de 
pessoas, em um sistema ou unidade 
social.
• Ao administrados compete manter-se 
objetivo, imparcial e distanciado dos 
processos de produção, como 
condição para poder exercer controle 
e garantir seus bons resultados.
• Ações e práticas que produzem bons 
resultados não devem ser mudadas, 
a fim de que estes continuem sendo 
obtidos.
• A autoridade do dirigente é centrada 
e apoiada em seu cargo.
• O dirigente exerce ação de comando, 
controle e cobrança.
• A responsabilidade maior do dirigente 
é a de obtenção e garantia de 
recursos necessários para o 
funcionamento perfeito da unidade.
• O dirigente orienta suas ações pelo 
princípio da centralização de 
competências e especialização da 
tomada de decisões.
• O direcionamento do trabalho 
consiste no processo intersubjetivo, 
exercido mediante liderança, para a 
mobilização do talento humano 
coletivamente organizado, para 
melhor emprego de sua energia e de 
organização de recursos, visando à 
realização de objetivos sociais.
• Ao gestor compete envolver-se nos 
processos sob sua orientação, 
interagindo subjetivamente com os 
demais participantes, como condição 
para coordenar e orientar seus 
processos e alcançar, melhores 
resultados.
• A alteração contínua de ações e 
processos é considerada como 
condição para o desenvolvimento 
contínuo; a sua manutenção, mesmo 
que favorável, leva à estagnação.
• A autoridade do dirigente é centrada 
e apoiada em sua competência e 
capacidade de liderança.
• O dirigente exerce ação de 
orientação, coordenação, mediação e 
acompanhamento.
Mudanças de paradigma de administração para gestão 
Organização e ações dos dirigentes
ADMINISTRAÇÃO GESTÃO
• A responsabilidade funcional é • A responsabilidade maior do dirigente 
30
definida a partir de tarefas e funções.
• Avaliação e análise de ação e de 
desempenho são realizadas com foco 
em indivíduos e situações 
específicas, considerados 
isoladamente, visando identificar 
problemas.
• O importante é fazer mais, em caráter 
cumulativo.
é a sua liderança para a mobilização 
de processos sociais necessários 
• O dirigente orienta suas ações pelo 
princípio da descentralização e 
tomada de decisão compartilhada e 
participativa.
• A responsabilidade funcional é 
definida a partir de objetivos e 
resultados esperados com as ações.
• Avaliação e análise de ação e de 
desempenho são realizadas com foco 
em processos, em interações de 
diferentes componentes e em 
pessoas coletivamente organizadas, 
todos devidamente contextualizados, 
visando identificar desafios.
• O importante é fazer melhor em 
caráter transformador.
Luck Heloísa – vinhetas de aulas,2008
1.5 REFERÊNCIAS
31
TESES E DISSERTAÇÕES CITADAS:
FRANCISCO, Iraci José. 2006 A Atuação do Diretor de Escola Pública: 
Determinações Administrativas e Pedagógicas do Cotidiano Escolar. 
Dissertação de Mestrado em Educação (História, Política, Sociedade). São 
Paulo: PUC-SP.
SOUZA, Ângelo Ricardo de. 2006. O Perfil da Gestão Escolar no Brasil. Tese 
de Doutorado (Educação: História, Política, Sociedade). São Paulo: PUC-SP.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A gestão da Escola VER COMO FAZ A REFERENCIA????
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Empresas: uma abordagem 
contigencial. São Paulo– SP: Markron Books, 1994, 3ª edição
LIBÂNEO, José Carlos. A organização e a Gestão da Escola: Teoria e 
Prática.Goiânia: Editora Alternativa,2001.
LIBÂNEO, José Carlos et al. Educação Escolar: políticas, estrutura e 
organização; 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.
LUCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: 
Editora Positivo, 2008.
PARO, Vitor Henrique . Administração Escolar: introdução crítica. 14ª. Edição. 
São Paulo: Cortez, 2006.
___________. 1995. Por dentro da escola pública. São Paulo: Xamã.
___________.2006. Gestão democrática da escola pública. 3ª edição, Ed. 
Ática.
SAVIANI, Dermeval. 1996. Educação: do senso comum à consciência 
filosófica. 12ª. Edição. Campinas: Autores Associados.
SOUZA, Ângelo R. et al. 2005a. Gestão e Avaliação da Escola Pública. I: 
Gestão Democrática da Escola Pública. Curitiba: Editora UFPR.
___________.2005b. Gestão e Avaliação da Escola Pública. II:
Planejamento e trabalho coletivo. Curitiba: Editora UFPR.
___________. 2005c. Gestão e Avaliação da Escola Pública. V: Caderno de 
Hipertextos. Curitiba: Editora UFPR.
32
___________. 2005d. Gestão e Avaliação da Escola Pública. IV: Gestão e 
avaliação da educação escolar. Curitiba: Editora UFPR.IO, Marina Rodrigues 
Borges. A Gestão da Escola. Porto Alegre,Artmed/Rede Pitágoras, 2004. 256p.
UNIDADE I
Tema 2: O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR
2.1 Objetivos
33
• Identificar as funções do gestor no contexto escolar.
• Reconhecer o papel dos gestores escolares.
• Identificar o papel do diretor como gestor pedagógico, administrativo e 
de resultados.
• Diferenciar os tipos de liderança.
.
2.2 Conteúdos
• A função do gestor no contexto da escola.
• Competência do Gestor escolar.
• Trabalho com as estâncias colegiadas. 
• Gestor pedagógico
• Gestor administrativo
• Gestor de resultados
• Liderança.
2.3 CONVERSANDO SOBRE......
2.3.1 A função do diretor/gestor no contexto 
escolar
34
Primeiro é importante evidenciar que a direção escolar é compreendida 
como uma função desempenhada na escola, com a tarefa de dirigir a 
instituição, através de um conjunto de ações e processos caracterizados como 
político pedagógicos. Em uma frase, a função do diretor é a de coordenar o 
trabalho geral da escola, lidando com os conflitos e com as relações de poder, 
com vistas ao desenvolvimento mais qualificado do trabalho pedagógico. O 
diretor é o coordenador do processo político que é a gestão da escola, é 
entendido como o executivo central da gestão escolar. (Souza,2006)
Segundo Libâneo a direção da escola, além de uma das funções do 
processo organizacional, é um imperativo social e pedagógico. O significado do 
termo direção, no contexto escolar, difere de outros processos direcionais, 
especialmente os empresariais. Ele vai além da mobilização das pessoas para 
a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalmente, definição de 
um rumo educativo, tomada de posição ante objetivos escolares sociais e 
políticos, em uma sociedade concreta. A escola, ao cumprir sua função social 
de mediação, influi significativamentena formação da personalidade humana; 
por essa razão, são imprescindíveis os objetivos políticos e pedagógicos. 
O processo educativo, portanto, por sua natureza, inclui a compreensão 
do conceito de direção por todos os segmentos da escola. Sua adequada 
estruturação e seu ótimo funcionamento constituem fatores essenciais para 
atingir eficazmente os objetivos da formação. Ou seja, o trabalho escolar 
implica uma direção.
Com base nesse princípio mais geral, há que se destacar o papel 
significativo do diretor da escola na gestão da organização do trabalho escolar. 
A participação, o diálogo, a discussão coletiva, a autonomia são práticas 
indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da democracia não 
significa ausência de responsabilidade. Uma vez tomadas as decisões 
coletivamente, participativamente, é preciso colocá-las em prática. Para isso, a 
escola deve estar bem coordenada e administrada.
Não se quer dizer com isso que o sucesso da escola reside unicamente 
na pessoa do diretor ou em uma estrutura administrativa autocrática – na qual 
ele centraliza todas as decisões. Ao contrário, trata-se de entender o papel do 
diretor como o de um líder cooperativo, o de alguém que consegue aglutinar às 
35
aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articula a 
adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão em um 
projeto comum. O diretor não pode ater-se apenas às questões administrativas. 
Como dirigente, cabe-lhe ter uma visão de conjunto e uma atuação que 
apreenda a escola em seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros 
e culturais.
O diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades da escola, 
auxiliando pelos demais elementos do corpo técnico-administrativo e do corpo 
de especialistas. Atende às leis, aos regulamentos e às determinações dos 
órgãos superiores dos sistemas de ensino e às decisões no âmbito da escola 
assumidas pela equipe escolar e pela comunidade.
Segundo Saviani, o diretor apresenta-se, como o responsável máximo 
no âmbito da unidade escolar e seu papel é garantir o bom funcionamento da 
escola” (Saviani, 1996, p.207).
Já Vitor Paro, vê uma situação bastante contraditória na função do 
diretor, quando observa o uso político desta função pelo sistema de ensino, 
quando lhe é transferido a função de gerente, de controlador do trabalho 
escolar. O diretor por muitas vezes é o porta voz das pessoas da comunidade 
escolar, de um lado e preposto do estado do outro. Aí percebe-se a natureza 
política do cargo do diretor.
(...) o diretor se vê permanentemente colocado entre 
dois focos de pressão: de um lado, professores, pessoal da 
escola em geral, alunos e pais, reivindicando medidas que 
proporcionem melhores condições de trabalho e promovam a 
melhoria do ensino; de outro, o Estado, não satisfazendo a tais 
reivindicações e diante do qual o diretor deve “responder pelo 
cumprimento, no âmbito da escola, das leis, regulamentos e 
determinações” dele emanadas, evitando, inclusive, que as 
ações dos primeiros venham a representar quaisquer ameaças 
aos interesses dominantes (Paro, 1988, p.133)
O diretor escolar atua diversas vezes como o juiz que julga e disciplina, 
que define o certo e o errado; como legislador que define as regras; como 
burocrata administrador que deve ordenar e assinar papéis (Souza et.ali 2005, 
p 51). Essas não são tarefas menores, mas são o que Santos Guerra chama 
de “tarefas pedagogicamente pobres” (1994,pp169-170). Infelizmente o que se 
percebe hoje é o uso do tempo dos diretores cada vez maior com tais tarefas 
deixando a essência pedagógica em segundo plano.
36
A escola é uma instituição de natureza educativa. Ao diretor 
cabe, então, o papel de garantir o cumprimento da função educativa 
que é a razão de ser da escola. Nesse sentido, é preciso dizer que o 
diretor de escola é, antes de tudo, um educador; antes de ser 
administrador ele é um educador (Saviani, 1996, p 208)
Para Luck (2008) o diretor escolar é o profissional que tem a função de 
liderar e organizar o trabalho de todos na escola, de modo a orientá-los no 
desenvolvimento do ambiente educacional capaz de promover aprendizagens e 
formação dos alunos, no nível mais elevado possível, de modo que estejam 
capacitados a enfrentar os novos desafios que são apresentados. É o líder, 
mentor, coordenador e orientador principal da vida da escola e todo o seu 
trabalho educacional, não devendo sua responsabilidade ser diluída entre 
todos os colaboradores da gestão escolar, embora possa ser com eles 
compartilhada. (...) ao diretor compete zelar pela escola como um todo, tendo 
como foco de sua atuação em todas as ações e em todos os momentos a 
aprendizagem e formação dos alunos.
A implementação de práticas alternativas de organização e gestão da 
escola depende muito da atuação da direção e da sua equipe pedagógica. 
Partimos do princípio que o diretor de escola é o responsável pelo 
funcionamento administrativo e pedagógico, portanto necessita de 
conhecimentos tanto administrativos quanto pedagógicos. Sabemos que na 
escola o diretor desempenha predominantemente a gestão geral da escola e, 
especificamente, as funções administrativas (relacionadas com o pessoal, com 
a parte financeira, com as instalações e os recursos materiais, com a 
supervisão geral das obrigações de rotina do pessoal, relações com a 
comunidade) repassando a parte pedagógica para as pedagogas.
Segundo Libâneo (2004) o papel do diretor deve ser do profissional 
que detém os conhecimentos e habilidades para exercer liderança, iniciativa e 
utilizar práticas de trabalho em grupo para assegurar a participação de alunos, 
professores, especialistas e pais nos processos de tomada de decisões e na 
solução de problemas.
O papel dos diretores vem tomando um novo aporte devido a uma série 
de mudanças que estão ocorrendo na sociedade, o crescimento populacional e 
a urbanização da sociedade têm levado a criação de escolas maiores, bem 
mais complexas em suas tarefas e organizações. A necessidade de um vínculo 
37
maior com as famílias, uma vez que muitas das responsabilidades antes 
conferidas aos pais vêm sendo repassadas a escola como orientação sexual, 
orientação para novas necessidades da vida urbana, educação para o trânsito, 
educação ambiental, entre outros atributos. Também conforme a postura do 
diretor e os encaminhamentos que ele dá à escola vão representar o respeito e 
credibilidade da escola perante a sua comunidade. Precisamos entender o 
papel do diretor como um líder, uma pessoa que consegue aglutinar as 
aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articular a 
adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão de um 
projeto comum.
Novos desafios e exigências são apresentados à escola, que 
recebe o estatuto legal de formar cidadãos com capacidade de não 
só enfrentar esses desafios como de superá-los. Como 
conseqüência, para trabalhar em educação, de modo a atender as 
demandas, trona-se imprescindível que se conheça a realidade e 
que se tenham competências necessárias para realizar contextos 
educacionais os ajustes e mudanças de acordo com as 
necessidades e demandas emergentes no contexto da realidade 
externa e no interior da escola. (LUCK ,2008)
CONVERSANDO SOBRE.... 
2.3.2 Competências dos Diretores Escolares
Na escola, o diretor é o profissional a quem compete à liderança e 
organização do trabalho de todos os que nela atuam, de modo à formação dos 
alunos, no nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados a 
enfrentar os novos desafios que são apresentados.
Demanda do diretor capacidade conceitual sobre a educação; agestão 
escolar e seu trabalho, mediante visão de conjunto e uma perspectiva sobre a 
natureza da educação; o papel educacional da escola e dos profissionais que 
nela atuam; a demanda educacional dos alunos; a relação da escola com a 
comunidade.
Segundo Penin (2001) uma das competências básicas do diretor escolar 
é promover na comunidade escolar o entendimento do papel de todos em 
relação à educação e a função social da escola mediante a adoção de uma 
38
filosofia comum e clareza de uma política educacional de modo a haver 
unidade e efetividade no trabalho de todos. 
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná indica que o diretor 
deve possuir uma série de atribuições das quais muitas delas depende um 
bom conhecimento legal, administrativo, financeiro, pedagógico e de 
resultados. Estaremos trabalhando com noções básicas sobre estes tipos de 
gestão a partir das competências exigidas pela SEED para o cargo de diretor 
escolar.
Compete ao diretor (a) segundo as especificações da SEED:
-Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
-Responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da 
posse;
-Coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto 
Político-Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo 
Conselho Escolar;
-Coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais 
da educação;
-Implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, 
em observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
-Coordenar a elaboração do plano de Ação do estabelecimento de ensino 
e submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;
-Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando 
encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;
-Elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, 
consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;
-Prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação 
do Conselho Escolar e fixando-os em edital público;
-Coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância 
com a legislação em vigor, submetendo-o à precisão do conselho escolar e, 
após, encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a devida 
39
aprovação;
-Garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com 
os órgãos da administração estadual;
-Encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações 
no ambiente escolar, quando necessária, aprovadas pelo Conselho Escolar;
-Deferir os requerimentos de matrícula;
-Elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, 
de acordo com as orientações da Secretaria de Estado da Educação, 
submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo 
Regional de Educação para homologação;
-Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e 
o cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo 
aos discentes;
-Assegurar os cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividades 
estabelecidos;
-Promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas 
de estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza 
pedagógico-administrativa no âmbito escolar; 
-Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional 
de Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta 
de ensino e abertura ou fechamento de cursos;
-Participar e analisar a elaboração dos Regulamentos Internos e 
encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;
-Supervisionar a cantina comercial e o preparo da merenda escolar, quanto 
ao cumprimento das normas estabelecidas na legislação vigente 
relativamente a exigências sanitárias e padrões de qualidade nutricional;
-Presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões 
tomadas coletivamente; 
-Definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico-administrativa e 
equipe auxiliar operacional;
-Articular processos de integração da escola com a comunidade;
-Solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento 
40
de demanda de funcionários e professores do estabelecimento, observando 
as instruções emanadas da Secretaria de Estado da Educação;
-Organizar horário adequado para a realização da Prática 
Profissional supervisionada do funcionário cursista do Programa Nacional 
de Valorização dos Trabalhadores em Educação ~ Profuncionário, no 
horário de trabalho, correspondendo a 50% (cinqüenta por cento) da 
carga horária da Prática Profissional Supervisionada, conforme 
orientação da Secretária de Estado de Educação, contida no Plano de 
Curso;
-Participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos 
a serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de 
ensino, juntamente com a comunidade escolar;
-Cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância 
sanitária e epidemiológica; 
-Viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular 
plurilingüístico da língua Estrangeira Moderna, pelos Centro de 
línguas estrangeiras modernas - CELEM;
-Disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e 
Apoios Pedagógicos Especializados, nas diferentes áreas da Educação 
Especial;
-Assegurar a realização do processo de avaliação institucional 
do estabelecimento de ensino;
-Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, 
funcionários e famílias;
-Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus 
colegas, com alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade 
escolar;
-Assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação /MEC - FNDE;
-Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
FONTE: site Portal dia a dia educação 
41
Para exercer todas essas competências é preciso conhecer, 
compreender e incorporar em suas ações os fundamentos e princípios da 
educação, assim como as determinações legais norteadora dos processos 
educacionais constitui-se, portanto, uma das primeiras e contínuas 
preocupações do diretor escolar na busca de realizar um bom trabalho, no 
sentido de liderar e orientar sua escola para que melhor desempenhe o seu 
papel social, realizando os objetivos educacionais.
Existem documentos básicos, os quais serão citados a seguir, cujos 
diretores devem ter conhecimento básico para poder usar como referência no 
exercício de suas funções:
• Constituição Federal e Constituição Estadual;
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
• Diretrizes Curriculares Nacionais dos diversos níveis e modalidades de 
ensino;
• Diretrizes Curriculares Estaduais;
• Legislação Educacional de seu Estado e do seu Município;
• Estatuto do Magistério;
• Estatuto da Criança e do Adolescente.
CONVERSANDO SOBRE....
2.3.3 Gestão pedagógica
A gestão pedagógica é a essência da escola, pois está mais diretamente 
ligada com o foco da escola que é o de promover a aprendizagem e a 
formação dos alunos. Logicamente que todas as demais formas de gestão 
subsidiam a gestão pedagógica.
O importante é não esquecer que a gestão pedagógica afinada com as 
suas atribuições é aquela capaz de criar na escola um ambiente estimulante e 
motivador orientado por elevadas expectativas de aprendizagem e 
desenvolvimento, auto-imagem positiva e esforço compatível com a necessária 
melhoria dos processos educacionais e seus resultados. Orientar a integração 
horizontal e vertical de todas as ações pedagógicas propostas no projeto-
42
pedagógico e a contínua contextualização dos conteúdos do currículo escolar 
com a realidade. Outra questão a ser considerada no processo da gestão 
democrática é a articulação das atividades extra-classes , orientadas por 
projetos educacionais, de modo a estabelecer orientação integradaentre as 
áreas de conhecimento e plano curricular. Ainda, orientar, incentivar e viabilizar 
oportunidades pedagógicas para os alunos com dificuldades de aprendizagem 
e necessidades educacionais especiais, promovendo as TICS no ambiente 
escolar.
CONVERSANDO SOBRE.... 
2.3.4 .Gestão administrativa
Zelar pelos bens da escola, fazer bom uso deles, contribuir para sua 
manutenção são elementos básicos da formação dos alunos, além de condição 
para a realidade de processo pedagógico de qualidade.
Precisa gerenciar a correta e plena aplicação de recursos físicos, 
materiais e financeiros da escola para melhor efetivação dos processos 
educacionais e realização dos seus objetivos.
Promover na escola a organização, atualização e correção de 
documentos, escrituração, registro de alunos, diários de classe, estatísticas, 
legislação, de modo a serem continuamente utilizados na gestão dos 
processos educacionais.
Assegurar a constituição, de forma permanente na escola, de ambiente 
limpo, organizado e com materiais de apoio e estimulação necessários à 
promoção da aprendizagem dos alunos e sua formação para a cidadania e 
respeito ao meio ambiente.
Assegurar, mediante contínuo monitoramento, o cumprimento dos 200 
dias letivos e das 800 horas de trabalho educacional (art.24 da LDB 9394/96)
Zelar pela manutenção das condições de uso dos bens patrimoniais 
disponíveis na escola mediante contínuo inventário dos mesmos e providência 
de consertos imediatos.
43
Todos esses trabalhos administrativos que a direção precisa 
desempenhar não devem ser a razão central do trabalho do diretor, que deve 
organizar um bom planejamento para que a sua equipe execute de maneira 
eficiente, para cumprir as tarefas no prazo estipulado e também para se 
dedicar mais as funções pedagógicas da escola que normalmente pela 
demanda existente acabam ficando em segundo plano.
Gestão financeira da escola, a partir dos esforços pela democratização 
da educação e da gestão escolar e dos movimentos de descentralização da 
gestão, favoreceu a escola a resolução de muitos de seus problemas de 
consumo, manutenção e reparos, pelo repasse de recursos feitos a ela pelo 
Governo Estadual e Federal. Esses programas de descentralização financeira 
vêm se tornando cada dia mais crescentes. Eles utilizam uma Unidade 
Executora (UEx) que no Paraná na maioria das vezes se dá através das APM 
Associações de Pais e Mestres as quais devem assinar um contrato de gestão 
do dinheiro público e ao final da execução prestar contas da aplicação do 
dinheiro. O diretor da escola que acaba na prática, assumindo o controle da 
gestão deste recurso, já que a APM, mesmo sendo uma entidade de direito 
privado, independente da escola, esta diretamente ligada a direção escolar.
Além dos recursos recebidos de fontes públicas, a unidade executora da 
escola pode receber recursos oriundos de várias fontes, como por exemplo, de 
doações, de resultados de campanhas diversas.
Portanto todo o diretor assume responsabilidade pela gestão financeira 
desses valores variados, advindos de fontes diversas mas que precisam ser 
geridos de forma colegiada. A gestão financeira, mesmo que descentralizada, 
deve receber todos os cuidados estabelecidos pela legislação.
CONVERSANDO SOBRE.... 
2.3.5 Gestão de resultados
44
Por melhores que sejam os processos de gestão escolar, pouco valor 
terão, caso não produzam resultados efetivos de melhoria da aprendizagem 
dos alunos.
Segundo o CONSED (2007) “a gestão de resultados abrange processos 
e práticas de gestão para a melhoria de resultados de desempenho da escola – 
rendimento, freqüência a proficiência dos alunos. Destacam-se como 
indicadores de qualidade: a avaliação e melhoria contínua do projeto 
pedagógico da escola; a análise, divulgação e utilização dos resultados 
alcançados; a identificação dos níveis de satisfação da comunidade escolar 
com o trabalho da sua gestão; transparência e resultados.” 
Percebemos que a gestão de resultados não vinha tendo muito 
significado nas escolas, que consideravam as estatísticas educacionais uma 
questão burocrática, de interesse de sistemas de ensino e de pouca 
importância para a escola.
Compreender o papel e os mecanismos de avaliação de resultados 
educacionais tanto no âmbito externo, realizado pelos sistemas de ensino, 
como os mecanismos internos, constitui em condição fundamental para definir 
qualificações que tornam as escolas mais eficientes.
Características da gestão de resultados educacionais
45
• Baseia-se em indicadores de desempenho, que sintetizam os elementos 
que traduzem o nível de aprendizagem dos alunos.
• Promove a verificação sistemática e contínua da freqüência dos alunos, 
da sua aprendizagem e do desempenho escolar;
• É realizada em âmbito de sistemas de ensino, mediante adoção de 
testes padronizados que permitem comparação de resultados.
• É realizada na escola em todas as unidades de aprendizagem, com fins 
pedagógicos(melhoria da aprendizagem dos alunos que demandam 
atenção diferenciada).
• É também realizada na escola, mediante testes padronizados, que 
permitem identificar a necessidade de mudanças e reorganização do 
processo educacional para garantir melhores resultados de grupos 
específicos de alunos.
• É associada à definição de metas de desempenho.
• É realizada, na escola, com objetivos pedagógicos de identificar 
necessidades de melhoria, em associação aos elementos melhor 
condizentes a esses resultados.
• É dependente de práticas de acompanhamento e análise de resultados 
finais de processos educacionais: fim de aprendizagem (escola), de ano 
letivo(sistema).
• É realizada nos sistemas de ensino com o objetivo de estabelecer 
políticas de melhoria do ensino.
• Baseia-se na comparação de dados, que permitem verificar quanto de 
melhora houve em um dado período e como variam esses resultados em 
condições diferentes.
Luck H. 2008
46
Considerada desta forma mais ampla, a avaliação tornasse instrumento 
de acompanhamento do processo de realização da função social da escola. 
Certamente, é difícil avaliar o trabalho da escola, sem conhecer o produto 
deste trabalho, qual seja o aluno educado. Conforme Souza retrata em sua 
tese, a avaliação esta intimamente ligada à qualidade da escola, se o intuito 
não é avaliar para premiar ou castigar, cabe avaliar para redimensionar o 
processo, para intervir nas condições de qualidade oferecida a professores e 
alunos na construção do trabalho pedagógico. Avaliar o processo educacional 
é mais que avaliar o aluno, implica o conceito de qualidade de ensino. Para isto 
a construção de indicadores de qualidade é interessante de forma que no lugar 
de padronizarmos os resultados esperados dos alunos possamos padronizar 
as condições de ensino ofertadas, assegurando, assim, igualdade de 
condições de acesso ao conhecimento.
CONVERSANDO SOBRE.... 
2.3.6..Liderança
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, 
principalmente nas escolas. Ela é essencial em todas as funções da 
Administração: o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber 
conduzir as pessoas, isto é, liderar.
 Na educação, em âmbito internacional, está sendo destacada como 
condição fundamental para determinar a qualidade do ensino e a formação 
efetiva de seus alunos, daí por que a proliferação de estudos a respeito no 
contexto educacional. Destaca-se, por exemplo, que há uma relação direta 
entre a qualidade de liderança dos gestores e a qualidade do ensino e 
desempenho dos alunos (NCSL,2002 apud LUCK 2008).
Tomaremos como referência em nossos estudos os conceitos de 
Maximiniano e Chiavenato.
Liderança é a realização de metas

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