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Medicina Intensiva – Amanda Longo Louzada 1 GASOMETRIA ARTERIAL HOMEOSTASE ÁCIDO-BÁSICA: ➔ O equilíbrio do pH sanguíneo é mantido entre 7,35 e 7,45, graças ao tamponamento químico intra e extracelular, bem como à ação de mecanismos reguladores respiratórios e renais. ➔ Essa fórmula demonstra que o pH é diretamente proporcional à concentração de HCO3 sérica, de modo que, situações que envolvem o aumento de bicarbonato geram um aumento do pH e situações que reduzem o bicarbonato também reduzem o pH. ➔ Além disso, o pH é inversamente proporcional à PaCO2. Então, quando há aumento de PaCO2, ocorre redução do pH e quando a PaCO2 diminui, o pH aumenta. ➔ Assim, a redução do pH (<7,35) configura a acidose, enquanto o aumento do pH (>7,45) caracteriza a alcalose. TIPOS DE DISTÚRBIOS ACIDOBÁSICOS: ACIDOSE: ➔ A acidose é uma condição em que o pH do sangue está abaixo do valor normal, o que é considerado como menor que 7,35. ➔ Acidose Respiratória: A acidose causada por aumento da PaCO2 recebe o nome de acidose respiratória. ➢ Laboratorialmente, na fase descompensada, encontra-se PaCO2 elevada (acima de 40 mmHg). ➢ As causas desse distúrbio incluem sedativos, acidentes vasculares cerebrais, doença pulmonar crônica, obstrução das vias aéreas, edema pulmonar grave, distúrbios neuromusculares e parada cardiopulmonar. ➔ Acidose Metabólica: causada por redução de HCO3 ➢ As etiologias comuns incluem as cetoacidoses, acidose láctica, intoxicação (salicilatos, etilenoglicol e metanol) e insuficiência renal. ➢ AG. As causas mais prevalentes de acidose com AG elevado são: acidose láctica, cetoacidose, ingesta de toxinas e lesão renal aguda e doença renal crônica. ➢ Já a acidose sem AG pode ocorrer pela perda de alcalis, a partir do trato gastrintestinal, como resultado de diarreia; ou, a partir dos rins, devido a distúrbios tubulares renais. ➔ Sinais de Acidemia: ➢ Aumento da FR ➢ Aumento do esforço respiratório ➢ Diminuição do DC ➢ Aumento do risco para arritmias ➢ Pior resposta a catecolaminas ➢ Vasodilatação arterial ➢ Vasoconstricção pulmonar ➢ Aumento da demanda de oxigênio ➢ Aumento da produção de amônia ➢ Hipercalemia ➢ Diurese osmótica ➔ Combate a Acidose: ➢ Resposta Compensatória Imediata – Sistema Tampão: Esse sistema consiste na produção de substâncias que se ligam ao hidrogênio (H+), que é um ácido. Por sua vez, essas substâncias promovem um balanço adequado e rápido do pH. ➢ Resposta em Médio Prazo – Minutos a Horas: por meio do componente pulmonar, que ocorre pelo balanço de PaCO2 através da ventilação alveolar. • Assim toda vez que temos uma acidemia tende a hiperventilar ➢ Resposta Renal – Horas a dias: funciona através da reabsorção de bicarbonato, aumento da produção dele e da excreção de H+ ALCALOSE: ➔ A alcalose é uma excessiva alcalinidade sanguínea, ou seja, pH superior a 7,45, provocada por um excesso de bicarbonato no sangue ou pela perda de ácido no sangue. ➔ Alcalose Respiratória: A alcalose causada por diminuição da PaCO2 recebe o nome de alcalose respiratória. Nesse distúrbio, o paciente está hiperventilando e, consequentemente, apresenta hipocapnia, ou seja, uma redução de CO2 no sangue. ➔ Alcalose Metabólica; A alcalose metabólica decorre de aumento primário de HCO3 sérico, diferente do que ocorre na acidose respiratória crônica – onde há um aumento compensatório na reabsorção renal de HCO3 – pelo aumento associado no pH arterial. ➢ Responsiva a Cloreto: envolve a perda ou secreção excessiva de cloro, sendo, tipicamente, corrigida pela administração IV de líquidos contendo cloreto de sódio. • As causas fundamentais são induzidas pelo trato GI, a partir dos vômitos ou dá aspiração gástrica através de sonda nasogástrica, e as induzidas pelo rim, a partir da terapia com diurético. Medicina Intensiva – Amanda Longo Louzada 2 GASOMETRIA ARTERIAL ➢ Resistente a Cloreto: não é corrigida com fluídos contendo cloreto de sódio, e, tipicamente, envolve grave deficiência de magnésio (Mg) ou potássio (K) e/ou excesso de mineralocorticoides. • Geralmente, é provocada por síndromes de excesso, real ou aparente, de mineralocorticoides. PARÂMETROS DA GAOSMETRIA: ➔ pH = 7,35 a 7,45; ➔ PaCO2= 35 a 45mmHg; ➔ HCO3= 22 a 26 mEq/L; ➔ PaO2= 80 a 100 mmHg; ➔ SpO2= 90 a 100%; ânion gap ➔ (AG) = 6 - 12 mEq/L ➔ Bases em excesso (BE) = -3 a +3. INTERPRETAÇÃO DA GASOMETRIA: ➔ 1º - Determinar o pH ➢ Quando o pH está abaixo de 7,35, ocorre uma acidose, e quando o pH está acima de 7,45, ocorre uma alcalose. ➔ 2º - Determinar o distúrbio primário ➢ Bicarbonato alterado ou PaCo2 alterado ➢ Quando o PaCO2 é menor que 35 mmHg, estamos diante de uma condição alcalótica,e se for superior a 45 mmHg, estamos diante de uma condição acidótica. ➢ Do mesmo modo, se o HCO3 for menor que 22 mEq/L, temos uma acidose, enquanto que se for superior a 26 mEq/L, temos uma alcalose. ➢ Para determinar a origem do desequilíbrio ácido- base, basta comparar o componente que está na mesma direção do desequilíbrio do pH. ➔ 3º - Avaliar a presença de distúrbio secundário ➢ Em distúrbios ácido-base simples, as mudanças no HCO3 e no PaCO2 são na mesma direção. Se as respostas apropriadas estão presentes, o desequilíbrio ácido-base é considerado simples. ➢ Se a gasometria apresenta valores normais de pH, mesmo com alterações no PaCO2 ou HCO3, significa que o paciente tem um desequilíbrio misto. ➔ 4º - Calcular ânion-gap: Ele representa a diferença entre cátions e ânions no plasma. Deve ser calculado em casos de suspeita de distúrbio ácido- base, mesmo que o pH esteja normal ou alcalino. O ânion gap é calculado usando a fórmula AG = Na+ - (HCO3- + Cl-). O valor normal para o ânion gap é entre 6 e 12 mEq/L, com uma média de 10 mEq/L. ➔ 5º - Determinar o delta/delta: Este cálculo estabelece a relação entre o aumento do ânion gap e a diminuição proporcional do HCO3: ➢ Ele nos mostra que a variação do ânion gap deve ser igual à variação do HCO3. Se as variações forem iguais, o resultado da equação será 1, significando que temos apenas uma acidose metabólica com AG aumentado. ➢ Se o valor do delta/delta for < 1, significa que a variação do AG foi menor que a variação do HCO3, ou seja, o AG elevou e o HCO3 reduziu muito. O que explica isso é o aumento do Cl. Desse modo, existe uma acidose metabólica com AG aumentado e acidose metabólica hiperclorêmica. ➢ Já se o ânion gap for > 2 significa que está ocorrendo um grande aumento do AG com pouca redução do HCO3, ou seja, o HCO3 não reduziu proporcionalmente à elevação do AG, mostrando que existe retenção de HCO3. Nesse caso, há uma alcalose metabólica concomitante.
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