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Resumo - Deterioração e Vigor de Sementes

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DETERIORAÇÃO DE SEMENTES 
Deterioração: é um processo irreversível e progressivo que corre devido à 
processos deletérios (alterações bioquímicas, citológicas, fisiológicas e 
químicas) que levam a queda da qualidade e até possível morte da semente. 
A deterioração quanto à um processo natural, se inicia a partir do ponto de 
maturidade fisiológica (PMF: ponto de máximo acúmulo de matéria seca, que 
geralmente coincide com o máximo potencial de germinação) podendo ser 
rápida ou lenta. 
Causas da Deterioração 
Estresse oxidativo 
 Toda célula que respira vai se deteriorando devido ao estresse oxidativo, 
onde espécies reativas de oxigênio (EROs), que são radicais livres, têm como 
principal alvo as membranas (mitocôndria). 
 Danos mecânicos podem potencializar a deterioração. 
 Principais alterações degenerativas: peroxidação de lipídeos (oxidação do 
óleo de sementes oleaginosas), desnaturação de membranas, inativação de 
enzimas, degradação de proteínas e perda da integridade do DNA. 
Sistema de Defesa Antioxidativo 
 Não enzimático: tocoferol, ácido ascórbico. 
 Enzimático: SOD, CAT, POX, APX. 
 A 1ª enzima que atua contra os EROs é a SOD (superóxido 
dismutase), a qual transforma as espécies reativas de oxigênio em água 
oxigenada e oxigênio, que também são espécies reativas de oxigênio, por isso, 
posteriormente temos a atuação das enzimas catalases (CAT, POX ou APX), a 
qual converte a água oxigenada em água e oxigênio. 
 Para evitar o estresse oxidativo, as espécies reativas de oxigênio 
(importantes pois são moléculas sinalizadoras) e o sistema de defesa, precisam 
estar em equilíbrio. 
Intensidade e Velocidade de Deterioração 
Varia conforme: espécie (oleaginosas são mais propensas a deterioração), 
cultivar, lotes da mesma cultivar, sementes do mesmo lote e diferentes estruturas 
da semente. 
É fortemente alterada por: 
 Umidade e atividade metabólica da semente. 
 Condições climáticas durante a formação e maturação. 
Colheita, danos mecânicos, injúrias, secagem, beneficiamento e 
armazenamento (baixas temperaturas e umidade). 
Sanidade (patógenos). 
Tipo de embalagem no armazenamento. 
Associação entre Deterioração e Vigor 
Após a maturação da semente, vão ocorrendo diversos processos deletérios que 
podem levar a semente à morte, como: 
Desestruturação das membranas. 
Germinação lenta. 
Menor taxa de crescimento e desenvolvimento. 
Maior sensibilidade ao estresse. 
Aumento da ocorrência de plântulas anormais. 
Perda do potencial germinativo. 
VIGOR DE SEMENTES 
Vigor: semente com potencial de uma rápida e uniforme emergência, com bom 
desempenho em campo. 
Características associadas ao vigor: 
 Velocidade de germinação. 
 Tolerância/sensibilidade a estresses. 
 Taxa de crescimento de plântulas. 
Velocidade de reorganização das membranas. 
Taxa de respiração e atividade de enzimas. 
 Defesa antioxidante. 
Vigor é qualitativo. 
Objetivos de avaliar o vigor: detectar diferenças entre lotes com % de 
germinação semelhantes, selecionar lotes para regiões específicas (frio/calor), 
verificar a necessidade de tratamento fungicida, escalonar a venda de lotes 
(primeiro os de menor vigor), definir o destino dos lotes (descarte? venda?), 
avaliar potencial de armazenamento e de emergência em campo. 
Testes de Vigor 
1. Testes baseados no desempenho de plântulas (testes fisiológicos). 
2. Testes de resistência a estresses. 
3. Testes bioquímicos. 
Testes baseados no desempenho de plântulas: 
 Comprimento de plântulas (mensurar o comprimento das plântulas, onde 
plântulas maiores são consideradas mais vigorosas). 
Peso da matéria seca de plântula (plântulas, sem cotilédones e 
endosperma, secas em estufa de ar forçado à 65-80°C, até peso constante). 
Classificação do vigor da plântula (baixo, médio e alto vigor). 
Emergência de plântulas (avalia a % de plântulas emergidas – maior 
emergência = maior vigor). 
Primeira contagem de germinação/emergência (avalia a % de plântulas 
normais obtidas na data da 1ª contagem do teste de germinação e avalia 
indiretamente a velocidade de germinação (lote mais vigoroso = mais plântulas 
normais na 1ª contagem). 
Velocidade de germinação/emergência (analisar o teste para saber se 
quanto maior o índice, maior o vigor. Ex: maior IVG, maior vigor; maior T50, 
menor vigor). 
Testes de resistência a estresses: 
 Envelhecimento acelerado. 
 Teste de estresse por calor e umidade. 
 Princípio: exposição das sementes à altas temperaturas e umidade 
relativa (aumentando a deterioração das sementes). Sementes de baixo vigor 
terão baixa germinação após este estresse. 
 Colocar 40mL de água ou solução salina no fundo da gerbox e as 
sementes sobre a telinha -> levar a BOD por 48h a 41°C (varia com a espécie). 
 Fornece uma estimativa do potencial de armazenamento e de 
emergência em campo das sementes. 
 Deterioração controlada. 
 Teste de frio. 
 Princípio: exposição das sementes à baixas temperaturas (10°C) e 
alta umidade. Lotes vigorosos terão alta germinação após esse estresse. 
 Pode ser conduzido em caixas com solo ou em rolo de papel com 
ou sem solo. 
 Germinação à baixa temperatura. 
 Imersão em soluções tóxicas à semente. 
 Estresse hídrico. 
Testes bioquímicos: 
Teste de condutividade elétrica. 
 Recomendado para sementes de soja, ervilha e feijão. 
 Princípio: embeber as sementes para observar a capacidade de 
reorganização das membranas celulares. Quanto maior for a condutividade 
elétrica, menos vigor tem a semente, pois quanto mais deteriorada a membrana, 
mais extravasa exsudatos, logo, aumenta a condutividade elétrica (mais a 
semente demora para reorganizar a membrana). 
 Colocar as sementes num copinho e adicionar 75 mL de água -> 
levar à BOD pelo tempo e temperatura indicado para a cultura -> fazer a leitura 
da condutividade elétrica. 
Teste de lixiviação de potássio. 
Teste de tetrazólio. 
 Determina a qualidade fisiológica, viabilidade e vigor da semente 
num período rápido de tempo. 
 Princípio: se baseia na atividade das enzimas desidrogenases que 
reduzem o sal de tetrazólio nos tecidos vivos. O sal de tetrazólio que é incolor e 
difusível é reduzido a trifenilformazan que é vermelho e não difusível. 
 Diferenciação de cores dos tecidos: 
 Róseo: tecido vivo e vigoroso. 
 Carmim: tecido deteriorado. 
 Branco leitoso: tecido morto. 
 Principais danos que podem ser observados: dano por percevejo, 
umidade e mecânico. 
Teste de aldeídos voláteis. 
Teste de ácidos graxos livres. 
Limitações dos Testes 
Cada teste avalia um parâmetro, logo, precisam ser analisados em conjunto. 
Nem sempre reflete o desempenho a campo. 
Necessidade de novos testes. 
Novas Técnicas para Avaliação do Vigor 
Uso de imagens de radiografias das sementes. 
Uso de máquinas interativas com classificação de qualidade. 
Baseada em tecnologia de imagem hiperespectral. 
Classificação do vigor de sementes de soja por espectroscopia do infravermelho 
próximo. 
 
AULA PRÁTICA – TESTE DE GERMINAÇÃO 
Objetivo: determinar o potencial máximo de germinação de um lote de sementes. 
Pode ser usado para comparar a qualidade de diferentes lotes. 
Definições: germinação em testes laboratoriais é a emergência e 
desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, demonstrando sua 
aptidão para produzir uma planta normal sob condições favoráveis de campo. 
Porcentagem de germinação: corresponde a proporção do número de sementes 
que produziu plântulas classificadas como normais, quando sob condições 
ideais. 
Estruturas essenciais: sistema radicular, parte aérea e cotilédone(s). 
Plântulas normais: são aquelas que mostram potencial para completar seu 
desenvolvimento e dar origem a plantas normais, quando desenvolvidas sob 
condições favoráveis.

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