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Pitiose

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Pitiose 
 
Ferida da moda; Mal dos pântanos; 
Câncer dos pântanos; Ferida brava. 
É uma doença crônica 
granulomatosa, pruriginosa e de 
progressão rápida causada pelo 
oomiceto Pythium insidiosum. 
NÃO É UM FUNGO! É um oomiceto. 
Ocorre em áreas tropicais, 
subtropicais ou temperadas durante 
ou após as épocas de chuvas, em que 
as águas de rios/lagos estão 
“quentinhas” (30 - 40ºC). 
O Pantanal é o local de maior 
frequência no mundo. 
Acomete principalmente equinos. 
Mas pode infectar caninos, 
bovinos, felinos, pássaros, 
ovinos, silvestres e humanos. 
É facilmente confundida com 
Habronemose, por conta das lesões. 
 
A infecção pode ocorrer na forma 
cutânea, vascular, ocular, 
gastrointestinal e sistêmica. 
A infecção não é contagiosa, não há 
relatos de transmissão animal-
animal ou animal-humana. 
 
 
O Pythium insidiosum pertence ao 
filo Oomycota. Portanto, não é 
considerado um fungo. É um patógeno 
de mamíferos e plantas aquáticas. 
Esses oomicetos caracterizam-se 
pela produção de zoósporos 
biflagelados (rep. assexuada), 
sendo essa a forma INFECTANTE, 
livre e móvel que está presente na 
água contaminada. Além disso, 
podem infectar algas. 
Possuem parede celular composta de 
β-glucanos, celulose e 
hidroxipolina. 
Os zoósporos fazem quimiotaxia 
(possuem tropismo) por pelos, pele 
e tecidos danificados (soluções de 
continuidade), orifícios e mucosas 
(intestinal - reto). 
Além disso, os zoósporos possuem 
uma glicoproteína de adesão que 
possibilita a adesão destes aos 
tecidos do hospedeiro. 
As condições ambientais são 
fundamentais para o 
desenvolvimento do organismo no 
meio ambiente. Para a produção de 
zoósporos são necessárias 
temperaturas entre 30 e 40ºC e o 
acúmulo de água em banhados e 
lagoas. Por esse motivo, a maioria 
INTRODUÇÃO 
PYTHIUM INSIDIOSUM 
INFECÇÃO 
 
As lesões são DIFERENTES 
dependendo da espécie acometida 
dos casos de pitiose são observados 
durante ou após a estação chuvosa. 
 
Acúmulo de água; Altas temperatura 
e umidade; Feridas ou soluções de 
continuidade em contato com a água 
contaminada. 
 
Os tecidos mais afetados são 
aqueles que o animal entra em maior 
contato com a água, desde que estes 
possuam uma ferida ou solução de 
continuidade mesmo que muito 
pequena. 
Membros torácicos e pélvicos 
(principalmente a porção distal); 
região ventral; cabeça. 
A contaminação pode ocorrer também 
pela ingestão de água contamina, 
seja ela de lagoas ou do próprio 
bebedouro (algas contaminadas). 
Depois de instalada a lesão, o 
animal contaminado contamina 
continuamente a água do bebedouro 
com facilidade → Lesão de palato. 
 
 
 
Os zoósporos penetram e colonizam 
o tecido do hospedeiro, produzindo 
um crescimento invasivo no tecido 
e com secreção de proteases. 
As proteases secretadas induzem a 
proteólise do tecido (digestão) e, 
como consequência, a formação de 
lesões circulares, irregulares com 
processo inflamatório. As lesões 
evoluem formando um piogranuloma 
eosinofílico que progride para um 
piogranuloma necrótico, que é uma 
massa necrótica denominada de 
KUNKER (só em equinos). 
 
 
Se a ferida não for tratada, o 
kunker pode desprender-se do 
tecido do hospedeiro e cair 
novamente na água, reiniciando o 
ciclo! 
FATORES DE RISCO 
TECIDOS MAIS AFETADOS 
PATOGENIA 
 
Ainda, se a doença progredir muito 
e chegar à cronicidade, pode 
acometer os ossos. 
 
Devido a coceira que a ferida 
provoca (pruriginosa), o animal 
fica suscetível a infecções 
secundárias, pois a ferida fica 
aberta à medida que o animal coça 
e se automutila. 
 
 
A pitiose em cães é muito insidiosa 
e potencialmente fatal. 
Podem apresentar tecidos 
granulomatosos ulcerados e, 
geralmente, a infecção ocorre na 
forma gastrointestinal devido a 
ingestão de água contaminada. 
 
 
 
O diagnóstico depende muito do 
acesso que se tem a exames 
laboratoriais. Se não houver 
acesso, pode-se fazer por 
diagnóstico diferencial. 
As doenças a serem consideradas no 
diferencial são: PITIOSE, 
HABRONEMOSE e SARCOIDE. 
A Habronemose é diferencial pois 
também produz o KUNKER no equino. 
Nesse caso, como a Habronemose é 
causada por um nematelminto a forma 
mais “comum” de fazer o diferencial 
é administrando vermífugos. 
Após a vermifugação, se a ferida 
reincidir é um caso de Pitiose. 
Sarcoide equino é causado por um 
papiloma vírus e, geralmente, 
produz lesões em região ocular e 
face. 
Habronemose é causada por um 
nematoide que é vetorizado por 
moscas, produz lesões muito 
parecidas com a Pitiose (KUNKER). 
O tratamento é feito com vermífugo 
+ remoção cirúrgica da lesão. Na 
histologia, não se observam hifas. 
 
É uma associação de: evidências 
epidemiológicas + sinais clínicos 
+ dados laboratoriais. 
EM CÃES 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
DIAGNÓSTICO 
 
Avalia-se as evidências 
epidemiológicas → Estudar o 
ambiente que o animal está, 
observar temperatura, umidade, 
presença de acúmulo de água, 
observar a qualidade da água do 
bebedouro e do bebedouro, presença 
de outros animais doentes. 
Observa-se se os sinais clínicos 
condizem com o curso da doença. 
Quando aos dados laboratoriais: 
Coleta a amostra da lesão → Faz o 
isolamento em meio de cultivo 
apropriado até o crescimento das 
hifas → Faz coloração GMS para 
observação das hifas em 
microscopia. 
Na histologia é possível observar 
presença de infiltrado 
inflamatório piogranulomatoso 
composto por eosinófilos e 
associado a células gigantes 
multinucleadas. 
O teste ELISA é altamente eficaz e 
possui boa especificidade → Usado 
para humanos, equinos, caninos e 
bovinos. 
 
Equinos: Exérese cirúrgica da 
ferida com margem + Solução de 
iodeto de potássio (55 mg/kg) em 
suspensão com óleo vegetal, VO, por 
um período de até 2 semanas APÓS a 
cura COMPLETA das lesões. 
Após a exérese cirúrgica, deve-se 
tratar a ferida como ferida aberta. 
 
Existe a vacina para Pitiose apenas 
para equinos. Contudo, não é muito 
utilizada. 
A vacina tem uso profilático e 
terapêutico, ou seja, pode ser 
usada para o tratamento. 
São 3 doses. 
TRATAMENTO 
PITIUM-VAC

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