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RISCOS AMBIENTAIS NO TRABALHO EM HOSPITAIS: UMA NORMATIVA BÁSICA DA BIOSSEGURANÇA Alana Lôpo do Nascimento¹ Beatriz Coreia Veiga¹ Luana Rocha Meira¹ Maria Rita Machado Moreira¹ Natália Ferreira da Silva ¹ Patrícia Silva Martins ¹ Carla Fabrícia Araújo Bonfim² RESUMO Este presente trabalho vem trazendo informações importantes sobre como devemos nos proteger no ambiente hospitalar. No caso dos hospitais, cada área ou departamento exige o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), para proteger os trabalhadores dos riscos químicos, físicos, biológicos e orgânicos. As normas regulamentadoras e procedimentos têm como objetivo anular ou diminuir as chances de contrair uma doença. Com uma grande exposição a vírus e bactérias, é indispensável saber como se proteger. É aí que entra a biossegurança: conjuntos de normas criadas para estabelecer a segurança dos trabalhadores de hospitais, clínicas e laboratórios de saúde. As normas devem estar disponíveis a todos os profissionais atuantes de acordo com as exigências federais, estaduais e municipais. Palavras-chave: Biossegurança. Normas. INTRODUÇÃO “As mudanças que ocorrem no mundo do trabalho, principalmente em relação aos processos desenvolvidos na área da saúde, com a inclusão de tecnologias de diagnóstico e tratamento, o uso de novos produtos químicos, o acúmulo de resíduos perigosos, a exigência cada vez maior sobre os indivíduos que atuam nessas áreas têm acarretado agravos sérios para a saúde do trabalhador e da população, trazendo a necessidade de se estudar sobre biossegurança em um amplo aspecto”. (CORRÊA, 2015). Falar em Biossegurança nos retoma o sentido de segurança à vida e sua imensa importância em se sentir seguro. Conforme o tempo passa mais conhecimentos e benefícios vem surgindo para a saúde das pessoas e meio ambiente, assim se adequando para que todos possam trabalhar sem sofrer riscos ou danos ou simplesmente evitar, se ocorrerem, que sejam muito graves. Muitos estudiosos vieram observar e validar a segurança de todas as pessoas envolvidas no que tange pesquisas em laboratórios, seja com animais, plantas ou qualquer agente químico, depois de muitos acidentes, contaminações e infecções nas áreas de trabalho. É necessário estabelecer e organizar para que o manuseio, o uso, o transporte e o descarte de todo material e equipamento utilizado no local estejam organizados e seguro. Segundo Rosenvald, a biossegurança seria o conjunto de ações direcionadas para a prevenção, a minimização e eliminação de acidentes que possam comprometer a vida do homem, do meio ambiente e de qualquer ser vivo. Quando falamos de área da saúde nos deparamos com um dos ambientes mais complexos, o hospitalar. Os cuidados que envolvem trabalhar neste lugar são de extrema importância. O hospital, de uma forma geral, cuida da segurança em equipamentos, manuseios de remédios, alimentos, entrada e saída de pessoas, com toda atenção profissional necessária. A ANVISA conclui que o principal objetivo do hospital é que os serviços de saúde sejam prestados com qualidade, eficiência e eficácia sejam para o doente ou para quem o atende. Objetivo O objetivo deste trabalho é conhecer sobre a biossegurança, em especial, no trabalho em hospitais, apresentar e analisar algumas normas básicas para a segurança de todas as pessoas que frequentam este ambiente. Justificativa Abrange a compreensão de algumas das normas básicas da biossegurança para o trabalho em hospitais, ou seja, os riscos ambientais mais comuns sejam químicos, físicos ou biológicos, com o intuito de destacar os pontos mais importantes e uso dos equipamentos de segurança. Para a ANVISA, o hospital é um ambiente para dá assistência e cuidado aos pacientes, que foram buscar a cura para suas enfermidades, se possível. Apesar de ser destinado para cuidar da saúde, esse ambiente oferece diversos riscos para todos. Neste caso é necessário conhecer e identificar as ameaças para prevenção e conscientização de todos que ali convivem. DESENVOLVIMENTO NORMA REGULAMENTADORA Nº 9 A NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), obriga sua elaboração e implementação, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, que deve ser desenvolvido em cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador e a participação dos trabalhadores (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). O PPRA deve conter em sua estrutura, com quatro requisitos básicos: planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; estratégia e metodologia de ação; forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; periodicidade e forma de avaliação do documento (PROTEGE MEDICINA DO TRABALHO, 2019). O PPRA deve conter em se desenvolvimento, a antecipação e reconhecimentos dos estabelecimentos de prioridades e metas de avaliação e controle; avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; monitoramento da exposição aos riscos; e o registro e divulgação dos dados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). RISCOS FÍSICOS Os riscos ocupacionais que acometem os trabalhadores de saúde são oriundos de fatores físicos gerados pelas diversas formas de energia a que possam estar expostos. São exemplos dessas situações: o ruído, a iluminação, a temperatura, entre outros. Os riscos físicos tem a vantagem de serem mensurados por equipamentos, podendo, consequentemente, ser evitados ou corrigidos com certa facilidade (MARINHO, 2004). Diante disso, foram conceituados abaixo os tipos de riscos físicos e as situações em que eles podem estar presentes, visando informar possíveis agravos que possam advir à saúde do ser humano, principalmente aos profissionais de saúde que passam um longo período de tempo em ambientes hospitalares. Ruído Muitos hospitais estão localizados em áreas expostas a fontes de ruído externo como o trânsito de grandes avenidas, aeroportos, etc. Porém, esse ruído não provém somente de fora do ambiente hospitalar, a poluição sonora encontra-se também em unidades de tratamento intensivo, unidades de internação, ambulatórios, centros cirúrgicos, corredores de circulação, sendo a principal causa de ruído o emprego de equipamentos com alarmes sonoros e a atuação da equipe multidisciplinar que, não tendo o devido conhecimento dos agravos ocasionados pelo elevado nível de ruído, contribui ainda mais com atitudes e comportamentos inadequados, prejudicando o bem estar da sua própria saúde (COSTA, LACERDA, MARQUES, 2011). Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ruído pode perturbar o trabalho, o descanso, o sono e a comunicação nos seres humanos, podendo provocar reações psicológicas, fisiológicas e ao mesmo tempo patológicas, gerando alterações na comunicação, baixo desempenho, fadiga, estresse doenças e acidentes (COSTA, LACERDA, MARQUES, 2011). Vibrações mecânicas Vibração é um agente prejudicial, sendo percebidas em várias atividades que envolvem o trabalho com máquinas, entretanto, elas só poderão causar danos aos trabalhadores quando houver contato físico do indivíduo com a ferramenta, facilitando o reconhecimento da exposição (CORRÊA, 2015). Segundo Corrêa (2015), agentes das mãos e braços causam alguns sintomas iniciais, como: branqueamento em um ou mais dedos de qualquer mão, dor, paralisia, formigamento, perda da coordenação, falta de delicadeza e dificuldade para realizar tarefas que exijam a motricidade fina, como dificuldade em pegar um alfinete numa superfície plana, abotoar a roupa ou virar uma página de um livro. Ademais, vale ressaltar que a gravidade dos sintomas é diretamente proporcional à exposição e intensidade das vibrações. As medidas preventivas objetivam diminuir as exposições à vibração do trabalhador ao agente e evitar que o limite de exposição seja ultrapassado,nesse caso pode citar o monitoramento periódico da exposição, informação juntamente com orientação aos trabalhadores, controle médico, manutenção dos aparelhos, além de evitar o contato entre o trabalhador e a ferramenta. (CUNHA; FREITAS, 2011). Temperaturas extremas Segundo Ponzetto (2010), nos ambientes profissionais, a temperatura é controlada, bem como a exposição do trabalhador nessa situação. Entretanto, em alguns hospitais, principalmente os públicos, salas de atendimentos, de exames, laboratórios, cozinhas, centros cirúrgicos não possuem uma ventilação adequada, com falta de equipamentos que controle a temperatura. Segundo Glauco (2018), o calor intenso pode levar a desidratação, problemas locomotores (câimbras, fadiga), problemas circulatórios, distúrbios psiconeuróticos, insolação e desmaios. E o frio excessivo pode causar danos à pele (feridas, rachaduras e até necrose), doenças reumáticas, respiratórias e comprometimento do sistema locomotor. Além de dificultar o trabalho dos profissionais, prejudicando a realização das atividades. A fim de evitar complicações com temperaturas extremas, há necessidade de introduzir equipamentos de proteção individual (EPIs) ao trabalhador, como: roupas térmicas, óculos de proteção, luvas, gorros, botas, além de aparelhos de proteção coletiva, como anteparos térmicos. Não podemos esquecer o revezamento de função, menores permanências no ambiente frio e maiores pausas associadas às medidas já descritas (CORRÊA, 2015). Pressões atmosféricas Conforme Ponzetto (2010), pressões atmosféricas são aquelas que possuem pressão menor que a existente ao nível do mar, dentre elas as atividades submarinas e mergulhos. Podemos também relacionar atividades de reabilitação, como as câmaras hiperbáricas, nas quais se efetuam atividades médicas e outros trabalhos sobre elevadas pressões atmosféricas. Quando a pessoa está num ambiente de baixa pressão, ocorre diminuição do transporte de oxigênio, afetando o metabolismo das células, levando à hipóxia (falta de oxigênio). Um dos primeiros efeitos a serem percebidos é a perda da visão noturna, começando sua manifestação a partir de uma altura de 1.800 metros. Acima desta, começa a perda parcial de memória, coordenação, euforia, confusão e morte (PONZETTO, 2010). Cuidados com despressurização devem ser tomados, a fim de manter a pressão parcial do oxigênio o mais perto possível do valor normal ao nível do mar, a fim de haver precaução com sequelas associadas às pressões atmosféricas (CORRÊA, 2015). Radiações Segundo Schneider (2004), é forma de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas e sua absorção pelo organismo pode ocasionar o aparecimento de lesões. É classificada em radiação ionizante (radioterapia e raios X) e radiação não ionizante (radiação infravermelha, ultravioleta, laser, micro-ondas, entre outras). Os profissionais da área da saúde, mais precisamente os que trabalham em setores de imagem e em hospitais, estão mais expostos às radiações ionizantes, o efeito dela em um indivíduo depende basicamente da dose absorvida, do tempo de exposição (curta/prolongada) e da extensão da exposição (corpo inteiro/localizada). Porém, é mais frequente a exposição em doses baixas e repetidas, cumulativas, de radiação, sendo mais preocupantes, pois só causam sintomas depois de longo tempo de exposição, quando doenças graves são manifestadas. Entre as consequências da radiação ionizante em longo prazo estão o maior risco de desenvolver câncer, particularmente do sistema imunológico e hematológico, e as mutações nas células reprodutoras que poderão passar a futuras gerações (BATISTA et al., 2019). Considerado como radioproteção todo cuidado que reduz a exposição à radiação, é indicada em exames radiológicos a utilização da mínima dose necessária de radiação e restringindo a exposição às áreas de interesse e o uso de equipamentos de proteção individual para o técnico e para as pessoas que estão nas proximidades (BATISTA et al., 2019). Umidade O Anexo nº 10 da NR 15 aborda sobre a umidade, classificando-a como atividades executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir prejuízos à saúde dos trabalhadores. Antes da determinação do perigo que um ambiente pode apresentar, deve ser realizada uma inspeção através de um laudo, a fim de ser comprovado que o ambiente é úmido. De qualquer maneira, a exposição excessiva do trabalhador à umidade pode gerar doenças respiratórias, de pele, no aparelho circulatório, dentre outras, além de traumatismos por quedas devido a escorregões e desequilíbrio (PONZETTO, 2010). Segundo a ANVISA, 2020: “As lavanderias, devido às atividades de higiene e limpeza, são os locais onde mais se faz uso de água dentro do ambiente hospitalar. São os ambientes onde facilmente é reconhecida a umidade. Outros ambientes de trabalho podem ter problemas com umidade excessiva, devido a danos nas tubulações de água ou mesmo de esgoto. Em recintos onde a umidade elevada seja proveniente, por exemplo, de pouca incidência de luz solar, o uso de sistema de refrigeração e calor (ar condicionado) pode ser a única opção. No caso de excesso de água em locais de trânsito de pessoas, que tomem o piso escorregadio, a drenagem deve ser otimizada. O uso de placas de advertência é outra medida de controle para reduzir acidentes.” Iluminação Conforme Bidoni (2001), a iluminação é importante para que o ser humano possa desenvolver suas atividades de maneira eficaz, principalmente no ambiente hospitalar. Vários problemas estão relacionados com a baixa luminosidade ou a falta dela para os profissionais de saúde, como: visão distorcida ao realizar procedimentos cirúrgicos ou no manuseio de equipamentos resultando em atividades mal executadas, erros e acidentes de trabalho. Conforme Schneider (2004), as causas sentidas pelos trabalhadores, como cansaço, ofuscamento ocular e dor de cabeça podem estar relacionadas à luminosidade precária, portanto deve-se dar prioridade à iluminação natural. Entretanto, a incidência de luz solar não deve se dar diretamente no setor de desenvolvimento do trabalho, pois poderá causar desconforto, como: aumento da temperatura ambiente, desconforto térmico, queda da pressão arterial, dentre outros. Dessa forma, é imprescindível a relação de uma iluminação adequada com a temperatura do local visto que iluminações artificiais podem alterar a sensação térmica. Segundo MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO, Portaria n. º 485, de 11 de novembro de 2005, Nr 32 - segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para implementar as medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Os tipos de risco são biológico, químico, quimioterápico, gases medicinais radiação, tipos de cuidados são com capacitação, lavanderias, limpeza e conservação, manutenção de máquinas e equipamentos, resíduos e refeições. RISCOS BIOLÓGICOS Considerado a Nr 32 Risco Biológico é a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos como microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. (NORMA 32, portaria n°485,2005) Normas e boas pratica para prevenção de contaminação por agentes Biológicos segundo a Nr32 Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual. Os quartos ou enfermarias destinadas ao isolamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seuinterior. Realizar a lavagem das mãos, antes e depois do uso das luvas. Todos trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais. Os Equipamentos de Proteção Individual – Fazer sempre o uso de EPI, os mesmos descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) Fonte: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2010/01/livreto_nr32_0.pdf São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas e uso de calçados abertos. Sapato correto: Fonte: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2010/01/livreto_nr32_0.pdf A proibição do uso de alianças e anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares, brincos, broches, piercings expostos. Os trabalhadores que utilizarem objetos perfuro-cortantes devem ser os responsáveis pelo seu descarte. Descarte as agulhas e outros materiais perfuro-cortantes, sem reencapar, dentro da caixa apropriada, obedecendo ao limite de enchimento, a mesma deve está em local acima do chão e seco. Fonte: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2010/01/livreto_nr32_0.pdf O processo de trabalho, durante a utilização de objetos com características perfuro-cortantes, deve ser considerado como finalizado somente após o descarte seguro dos mesmos. RISCOS QUÍMICOS Conforme Ponzetto (2010), os riscos químicos estão relacionados à toxicologia advindos de substâncias químicas que atuam negativamente sobre o homem. Consideram-se agentes químicos, substâncias, compostos ou produtos químicos em suas diversas formas de apresentação: líquida, sólida, plasma, vapor, poeira, névoa, neblina, gasosa e fumo. ( Coren SP, 2010) Vias de penetração O sistema respiratório Via digestiva Via cutânea Ponzetto, (2010) Segundo Cunha e Freitas (2011), citado por Dittritch (2015, pg. 76) ”o sistema respiratório é a principal via de absorção em relação aos compostos químicos, em virtude da suspensão dos gases e vapores no ambiente de trabalho (...)”. Cunha e Freitas (2011), citado por Dittritch (2015, pg. 76) “acreditam que a via digestiva é a via de penetração menos comum para a entrada no organismo humano, pois nenhum trabalhador ingere esses agentes químicos de maneira consciente”. Segundo a Nr 32 estes são os cuidados com agentes químicos: Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. A manipulação ou fracionamento dos produtos químicos deve ser feito por trabalhador qualificado. As áreas de armazenamento de produtos químicos devem ser ventiladas e sinalizadas. Deve se ter local apropriado para a manipulação ou fracionamento de produtos químicos. RISCO QUIMIOTERÁPICO A Nr 32 aborda duas formas de contaminação para o tratamento quimioterápico: Ambiental: contaminação do ambiente devido à saída do medicamento do envase no qual esteja acondicionado seja por derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos; Pessoal: contaminação gerada por contato ou inalação dos medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qualquer das etapas do processo. Conforme a Nr32, os quimioterápicos antineoplásicos somente devem ser preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais diretamente envolvidos. A área deve dispor no mínimo de: a) vestiário de barreira com dupla câmara; b) sala de preparo dos quimioterápicos; c) local destinado para as atividades administrativas; d) local de armazenamento exclusivo para estocagem. (NORMA 32, portaria 485,2005) Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado: Iniciar qualquer atividade na falta de EPI; Dar continuidade às atividades de manipulação quando ocorrer qualquer interrupção do funcionamento da cabine de segurança biológica.. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) RISCO COM GASES MEDICINAIS Conforme a Nr32 deve-se observar com rigor as recomendações e legislações vigentes ao manusear e permanecer em ambiente que faz uso dos gases. É vedado: a) a utilização de equipamentos em que se constate vazamento de gás; b) submeter equipamentos a pressões superiores àquelas para as quais foram projetados; c) a utilização de cilindros que não tenham a identificação do gás e a válvula de segurança; d) a movimentação dos cilindros sem a utilização dos equipamentos de proteção individual adequados; e) a submissão dos cilindros a temperaturas extremas; f) a utilização do oxigênio e do ar comprimido para fins diversos aos que se destinam; g) o contato de óleos, graxas, hidrocarbonetos ou materiais orgânicos similares com gases oxidantes; h) a utilização de cilindros de oxigênio sem a válvula de retenção ou o dispositivo apropriado para impedir o fluxo reverso; i) a transferência de gases de um cilindro para outro, independentemente da capacidade dos cilindros; j) o transporte de cilindros soltos, em posição horizontal e sem capacetes. . (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) COM CAPACITAÇÃO De acordo com a Rn 32 os trabalhadores envolvidos devem receber capacitação inicial e continuada que contenha, no mínimo: a) as principais vias de exposição ocupacional; b) os efeitos terapêuticos e adversos destes medicamentos e o possível risco à saúde, a longo e curto prazo; c) as normas e os procedimentos padronizados relativos ao manuseio, preparo, transporte, administração, distribuição e descarte dos quimioterápicos antineoplásicos; d) as normas e os procedimentos a serem adotadas no caso de ocorrência de acidentes COM AS LAVANDERIAS A lavanderia deve possuir duas áreas distintas, sendo uma considerada suja e outra limpa, devendo ocorrer na primeira o recebimento, classificação, pesagem e lavagem de roupas, e na segunda a manipulação das roupas lavadas. (NORMA 32, portaria n°485, 2005) A comunicação entre as duas áreas somente é permitida por meio de visores ou intercomunicadores. COM LIMPEZA E CONSERVAÇÃO Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser capacitados, inicialmente e de forma continuada, quanto aos princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização, rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situações de emergência. . (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fprotelimp.com.br%2Fproduto%2Fplaca-sinalizadora-cuidado- piso-molhado COM MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS A Nr 32 determina que os trabalhadores que realizam a manutenção, além do treinamento específico para sua atividade, devem também ser submetidos à capacitação inicial e de forma continuada, com o objetivo de mantê-los familiarizados com os princípios de: a) Higiene pessoal; b) Riscos biológicos (precauções universais), físico e químico; c) Sinalização; d) Rotulagem preventiva; e) Tipos de EPC e EPI, acessibilidade e seu uso correto. Todo equipamento deve ser submetido à prévia descontaminação para realização de manutenção periódica. (NORMA 32, portaria n°485,2005) COM RESÍDUOS Os trabalhadores devem ser orientados em relação, aos riscos biológicos e uso de EPIs e EPC. Conforme a Nr 32 estes são os cuidadoso descarte de resíduos. Os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos resíduos de saúde devem atender ao a) preenchidos até 2/3 de sua capacidade; b) fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que virados com a abertura para baixo; c) retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento; d) mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo. (NORMA 32, portaria n°485,2005) Segundo a Nr32 os cuidados com os perfuro cortantes deve ser: Para os recipientes destinados a coleta de material perfuro-cortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 05 cm abaixo. O recipiente para acondicionamento dos perfuro-cortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte. O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista o contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua saúde e integridade física.. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) COM REFEIÇÕES NR-32 determina que seja proibido aos trabalhadores ingerirem alimentos no local de trabalho e, para conforto destes, durante as refeições, devem ser observados os seguintes itens: Os estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem ser dotados de locais para refeição que atendam aos seguintes requisitos mínimos: Localização fora da área do posto de trabalho; Piso lavável; Limpeza, arejamento e boa iluminação; Mesas e assentos dimensionados de acordo com o número de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição; Lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local; Fornecimento de água potável; Possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições. Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos de papel-toalha, sabonete líquido e lixeira com tampa de acionamento por pedal. (NORMA 32, portaria n°485,2005) RISCOS ERGONÔMICOS A quarta categoria, classificada pela cor amarela, está relacionada com estresse físico e psicológico. Riscos Ergonômicos são todas as condições que afetam o bem-estar sejam eles físicos, mentais ou organizacionais. Podem ser entendidos como fatores que interferem nas características psicofisiológicas dos profissionais e causam desconforto e agravos à saúde (OLIVEIRA, 2020). Segundo a Fiocruz são considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em períodos noturnos, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa. Os riscos ergonômicos podem gerar crises psicológicas e físicas e prejudicar gravemente a saúde dos trabalhadores, pois podem causar alterações em seus estados físicos e emocionais, prejudicando sua produtividade, saúde e segurança, tais como: dores musculares, cansaço físico, hipertensão arterial, distúrbios do sono, diabetes, doenças neurológicas, doenças do sistema digestivo, nervosismo, ansiedade, desconforto nas costas.(FIOCRUZ, 2019) Para evitar que esses riscos prejudiquem as atividades e a saúde dos profissionais, é necessário adequar as condições de trabalho e os homens em termos de praticidade e conforto físico e mental das seguintes formas: melhorando o processo de trabalho, melhorando a modernização do ambiente de trabalho, a postura correta e o relacionamento entre as pessoas (OLIVEIRA, 2020). RISCOS DE ACIDENTES A quinta classificação é marcada pela cor azul e está em riscos de acidentes. Segundo o Ministério da Saúde, riscos de acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou afetam sua integridade física ou moral. São muito diversificados e estão presentes no arranjo físico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matéria-prima fora de especificação, utilização de máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas improprias ou defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, instalações elétricas defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. CARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra (TAVARES, [2012]); Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível (TAVARES, [2012]); Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com material perfuro-cortante (TAVARES, [2012]); CONCLUSÃO Em virtude do que foi estudado a biossegurança tornou-se mais clara no que diz respeito a cuidar da vida de todos os seres vivos e do meio ambiente trabalhado, afinal é imprescindível se adequar as normas básicas do trabalho em hospitais, mantendo a integridade de todos. Assim, tornam-se necessários que todos os funcionários conheçam e entendam essas normas para garantir o bom funcionamento do ambiente hospitalar. Levando-se em conta a biossegurança, um dos meios alternativos seria adotar e praticar medidas de segurança para a saúde de todos e o uso de equipamento de segurança, mesmo sabendo que nem todos os hospitais cumprem as normas e acabam que sofrendo alguns incidentes e até mesmo acidentes. O tema que aqui apresentamos pode continuar a ser estudado, visto que as normas de segurança no trabalho hospitalar é bem extenso e amplo, cheio de coisas novas. O hospital é indispensável para garantir a saúde das pessoas e cada benefício que promova isso é recebido com muita gratidão e importância por cada um que faça parte ou utilize esse ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA et al. Proteção radiológica na perspectiva dos profissionais de saúde expostos à radiação. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 72, 2019. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 71672019000700009>. Acesso em: 16 nov. 2020 CORRÊA, Paula. Biossegurança em Serviços de Saúde. Indaial: Uniasselvi, 2015. COSTA, Gisele; LACERDA, Adriana; MARQUES, Jair. Ruído no contexto hospitalar: impacto na saúde dos profissionais de enfermagem. CEFAC, São Paulo, v. 15, n. 3, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 18462013000300017>. Acesso em: 13 nov. 2020. Entenda quais são os agentes dos riscos físicos nas empresas. Portal Glauco, 2004. Disponível em: <http://www.portalglauco.com.br/blog/entenda-quais-sao-os-agentes- dos-riscos-fisicos-nas-empresas/>. Acesso em: 16 nov 2020. MARINELLI, Natália; POSSO, Maria; MARINELLI, Tarciso. Agentes físicos em unidades básicas de saúde: potencialidade de riscos ocupacionais. Univap, São Paulo, v. 20, n. 36, p. 26, 2014. Disponível em: <https://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/225>. Acesso em: 12 nov. 2020. NORMA REGULAMENTADORA Nº 9, de 12 de fevereiro de 2020. Brasília, Ministério da Saúde, 2020. 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