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Design Gráfico e Digital Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Gustavo Ferraz Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Mercado Mercado • Visualizar as diferentes formas de atuação do designer gráfico e entender a importância des- sa área para o mercado e para a sociedade. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Direção de Criação, Diretor de Arte e Designer Gráfico; • Web Design (Usabilidade e Acessibilidade); • Design Editorial; • Design de Sinalização; • Design de Embalagens. • Design de Serviços. UNIDADE Mercado Direção de Criação, Diretor de Arte e Designer Gráfico Normalmente, em agências maiores, muito provavelmente você encontrará os cargos de diretor de criação e de diretor de arte, além do design gráfico. Contudo, quais seriam as diferenças entre esses 3 cargos e suas respectivas atribuições em um projeto? Figura 1 Fonte: Freepik O diretor de criação, hierarquicamente falando, é o grande chefe – “que manda na coisa toda”. Ele é efetivamente o responsável por toda a concepção do projeto e o qual fará a ponte entre o cliente e a equipe de criação. Cuida de toda a parte de gestão do projeto, prazos, tarefas e trabalha diretamente com o diretor de arte para manter o pro- jeto no andamento planejado, além de discutir as ideias com o diretor de arte, com o re- dator e os demais membros da equipe para definir a concepção do projeto e apresentá-la para o cliente, sendo ainda o responsável pela finalização da campanha ou do produto e da entrega do projeto. Tal profissional precisa saber gerenciar pessoas, gerenciar equipes e dificilmente fi- cará supervisionando a criação, acompanhando o designer, mas sim acompanhando o andamento, analisando prazos e processos, orientando e dando suporte ao diretor de arte. Ele é muito mais um gestor e líder que acompanha a equipe no nível das macro- atividades, não sendo necessariamente um técnico, e é responsável por todo o contato direto com o cliente. As especificações desse cargo de liderança são voltadas para a gestão. Muitas agências mantêm nesse lugar o próprio dono da empresa por se tratar de um cargo estratégico. O diretor de arte, por sua vez, responde diretamente ao diretor de criação e é o pro- fissional que acompanhará de perto as atividades do designer, do redator e toda a equipe de criação, definindo, coordenando e dirigindo toda a equipe. Ele apresenta a proposta que o diretor de criação passa para ele, discutindo com toda a equipe de criação as ca- racterísticas das propostas e as primeiras ideias sobre o conceito do projeto. O cargo de diretor de arte é um pouco menos voltado à gestão de pessoas e mais pró- ximo dos processos envolvidos na criação, podendo ser ocupado por designers, publici- tários e por profissionais correlatos. A principal característica exigida desse profissional 8 9 é ter uma experiência anterior em projeto de design, uma excelente comunicação para orientar e manter toda a equipe entrosada – como o maestro de uma orquestra, que não sabe tocar todos os instrumentos, mas que sabe identificar qual instrumento está desto- ando ou pulando notas no grupo –, não sendo tão necessário o conhecimento técnico avançado, mesmo que, ocasionalmente, ele possa participar diretamente das atividades técnicas – principalmente no caso de um bom background teórico e conceitual –, além de uma boa vivência em projetos de sua área. O design gráfico normalmente responde ao diretor de arte e já vimos anteriormente suas qualificações e principais características. Ele coloca a “mão na massa” iniciando a criação do que foi solicitado com suas respectivas ferramentas, como Adobe Photoshop, Ilustrator etc. A maioria das pequenas agências não conta com essa estrutura completa, tendo somente o designer gráfico como responsável pelas funções desses 3 cargos ou, ainda, respondendo diretamente ao dono da empresa/agência. Web Design (Usabilidade e Acessibilidade) Dois dos principais pilares que devem nortear o trabalho do designer gráfico ao par- ticipar de um projeto para web são a usabilidade e a acessibilidade. Basicamente, um site com boa usabilidade é aquele em que todas as páginas de suas sessões, bem como o envio de formulários e chats de suporte funcionam de maneira simples e eficiente, bem como todos os seus atalhos, links e botões. Figura 2 Fonte: Freepik Além disso, toda a comunicação do site deve ser clara, objetiva e efetiva com men- sagens diretas e funcionais, evitando dúvidas, a possibilidade de interpretações erradas ou que induzam o usuário a tomar decisões equivocadas, que não eram as desejadas, inicialmente, pela dinâmica do site. A usabilidade também engloba a velocidade e performance do site, velocidade de carregamento das páginas e do tempo de resposta das ações tomadas pelo usuário, seja na transição de uma página para a outra ou no processamento de uma determinada ação, como o envio de um formulário ou a confirmação de um pagamento. 9 UNIDADE Mercado A versão mobile do seu site também entra nessa avaliação da usabilidade, necessitan- do realizar testes e validações específicas para o formato. E obviamente que a segurança do site também entra nessa questão da usabilidade. Enfim, tudo o que estiver relaciona- do com a experiência do usuário ao visitar seu site, incluindo aí o conteúdo presente – textos, vídeos e imagens –, estando também diretamente ligados à usabilidade questões como: o conteúdo é útil? Tem qualidade? Atende ao que o usuário estava buscando ao fazer a sua pesquisa no Google? Um livro importante sobre usabilidade, marcante, excelente e com uma leitura muito praze- rosa – aliás, com usabilidade nota 10! –, e que já diz muito sobre o seu tema no próprio título, é: Não me faça pensar. Ele foi escrito pela web designer americano Steve Krug, em 2008, e atualizado em uma versão de 2014. Veja a capa do livro, disponível em: https://bit.ly/3a7EoMS A acessibilidade de um site, por exemplo, refere-se ainda ao conteúdo que pode ser encontrado e consumido por pessoas com necessidades especiais. Para deixar mais claro esse conceito, dois exemplos muito simples que tornam seu site mais acessível com relação às imagens que compõem suas páginas seriam a sua descrição e legenda, sendo essas: • Descrição: devem ser claras, objetivas ou detalhadas das imagens – dependendo do contexto e da natureza da informação – na configuração interna do código do site (tag ALT do HTML). Essa descrição não fica visível ao usuário final, mas pode ser “lida e interpretada” por diversos aplicativos e ferramentas voltados para o pú- blico com necessidades especiais; • Legendas: estão presentes nas imagens e vídeos e também são utilizadas por esses aplicativos mencionados anteriormente. As legendas de vídeos também melhoram a acessibilidade do site. Vale observar ainda que a legenda criada pelo próprio autor do vídeo é muito mais eficiente e voltada para a acessibilidade do que a legenda gerada automaticamente pelo Youtube – que apresenta um recurso muito interessante para isso, mas ainda com muitos erros e problemas os quais, ao invés de ajudarem, podem inclusive prejudicar bastante o público que necessita e que mais se beneficiaria com a legenda. Por fim, existem serviços na internet que podem ser contratados para analisar a usa- bilidade e acessibilidade do site, mas uma outra forma muito fácil e prática é a de fazer pesquisas e pedir o feedback de pessoas com perfil do seu público-alvo. Design Editorial O design editorial é o responsável pela “narrativa visual” que tem conquistado cada vez mais importância no âmbito das mídias de comunicação – jornais, revistas e publi- cações especializadas (on-line ou não), portais e demais formatos de conteúdo digital. Essas precisam apresentar seus serviços e produtos da forma mais otimizada possível para o seu público. 10 11 Figura 3 Fonte: Getty Images O principal objetivo do design editorial é contar histórias mais atraentes, imersivas e didáticas, como intuito de educar, engajar ou inspirar pessoas. Suas atribuições vão desde a definição da identidade visual, com a escolha de fontes e cores que mais se ade- quam ao projeto, à diagramação, com a criação de layouts chamativos e a otimização do espaço da página ou a integração mais correta de imagens aos textos. Design de Sinalização O design de sinalização é um segmento bastante específico e os projetos são conhe- cidos também como wayfinding, o que pode ser definido como um conjunto de rastros constituídos por elementos visuais, táteis, auditivos etc. que possibilitam às pessoas se locomoverem dentro de um ambiente de forma segura e orientada (com informação). Orientação Receber Motivar Se emp enhar Direto Figura 4 Fonte: Adaptada de Freepik 11 UNIDADE Mercado Dentro de um ambiente digital, por exemplo, um tutorial de utilização de um produto ou uma visita virtual a um museu contemplaria todas as placas, sons e botões de inte- ração. Cabe ao designer definir junto com o cliente a identidade visual, o formato e o material a serem utilizados para os elementos de um projeto de sinalização. Design de Embalagens Muitas vezes o consumidor é atraído por uma embalagem diferenciada que determina sua escolha na compra de um determinado produto. A embalagem tem muitas funções importantes, as quais devem ser consideradas pelo designer e que irão muito além do visual impactante no formato, na estampa, no rótulo e em cores atrativas. São elas: • Praticidade; • Conveniência; • Conforto; • Fidelidade à marca; e • Proteção ao produto. Figura 5 Fonte: Freepik Um exemplo de péssimo uso do design para a embalagem é do adoçante Finn, de sucralose, que apresenta um formato de gota e que fica todo amassado e difícil de se pressionar quando o produto passa da metade de sua quantidade na embalagem, pois exige uma pressão cada vez maior nessa para que você possa adoçar seu cafezinho – o que dá vontade de jogá-lo fora antes mesmo de acabar o adoçante. Outro exemplo é a tradicional embalagem de óleo de coco Copra, considerado o óleo mais saudável para frituras e temperar saladas. Até pouco tempo ele não tinha nem a opção de embalagem no formato tradicional dos óleos com bicos dosadores e vinha em um pote parecido com os antigos potes de maionese. O detalhe é que no calor o óleo de coco fica totalmente líquido e, no frio, ele se solidifica – não é muito prático ter que enfiar a colher no óleo para poder utilizá-lo na salada ou na frigideira. 12 13 Figura 6 Fonte: Divulgação Por outro lado, um exemplo muito bom de design é a clássica e premiada garrafa da Coca-Cola, que recebe o nome de “contour”, a qual, além de exclusiva e bonita, é práti- ca e funcional, dispensando inclusive o uso de copo para quem quer beber diretamente nela, talvez a característica mais admirável dela, tanto que virou um ícone da marca. Figura 7 Fonte: Divulgação Design de Serviços Design de serviços, ou service design como também é conhecido, tem como foco construir experiências inesquecíveis para o consumidor. Uma das formas que ele utiliza para isso é criar conexão entre o negócio e o cliente. Isso não é tão simples quanto pa- rece, já que, além da identidade visual, um negócio tem diversos outros elementos que devem ser considerados aqui – como o dono da empresa, os funcionários, as áreas de cada funcionários, parceiros, conjunto de serviços prestados ou produtos que a empresa fornece, os meios de comunicação com os clientes e os clientes, pois cada um tem uma necessidade diferente. 13 UNIDADE Mercado O design de serviços mapeia todos esses pontos, muitos deles que nunca são abor- dados em projetos tradicionais, cruzando com várias pesquisas de campo focadas neles e com mais algumas pesquisas de mercado e de concorrentes, além da análise de mer- cados paralelos, adicionando uma metodologia, como o design thinking, para convergir no resultado desejado. Com o resultado, cabe ao designer de serviços ainda analisar o negócio da empresa e avaliar se esse faz sentido aos objetivos da empresa, o que, dentro de tal resultado, faz mais sentido eliminar o que não faz para então construir a citada “experiência ines- quecível”. Vale lembrar que algumas variáveis, como a autenticidade e o propósito do negócio, também precisam ser analisadas antes da implementação do projeto. Um bom exemplo de design de serviços é a famosa cafeteria Starbucks, com grandes diferenças em seus preços e que, perceptivelmente, encanta e conquista clientes fieis para seus produtos que, teoricamente, não ofereceriam diferenças da concorrente mais barata. O drive-thru do McDonalds também é um ótimo exemplo na criação do design de serviços. Imagine, com relação ao mundo digital, a diferença no uso de uma ferramenta com um bom design de serviço e suas possibilidades, seja ela um cardápio ou um tour virtual, o qual permite interagir com todos os elementos. Em Síntese As áreas e possibilidades de atuação do designer gráfico vêm se multiplicando em velo- cidade exponencial a cada ano com a chegada de novas tecnologias. Cremos ter ficado claro com o conteúdo desse curso que o que menos importa na formação do profissional da área é o conhecimento de uma ou outra ferramenta específica. As ferramentas são atualizadas, sofrem alterações ou são substituídas por outras mais modernas e mais completas. O diferencial de um profissional do design com certeza é sua capacidade de imaginar e criar, e essa capacidade certamente só pode ser amplifica- da com seu estudo, curiosidade e experiências de vida. Levando-se em conta a máxima especulativa – que vem sendo confirmada nas últimas décadas –, de que a grande maioria dos produtos e serviços os quais teremos daqui 10 anos ainda não foram inventados, é possível imaginar que o melhor ainda está por vir para o profissional bem preparado. Portanto, nunca pare e sempre busque se aperfei- çoar para que sua carreira sempre evolua e o sucesso sempre esteja presente em seus desafios. Boa sorte e muito sucesso! 14 15 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Não Me Faça Pensar KRUG, S. Não me faça pensar. Editora Alta Books, 2014. Editorial Design CALDWELL, C. Editorial design. Laurence King Publishing, 2014. Isto é Design Thinking de Serviços: Fundamentos, Ferramentas, Casos STICKDORN, M.; SCHNEIDER, J. Isto é design thinking de serviços: funda- mentos, ferramentas, casos. Bookman Editora, 2014. Vídeos Don’t Make Me Think’ book discussion with Steve Krug https://youtu.be/ZcWZWjoWjoY Design de serviços - Como promover serviços que todos querem comprar? – Guga Souto – FUTURE ISP 2018 https://youtu.be/_XE_eKv_BDI 15 UNIDADE Mercado Referências BEST, K. Fundamentos de Gestão de design. Bookman Editora, 2012. KRUG, S. Não me faça pensar. Editora Alta Books, 2014. NIELSEN, J.; LORANGER, H. Usabilidade na web. Elsevier Brasil, 2007. ROGERS, Y.; SHARP, H.; PREECE, J. Design de Interação: além dea interação hu- mano-computador. 2013. 16
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