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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS – UFGD FACULDADE DE COMUNICAÇÃO, ARTES E LETRAS – FACALE LÍNGUA PORTUGUESA V PROFA. DRA. THISSIANE FIORETO Discentes : RUBIA ELISE DE ALMEIDA Atividade avaliativa sobre Metaplasmos ORIENTAÇÕES: · A atividade tem valor de 5,0 (dois) pontos a serem acrescentados na P1 (soma-se à nota do resumo) e poderá ser desenvolvida individualmente ou, no máximo, em duplas; · Apenas uma versão do trabalho, com o nome da dupla, e deve ser entregue no dia 31/10; · Não é preciso mostrar a evolução histórica de cada um dos metaplasmos encontrados, basta apenas identificá-los e nomeá-los. Exemplo: falar – apócope (falar>fala) azá – apócope (azar > azá ) grutião – fechamento (grotião > grutião) crué – apócope ( cruel > crué ) padicê – apócope, fechamento (padecer > padecê > padicê ) tratô – apócope ( trator > tratô) trabaiando – despalatização ( trabalhando > trabaiando) Pro – elisão? (para o > pra o> pro ) filizardo – fechamento (felizardo > filizardo) comê – apócope ( comer > comê) trucida – fechamento, metátase (torcida > turcida > trucida ) miorá – apócope, despalatização, monotongação? (melhorar > melhorá > meiorá > miorá) trevessa – assimilação progressiva (atravessa > trevessa) cancêra – monotongação (canseira > cansêra > cancêra ) regressiva consonantal ou lógica do som bola de biá – apócope, despalatização, crase (bilhar > bilha > biiá> biá) carrêra – síncope (carreira > carrêra) aculá – fechamento (acolá > aculá) home – apócope (homem > home) Taliquá tal igual – elisão, metafonia, apócope? ( tal igual > taligual > taliqual > taliquá ) Podê – apócope ( poder > podê) Trabaiá – despalatização, apócope (trabalhar > trabalhá > trabaiá ) Secenta – qual o metaplasmo que transforma a grafia? Percurei – assimilação progressiva, metátase ( procurei > precurei > percurei) Apusentá – apócope, fechamento? (aposentar > aposentá > apusentá) Batê – apócope (bater > batê) Iscritoro – monotongação, assimilação progressiva ou fechamento?(escritório > escritoro > iscritoro) Cartoro – monotongação (cartório > cartoro) falá – apócope (falar > falá) Frangindo – não sei pq o g e o z são sonoros. Lei do menor esforço - transformação/sonorização - permuta Côro – monotongação ( couro > côro) Papé – apócope (papel - papé) econoia do plural Pra – sincope (para > pra) Fazê – apócope (fazer > fazê) Apusento – fechamento (aposento > apusento) trazê – apócope (trazer > trazê) Prazentêro – monotongação ou assimilação? (prazenteiro > prazentêro) Mode – elisão? (ao modo de > ao mode de > mode de> mode) recebê – apócope (receber > recebê) dinhêro – monotongação (dinheiro > dinhêro) precizava – lógica do som? Subrinome – fechamento? (sobrenome > subrinome) Niversidade – aférese (Universidade > versidade) Custoza – lógica do som??? Cabuloza – lógica do som??? Quêxada – monotongação (queixada > quêxada) Levá – apócope (levar > levá) Pecá – apócope (pecar > pecá) currico – síncope (currículo > curriclo > currico) Nabuco Donozô – apócope Dizê – apócope (dizer >dizê) Batizo – apócope (batizou > batizô) pió – apócope (pior > pió) apusentasse - fechamento (aposentasse > apusentasse) istrangêro – monotongação, fechamento (estrangeiro > estrangêro > istrangêro) vaquêro – monotongação (vaqueiro > vaquêro) amansô – apócope ( amansou > amansô) Iscutei – fechamento (escutei > escutei) Paciênça – monotongação (paciência > paciença) Oiando – despalatização (olhando > oiando) Braba – betacismo (brava >braba) Faça um levantamento dos metaplasmos que aparecem no poema a seguir de Patativa do Assaré. APOSENTADORIA DE MANÉ DO RIACHÃO – Patativa do Assaré 1 - Seu moço, fique ciente De tudo que eu vou contar, Sou um pobre penitente Nasci no dia do azá, Por capricho eu vim ao mundo Perto de um riacho fundo No mais feio grutião E como ali fui nascido, Fiquei sendo conhecido Por Mané do Riachão. 2 - Passei a vida penando No mais crué padicê, Como tratô trabaiando Pro filizardo comê, A minha sorte é trucida, Pra miorá minha vida Já rezei e fiz promessa, Mas isto tudo é tolice, Uma cigana me disse Que eu nascí foi de trevessa. 3 - Sofrendo grande cancêra Virei bola de biá Trabaiando na carrêra Daqui, pra ali e pra aculá, Fui um eterno criado Sempre fazendo mandado Ajudando aos home rico, Eu andei de grau em grau Taliquá o picapau Caçando broca em angico. 4 - Sempre entrando pelo cano E sem podê trabaiá, Com secenta e sete ano Percurei me apusentá, Fui batê lá no iscritoro Depois eu fui no cartoro, Porém de nada valeu, Veja o que foi, cidadão, Que aquele tabelião Achou de falá pra eu. 5 - Me disse aquele iscrivão Frangindo o côro da testa: – seu Mané do Riachão, Este seus papé não presta, Isto aqui não vale nada, Quem fez esta papelada Era um cara vagabundo, Pra fazê seu apusento Tem que trazê documento Lá do começo do mundo. 6 - E me disse que só dava Pra fazê meu apusento Com coisa que eu só achava No Antigo Testamento, Eu que tava prazentêro Mode recebê dinhêro, Me disse aquele iscrivão Que precizava dos nome E também dos subrinome De Eva e seu marido Adão. 7 - E além da identidade De Eva e seu marido Adão Nome de niversidade Onde estudou Salomão Com outras coisas custoza, Bem custoza e cabuloza, Que neste mundo revela A Escritura Sagrada, Quatro dente da quêxada Que Sansão brigou com ela. 8 - Com manobra e mais manobra Pra puder me aposentá, Levá o nome da cobra Que mandou Eva pecá E além de tanto fuxico, O registro e o currico De Nabuco Donozô, Dizê onde ele morreu, Onde foi que ele nasceu E aonde se batizô.. 9 - Veja moço, que novela, Veja que grande caipora E a pió de todas ela O sinhô vai vê agora, Para que me apusentasse, Disse que também levasse Terra de cada cratéra Dos vulcão dos istrangêro E o nome do vaquêro Que amansô a Besta Fera. 10 - Iscutei achando ruim Com paciênça fraca E ele oiando pra mim Com os óio de jararaca Disse: a coisa aqui é braba Precisa que você saba Que eu aqui sou o iscrivão, Ou estas coisa apresenta, Ou você não se apusenta, Seu Mané do Riachão. 11 - Veja moço, o grande horrô Sei que vou morrê dipressa, Bem que a cigana falou Que eu nasci foi de trevessa, Cheio de necessidade Vou vivê da caridade, Uma ismola cidadão! Lhe peço no Santo nome, Não dêxe morrê de fome O Mané do Riachão