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ÉTICA E DESIGN Ética no design Como visto ao longo dos estudos da disciplina, o design gráfico, como toda atividade humana, pede por um código que oriente a suas práticas. O designer deve exercer sua atividade baseado em um código de ética que, em geral, é elaborado por entidades que representem a categoria perante a sociedade. Ética no design A atividade do designer, enquanto profissional produtor de imagens, muitas vezes encontra situações que colocam a ética diante de dilemas e questionamentos. Ética no design Embora os problemas éticos mais comuns no design gráfico sejam relacionados a direitos autorais, existem outros casos que envolvem dilemas éticos. Como fica a ética em relação a imagens violentas? Quais os limites éticos na utilização de recursos visuais para convencer um observador a ter uma determinada postura diante de um produto? E no caso do design para uma campanha política de um conhecido agente corrupto? Ética no design Nos EUA, entidades como a American Institute of Graphic Arts (AIGA) criaram códigos éticos para orientar a prática do design em todas as suas manifestações. No Brasil os parâmetros éticos do design gráfico estão propostos pela Associação dos Designers Gráficos (ADG Brasil). Ética no design Diferentemente do código brasileiro, o código de ética da AIGA (orientado pela realidade estadunidense) foca em questões específicas relativas à prática do design gráfico, como uso de fontes, ilustrações e fotografias em peças gráficas, além de questões relacionadas aos direitos autorais e uso de softwares. <https://www.aiga.org/design-business-and-ethics/> https://www.aiga.org/design-business-and-ethics/ O caso da Psicóloga Sincera Em 2014 o jornal Folha de S.Paulo anunciou a publicação da tirinha “Psicóloga Direta” a qual creditavam ao cearense João Mirio Pavan. Tratava-se de tiras de três quadros em que uma psicóloga dá conselhos pouco ortodoxos a pacientes. O caso da Psicóloga Sincera A tira, porém, era uma cópia de uma personagem criada pelo cartunista espanhol Molg H, que era republicada em uma página no Facebook administrada por Pavan. Para a Folha de S.Paulo, Pavan havia contratado o desenhista Pedro Naine para cuidar dos aspectos visuais da tira. O caso da Psicóloga Sincera Entretanto, como é possível visualizar, a tira de Pavan não só mantém a mesma dinâmica do trabalho de Molg H., como reproduz a mesma composição de cada quadro. O caso da Psicóloga Sincera Tira de João Mirio Pavan publicada na Folha de S.Paulo. O caso da Psicóloga Sincera Tira de Molg H. publicada em sua página no Facebook. O caso da Psicóloga Sincera Após denúncias de inúmeros internautas de que Pavan estava plagiando o trabalho de Molg H., a Folha publicou uma nota declarando a decisão de não mais publicar as tiras. <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/02/1418942-site-da-folha- deixa-de-publicar-psicologa-direta.shtml> http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/02/1418942-site-da-folha-deixa-de-publicar-psicologa-direta.shtml O caso da Psicóloga Sincera O cartunista Molg H. publicou em sua página que não conhecia Pavan, mas que havia recebido várias mensagens pedindo permissão para usar suas imagens, e que jamais as respondeu. O caso da Psicóloga Sincera De acordo comMolg H.: “O criador da página do Facebook me enviou várias mensagens pedindo permissão para utilizar as imagens (observação: a permissão foi pedida depois de usá-las, não antes), às quais não respondi em nenhum momento porque, na verdade, não sabia o que responder. (...) Isso quer dizer que não lhe dei a permissão”. O caso Tuesday Bassen X Zara Em 2016 a designer estadunidense Tuesday Bassen veio a público denunciar a marca espanhola Zara por plagiar seus desenhos e utilizá-los em suas peças. O caso Tuesday Bassen X Zara A artista também declarou que, ao entrar em contato com a empresa, recebeu uma carta intimidadora do departamento jurídico desacreditando sua queixa. Após a revista Vogue tomar ciência do caso e indagar a marca, ela se pronunciou em tom completamente oposto ao da carta, dizendo estar investigando o caso e que valorizava os direitos autorais e seus colaboradores. O caso Tuesday Bassen X Zara Publicação de Tuesday em sua página do Instagram denunciando o plágio. O caso Santa Blasfêmia Em 2016 a Arquidiocese de Goiânia entrou com um processo contra a artista Ana Smile por ofensa à imagem da Igreja Católica e afronta ao sentimento religioso. A artista produzia imagens de santos caracterizados como personagens da cultura pop e de massa, como Batman, Chapolim e Galinha Pintadinha. O caso Santa Blasfêmia O juiz que acolheu o caso proibiu a artista de produzir e vender as imagens e ordenou o recolhimento das imagens disponíveis no mercado. Já no início de 2018 a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás decidiu que a artista poderia voltar a produzir, vender e divulgar suas imagens. O caso Santa Blasfêmia Imagens produzidas por Ana Smile. O caso Santa Blasfêmia Imagens produzidas por Ana Smile. O caso Santa Blasfêmia A artista declarou à época que a ideia para as imagens veio em 2013, após ver um meme de internet que apresentava um santo vestido como o personagem Batman. Em 2012 uma artista francesa e um artista italiano receberam destaque na mídia por apresentarem trabalhos de idêntico teor. O caso Santa Blasfêmia Imagens produzidas pelo italiano Igor Scalisi Palminteri. O caso Santa Blasfêmia Imagens produzidas pelo italiano Igor Scalisi Palminteri. O caso Santa Blasfêmia Imagens produzidas pela francesa Soasig Chamaillard. O caso Santa Blasfêmia Imagens produzidas pela francesa Soasig Chamaillard. O caso da Adidas e Payless Em 2001 a empresa Adidas ganhou um processo de 300 milhões de dólares após um júri condenar a empresa Payless Shoes por usar listras semelhantes às da marca concorrente em seus sapatos. A disputa havia se iniciado em 1994, quando as empresas iniciaram uma disputa e eventualmente chegaram a um acordo. Mas após o suposto acordo a empresa Payless continuou a usar as listras em seus produtos. O caso da Adidas e Payless O caso Obama A campanha presidencial de Barack Obama, em 2008, tornou-se mundialmente famosa pelo cartaz desenhado pelo artista Shephard Fairey. Embora o cartaz não tivesse sido encomendado, logo foi incorporado à campanha com o aval do candidato. O caso Obama Cartaz desenhado pelo artista Shephard Fairey. O caso Obama O cartaz foi desenhado a partir de uma foto de propriedade da Associated Press, que mais tarde revelou o nome do fotógrafo: Mannie Garcia. A empresa exigiu compensação financeira ao artista que, por sua vez, declarou o “uso justo” (fair use) da imagem. O caso Obama Fotografia original de Mannie Garcia para a Associated Press. O caso Obama O caso foi levado aos tribunais e, apesar dos esforços para uma resolução amigável de ambos os lados, Fairey tentou fabricar provas para obter vantagem, vindo a admitir o fato posteriormente. O caso foi encerrado em 2011, mas em 2012 o artista foi condenado a 2 anos de liberdade condicional, pagamento de multa e 300 horas de trabalho comunitário por obstrução da justiça. O caso de S. Victor Whitmill S. Victor Whitmill é um tatuador que ficou famoso pelo desenho que fez para o boxeador Mike Tyson. Em 2011, Whitmill processou a Warner Bros. por infração de direitos autorais, por apresentar no filme “Se beber, não case – parte II” um personagem usando a mesma tatuagem. O caso de S. Victor Whitmill Whitmill pediu imediata suspensão da exibição do filme, o que foi negado pelo juiz responsável. Entretanto, o juiz declarou válida a queixa do tatuador a respeito de seus direitos de autor e o caso seguiu em frente. Em junho do mesmo ano Warner e Whitmill chegaram a um acordo não divulgado e o caso foi encerrado. O caso de S. Victor Whitmill