Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
diretor Abimael de Souza consultor John D. Barnett editor-chefe André de Souza Lima editor desta revista John D. Barnett assistente editorial Isabel Cristina D. Costa autores Acácio S. de Alencar André de Souza Lima Agnaldo Faissal J. Carvalho Ann G. Barnett Cledyson A. de Souza Elayne Manzano Eldir Ribeiro P. Bandeira Evaldo B. Rodrigues Felipe Wieira John D. Barnett José Humberto de Oliveira Luiz César Nunes de Araújo Rogério Alves de Carvalho Saulo César da Silva Vinícius Ferreira Victor Zárate diagramador André de Souza Jr. Progrmador André de Souza Jr. capa André de Souza Jr. “Então Maria deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lc 2.7) A manjedoura é uma figura muito popular; encenada em escolas, em igrejas; objeto de decoração em praças públicas; ícone de cartões de Natal. A simplicidade dela ofusca sua importância de ser o berço do Deus encarnado. Quem sabe o que ouviríamos se ela pudesse falar? Como não escutaremos suas palavras, nestas lições, vamos observar o que disseram pessoas que cercaram o nascimento de Jesus, o verdadeiro fato que a manjedoura representa. Você vai perceber que a manjedoura salva e condena, atrai adoradores e opositores, gera adoração, mas também perseguição. Alguns judeus aparecem para adorar, pastores, piedosos do templo e mesmo estrangeiros chegam e reconhecem o Messias, que Herodes não conseguiu reconhecer. Ao reler histórias que você já conhece tão bem, examine como seu coração reage diante do Cristo na manjedoura. Renove o significado do Natal de Jesus em sua vida e na vida de sua família, estudando cada lição e examinando a atitude desses personagens. Este é o tempo que você pode pregar a mensagem do Natal, tornando relevante o significado da manjedoura para você e visível o significado deste dia tão importante quando “A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai” (Jo 1.14 NTLH). Renovamos nossa gratidão à Editora Esperança por mais esta oportunidade de publicar lições baseadas no livro de TOM HOUSTON, desta vez Personagens ao Redor da Manjedoura. Recomendamos aos professores que adquiram o livro para o seu preparo e estudo. ANDRÉ DE SOUZA LIMA LIÇÃO 1 LIÇÃO 2 LIÇÃO 3 LIÇÃO 4 LIÇÃO 5 LIÇÃO 6 LIÇÃO 7 LIÇÃO 8 LIÇÃO 9 LIÇÃO 10 LIÇÃO 11 LIÇÃO 12 LIÇÃO 13 LIÇÃO 14 LIÇÃO 15 LIÇÃO 16 O contexto histórico do nascimento de Jesus Zacarias - um velho homem e suas orações Isabel - esposa temente a Deus Maria - serva obediente ao Senhor José - o guardião nomeado por Deus César Augusto - a hora certa Os pastores - os primeiros a testemunharem o evento Simeão - a espera recompensada Os magos que estudavam as estrelas Herodes - começou bem, terminou mal Mateus - o relato do cobrador de impostos Lucas - o médico pesquisador Jesus como menino João Batista - o percursor do messias Testemunha do Messias A doutrina do nascimento virginal Conheça e compre o Livro VERSÍCULO-CHAVE “E você, Belém, terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais de Judá; porque de você sairá o Guia que apascentará o meu povo, Israel.” Mt 2.6 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você perceberá como as circunstâncias políticas, sociais e religiosas contribuíram para o nascimento de Cristo no que Paulo chama de plenitude do tempo. LEITURA DA SEMANA SEG: Mt 1.18-25 QUI: Lc 1.24-38 TER: Mt 2.1-12 SEX: Lc 2.1-20 DOM: Lc 2.36-52 QUA: Lc 1.8-23 SÁB: Lc 2.21-35 A manjedoura é um dos símbolos mais populares em países cristãos. Não raramente, em praças, comércios, casas, há um presépio com a presença da manjedoura, representando um dia muito importante: o Natal de Jesus. A despeito de sua popularidade, nem sempre a manjedoura é encarada com a seriedade que deveria. Nesta revista, você verá como personagens foram tocados pelo nascimento de Jesus, e nesta lição, vamos refletir no contexto que o Senhor preparou para enviar o Seu Filho. Caminhe nos primeiros capítulos de Lucas e verá como a plenitude do tempo se manifestou nas áreas política, religiosa e espiritual, cercada por eventos sobrenaturais, preparando o nascimento de Jesus. I. CÉSAR E HERODES – O CONTEXTO POLÍTICO (MT 2.1-18; LC 2.1-7) O título “César Augusto” nos coloca no contexto do império romano. Sendo estes os títulos dos governantes romanos, é necessário dizer que se tratava de Caio Otávio, posteriormente, Caio Júlio César, sendo sobrinho-neto do famoso Júlio César. Ele é descrito como conquistador implacável, mas uma vez no poder, apresentou-se como um governante sábio e benevolente. Foi clemente com as províncias derrotadas, permitindo que mantivessem seus costumes, suas convicções religiosas e leis, desde que não ferissem leis romanas. Em seus 41 anos de governo, promoveu cultura, prosperidade e paz. Ao estabelecer o censo, foi usado por Deus, à semelhança de outros governantes (Is 42), para que se cumprisse a profecia do nascimento de Jesus em Belém. Além do cumprimento da profecia, uma afirmação da genealogia de Jesus é feita em Mateus e Lucas, comprovando a origem tribal do Messias. Nesse contexto político, Deus também usou outro homem, cujo caráter e atributos eram completamente opostos ao do imperador. Estamos tratando aqui de Herodes, que era egoísta, perverso e mau, pensava apenas no próprio prazer e na riqueza, e eliminaria quem fosse preciso para obter seus resultados. Quando soube do nascimento de Jesus, Herodes ficou irado e mandou matar muitas crianças. Apesar de toda a sua malignidade, também foi usado para o cumprimento de outra profecia messiânica. DESAFIO PARA NÓS HOJE O Senhor usa pessoas inesperadas para cumprir a Sua Palavra. Governantes, suas obras, más decisões e práticas não passam imperceptíveis aos olhos de nosso Deus. Ao redor da manjedoura, o Senhor usou César e Herodes para mostrar que Suas promessas são cumpridas. II. ANA E SIMEÃO – O CONTEXTO RELIGIOSO (LC 2.21-38) Ana e Simeão representam a expectativa messiânica como uma das características principais do tempo do nascimento de Jesus. Eram israelitas piedosos, conhecedores do AT. Simeão havia recebido a promessa de que veria o Messias com os próprios olhos. Esse encontro com Simeão nos mostra que a família de Jesus cuidava de cumprir seus compromissos religiosos levando seu filho no templo para ser consagrado ao Senhor, assim como prescrevia a lei. As palavras de Simeão são contundentes e impressionantes:“... Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para elevação de muitos em Israel e para ser alvo de contradição ... Quanto a você, Maria, uma espada atravessará a sua alma” (Lc 2.34–35). Não sei como Maria recebeu essas palavras, mas elas são de deixar qualquer um atônito, em meio da alegria de receber um bebê, ouvir palavras tão duras e verdadeiras a respeito do futuro! Com todo o temor a Deus que Maria tinha, essas palavras devem ter preparado o seu coração para o que enfrentaria com seu filho. Ana que era consagrada ao Senhor também participou deste momento, sendo usada por Deus para afirmar a redenção que chegaria a Israel por meio daquele bebezinho. Ela era mulher memorável. Primeiro, uma viúva que tinha se dedicado completamente a Deus; mesmo sendo da tribo de Aser, tribo do reino do Norte que, quando cativo, tinha sido espalhado e misturado aos povos dominadores, ela permaneceu fiel a Deus. Se Ana fosse da tribo de Judá, isso seria esperado, mas o texto bíblico faz questão de mostrar que ela não era daquele círculo reconhecido como remanescente. Era também uma profetisa no tempo em que a voz profética tinha sido calada e só seria restaurada com João Batista. Uma viúva, idosa, piedosa e fiel foi mais submissa ao Senhor e ao Seu plano que os religiosos que interagiriam com Ele na vida adulta. DESAFIO PARA NÓS HOJE O Senhor usas pessoas fiéise simples no meio do Seu povo, que testemunham a respeito da verdade Dele, registradas na Palavra. Ao redor da manjedoura, o Senhor usou Simeão e Ana para mostrar que céus e terra passam, mas a palavra do Senhor não! III. JOÃO BATISTA – O CONTEXTO ESPIRITUAL (LC 1.39-65) Jesus e João Batista foram concebidos em circunstâncias sobrenaturais: Jesus, pelo Espírito Santo; seu primo, João, miraculosamente em meio a um contexto de infertilidade e idade avançada. O relacionamento do Messias e seu precursor começou ainda no tempo da gestação. Quando Maria, grávida, chegou para visitar Isabel, João Batista tremeu no ventre de sua mãe com a presença do Salvador. Inspirada pelo Espírito Santo, Isabel trouxe uma mensagem de conforto e encorajamento a Maria. Embora o cântico marque um testemunho espiritual a respeito do Messias, é uma peça de adoração a Deus. Além do contexto religioso, está o contexto espiritual marcando o novo tempo, primeiro com o ministério de João Batista, depois com o ministério de Jesus. Não apenas um messianismo religioso, mas o cumprimento de verdades das profecias do Antigo Testamento. Observe nas palavras de Isabel a afirmação contundente da soberania e fidelidade de Deus: “Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor” (Lc 1.45). O cântico de Maria também descreve o caráter dessa mulher submissa, adoradora e obediente a Deus, e confirma que a bem- aventurança das pessoas piedosas ao redor do menino Jesus era para a glória de Deus e não delas mesmo. DESAFIO PARA NÓS HOJE O Senhor usou duas mulheres, cada uma em sua limitação: uma biológica e outra social (noiva fiel, mas grávida ao mesmo tempo) para mostrar a devoção do Seu remanescente que piedosamente O adora. Ao redor da manjedoura, o Senhor usou Isabel e Maria para nos ensinar a adorar a Deus pelo Seu caráter e pelos Seus feitos. IV. ANJOS E MAGOS – O CONTEXTO SOBRENATURAL (MT 2.1-1 2) O texto não os descreve muito bem, e a maneira como se aproximam de Jesus, mesmo que por meio de uma ciência natural: a observação dos astros, é sobrenatural porque Deus usa Sua criação para atrair esses homens não israelitas a Jerusalém. Talvez, fosse o primeiro sinal de que o Messias viria para judeus e também para gentios. Sabemos pouco sobre a história deles, mas muito sobre a intenção que tinham ao procurarem diligentemente o Messias: adorá-Lo. Os anjos têm papel muito interessante ao redor da manjedoura. Aparecem comunicando aos pais e aos pastores que o Salvador chegaria. Note o contraste entre os pastores e os magos. Provavelmente os magos eram nobres; e os pastores, gente do povo, normalmente desprezados pela condição social. Os magos eram estrangeiros; os pastores, judeus. Os magos chegaram a Cristo pela ciência, observando as estrelas; os pastores, à semelhança de Simeão, chegaram a Jesus pelas profecias do Antigo Testamento e pelo testemunho dos anjos, mas o resultado da atitude deles é o mesmo: adoração ao Senhor que nascera em forma de bebê. DESAFIO PARA O Senhor Se comunicou com grupos diferentes de adoradores que chegaram a Seu Filho, ou pela criação ou por Seus anjos servidores. Ao redor da HOJE manjedoura, aprendemos que nossa adoração é na pessoa do Senhor e não na maneira que Ele alcança os Seus. Ainda que seja a mais sobrenatural das manifestações, Ele é quem merece nossa atenção. CONCLUSÃO Você verá a vida de muitas pessoas ao redor da manjedoura, do ministério de Cristo, da vida do Messias. O momento em que Jesus nasceu foi na plenitude do tempo, e você viu como Deus usou circunstâncias políticas, históricas, religiosas, sobrenaturais para marcar o nascimento Dele. O Natal de Jesus é um dos maiores eventos, um tempo de adoração e de gratidão a Deus, que nos trouxe poderosa salvação por meio do Seu Filho! Que tal levar outros ao Senhor, a se render a Ele e adorá-Lo, compartilhando a história de Jesus nesta perspectiva? Nota da Redação: O professor que ministrar esta lição não deve entrar em detalhes da vida dos personagens citados, porque a maioria vai ser tratada separadamente nas lições a seguir. VERSÍCULO-CHAVE “Não tenha medo, Zacarias, porque a sua oração foi ouvida...” Lc 1.13 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você será capaz de compreender a importância de confiar e de descansar nas promessas do Senhor, sem duvidar. Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para todo o sempre (Hb 13.8). LEITURA DA SEMANA SEG: Lc 1.5–25 QUI: Sl 37.1–7 TER: Lc 1.57–80 SEX: Lc 11.9–13 DOM: Hb 11.1–6 QUA: Sl 25.1–2 SÁB: Rm 8.18–28 Zacarias foi sacerdote do templo de Jerusalém, onde serviu por toda a sua vida. Era casado com Isabel, que também era de família sacerdotal: “sua mulher, também era descendente de Arão” (Lc 1.5 NVI). Eles viviam próximo de Jerusalém, numa terra reservada aos sacerdotes, no final do reinado de Herodes, o Grande. Formavam um casal exemplar, ainda que experimentando, ao longo de toda a vida, o infortúnio de não terem filhos, visto naqueles dias como sinal do desfavor divino. Lucas destaca o bom testemunho sobre o caráter e a espiritualidade do casal, o que, com certeza, tem suas raízes na linhagem familiar de um e de outro, o que também lhes deu preparo para os reveses que haveriam de enfrentar ao longo de sua história. DESAFIO PARA HOJE Quão importante é para os filhos a comunicação dos princípios e valores cristãos na família! Zacarias e Isabel deram provas da firmeza da sua fé e demonstraram contentamento inabalável em Deus, não obstante o sofrimento da esterilidade. I. ZACARIAS, UM SACERDOTE FIEL “Ambos eram justos diante de Deus, vivendo de forma irrepreensível em todos os preceitos e mandamentos do Senhor” (Lc 1.6). Por ser sacerdote, Zacarias tinha certas obrigações, como: ir ao grande templo de Jerusalém, três vezes ao ano, a fim de ajudar na organização geral das festas; também deveria estar preparado para ser chamado, por sorteio, duas vezes ao ano, para comparecer ao templo na semana de tarefas especiais. Havia tantos sacerdotes, 20 mil em toda a Judeia, que a tarefa de auxiliar nos sacrifícios diários só acontecia esporadicamente. 1. OBEDIÊNCIA INCONDICIONAL A irrepreensibilidade é irmã gêmea da perfeição, e talvez seja essa a ideia do evangelista Lucas ao referir-se ao casal, e em especial ao ministério de Zacarias, afirmando que ele obedecia “de forma irrepreensível em todos os preceitos e mandamentos do Senhor”. A irrepreensibilidade atesta o caráter, a santidade e a dignidade cristã de uma pessoa. Zacarias e Isabel eram justos e seguiam de forma rigorosa a lei de Deus. Eram obedientes a todos os preceitos cerimoniais e mandamentos morais do Senhor. Eles não somente eram agradáveis ao Senhor por cumprir os preceitos da lei mosaica, mas também pela pureza de caráter reconhecida pelo próprio Deus. 2. INTEGRIDADE NO SERVIÇO, APESAR DA ADVERSIDADE A integridade do servo jamais pode estar vinculada ao recebimento de favores divinos. Zacarias e Isabel já estavam com idade avançada e, apesar de fiéis e submissos à vontade de Deus e de viverem exemplarmente, não tinham filhos, o que os discriminava naquele contexto: “Eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril...” (Lc 1.7). Contudo, Zacarias é apresentado como sacerdote íntegro. Seu ministério não sofria dano, ainda que nem tudo estava como queriam: “Zacarias exercia o sacerdócio diante de Deus na ordem do seu turno...” (Lc 1.8). Foi num desses turnos, quando ele cumpria seus deveres no templo, que foi sorteado a fim de “entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso” (Lc 1.9). A responsabilidade e a honra de servir ao Senhor não eram diminuídas pelas circunstâncias do casal; ao contrário, Zacarias se esmerava para corresponder à altura do privilégio sacerdotal. II. ZACARIAS, UM MARIDO E SUAS ORAÇÕES “O anjo, porém, lhe disse: Não tenha medo, Zacarias, porque a sua oração foi ouvida” (Lc 1.13). 1. ENTREGOU SUA CAUSA A DEUS As primeiras palavras do anjo Gabriel afirmam que Zacarias era homem de oração. E, sem dúvida, o casal orou inúmeras vezes pela bênção de terfilhos. O conhecimento histórico do todo poder que emanava do Deus de Israel e Seus feitos no meio do Seu povo certamente os fizeram investir longos períodos de súplica diante do Senhor. “A intimidade do Senhor é para os que o temem” (Sl 25.14 ARA). 2. EXPERIMENTOU QUÃO DIFÍCIL É ESPERAR EM DEUS A reação de Zacarias no diálogo com o anjo Gabriel (Lc 1.18), devido ao passar do tempo e à ausência do favor divino, dá-nos a entender que eles haviam desistido daquela causa de oração. Contudo, não há menção de rebeldia, tão somente de aceitação da soberania de Deus. Zacarias se lembrou de que durante toda a sua vida esse pedido de oração não havia sido respondido. O casal já havia se conformado, sossegado o coração, superado inúmeras dificuldades e redirecionado a vida. Filhos não constavam mais da pauta de oração deles. Certamente pararam de orar por descrer que seriam atendidos: “A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o desejo realizado enche o coração de vida” (Pv 13.12 NTLH). Nós também, muitas vezes, desistimos de orar por algumas causas. Esperar em Deus não é mesmo tarefa fácil. Mas é fato que, quando Deus não concede o que pedimos, Ele está agindo por pura misericórdia. Aprendemos aqui que a oração do crente, mesmo não atendida de pronto, não é ignorada por Deus: “Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem afastou de mim a sua graça” (Sl 66.20). III. ZACARIAS, UM SACERDOTE QUE DUVIDOU “Então Zacarias perguntou ao anjo: Como terei certeza disso? Pois eu sou velho, e a minha mulher também já tem idade avançada” (Lc 1.18). Ainda que referido como justo e irrepreensível, nessa passagem Zacarias se deixa guiar pelo argumento da dúvida. Não lhe parecia razoável agora a afirmação do anjo. A incredulidade de Zacarias teve consequências — ele foi punido com a mudez por um longo período: “... você ficará mudo e não poderá falar até o dia em que estas coisas vierem a acontecer, porque você não acreditou nas minhas palavras, as quais, no devido tempo, se cumprirão” (Lc 1.20). Foram nove longos meses sem poder repartir, por meio de palavras, sua alegria pelo filho que lhe nasceria. Nosso Deus é o Deus dos impossíveis. Agimos mal ao duvidar do Seu todo poder. “Tiremos uma lição sábia do erro de Zacarias. Sua falta é daquelas a que o povo de Deus, em todas as eras, tem sido muito suscetível. Esta é uma das primeiras fraquezas que atacou o coração humano no dia da Queda, quando Eva creu no diabo em vez de crer no Senhor.” (J.C.Ryle – Meditações no Evangelho de Lucas; p.13). IV. ZACARIAS, UM NOVO HOMEM É difícil imaginar o que se passou no coração de Zacarias durante o período da sua mudez. Não foi nada fácil para ele, que teria enorme prazer em relatar sua experiência com o anjo do Senhor, passar por aquela privação. Devemos nos lembrar de que somente depois do oitavo dia do nascimento do seu filho é que a sua fala foi restaurada (Lc 1.64). Mas sem dúvida foi uma aflição didática que lhe rendeu o desenvolvimento da fé. 1. CONTEMPLOU O CUMPRIMENTO DA PROMESSA “Quando chegou o tempo de Isabel dar à luz, ela teve um filho” (Lc 1.57). Lucas registra que houve grande regozijo não só na casa de Zacarias, mas também entre os seus vizinhos. O Deus de Israel é o Deus de promessas que se cumprem. Em seu cântico, Zacarias louva ao Senhor não só pelo nascimento do filho, promessa que se cumpriu, mas pelo que ainda estava por vir, referindo-se ao Messias, o Salvador do mundo, como se de fato isso já tivesse se manifestado em carne (Lc 1.68–79). 2. ADOROU COM GRATIDÃO AO SENHOR “Imediatamente a boca de Zacarias se abriu e a língua se soltou. Então começou a falar, louvando a Deus.” (Lc 1.64) Assim que teve a fala restaurada, Zacarias adorou o Senhor, reconhecendo a grandeza, a bondade e a sabedoria de Deus em Seus propósitos: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel”(Lc 1.68). Sua gratidão transcende a restauração da sua fala, alcança degraus mais altos no acesso ao trono da graça de Deus. Pelo agir sobrenatural de Deus sobre a sua casa, Zacarias viu que o Messias seria precedido pelo seu filho, João. CONCLUSÃO Zacarias concluiu o seu hino de louvor dizendo que o seu filho precederia o Messias e prepararia o caminho Dele (Lc 1.76). Aprendemos com Zacarias a descansar nas promessas do nosso Deus sem duvidar, pois, o que Ele promete, Ele realiza. Zacarias se tornou mais agradecido por tudo o que acontecera com ele e por ter sido instrumento de Deus na história do seu povo. Que Deus nos ajude a compor nossas próprias versões do Cântico de Zacarias, e a aumentar a confiança daqueles que virão depois de nós! VERSÍCULO-CHAVE “Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor.” Lc 1.45 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você será desafiado a aprender, com Isabel, o valor da fé alicerçada no Senhor, que sobrevive à prova do tempo, das circunstâncias adversas e das frustrações da vida. LEITURA DA SEMANA SEG: Sl 126.1–6 QUI: 1Sm 2.1–10 TER: Gn 25.20–26 SEX: Gn 21.1–7 DOM: 1Sm 1.1–18 QUA: Lc 1.46–56 SÁB: Hb 11.1–6 Uma grande característica do evangelho de Lucas são seus retratos incomparáveis de mulheres, começando com Isabel. I. QUEM ERA ISABEL 1. SUA ORIGEM Isabel era da linhagem do sacerdote Arão e se casou com Zacarias, também sacerdote. Seu nome significa “juramento de Deus”. Por conviver entre sacerdotes durante toda a vida, ela conhecia as questões da fé, as histórias de pessoas que caminharam com Deus no passado. Sabia que o mesmo Deus do passado era o Deus do seu presente. 2. SEU TESTEMUNHO A Bíblia descreve Isabel e Zacarias assim: justos diante de Deus e irrepreensíveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor (v.6). Isso não significa que não eram pecadores, mas que buscavam viver a fé que professavam da melhor maneira. Para eles, fé não era apenas conceito, mas maneira de viver a vida recebida de Deus. DESAFIO PARA HOJE Nossa fé é visível, semelhante à de Isabel e de Zacarias? II. UMA VIDA DE DESAFIOS 1. UM RÓTULO: ISABEL ERA ESTÉRIL Hoje sabemos que a esterilidade envolve o casal, mas na época de Isabel, caía sobre a mulher a responsabilidade por não gerar filhos e não dar continuidade ao nome do marido. Além de a Bíblia não esconder a esterilidade de Isabel, também diz que ela e seu marido eram idosos, tornando praticamente impossível gerarem uma criança (v.7). Ao longo dos anos, Isabel foi vendo o profundo anseio de seu coração para ser mãe ficar cada vez mais distante. Precisava lidar com as questões no próprio coração e com o estigma da esterilidade em meio à comunidade. No entendimento comum, os filhos eram bênçãos de Deus; e a falta deles, uma punição do próprio Deus. Como pode uma fiel serva não ter filhos? Se eram justos diante de Deus, por que não tinham filhos? O desejo de Isabel era legítimo, e muitas eram as perguntas sem respostas. DESAFIO PARA HOJE Que fazer quando desejos legítimos que acalentamos não são realizados? 2. UMA ESPERANÇA Ao mesmo tempo em que a realidade era dura, Isabel conhecia histórias de outras mulheres também estéreis que viveram milagres de Deus. Talvez a mais próxima fosse Sara, também idosa. Diferente de Sara, Isabel não tentou ajudar a Deus na tarefa de providenciar filhos a seu marido (Gn 16.2), ela escolheu esperar no Senhor. Havia também a história de Rebeca, de Raquel, de Ana, da esposa de Manoá. Isabel podia se identificar com o sofrimento delas e encontrar consolo no fato de que outras mulheres a precederam na mesma dor. Saber que todas experimentaram a ação misericordiosa de Deus mantinha a esperança de Isabel. Dia a dia, ela era desafiada a olhar para Deus e para o poder Dele, e não para o seu ventre infértil e sua idade avançada. DESAFIO PARA HOJE Temos encontrado consolo e esperança na vida de outras pessoas que passam por situações como as nossas, confiando no Senhor? III. DEUS EM AÇÃO 1. UM ANJO EM CENA Enquanto Zacarias cumpria sua função de sacerdote no templo, Isabel seguia sua rotina em casa, sem a menor ideia do que acontecia com ele no Santo dosSantos. Quando Zacarias voltou para casa, surdo e mudo (no original, siopao significa surdez, silêncio involuntário, ele não falava porque havia ficado surdo), levou um tempo para Isabel compreender o que havia acontecido e como seu marido, sacerdote do Senhor, duvidou da palavra do anjo. Não deveria ele reagir com alegria e fé diante da resposta às suas próprias orações (v.13)? Talvez a fé de Zacarias, ao longo dos anos, tivesse enfraquecido diante das circunstâncias. Talvez Isabel estivesse tão preocupada com sua própria dor que não percebeu a dor de seu esposo. DESAFIO PARA HOJE A reação de Zacarias nos leva a questionar o estado da nossa fé diante da ação do Senhor? 2. HUMANIDADE REVELADA O mover de Deus na vida do casal expôs a humanidade do coração de Zacarias, sua dificuldade em crer na ação miraculosa de Deus. Isabel podia ver o homem Zacarias e não apenas o sacerdote conhecido pelo povo. Como reagir diante dele? O desafio dela era entender e viver seu papel diante de Deus e de seu marido. DESAFIO PARA HOJE Como lidamos com a humanidade das pessoas que nos são próximas? 3. PALAVRA DITA, PALAVRA CUMPRIDA Isabel se colocou ao lado de seu marido, estavam juntos, e ela logo engravidou, exatamente como dissera o anjo do Senhor. A alegria era tanta que precisava ser vivida primeiro dentro de casa. Como Deus deixara Zacarias surdo e mudo, entenderam que era tempo de silêncio diante do poder de Deus (v.24). Em nossos dias, a reação talvez fosse o oposto, e a notícia estaria logo nas mídias sociais. DESAFIO PARA HOJE Com Isabel, podemos aprender a alegria de viver as bênçãos de Deus em silêncio primeiro! 4. FOCO EM DEUS A reação de Isabel diante da sonhada gravidez é de grande importância. Ela reconheceu a intervenção específica de Deus em sua história; percebeu que era vista por Deus, contemplada por Ele. Agora era a sua humilhação pública que Deus estava removendo, assim como fez na vida das mulheres do passado que ela conhecia. Agora era a sua vez de adorar Àquele que mudou a sua sorte e tirou a sua vergonha (v.25)! DESAFIO PARA HOJE Uma vida vivida em Deus só pode nos conduzir a adorar o Deus que muda nossa sorte! 5. CHEIA DO ESPÍRITO SANTO A jovem Maria, avisada pelo anjo Gabriel acerca da gravidez miraculosa de Isabel, foi logo visitar aquela que igualmente vivia o impossível de Deus. Quando se encontraram, Isabel ficou cheia do Espírito Santo, reconhecendo o bebê no ventre de Maria como seu Senhor! Não viu um anjo ou ouviu alguma voz, mas teve certeza de que Maria carregava o Salvador! Só podia adorar! Em sua adoração, Isabel se sentiu honrada com a visita e reconheceu que a jovem era feliz por crer que o Senhor cumpriria tudo o que dissera. Era a mesma alegria que Isabel experimentava! Acolhida e contagiada por Isabel, Maria também se pôs a adorar. Eram duas servas de Deus unidas em adoração ao Soberano, que escrevia uma nova história na vida delas! DESAFIO PARA HOJE Temos experimentado e celebrado, com irmãos em Cristo, a verdadeira alegria de crer no Senhor? IV. TEMPO DE CELEBRAR 1. UM BEBÊ NOS BRAÇOS Só quem sonhou por anos com um bebê pode entender o que significou para Isabel dar à luz um filho. O impossível agora estava em seus braços, chorava como qualquer bebê, evidência do poder de Deus. O valor de um desejo legítimo recebido das mãos de Deus é incalculável! 2. NÃO APENAS UM BEBÊ Isabel entendeu que a vida de seu filho estava entrelaçada com a do Messias, tanto pela palavra do anjo a Zacarias, como pela revelação do Espírito com a chegada de Maria. Percebeu que o longo tempo de espera fazia parte de um plano muito maior do que poderia imaginar. Sua longa espera e suas muitas orações não tinham sido em vão! DESAFIO PARA HOJE Até que ponto temos a percepção de que nossa vida faz parte de um plano maior do Senhor? 3. ALEGRIA COMPARTILHADA Os parentes e vizinhos celebraram com Isabel (v.58) e reconheceram a misericórdia de Deus na vida do piedoso casal. O privilégio de celebrar as bênçãos do Senhor é algo que só o corpo de Cristo pode experimentar! DESAFIO PARA HOJE Não podemos abrir mão de celebrar as alegrias que o Senhor nos concede com nossos irmãos na fé! 4. DE DEUS E PARA DEUS O nome de um filho, na época, seguia o nome do pai, segundo a tradição. Mas esse bebê não era como os demais: sua história foi especial desde o começo, assim como foi sua vida e ministério. Com segurança e fé, Isabel revelou o nome escolhido por Deus: João e não Zacarias, como o pai. João significa “o Senhor é gracioso”. Assim, todos os dias, ela se lembraria do Deus que a abençoara maravilhosamente. Lembraria também que a vida de seu filho pertencia ao Senhor e seria para a Sua glória! CONCLUSÃO A vida de Isabel é um desafio à nossa fé. Numa época em que tudo se resolve rapidamente, em que temos de conquistar nossos direitos, Isabel nos ensina a olhar para o Senhor, esperar e confiar Nele. Mais do que “apenas esperar”, a viver coerentemente com a fé professada, mesmo em circunstâncias adversas, com desejos legítimos não realizados, com a pressão do tempo. Esperar em Deus nunca foi e nunca será em vão! Felizes os que creem, pois serão cumpridas todas as palavras que foram ditas da parte do Senhor (v.45)! Aleluias! VERSÍCULO-CHAVE “Então Maria disse: ‘A minha alma engradece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador...’” Lc 1.46–47 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você será capaz de compreender como Maria, em simples submissão, se entregou ao Senhor para o cumprimento dos maravilhosos propósitos Dele. LEITURA DA SEMANA SEG: Lc 1.26–33 QUI: Lc 1.46–56 TER: Lc 1.34–38 SEX: Lc 2.1–7 DOM: Lc 2.41–52 QUA: Lc 1.39–45 SÁB: Lc 2.16–21 Maria deve ter sido uma moça muito especial para ser escolhida a dar à luz o Filho de Deus. Ela era jovem, simples e pobre, da linhagem de Davi, e temente a Deus. A Igreja Católica Apostólica Romana dá posição de grande destaque à Maria, chamando-a de “Mãe de Deus” e geralmente confere mais preeminência a ela do que ao próprio Jesus. Entretanto, a Bíblia a trata como um ser humano “serva de Deus”, e ela mesma disse “Aqui está a serva do Senhor” (Lc 1.38). Maria foi a única pessoa presente tanto no nascimento de Jesus como na morte Dele. “Ela o viu chegar como seu filhinho, e morrer como seu Salvador” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal). I. UMA VISITA INESPERADA Até a visita do anjo Gabriel, Maria levava vida normal de qualquer moça em Nazaré. Era noiva de José, um carpinteiro, planejando seu casamento. Que surpresa e susto para ela quando apareceu o anjo dizendo: “Salve, agraciada! O Senhor está com você” (Lc 1.28)! Maria ficou perturbada, pensando no significado daquela saudação. E o anjo lhe explicou que ela ficaria grávida, teria um menino cujo nome seria Jesus, “Filho do Altíssimo”. Maria não duvidou da mensagem do anjo, mas sua reação imediata foi: “Como será isto, se eu nunca tive relações com homem algum?” (Lc 1.34). E o anjo explicou: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá...” (Lc 1.35). Esse bebê seria concebido de maneira sobrenatural, pelo Espírito Santo. Toda moça judia esperava ter o privilégio de ser a mãe do Messias prometido no Antigo Testamento. Naturalmente Maria e as moças judias que esperavam a vinda do Messias jamais sonhavam “que seria fora das circunstâncias normais da vida familiar. Nenhuma delas certamente imaginou que envolveria a desgraça social de uma jovem mulher ficando grávida fora do casamento” (Houston). “Jovem de fé, Maria se dispôs prontamente a submeter-se à vontade do Senhor, dizendo: ‘Aqui está a serva do Senhor; que aconteça comigo o que você falou’” (Lc 1.38) (Bíblia da Escola Bíblica). Que resposta de Maria! Mas não seria fácil para ela. A sua vida mudaria drasticamente daquela hora em diante. Como Maria contaria ao seu noivo, José, e à sua família e amigas que estava grávida? Podemos imaginar a reação de sua família, de suas amigas e do povo em Nazaré. Quanta fofoca! Que história! Grávida pelo Espírito Santo? Seu bebê seria o Salvador do mundo,o Messias prometido? Impossível! Deus não escolheria uma moça pobre e simples de Nazaré. As más línguas devem ter dito que Maria “pulara a cerca” e estava inventando uma história. DESAFIO PARA HOJE Deus usa pessoas comuns que O amam de verdade para fazer coisas extraordinárias. Você está disposto(a) a se entregar a Deus como Maria, como servo(a)? II. A AGONIA DE JOSÉ José era temente a Deus, muito rigoroso, virtuoso e justo, características que Maria admirava nele. “Agora, esses mesmos traços de caráter tornaram quase certo que ele não iria querer ter nada a ver com ela quando soubesse da gravidez” (Houston). De fato, ao saber da gravidez, José teve dificuldade em acreditar na concepção sobrenatural do bebê e resolveu terminar o noivado. Mas como era muito bom, queria fazê-lo de maneira discreta para não difamar Maria. Enquanto considerava que atitude tomar, apareceu- lhe um anjo do Senhor, dizendo que o bebê havia sido gerado pelo Espírito Santo. Então, José creu e se casou com Maria, mas não teve relações com ela enquanto o bebê não nasceu. Deve ter sido difícil também para ele, o carpinteiro de Nazaré, aguentar os comentários e risos dos fregueses e conhecidos. Mas José confiava em Deus. DESAFIO PARA HOJE Você se preocupa mais com o que as pessoas vão pensar ou falar de você do que buscar a aprovação de Deus? III. UMA RECEPÇÃO INACREDITÁVEL Para fugir das fofocas e olhares curiosos dos familiares e vizinhos de Nazaré, Maria resolveu visitar a sua prima Isabel. O anjo já havia lhe falado que Isabel, uma senhora idosa, sem filhos, estava grávida de seis meses. Então o encontro com Isabel confirmaria ou não as palavras de Gabriel. O bebê de Isabel era muito especial também e receberia o nome de João (Lc 1.13–15). Podemos imaginar a alegria de Maria ao encontrar Isabel grávida de seis meses como o anjo havia lhe falado. Que surpresa ouvir de Isabel: “Bendita é você entre as mulheres, e bendito o fruto do seu ventre! E que grande honra é para mim receber a visita da mãe do meu Senhor!” (Lc 1.42–43). Maria não havia sonhado com a visita do anjo; ela não estava enganada. Quando Isabel exclamou “Bem- aventurada a que creu...” (Lc 1.45), Maria explodiu num louvor poético a Deus. O seu cântico é conhecido como “O Magnificat” e esse louvor mostra como Maria conhecia o Antigo Testamento. “Era como se as palavras da canção de Ana, que ela ouvira na infância, agora se tornassem suas próprias palavras (1Sm 2.1-10)” (Houston). Podemos imaginar as conversas das duas e a troca de experiências durante os três meses que Maria ficou com Isabel e Zacarias. Mas ela precisou voltar para Nazaré, e a volta não deve ter sido tão fácil para ela, grávida de quatro meses. Anos mais tarde, zombaram de Jesus como se fosse um “bastardo”, “filho ilegítimo” (Jo 8.41). IV. O NASCIMENTO DO SALVADOR Quase no fim da gravidez, Maria e José foram obrigados a viajar a Belém, 130 km de Nazaré, por causa de um recenseamento convocado pelo imperador César Augusto. Que viagem longa e cansativa! Ao chegarem lá, não havia nenhum quarto para hospedar o casal. Lá numa simples estrebaria, nasceu Jesus, o Filho de Deus! Maria e José tiveram a confirmação de que Deus estava no controle de tudo e que a profecia de Isaías 7.14 estava cumprida “... eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho e lhe chamará Emanuel”. Logo depois do nascimento de Jesus, alguns pastores chegaram para ver o bebê e contaram da visita do anjo com as boas notícias (Lc 2.10–11). Após a visita dos simples pastores, Maria “guardava todas estas palavras, meditando-as no coração”(Lc 2.19). Outra confirmação veio quando levaram Jesus ao templo, em Jerusalém, e encontraram com Simeão, um homem “justo e piedoso” que aguardava a chegada do Messias. Ele tomou o bebê nos braços e louvou a Deus com gratidão (Lc 2.30). Maria e José ficaram admirados com as palavras de Simeão a respeito de Jesus. Depois Simeão também abençoou Maria e José, mas avisou a Maria que “uma espada atravessará a sua alma” (Lc 2.35). Uma senhora de 84 anos, chamada Ana, estava sempre no templo. Ela também aguardava a chegada do Messias. Ao ver o bebê, passou a louvar a Deus e a falar a todos ali sobre o menino – “a redenção de Jerusalém” (Lc 2.38). Que confirmação para Maria e José! DESAFIO PARA HOJE Você conhece as promessas de Deus como Simeão e Ana? Você lê a Bíblia diariamente? V. MARIA, A MÃE PENSATIVA Creio que Maria, enquanto observava o crescimento do seu filho, meditava nas palavras do anjo, dos pastores, de Simeão e de Ana. Com 12 anos, Jesus foi levado ao templo, em Jerusalém, para a Festa da Páscoa. Na volta a Nazaré, José e Maria ficaram desesperados ao descobrir que Jesus não estava na caravana. Eles voltaram a Jerusalém e O procuraram por três dias até, finalmente, achá-Lo no templo, conversando com os doutores da Lei. Maria e José ficaram admirados ao verem o filho fazendo perguntas e respondendo também. Viram como todos estavam impressionados com a inteligência daquele menino de apenas 12 anos. Mas Maria teve uma reação natural de mãe nervosa e aflita, e perguntou “Filho, por que você fez isso conosco?” A resposta de Jesus surpreendeu: “... Não sabiam que eu tinha de estar na casa de meu Pai?” (Lc 2.49). Maria e José não entenderam o que Jesus quis dizer. “... E a mãe dele guardava todas estas coisas no coração” (Lc 2.51). DESAFIO PARA HOJE Você guarda a palavra de Deus no coração? CONCLUSÃO Que mulher extraordinária foi Maria! Uma simples mulher que amava a Deus e estava disposta a fazer a vontade do Senhor sem se importar com o preço. Ela era apenas Maria de Nazaré, “a serva obediente do Senhor”. VERSÍCULO-CHAVE “Quando José despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por esposa.” Mt 1.24 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você verá que aqueles que fazem grandes coisas para o Senhor não são necessariamente os que possuem maiores habilidades, conhecimento, experiência ou talentos, são aqueles que estão dispostos a obedecer. LEITURA DA SEMANA SEG: Mt 1.18–25 QUI: Lc 2.1–20 TER: Mt 2.9–23 SEX: Lc 2.21–40 DOM: Dt 6.1–9 QUA: Lc 1.26–56 SÁB: 2Sm 7.12,16 Nenhuma palavra proferida por José foi registrada nas Escrituras. Nada foi profetizado a seu respeito nem houve alguma menção de seus feitos, além daqueles relacionados àmanjedoura e à primeira infância de Jesus. Ele nem ao menos chegou a ver o início do ministério de seu filho. No entanto, o exemplo que deixou como pai e esposo, nas breves aparições em que o vemos, desvenda com clareza a relevância de sua participação como verdadeiro guardião nomeado por Deus, para preservar a vida Daquele que, apesar da onipotência, se achava temporariamente indefeso. A história de José começa quando o reinado de Herodes, o Grande, estava chegando ao fim. Na época, José não desfrutava de muitos recursos, mas certamente era respeitado por sua conduta, por sua procedência (Lc 2.4) e por sua profissão (carpinteiro). A primeira menção a ele coincide com seu noivado com Maria, com quem sonhou constituir uma família feliz e tranquila. Ele fez seus planos, mas Deus tinha outros planos para o seu casamento. I. UM SONHO FRUSTRADO José e Maria ficaram noivos. Noivado, na cultura judaica, envolvia as famílias num acordo judicial que legalizava o compromisso do jovem casal e proporcionava o tempo necessário para que o noivo providenciasse a casa e o sustento, e para que a noiva preparasse o enxoval. Então viriam as núpcias, quase sempre precedidas de uma celebração (bodas). Certo dia, José foi visitar a sua amada. Imagine a cena! Maria pedindo licença aos pais para falar com seu noivo em particular e contando-lhe que estava grávida. O “mundo caiu” para José! Mal podia crer no que estava ouvindo... Um anjo? Espírito Santo? Filho de Deus? Era muita coisa para assimilar. Sabemos que “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.7). Mas, há momentos em que é difícil suportar, e há coisas difíceis de acreditar. A noiva de José estava grávida, e ele não era o pai. O sonho de Josése desmoronou. DESAFIO PARA Que fazer quando os nossos sonhos se desmoronam? Perdemos a esperança, a coragem, a confiança? Ou, quem sabe ignoramos todas as HOJE evidências e o bom senso, e avançamos sobre os sonhos destruídos? José estava sem saber o que pensar, o que fazer. Entretanto, por ser justo, manso, piedoso (Lc 1.19), não perdeu sua integridade nem se fechou totalmente para o amor. Antes, preferiu calar-se a ofender Maria e se retirou, a fim de ponderar a respeito. Chegou a pensar em romper o compromisso secretamente, isto é, sem alegar aos magistrados as razões de sua decisão (Mt 1.19). José sabia que, se assumisse a gravidez, poderia trazer desonra ao seu nome por, aparentemente, não ter aguardado pelas bodas. A alternativa seria negar a paternidade, o que traria desonra para Maria e certamente apedrejamento (Mt 1.19; Dt 22.23–24). Tal possibilidade era inconcebível aos seus olhos e ao seu coração, porque o amor falou mais alto que os fatos. Ele decidiu, então, se afastar, buscando um tempo para refletir. II. UM SONHO INESPERADO (MT 1.20–23) Quando todos os sonhos de José pareciam desfeitos, eis que surge algo inesperado; dessas coisas que só Deus pode fazer. Ele foi visitado, em sonho, por um anjo enviado pelo Senhor a fim de tranquilizar o seu coração, reafirmando tudo o que Maria havia lhe contado. Que alívio e que emoção! Toda a dúvida e o conflito foram dissipados, e José poderia concretizar o seu amor e ainda com o privilégio de ser tutor do Messias prometido. DESAFIO PARA HOJE Como você lida com os erros de seu cônjuge, de seus filhos, de seus pais? Demonstra que confia, que apoia, que perdoa? Ou vivem com medo de errar por temerem a bronca ou a “cara feia”? José assumiu plenamente a paternidade daquela gestação e consumou o casamento. No, entanto, apesar de suas prerrogativas de marido, mostrou respeito pelo ente divino que estava sendo gerado, e também por sua amada, aguardando o devido tempo, após o nascimento da criança, para consumarem a vida íntima de casal (Mt 1.25). Naqueles tempos, o imperador César Augusto decretou um recenseamento em todas as terras conquistadas pelo Império, para facilitar a administração e a tributação. Todos deveriam obrigatoriamente alistar-se em sua terra natal (Lc 2.3). Assim, José e Maria tiveram de viajar de Nazaré, na Galileia, para Belém, na Judeia, cidade do rei Davi, percorrendo uma distância de 145 Km (Lc 2.4), mesmo estando ela no oitavo mês de gestação. Tão logo chegaram a Belém, começaram as contrações. E não havia lugar na cidade para eles, por conta do recenseamento. Quase todos os moradores estavam hospedando alguém, e as poucas hospedarias já estavam lotadas. O último recurso foi pernoitar num local reservado para acolher os animais durante a noite. E foi naquela mesma noite, naquele lugar, que uma humilde serva do Senhor trouxe à vida o Autor da vida... deu à luz o Autor da luz... trouxe ao mundo o Criador do mundo (Lc 2.7). E o parteiro foi José, o guardião nomeado por Deus. Pensava José que sua tarefa estava cumprida! Mal sabia, porém, quão comprida ainda seria a sua tarefa. III. UM SONHO RENOVADO Naquela mesma noite, José e Maria receberam visitas entusiasmadas e desejosas de conhecer a criança. Eram uns pastores que estavam no campo e chegaram contando uma história fascinante (leia Lc 2.8–18). E assim, Deus mostrou a José que tudo aquilo fazia parte de Seu plano, e isso trouxe paz ao seu coração. Maria, no entanto, permaneceu emudecida, tentando entender como isso afetaria a vida de seu filho (leia Lc 2.17–19). IV. UM SONHO REALIZADO José finalmente tinha uma família. O bebê era o Filho de Deus, mas também era o seu filho, com o qual haveria de brincar, ensinaria a falar, levaria à escola, ensinaria uma profissão e ainda lhe daria outros irmãos. Passados oito dias, circuncidaram o bebê e deram- lhe o nome de Jesus (v.21). Depois, no tempo certo conforme a Lei, José e Maria levaram o filho ao templo (Lv 12.7; Lc 2.22–24), em Jerusalém, uns 10 Km dali, a fim de consagrá-Lo ao Senhor e agradecer pelo privilégio de criá-Lo (leia Lc 2.28–35). A família permaneceu em Belém cerca de dois anos, talvez porque José pensasse que ali deveria morar o “herdeiro” de Davi, e levava uma vida modesta. Certo dia, chegou à cidade uma caravana vinda do Oriente, trazendo uns homens importantes que disseram ter vindo especialmente para conhecer o filho deles, e trouxeram presentes valiosos. Eles viajaram, seguindo uma estrela, apenas para conhecer o rei dos judeus e para adorá-Lo (Mq 5.2), e O presentearam com ouro, incenso e mirra. Tão rápido quanto chegaram, também partiram. Logo após a partida daqueles homens, um anjo do Senhor apareceu a José, em sonho, e mandou que fugissem para o Egito (Mt 2.13– 15). Aquele presente custeou a viagem e a vida no exterior por um tempo, mas provavelmente José tenha trabalhado também. E, quando as coisas pareciam estar entrando nos eixos, em sonho, um anjo do Senhor apareceu a José e mandou que arrumassem as malas e saíssem do Egito (Mt 2.19–23). José chegou a pensar em voltar para Belém, mas de novo o anjo lhe apareceu em sonho e o enviou de volta para a região da Galileia, para a cidade de Nazaré... (Mt 2.22). Ele não discutiu, apenas fez o que o Senhor mandou. DESAFIO PARA HOJE Nem sempre é fácil cumprir aquilo que Deus espera de nós, como pai, esposo, filho ou mesmo como cidadão do reino. Mas obediência tem maior valor do que tudo mais que possa fazer como cristão (1Sm 15.22). E foi só então que José pôde descansar de suas peregrinações e dedicar-se mais à sua amada, ao seu filho, ao seu trabalho e aos outros tantos filhos com os quais Deus lhes presenteou. CONCLUSÃO Dentre os muitos personagens ao redor da manjedoura, José é um dos que mais nos fascina, não por suas palavras, mas pela relevância de seu papel, meio que encoberto, mas muito expressivo, pois “salvou” Maria das garras da truculência e da tradição, e “salvou” Jesus da conspiração e da violência. Foi bom marido e foi bom pai. E era só isso que Deus queria dele. VERSÍCULO-CHAVE “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” Gl 4.4 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você será capaz de observar o agir divino conduzindo a história para cumprir os planos redentores de Deus. LEITURA DA SEMANA SEG: Lc 2.1–3 QUI: Ef 1.10 TER: Lc 2.4–7 SEX: Mt 2.1–4 DOM: Mq 5.2 QUA: Gl 4.4 SÁB: Mt 2.5–8 É fantástico ver como a história do mundo e a história da Bíblia estão entrelaçadas. Eventos de repercussão mundial como o estabelecimento de grandes impérios tiveram enorme impacto na vida do povo de Deus. Contudo, nenhuma dessas situações aconteceram por acaso, mas para cumprir os propósitos do Senhor. O personagem desta lição é César Augusto, homem que contribuiu, mesmo sem saber, para que chegasse o tempo do nascimento de Jesus Cristo, o descendente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15; Ap 12.7–9). I. QUEM FOI CÉSAR AUGUSTO? Otávio, mais conhecido como César Augusto, foi o primeiro imperador romano. (César é um título adotado pelos imperadores romanos, e Augusto significa venerável, magnífico). Ele assumiu o comando de Roma depois de um período de crise política e guerra civil proporcionada pelo assassinato de Júlio César. No ano 31 a.C., Otávio derrotou o exército de Marco Antônio e Cleópatra, a rainha do Egito, na batalha naval de Ácio, na Grécia, e estabeleceu o que seria o Império Romano. Augusto governou entre 27 a.C. e 14 d.C., período marcado por grande estabilidade, paz e prosperidade no Império. “Ele construiu enormes celeiros e mantinha um suprimento constante de grãos para enchê-los. Comida era distribuída nas ruas. Jogos públicos foram criados para o entretenimento do povo. Ele reduziu a proporção de pobres em Roma em dez por cento, mesmo quando a população estava crescendo” (Houston). César Augusto recebe mais atenção dos livros de história do que das Escrituras. Em toda a Bíblia, ele é mencionado diretamente apenas uma vez (Lc 2.1).As outras ocasiões em que o nome “César” é citado se referem a outros imperadores (Mt 22.21; Lc 3.1; Jo 19.12; At 17.7; 25.10–12; Fp 4.22). II. O DECRETO DE AUGUSTO E O NASCIMENTO DE JESUS Lucas descreve que, no período em que Maria estava grávida de Jesus, “... foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do Império para recensear-se” (Lc 2.1). A ideia é que cada um deveria se apresentar na sua cidade natal. Por isso, José e Maria foram de Nazaré, da região da Galileia, para Belém, na Judeia, cidade onde Jesus nasceu (Lc 2.6). Pode parecer coincidência o fato de César Augusto exigir que todos debaixo de seu domínio participassem do censo e que Jesus tenha nascido em Belém justamente por isso. Entretanto, Deus estava usando o imperador romano para cumprir os Seus planos e as Suas promessas. César Augusto não sabia, mas Jesus Cristo deveria nascer em Belém para se cumprir as Escrituras. Mateus registra que Herodes ficou alarmado quando os magos chegaram a Jerusalém para adorarem o recém-nascido Rei dos judeus. “Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou alarmado, e, com ele, toda a Jerusalém. Então Herodes convocou todos os principais sacerdotes e escribas do povo e lhes perguntou onde o Cristo deveria nascer. Eles responderam: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito por meio do profeta: ‘E você, Belém, terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais de Judá; porque de você sairá o Guia que apascentará o meu povo, Israel’” (Mt 2.3–6). Outra razão para Jesus nascer em Belém é Sua conexão com Davi, que também nasceu em Belém. O evangelho de Mateus inicia afirmando que Jesus é “filho de Davi” (Mt 1.1). É assim que Jesus é chamado em várias ocasiões (Mt 9.27; 12.23; 15.22, etc.). Para entender por que Jesus é descrito como Filho de Davi, devemos voltar até a promessa que Deus fez a Davi de estabelecer para sempre o Seu reino por meio do descendente de Davi: “Quanto a você, a sua casa e o seu reino serão firmados para sempre diante de mim; o seu trono será estabelecido para sempre” (2Sm 7.16). Apesar de muitos descendentes de Davi reinarem, nenhum deles estabeleceu o reino para sempre. Pelo contrário, Judá passou por grandes crises e foi dominado por vários impérios, dentre eles, o romano. Contudo, Jesus é o descendente de Davi que está reinando para sempre, assentado à direita de Deus, no céu (Hb 1.3,8). O decreto de César Augusto é muito mais do que uma coincidência ou obra do acaso. Por trás disso, existe a ação soberana de Deus executando o plano de redenção do mundo, para Sua glória. Isso nos faz lembrar de que não devemos enxergar a história pela simples história dos fatos em si, mas buscar conexões com a grande história de redenção que as Escrituras nos apresentam e que nós vivenciamos. Sabemos que Deus está conduzindo a história do mundo e a nossa própria vida para cumprir o bom propósito de Sua vontade (Ef 1.5). III. A PLENITUDE DO TEMPO “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” Gl 4.4 Deus escolheu cuidadosamente a época em que enviaria Seu Filho ao mundo. Dentre todas as eras da história, escolheu o que Paulo chamou de “plenitude do tempo” (Gl 4.4). O Império Romano daqueles dias proporcionou condições muito favoráveis a expansão do evangelho de Jesus Cristo até os confins da terra. Há pelo menos três fatores que mostram isso: 1. PAX ROMANA Essa é uma expressão do latim que significa “paz romana”. Depois que César Augusto assumiu o domínio de Roma, unificando o Império, houve um período de grande desenvolvimento e de paz. Isso não exclui levantes, mas Roma tinha estabilidade e controle sobre todo o seu território. 2. LÍNGUA COMUM Por causa da influência grega sobre a cultura romana, o idioma comercial em todo o Império era o grego. Embora os judeus falassem o aramaico, praticamente todo o Novo Testamento foi escrito em grego por ser a língua mais conhecida de todos os povos governados pelo Império Romano. 3. ESTRADAS ROMANAS O desenvolvimento de Roma proporcionou construções de diversas estradas. Daí surgiu o adágio popular: “todos os caminhos levam a Roma”. Essas estradas eram bem protegidas e facilitaram a propagação do evangelho. CONCLUSÃO A relação entre César Augusto e o Império Romano com Jesus — Sua vida, morte e ressurreição — mostra a providência de Deus, isto é, a maneira como Ele governou o mundo para cumprir Seus planos. O rei Jesus nasceu sob o domínio político do maior império do mundo. Entretanto, aquele grande reino passou com o tempo e foi substituído por outros, porém o reino de Cristo continua para sempre. Aleluia! IMPERADORES ROMANOS NO PERÍODO DO NOVO TESTAMENTO (GUNDRY, ROBERT. PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO, P. 14–15) • Augusto (27 a.C.–14 d.C.), sob quem ocorreram o nascimento de Jesus, o recenseamento ligado ao Seu nascimento e os primórdios do culto ao imperador. • Tibério (14–37 d.C.), sob quem Jesus efetuou o Seu ministério público e foi morto. • Calígula (37–41 d.C.), que exigiu que se lhe prestasse culto e ordenou que sua estátua fosse colocada no templo de Jerusalém, mas veio a falecer antes que sua ordem fosse cumprida. • Cláudio (41–54 d.C.), que expulsou de Roma os residentes judeus, entre os quais estavam Áquila e Priscila, por motivo de distúrbios civis. • Nero (54–68 d.C.), que perseguiu os cristãos, embora provavelmente apenas nas cercanias de Roma, e sob quem Pedro e Paulo foram martirizados. • Vespasiano (69–79 d.C.), o qual, quando ainda general romano, começou a esmagar uma revolta dos judeus, tornou-se imperador e deixou o restante da tarefa ao encargo de seu filho, Tito, numa campanha que atingiu seu clímax com a destruição de Jerusalém e seu templo, em 70 d.C. • Domiciano (81–96 d.C.), cuja perseguição contra a Igreja provavelmente serviu de pano de fundo para a escrita do Apocalipse, como encorajamento aos cristãos oprimidos. VERSÍCULO-CHAVE “Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Lc 2.10–11 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você será capaz de compreender que o primeiro anúncio do nascimento do bebê Jesus não foi dado aos homens religiosos, mas aos humildes pastores, fiéis no trabalho diário. LEITURA DA SEMANA SEG: Lc 1.1–4 QUI: Ez 34.11–16 TER: Lc 2.8-9,15–16 SEX: 1Co 1.26–29 DOM: Lc 2.17–20 QUA: Is 40.9–11 SÁB: Jo 10.11–16 Lucas, ao escrever seu evangelho, pinça os fatos que lhe são relevantes segundo o propósito que o levou a escrevê-lo: instruir nas boas-novas tanto o destinatário imediato, o excelentíssimo Teófilo (Lc 1.3–4; At 1.1), como todos os demais leitores posteriores... inclusive você e eu agora! O contexto dessa narrativa de Lucas incluiu: a zona rural da cidade de Belém da Judeia; os pastores de ovelhas que vigiavam seus rebanhos à noite; um anjo do Senhor e uma grande multidão de anjos; José, Maria, o menino Jesus e as pessoas que ouviram o testemunho dos pastores antes de regressarem ao cuidado das ovelhas no campo. Nosso olhar, também investigativo, à semelhança do escritor Lucas, será para esses cenários e personagens que compõem o corpo dessa narrativa. Não obstante o alvo desta série de lições seja observar os personagens ao redor da manjedoura, e nesta, os pastores, não devemos nos distrair com eles, tão pouco com a manjedoura e esquecer o personagem central das Escrituras, Jesus Cristo, o Deus encarnado, aqui, o recém-nascido, o menino Deus. Mas é óbvio que personagens e fatos históricos não são jamais descartáveis, antes, porém, devem ser devidamente investigados à luz do contexto global das Escrituras e do seu personagem central, Jesus, o Cristo, o Filho do Homem, o Redentor, o Senhor, descrito por Lucas em todo o evangelho. I. OS PASTORES NA ZONA RURAL DE BELÉM DA JUDEIA (LC 2.8,15) 1. QUAL FOI A DISTÂNCIA DELES DA CIDADE? Podemos supor que não era tão distante, uma vez que naquela mesma noite eles chegaram ao local onde o menino Jesus estava,tendo a companhia de seus pais, José e Maria, bem como de outras pessoas (Lc 2.18). 2. QUANTOS PASTORES ERAM? Podemos deduzir um número acima de dois, uma vez que eram necessárias duas ou mais pessoas para autenticar como legítimo um testemunho público (Dt 17.6; 19.15). Esse princípio é sempre recomendável e indispensável nas situações em que uma causa ou alguém precisa ser defendido como verdadeiro e justo. 3. POR QUE ERAM DESPREZADOS? (V.15) É relevante destacar que, no tempo de Jesus, os pastores não tinham o prestígio moral de pastores de ovelhas na época de Abel, Jacó, Moisés e Davi, que eram muito respeitados por seus contemporâneos, num período da história, anterior aos sacrifícios de animais no templo. Aqui, eis a razão do desprezo aos pastores, em especial, por parte dos líderes religiosos: uma vez que seus animais fossem usados (comercializados) para os sacrifícios, os proprietários eram considerados imundos e impedidos de participar das atividades do templo. Deus usou esses personagens “vergonhosos” (1Co 1.26–29), porém autênticos, para lhes revelar as boas-novas da salvação (Is 52.7) e se tornarem Seus agentes, salvos por Sua graça (Lc 2.17–20; At 1.8; 1Pe 2.10). 4. PASTOR, NO CONCEITO DE LÍDER MODELO Provedor, protetor, guardador de um rebanho é retratado nas Escrituras como o próprio Deus, o Pastor de Israel (Is 40.10–11; Jr 31.10; Ez 34.12); o Cristo, o bom Pastor (Jo 10.2,11,14,16; Mt 25.32), o Supremo Pastor (Hb 13.20; 1Pe 2.25; 5.4). Não é sem propósito que, na narrativa histórica e global das Escrituras, os pastores fossem os primeiros a testemunhar, in loco, o nascimento do Salvador, bem como os porta-vozes humanos do anúncio e da confirmação a José e Maria, em especial, da identidade do recém- nascido, o Emanuel (Mt 1.23). II. UM ANJO DO SENHOR E A MULTIDÃO DE ANJOS (LC 2.9–15) 1. A NOITE SEGUIA TRANQUILA Nenhum ladrão, urso ou fera estava atacando as ovelhas. Os pastores curtiam a calmaria da noite, quando de repente, do nada, aparece um anjo do Senhor. Não tem como não levar um susto e ficar amedrontado. Era um evento incomum e improvável àqueles anônimos pastores. Porém, a vida deles tomou novo rumo e relevância sem igual. Deus usa pessoas simples, porém submissas, para realizarem Sua obra e dar a elas ressignificação de vida. Deus pode nos surpreender, de repente. 2. UM ANJO DO SENHOR Em Lucas 2.9, não há uma identificação específica do anjo, nem o próprio se identifica, como em Lucas 1.18–19,26, porém, a aparição desse “um anjo do Senhor” é consubstanciada da glória do Senhor (Lc 2.9) e posteriormente auxiliado por “uma multidão do exército celestial” (v.13) que aparece subitamente, autenticando, dando ainda mais brilho ao anúncio do anjo. Essa milícia celestial louva a glória de Deus e Sua soberania no céu e na terra, e anuncia a shalom aos homens; contrapondo a questionável “glória, poder e paz” do imperador romano César Augusto (Lc 2.1). 3. UMA MULTIDÃO DE ANJOS Certamente os pastores entenderam as mensagens “angelicais” do Senhor, apesar do susto e do temor (Lc 2.9–12). Afinal, esse era um fato aguardado na história humana: o nascimento do Redentor, o Filho da promessa, o Deus homem. A missão dos anjos fora cumprida com honras e glórias ao Criador. Cabia aos humildes pastores fazerem a parte deles, e eles não titubearam nem procrastinaram (v.16). DESAFIO PARA HOJE Você tem seguido o exemplo dos humildes pastores e compartilhado as boas-novas de salvação em Cristo, nosso Redentor? III. JOSÉ, MARIA, O MENINO JESUS E AS PESSOAS QUE OUVIRAM (LC 2.16–20) 1. OS PLANOS DE DEUS NÃO SÃO FRUSTRADOS NEM SUA PALAVRA VOLTA VAZIA (JÓ 42.2; IS 55.11) Há uma perfeita harmonia entre o que Deus fala, anuncia e o que acontece como resultado da revelação de Sua Palavra. Aqui não poderia ser diferente. Os pastores obedeceram a todas as etapas das orientações anunciadas pelo Senhor (Lc 2.15). a. Eles foram (v.15–16) – Ir é uma ordem geral do Senhor aos filhos da obediência (Mt 28.19–20). b. Eles encontraram (v.16b–17a) – Lucas descreveu os fatos, para a edificação dos que creem nas descrições da palavra do Senhor (Jo 5.39). c. Eles divulgaram (v.17), relataram amplamente as mensagens recebidas (v.17) – foram fiéis ao transmitir exatamente o que ouviram e viram da parte do Senhor. 2. “A TODA AÇÃO HÁ SEMPRE UMA REAÇÃO” (ISAAC NEWTON) Pegando carona, em parte, na terceira lei do físico inglês, Isaac Newton, nos três últimos versículos, Lucas narra as seguintes reações: a. os ouvintes dos pastores ficaram admirados, maravilhados (v. 18); b. a jovem Maria que acabara de dar à luz guardou no coração todas as palavras para sua meditação e conforto (v.19); c. os pastores não poderiam ter tido privilégio maior na vida e reação condizente com os fatos testemunhados (v.20). DESAFIO PARA HOJE Sendo você escolhido de Deus, não se ausente de ouvir Sua Palavra (Rm 10.17) e não negligencie a vocação a que foi chamado (Ef 4.1). CONCLUSÃO Segundo comentaristas bíblicos, essa narrativa provavelmente Lucas ouvira nos relatos da própria Maria, por volta do ano 60 d.C. Isso se harmoniza com tudo das Escrituras Sagradas e é parte direta na progressão da revelação de Deus ao longo da história humana. Escolher humildes pastores de ovelhas para uma tarefa tão nobre, a priori, aos olhos críticos dos homens, não parecia ser uma boa escolha. No entanto, o que vemos é que Deus nunca falha em Suas escolhas e eleição. VERSÍCULO-CHAVE “Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.” Lc 2.26 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você verá que Simeão esperava a vinda de Jesus, pois o Espírito Santo havia lhe revelado que não morreria antes de ver o Cristo. E, agora, confiantemente, nós devemos esperar a Sua volta. LEITURA DA SEMANA SEG: Lc 1.1–38 QUI: Lc 2.8–20 TER: Lc 1.39–80 SEX: Lc 2.21 DOM: Lc 2.25–35 QUA: Lc 2.1–7 SÁB: Lc 2.22–24 Jesus nasceu, trazendo alegria não apenas a sua família, mas a toda a humanidade (Lc 2.10-11); foi circuncidado ao oitavo dia de vida, conforme determina a Lei (Gn 17.12; Lv 12.3). Trinta e dois dias depois, José e Maria foram ao templo, em Jerusalém, para sacrificar e, nessa cerimônia, apresentar ao Senhor o seu primogênito, como mandava a lei (Êx 13.2,12; Lv 12.6-8). É nesse contexto que Lucas relata a grande expectativa de um idoso chamado Simeão. Sua vida, seu grande anseio suprido e sua certeza de missão cumprida inspiram todos os cristãos a terminarem bem e aguardarem a volta de Cristo. A história de Simeão é narrada somente no Evangelho de Lucas (Lc ٢.٢٥-٣٥). Ele foi um ancião temente a Deus que visitou o templo quando Jesus estava sendo apresentado ao Senhor, e assim apresentou o menino Jesus ao mundo com palavras de gratidão pessoal e de profecia. Simeão é desconhecido por muitos, mas não por Deus, que o conhecia bem! Vamos saber um pouco mais sobre ele. I. O CARÁTER DE CONFIANÇA DE SIMEÃO (LC 2.25-27) Simeão era justo, piedoso, judeu autêntico que amava a Deus e confiava na promessa de que o Cristo viria. O Espírito Santo estava sobre ele e lhe revelou que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Essa era a sua esperança! (Gn 49.18) O significado do nome Simeão advém da raiz hebraica Shemá, que significa “ele ouviu”. Simeão cresceu ouvindo que o Salvador viria, e essa confiança inegociável nutriu toda a sua vida (Is 25.9). Ele aguardava a consolação de Israel, a vinda da criança que salvaria o povo de seu pecado (Is 40.1; 49.13; 52.9). Essa era uma das orações tradicionais judaicas que dizia: “Que eu veja a consolação de Israel!” (Kistemaker). E Simeão alcançou a dádiva de ter a sua oração respondida! Ele foi impulsionado pelo Espírito Santo a ir ao templo. Lá estavam José e Maria com o menino Jesus nos braços (Is 7.14). Simeão apresentou o bebê diante de Deus conforme a lei ordenava. Testemunhou a concretização palpável da vinda de Jesus (1Jo 1.1). Ali estava Quem Ele tanto aguardava. O Espírito Santo cumpriu a promessa de que Simeão “não morreria antes de ver o Cristodo Senhor” (v.26). Simeão estava realizado e em paz! Esse deveria ser também o sentimento de todo aquele que tem fé viva em Cristo e O encontrou. DESAFIO PARA HOJE Se esperamos em Deus, seja na juventude ou com idade avançada, podemos colher frutos de uma vida nutrida diariamente pela confiança no Senhor. Pessoas com o caráter como o de Simeão são recompensadas ainda em vida e no porvir a vida eterna. Como tem sido o seu caráter cristão? Observe as características desse homem e identifique em quais precisa se aperfeiçoar! II. O CÂNTICO DE LOUVOR DE SIMEÃO (LC 2.28-33) Esse cântico é conhecido como Nunc Dimittis, uma expressão da tradução da Vulgata, e expressa as duas primeiras palavras de seu cântico, quando Simeão pegou o bebê nos braços e O apresentou a Deus. “Ainda hoje o Cântico de Simeão é encontrado em ofícios litúrgicos” (Houston). Tal termo retrata o momento em que Simeão vivenciara: “Agora despedes!” Ele estava se despedindo com louvor desta vida! Simeão reconheceu a Soberania de Deus como Senhor Absoluto e usou a linguagem que o escravo usa ao pedir sua liberdade, pois a palavra para Senhor (déspota) implica a ideia de um líder absoluto, como um senhor de escravos (Wiersbe). Assim como o escravo anseia pela liberdade, Simeão estava liberto do que o prendia a essa vida. Ele viu o Messias! Simeão estava feliz, porque, com os próprios olhos, viu no bebê que tinha em seus braços a salvação de Deus. No entanto, depois, sua oração tomou novo rumo (v.31-32). “O que começou como uma autêntica cerimônia judaica, agora estava ultrapassando fronteiras e envolvendo todas as nações.” (Houston) O Messias estende a sua salvação a todos os povos! (Sl 96.3; Is 52.10) “Essa salvação não era só para os judeus. Era para ser, como profetizara Isaías, uma luz para revelar a vontade de Deus aos gentios (Is 42.6)” (Houston). Jesus é essa luz para todas as pessoas! (Is 9.2; 49.6; 60.1-4) É a Luz do mundo (Jo 8.12). A luz de Cristo também iria trazer glória ao povo de Israel (Lc 1.68), mas parte dessa glória seria o alcance universal da salvação (At 13.47; 26.23). Jesus ilumina o caminho daqueles que estão em trevas, caminhando para a morte (Is 60.19; Mt 4.16). José e Maria ficaram admirados com a linda oração, palavras ditas ao Senhor que glorificam o Seu nome por meio do Seu povo e estendem a salvação aos perdidos. DESAFIO PARA HOJE Enquanto espera a volta de Cristo, quais seriam os maiores motivos pelos quais você tem cantado ao Senhor? Você tem louvado a Jesus por tão grande salvação? Assim como Simeão, em Jesus, o nosso Salvador, temos motivos para louvá-Lo durante a vida toda! III. AS PALAVRAS BENDITAS E TEMIDAS DE SIMEÃO (LC 2.34-35) Simeão foi abençoado e abençoava também. Ele invocou a bênção de Deus sobre Maria e José. Diversas vezes, ele ouviu o Espírito Santo, agora era a sua vez de falar e estava sendo usado para profetizar a missão do Filho do Homem (Is 8.13-15). O Messias seria “a pedra rejeitada” (Sl 118.22; Lc 20.17-18; At 4.11- 12) e pedra de tropeço para Israel (Is 8.14; Rm 9.32). Por causa de Jesus, muitos seriam derrubados ao ser convencidos de seus pecados e, depois, seriam levantados pela salvação. Ainda hoje, a cruz é tropeço para o povo de Israel (1Co 1.23), que não entende que Jesus é sua Rocha (1Pe 2.1-10). O plano de Deus é o de oferecer salvação a todos os povos. As pessoas iriam aceitá-la com alegria ou rejeitá-la completamente. Não pode haver neutralidade com respeito a Jesus: ou nos rendemos ou estamos em guerra com Ele. E o orgulho do homem o impede de fazer essa rendição. Até hoje, a humanidade se divide diante de Jesus. As pessoas têm que decidir: Jesus é a pedra de tropeço ou a pedra angular? (Rm 9.33; Ef 2.20; 1Pe 2.7) “A cruz, que aparentemente foi ruína, na verdade, foi a manifestação da exaltação da glória de Deus para a salvação dos que creem. O sofrimento de Jesus na cruz foi o Seu triunfo da obra redentora” (Houston). Enfim, as palavras de Simeão preanunciadas do sofrimento de Jesus seriam tristeza para sua mãe, como uma espada atravessando-a (Jo 19.25). DESAFIO PARA HOJE Quantas pessoas precisam ouvir palavras abençoadoras! Pessoas a quem desejamos não verem a morte antes que vejam a Cristo. O que estou fazendo para que outros olhos vejam a luz de Cristo brilhando por meu intermédio? CONCLUSÃO Nós, cristãos, aguardamos a vinda do Messias, que nos levará para morarmos eternamente com Ele. Que nossa espera seja tão confiante como a de Simeão que foi recompensado! Enquanto peregrinamos nesta terra, vamos deixar o Espírito Santo de Deus falar aos nossos ouvidos e instruir-nos na Verdade. E assim, sermos moldados pelo caráter de Cristo e instrumentos Dele para abençoar a vida daqueles que estão à nossa volta, levando-os a contemplarem a esperança da volta do Senhor. Simeão estava pronto para morrer! E você? O que você espera? O que nutre o seu coração manhã após manhã? Espera a volta de Jesus? Como está a sua confiança de que será recompensado por essa espera? O que ainda é necessário para que, como servo(a) do Senhor, você possa partir em paz? VERSÍCULO-CHAVE “Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá- lo.” Mt 2.1–2 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você vai se empolgar com a reação dos magos ao encontrarem o menino, que O adoraram e entregaram presentes, simbolizando a alegria com a vinda do Rei dos reis. LEITURA DA SEMANA SEG: Gn 15.5 QUI: Is 45.12 TER: Gn 49.10 SEX: Mq 5.2 DOM: Ap 22.16 QUA: Nm 24.17–19 SÁB: Mt 2.9–10 SUGESTÃO: Observe uma Carta Celeste (você pode encontrar uma emhttp://planeta.rio/cartas-celestes/). As cartas celestes eram usadas por viajantes como guia (uma espécie de GPS primitivo) para os grandes deslocamentos que eram feitos antigamente. Desde os tempos mais antigos, olhar para o céu estrelado é algo que fascina os homens. Na noite escura, quando as lâmpadas ainda não existiam e os arranha-céus não bloqueavam a visão do céu noturno, as estrelas mais brilhantes iluminavam a terra e serviam de guias para os desbravadores em mares desconhecidos. Não havia diferença entre astrologia e astronomia. Aqueles que estudavam os céus eram considerados sábios, e no Oriente eram chamados de magos. No livro de Daniel, por exemplo, encontramos os astrólogos, homens que estudavam os céus, entre os conselheiros do rei (Dn 5.7), indicando a importância deles na corte, sendo considerados sábios (Dn 5.8) cuja voz deveria ser ouvida por todos, incluindo a realeza. É de um grupo de sábios como esses que os personagens mais misteriosos da história do Advento surgem: os magos do Oriente. O número de presentes que trazem para o menino e a tradição da igreja desde o século V d.C. indica que eram três, mas a Bíblia não confirma o número, assim como o título “reis” é dado apenas como uma interpretação da profecia de Isaías de que os reis viriam a Israel contemplar o seu resplendor (Is 60.3). Esses homens misteriosos têm muito a nos ensinar. I. OS MAGOS DO ORIENTE E O SENHOR DAS ESTRELAS (MT 2.2) Os magos foram provavelmente da Pérsia, onde a astrologia era prática comum e bem desenvolvida. Ao chegarem a Jerusalém, procuraram pelo rei Herodes, o tetrarca da Judeia, e lhe perguntaram: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mt 2.2). A pergunta era estranha porque os magos não eram judeus, e a esperança messiânica era algo que o estrangeiro provavelmente não teria. No entanto, esses homens eram sábios e, certamente, tiveram contato com as Escrituras judaicas, nas quais as profecias acerca de um Rei vindouro incluíam o aparecimento de uma estrela (Nm 24.17): “Eu o vejo, porém não agora; eu o contemplo, mas não de perto. Uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete.” Eles compreenderam que um evento astronômicoindicaria a chegada desse Rei poderoso. De fato, essa parecia ser uma crença geral no Oriente da época. Suetônio, historiador do primeiro século, afirma: “Tinha-se espalhado por todo o Oriente uma crença antiga, mas bem estabelecida, de que estava destinado nesse tempo que um homem vindo da Judeia governaria o mundo” (Vida de Vespasiano). Esperava-se um Rei supremo, e as estrelas indicariam sua chegada. Tal compreensão não seria estranha para um judeu, dado que no AT há vários textos afirmando que o Senhor é capaz de controlar as estrelas (Is 40.26), colocando-as como sinais para os eventos na história (Gn 1.14–16). A promessa dada a Abraão tem como testemunha o céu estrelado (Gn 15.5), e o Senhor demonstra, por meio do drama da redenção, como Ele mesmo é o Senhor das estrelas, aquele que controla todos os eventos astronômicos na grande máquina do universo. DESAFIO PARA HOJE Ao analisar a prática desses magos, reflita: como você tem se relacionado com a pesquisa científica e com o estudo acadêmico? Embora haja crença generalizada de que a ciência e a fé não devem se relacionar, esses sábios demonstram que, na prática científica, Deus também Se revela, demonstrando Seus propósitos pelo funcionamento da Criação e revelando Seus atributos por meio de Sua beleza (Sl 19.1; Rm 1.18–20). Todo cristão também deve se dedicar a estudar a natureza e a perceber o que Deus está revelando por meio dela. Deus nos deu dois livros: a Bíblia e a Natureza. Comece a lê-los juntos todos os dias! II. INCOMUM NOS CÉUS, EXTRAORDINÁRIO NA TERRA (MT 2.9) Um dos pontos mais interessantes na história dos magos é o evento astronômico que dá lugar à narrativa. Eles observaram uma estrela nova, que não estava nas cartas celestes que tinham, que jamais havia aparecido no céu e, mais que isso, estava guiando-os a um local totalmente desconhecido. Há diferentes hipóteses para explicar esse evento incomum. Alguns estudiosos sugerem a passagem de um cometa; outros apontam a ocorrência de uma supernova ou a conjunção de planetas capaz de gerar efeitos luminosos intensos. Uma coisa é clara: o Senhor planejou a encarnação de Seu Filho para que acontecesse no exato momento em que a “estrela de Belém” estivesse em seu ápice. É um evento especial e, certamente, miraculoso. Uma das hipóteses mais plausíveis para explicar a “estrela de Belém” é a conjunção entre os planetas Vênus e Júpiter, os dois planetas mais brilhantes do sistema solar. Quando eles passam por esse processo, a impressão de alguém que olha para o Ocidente (a Oeste de onde os magos estavam!) é a de que uma estrela muito maior e mais brilhante que as outras se formou diante de seus olhos. Esse evento aconteceu pela última vez em 2015, mas, segundo Fred Schaaf, editor da revista científica Sky & Telescope, esse mesmo evento astronômico aconteceu por volta dos anos 2 e 3 a.C. indicando, provavelmente, o fenômeno que os magos interpretaram como uma estrela. É interessante notar que essa é a mesma data que Pais da Igreja, como Irineu, Clemente, Tertuliano, Orígenes e Eusébio, atribuíram ao nascimento do Senhor. Certamente esse foi um evento astronômico incomum, mas o que acontecia na Terra naquele mesmo momento era absolutamente extraordinário. Nos céus, os planetas se alinhavam para apontar o caminho; na Terra, o próprio Deus Se tornava homem, o Senhor das estrelas se fazia bebê, cujo balbuciar comanda todo o Universo. Você consegue enxergar a beleza desse acontecimento? Os magos enfrentaram uma jornada severa através das paisagens hostis da Palestina a fim de contemplarem o Rei, o bebê nascido da Virgem, o Messias cuja estrela inundava o céu de luz. DESAFIO PARA HOJE E você? Entre todas as luzes do Natal, consegue observar o amor de Deus e a infinitude da graça de Cristo “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se...” (Fp 2.6–7 NVI) um bebê? III. ALEGRIA INDESCRITÍVEL PARA OS SÚDITOS DO REI (MT 2.10–11) Ao encontrarem o bebê, os magos experimentaram um sentimento poderoso: alegria(Mt 2.10). Eles viram ali, na humildade do Messias, a fonte eterna da alegria indizível encarnada entre os homens e O adoraram como o Rei por direito sobre todo o cosmos. O nascimento de Jesus é o início da alegria de Seu povo, que será consumada na Sua morte e ressurreição, e precisamos ter isso em mente a todo o tempo. A Doutrina da Encarnação deve ser para você mais que uma celebração anual em que você troca presentes, deve ser o motivo pelo qual você dobra os joelhos todos os dias, agradecendo ao Senhor pela Sua infinita condescendência em salvar pecadores como nós. Os magos, em seu júbilo pelo menino, ofereceram a Ele três presentes simbólicos (Mt 2.11): ouro para o Grande Rei, incenso para o Sumo Sacerdote e mirra para o Profeta Maior. Nesses presentes, o tríplice ofício de Cristo se torna claro: Ele governaria para sempre sobre o cosmos como Rei, ofereceria o sacrifício final como Sumo Sacerdote e traria o povo ao arrependimento como Profeta. Ele era o Messias prometido, a Consolação de Israel. Assim como os magos, precisamos compreender esses três papéis do Senhor Jesus e adorá-Lo pelas obras que tem feito em nossa vida. DESAFIO PARA HOJE Você O tem adorado com alegria indescritível como Profeta, Sacerdote e Rei? CONCLUSÃO Os magos do Oriente nos ensinam a olhar para os dois livros de Deus, a Natureza e asEscrituras, com assombro e expectativa, buscando perceber o que de Deus se revela em cada um deles, descobrindo para onde ir nesta jornada rumo ao lugar onde o Senhor nos aguarda para O adorarmos e experimentarmos a alegria indescritível que Ele tem separada para cada um de nós. Que você se espelhe nesses sábios e procure, na Revelação Divina, os caminhos para se tornar um adorador melhor, experimentando o júbilo da presença do Deus Encarnado, Jesus Cristo, o Messias de Israel! VERSÍCULO-CHAVE “Vendo-se iludido pelos magos, Herodes ficou muito furioso e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme as informações que havia recebido dos magos a respeito do tempo em que a estrela havia aparecido.” Mt 2.16 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você vai entender que, enquanto a soberba leva o homem a ter atitudes maléficas e a afastar-se de Deus, a confiança no Senhor traz ao homem paz, proteção e certeza de vitória. LEITURA DA SEMANA SEG: Êx ١.٦–22 QUI: Et 3.7–15 TER: Êx ٣.١–15 SEX: Et 6.1–14 DOM: Sl 131.1–3 QUA: Jr 31.10–17 SÁB: 1Jo 2.7–17 Deus é soberano (Sl 24.1). Mas Sua soberania não é opressora; no Seu senhorio, Ele age em favor dos homens, por meio da Sua graça e misericórdia: atributos vistos quando enviou Seu Filho, para que, por meio Dele, fossemos salvos e nos tornássemos Seus filhos (Jo 3.16; 1.12). No entanto, a sociedade está organizada e caracterizada sobre valores, desejos pecaminosos e egoístas (1Jo 5.19). Na época em que Jesus nasceu, a terra estava aflita e obscura. Ele veio para trazer a paz e a luz (Is 9.1–2). Entretanto, em meio àqueles que O glorificavam, Herodes destoava. Para melhor compreendermos a vida de Herodes, vamos dividir sua história em dois momentos. I. HERODES: ENCANTADO PELO MUNDO 1. SUA ORIGEM OPORTUNISTA Herodes não era prenome de uma pessoa, e sim de uma família. Pertencia às gerações da dinastia dos Herodes, reis idumeus que governaram a Palestina de 37 a.C. até 70 d.C. A linhagem dos Herodes surgiu quando Antípater, idumeu grosseiro que ganhava o pão pela espada, se aliou à Roma e, em defesa da causa de César, ajudou a derrotar e destronar os macabeus, família liderada por Judas, que lutava pela restauração e independência de Israel. Na ocasião, César honrou Antípater, tornando-o cidadão romano e nomeando-o procurador da Judeia. 2. SEU INÍCIO VITORIOSO O Herodes da época do nascimento de Cristo, filho de Antípater, foi nomeado rei por indicação de Roma. Superando grande oposição que o país levantou contra ele, tomou posse do reino em 37 a.C. Era chamado
Compartilhar