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Aula 06 - ética e design

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ÉTICA E DESIGN
Ética no design
Como visto ao longo dos estudos da disciplina, o
design gráfico, como toda atividade humana,
pede por um código que oriente a suas práticas.
O designer deve exercer sua atividade baseado
em um código de ética que, em geral, é elaborado
por entidades que representem a categoria
perante a sociedade.
Ética no design
A atividade do designer, enquanto profissional
produtor de imagens, muitas vezes encontra
situações que colocam a ética diante de dilemas e
questionamentos.
Ética no design
Embora os problemas éticos mais comuns no design
gráfico sejam relacionados a direitos autorais,
existem outros casos que envolvem dilemas éticos.
Como fica a ética em relação a imagens violentas?
Quais os limites éticos na utilização de recursos
visuais para convencer um observador a ter uma
determinada postura diante de um produto? E no
caso do design para uma campanha política de um
conhecido agente corrupto?
Ética no design
Nos EUA, entidades como a American Institute of
Graphic Arts (AIGA) criaram códigos éticos para
orientar a prática do design em todas as suas
manifestações.
No Brasil os parâmetros éticos do design gráfico
estão propostos pela Associação dos Designers
Gráficos (ADG Brasil).
Ética no design
Diferentemente do código brasileiro, o código de
ética da AIGA (orientado pela realidade
estadunidense) foca em questões específicas
relativas à prática do design gráfico, como uso de
fontes, ilustrações e fotografias em peças gráficas,
além de questões relacionadas aos direitos
autorais e uso de softwares.
<https://www.aiga.org/design-business-and-ethics/>
https://www.aiga.org/design-business-and-ethics/
O caso da Psicóloga Sincera
Em 2014 o jornal Folha de S.Paulo anunciou a
publicação da tirinha “Psicóloga Direta” a qual
creditavam ao cearense João Mirio Pavan.
Tratava-se de tiras de três quadros em que uma
psicóloga dá conselhos pouco ortodoxos a
pacientes.
O caso da Psicóloga Sincera
A tira, porém, era uma cópia de uma personagem
criada pelo cartunista espanhol Molg H, que era
republicada em uma página no Facebook
administrada por Pavan.
Para a Folha de S.Paulo, Pavan havia contratado o
desenhista Pedro Naine para cuidar dos aspectos
visuais da tira.
O caso da Psicóloga Sincera
Entretanto, como é possível visualizar, a tira de
Pavan não só mantém a mesma dinâmica do
trabalho de Molg H., como reproduz a mesma
composição de cada quadro.
O caso da Psicóloga Sincera
Tira de João Mirio Pavan publicada na Folha de S.Paulo.
O caso da Psicóloga Sincera
Tira de Molg H. publicada em sua página no Facebook.
O caso da Psicóloga Sincera
Após denúncias de inúmeros internautas de que
Pavan estava plagiando o trabalho de Molg H., a
Folha publicou uma nota declarando a decisão de
não mais publicar as tiras.
<http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/02/1418942-site-da-folha-
deixa-de-publicar-psicologa-direta.shtml>
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/02/1418942-site-da-folha-deixa-de-publicar-psicologa-direta.shtml
O caso da Psicóloga Sincera
O cartunista Molg H. publicou em sua página que
não conhecia Pavan, mas que havia recebido
várias mensagens pedindo permissão para usar
suas imagens, e que jamais as respondeu.
O caso da Psicóloga Sincera
De acordo comMolg H.:
“O criador da página do Facebook me enviou
várias mensagens pedindo permissão para utilizar
as imagens (observação: a permissão foi pedida
depois de usá-las, não antes), às quais não
respondi em nenhum momento porque, na
verdade, não sabia o que responder. (...) Isso quer
dizer que não lhe dei a permissão”.
O caso Tuesday Bassen X Zara
Em 2016 a designer estadunidense Tuesday
Bassen veio a público denunciar a marca
espanhola Zara por plagiar seus desenhos e
utilizá-los em suas peças.
O caso Tuesday Bassen X Zara
A artista também declarou que, ao entrar em
contato com a empresa, recebeu uma carta
intimidadora do departamento jurídico
desacreditando sua queixa.
Após a revista Vogue tomar ciência do caso e
indagar a marca, ela se pronunciou em tom
completamente oposto ao da carta, dizendo estar
investigando o caso e que valorizava os direitos
autorais e seus colaboradores.
O caso Tuesday Bassen X Zara
Publicação de Tuesday em sua página do Instagram denunciando o plágio.
O caso Santa Blasfêmia
Em 2016 a Arquidiocese de Goiânia entrou com
um processo contra a artista Ana Smile por ofensa
à imagem da Igreja Católica e afronta ao
sentimento religioso.
A artista produzia imagens de santos
caracterizados como personagens da cultura pop
e de massa, como Batman, Chapolim e Galinha
Pintadinha.
O caso Santa Blasfêmia
O juiz que acolheu o caso proibiu a artista de
produzir e vender as imagens e ordenou o
recolhimento das imagens disponíveis no
mercado.
Já no início de 2018 a 6ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça do Estado de Goiás decidiu que a artista
poderia voltar a produzir, vender e divulgar suas
imagens.
O caso Santa Blasfêmia
Imagens produzidas por Ana Smile.
O caso Santa Blasfêmia
Imagens produzidas por Ana Smile.
O caso Santa Blasfêmia
A artista declarou à época que a ideia para as
imagens veio em 2013, após ver um meme de
internet que apresentava um santo vestido como
o personagem Batman.
Em 2012 uma artista francesa e um artista italiano
receberam destaque na mídia por apresentarem
trabalhos de idêntico teor.
O caso Santa Blasfêmia
Imagens produzidas pelo italiano Igor Scalisi Palminteri.
O caso Santa Blasfêmia
Imagens produzidas pelo italiano Igor Scalisi Palminteri.
O caso Santa Blasfêmia
Imagens produzidas pela francesa Soasig Chamaillard.
O caso Santa Blasfêmia
Imagens produzidas pela francesa Soasig Chamaillard.
O caso da Adidas e Payless
Em 2001 a empresa Adidas ganhou um processo de
300 milhões de dólares após um júri condenar a
empresa Payless Shoes por usar listras semelhantes
às da marca concorrente em seus sapatos.
A disputa havia se iniciado em 1994, quando as
empresas iniciaram uma disputa e eventualmente
chegaram a um acordo.
Mas após o suposto acordo a empresa Payless
continuou a usar as listras em seus produtos.
O caso da Adidas e Payless
O caso Obama
A campanha presidencial de Barack Obama, em
2008, tornou-se mundialmente famosa pelo
cartaz desenhado pelo artista Shephard Fairey.
Embora o cartaz não tivesse sido encomendado,
logo foi incorporado à campanha com o aval do
candidato.
O caso Obama
Cartaz desenhado pelo artista 
Shephard Fairey.
O caso Obama
O cartaz foi desenhado a partir de uma foto de
propriedade da Associated Press, que mais tarde
revelou o nome do fotógrafo: Mannie Garcia.
A empresa exigiu compensação financeira ao
artista que, por sua vez, declarou o “uso justo”
(fair use) da imagem.
O caso Obama
Fotografia original de Mannie
Garcia para a Associated Press.
O caso Obama
O caso foi levado aos tribunais e, apesar dos
esforços para uma resolução amigável de ambos
os lados, Fairey tentou fabricar provas para obter
vantagem, vindo a admitir o fato posteriormente.
O caso foi encerrado em 2011, mas em 2012 o
artista foi condenado a 2 anos de liberdade
condicional, pagamento de multa e 300 horas de
trabalho comunitário por obstrução da justiça.
O caso de S. Victor Whitmill
S. Victor Whitmill é um tatuador que ficou famoso
pelo desenho que fez para o boxeador Mike
Tyson. Em 2011, Whitmill processou a Warner
Bros. por infração de direitos autorais, por
apresentar no filme “Se beber, não case – parte II”
um personagem usando a mesma tatuagem.
O caso de S. Victor Whitmill
Whitmill pediu imediata suspensão da exibição do
filme, o que foi negado pelo juiz responsável.
Entretanto, o juiz declarou válida a queixa do
tatuador a respeito de seus direitos de autor e o
caso seguiu em frente.
Em junho do mesmo ano Warner e Whitmill
chegaram a um acordo não divulgado e o caso foi
encerrado.
O caso de S. Victor Whitmill

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