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APS - Jurisdição Constitucional

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Como advogada da pessoa jurídica Associação Alfa, ajuizaria uma ‘ação civil pública’, haja vista a legitimidade ativa da associação ante a sua constituição ter-se dado há mais de um ano e destinar-se à defesa do patrimônio social e do direito à saúde de todos, conforme dispõe o artigo 5º, inciso V, alíneas ‘a’ e ‘b’ da Lei n.º 7.347/1995. Já no polo passivo da demanda estaria o Município Beta, por ser responsável pela gestão do Posto de Saúde Gama. 
	O cabimento da ação cujas partes foram apresentadas decorre da defesa dos idosos que procuram o atendimento no Posto de Saúde Gama, desta forma, ante a impossibilidade de individualização dos usuários por de saúde pública de modo geral, principalmente refere a qualidade do serviço público oferecido à população, a demanda é de interesse difuso, enquadrando-se no tutelado no artigo 1º, incisos IV e VIII, da Lei n.º 7.347/1995. 
	Conforme citado, o ponto central da lide é a necessidade de defesa do direito à vida e à saúde dos idosos que procuram os serviços do posto de saúde, juntamente com a sua dignidade, direitos previstos na Constituição Federal nos artigos 1º, inciso III[footnoteRef:1], artigo 5º, caput [footnoteRef:2], artigo 6º[footnoteRef:3] e artigo 196[footnoteRef:4]. [1: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana;”
] [2: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, (...)”] [3: “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”] [4: “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”] 
	Nesse mesmo sentido, os direitos objetos da lide estão sendo preteridos ante a realização de obras públicas na área de lazer, atitude considerada inadequada ante a constitucionalidade da maior importância dos direitos defendidos, visto que, apesar do direito a lazer ser constitucionalmente assegurado, o direito à saúde possui maior importante. 
	No mais, o município possui o dever legal de assegurar o direito à saúde dos idosos com a devida prestação de serviços público de saúde de forma célere, hábil e correta, conforme dispõe os artigos 30, inciso VII, artigo 196 e artigo 230 da Constituição Federal, in verbis:
“Art. 30. Compete aos Municípios: 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;”
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
“Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.”
	Nesse diapasão, a Lei n.º 10.741/2003, assegura que é obrigação do Poder Público, materializado no Município Beta no caso em questão, a preservação da saúde dos idosos com absoluta prioridade conforme assegura o artigo 3º.
	Ademais, o mesmo artigo 3º, assegura que em seu parágrafo primeiro que a prioridade compreendida aos idosos devem garantir atendimento preferencial e imediato junto aos órgãos públicos prestados de serviços (inciso I), preferencial na formulação e execução de políticas públicas sociais (inciso II), destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas a proteção ao idoso (inciso III) e garantia de acesso à rede de serviços de saúde (inciso VIII). 
	O artigo 4º do Estatuto do Idoso afirma também que nenhum idosos será objeto de qualquer tipo de negligência, contudo, o Município ao não oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos, principalmente colocando-os em situações de alto risco de morte e priorizado obras publicas relacionadas ao lazer, está negligenciando os seus direitos constitucionalmente previstos. 
	Todos os argumentos apresentados seriam utilizados no ajuizamento da ação, bem como formularia pedido para concessão de medida liminar como forma de compelir o município em regularizar o sistema de saúde e prestar o necessário atendimento laboratorial. 
	Tal medida tem como fundamento os direitos constitucionalmente previstos e já expostos, bem como o risco de ineficácia da medida final caso indeferimento da liminar, ante a urgência da situação, vez que os idosos que já possuem a saúde prejudicada e são considerados a parcela da população como grupo de risco, necessitam de atendimento médico urgente ante o risco de morte caso o tratamento não seja adequado, demonstrando o fumus boni iures e o periculum in mora, necessários para a concessão da medida,

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