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Contratos Mercantis e Civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Na exploração da atividade econômica a que se dedica, o empresário celebra diversos contratos, a ponto de COASE definir empresa como resultado de um feixe de contratos. ▪ No Brasil, após o Código Civil de 2002, podemos indicar quatro regimes jurídicos para os contratos: (a) o do direito civil (rege o contrato entre não empresários) e o direito comercial (rege o contrato entre os empresários) → CC/02; (b) direito do consumidor (rege o contrato entre o fornecedor e o consumidor) → CDC; (c) direito do trabalho (rege o contrato entre o empregador e o empregado) → CLT; (d) direito administrativo (rege as relações envolvendo o Poder Público) → Lei Licitações (Lei 8.666/93) 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis 2 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Atualmente, a aceleração do progresso tecnológico tem transformado radicalmente os métodos de gestão empresarial (Comparato, RT 389/1968) ▪ Eficiência produtiva pode ser alcançada com um melhor arranjo contratual? ▪ Qual a diferença entre contrato empresarial e contrato civil? O regime jurídico não é o mesmo? 3 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Rigor do Direito Civil x Vitalidade do Direito Comercial, sob o escopo do lucro; Tradição dos institutos civilísticos x a modernidade das trocas mercantis; ▪ Nem o contrato empresarial nem a empresa vivem na solidão, fechados e exauridos em si mesmos, mas pertencem, especialmente na nossa era, à unidade econômica e jurídica do mercado (Natalino Irti); 4 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ O mercado não é um lugar imaginário e abstrato, mas uma unidade jurídica, fundada no princípio do “pacta sunt servanda”; ▪ O “pacta sunt servanda” → caráter vinculante e imperativo do acordo → potencializa a garantia da calculabilidade (as partes contam com um curso previsível das coisas); 5 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ O contrato empresarial é reflexo da instituição jurídica da propriedade (compra-se, vende-se, financia-se, transporta-se ... bens) e, como tal, exerce uma função social e se coloca no centro da vida dos negócios (MESSINEO). ▪ Pelos contratos faz-se circular as riquezas, compra-se e vende-se, financia-se, segura-se, deposita-se, transfere-se bens etc (BULGARELLI, 1998, p. 25) 6 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ O Código Civil de 2002 afastou a dualidade de tratamento conferido aos contratos civil e comercial. Portanto, seria pertinente falar em Teoria Geral dos Contratos Empresariais? ▪ formalmente, não há uma diferença estrutural; ▪ porém, existem várias diferenças; 7 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ civil, é o negócio jurídico celebrado para obter o gozo de um bem em favor de um não empresário, enquanto o empresarial visa a obtenção de bens para o mercado; ▪ o negócio jurídico empresarial exige uma organização especializada e diferenciada, como também uma instrumentação técnica e, ainda, uma atividade criadora que não existe na vida civil comum; 8 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ as relações empresariais são reguladas tendo em vista uma atuação dinâmica (e não estática); originalidade do método na solução do problema; a extrema mobilidade do fenômeno regulado, decorrente das contínuas modificações, impõe técnicas próprias e diversas dos negócios da vida civil (Oscar Barreto Filho, 1969, p. 17-18). 9 1. Teoria Geral e diferenças entre contratos mercantis (empresariais) e civis Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 Considerações iniciais: Com a unificação das obrigações pelo Código Civil/2002, diminuiu o relevo prático mais evidente, diferentemente de outros ordenamentos como o francês, o alemão e o espanhol, que conservam tratamentos legislativos diversos para o direito dos contratos comerciais (Otávio Rodrigues Jr, 2016, p. 83). Síntese do princípios gerais dos contratos empresariais: (a) paridade das partes; (b) nível de intervenção judicial menor; e (c) prevalência da autonomia de vontade. 2. Contrato de venda e compra 10 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 Arts. 191 a 220 do Código Comercial de 1850 (revogados); Convenção de Viena de 1980, internalizada pelo Decreto 8.327/2014, e INCOTERMS, para as compras e vendas internacionais; Arts. 481 a 532 do Código Civil de 2002 (em vigor); Arts. 428 a 446 do PLS 487/2013 (novo Código Comercial – lege ferenda), que continuou adotando a terminologia “compra e venda mercantil”. Lei 13.874/2019 (Lei Liberdade Econômica) – arts. 113, 421 e 421-A do CC/02 2. Contrato de venda e compra Evolução do marco regulatório 11 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 3.1 – Compra e venda é o contrato em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir o domínio de coisa a outra (comprador), que por sua vez, se obriga a pagar à primeira o preço entre elas acertado. O Direito Comercial ocupa-se de uma das modalidades de compra e venda: a mercantil, também conhecida como comercial ou empresarial. 3.2 - A cadeia de circulação de mercadorias é uma sucessão de contratos de compra e venda mercantis. 3.3 - Não são mercantis os contratos de compra e venda situados fora da cadeia de circulação de mercadorias (compra e venda civil) ou no elo final da cadeia (compra e venda ao consumidor). Contrato de venda e compra Características 12 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 3.4 – Para ser mercantil e sujeitar-se à disciplina do antigo Código Comercial, devia atender a três requisitos: pelo menos o comprador deve ser comerciante (subjetivo), a coisa deve ser móvel ou semovente (objeto) e inserir-se na atividade de circulação de mercadorias (finalístico). É mercantil o contrato em que o objetivo do comprador é utilizar a coisa adquirida como insumo de sua atividade econômica, seja reintroduzindo-a na cadeia de circulações de riquezas, transformadas ou não, seja empregando-na produção ou circulação de outras mercadorias (Fábio Ulhoa Coelho, 2007, v. 3). 3.5 - Incluem-se entre as coisas suscetíveis de compra e venda mercantil a moeda, os valores mobiliários. Desse modo, o câmbio, a alienação de debêntures ou ações e a cessão de quotas sociais são espécies de gênero compra e venda mercantil. Seguindo uma tradição secular, a legislação brasileira afastou os imóveis das negociações mercantis (Fran Martins, 2017, p. 102). E a compra e venda de imóvel industrial? 13 Contrato de venda e compra Características Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 4.1 – CONSENTIMENTO (comum a todos os contratos). Vícios do consentimento (encontrados na própria declaração): (a) erro e a ignorância; (b) dolo; (c) coação. Vícios sociais (são os resultados obtidos com a declaração da vontade que prejudicam a parte): (a) estado de perigo; (b) lesão; (c) fraude; (d) simulação. 4.2 – COISA: O objeto da compra e venda mercantil é um bem móvel ou semovente (requisito objetivo). Mas não precisa ser presente, isto é, existente no momento da contratação. É, aliás, bastante corriqueiro que, ao tempo da celebração do contrato, a coisa ainda não exista ou, se existente, não seja ainda da propriedade do vendedor. Contrato de venda e compra – Elementos do contrato 14 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 4.3 – PREÇO: No sistema econômico fundado na livre iniciativa, como é o brasileiro, o princípio geral é o da liberdade de composição dospreços. O preço pode ser pago à vista ou a prazo, em função exclusivamente do contratado entre comprador e vendedor. Na primeira hipótese, convenciona-se que o dinheiro sai da propriedade do comprador e ingressa na do vendedor no ato do fechamento do contrato. Na venda aprazada, essa mudança patrimonial deve verificar-se em momento posterior ao contrato, como no dia da tradição (contra entrega) ou no dia 15 do mês imediatamente seguinte ao do contrato (15 dias fora o mês). Também é a prazo o pagamento contratado para ser feito em parcelas periódicas (ato, 30, 60 e 90 dias) e poderá resultar na emissão de duplicatas mercantis. 15 Contrato de venda e compra – Elementos do contrato Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6.1 – típico (obrigações previstas no CC/02); 6.2 – consensual (simples manifestação de vontade); 6.3 – bilateral (obrigação do vendedor transferir a coisa e do comprador pagar o preço); 6.4 – oneroso (intuito especulativo com paga pelo bem; não é benéfico); 6.5 – comutativo (objeto certo e definitivo na contratação), muito embora possa assumir caráter aleatório (venda de coisas incertas ou futuras); 6.6 – sinalagmático (equilíbrio nas trocas, equivalência patrimonial dos objetos, equilíbrio dos ônus e bônus dos contratantes). Contrato de venda e compra empresarial 6 – Classificação 16 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7.1 – As obrigações do vendedor são: a) transferir o domínio da coisa objeto de contrato; a tradição (entendida como o ato ou fato que tem o sentido jurídico de excluir o bem móvel do patrimônio do vendedor e incluí-lo no do comprador) é importante para mensurar os direitos e deveres dos contratantes; até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por contra do comprador (art. 492, CC/02); b) responder por vícios; apresentando-se a coisa inapta ao uso que o comprador legitimamente poderia esperar, por deficiência na qualidade ou quantidade, configura-se o vício; c) responder por evicção (perda do bem adquirido pelo comprador em razão de reconhecimento judicial da titularidade dela a terceiros). Contrato de venda e compra empresarial 7 – Obrigações dos contratantes 17 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7.2 – São obrigações do comprador: (a) a principal obrigação é pagar o preço no local, montante e prazo estipulados com o vendedor; não sendo a venda a prazo, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço (art. 491, CC/02); (b) custear a tradição da coisa, se outro não tiver sido o trato; (c) receber a coisa adquirida no tempo, lugar e modo contratado. Contrato de venda e compra empresarial 7 – Obrigações dos contratantes 18 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Factoring é resultado da criatividade posta a serviço da circulação da riqueza (adaptação Bulgarelli para novos tipos de negócios) ▪ Representa uma técnica financeira (financiamento) e de gestão comercial (gestão de crédito e clientes do faturizado) (Hagstrom, Fran Martins) 3. Factoring - Conceito 19 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Factoring é um contrato bancário atípico (Orlando Gomes); é um contrato bancário impróprio (Fábio Ulhoa Coelho) ▪ Representa uma técnica financeira (financiamento) e de gestão comercial (gestão de crédito e clientes do faturizado) (Hagstrom, Fran Martins) 3. Factoring - Conceito 20 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ O factoring é uma atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, de gestão de crédito, de seleção de riscos, de administração de contas a pagar e receber, e de compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (art. 28, 1º, c.4, Lei 8.981/95 – base de cálculo do IR) 21 3. Factoring - Conceito Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Consensual, bilateral, oneroso e comutativo; ▪ Adesão, atípico, nominado e interempresarial; ▪ De trato sucessivo ou execução continuada; ▪ Contrato quadro (contrato mãe + aditivos = normativo + fonte imediata de obrigações) ▪ Colaboração (parceria e não apenas uma simples entrega de dinheiro em troca de crédito. Será?) 3. Factoring - Classificação 22 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Circulares BACEN 703/1982 e 1.359/1988 ▪ Instrução Normativa DRC 16/1986 ▪ Lei 8.981/95, art. 28, § 1º, c.4 (base IR factoring) ▪ Lei 9.532/97 (IOF sobre factoring) ▪ LC 116/03 (ISSQN sobre factoring) ▪ Lei 9.613/98 (COAF) ▪ Resolução COAF 21/2012 (factoring) 3. Factoring - Legislação 23 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ IOF (ADI 1763/DF de 1988): ▪ Ives Gandra Martins e Paulo de Barros Carvalho contestam o IOF ▪ STF, por unanimidade, entendeu constitucional a incidência do IOF sobre operação de factoring (Rel. Min. Toffoli, j. 16.06.2020). 3. Factoring - Jurisprudência 24 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Questão: Como se equipar e se modernizar sem imobilizar expressivos recursos próprios? → Solução passa pela organização jurídica privada (novo tipo contratual) → leasing ▪ Leasing: (a) fórmula engenhosa; (b) investimento amortizável com os próprios lucros; (c) locação com opção de compra; (d) movimento de separação entre a propriedade estática e a propriedade dinâmica (Comparato, RT 389/1968) 4. Leasing – Considerações iniciais 25 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Lei 6.099/1974 (âmbito tributário) e suas posteriores alterações; Lei 9.514/1997 (Sistema Financiamento Imobiliário); Lei 11.649/2008 (procedimento na operação de leasing de veículo) ▪ Resolução CMN 2.309/1996 (disciplina o arrendamento mercantil operacional); Resolução CMN 3.516/2007 (veda a cobrança de tarifa em liquidação antecipada e estabelece critérios para amortização ou liquidação) 4. Leasing – Marco Regulatório 26 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ LEGAL: Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta (art. 1º, par. único, Lei 6.099/74) ▪ DOUTRINA: O conceito legal não é completo, visto que se trata, na verdade, de uma relação contratual complexa, que envolve, dependendo do tipo de leasing, locação, promessa de compra e venda, operação de crédito e até opção de compra (WAISBERG, 2016) 4. Leasing – Conceito 27 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Locação? Mútuo? Compra e Venda? Contrato “Sui Generis”? Contrato complexo? Locação com opção de compra (Coelho, 2007)? ▪ O contrato de leasing apresenta-se assim como negócio jurídico complexo, e não simplesmente como coligação de negócios, visto que, não obstante a pluralidade de relações obrigacionais típicas que o compõem, apresenta-se funcionalmente uno, pois a causa do negócio é o financiamento. Dentre as relações obrigacionais típicas que compõem o leasing, predomina a figura da locação de coisa, muito embora a existência de promessa unilateral de venda por parte da instituição financeira o diferencie da locação comum e também da venda e compra a crédito. (Comparato, RT 389/68; Martins, 2018) 4. Leasing – Natureza 28 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Financeira: pois libera capital de giro ou supre a falta de capital para uma imobilização e, ainda, permite apresentar balanço com melhor índice de liquidez do que se adquirisse o bem; ▪ Tributária: pois a paga mensal do arrendamento é, em princípio, despesa operacional, dedutível da receita tributária, para fins de operação do lucro tributável pelo imposto de renda (Cláudio Santos, AJURIS 66/20; Athos Gusmão Carneiro, RTrib 18/1998) 4. Leasing - Vantagens 29 Brunna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ REsp. 249.340: Valor Residual (VR) e Valor Residual Garantido (VRG) não se confundem. O primeiro (VR) é o valor combinado para o exercício da opção de compra, enquanto o segundo (VRG) é um elemento do equilíbrio contratual. O pagamento do valor residual é um direito do arrendatário, enquanto o pagamento do VRG é um dever. O VRG é uma garantia de que o arrendador receba, ao final do contrato, a quantia mínima em caso de o arrendatário optar por não exercer seu direito de compra e não prorrogar o contrato. 4. Leasing - Jurisprudência 30 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Incide IOF ou ISS no contrato de leasing? Não incide IOF e sim ISS, visto que, se o leasing pode representar, sob o aspecto econômico, uma operação de financiamento, sob o aspecto jurídico, a operação é uma locação de bens com opção de compra (Comparato, RT 389/1968). ▪ Súmula STJ 138 (1995): “O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis”. 31 4. Leasing - Jurisprudência Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Representação comercial: contrato em que uma das partes (representante) obriga-se a obter pedidos de compra dos produtos fabricados ou comercializados pela outra parte (representado). ▪ É contrato típico (Lei 4.886/65 alterada pela Lei 8.420/92 = LR). 5. Representação Comercial - Conceito 32 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Agência: contrato em que um pessoa, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, assume a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada (parte inicial art. 710 CC/02) ▪ Distribuição: contrato com as mesmas características da agência, porém, com a diferença de que neste o agente tem à sua disposição a coisa a ser negociada 5. Representação Comercial e outros tipos 33 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Contrato de colaboração (se obriga a criar, consolidar ou ampliar mercado para o produto do fornecedor). ▪ Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego (art. 1º, LR). Risco de reconhecimento de vínculo empregatício pela Justiça do Trabalho? 5. Representação Comercial e características 34 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ as condições e os requisitos gerais da representação; ▪ a indicação dos produtos objeto de representação; ▪ o prazo determinado ou indeterminado; ▪ a indicação da zona de exercício da representação (base territorial); ▪ a existência ou não de exclusividade de zona (proibição do representado de comercializar); 5. Representação Comercial e cláusulas 35 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ a existência ou não de exclusividade de representação (proibição de o representante agenciar pedido de concorrentes); ▪ o valor, as condições e o prazo de pagamento da remuneração do representante; ▪ a indenização do representante na rescisão do contrato não causada por culpa dele; ▪ outras obrigações e responsabilidades das partes. 36 5. Representação Comercial e cláusulas Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ se o contrato é por prazo determinado, rompido o vínculo antes do fim do prazo contratado, será devida indenização, correspondente à média mensal da retribuição até então auferida multiplicada pela metade dos meses do prazo contratual (art. 27, §1º); ▪ se por prazo indeterminado e estando em vigor há mais de 6 meses, o contrato só poder ser denunciado mediante pré-aviso de 30 dias ou o pagamento da indenização correspondente (média das comissões auferidas nos últimos 3 meses - art. 34); será devida ainda indenização correspondente a 1/12 do total das comissões recebidas (art. 27, j). 5. Representação Comercial e indenização 37 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 • Sobre o valor da indenização devida ao representante, incide imposto de renda? Não. A jurisprudência do STJ se firmou no sentido de que o pagamento feito com base no art. 27, "j", da Lei 4.886/1965, a título de indenização, multa ou cláusula penal, pela rescisão antecipada do contrato de representação comercial, é isento, nos termos do art. 70, § 5º, da Lei 9.430/1996, do Imposto de Renda (REsp. 1.737.954/PE, j. 07.06.18; REsp. 1.317.641/SP, j. 10.05.16). 5. Representação Comercial e jurisprudência 38 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ O termo franchising foi traduzido no Brasil como franquia, muito embora Orlando Gomes tenha criticado essa tradução por ser inexpressiva. A doutrina utiliza tanto o termo franquia como franchising. ▪ A Lei 8.955/1994 (já revogada) adotava em sua ementa o termo franquia empresarial (franchising). ▪ Já a Lei 13.966, de 26.12.2019 (em vigência) adota apenas o termo franquia empresarial, sem o estrangeirismo. 6. Franquia empresarial ou franchising 39 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia - considerações iniciais ▪ Franchising ou franquia empresarial significa um complexo de atividades destinado a desencadear processos de venda e distribuição em escala (Bulgarelli, 1988, p. 522). Fomenta o processo de venda em escala. ▪ Em linhas gerais, o instituto do franchising tem por finalidade ampliar a rede de distribuição do franqueador sem utilizar capital próprio para tanto (Waisberg, 2016, v. 4, p. 211); ▪ Previa risco de não ser largamente utilizada em função do caráter abusivo de suas fórmulas negociais (Comparato, RDM 18/1975), o que acabou não ocorrendo. 40 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia – Origem e exemplos ▪ A Singer Sewing Machine Company teria sido a primeira empresa a utilizar o sistema de franquia nos Estados Unidos (1860) com a finalidade de ampliar sua rede de distribuição de máquinas de costura (Jorge Lobo, 1997, p. 23). ▪ No mundo: McDonald´s (rede de lanchonetes desenvolvida pelos irmãos Dick e Maurice McDonald´s), Burger King (lanchonete), 7 Eleven (loja de conveniência), Subway (lanchonete), Hilton Hotels, dentre outras. ▪ No Brasil: O Boticário (perfumaria e cosmético); Cacau Show (comércio de chocolates); CVC Brasil (agência turismo), Wizard (escola de idiomas), Hering (roupas e acessórios), Arezzo (calçados), Habib´s (restaurante fast food), dentre outras. 41 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia – Conceito legal ▪ Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo (novidade) ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento (art. 1º da Lei 13.966/2019) 42 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia – Operação econômica ▪ O franqueador → CEDE (bens ou serviços) → o uso da marca ou patente, produtos, know-how para prestação de serviços, assistência técnica. ▪O franqueado → PAGA (R$) → taxa inicial, royalties, preço de aquisição dos produtos, aluguel de equipamentos, etc. 43 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia – Classificação do contrato ▪ Atípico (Fábio Ulhoa Coelho, 2012, v. 1, p. 187) e Típico (Waisberg, 2016, v. 4, p. 216; Fran Martins, 2018, p. 408; Arnold Wald, 2012, v. 3, p. 411) ▪ Consensual; Formal (escrito); Bilateral; Oneroso; Comutativo (equivalência prestação entre os contratantes); Execução continuada; ▪ Adesão; Complexo e Interempresarial (entre empresas) 44 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia– Modalidades ▪ Franchising de serviços: o franqueado presta serviços específicos do franqueador, o qual dá assistência técnica e garantia (exemplo: escolas, hotéis e locadoras); ▪ Franchising de distribuição: incumbe ao franqueado a distribuição dos bens produzidos pelo franqueador, sob a marca dele (exemplo: lanchonete); ▪ Franchising de produção ou indústria: o franqueador transfere ao franqueado tecnologia, know how, enfim, o processo de fabricação e comercialização dos produtos (exemplo: bebidas) 45 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 6. Franquia – Jurisprudência ▪ Incide ISS sobre o contrato de franquia? Incide, segundo a LC 116/03 e a jurisprudência do STJ (AgRg no REsp. 1.113.055/RJ; EDcl no Resp. 1.121.098/SP) e STF (RE 603.136, j. 28.05.20). ▪ É válida a cláusula de não concorrência após o término do contrato de franquia? Desde que limitadas no espaço e no tempo, como forma de evitar desvio de clientela (REsp. 203.109/MG; REsp. 1.692.457/SP) ▪ Aplica-se o CDC ao contrato de franquia? Segundo o STJ, não se aplica, pois no contrato de franquia não há relação de consumo, mas de fomento econômico (REsp. 1.602.076/SP). Diferentemente da Lei 8.955/94 (já revogada), o art. 1º da Lei 13.966/19 é categórico ao afirmar que o contrato de franquia não caracteriza relação de consumo. 46 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit – Terminologia ▪ Advém do verbo em inglês “to build” (construir), que se conjuga no tempo passado como “built”. ▪ Built to suit → construído para servir; construído sob medida ▪ Nomina um contrato mediante o qual um empreendedor se obriga a construir ou reformar um imóvel para as necessidades específicas de um usuário/empresário (relação interempresarial). 47 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit – Considerações iniciais ▪ Trata-se de nova figura contratual decorrente das novas técnicas negociais para construção ou reforma de prédio para locação de longo período, ou seja, construção ou reforma de prédio pelo locador para servir à atividade empresarial do locatário. ▪ Em linhas gerais, o contrato “built to suit” acaba contribuindo para ampliação da rede de distribuição do empresário locatário sem a necessidade de mobilizar capital próprio para construção ou reforma. ▪ O valor pago para o uso do prédio (valor de uso) pode ser mais vantajoso e estratégico do que o valor que se pagaria para construir ou reformar um prédio (valor da propriedade, valor de imobilização). 48 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit – Origem e exemplos ▪ Sam Walton, americano fundador da rede de supermercados Wal-Mart (maior rede de varejo do mundo), em meados de 1960, utilizou como estratégia para ampliação do seu negócio o contrato “built to suit” para a expansão de suas lojas ao redor do mundo, isto é, contratar terceiros para adquirir imóveis e neles construir lojas para se servir do uso remunerado por longo período de tempo (LEONARDO, 2016, p. 421). ▪ No Brasil, podemos citar a WTorre, que se valeu do contrato “built to suit” para celebrar grandes negócios com grupo francês Accor (hotéis), Volkswagen (centro de distribuição de peças) (GOMIDE, 2017, p. 23). Outras parcerias da WTorre: Nestlé, Unilever, Palmeiras, etc. 49 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit – Lei 9.245/91 alterada Lei 12.744/12 ▪ Altera o art. 4º: Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado (regra geral da locação). Com exceção ao que estipula o § 2o do art. 54-A (built to suit), o locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada (regra de exceção da locação). 50 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit – Lei 9.245/91 alterada Lei 12.744/12 • Acrescenta o art. 54-A: Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as condições livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedimentais previstas nesta Lei. § 1o Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação. § 2o Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a cumprir a multa convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o termo final da locação 51 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit - Natureza ▪ Não é uma simples locação comercial. ▪ Compreende aquisição de imóvel (não é obrigatória), construção ou reforma substancial de um imóvel, para posterior cessão de uso do bem (aquisição + construção/reforma + locação). Não há como dissociar essas obrigações, principalmente as duas últimas. ▪ É da junção dessas prestações que temos o contrato “built to suit”. 52 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit - Classificação ▪ Atípico e misto (LEONARDO, 2016, p. 431; BENEMOND, 2015, p. 30). Acrescenta GOMIDE (2017, p. 69) que além de atípico misto, é possível também classifica-lo como “socialmente típico” (pois é frequentemente utilizado no Brasil) ▪Consensual; Formal (escrito); Bilateral; Oneroso; Comutativo (equivalência prestação entre os contratantes); Execução continuada; ▪Não é de adesão; Complexo e Interempresarial (entre empresas) 53 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit - Vantagens ▪ Para o usuário (contratante): (a) prerrogativa de escolher o local, definir o projeto e todas as características do imóvel; (b) não imobiliza capital, ficando com recursos para investir no seu “core business” (aquisição de estoques, máquinas, marketing, etc); (c) valor pago ao empreendedor é contabilizado como despesa operacional, possibilitando assim a dedução pelo usuário dos valores a serem pagos a título de IRPJ/CSLL (redução carga tributária). ▪Para o empreendedor (contratado): (a) investimento sem conotação especulativa (função social da propriedade); (b) a procura antecede a oferta (menor risco de desocupação do imóvel); (c) renda garantida por um longo período. 54 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 7. Built to suit - Jurisprudência ▪ É possível a revisão do contrato “built to suit”? É possível, porém, ocorre em casos excepcionais (dificilmente em sede de tutela antecipada), visto que os valores livremente pactuados pelas partes devem ser respeitados (prevalência do pacta sunt servanda). Ademais, é possível ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato (art. 54-A, § 1º) ▪ É possível a resilição antecipada do contrato pelo usuário? É possível, desde que o usuário/locatário pague a multa convencionada em contrato, que não poderá ser superior à soma dos aluguéis vincendos (art. 54-A, § 2º c.c. art. 473 CC/02). O locador não pode rescindir antecipadamente sem justa causa. 55 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 8. Holding familiar com integralização de imóveis ▪ Objetivos: planejamento sucessório e tributário. ▪ Planejamento: a) familiar: será necessário examinar a composição da família e outros aspectos que venham a ser relevantes na definição da estrutura jurídica a ser adotada; b) patrimonial: a identificação do patrimônio e dos tipos de negócios que o compõem é imprescindível para definição da estrutura societária a ser adotada; c) societário: a constituição de sociedades, a alteração da estrutura de sociedades existentes, a formalização de acordo de acionistas/quotistas são ferramentas básicas para a formatação do planejamento sucessório; e d) tributário: O exame do impactofiscal e a escolha da forma menos onerosa tributariamente. 56 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 8. Holding familiar com integralização de imóveis ▪ Possíveis Vantagens: (a) os bens transferidos da pessoa física para a pessoa jurídica (holdings) não serão futuramente objeto de inventário em caso de falecimento da pessoa física; somente as quotas ou as ações deverão ser inventariadas, se não houver doação com reserva de usufruto; (b) a transferência dos imóveis da pessoa física para a jurídica não dependem de escritura pública (não há despesa com cartório de notas); (c) não está sujeita ao ITBI (imposto de transmissão de bens); (d) a tributação sobre aluguéis na pessoa física é muito superior à tributação da pessoa jurídica. 57 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 8. Holding familiar com integralização de imóveis ▪ Análise da recente decisão do STF (RE 796.376, j. 05.08.2020, por maioria 7 x 4): ✓ Fixada tese de repercussão geral (Tema 796): “A imunidade em relação ao ITBI, prevista no inciso I do § 2º do art. 156 da Constituição Federal, não alcança o valor dos bens que exceder o limite do capital social a ser integralizado”. ✓ A CF/88 (art. 156, § 2º) imunizou a integralização do capital por meio de bens imóveis, não incidindo o ITBI sobre o valor do bem dado em pagamento do capital subscrito pelo sócio ou acionista da pessoa jurídica. 58 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 8. Holding familiar com integralização de imóveis ▪ Análise da recente decisão do STF (RE 796.376, j. 05.08.2020, por maioria 7 x 4): ✓ O Min. Rel. Alexandre de Moraes, em seu voto, registrou, que as condicionantes (atividade preponderante) se aplica apenas transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica; a imunidade decorrente da conferência de bens para integralizar capital subscrito é incondicionada; ✓ sobre a diferença do valor dos bens imóveis que superar o capital subscrito a ser integralizado, incidirá a tributação pelo ITBI. 59 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio - Espécies ✓ Contrato de parceria agrícola (rural); ✓ Contrato de arrendamento rural; ✓ Contrato de fornecimento rural; ✓ Contrato de integração vertical. 60 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio – Parceria Agrícola ▪ As parcerias agrícola e pecuária eram reguladas pelo Código Civil de 1916 (arts. 1.410 a 1.423) até o advento da Lei 4.504/1964 (Estatuto da Terra = ET) e seu Regulamento (Decreto 59.566/66) ▪ Atualmente, o art. 96 do ET e os arts. do seu Regulamento disciplinam a parceria agrícola (produção vegetal), pecuária (criação animais), agroindustrial (transformação) e extrativa (agrícola, animal ou florestal); 61 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Conceito: Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes dele, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista, mediante partilha dos frutos e riscos 62 9. Contratos do Agronegócio – Parceria Agrícola Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Características: compartilhamento dos frutos (lucros) e dos riscos (caso fortuito ou força maior, risco dos frutos e risco de variações de preço dos frutos) → Art. 96, § 1º, ET; partilha em frutos, produtos ou dinheiro; ▪ Partes: Parceiro outorgante (proprietário) x Parceiro Outorgado (quem irá explorar o imóvel rural) 63 9. Contratos do Agronegócio – Parceria Agrícola Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Direitos e obrigações: prazo de vigência mínimo de 3 anos (art. 13, II, a, Dec. 59.566/66), direito de preferência do parceiro na renovação, limites na participação do proprietário (20% apenas terra nua, 25% terra preparada, 30% terra preparada e moradia, 40% + galpões, currais, 50% + fornecimento máquinas, 75% pecuária ultra extensiva, com meação de leite e comissão 5% venda por animal) 64 9. Contratos do Agronegócio – Parceria Agrícola Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ A locação de prédio rústico (imóvel rural) era regulada pelo Código Civil de 1916 (arts. 1.211 a 1.215) até o advento da Lei 4.504/1964 (Estatuto da Terra = ET) e seu Regulamento (Decreto 59.566/66) ▪ Atualmente, o art. 95 do ET e os arts. do seu Regulamento disciplinam o arrendamento rural; 65 9. Contratos do Agronegócio – Parceria Agrícola Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Conceito: é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante, certa retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da lei (art. 3º, Dec. 59.566/66) 66 9. Contratos do Agronegócio – Parceria Agrícola Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio – Arrendamento ▪ Características: assemelha-se ao contrato de aluguel; não há compartilhamento de frutos (lucros) e riscos; preço só pode ser ajustado em quantia fixa de dinheiro (art. 18 Dec. 59.566/66); remuneração não pode ser superior a 15% do valor cadastral do imóvel rural, podendo chegar a 30% em caso de arrendamento parcial e com exploração intensiva (art. 95, XII, ET) ▪ Partes: Arrendador (cedente) x Arrendatário (quem irá utilizar o imóvel rural) 67 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Direitos e obrigações: prazo de vigência mínimo de 3 anos (art. 13, II, a, Dec. 59.566/66); direito de preferência do arrendatário na renovação; direito de preempção do arrendatário na aquisição do imóvel rural (art. 45, Dec. 59.566/66); proibição de subarrendar sem expresso consentimento do arrendador (art. 31, Dec. 59.566/66); 68 9. Contratos do Agronegócio – Arrendamento Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio – Características comuns à parceria e ao arrendamento ▪ proteção àquele que explora a terra (parceiro agricultor ou arrendatário); ▪ são classificados como contratos agrários típicos; ▪ podem ser escrito ou verbal (admite prova testemunhal); ▪ proibição de renúncia dos direitos e vantagens estabelecidos em lei (norma de proteção); ▪ a alienação ou a imposição de ônus real ao imóvel não interrompe a vigência dos contratos, ficando o adquirente sub-rogado nos direitos e obrigações do alienante (art. 92, § 5º, ET; art. 15 Dec. 59.566/66); ▪ aplicação subsidiária do Código Civil (art. 88 do Dec. 59.566/66). 69 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio – Controvérsia no STJ ▪ Aplicabilidade das normas protetivas do Estatuto da Terra à empresa do agronegócio? Proteção àquele que explora a terra (parceiro agricultor ou arrendatário); REsp. 112.144/SP, Rel. Menezes Direito, j. 24.11.1997 (a favor) X REsp. 1.447.082/TO, Rel. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 10.05.16 (contra) 70 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio – Fornecimento ▪ Era regido pelo Estatuto da Lavoura Canavieira (Decreto-lei 3.855/41), já revogado; atualmente é um contrato atípico; ▪ Reúne características da compra e venda prevista no Código Civil (arts. 481 a 504); por isso é conhecido como compra e venda de execução periódica e contínua (ex. contrato de fornecimento de cana x contrato spot de cana); 71 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Conceito: contrato em que uma das partes obriga-se a prestações periódicas ou contínuas contra o pagamento do preço ajustado; ▪ Função: estabilizar determinadosaspectos da relação negocial, poupando as partes de renegociações periódicas e possibilitando o cálculo empresarial relativamente ao suprimento de insumos (para o comprador) ou garantia de demanda (para o vendedor) (Fábio Ulhoa Coelho) 72 9. Contratos do Agronegócio – Fornecimento Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 9. Contratos do Agronegócio – Integração Vertical ▪ O próprio Estatuto da Terra (art. 96, § 5º), com a alteração de 2007, já sinalizava a sua não aplicação para os contratos de parceria agroindustrial de aves e suínos, os quais deverão ser regulados em lei específica. ▪ Em 16 de maio de 2016, é sancionada a Lei 13.288, que dispõe sobre os contratos de integração vertical nas atividades agrossilvipastoris (para o comprador) ou garantia de demanda (para o vendedor) (Fábio Ulhoa Coelho) 73 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ A Lei 13.288/16 acabou disciplinando os contratos de integração vertical nas atividades agrossilvipastoris, ou seja, de forma ampla e não restrita apenas à parceria agroindustrial de aves e suínos. ▪ Atividades agrossilvipastoris: agricultura, pecuária, silvicultura, aquicultura, pesca ou extrativismo vegetal (art. 2º, V). 74 9. Contratos do Agronegócio – Integração Vertical Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Conceito: É contrato, firmado entre o produtor integrado e o integrador, que estabelece a sua finalidade, as respectivas atribuições no processo produtivo, os compromissos financeiros, os deveres sociais, os requisitos sanitários, as responsabilidades ambientais, entre outros (art. 2º, IV). ▪ A simples obrigação do pagamento do preço estipulado contra a entrega de produtos à agroindústria ou ao comércio não caracteriza contrato de integração (art. 2º, 3º). São contratos agrários regulados pelo ET ou Código Civil. 75 9. Contratos do Agronegócio – Integração Vertical Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 ▪ Características do contrato: deve ser escrito, sob pena de nulidade (art. 4º); não configura relação de emprego entre integrador e integrado, seus prepostos ou empregados (art. 2º, § 3º); conjugação de recursos e esforços e pela distribuição justa dos resultados (art. 3º); necessidade de Documento de Informação Pré-Contratual (DIPC), com estimativa da remuneração do produtor (art. 9º, VII), dentre outras informações; contrato complexo (CADEC, RIPI, FONIAGRO etc) 76 9. Contratos do Agronegócio – Integração Vertical Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08 77 https://www.linkedin.com/in/rogerio-alessandre-de-oliveira-castro-7831b0136 Bru nna Na scim ento Lim a 14 4.17 9.30 7-08
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