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Trauma torácico - Coração e Grandes vasos __________________________________________________ INTRODUÇÃO - Importância do trauma torácico: • Alta incidência • Risco de infecção • Associação de traumas __________________________________________________ Classificação - Trauma Torácico: • Trauma cardíaco • Trauma pericárdico • Trauma de grandes vasos • Traumas associados (politrauma) - Trauma Cardiovascular: • Ferimentos ou contusões • Abertos ou fechados __________________________________________________ Área de Exposição do Agente traumático - Áreas de exposição: • Ventrículo direito = 55% • Ventrículo esquerdo = 20% • Átrio direito = 10% (difícil tratamento e muitas vezes fatal) • Grandes vasos da base = 15% - A parede do átrio é de manipulação mais difícil - É possível colocar sonda de Folley no local do ferimento para aguardar cirurgia - É possível realizar um bypass externa na cava __________________________________________________ Traumas Cardíacos Fechados (contusões) - Características: • Impacto na região precordial por ocasião de desaceleração abrupta • Compressão do coração cheio de sangue entre o esterno e a coluna vertebral • Aumenta subitamente a pressão interna nas cavidades cardíacas nas compressões abdominais abruptas com a glote fechada • Lesão direta de um fragmento costal ou esternal sobre a superfície cardíaca - Quadro Clínico: • Palidez, sudorese, dor precordial, vômitos e hipotensão (estímulo do simpático para fazer vasoconstrição e preservar os órgãos; estado de pré-choque) - Asfixia traumática: • Individuo pletórico, azulado, petéquias no dorso e região cervical • Ocorre em soterramentos, quedas de grandes alturas • O principal problema é o edema cerebral (refluxo sanguíneo pela VCS) - Exames Complementares: • ECG com alterações compatíveis com IAM • Laboratorial com alteração da enzima cardíaca • Anatomopatologia: lesão subendocárdica com hemorragia e sinais de isquemia e/ou necrose - Complicações: • IAM com repercussão hemodinâmica (insuficiência cardíaca ou descompensado) • CIV pós trauma • Pseudoaneurismas ou aneurismas ventriculares • Insuficiência valvar (mitral ou aórtica) • Tamponamento cardíaco (coleção dentro do pericárdio, restringindo o batimento cardíaco): • Tríade de Beck: abafamento de bulhas, ingurgitamento de jugular e aumento da pressão venosa central - Tratamento das Complicações: • Conduta agressiva: • Punção pericárdica: confirma o diagnóstico e faz a descompressão do coração (tratamento heroico inicial) até preparar o CC • Reposição volêmica e equilíbrio hidroeletrolítico • Drogas inotrópicas e vasoativas (anticoagulante é uma droga contraindicada) • Toracotomia - sutura de lesão de miocárdio • Janela pericardica: abertura pericardica contra lateral, abaixo do processo xifoide __________________________________________________ Traumas Cardíacos Abertos (lesão primária do pericárdio e coração) - Agentes traumáticos: • Arma branca • Arma de fogo • Projéteis: • Somente retiradas quando estiver próximo a vasos e estiver pulsando, ou em casos de hemoptise (quando pega brônquios) • Quando a bala entra em alta velocidade e alta temperatura ela forma ao redor de si uma cápsula fibrosa que a isola do resto do pulmão • A tentativa de retirar a bala pode causar mais lesão do parênquima pulmonar • Lacerações cardíacas por fragmentos costais fraturados • Perfurações por cateteres • Infiltrações miocárdicas por contraste - Quadro clínico: • Depende da localização e trajeto do agente: precórdio, fúrcula, epigástrio • Evolução: sobrevivem em estado de choque hemorrágico • Tamponamento cardíaco • Na dúvida - punção pericardica diagnostica e fazer descompressão cardíaca - Tratamento: • Tratamento da ferida cardíaca ou pericárdio • Intervenção cirúrgica e cardiorrafia • Tamponamento cardíaco: punção pericardica descompressiva __________________________________________________ Traumas dos Grandes vasos - Introdução: • São lesões de máxima gravidade e urgência • Contusões = trauma fechado • Ferimentos = trauma aberto - Causas: • Acidentes automobilísticos • Quedas de grandes alturas • Trauma sobre precórdio • Soterramento • Ferimentos cortocontusos com lesão direta penetrante • Pisoteamento - Localização: • Trauma fechado: • Aorta ascendente • Istmo da aorta descendente • Desinserção dos vasos da base • Desinserção dos vasos da base da crossa da aorta • Trauma aberto: • Aorta torácica e ramos (empalhamento) • Fístulas arterio-venosas • Fístulas aorto-cavitárias (pleural, traqueal e esofágica) - Quadro Clínico: • Choque hemorrágico de maior gravidade • A maioria não chega vivo no hospital • Em casos de estabilidade hemodinâmica fazer estudo angiográfico para planejamento operatório • Contusões - diagnóstico de rotura em dois tempos • Transsecção aórtica: síndrome da pseudocoarctação da aorta - Tratamento: • O tratamento é sempre cirúrgico • Depende do sítio acometido: • Aorta descendente: • Toracotomia póstero lateral esquerda com abertura no 5º EIC • Ferimento linear: pinçamento lateral e sutura vascular • Secção parcial ou total da aorta tamponada por hematoma: desvios circulatórios que permitam mais segurança (bypass de aorta torácica) • O pinçamento total pode levar a isquemia renal, mesenterica ou medular • Derivações: AE - artéria femoral, aorta - aorta com tubo de plástico ou subclávia (temporário), alguns autores preconizam 30 minutos para não gerar problemas no pinçamento • Aorta ascendente: • Toracotomia mediana longitudinal transesternal • Ferimento linear: sutura e hemostasia • Laceração periadventicea com hematoma organizado e falso aneurisma • Interposição com tubos com circulação extracorpórea e retorno pela femoral comum • Crossa da aorta: • Toracotomia mediana com circulação extracorpórea com hipotermia sistêmica e canulação seletiva dar artérias carótidas se necessário __________________________________________________ Hemotórax Traumático - Introdução: • É o acúmulo de sangue na cavidade pleural devido a ferimentos penetrantes ou não - Classificação: • De acordo com o volume: • Pequeno < 400ml • Médio 500-1000ml • Grande > 1000ml • De acordo com o estudo radiológico: • Pequeno: não ultrapassa seio costofrênico • Médio: ocupa 1/3 do volume do hemotórax lesado • Grande: ocupa mais de 1/3 - Quadro Clínico: • Derrame pleural pós-trauma, dispneia, dor torácica, queda da PVC e PAE, macicez ou submacicez, egofonia • História de trauma direto ou indireto. • Necessita de exames complementares - Conduta: • Pequenos assintomáticos: • Velamento da base e derrame subpulmonar • Pequenos sintomáticos: • Contusão, fraturas, hematoma pulmonar • Médios: • Punções com toracocentese, drenagem fechada precedida de punção, repercussão clínica após drenagem expectante ou toracotomia exploradora, no ato da drenagem pode ser feita toracoscopia • Controlar até a re-expansão do pulmão • Grandes: • Drenagem imediata com observação e reposição do líquido drenado, controle da drenagem com vista ao hemotórax progressivo ou hipertensivo (toracotomia exploradora) • Pode ser feito toracoscopia para melhor avaliação e indicação da toracotomia • Controlar a re-expansão e lesões associadas • Coagulado: • Evacuação precoce por toracotomia ampla, corrigir lesões intra-torácicas (lacerações, fístulas brônquicas e do esôfago) • A coagulectomia precoce evita alterações de coagulação (síndrome do coágulo) e a decorticação pulmonar (cirurgia maior) • OBS: • O tratamento definitivo não deve ser só por punção, salvo em casos de hemotórax pequeno ou não coagulado • Deve ser feito punção explorativa de rotina antes das drenagens • A drenagem está indicada sempre que tiver pneumotórax associado, diagnóstico de hemotórax progressivo e para determinar com segurança a indicação de toracotomia exploradora • Conduta intervencionistapor toracotomia ampla —> hemotórax coagulado, residual (infecção) ou com sangramento persistente após a drenagem - Vantagens: • Restauração imediata da função cardio-respiratória • Impedimento da formação de compressões e desvios • Possibilidade de melhor observar a continuidade ou não de sangramento • Maior possibilidade de evitar o hemotórax coagulado • Evitar a infecção (empiema pleural)
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