Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO PARA PROVA PROBLEMA 01 Estrutura do DNA • O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo das células de todos os seres vivos e que carrega toda a informação genética de um organismo e é formado por uma fita dupla em forma de espiral (dupla hélice), composta por nucleotídeos. • O bloco constituinte básico dos ácidos nucléicos é o nucleotídeo, que possui três componentes: uma base nitrogenada, um açúcar e um fosfato. Eles são denominados de acordo com o tipo de açúcar. O DNA possui uma 2-desoxirribose, já o RNA possui uma ribose. • Cada ácido nucléico contém quatro tipos de bases nitrogenadas. As purinas (adenina e guanina), estão presentes tanto no DNA quanto no RNA. Contudo, no DNA as pirimidinas são citosina e timina; no RNA, a uracila é encontrada no lugar da timina. • Todos os nucleotídeos do DNA possuem a mesma orientação relativa. Ou seja, o carbono 5’ da pentose de todos os nucleotídeos é voltado para cima, isso confere direcionalidade às cadeias polinucleotídicas. Na extremidade 5’ da cadeia, está presente um grupo fosfato, enquanto que na extremidade 3’ está presente um grupo OH. Na molécula de DNA, os desoxirribonucleotídeos formam cadeias entre si, ligados por pontes fosfodiéster estabelecidas entre o grupo fosfato do carbono 5’ e o grupo OH do carbono 3’. Por convenção, as cadeias polinucleotídicas são representadas na orientação 5’→3’. • Efeitos hidrofóbicos estabilizam o pareamento, tendo em vista que os anéis purínicos e pirimidínicos são forçados para o interior da hélice, enquanto os sítios hidrofílicos são expostos ao solvente nos sulcos maior e menor. Além dessas forças, o empilhamento das bases favorece o estabelecimento de forças de Van der Walls entre os anéis aromáticos. • Já as cadeias de açúcar-fosfato, que são carregadas negativamente, interagem com cátions, em especial Mg2+ em solução, neutralizando a repulsão entre as duas cadeias. Já quando o DNA está em solução in vitro, as cargas tipicamente são neutralizadas por íons Na+. Replicação • Processo de duplicação das cadeias de DNA que ocorre antes de cada divisão celular, na fase S do ciclo celular, leva em torno de 8h. Durante esse processo cada uma das fitas originais atua como um molde para a formação de uma fita inteiramente nova. Como cada uma das duas células-filhas resultantes da divisão celular herda uma nova dupla- hélice de DNA formada por uma fita original e uma fita nova, diz-se que a replicação da dupla-hélice de DNA produzida pela DNA-polimerase é “semiconservativa”. • Ocorre na forquilha de replicação, uma região do DNA que possui estrutura em forma de Y e um complexo multi-enzimático que contêm a DNA-polimerase. • As DNA-polimerase só polimerizam no sentido 5’3’. Assim, quando a DNA-polimerase percorre a fita original 5’3’ ela produz uma nova fita de DNA contínua complementar aquela. Entretanto, quando a fita original é 3’5’, ela produz fragmentos de DNA, conhecimentos como fragmentos de Okasaki, com 100 a 200 nucleotídeos de comprimento, formando uma fita descontínua que cresce em direção contrária à fita contínua. • A DNA-helicase vai à frente da forquilha de replicação e é responsável pela abertura da fita de DNA. As DNA-helicase podem movimentar-se tanto na direção 5’3’ como 3’5’, e a diferença de polaridade na fita parece ser o motivo de sua movimentação. As proteínas SSB, ou proteínas ligadoras de fita simples, auxiliam as DNA-helicases mantendo as fitas abertas. • A proteína cinta reguladora é responsável por manter a DNA-polimerase fixa à cadeia de DNA. No entanto, para que ela atue, é necessária outra enzima, conhecida como “enzima montadora da cinta” que a mantém circulando a fita de DNA e à espera da DNA-polimerase. • Nos fragmentos de Okasaki, a cinta reguladora fica “à espera” da DNA polimerase. Ao encontrá-la, aquela fixa-se a esta e permite a polimerização do fragmento de Okasaki. Ao atingir a extremidade 5’ do fragmento anterior, a polimerase dissocia-se da cinta e liga-se à próxima cinta montada sobre o próximo fragmento. • Duas moléculas de DNA-polimerase trabalham na forquilha, uma na fita-líder, e outra na fita descontínua. Enquanto a molécula de DNA-polimerase na fita-líder pode operar de modo contínuo, a molécula de DNA-polimerase na fita descontínua deve reiniciar em intervalos curtos, utilizando os pequenos iniciadores de RNA produzidos pela DNA- primase. A íntima associação de todos esses componentes proteicos aumenta bastante a eficiência da replicação. Esse arranjo também facilita a formação da cinta da polimerase cada vez que um fragmento de Okasaki é sintetizado: o montador da cinta e a molécula de polimerase da fita descontínua são mantidos unidos como parte da maquinaria proteica mesmo quando dissociados do DNA-molde. • A DNA-topoisomerase pode ser entendida como uma nuclease reversível que se liga covalentemente a um fosfato, clivando uma ligação fosfodiéster na cadeia de DNA. Essa reação é reversível, e a ligação fosfodiéster é regenerada quando a proteína é liberada. A topoisomerase I poduz uma clivagem temporária na fita simples; essa quebra na cadeia permite que as duas porções da hélice de DNA, formadas dos dois lados da quebra, girem livremente uma em relação à outra, usando a ligação fosfodiéster na fita oposta à quebra como ponto de suporte para a rotação. Como resultado, a replicação pode ocorrer com a rotação de pequenos segmentos da hélice – a porção logo à frente da forquilha. As DNA-topoisomerases II atuam no “desenrolar” de duas fitas duplas de DNA, quebrando assim duas fitas simples de uma vez para que ocorra a separação de duas hélices de DNA que estavam enroladas. Transcrição • Cópia de uma parcela específica da sequência de nucleotídeos do DNA (um gene) sob a forma de uma sequência de nucleotídeos de RNA. A transcrição começa com a abertura e a desespiralização de uma pequena porção da dupla-hélice de DNA, o que expõe as bases em cada fita de DNA. Uma das duas fitas da dupla-hélice de DNA, então, age como um molde para síntese de uma molécula de RNA. • Diferentemente de uma fita de DNA recém-formada, a fita de RNA não permanece ligada por ligações de hidrogênio à fita de DNA-molde. Assim, as moléculas de RNA produzidas pela transcrição são liberadas do DNA-molde sob a forma de fita simples. • As enzimas que realizam a transcrição são denominadas RNA-polimerases. Assim como a DNA-polimerase catalisa a replicação do DNA. A RNA-polimerase move-se paulatinamente sobre o DNA, desespiralizando a dupla-hélice à frente do sítio ativo de polimerização e, assim, expondo uma nova região da fita-molde para o pareamento de bases por complementaridade. A cadeia de RNA é estendida na direção 5’3’ e a hidrólise de ligações altamente energéticas fornece a energia necessária para impulsionar a reação. A síntese de moléculas de RNA adicionais pode ser iniciada antes que a primeira fita de RNA tenha sido finalizada. • Cada segmento transcrito de DNA é chamado de unidade de transcrição. Nos eucariotos, uma unidade de transcrição tipicamente carrega a informação de apenas um gene e, portanto, codifica ou para uma única molécula de RNA, ou para uma única proteína (ou grupo de proteínas relacionadas, se o transcrito de RNA inicial for processado de diferentes maneiras para produzir diferentes mRNA). • A iniciação da transcrição é um passo extremamente importante na expressão de um gene, pois este é o ponto principal onde a célula regula quais as proteínas que devem ser produzidas, e em qual frequência. A transcrição do DNA só ocorre quando a RNA- polimerase se associa a uma região do DNA chamada promotor. • Após a enzima polimerase ter sido liberada no terminador, ela se reassocia com um fator sigma livre para formar uma holoenzima que poderá começar novamente o processo de transcrição. • As RNA-polimerases I eIII transcrevem os genes que codificam o tRNA, e rRNA e vários pequenos RNAs. A RNA-polimerase II transcreve a grande maioria dos genes, inclusive todos aqueles que codificam proteínas; assim, nossa discussão subsequente será focada nesta enzima. • Os fatores gerais de transcrição ajudam a posicionar a RNA-polimerase eucariótica corretamente sobre o promotor, auxiliam na separação das duas fitas de DNA para permitir que a transcrição inicie e liberam a RNA-polimerase do promotor no modo de extensão, uma vez que a transcrição tenha iniciado. As proteínas são “gerais” porque são necessárias praticamente todos os promotores utilizados pela RNA-polimerase II; consistindo em um grupo de proteínas interativas, elas são designadas como TFII (fator de transcrição para a polimerase II). O processo do início de transcrição tem início com a ligação do fator geral de transcrição TFII-D a uma pequena sequência de DNA de dupla-hélice fundamentalmente composta por nucleotídeos T e A. Por esse motivo, essa sequência é conhecida como sequência TATA, ou TATA Box, e a subunidade de TFII- D que a reconhece é denominada proteína de ligação a TATA ou proteína TBP (TATA- binding protein). • Após a formação de um complexo de iniciação de transcrição sobre o DNA, a RNA- polimerase II deverá ter acesso à fita-molde no ponto inicial da transcrição. O TFII-H torna possível esse passo por hidrólise de ATP, desespiralização do DNA e consequente exposição da fita-molde. A seguir, a RNA-polimerase II se mantém no promotor, sintetizando pequenos fragmentos de RNA até sofrer uma série de alterações estruturais que permitem sua saída do promotor e entrada na fase de extensão da transcrição. Durante a transcrição, a RNA-polimerase II sofre uma série de modificações conformacionais que fortalecem a sua interação com o DNA e adquire novas proteínas que lhe permitem transcrever por longas distâncias, e em muitos casos por várias horas, sem se dissociar do DNA. Tradução • A tradução ocorre nos ribossomos, que são compostos de mais de 50 proteínas diferentes e moléculas de RNA, os RNAs ribossomais. São compostos de uma subunidade grande e uma subunidade pequena. Esta fornece uma região sobre a qual os tRNAs podem ser eficientemente pareados sobre os códons do mRNA, enquanto que a subunidade grande catalisa a formação das ligações peptídicas que unem os aminoácidos, formando uma cadeia polipeptídica. • Conforme o mRNA é puxado através do ribossomo, seus códons encontram os sítios ativos dos ribossomos, a sequência nucleotídica do mRNA é traduzida em uma sequência de aminoácidos, usando os tRNAs como adaptadores para adicionar cada aminoácido na sequência correta à extremidade da cadeia polipeptídica em formação. Quando um códon de terminação é encontrado, o ribossomo libera a proteína finalizada, e suas duas subunidades separam-se novamente. Essas subunidades podem então ser utilizadas para iniciar a síntese de outra proteína sobre outra molécula de mRNA. • Um ribossomo contém quatro sítios de ligação para moléculas de RNA: um é para o mRNA e três (sítio A, P e E) para os tRNAs. • A tradução de um mRNA inicia com um códon AUG, e um tRNA especial é necessário para iniciar a tradução. Esse tRNA iniciador sempre carrega o aminoácido metionina. Portanto todas as proteínas recém-formadas possuem metionina como seu primeiro aminoácido, mas geralmente essa metionina é removida por protease específica. O tRNA iniciador pode ser especialmente reconhecido pelos fatores de iniciação, pois tem uma sequência nucleotídica distinta do tRNA que normalmente carrega a metionina. De todos os aminoacil-tRNAs na célula, apenas o tRNA iniciador carregado com metionina é capaz de se ligar firmemente à subunidade ribossomal pequena, sem a presença do ribossomo completo, sendo capaz de se ligar diretamente ao sítio P. A seguir, a subunidade pequena ribossomal liga-se à uma molécula de mRNA. A subunidade ribossomal pequena então se move para a frente sobre o mRNA, fazendo uma varredura e procurando o primeiro AUG. Nesse ponto, os fatores de iniciação dissociam-se, permitindo que a subunidade ribossomal grande se associe ao complexo e complete o ribossomo. O tRNA iniciador encontra-se, nesse momento, ligado ao sítio P, deixando o sítio A livre. A síntese de proteína está, portanto, pronta para iniciar. • O final da mensagem codificadora de uma proteína é sinalizado pela presença de um de três códons de terminação (UAA, UAG ou UGA). Eles não são reconhecidos por um tRNA e não determinam um aminoácido; em vez disso, sinalizam para o ribossomo o final da tradução. As proteínas conhecidas como fatores de liberação ligam-se a qualquer ribossomo que possua um códon de terminação posicionado no sítio A, e esta ligação força a peptidil-transferase no ribossomo a catalisar a adição de uma molécula de água em vez de um aminoácido no peptidil-tRNA. O ribossomo, então, libera seu o mRNA e separa-se nas duas subunidades grande e pequena, as quais podem associar-se sobre essa mesma ou outra molécula de mRNA para iniciar um novo ciclo de síntese de proteínas. Mecanismos de regulação e reparo • Algumas vezes a A pode parear com a C enquanto a T pareia-se com a G. Isso acontece porque podem existir formas tautoméricas dessas bases nitrogenadas. Esses erros são corrigidos por várias enzimas complementares à replicação, sendo uma das primeiras, a própria DNA-polimerase, a qual corrige da seguinte forma: os nucleotídeos complementares tendem a parear-se naturalmente com os nucleotídeos da cadeia molde devido às ligações de hidrogênio. A DNA-polimerase é responsável pelo acoplamento desse nucleotídeo à cadeia crescente. Isso ocorre porque quando uma base se pareia com o nucleotídeo complementar na cadeia molde e se liga à DNA-polimerase, sendo o nucleotídeo correto, ela tente a sofrer uma alteração em sua forma, de modo que encaixará a base à cadeia crescente. Isso acontece por que é favorável energicamente. Quando o nucleotídeo é uma forma tautomérica, a DNA-polimerase não consegue apertá-lo o suficiente para encaixar na nova cadeia. Assim, a polimerase pode verificar novamente a geometria exata do pareamento de bases antes de catalisar a adição do novo nucleotídeo. • Outra forma da DNA-polimerase corrigir os erros de replicação ocorre antes do início da síntese de uma nova cadeia: para que a polimerase inicie a síntese, é necessário que os nucleotídeos da fita original estejam bem pareados com os nucleotídeos iniciadores da nova fita. Quando esse pareamento é errôneo, acredita-se que na maioria das vezes por erros na fita original, a polimerase cliva os nucleotídeos da fita original e os refazem. Essa atividade é chamada de exonuclease de correção 3’5’ e permite que a polimerase corrija seus próprios erros de polimerização à medida que se desloca pelo DNA. • Quando os pareamentos incorretos escapam à DNA-polimerase, ocorre uma pequena distorção na dupla fita de DNA. Para ser eficaz, as enzimas que atuarão nesta correção, conhecidas como sistema de reparo de pareamento incorreto, devem diferenciar as duas fitas (original e nova) e retirar a sequência nucleotídica incorreta na fita nova. A diferenciação entre a fita nova e a original ocorre devido às clivagens transitórias que ocorrem na fita nova, tanto a contínua como a descontínua. Ainda não se sabe muito sobre esse processo. Em eucariotos, não ocorre a metilação no DNA. • Há também, outras enzimas chamadas de DNA-glicosilases, que reconhecem bases nitrogenadas danificadas e as removem, deixando na cadeia o “esqueleto” da base, que é a desoxirribose e o fosfato. A nova base é adicionada por outra enzima chamada de AP Endonuclease. • As DNA-polimerase de apoio não realizam a replicação do DNA, mas são especializadas na correção de erros que não podem ser reparados pelas DNA- polimerases replicativas. Quando essas encontramum erro grave nos nucleotídeos durante a replicação, elas param e recrutam as DNA-polimerases de apoio. Só que, essas enzimas de apoio não são tão seletivas na escolha do nucleotídeo mais apropriado e, por isso, elas apenas só adicionam alguns poucos nucleotídeos. PROBLEMA 02 Ciclo celular • O ciclo celular corresponde ao crescimento e a divisão de uma célula. Se divide em quatro fases: G1, S, G2 e M. A fase G1, ou primeira fase do ciclo celular, corresponde à preparação da célula para a duplicação do seu DNA, que ocorre na fase S. Nessa fase, operam sinais internos e externos de crescimento celular, além do que, várias proteínas fazem um “chekup” na célula, o qual influenciará na progressão ou parada do ciclo celular, ou seja, podendo levar a célula à fase S ou a fase G0. • O tempo que a célula permanece em G1 e G0 é bastante relativo podendo durar minutos, horas ou dias ou até mesmo anos. • A fase S corresponde à fase de duplicação do DNA. A fase G2 é uma fase de checagem da célula até aquele ponto, a depender desta, a célula entrará ou não na fase M. Na fase G2 também ocorre a proliferação de vários conteúdos celulares. A fase M corresponde à divisão celular e, na mitose, se divide em 5 fases: prófase (compactação do DNA e desaparecimento da carioteca), metáfase (cromátides mantidas na região equatorial da célula), anáfase (separação das cromátides irmãs, as quais vão em direção aos pólos da célula) telófase (restabelecimento da carioteca e divisão da célula em duas novas células filhas) e diacinese (divisão do citoplasma). • O ciclo celular é controlado por várias proteínas, chamadas de sistema de controle do ciclo celular. Esse sistema, atua como um cronômetro, determinando o tempo em que uma célula executará alguma atividade do ciclo celular. Esse sistema possui uma característica de “liga/desliga”, ou seja, desencadeia eventos de maneira completa e irreversível. Assim, uma duplicação do DNA, por exemplo, não é interrompida por esse sistema. • Apesar de determinar o início e o término dos eventos do ciclo celular, o sistema de controle é pouco influenciado pelas alterações que ocorrem na célula. Por exemplo, se um DNA foi replicado com algumas sequências mutantes o sistema de controle não reiniciará novamente a replicação para corrigi-la, mas, ele poderá, sob ação de algumas proteínas, “dar mais tempo” àquele evento, mas não pará-lo para reiniciá- lo. Se o evento não for corrigido a tempo, o sistema de controle levará o ciclo novamente à G1. • Na maioria das células, o sistema de controle ativa a progressão do ciclo celular em 3 pontos de transição reguladoras, ou pontos de verificação. O 1º é no final de G1, o 2º entre G2 e M e o 3º em M, entre a metáfase e a anáfase. Se, nesses pontos, o sistema de controle detecta problemas, ele “desliga” o ciclo celular até que as correções sejam feitas, se não, ele leva a célula novamente a G1 ou a G0. • Os componentes centrais do sistema de controle do ciclo celular são membros de uma família de cinases, conhecidas como cinases dependentes de ciclinas (Cdks). O aumento da atividade das Cdks no ponto de verificação G2/M, por exemplo, aumenta a fosforilação de proteínas que controlam a condensação de cromossomos, a desintegração do envelope nuclear, a montagem do fuso e outros eventos que ocorrem no início da mitose. • A atividade das Cdks é controlada pelas ciclinas, por isso o nome “Cinases dependentes de ciclinas”. As ciclinas são enzimas que passam por um ciclo de síntese e degradação em cada evento celular, daí o nome ciclinas. • As cinases são ativadas pelas ciclinas e além disso, são direcionadas por elas para o local da célula adequado. No entanto, essa ativação é parcial. Para que ocorra a ativação total é necessária outra enzima, a Cinase Ativadora de Cdk (CAK, Cdk Activation Kinase). • O aumento e a diminuição dos níveis de ciclinas são os determinantes primordiais da atividade das Cdks durante o ciclo celular. Contudo, vários mecanismos adicionais ajustam precisamente a atividade das Cdks em estágios específicos do ciclo. • O principal regulador da transição entre metáfase e anáfase é o complexo promotor da anáfase, ou ciclossomo (APC/C). Elas transferem múltiplas cópias da pequena proteína ubiquitina para proteínas-alvo específicas, resultando em sua destruição proteolítica pelos proteossomos. • A fim de garantir que a duplicação dos cromossomos ocorra somente uma vez por ciclo celular, a fase de iniciação da replicação do DNA é dividida em duas etapas distintas, que ocorrem em tempos diferentes do ciclo celular. A 1ª etapa ocorre no final da mitose e no início de G1, quando um grande complexo de proteínas iniciadoras, denominado complexo pré-replicativo, ou pré-RC, agrupa-se nas origens de replicação. A 2ª etapa ocorre no início da fase S, quando componentes do pré-RC nucleiam a formação de um complexo proteico maior, denominado complexo de pré-iniciação. Esse complexo desenrola a hélice de DNA e transporta DNA-polimerases e outras enzimas de replicação às fitas de DNA. Uma vez que é ativada a síntese dessa forma, o pré-RC é desmantelado e não pode ser remontado naquela origem até a próxima G1. • A montagem do pré-RC é inibida pela atividade das Cdks, e, na maioria das células, é estimulada pelo APC/C. Portanto, a montagem do pré-RC ocorre somente no final da mitose e no início de G1. Como as atividades dos complexos S-Cdk e M-Cdk permanecem altas (e a atividade do APC/C permanece baixa) até o final da mitose, novos pré-RCs não podem ser montados nas origens ativadas até que o ciclo celular esteja completo. • O propósito central do pré-RC é transportar a helicase que desempenhará um papel central no subsequente processo de replicação do DNA. Uma vez montando o pré- RC em G1, as origens de replicação estão prontas para serem acionadas. A ativação da S-Cdk no final de G1 desencadeia a montagem de vários outros complexos proteicos na origem, levando à formação de um gigantesco complexo de pré- iniciação que desenrola a hélice e começa a síntese de DNA. • No final da mitose, a ativação do APC/C leva à inativação das Cdks e à destruição da geminina. Os componentes do pré-RC são desfosforilados (ativados), e o Cdt1 é ativado, permitindo a montagem do pré-RC e a preparação da célula para a próxima fase S. • Existem quatro classes de ciclinas, cada uma definida pelo estágio do ciclo celular no qual se ligam às Cdks e em que funcionam. Todas as células eucarióticas necessitam de 3 dessas classes: G1/S-ciclinas (ativam Cdks no final de G1, comprometendo à entrada da célula no ciclo celular. Seus níveis reduzem na fase S), S-ciclinas (Se ligam as Cdks logo após a célula passar do ponto de verificação em G1. Ajudam na duplicação dos cromossomos. Seus níveis permanecem elevados até a mitose, e exercem efeitos sobre a mitose.) e M-ciclinas (ativam Cdks que estimulam a entrada na mitose no ponto de verificação G2/M. A outra classe são as G1-ciclinas, que possuem ação logo no início de G1. As cinases são ativadas pelas ciclinas e além disso, são direcionadas por elas para o local da célula adequado. No entanto, essa ativação é parcial. Para que ocorra a ativação total é necessário uma outra enzima, a Cinase Ativadora de Cdk (CAK, Cdk Activation Kinase). • ORC (complexo de reconhecimento da origem): Proteínas que se ligam nas origens de replicação do DNA no decorrer do ciclo celular. • Cdc6 e Cdt1: Proteínas que se ligam ao ORC e, ajudam na formação do pré-RC. • Geminina: Inibe o Cdt1. • A mitose pode ser dividida em duas partes. Primeiro, um aumento abrupto da atividade da M-Cdk no ponto de verificação G2/M desencadeia os eventos da mitose inicial ou precoce. Durante esse período, a M-Cdk e várias outras cinases mitóticas fosforilam uma série de proteínas, levando à montagem do fuso mitótico e à ligação deste aos paresde cromátides irmãs. A segunda tem início no ponto de verificação entre a metáfase e a anáfase, quando o APC/C provoca a destruição da securina, liberando uma protease que cliva a coesina e, com isso, inicia a separação das cromátides-irmãs. • A M-Cdk ocasiona todos os diversos rearranjos celulares que ocorrem nos estágios iniciais da mitose. A ativação desta começa com o acúmulo de M-ciclina, o que leva ao acúmulo de M-Ckd. No entanto a atividade desta está suprimida devido a cinase Wee1. Assim, no fim de G2, a célula contém um estoque abundante de M-Cdk, mas inativo. A fosfatase Cdc25 remove os fosfatos inibidores da M-Cdk e, ao mesmo tempo, a atividade da wee1 é suprimida. Ainda não está claro como isso acontece. Proliferação celular normal • O tamanho dos órgãos e do corpo é determinado por três processos celulares fundamentais: crescimento, divisão e morte. Cada um é fortemente regulado tanto por programas intracelulares como por moléculas-sinal extracelulares que controlam esses programas. • As moléculas sinal extracelulares que regulam o tamanho celular e o número de células geralmente são proteínas secretadas solúveis, proteínas ligadas à superfície das células ou componentes da matriz extracelular. Elas podem ser operacionalmente divididas em 3 classes principais: o Mitógenos: Estimulam a divisão celular, desencadeando uma onda de atividade de G1/S-Cdk. o Fatores de crescimento: Estimulam o crescimento celular. o Fatores de sobrevivência: Promovem a sobrevivência celular ao suprimir a apoptose. • Existem também moléculas-sinal extracelulares que suprimem a proliferação celular, o crescimento celular, ou ambos. Existem também moléculas-sinal extracelulares que ativam a apoptose. • Para que uma célula animal se prolifere, ela deve receber sinais extracelulares estimuladores, sob a forma de mitógenos, de outras células, geralmente suas vizinhas. • Um dos primeiros mitógenos identificados foi o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), que podem estimular a proliferação de fibroblastos. No organismo, o PDGF liberado dos coágulos sanguíneos ajuda a estimular a divisão celular durante a cicatrização de feridas. Ele é uma das mais de 50 proteínas que atuam como mitógenos. O PDGF pode estimular muitos tipos de células a se dividirem (fibroblastos, musculares lisas, neuroglia). No entanto alguns mitógenos tem uma especificidade restrita: a eritropoietina, por exemplo, induz somente a proliferação de precursores das células sanguíneas vermelhas. Muitos mitógenos também podem estimular o crescimento, sobrevivência, diferenciação ou a migração, dependendo das circunstâncias e do tipo celular. Em alguns tecidos, proteínas-sinal extracelulares inibidoras se opõem aos reguladores positivos e, desse modo, inibem o crescimento de órgãos. O TGF-B inibe a proliferação de vários tipos celulares, bloqueando a progressão do ciclo celular em G1 ou estimulando a apoptose. • Na ausência de um sinal mitogênico para a proliferação, a inibição das Ckds em G1 é mantida pelos múltiplos mecanismos anteriormente discutidos, e a progressão a um novo ciclo celular é bloqueada. Em alguns casos, células entram em G0. • A maioria das células em nosso organismo está em G0, porém as bases moleculares e a reversibilidade desse estado variam em diferentes tipos celulares. A maioria de nossos neurônios e células musculares esqueléticas, por exemplo, está em um estado de G0 terminalmente diferenciado, no qual seu sistema de controle do ciclo celular está completamente desmantelado: a expressão dos genes que codificam várias Cdks e ciclinas está permanentemente desligada, e a divisão celular raramente ocorre. Outros tipos celulares se retiram do ciclo celular apenas transitoriamente e retêm a capacidade de remontar o sistema de controle do ciclo celular rapidamente e de reentrar no ciclo. • Apesar de múltiplos mecanismos atuarem durante a fase G1 para suprimir a atividade das Cdks e bloquear a entrada da célula na fase S, os mitógenos liberam esses freios colocados contra as Cdks e permitem o começo da fase S. • Muitas células humanas se dividem um número limitado de vezes antes de pararem e sofrem uma interrupção permanente do ciclo celular. Fibroblastos retirados de tecidos humanos normais, por exemplo, passam por somente cerca de 25 a 50 duplicações populacionais quando cultivados em meios mitogênicos padronizados. Ao final desse período, as células entram em um estado de não divisão. Esse fenômeno é chamado de senescência celular replicativa. As células cancerosas não sofrem esse processo. • O sistema de controle do ciclo celular é capaz de prontamente detectar danos no DNA e interromper o ciclo celular. Os danos no DNA dão início à ativação de um par de proteína-cinases chamadas de ATM e ATR, que fosforilam várias outras proteínas-alvo, incluindo duas outras proteína-cinase chamadas Chk1 e Chk2. Essas proteínas fosforilam várias outras, causando assim a interrupção do ciclo celular. Um importante alvo é a proteína reguladora gênica p53, que estimula a transcrição do gene que codifica uma proteína CKI denominada p21, a qual liga-se aos complexos de G1/S-Cdk e S-Cdk e inibe suas atividades, ajudando, desse modo, a bloquear a entrada no ciclo celular. • Quando há depleção de nucleotídeos na duplicação do DNA, as forquilhas de replicação param. Os mesmos mecanismos que respondem a danos no DNA detectam as forquilhas paradas e bloqueiam a entrada na mitose até que os problemas na forquilha estejam resolvidos. • Mutações no gene p53 ocorrem em pelo menos metade de todos os cânceres humanos. PROBLEMA 03 Genes supressores de tumor • A expressão “genes supressores do tumor” é equivocada porque a função fisiológica destes genes é regular o crescimento celular e não impedir a formação do tumor. • A falta de inibição do crescimento é uma das alterações fundamentais no processo da carcinogênese (processo de formação do câncer). As proteínas que vem a frear a proliferação celular são os produtos dos genes supressores do tumor. • Os produtos proteicos dos genes supressores do tumor estão envolvidos no controle do ciclo celular, na regulação da apoptose e em diversas outras atividades críticas para a sobrevida e crescimento celular. Podem funcionar como fatores de transcrição, inibidores do ciclo celular, moléculas de transdução do sinal, receptores de superfície celular e reguladores das respostas celulares às lesões do DNA. • O gene do retinoblastoma (RB) foi o primeiro gene supressor descoberto. A perda do controle normal do ciclo celular é fundamental para a transformação maligna e, pelo menos um dos quatro reguladores-chave do ciclo celular (p161NK4a, Ciclina D, CDK4, RB) está desregulado na maioria dos tumores humanos. Nas células que abrigam mutações em qualquer um destes outros genes, a função do RB está interrompida, mesmo se o gene RB em si não tiver sido modificado. • O gene supressor de tumor p53 exerce um efeito inibidor do crescimento ao menos parcialmente por meio da regulação aumentada da síntese do inibidor de CDK, p21. Este gene é o alvo mais comum para alterações genéticas nos tumores humanos. Cerca de 50% dos tumores humanos apresentam mutações neste gene. • Na maioria dos casos, as mutações de inativação afetam ambos os alelos p53 e são adquiridas nas células somáticas. Com menor frequência, alguns indivíduos herdam um alelo p53 mutante. Como ocorre com o gene RB, a herança de um alelo mutante predispõe os indivíduos a desenvolver tumores malignos porque só uma “etapa” adicional é necessária para inativar o segundo alelo, que é normal. Tais indivíduos, portadores da síndrome de Li-Fraumeni, apresentam uma chance 25 vezes maior de desenvolver um tumor maligno por volta dos 50 anos do que a população em geral. • O fato de as mutações do p53 serem comuns em diversos tumores humanossugere que a proteína p53 funciona como um guardião crítico contra a formação do câncer. De fato, está evidente que o p53 age como um “policial molecular” que impede a propagação de células geneticamente lesadas. • A proteína p53 é uma proteína de ligação do DNA localizada no núcleo; quando ela precisa entrar em ação, age primariamente controlando a transcrição de diversos outros genes. Além das mutações somáticas e hereditárias, as funções da p53 podem ser inativadas por outros mecanismos. Como ocorre com o gene RB, as proteínas de transformação de diversos vírus DNA, inclusive a proteína E6 do HPV, podem se ligar e promover a degradação da p53. Outro mecanismo que inibie a função da proteína p53 é o aumento de proteínas que possuem uma ação inibidora sobre a proteína p53. • Principais atividades funcionais da proteína p53 são a parada do ciclo celular e o início da apoptose em resposta à lesão do DNA. A p53 é chamada para aplicar freios de emergência quando o DNA é lesionado pela radiação, luz UV ou agentes químicos mutagênicos e também em resposta a alterações no potencial celular de oxirredução, hipóxia, senescência e outras condições de estresse que podem não lesionar diretamente o DNA. Seguindo a lesão do DNA, existe um aumento rápido nos níveis de p53. • A parada do ciclo celular induzida pela p53 ocorre tardiamente na fase G1 e é causada pela transcrição dependente de p53 do CDK inibidor p21. Esta pausa no ciclo celular é bem-vinda porque dá às células tempo suficiente para reparar a lesão do DNA infligida pelo agente mutagênico. Se durante a pausa na divisão celular a lesão no DNA não puder ser reparada com sucesso, a p53 normal elimina a célula por meio da ativação dos genes indutores da apoptose, tais como BAX. • Em alguns casos, a p53 do tipo selvagem inibe a angiogênese induzindo a síntese da molécula antiangiogênica trombospondina-1 e sub-regulando a produção dos fatores angiogênicos tais como VEGF e HIF-1. Na inativação da p53 a balança inclina a favor dos fatores angiogênicos. • A diminuição da regulação dos sinais promotores do crescimento é outra área potencial em que os produtos dos genes supressores do tumor podem atuar. Radiação ionizante e proliferação celular • A energia radiativa seja sob a forma de raios UV da luz solar ou como radiação eletromagnética, e a radiação de partículas são capazes de transformar praticamente todos os tipos celulares in vitro e induzir neoplasmas in vivo em humanos e nos modelos experimentais. E está claramente envolvida no desenvolvimento de tumores cutâneos. • Nos humanos, existe uma hierarquia de vulnerabilidade de tecidos diferentes de tumores induzidos pela radiação. Os mais frequentes são as leucemias, exceto pela leucemia linfocítica crônica, que quase nunca se desenvolve depois de irradiação; o câncer de tireoide, mas só nas pessoas muito jovens; os tumores de mama, pulmões e glândulas salivares. • Ao contrário, a pele, o osso e o aparelho gastrintestinal são relativamente resistentes às neoplasias induzidas pela radiação. Necrose x Apoptose • Necrose se refere ao espectro de alterações morfológicas que ocorrem após a morte celular em um tecido vivo resultando, em grande parte, da ação progressiva de enzimas nas células que sofreram uma lesão letal (as células fixadas imediatamente estão mortas, mas não necróticas). Rotineiramente, a necrose é o correspondente macroscópico e histológico da morte celular que ocorre devido a uma lesão exógena irreversível. As células necróticas são incapazes de manter a integridade das membranas e seu conteúdo geralmente extravasa. • Um padrão visto no núcleo celular de uma célula necrótica é a picnose (também visto na célula apoptótica). Com o passar do tempo, o núcleo sofre fragmentação e desaparece totalmente. • Necrose de coagulação: Implica a preservação do contorno básico da célula por pelo menos alguns dias. Isso é característico da morte por hipóxia. • Necrose de liquefação: É característica de infecções bacterianas ou fúngicas. O resultado final é a transformação do tecido em uma massa viscosa. • Necrose caseosa: Forma distinta de necrose de coagulação, sendo encontrada mais frequentemente em focos de tuberculose. O foco necrótico aparece com células coaguladas fragmentadas e fragmentos granulares amorfos cercados por uma borda inflamatória. • Necrose gordurosa: Descreve áreas de destruição de gordura, que ocorrem tipicamente como resultado da liberação de lipases pancreáticas na cavidade peritoneal (pancreatite aguda), liquefazendo as membranas dos adipócitos e liberando os ácidos graxos que se combinam com o cálcio e produzem áreas brancas visíveis a olho nu (saponificação). • No paciente vivo, a maioria das células necróticas e de seus fragmentos desaparecem através da combinação de digestão enzimática e fragmentação, seguidas da fagocitose dos fragmentos pelos leucócitos. • A morte celular programada elimina células desnecessárias, geralmente por apoptose, também funciona como um processo de controle de qualidade no desenvolvimento, eliminando células que são anormais, posicionadas incorretamente, não funcionais ou potencialmente perigosas. No sistema imune adaptativo, a apoptose elimina o desenvolvimento de linfócitos T e B que falham tanto em produzir receptores antígeno- específicos potencialmente utilizáveis quanto em produzir receptores autorreativos que originam células potencialmente perigosas. • Células animais podem reconhecer dano em suas várias organelas e, se o dano é grande o suficiente, elas podem matar a si mesmas entrando em apoptose, como no dano no DNA, que se não reparado, as células entram em apoptose. • A apoptose depende de uma cascata proteolítica intracelular mediada por caspases, as quais farão as alterações necessárias para levar a célula ao estado apoptótico. A cascata de caspase não é apenas destrutiva e auto amplificadora, mas também irreversível. • As pró-caspases iniciadoras se ligam a determinadas proteínas adaptadoras que vão permitir a ativação de outras pró-caspases, quando a célula recebe um estímulo apoptótico. Quando ativadas, elas clivam umas às outras tornando o processo irreversível. As caspases iniciadoras ativadas então clivam e ativam pró-caspases executoras, iniciando assim uma cascata de caspase proteolítica, que amplifica o sinal de morte e o dissemina através da célula. • A apoptose pode ser ativada tanto pela via extrínseca como pela via intrínseca. • Proteínas de sinalização extracelular ligam-se a receptores de morte na superfície celular disparando a via extrínseca da apoptose. Os receptores pertencem à família do fator de necrose tumoral (TNF), a qual inclui um receptor para o próprio TNF e o receptor de morte FAS. Quando ativados pela ligação ao ligante FAS, os domínios de morte nas caudas citosólicas dos receptores de morte FAS recrutam proteínas adaptadoras intracelulares, as quais por sua vez recrutam pró-caspases iniciadoras, formando o complexo de sinalização indutor de morte (DISC). Uma vez ativadas em DISC, caspases iniciadoras ativam pró-caspases executoras para induzirem apoptose. • Muitas células produzem proteínas inibidoras que agem tanto extracelular quanto intracelularmente para controlar a via extrínseca. Por exemplo, algumas produzem receptores armadilha, que possuem um domínio de ligação ao ligante, mas não um domínio de morte; como podem se ligar ao ligante de morte, mas não podem ativar a apoptose, as armadilhas competitivamente inibem os receptores de morte. As células também possuem proteínas bloqueadoras, que se parecem com pró-caspases iniciadoras e ajudam a prevenir a ativação inapropriada da via extrínseca da apoptose. • As células também podem ativar seus programas de apoptose de dentro da célula, geralmente em resposta a injúria ou outros estresses, como quebra de DNA ou falta de oxigênio,nutrientes, ou sinais de sobrevivência extracelulares. A ativação intracelular do programa de morte apoptótico ocorre por meio da via intrínseca da apoptose, que depende da liberação no citosol de proteínas mitocondriais que normalmente residem no espaço intermembranas dessas organelas. Algumas das proteínas liberadas ativam a cascata proteolítica da caspase no citoplasma, levando à apoptose. Uma proteína crucial liberada da mitocôndria na via intrínseca é o citocromo C. Quando liberado no citosol ele liga-se à proteína adaptadora de ativação da pró-caspase. • A via extrínseca deve recrutar a via intrínseca para amplificar o sinal apoptótico. Isso ocorre pela ativação de um membro da família de proteínas Bcl2, que é a principal classe de reguladores intracelulares da apoptose, principalmente pelo controle da liberação do citocromo C e de outras proteínas intermembranas mitocondriais no citosol. Proto-oncogenes e Oncogenes • Um proto-oncogene é um gene normal que se torna um oncogene devido a uma mutação ou ao aumento de expressão gênica, que estão envolvidos no desenvolvimento do tumor. • Proto-oncogenes são reguladores fisiológicos da proliferação celular e da diferenciação. • Oncogenes se caracterizam pela capacidade de promover o crescimento celular na ausência de sinais mitogênicos normais. • As oncoproteínas assemelham-se as proto-oncoproteínas, no entanto, as oncoproteínas não possuem atividades de regulação fisiológica da célula. • O DNA dos tumores espontâneos (não-virais) contém sequências oncogênicas. Uma das primeiras sequências oncogênicas detectadas nos tumores era uma forma modificada do protoncogene RAS. Via de formação do câncer • Neoplasia é uma proliferação anormal, autônoma e descontrolada de um determinado tecido do corpo, mais conhecida como tumor. • A história natural da maioria dos tumores malignos pode ser dividida em quatro fases: alteração maligna na célula-alvo, chamada de transformação; crescimento das células transformadas; invasão local e metástases à distância. • O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor. A carcinogênese é determinada pela exposição a esses agentes, em uma dada frequência e período de tempo, e pela interação entre eles. Devem ser consideradas, no entanto, as características individuais, que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular. Esse processo é composto por três estágios: o Estágio de iniciação: Os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos, que provocam modificações em alguns de seus genes. Nessa fase, as células se encontram geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Elas encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio. o Estágio de promoção: As células geneticamente alteradas/"iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas. o Estágio de progressão: Se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio, o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. Estágio de Progressão detalhado • O período de latência varia com a intensidade do estímulo carcinogênico, com a presença ou ausência dos agentes oncoiniciadores, oncopromotores e oncoaceleradores, e com o tipo e localização primária do câncer. PROBLEMA 04 Papel do sistema imune na defesa contra o câncer • Funções do sistema imunológico: Reconhecer e destruir clones de células transformadas antes que eles se transformem em tumores; destruir os tumores depois que já estão formados. Um fator do crescimento de tumores malignos é a capacidade destes cânceres de evadir ou superar os mecanismos de defesa do hospedeiro; • Tumores expressam antígenos que são reconhecidos como estranhos pelo sistema imunológico do hospedeiro portador do tumor. Muitos tumores são circundados por infiltrados de células mononucleares compostos de linfócitos T, NK e macrófagos, e que linfócitos e macrófagos ativados encontram-se presentes nos linfonodos, drenando os locais de crescimento tumoral. A defesa contra tumores é mediada principalmente por linfócitos T. • As respostas imunológicas frequentemente falham na prevenção do crescimento de tumores por diversas razões: Primeira, as células tumorais derivam de células do hospedeiro e, portanto, se parecem com as células normais em muitos aspectos, expressando apenas alguns antígenos que podem ser reconhecidos como não-próprios, e assim a maior parte dos tumores tende a ser fracamente imunogênica. Tumores que provocam respostas imunológicas fortes incluem aqueles induzidos por vírus oncogênicos, nos quais as proteínas virais são antígenos estranhos, e tumores induzidos em animais por carcinógenos potentes, que com frequência causam mutações em genes celulares normais. Segunda, os rápidos crescimento e disseminação do tumor podem superar a capacidade do sistema imunológico de erradicar as células tumorais e o controle de um tumor exige a eliminação de todas as células malignas. Terceira, muitos tumores têm mecanismos especializados para evadir as respostas imunológicas do hospedeiro. • A primeira classificação de antígenos tumorais baseou-se nos seus padrões de expressão. Antígenos expressos em células tumorais, mas não em células normais, foram chamados de antígenos específicos de tumores; alguns desses antígenos são exclusivos de um único tumor, enquanto outros são compartilhados por tumores do mesmo tipo. Antígenos tumorais que também são expressos em células normais foram chamados de antígenos associados a tumores; na maioria dos casos, esses antígenos são constituintes celulares normais cuja expressão é aberrante ou desregulada em tumores. • Os anticorpos antitumorais não reconhecem os peptídeos associados ao complexo principal de histocompatibilidade (MHC), que são os antígenos vistos pelas células T. Os antígenos tumorais reconhecidos pelas células CD8 são peptídeos derivados de proteínas processadas no citosol e expressas na superfície da célula tumoral ligadas às moléculas do MHC classe I. • Alguns pacientes com câncer possuem células T CD4 e CD8 circulantes que podem reagir aos produtos de oncogenes mutados, como as proteínas RAS e Bcr-Ab1 e genes supressores de tumor, como o p53. • Antígenos tumorais podem ser produzidos por genes mutados aleatoriamente cujos produtos não estão relacionados ao fenótipo modificado. Um tumor desenvolve uma reação imunológica contra ele, mas não contra outro tumor, mesmo que ambos os tumores apresentem os mesmos tipos de células e sejam do mesmo animal. Esses antígenos tumorais são proteínas mutadas, que são apresentados na forma de complexos proteicos ou associados ao MHC de classe I. Esses antígenos são bastante diversificados por que os genes das célulastumorais têm mais facilidade de sofrer mutação. • Os antígenos tumorais também podem ser proteínas normais que são expressas anormalmente nas células tumorais e provocam respostas imunológicas, como a tirosinase, antígeno localizado nos melanócitos, expresso tanto nos normais quanto nos melanomas. A explicação provável para esse fato é que, normalmente, a tirosinase é expressa em quantidades tão pequenas que é muito improvável que desenvolva auto- tolerância. No entanto, nos melanomas, ela é expressa em quantidade bem maior, o que é responsável pelo desenvolvimento da resposta imunológica. • No caso dos cânceres que surgem a partir dos vírus, os antígenos virais atuam como antígenos tumorais e desencadeiam a resposta imunológica, que pode servir para erradicar tumores, sendo mais envolvidos no surgimento de tumores os vírus de DNA. Como os vírus Epstein barr (EBV), que está associado a linfomas de células B e carcinoma nasofaríngeo, e o papilomavírus humano (HPV), que está associado ao carcinoma cervical. Os papovavírus, que incluem o poliomavírus e o vírus símio 40 (SV40). Os antígenos virais podem ser expressados na membrana plasmática associados ao MHC-I, no núcleo ou no citoplasma. • Diferentemente dos tumores que aparecem por mutações no DNA, onde cada tumor desenvolverá uma resposta imunológica individual, nos tumores induzidos pelos vírus, todos os tumores apresentam praticamente os mesmos antígenos, o que permite que um tumor desenvolva uma resposta imunológica contra todos os outros tumores provocados pelo mesmo vírus. • Assim, um sistema imunológico competente pode exercer um papel na vigilância contra tumores induzidos por vírus em razão da sua capacidade de reconhecer e destruir as células infectadas pelos vírus. • Os retrovírus (vírus de RNA), também são capazes de desenvolverem neoplasias. O único retrovírus humano bem-definido que se sabe ser capaz de causar tumores é o vírus linfotrófico da célula T humana tipo 1 (HTLV-1), agente etiológico da leucemia/linfoma de células T em adultos (ATL), um tumor maligno de células T CD4. Além disso, paciente com ATL são com frequência profundamente imunossuprimidos, provavelmente porque o vírus infecta as células T CD4 e induz anormalidades funcionais nessas células. • As células NK destroem muitos tipos de células tumorais, especialmente aquelas que têm expressão de moléculas do MHC classe I reduzida, mas expressam ligantes para receptores ativadores das células NK. Podem destruir células infectadas por vírus e certas linhagens de células tumorais, particularmente as de tumores hematopoéticos. Também respondem na ausência de moléculas do MHC classe I porque o reconhecimento dessas moléculas fornece sinais inibitórios para as células NK. A perda das moléculas do MHC classe I torna os tumores alvos particularmente bons para células NK. As células tumorais também expressam outros antígenos de superfície que são ativadores das células NK. Além disso, as células NK podem ser direcionadas para as células revestidas por anticorpos IgG. A capacidade tumoricida das células NK é aumentada pelas citocinas, incluindo interferons e interleucinas (IL-2, IL-12), e os efeitos antitumorais dessas citocinas são parcialmente atribuídos à estimulação da atividade das células NK. • Macrófagos ativados podem destruir células tumorais com mais eficiência do que células normais. Acredita-se que sua ativação esteja relacionada com o reconhecimento de antígenos tumorais e a ativação pelo IFN-γ, produzidos pelas células T antitumorais. Os macrófagos podem destruir as células tumorais pela liberação dos óxidos reativos de oxigênio e óxido nítrico e liberação de TNF (induz trombose nos vasos sanguíneos tumorais). • O principal mecanismo de imunidade tumoral é a destruição das células tumorais por células T citotóxicas tumor-específicas (CTLs) CD8. As CTLs podem desempenhar uma função de vigilância ao reconhecer e destruir células potencialmente malignas que expressam peptídeos derivados de proteínas celulares mutantes ou proteínas virais oncogênicas, apresentados em associação ao MHC I. As respostas de células T CD8 específicas contra antígenos tumorais podem exigir apresentação cruzada dos antígenos tumorais por APCs profissionais, como as células dendríticas. • A maioria das células tumorais não deriva de APCs e, portanto, não expressa os co- estimuladores necessários para dar início às respostas de células T nem às moléculas do MHC classe II necessárias para estimular as células T auxiliares que promovem a diferenciação das células T CD8. Uma possibilidade é a de que células tumorais ou seus antígenos são ingeridos pelas APCs do hospedeiro, particularmente as células dendríticas; os antígenos tumorais são processados dentro das APCs e os peptídeos derivados desses antígenos são apresentados ligados às moléculas do MHC I para reconhecimento pelas células T CD8. As APCs expressam co-estimuladores capazes de fornecer os sinais necessários para a diferenciação de células T CD8 em CTLs antitumorais; as APCs expressam moléculas do MHC II que podem apresentar antígenos tumorais internalizados, bem como ativar células T CD4 auxiliares. • As células T CD4 podem exercer um papel nas respostas imunológicas antitumorais, fornecendo citocinas para o desenvolvimento dos CTLs efetores. Além disso, células T auxiliares específicas para antígenos tumorais podem secretar citocinas, como o TNF e o IFN-γ, que podem aumentar a expressão do MHC classe I pelas células tumorais e a sensibilidade à lise por CTLs. O IFN-γ também pode ativar a destruição das células tumorais por macrófagos. • Hospedeiros portadores de tumor podem produzir anticorpos contra diversos antígenos tumorais. Os anticorpos podem destruir as células tumorais por meio da ativação do complemento ou da citotoxicidade dependente de anticorpos mediada por células, na qual os macrófagos portadores de receptor Fc ou células NK medeiam a destruição. • As respostas imunes às células tumorais conferem pressões seletivas que resultam na sobrevivência e propagação de células tumorais variantes com imunogenicidade reduzida, um processo que foi chamado de “edição do tumor”. Os tumores que se desenvolvem no contexto de um sistema imune normal se tornam menos imunogênicos com o tempo. Considera-se que a edição do tumor é subjacente ao aparecimento de tumores que “escapam” da imunovigilância. Isso pode acontecer porque muitos antígenos tumorais são também antígenos normais, o que pode estar relacionado com desenvolvimento da tolerância imunológica, e também por que no caso de tumores causados por vírus, estando o indivíduo em processo de crescimento, por exemplo, o sistema imunológico adquire tolerância àquele antígeno. • As células Treg também parecem estar envolvidas na tolerância aos tumores, pois foi verificado que indivíduos com depleção de células Treg apresentam uma reação imunológica mais forte ao tumor. • Tumores perdem a expressão de antígenos que provocam respostas imunológicas. Tais “variantes de perda de antígenos” são comuns em tumores de crescimento rápido e podem ser induzidas prontamente em linhagens de células tumorais pela cultura com anticorpos específicos para tumor ou CTLs. Se esses antígenos não forem necessários para o crescimento dos tumores ou para a manutenção do fenótipo, as células tumorais antígeno-negativas têm uma vantagem de crescimento no hospedeiro. Assim, acredita- se que a imunoedição tumoral seja a base do surgimento de tumores que escapam da vigilância imune. • Tumores podem não induzir os CTLs porque a maioria das células tumorais não expressam co-estimuladores ou moléculas do MHC II. Os co-estimuladores são necessários para dar início às respostas das células T e as moléculas do MHC classe I são exigidas para a ativação das células T auxiliares, que estimulam a diferenciação dos CTLs,em algumas situações. Portanto, a indução de respostas de células T específicas para tumor com frequência requer apresentação cruzada por células dendríticas, que expressam co-estimuladores e moléculas classe II. Se essas APCs não capturarem e apresentarem antígenos tumorais adequadamente, ativando as células T auxiliares, os CTLs específicos para as células tumorais podem não se desenvolver. • Produtos de células tumorais podem suprimir respostas imunológicas antitumorais. Um exemplo de produto tumoral imunossupressor é o fator de crescimento transformante-β, que é secretado em grandes quantidades por muitos tumores e inibe a proliferação e as funções efetoras dos linfócitos e macrófagos. Alguns tumores expressam ligantes de FAS que reconhecem o receptor de morte celular FAS nos leucócitos que tentam atacar o tumor; o acoplamento de FAZ-L com o FAZ pode resultar na morte apoptótica dos leucócitos. • Os antígenos de superfície celular em tumores podem estar escondidos do sistema imunológico por moléculas do glicocálice, porque, frequentemente, células tumorais expressam mais dessas moléculas do glicocálice do que as células normais. • A principal consequência da imunodeficiência é a maior suscetibilidade a infecções por bactérias piogênicas, enquanto defeitos na imunidade celular levam a infecções por vírus e outros microrganismos intracelulares. Aumento na incidência de câncer ocorre mais nas imunodeficiências das células T, pois elas desempenham papel importante na vigilância contra vírus oncogênicos e tumores causados por eles. • Cerca de 5% das pessoas portadoras de imunodeficiências congênitas desenvolvem tumores. Entretanto, a maioria dos cânceres ocorre nas pessoas que não apresentam nenhuma imunodeficiência franca. Assim, as células tumorais desenvolvem mecanismos para escapar/iludir o sistema imune de indivíduos imunocompetentes. PROBLEMA 05 Proliferação celular normal x anormal • Toda população celular é composta por três subgrupos de células: As células em proliferação contínua, que passam de uma mitose para outra; células terminalmente diferenciadas, que deixam de forma irreversível o ciclo de crescimento e estão destinadas a morrer sem voltar a se dividir; células que não proliferam e não morrem, podem voltar ao ciclo se receberem o estímulo adequado. • O crescimento no número de uma população de células pode ocorrer por três mecanismos: o encurtamento do ciclo celular resulta na produção de mais células por unidade de tempo; a redução da taxa de morte celular também promove o aumento celular no organismo; a entrada de células G0 no ciclo celular resulta produção de mais células por unidade de tempo. • Uma forma de caracterizar o ciclo celular tanto em células normais quanto nas neoplásicas é pelo tempo necessário para duplicar a população celular. Nas células normais, esse tempo de geração é bem regulado e controlado. Nos cânceres, porém, o tempo de geração da célula e do volume do tumor primário e suas metástases, pode variar bastante de forma relativamente autônoma. • O tempo total do ciclo celular para muitos tumores é igual ou maior do que o das células normais correspondentes. Assim, o crescimento dos tumores não está comumente associado a um encurtamento do tempo do ciclo celular. • O crescimento progressivo dos tumores e a taxa com que crescem são determinados por um excesso de produção celular em relação à perda celular. • Sob condições fisiológicas, a proliferação celular pode ser prontamente resolvida nas seguintes etapas: i. Ligação com um fator de crescimento com seu receptor específico geralmente localizado na membrana celular; ii. Ativação transitória e limitada do receptor do fator de crescimento, que por sua vez ativa diversas proteínas transdutoras de sinal no folheto interno da membrana plasmática; iii. Transmissão do sinal transduzido através do núcleo por segundos mensageiros ou por moléculas de transdução do sinal que ativam diretamente a transcrição; iv. Indução e ativação dos fatores nucleares reguladores que iniciam a transcrição do DNA; v. Entrada e progressão da célula no ciclo celular, que resulta finalmente na divisão celular. • Apesar de nem sempre uma proliferação celular extensa ser característica de uma proliferação celular maligna, ela contribui para o fenótipo maligno aumentando o risco de mutações espontâneas ou induzidas na população celular. Muito comum também na proliferação celular maligna é a superexpressão das formas normais do fator de crescimento. • Outros fatores que promovem a proliferação celular anormal: ativação de oncogenes; inativação dos genes supressores do tumor; mutações nos genes que regulam a apoptose. • O encurtamento do telômero funciona como um relógio que conta as divisões celulares. Nas células germinativas, o encurtamento do telômero é impedido pela função mantida da enzima telomerase, o que explica a capacidade destas células se auto-multiplicarem extensamente. Esta enzima está ausente da maioria das células somáticas, que sofrem uma perda progressiva dos telômeros. Na proliferação maligna, as células podem achar um modo de impedir o encurtamento do telômero, reativando a atividade da telomerase. Assim, atividade da telomerase e a manutenção do comprimento do telômero são essenciais para a manutenção do potencial replicativo das células tumorais. • Nas células normais, os telômeros curtos ativam os pontos de verificação do ciclo celular que levam a sua parada ou à apoptose. A reativação da telomerase nas células com genomas anormais confere uma capacidade proliferativa ilimitada nas células com potencial tumorigênico. Papel dos vírus na etiopatogenia das lesões proliferativas benignas da pele e mucosas, do molusco, verrugas e do câncer cervical • Os herpesvírus causam infecção aguda seguida por infecção latente, em que os vírus persistem de uma forma não infecciosa com reativação periódica e liberação de vírus infeccioso. Existem nove tipos de herpesvírus humanos, pertencendo a três subgrupos definidos pelo tipo de célula mais frequentemente infectada e o local de latência: vírus do grupo-a (HSV-1, HSV-2 e VVZ), que infectam as células epiteliais e produzem infecção latente nos neurônios; vírus linfotrópicos do grupo-B e o herpesvírus humano 7, o qual infecta uma variedade de tipos celulares. • HSV-1 e HSV-2: Os nucleocapsídeos virais são transportados junto com os axônios para os corpos celulares neuronais, onde os vírus estabelecem infecção latente. Nesse estado somente os mRNAs virais são produzidos e nenhuma proteína viral parece ser produzida, permitindo assim que os vírus escapem do reconhecimento imune. A reativação resulta na propagação do vírus a partir dos neurônios para a pele ou para as membranas mucosas e provoca a reação imune do hospedeiro. • Os HSV-1 e HSV-2 atacam pele e mucosas. Sua transmissão é geralmente sexual. As manifestações clínicas são distintas e relacionadas ao estado imunológico do paciente. • Dentre os vírus DNA humanos, o papilomavírus [HPV], vírus de Epstein-Barr [EBV], vírus da hepatite B [HBV] e o herpes vírus do sarcoma de Kaposi [KSHV] foram implicados na etiologia do câncer humano. • HPV: Vírus de DNA não-envelopados, são classificados em mais de 100 tipos. Alguns causam verrugas que podem evoluir para malignidade, particularmente, carcinoma de células escamosas da cérvice e da área anogenital, em alguns casos, estão envolvidos na etiologia dos tumores da cavidade oral e da laringe. São transmitidos principalmente pela pele ou por contato genital. Infectam principalmente as células basais do epitélio. • Sequências DNA do HPV 16 e 18, e com menor frequência o HPV 31, 33 35 e 51 são encontrados em aproximadamente 85% dos carcinomas invasivos de células escamosas de seus precursores presumidos (displasias graves e carcinoma in situ). • Verrugasgenitais com baixo potencial maligno estão associadas com tipos distintos de HPV, predominantemente o HPV6 e o HPV11. • Nas verrugas benignas e nas lesões pré-neoplásicas, o genoma do HPV é mantido numa forma epissômica (não integrada), enquanto que nos tumores o DNA viral está geralmente integrado no genoma da célula do hospedeiro. Isto é sugestivo de que a integração do DNA viral é importante para a transformação maligna. • O potencial oncogênico do HPV 16 e HPV 18 pode ser relacionado com produtos genéticos virais iniciais que agem em conjunto para imortalizar e transformar as células. A replicação do vírus DNA depende do equipamento de replicação das células do hospedeiro, tais produtos agem para ultrapassar a atividade dos inibidores do ciclo celular. O produto E6 se liga com a p53 e o E7 se liga a RB induzindo a degradação destas proteínas. Além disso, E7 pode interferir na atividade de transcrição da p53 e também inativar a p21. E6 pode apresentar outros efeitos independentes de sua ligação com p53, tais como a ativação da telomerase e tirosina quinases. • A infecção pelo HPV atua como um agente iniciador e mutações somáticas adicionais são essenciais para a transformação maligna. • EBV, um membro da família do herpes, foi implicado na patogênese de quatro tipos de tumores humanos: forma africana dos linfomas de Burkitt; linfomas de células B em pacientes imunossuprimidos; linfoma de Hodgkin e carcinomas da nasofaringe. O EBV infecta células epiteliais da orofaringe e os linfócitos B. Consegue entrar nas células B através da molécula CD21 que se expressa em todas as células B. O vírus coopta de modo eficiente uma via normal da ativação da célula B para aumentar o número de células que pode infectar e habitar. • O EBV não é diretamente oncogênico, mas, agindo como um mitógeno policlonal das células B, prepara a aquisição da translocação e outras mutações, que vêm a liberar as células da regulação do crescimento normal. • Verrugas são lesões comuns de crianças e adolescentes, embora possam ser encontradas em qualquer idade. Elas são causadas pelo HPV. A transmissão da doença geralmente envolve contato direto entre indivíduos ou auto-inoculação. As verrugas são autolimitadas, regredindo espontaneamente dentro de seis meses a dois anos. • Verruga vulgar: Tipo mais comum de verruga; ocorrem em qualquer lugar, porém, mais frequentemente nas mãos, particularmente nas superfícies dorsais e áreas periungueais, onde elas aparecem como pápulas achatadas a convexas, de 0,1 a 1 cm, castanho-claras, de superfície rugosa e áspera. • Verruga plana: Comum na face e nas superfícies dorsais das mãos; são pápulas levemente elevadas, achatadas ou lisas e geralmente menores que a verruga vulgar. • Verruga plantar e palmar: Ocorrem nas plantas dos pés e palmas das mãos. Lesões descamativas e rugosas podem alcançar 1 a 2 cm de diâmetro, coalescerem e serem confundidas com calos comuns. Devido à pressão, a proliferação epitelial penetra na derme, tornando-se dolorosa e dificulta a deambulação (verrugas plantares). • Características histológicas comuns às verrugas: Hiperplasia epidérmica frequentemente de caráter ondulado, que preferencialmente envolve as camadas mais superficiais da epiderme. • Molusco contagioso: Doença viral comum da pele, autolimitada, causada por um poxvírus, que atinge exclusivamente a pele e excepcionalmente as mucosas. A infecção é usualmente disseminada, particularmente entre crianças e adultos jovens. Lesão do tipo pápula semiesférica; pode se localizar em qualquer região da pele, mais comuns no tronco, membros e genitália. • Verrugas filiformes: São elementos únicos ou múltiplos, corneificados, semelhantes a espículas que surgem perpendicularmente ou obliquamente à superfície cutânea. Ocorrem principalmente em jovens, sendo áreas de predileção a face, pescoço e comissuras da boca. • Verrugas planas: São de 1 a 5 mm de diâmetro, levemente amareladas. Ocorrem principalmente em crianças e adolescentes. Localizam-se de preferência na face, dorso das mãos e antebraços. PROBLEMA 06 Radiação solar como fator de oncogênese • Raios UVC aplicados na esterilização de materiais cirúrgicos e em processos de tratamento de água, graças à sua propriedade bactericida. • Em se tratando de saúde humana, os raios ultravioleta (UV) trazem sérios danos. Os raios UVA, embora não causem queimaduras, são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele e danificam as fibras de colágeno e elastina, causando o envelhecimento precoce. Os raios UVB, por sua vez, provocam vermelhidão da pele (eritema) e queimaduras. A superexposição a esses raios, além dessas complicações, também pode levar ao surgimento de sardas e machas e até aumentar o risco de desenvolver câncer; sem esquecer dos prejuízos aos olhos, como catarata e cegueira. • Dois tipos de lesões são majoritariamente formados em decorrência da exposição do DNA à radiação UV nos seus menores comprimentos de onda (UVB e UVC): os ciclobutanos de pirimidina (CPDs) e os fotoprodutos pirimidina-pirimidona. Ambos os fotoprodutos são responsáveis por grandes distorções estruturais na dupla hélice de DNA interferindo em mecanismos celulares constitutivos, como replicação e transcrição, ameaçando a viabilidade e integridade funcional das células e, por consequência, contribuindo para processos mutagênicos e tumorigênicos. • A UVA representa 95% da radiação UV que atinge a superfície terrestre, importante nos processos de envelhecimento e carcinogênese em pele humana. • Também foi demonstrado que a radiação UVA é capaz de gerar quebras simples e duplas na molécula de DNA. Melanoma • A grande maioria dos melanomas surge na pele; outros sítios de origem mucosas oral e anogenital, esôfago, meninges e olhos. Representam apenas 3% das neoplasias malignas, necessitando vigorosa observação em relação a seu desenvolvimento. • Luz solar, presença de nevo, fatores hereditários, xeroderma pigmentoso, exposição a certos carcinógenos e fatores genéticos são importantes em seu desenvolvimento. Ocorre entre os 30 e 60 anos de idade. O homem desenvolve este tumor na parte superior das costas, enquanto as mulheres apresentam uma incidência relativamente aumentada tanto no dorso quanto nas pernas. • É usualmente assintomático, apesar de alguns apresentarem dor. Ao contrário dos nevos benignos (não-displásicos), os melanomas exibem notável variação na pigmentação, aparecendo em tons de negro, marrom, vermelho, azul-escuro e cinza. • Sinais clínicos de alerta dos melanomas: Aumento de um sinal preexistente, dor em um sinal preexistente, desenvolvimento de uma lesão pigmentada recente durante a idade adulta, irregularidade de bordas de uma lesão pigmentada e cor variegada dentro de uma lesão pigmentada. • ABCDE da pele: Assimetria (um lado não é parecido com o outro), Bordas (bordas irregulares), Cor (variedade de cores, geralmente tons de preto e marrom), Diâmetro (tamanho > 6 mm), Evolução (mudanças em tamanho, forma, cor, sangramento ou novo sintoma). • Possui crescimento horizontal/radial e outro vertical. No radial o melanoma apresenta tendência para crescer horizontalmente, dentro das camadas da epiderme, não havendo risco de metastatizar. No crescimento vertical, existe risco de metástase. Pouco antes da metástase, forma-se um pequeno nódulo na pele, o qual serve como indicativo clínico de risco metastático. • São determinantes de um prognóstico favorável para o melanoma maligno a espessura tumoral menor que 1,7mm, ausência ou baixo número de mitoses, ligeira resposta de células e sexo feminino. • Inicialmente, há um aumento da atividade dos melanócitos. Quando o quadro evolui com a proliferação de melanócitos atípicos na epiderme, constitui a melanose maligna. Esta pode ser considerada como melanoma in situ. As células típicas invadem aderme, originando o lentigo-maligno melanoma. • De acordo com suas características clínicas e histológicas, os melanomas malignos são classificados em quatro tipos: lentigo maligno-melanoma, melanoma extensivo superficial, melanoma nodular, melanoma lentiginoso acral. o Lentigo Maligno-Melanoma: Surge com a melanose maligna. Forma menos comum de melanoma (cerca de 5% dos melanomas em geral). Melanoma de melhor prognose por ter origem nos melanócitos epidérmicos. o Melanoma extensivo superficial: Forma mais frequente de melanoma (70% dos melanomas). Ocorre mais frequentemente entre os 40 e 50 anos. Apresenta- se como lesão leve ou francamente elevada, cujas margens são denteadas, irregulares e cuja coloração varia de acastanhada a negra. O prognóstico é intermediário, entre o lentigo maligno-melanoma e o melanoma nodular. o Melanoma nodular: Variante mais frequente após a forma extensiva superficial (15 a 30% dos melanomas). Caracteriza-se por agressão predominantemente dérmica a partir da junção dermoepidérmica, atingindo apenas secundariamente a epiderme. É o melanoma de prognose mais grave. o Melanoma Lentiginoso acral: Forma mais comum em negros e asiáticos e ocorre mais frequentemente em idosos, aos 60 anos. Ocorre nas regiões palmares, plantares e falanges terminais, podendo ser periungueais e subungueais. • Evolução: Os melanomas são tumores de grande potencial de metastatização, em função direta da fase evolutiva, da espessura e nível de invasão. As metástases podem ser locais, regionais e sistêmicas. As metástases sistêmicas ocorrem por disseminação hematogênica e atingem a própria pele, tecido subcutâneo, pulmão, fígado, cérebro, ossos, coração, suprarrenais e aparelho digestivo, em ordem decrescente de frequência. Carcinoma de células escamosas • Segundo tumor mais comum decorrente de exposição solar em pessoas idosas, excedido somente pelo carcinoma basocelular. Exceto por lesões nos membros inferiores, estes tumores têm maior incidência em homens que em mulheres. Exposição à luz solar é o maior fator predisponente. Outros são úlceras crônicas, cicatrizes de queimaduras antigas, radiação ionizante e mastigação de tabaco. Indivíduos que estão imunossuprimidos estão em risco para o desenvolvimento de neoplasias. A luz solar, além dos efeitos ao DNA, parece ter efeito imunossupressivo direto, afetando a função de vigilância normal das células de Langerhans que são APCs na epiderme. • Aparecem como uma placa bem definida, vermelha e escamosa. Mais avançadamente, as lesões invasivas são nodulares, mostram hiperceratose e podem ulcerar. Quando a mucosa oral é envolvida, pode ser vista uma zona de espessamento branco chamada de leucoplaquia. • É constituído por proliferação atípica de células espinhosas, de caráter invasor, podendo dar metástases. Frequência de cerca de 15% das neoplasias epiteliais malignas. • Ocorre geralmente após os 50 anos, sendo mais comum no sexo masculino, por maior exposição a agentes cancerígenos (sol e fumo). Indivíduos de pele clara são mais predispostos. • As localizações mais comuns são lábio inferior, orelhas, face, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália externa. • Histopatologicamente, há células espinhosas atípicas e células diferenciadas que formam centros córneos. Conforme a proporção dessas células, o tumor é classificado conforme classificação de Broders. • Em contraste com o carcinoma de células basais, não existe nenhum defeito genético herdado associado ao carcinoma de células escamosas. Os efeitos imediatos da luz UV no gene p53 são positivos, envolvendo sua indução, resultando na interrupção do ciclo celular na fase G1 para permitir o reparo do DNA, ou a apoptose das células danificadas que estão sob reparo. Carcinoma basocelular • São tumores comuns, de crescimento lento, que metastatizam raramente. Têm uma tendência a ocorrer em locais de exposição crônica ao sol e em pessoas de pele clara. Como no carcinoma de células escamosas, a incidência do carcinoma basocelular eleva- se nitidamente com a imunossupressão e nos pacientes com defeitos herdados no reparo do DNA. Estes tumores apresentam-se clinicamente como pápulas peroladas, que frequentemente contêm vasos subepidérmicos proeminentes e dilatados. Alguns tumores contêm melanina e assemelham-se aos melanomas. • São vistos dois padrões: Crescimentos multifocais originando-se a partir da epiderme e estendendo-se por muitos centímetros quadrados ou mais da superfície da pele, e lesões nodulares desenvolvendo-se para baixo e profundamente para dentro da derme como cordões ou ilhas de células basofílicas variáveis com núcleo hipercromático. • Mais benigno dos tumores malignos de pele; constitui-se de células que se assemelham às células basais da epiderme; origina-se não somente de células basais da epiderme, mas também de diferentes partes do aparelho folicular; ocorre geralmente acima dos 40 anos; não ocorre nas palmas das mãos, plantas e mucosas. • Mutações no p53 ocorrem em 40% a 60% dos carcinomas de células basais, e em 60% destes existe a assinatura “ultravioleta”. Carcinoma de células de Merkel • Neoplasia rara, derivada das infrequentes células de Merkel da epiderme. As lesões podem se apresentar clinicamente como nódulo ulcerados e semelhantes a carcinoma basocelular erodido ou a formas relativamente não-pigmentadas de melanoma maligno. Apresenta metástases, mas raramente são letais. São compostos por células malignas pequenas e arredondadas, que contêm grânulos citoplasmáticos do tipo neurossecretores. Dermatofibrossarcoma protuberante • Tumor de baixa malignidade, que se origina no tecido conjuntivo da derme. Inicia-se com um ou vários nódulos duros de cor acastanhada ou vermelho-azulada, móveis em relação aos tecidos subjacentes. Os nódulos desenvolvem-se, formando placas elevadas, crescem lentamente e frequentemente se ulceram. Mais comum no sexo masculino e localiza-se mais frequentemente no tronco. Embora seja um tumor invasivo local, metástases raramente ocorrem. Fibrossarcoma • São tumores malignos metastatizantes que se desenvolvem no tecido conjuntivo da pele. Clinicamente apresentam-se como nódulos duros, de coloração acastanhada, que evoluem com crescimento rápido e ulceram-se; ocorrem mais frequentemente em pés, pernas e tronco. Sarcoma de kaposi • Sarcoma idiopático hemorrágico múltiplo é neoplasia maligna originada em células da parede vascular. Atinge com mais frequência indivíduos idosos ou de meia idade, do sexo masculino. A incidência é elevada entre transplantados renais, e ultimamente com parte da síndrome da imunodeficiência adquirida. • Inicialmente, manchas eritêmato-cianótico-púrico-hemossideróticas, que evoluem para nódulo ou placas nodulares. As lesões podem se ulcerar ou adquirir caráter verrucoso. • A localização habitual é nos pés ou pernas, embora possa ser encontrado nas mãos, braços e outras regiões. • O curso da doença é longo e a prognose é grave, com sobrevida média de 10 anos. O êxito letal ocorre por infecção secundária, caquexia (grau extremo de enfraquecimento), hemorragias pulmonares ou gastrintestinais ou pelo desenvolvimento de linfomas, pois a associação com vários tipos de linfomas, micose fungoide, Hodgkin, linfomas linfocíticos, mieloma múltiplo e leucemias tem sido assinalada frequentemente. As lesões podem ser extremamente disseminadas, mas são mais frequentes as localizações na face, cavidade oral, braços, tronco e membros inferiores. A cavidade oral é sede extremamente frequente do Sarcoma de Kaposi da síndrome da imunodeficiência adquirida, sendo particularmente afetados o palato e a língua. PROBLEMA 07 Lesões displásicas do colo uterino x carcinoma de colo uterino • Lesões displásicas do colo uterino são aquelas alterações no tecido epitelial cervical, causadas por
Compartilhar