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S�-2 1) Descreva anatomia das mamas e as variações fisiológicas conforme a idade (puberdade, vida sexual ativa, menopausa; incluir a classificação de Tanner). As mamas são encontradas na parede anterior do tórax, anteriormente à fáscia profunda e aos músculos peitorais; separadas deles pelo espaço retromamário. Cada mama consiste em glândulas mamárias cercadas de tecido conectivo. As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas apócrinas modificadas. Elas possuem uma estrutura dinâmica, o que significa que a sua anatomia muda dependendo da idade da mulher, fase do ciclo menstrual e status reprodutivo. As glândulas são ativas na mulher adulta após o parto (período puerperal). Neste período, o hormônio hipofisário conhecido como prolactina estimula a produção de leite pela glândula, enquanto o hormônio hipotalâmico chamado oxitocina estimula a ejeção do leite através do mamilo. Fora do período puerperal as glândulas são menos abundantes, com a maior parte do tecido mamário preenchida por tecido adiposo. A glândula é composta por 15 a 20 lobos secretores, que são separados por bandas fibrosas. Estas bandas fibrosas são chamadas de ligamentos suspensores da mama. Os lobos contém numerosos lóbulos, que consistem em glândulas tubuloalveolares. Os ductos secretores dos lobos, chamados de ductos lactíferos, convergem e se abrem no mamilo. Cada ducto lactífero se dilata em um seio lactífero antes de se abrir no mamilo. A anatomia dos mamilos é ajustada para auxiliar na função da mama. Eles são cercados por uma região circular de pele pigmentada, chamada de aréola, que se torna ainda mais pigmentada e proeminente durante a puberdade. A aréola demonstra pequenas elevações pontuais em sua superfície, que são produzidas pelas muitas glândulas areolares. Estas são em sua maioria glândulas sudoríparas e sebáceas, bem como glândulas mamárias modificadas, chamadas de glândulas de Montgomery. Elas produzem uma secreção antimicrobiana que protege a superfície da aréola. MAMA PUBERDADE https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/torax https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/visao-geral-e-tipos-de-tecido-conjuntivo Em torno dos dez anos de idade, a aréola feminina torna-se mais pigmentada e levemente elevada. Esta alteração mamária, chamada de telarca, marca o início da diferenciação sexual mamária, e ocorre em virtude do início da produção de hormônios esteróides ovarianos. No início da puberdade, com o estabelecimento do ciclo hormonal ovariano o volume mamário aumenta em parte, decorrente do alongamento e ramificação ductal, mas principalmente devido ao acúmulo de tecido adiposo, ações determinadas pelo estrogênio. A progesterona determina a formação alveolar e o crescimento lobular, bem como contribui com o desenvolvimento secretório dos alvéolos e lóbulos mamarios (Greydanus, Parks et al. 1989). Estas alterações foram bem caracterizadas e são conhecidas como Estágios de Tanner, que as descreveu em 1962, classificando-as em 5 fases (Figura 2), a saber: Fase I: proeminência pré-adolescente do mamilo, sem palpação de tecido glandular subjacente; Fase II: presença de tecido glandular na região sub-areolar; há a projeção única da mama e do mamilo; Fase III: aumento do volume da mama com contorno uniforme entre a mama e a aréola; aumento do diâmetro e da pigmentação da aréola; contorno mamário e areolar está no mesmo plano; Fase IV: aumento do diâmetro da aréola e de sua pigmentação; ocorre projeção secundária do mamilo acima do plano mamário; Fase V: desenvolvimento final com contorno suave da mama e do mamilo, sem projeção do mesmo. MAMAS MENOPAUSA: Na mama, a falta estrogênica leva à hipotrofia do tecido mamário, proporcionando a flacidez nos seios. 2) Descrever, sobre o câncer de mama: a) Achados epidemiológicos. Fonte: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#:~:text=O %20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9%20o%20mais%20incidente%20em% 20mulheres,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres%201. O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres 1. https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9%20o%20mais%20incidente%20em%20mulheres,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres%201 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9%20o%20mais%20incidente%20em%20mulheres,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres%201 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9%20o%20mais%20incidente%20em%20mulheres,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres%201 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#nota1 No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões. Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres 2. A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 14,23 óbitos/100.000 mulheres em 2019. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 16,14 e 15,08 óbitos/100.000 mulheres em 2019, respectivamente 3. Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelo Nordeste (15,6%) e Sul (15,4%). A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia 3. b) Fatores de risco e fatores de proteção. Fonte: inca O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários. Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, têm maior risco de desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco. Os fatores endócrinos/história reprodutiva estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for a exposição. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona). Os fatores comportamentais/ambientais bem estabelecidos incluem a ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade na pós-menopausa, e exposição à radiação ionizante 1 3 4 5 6 7 8. O tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é atualmente reconhecido pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência de aumento do risco de câncer de mama em humanos 5. O risco de câncer de mama devido à radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência 1. Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento docâncer de mama. Os fatores genéticos/hereditários estão relacionados à presença de mutações em determinados genes, especialmente BRCA1 e BRCA2. Mulheres que possuem vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem também em parente consanguíneo, podem ter predisposição genética e são consideradas de maior risco para a doença. O câncer de mama de caráter hereditário corresponde, por sua vez, a apenas 5% a 10% do total de casos. https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#nota2 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#nota3 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude#nota3 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#1 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#3 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#4 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#5 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#6 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#7 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#8 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#5 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco#1 Fonte: Harrison GENÉTICA Talvez 8 a 10% dos cânceres de mama tenham origem familiar. As mutações em BRCA-1 são responsáveis por cerca de 5%. O BRCA-1 encontra-se no cromossomo 17q21, parecendo estar envolvido no reparo do DNA acoplado à transcrição gênica. Mulheres judias de origem asquenaze apresentam 1% de chance de possuir uma mutação comum (deleção de adenina e guanina na posição 185). A síndrome do BRCA-1 provoca maior risco de cânceres ovarianos em mulheres e prostático em homens. O BRCA-2 no cromossomo 11 pode ser responsável por 2 a 3% dos cânceres de mama. As mutações estão associadas a maior risco de câncer de mama em homens e mulheres. Mutações na linhagem germinativa de p53 (síndrome de Li-Fraumeni) são muito raras, mas nestas famílias ocorrem câncer de mama, sarcomas e outras neoplasias malignas. As mutações na linhagem germinativa de PALB2, hCHK2 e PTEN podem ser responsáveis por alguns cânceres mamários de origem familiar. Cânceres de mama esporádicos podem apresentar alterações genéticas, como a superexpressão de HER2/neu em 25% dos casos, mutações do p53 em 40% e perda da heterozigosidade em outros loci. A análise genética definiu subgrupos distintos de cânceres de mama (ver a seguir). Foram desenvolvidos testes para expressão de painéis de genes que podem predizer comportamento clínico e ser usados na determinação do tipo e da duração da terapia. PROTEÇÃO Fonte: inca A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco conhecidos e à promoção de práticas e comportamentos considerados protetores. Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em sua maioria, modificáveis; porém fatores como excesso de peso corporal, inatividade física, consumo de álcool e terapia de reposição hormonal, são, em princípio, passíveis de mudança. Por meio da alimentação, nutrição, atividade física e gordura corporal adequados é possível reduzir o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Como medidas que podem contribuir para a prevenção primária da doença, estimula-se, portanto, praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, adotar uma alimentação mais saudável e evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. Amamentar é também um fator protetor. c) Patogênese e tipos histológicos. ❖ Doença heterogênea; com diferenças biológicas e clínicas; ❖ Dividido em: esporádico e hereditário - Câncer de mama esporádico tem como fator de risco a exposição hormonal, em maioria ocorre em mulheres pós-menopausa e são receptor estrogênio positivo. - Câncer hereditário é causa de 12% dos cânceres de mama,sendo a mutação do gene BRCA1 e BRCA2 prevalentes (de 30 a 90% de penetrância) nesse tipo de câncer. • Classificação ❖ 95% adenocarcinomas ❖ Carcinoma In situ (neoplasia limitada aos ductos e lóbulos pela membrana basal); ❖ Invasivos (Penetra da membrana para o estroma, potencialmente infiltra vasos, linfonodos e sítios distantes). Tipos Histologia Clínica d) Quadro clínico. O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio de alguns sinais e sintomas. A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e geralmente indolor. O nódulo está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sinais e sintomas são: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas.Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama. A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a detecção precoce dessa doença. e) Rastreio e detecção precoce. Fonte: inca Rastreamento O rastreamento do câncer de mama é uma estratégia que deve ser dirigida às mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre redução da mortalidade por câncer de mama e na qual o balanço entre benefícios e danos à saúde dessa prática é mais favorável. Os potenciais benefícios do rastreamento bienal com mamografia em mulheres de 50 a 69 anos são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada. Os riscos ou malefícios incluem os resultados falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; os resultados falso-negativos, que resultam em falsa tranquilidade para a mulher; o sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à identificação de tumores de comportamento indolente (diagnosticados e tratados sem que representem uma ameaça à vida); e, em menor grau, o risco da exposição à radiação ionizante em baixas doses, especialmente se for realizado com frequência acima da recomendada ou sem controle de qualidade [2]. O rastreamento pode ser oportunístico ou organizado. No primeiro, o exame de rastreio é ofertado às mulheres que oportunamente chegam às unidades de saúde, enquanto o modelo organizado convida formalmente as mulheres na faixa etária alvo para os exames periódicos, além de garantir controle de qualidade, seguimento oportuno e monitoramento em todas as etapas do processo. A experiência internacional tem mostrado que o segundo modelo apresenta melhores resultados e menores custos [7]. Em países que implantaram programas efetivos de rastreamento, com cobertura da população-alvo, qualidade dos exames e, sobretudo, tratamento adequado e oportuno, a mortalidade por câncer de mama vem diminuindo. O impacto do rastreamento na mortalidade por essa neoplasia justifica sua adoção como política de saúde pública, tal como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) [8]. No Brasil, conforme as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, a mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade por câncer de mama. A mamografia de rotina é recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos uma vez a cada dois anos. A mamografia nessa faixa etária na periodicidade bienal são rotinas adotadas na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseiam-se na evidência científica do benefício dessa estratégia na redução da mortalidade nesse grupo e no balanço favorável entre riscos e benefícios. Em outras faixas etárias e periodicidades, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento com mamografia é desfavorável [2], [3]. Aproximadamente 5% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulherescom alto risco para desenvolvimento dessa neoplasia. Ainda não existem ensaios clínicos que tenham identificado estratégias de rastreamento diferenciadas e eficazes para redução de mortalidade nesse subgrupo. Portanto, recomenda-se acompanhamento clínico individualizado para essas mulheres. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r2 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r7 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r8 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r2 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r3 Risco elevado de câncer de mama relaciona-se à forte predisposição hereditária decorrente de mutações genéticas. As mais comumente associadas são as dos genes BRCA 1 e 2 (síndrome de câncer de mama e ovário hereditários), que representam de 70 a 80% dos casos, seguidas por TP53 (síndrome de Li-Fraumeni) e PTEN (síndrome de Cowden). Também constitui alto risco o histórico de radioterapia supra diafragmática antes dos 36 anos de idade para tratamento de linfoma de Hodgkin. O êxito das ações de rastreamento depende dos seguintes pilares: ● Informar e mobilizar a população e a sociedade civil organizada. ● Alcançar a meta de cobertura da população-alvo. ● Garantir acesso a diagnóstico e tratamento oportuno. ● Garantir a qualidade das ações. ● Monitorar e gerenciar continuamente as ações. A existência de rastreamento mesmo com boa cobertura não prescinde das estratégias de diagnóstico precoce, pois são abordagens complementares. ➔ As estratégias para a detecção precoce do câncer de mama são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento (aplicação de teste ou exame numa população sem sinais e sintomas sugestivos de câncer de mama, com o objetivo de identificar alterações sugestivas de câncer e, a partir daí, encaminhar as mulheres com resultados anormais para investigação diagnóstica). As Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil, apresentam as atuais recomendações para diagnóstico precoce e rastreamento [2], [3]. A elaboração das Diretrizes se baseou em ampla e rigorosa revisão sistemática da literatura [4] e devem orientar os profissionais de saúde em suas práticas clínicas [5]. Diagnóstico Precoce A estratégia de diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer. Nessa estratégia, destaca-se a importância da educação da mulher e dos profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama, bem como do acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde tanto na atenção primária quanto nos serviços de referência para investigação diagnóstica. São considerados sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama e de referência urgente para a confirmação diagnóstica: ● Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos. ● Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual. ● Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade. ● Descarga papilar sanguinolenta unilateral. ● Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos. ● Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral. ● Presença de linfadenopatia axilar. ● Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja. ● Retração na pele da mama. ● Mudança no formato do mamilo. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r2 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r3 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r4 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama/profissional-de-saude#r5 f) Tratamento quimioterápico, tratamento de manutenção e complicações. Fonte: Harrison O tratamento varia conforme o estágio da doença e a expressão de receptores hormonais e HER2. TABELA 71-2 ■ Taxa de sobrevida de 5 anos por estágio de câncer de mama Estágio Sobrevida de 5 anos (percentual dos pacientes) 0 99 I 92 IIA 82 IIB 65 IIIA 47 IIIB 44 IV 14 Fonte: Modificado dos dados do National Cancer Institute – Surveillance, Epidemiology, and End Results (SEER). National Institutes of Health (NIH). O carcinoma ductal in situ é o tumor não invasivo presente nos ductos mamários. O tratamento preferencial é a excisão ampla com radioterapia mamária. Em um estudo, o uso de tamoxifeno como adjuvante reduziu o risco de recorrência. O câncer de mama invasivo pode ser classificado como operável, com invasão local e metastático. No câncer de mama operável, o resultado da terapia primária é o mesmo quando se opta por mastectomia radical ou lumpectomia, seguidas por radioterapia mamária. A dissecção axilar pode ser substituída pelo exame do linfonodo-sentinela para avaliar se há envolvimento de linfonodos. O linfonodo-sentinela é identificado injetando um corante no local do tumor durante a cirurgia; o primeiro linfonodo em que o corante aparece é considerado o sentinela. As mulheres com tumores < 1 cm e exame negativo dos linfonodos axilares não requerem terapia complementar além da lumpectomia primária com irradiação da mama. A quimioterapia adjuvante por seis meses parece benéfica nas mulheres antes da menopausa com linfonodos positivos, nas mulheres na pré e pós-menopausa com linfonodos negativos, mas com tumores grandes ou prognóstico ruim por outros fatores, e nas mulheres na pós-menopausa com linfonodos positivos cujo tumor não expresse receptores de estrogênio. Os tumores com > 1 cm, positivos para receptores de estrogênio, com ou sem envolvimento de linfonodos, são tratados com inibidores da aromatase. As mulheres que iniciaram o tratamento com tamoxifeno antes que os inibidores da aromatase fossem aprovados devem migrar para o tratamento com tais inibidores após 5 anos usando tamoxifeno e manter o tratamento por mais 5 anos. A quimioterapia adjuvante deve ser adicionada ao tratamento hormonal nas mulheres com tumores positivos para os receptores de estrogênio com comprometimento de linfonodos e é usada sem terapia hormonal naquelas com tumores negativos para os receptores de estrogênio com linfonodos positivos, independentemente de estar nas fases pré ou pós-menopausa. Diversos esquemas têm sido usados. O mais eficaz parece ser o composto por 4 ciclos de doxorrubicina, 60 mg/m2, mais ciclofosfamida, 600 mg/m2, IV no primeiro dia de cada ciclo de 3 semanas, seguindo-se 4 ciclos de paclitaxel, 175 mg/m2 em infusão ao longo de 3 h no primeiro dia de cada ciclo de 3 semanas. Em mulheres com tumores HER2+, o trastuzumabe aumenta a capacidade de que a quimioterapia evite recorrências. A atividade de outras combinações tem sido testada. Nas mulheres na pré-menopausa, a ablação ovariana (p. ex., com gosserelina, um inibidor do hormônio liberador do hormônio luteinizante [LHRH]) pode ser tão efetiva quanto a quimioterapia adjuvante. Utiliza-se terapia adjuvante com tamoxifeno (20 mg/dia por 5 anos) ou um inibidor da aromatase (anastrozol, letrozol, exemestano) para mulheres na pós-menopausa cujos tumores expressem receptores de estrogênio com linfonodos positivos ou negativos, porém de grande tamanho ou acompanhados de outros fatores que piorem o prognóstico. O câncer de mama sofre recorrência em metade dos pacientes com doença localizada. A quimioterapia adjuvante com altas doses, seguida por transplante de células-tronco hematopoiéticas, não parece beneficiar as mulheres mesmo com risco elevado de recorrência. Em pacientes com tumores que expressam Her2, o uso de trastuzumabe adjuvante com quimioterapia reduz o risco de recorrência em até 50%. As pacientes portadoras de câncer de mama com disseminação local são beneficiadas com quimioterapia neoadjuvante combinada (p. ex., 6 ciclos de CAF: ciclofosfamida, 500 mg/m2, doxorrubicina,50 mg/m2, e 5-fluoruracila, 500 mg/m2, administradas por via IV nos dias 1 e 8 de ciclos mensais), seguindo-se cirurgia mais radioterapia mamária. O tratamento para a doença metastática depende da avaliação acerca da expressão dos receptores de estrogênio e da filosofia de tratamento. Não há tratamento que possa curar pacientes com doença metastática. Os ensaios clínicos randomizados não demonstraram melhora da sobrevida pela utilização de quimioterapia com altas doses e transplante hematopoiético de células-tronco. O tempo médio de sobrevida é de 22 meses com o tratamento convencional: inibidores da aromatase nos casos de tumores positivos para os receptores de estrogênio e quimioterapia combinada para os negativos. As pacientes cujos tumores expressam HER2/neu apresentam maiores taxas de resposta quando se acrescenta o trastuzumabe (anti-HER/neu) à quimioterapia. Trastuzumabe entansina é um fármaco conjugado que tem como alvo as células que expressam HER2, apresentando atividade antitumoral. Alguns autores defendem o uso sequencial de agentes ativos isoladamente nos casos de doença metastática. Os agentes ativos para os casos de doença resistente à antraciclina e aos taxanos consistem em capecitabina, vinorelbina, gencitabina, irinotecano e derivados de platina. As pacientes com evolução da doença com terapia adjuvante utilizando tamoxifeno podem ser beneficiadas com o uso de um inibidor da aromatase, como letrozol ou anastrozol. Metade das pacientes que respondem a uma terapia endócrina responde a outra terapia endócrina. Os bisfosfonatos reduzem as complicações esqueléticas e podem promover os efeitos antitumorais de outras terapias. A radioterapia é útil à paliação de sintomas. De forma geral, seguindo as recomendações da sociedade americana de oncologia (ASCO) e sociedade Europeia de oncologia (ESMO), deve-se fazer consulta de acompanhamento regular após tratamento do câncer de mama, exame físico completo e exame de imagem mamário a critério do mastologista. O exame físico deve ser realizado a cada 3 a 6 meses durante os primeiros 3 anos. E a cada 6 a 12 meses nos anos 4 e 5, e anualmente a partir de então. Na ausência de sinais clínicos ou sintomas sugestivos de doença recorrente não há indicação de exames laboratoriais ou de imagem para rastreamento de metástases. De uma forma geral o objetivo do acompanhamento é: ● Detectar recidivas locais precoces ou câncer de mama contralateral; ● Avaliar e tratar complicações relacionadas à terapia (como sintomas da menopausa, osteoporose); ● Motivar os pacientes que usam bloqueio hormonal devido alguns efeitos colaterais que podem coexistir; ● Fornecer apoio psicológico e informações para permitir o retorno à vida normal após o câncer de mama; ● Mudanças de estilo de vida para manter peso (IMC 20-25) ● Orientar e monitorizar linfedema. g) Tratamento radioterápico e complicações. Nem todas as mulheres com câncer de mama recebem a indicação da radioterapia. Somente a equipe médica poderá determinar a necessidade de cada tipo de tratamento, em concordância com o estado da doença e também da paciente. A radioterapia para o tratamento do câncer de mama pode ser indicada nos seguintes casos: ● Após a cirurgia conservadora da mama, para diminuir as chances de recidiva na mama ou nos linfonodos próximos; ● Após uma mastectomia, principalmente se o tumor estava localizado nos linfonodos ou se tinha mais de 5 cm de diâmetro; ● Se o tumor estava disseminado (se espalhando) para outros órgãos, como ossos ou cérebro. https://www.wecareskin.com/blog/o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-cancer-de-mama https://www.wecareskin.com/blog/o-que-e-mastectomia-e-como-ela-e-feita Procedimento – Como é feita a radioterapia contra o câncer de mama? Existem dois tipos de radioterapia, sendo a externa e a interna. A escolha do tipo de radioterapia é de exclusividade médica, e respeita limitações da paciente, do tumor e do estado geral de saúde. Radioterapia externa A radioterapia externa é a mais comum utilizada contra diversos tipos de câncer. Ela consiste na aplicação externa de feixes de radiação sobre a área afetada. As doses são fracionadas, a aplicação dura apenas alguns minutos por dia e a paciente não sente nada durante o procedimento. As áreas que serão irradiadas dependem do tipo de cirurgia realizada, podendo ser a mastectomia ou a cirurgia conservadora da mama. Outro ponto a ser considerado é se os linfonodos estavam ou não comprometidos. Os tipos mais comuns de radiação utilizados são os Raios X ou Gama (eletromagnéticos) e os elétrons, produzidos por aceleradores lineares de alta energia. A radioterapia contra o câncer de mama é administrada 5 dias na semana, geralmente de segunda a sexta-feira, durante um período de aproximadamente 5 a 6 semanas. Porém, recentemente surgiram novas modalidades que visam diminuir o período, mediante a aplicação de doses maiores por sessão (hipofracionamento). Radioterapia interna – ou braquiterapia A braquiterapia é um tipo de radioterapia para tratar o câncer de mama feito internamente. Neste procedimento, o agente radioativo é implantado dentro ou próximo ao órgão a ser tratado. São utilizadas fontes radioativas específicas, implantadas por meio de cateteres ou sondas. O tratamento é geralmente realizado duas vezes ao dia, com a paciente em regime ambulatorial (tendo que comparecer ao hospital para realizar o tratamento). Possíveis efeitos colaterais da radioterapia contra o câncer de mama Tanto a radioterapia externa quanto a interna podem ocasionar o aparecimento de alguns efeitos colaterais. A radiação é um feixe de energia que não pode ser isolada para atingir somente as células tumorais, e acaba atingindo células saudáveis também. Dentre os efeitos colaterais mais comuns estão: ● Inchaço e sensação de peso na mama ● Vermelhidão e coceira ● Radiodermite (bolhas, descamação e queimação) ● Fadiga Uma boa forma de evitar os efeitos colaterais sobre a pele durante a radioterapia contra o câncer de mama é com hidratação. A pele da paciente perde sua hidratação e proteção natural com a aplicação do feixe de radiação, o que contribui com seu enfraquecimento, aumentando o risco de infecções por fontes externas. https://www.wecareskin.com/blog/efeitos-colaterais-do-tratamento-oncologico-e-como-administra-los https://www.wecareskin.com/blog/o-que-fazer-com-a-vermelhidao-da-pele-durante-a-radioterapia https://www.wecareskin.com/blog/como-tratar-a-radiodermite-efeitos-colaterais-e-seus-cuidados https://www.wecareskin.com/blog/fadiga-durante-o-tratamento-oncologico-como-amenizar-seus-efeitos https://www.wecareskin.com/blog/saiba-quais-sao-os-efeitos-da-radioterapia-na-pele h) Tratamento cirúrgico e complicações. Fonte: Inca O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como das condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências). O prognóstico do câncer de mama depende da extensão da doença (estadiamento), assim como das características do tumor. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. Quando há evidências de metástases (doença a distância), o tratamento tem por objetivos principais prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em: ● Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução mamária) ● Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica Estádios I e II A conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser conservadora, com retirada apenas do tumor; ou mastectomia, com retirada da mama e reconstrução mamária. A avaliação dos linfonodos axilares tem função predominantemente prognóstica. Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em algumas situações. Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos de mastectomia. O tratamento sistêmico será determinado de acordo com o risco de recorrência (idade da paciente,comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau de diferenciação), assim como das características tumorais que ditarão a terapia mais apropriada. Esta última baseia-se principalmente na mensuração dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e progesterona) - quando a hormonioterapia pode ser indicada; e também de HER-2 (fator de crescimento epidérmico 2) - com possível indicação de terapia biológica anti-HER-2. Estádio III Pacientes com tumores maiores, porém ainda localizados, enquadram-se no estádio III. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial. Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia). Estádio IV Nesse estádio, é fundamental que a decisão terapêutica busque o equilíbrio entre a resposta tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais decorrentes do tratamento. A modalidade principal nesse estádio é sistêmica, sendo o tratamento local reservado para indicações restritas. A atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve ser preocupação dos profissionais de saúde ao longo de todo o processo terapêutico. O tratamento do câncer de mama, conforme prevê a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, deve ser feito por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), que fazem parte de hospitais de nível terciário. Este nível de https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/acoes-de-controle/tratamento#4 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html atenção deve estar capacitado para realizar o diagnóstico diferencial e definitivo do câncer, determinar sua extensão (estadiamento), tratar (cirurgia, radioterapia, oncologia clínica e cuidados paliativos), acompanhar e assegurar a qualidade da assistência oncológica. 3) Apresentar a classificação radiológica de BI-RADS (mamográfico e ultrassonográfico) e seu seguimento. 4) Apresentar as políticas públicas brasileiras para abordagem do câncer de mama. Fonte: https://www.inca.gov.br/mama Políticas públicas nessa área vêm sendo desenvolvidas no Brasil desde meados dos anos 80 e foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher, em 1998. O controle do câncer de mama é hoje uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Fonte: https://www.mastology.org/wp-content/uploads/2015/06/MAS_v23n3_92-94.pdf O câncer de mama é, provavelmente, o mais temido entre as mulheres. Razões para tal fato são a alta incidência e os efeitos psicológicos advindos do tratamento da doença, que muitas vezes é mutilante e acaba por afetar a sexualidade e a própria imagem pessoal da paciente. As ações para o controle do câncer de mama tiveram um marco histórico em meados dos anos 1980, com o lançamento do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher. O programa apresentava duas linhas básicas de filosofia: a informação e a educação sobre os cânceres mais incidentes, entre eles o de mama. No final dos anos 1990, a implantação do Programa Viva Mulher formulou diretrizes e estruturou a rede assistencial para a detecção precoce da doença. Porém, as diretrizes técnicas para o controle do câncer de mama no Brasil só foram propostas com o Documento de Consenso, escrito em 2004. A importância do conteúdo desse documento foi reafirmada pelo Pacto pela Saúde, em 2006, quando foram estabelecidas metas para o desempenho das ações da agenda sanitária nacional. Em 2009, o INCA promoveu o Encontro Internacional sobre Rastreamento do Câncer de Mama, no Rio de Janeiro. O evento contou com a participação do movimento organizado de mulheres e instituições ligadas ao controle do câncer. O objetivo foi conhecer experiências de programas realizados na Europa, Canadá e Chile. Em 2009, o Ministério da Saúde institui o Sistema de Informação do Câncer de Mama (SISMAMA), com o objetivo de ampliar o acesso universal à mamografia e informatizar os dados relativos ao rastreamento e diagnóstico precoce. Em 2012, novos avanços foram alcançados. O Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), que tem o objetivo de garantir a qualidade dos exames de mamografia oferecidos à população, foi uma parceria entre o Colégio Brasileiro de Radiologistas, o Ministério da Saúde e o INCA12. No mesmo ano, Corrêa et al. 13 demonstraram que 40% dos serviços de mamografia não atingiam nível de conformidade de 70%. Falta de infraestrutura necessária para todas as rotinas do programa, alto custo dos procedimentos e falta de seguimento em médio e longo prazos ainda são fatores que impedem um programa de rastreio de qualidade no Brasil. Por isso, são conduzidos somente rastreamentos oportunísticos, quando as mulheres procuram espontaneamente o serviço de saúde para realizar o exame de mamografia. Mais recentemente, o país tem conquistado avanços no tratamento do câncer de mama. A Lei Federal nº12.732/12 https://www.inca.gov.br/mama https://www.mastology.org/wp-content/uploads/2015/06/MAS_v23n3_92-94.pdf concedeu a todo paciente com neoplasia o direito de receber o primeiro tratamento no prazo de até 60 dias contados a partir do dia em que a doença foi diagnosticada. Em 2013, a Lei Federal nº 12.802/13 obriga o SUS a realizar cirurgia plástica reparadora concomitante para toda paciente que for submetida à cirurgia conservadora ou radical da mama.
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