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59 Sinalário de Tecnologias

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Sinalário de Tecnologias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo") é um termo 
que envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação deste conhecimento através 
de sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e utilizados a 
partir de tal conhecimento. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega_antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferramenta
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arquivo 
Reunião dos dados de um computador que, com registro individual e organizados sob um 
formato específico, contém textos, tabelas, imagens, sons etc. 
 
 
Blog 
Página virtual para partilha de informações, experiências pessoais ou notícias, composta por 
textos ou posts; podem ser utilizados como diários em formato on-line, sendo que seus temas 
variam de acordo com o objetivo do autor ou dos autores, geralmente é atualizado com 
frequência e recebe comentários dos leitores. 
 
 
 
Bluetooth 
O Bluetooth é uma tecnologia de comunicação sem fio que permite que 
computadores, smartphones, tablets e afins troquem dados entre si e se conectem a 
mouses, teclados, fones de ouvido, impressoras, caixas de som e outros acessórios a 
partir de ondas de rádio. 
 
 
CD 
Compact Disc (disco compacto). 
O que é CD-ROM: 
CD-ROM é a sigla de Compact Disc Read-Only Memory (Disco Compacto de 
Memória Apenas de Leitura), um componente eletrônico que armazena 
informações, em um formato compacto, que podem apenas ser lidas, mas não 
gravadas pelo usuário. 
 
 
Celular 
Telefone celular ou telemóvel é um aparelho de comunicação por ondas eletromagnéticas 
que permite a transmissão bidirecional de voz e dados utilizáveis em uma área geográfica 
que se encontra dividida em células, cada uma delas servida por um transmissor/receptor. 
 
 
Colar 
Cortar, copiar e colar. ... Cortar, copiar e colar (do inglês cut, copy and paste) 
compõem um paradigma na Interação homem-computador expresso em 
procedimentos usados para transferência de conteúdo (texto, dados, arquivos, 
objetos) de uma origem para um destino. 
 
 
Computador 
Computador é uma máquina capaz de variados tipos de tratamento automático de 
informações ou processamento de dados. 
 
 
Copiar 
Cortar, copiar e colar (do inglês cut, copy and paste) compõem um paradigma na 
Interação homem-computador expresso em procedimentos usados para transferência 
de conteúdo (texto, dados, arquivos, objetos) de uma origem para um destino. 
 
 
Corel 
O CorelDRAW é um programa de desenho vetorial bidimensional para design gráfico 
desenvolvido pela Corel Corporation, Canadá. 
1-Voce quer dizer Corel Draw? E um programa para fazer design gráfico 
.Serve para fazer desenhos artisticos, publicitarios, logotipos, capas de 
revistas,confecçoes de cartazes,ilustraçoes para internet,etc... 
 2-Tem varias versoes,a X3 e a mais atual. 
3-Ate vai rodar,mas vai ficar lento na sua configuração 
 
 
Data Show 
 
Significado de Datashow 
substantivo masculino Sistema multimídia ou aparelho para projeção que, com 
o auxílio de um computador, apresenta informações, slides, mensagens, vídeos 
ou textos numa tela apropriada. 
 
 
Digitação 
Um curso de Digitação, ou Datilografia como era chamado na época da máquina de 
escrever, é o melhor caminho para quem quer aprender a digitar de uma maneira 
profissional: utilizando todos os dedos (das duas mãos), sem olhar para o teclado, e 
numa velocidade compatível com a sua necessidade de trabalho. 
 
 
DVD 
DVD sigla de "Digital Versatile Disc", e seu formato digital "Digital Video Disc" para 
arquivar ou guardar dados, som e voz, tendo uma maior capacidade de armazenamento 
que o CD, devido a uma tecnologia óptica superior, além de padrões melhorados de 
compressão de dados, sendo criado no ano de 1995. 
 
 
Download 
 
Traduzido do inglês-Nas redes de computadores, o download significa receber dados de 
um sistema remoto, normalmente um servidor como um servidor Web, um servidor FTP, 
um servidor de email ou outros sistemas similares. Isso contrasta com o upload, onde os 
dados são enviados para um servidor remoto. 
 
 
e-mail 1 
Um correio eletrônico ou correio eletrónico ou, ainda, e-mail, é um método que permite 
compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O 
Correio Eletrônico é tipicamente um modo assíncrono de comunicação. 
 
 
e-mail 2 
Um correio eletrônico ou correio eletrónico ou, ainda, e-mail, é um método que permite 
compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O 
Correio Eletrônico é tipicamente um modo assíncrono de comunicação. 
 
 
Excel 
O Microsoft Office Excel é um editor de planilhas produzido pela Microsoft para 
computadores que utilizam o sistema operacional Microsoft Windows, além de 
computadores Macintosh da Apple Inc. e dispositivos móveis como o Windows Phone, 
Android ou o iOS. 
 
 
Gravar/ Baixar 
baixar, em uma tradução simples) é um termo que corresponde à ação de transferir 
dados de um computador remoto para um computador local. Essa cópia de arquivos 
pode ser feita tanto a partir de servidores dedicados (como FTP, por exemplo), quanto 
pelo simples acesso a uma página da Internet no navegador. 
 
 
Hashtags 
 
 
Tags são palavras-chave ou termos associados a uma informação, tópico ou discussão 
que se deseja indexar de forma explícita no aplicativo Twitter, e também adicionado ao 
Facebook, Google+, Youtube e Instagram. Hashtags são compostas pela palavra-chave 
do assunto antecedida pelo símbolo cerquilha. 
 
Internet 
A Internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um 
conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol Suite ou TCP/IP) com o propósito de 
servir progressivamente usuários no mundo inteiro. 
 
 
Linux 
Linux é um termo popularmente empregado para se referir a sistemas operativos ou 
sistemas operacionais que utilizam o Kernel Linux. O núcleo foi desenvolvido pelo 
programador finlandês Linus Torvalds, inspirado no sistema Minix. 
 
 
Mouse 
O rato ou mouse/mause é um periférico de entrada que, historicamente, se juntou ao 
teclado como auxiliar no processo de entrada de dados, especialmente em programas com 
interface gráfica. O rato, mouse ou mause tem, como função, movimentar o cursor pelo 
ecrã ou tela do computador. 
 
 
Movie Make 
Windows Movie Maker foi um software de edição de vídeos da Microsoft. Fez parte do 
pacote Windows Essentials. É um programa simples e de fácil utilização, o que permite 
que pessoas sem muita experiência em informática possam adicionar efeitos de transição, 
textos personalizados e áudio nos seus filmes. 
 
 
Notebook 
A base para notebook é um dos mais procurados pelos usuários, ela pode ser 
encontrada em várias cores e design, ajudam na circulação de ar da máquina de 
forma que evita o superaquecimento, dentro da base existe um cooler (ventilador) que 
resfria a máquina, além disso, sua base inclinada ajuda na visualização da tela 
 
 
Pasta 
Em informática, diretório, diretoria ou pasta é uma estrutura utilizada para organizar 
arquivos em um computador ou um arquivo que contém referências a outros arquivos. 
 
 
Power Point 
Microsoft PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição de 
apresentações gráficas, originalmente escrito para o sistema operacional Windows e 
portado para a plataforma Mac OS X. A versão para Windows também funciona no Linux 
através da camada de compatibilidade Wine. 
 
 
 
Programa 
Um programa de computador ou programa informático é um conjunto de instruções que 
descrevem uma tarefa a ser realizada por um computador. O termo pode ser uma 
referência ao código fonte, escrito em alguma linguagemde programação, ou ao arquivo 
que contém a forma executável deste código fonte. 
 
 
Scanner 
Um digitalizador é um periférico de entrada responsável por digitalizar imagens, fotos e 
textos impressos para o computador, um processo inverso ao da impressora. Ele faz 
varreduras na imagem física gerando impulsos elétricos através de um captador de 
reflexos. É dividido em duas categorias: 
 
 
Tablet 
Tablet é um tipo de computador portátil, de tamanho pequeno, fina espessura e com 
tela sensível ao toque (touchscreen). É um dispositivo prático com uso semelhante a 
um computador portátil convencional, no entanto, é mais destinado para fins de 
entretenimento que para uso profissional. 
 
 
 
Tela LCD 
LCD é a sigla para "Liquid Crystal Display" que em português significa "tela de cristal 
líquido". O LCD é um painel fino utilizado para exibir imagens, vídeos e textos em 
suportes diversos como monitor de computador, televisores, GPS, câmeras digitais, 
celulares, calculadoras e outros dispositivos. 
 
 
Wi-fi 
Wi-Fi é uma abreviação de “Wireless Fidelity”, que significa fidelidade sem fio, em 
português. Wi-fi, ou wireless é uma tecnologia de comunicação que não faz uso de 
cabos, e geralmente é transmitida através de frequências de rádio, infravermelhos etc. 
O wi-fi não necessita de licença para instalação e/ou operação. 
 
 
Word 
O Microsoft Word é um processador de texto produzido pela Microsoft Office foi criado por 
Richard Brodie para computadores IBM PC com o sistema operacional DOS em 1983. 
Mais tarde foram criadas versões para o Apple Macintosh, SCO UNIX e Microsoft 
Windows. Faz parte do conjunto de aplicativos Microsoft Office. 
 
 
Windows 
Microsoft Windows é uma família de sistemas operacionais desenvolvidos, 
comercializados e vendidos pela Microsoft. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Youtube 
YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos com sede em San Bruno. O 
serviço foi criado por três ex- funcionários do PayPal - Chad Hurley, Steve Chen e Jawed 
Karim - em fevereiro de 2005. 
 
 
A tecnologia a favor dos 
surdos e deficientes 
auditivos 
 
Imagine um aplicativo que facilita a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. Ou 
ainda um que ajude pessoas com deficiência auditiva a sentirem todo o prazer de ‘ouvir’ 
uma música. Felizmente, já há quem faça tecnologia a favor deles, fazendo com que 
isso seja possível para quem tem um smartphone. 
 
Quando as pessoas chamam tecnologias como dispositivos e aplicativos móveis de 
“recursos que mudam a vida”, a expressão geralmente vem acompanhada de uma boa 
dose de exagero. 
 
Porém, para os 360 milhões de pessoas em todo o mundo que são surdas ou que têm 
alguma deficiência auditiva, a revolução do smartphone foi exatamente isso, permitindo 
a eles fazer coisas que eram impossíveis há cinco ou dez anos. 
 
“E-mail, textos e mensagens instantâneas, todos facilitaram em muito minhas interações 
com as pessoas que escutam”, disse Don Grushkin, professor de estudos sobre surdos 
da California State University, Sacramento. 
 
Toda essa revolução começou com o pager WyndTell. Lançado em 1998, ele acabou 
sendo modificado no BlackBerry e, em 2002, juntou-se ao telefone Sidekick da T-
Mobile. 
 
Hoje, smartphones, tablets e diversos aplicativos permitem que os surdos e deficientes 
auditivos façam quase tudo que a comunidade que pode ouvir faz, desde encomendar 
uma pizza até chamar motoristas do Uber. 
 
Os aplicativos mais conhecidos de bate-papo com vídeo, como Facetime e Skype são 
úteis para a comunicação via Língua de Sinais e leitura labial. Mas estão começando a 
aparecer sistemas de transcrição em tempo real mais eficazes. 
 
Um deles, o Transcense – um aplicativo que está atualmente em fase de 
desenvolvimento – fará a transcrição de conversas com vários participantes em tempo 
real. As conversas em grupo são particularmente difíceis para as pessoas surdas e com 
deficiência auditiva, que se sentem muito mais à vontade nas conversas individuais 
usando língua de sinais ou leitura labial. 
 
Já o MotionSavvy, que estará disponível antes do final deste ano, utilizará uma câmera 
especial para rastrear os movimentos dos dedos do usuário e transcrever a linguagem 
dos sinais em tempo real, falando sua tradução em voz alta. 
De modo geral, a tecnologia para surdos e deficientes auditivos trouxe muitos 
benefícios para os usuários, mas ainda há muito a fazer. 
 
Segundo Michele Westfall, a comunidade de surdos realmente gostaria de ver um maior 
envolvimento de seus membros em pesquisa e desenvolvimento para que os 
desenvolvedores se lembrem de que existem milhões de pessoas que necessitam de 
alternativas viáveis para os sistemas padrão. 
 
Sabe o que é melhor de todos esses aplicativos? É que além de permitirem a inclusão de 
deficientes auditivos, eles contribuem para a sua comunicação e desenvolvimento em 
qualquer lugar, com qualquer pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tecnologia Assistiva para Surdos: 
Produtos, estratégias, recursos e 
serviços 
“Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba 
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a 
funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou 
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.” 
(CORDE – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII, de 14 de dezembro de 2007). 
Ao analisarmos o conceito de Tecnologia Assistiva (de agora em diante 
T.A.) para surdos é importante, inicialmente, revermos os conceitos 
“surdo” e “surdez”. 
Podemos pensar em uma primeira e óbvia definição, por muitos 
chamada de “definição médica da surdez”, que leva em conta a 
existência de algum tipo de problema físico ou psicológico (raríssimo) 
impedindo que a pessoa ouça sons delimitados por um padrão aceito 
internacionalmente: 
 Deficiência Auditiva Leve: Perdas entre 20 e 40 dB 
 Deficiência Auditiva Moderada: Perdas entre 40 e 60 dB 
 Deficiência Auditiva Severa: Perdas entre 60 e 80 dB 
 Deficiência Auditiva Profunda: Perdas acima de 80 dB 
Temos, então, a definição de um espectro que vai desde uma deficiência 
auditiva leve, passando por moderada, severa e chegando até a 
deficiência profunda. As pessoas com esta deficiência seriam definidas 
assim como Hipoacúsicas (termo pouco utilizado no Brasil) ou 
Deficientes Auditivas, ou Surdas. 
Podemos utilizar, também, uma definição mais abrangente e cada vez 
mais aceita como padrão: qualquer pessoa com deficiência auditiva que 
tenha problemas de comunicação expressivos em sua vida diária será 
definida como “pessoa com surdez” ou simplesmente “surdo(a)”. Esta 
será a terminologia por nós utilizada neste artigo. 
Talvez o mais antigo produto de T.A. para os surdos, pensando-se sob o 
ponto de vista médico, sejam os aparelhos de amplificação sonora. 
Chifres de animais, folhas de plantas, objetos de bronze e outros 
apetrechos com o formato de corneta foram utilizados desde a pré-
história até meados do século XIX com o objetivo de ajudar na 
amplificação sonora e minimizar as perdas auditivas. A partir dos anos 
de 1800 o desenvolvimento científico-tecnológico permitiu a utilização 
de recursos mais sofisticados como a transmissão de impulsos 
eletromagnéticos e outros recursos, dando origem ao que hoje 
conhecemos como “próteses auditivas”. 
Já no século XX surgiram os aparelhos com transistores e atualmente a 
tecnologia digital trouxe para os usuários desses produtos a garantia de 
resultados mais satisfatórios em termos de amplificação sonora. 
Ainda nessa linha de busca de retificação, ou correção, da perda 
auditiva, desde os anos de 1930 pesquisadores se dedicam ao 
popularmente chamado “implante coclear” (uma espécie de aparelho de 
amplificaçãosonora implantado diretamente na cabeça do indivíduo, 
mas que ainda necessita de um aparelho receptor externo para 
captação dos sons) que pode atender aos portadores de alguns tipos de 
deficiência auditiva (mas não todos) e atualmente vem encontrando 
repercussão favorável entre pacientes ensurdecidos. Vem sendo 
utilizada até mesmo para algumas crianças nascidas com surdez 
profunda. 
Outros exemplos clássicos de T.A. para surdos são os produtos que 
utilizam luzes ou vibração em apoio a aparelhos que fazem uso de som 
como campainhas, despertadores e outros. Hoje corriqueiros e 
relativamente de baixo custo, já tiveram soluções simples e criativas no 
passado, como um caso a nós relatado pela professora Lucinda Ferreira 
Brito (primeira linguista brasileira a pesquisar a Língua Brasileira de 
Sinais). Segundo ela, em visita a uma cidade do interior de São Paulo, 
soube do caso de um surdo que morava sozinho e era despertado por 
uma vizinha e colega de trabalho através do recurso de um barbante 
amarrado no dedão do pé, acionado diariamente pela janela…Ela residia 
no andar de baixo e ele no de cima. Sem dúvida, um belo exemplo de 
T.A.! 
Os produtos e recursos de T.A. apresentados na tabela adiante não 
resolvem em plenitude, porém, a mais importante consequência da 
surdez: a dificuldade da aquisição da língua oral. Normalmente pessoas 
com o que se chama de surdez pré-lingual têm enormes dificuldades em 
adquirir a língua oral de maneira natural, enquanto pessoas com 
deficiência auditiva severa pós-lingual poderão manter seus níveis de 
fala e compreensão da língua falada inalterados, desde que haja a ajuda 
de algum recurso de T.A. 
Para muitos surdos pré-linguais, mesmo com a utilização de recursos de 
T.A., a aquisição da língua oral de sua comunidade será praticamente 
impossível dentro dos padrões considerados ideais para tal. Não 
estamos aqui falando sobre a capacidade de emissão vocal e sim sobre 
a aquisição contextual da língua. Podemos dizer que a aquisição da 
língua oral para os surdos profundos pré-linguais se dará quase sempre 
no nível de uma língua estrangeira. Alguns poucos conseguirão ser 
“bilíngues 50%”, mas a maioria, certamente, não atinge esse nível de 
proficiência. 
Atualmente, sabemos que a língua não funciona apenas como recurso 
de comunicação, mas como estruturadora do pensamento individual e 
social e sabendo que as línguas de sinais são portadoras de estrutura e 
especificidades similares aos das línguas orais (desde os trabalhos 
realizados a partir de 1957 por William C. Stokoe sobre a ASL/American 
Sign Language e com a publicação em 1960 de Language Structure: An 
outline of the Visual Communication Systems of the American Deaf ), 
podemos partir para uma visão, digamos assim, “cultural” da surdez e, 
em consequência, da utilização das línguas de sinais enquanto recursos, 
produtos, práticas, serviços e metodologia para tornar a vida de 
pessoas com surdez mais funcional. E ainda atender à necessidade de 
comunicação entre surdos e ouvintes de maneira mais efetiva. 
É importante que deixemos bastante claro nesse ponto que as Línguas 
de Sinais são e foram desde sempre manifestação cultural das 
comunidades surdas espalhadas pelo mundo e não produto criado para 
qualquer tipo de auxílio comunicacional, o que não impede, entretanto, 
sua utilização pontual com essa finalidade. 
Defendemos a utilização da Libras enquanto ferramenta de T.A. para 
surdos (e ouvintes), como pode ser observado na Tabela adiante, sem, 
porém, eliminar nenhuma proposta de utilização dos recursos 
tecnológicos para correção da perda auditiva ou a reabilitação das 
funções auditivas dos surdos. Pelo contrário, acreditamos que a 
utilização da tecnologia vem tornando a vida dos surdos cada dia mais 
fácil. 
Mas não podemos jamais esquecer que os surdos, além de pessoas com 
deficiência, são também pessoas com língua (e cultura) própria e que o 
respeito a essa característica deve estar intrínseca a qualquer proposta 
de trabalho realizada, incluindo-se toda iniciativa de produção de T.A.. 
A proposta que apresentamos objetiva contribuir para construção de 
uma sociedade verdadeiramente humana, acessível para todos os que 
dela compartilham, respeitando as características de cada pessoa ou 
grupo de pessoas e propiciando que todos possam expor suas 
necessidades específicas e proponham soluções conjuntas. 
Produtos 
a. Aparelhos de amplificação sonora individual 
b. Sinalizadores domésticos de som (campainha, telefonem 
despertador e outros). 
c. Aparelhos FM oara captação de voz em ambientes com 
interferências acústicas (salas de aula e outros). 
d. Amplificador para uso em telefones (para surdez moderada ou 
severa) 
e. SAP com entrada para fones de ouvido com ou sem fio. 
f. "Hearing Loop" ou Aro magnético para recepção auditiva em 
eventos, cinema, teatro. Pouco usado no Brasil. 
g. Implante Coclear. 
h. Softwares para reabilitação de fala 
i. Telefones para surdos (escrita e videofone) 
j. Materiais com acessibilidade em Libras. CDs-ROM, DVDs e outros 
formatos digitais. 
Importante: Notebooks, tablets e celulares que permitam o acesso às 
centrais de intermediação telefónica surdo/ouvinte (escrita/fala/Libras), 
às mensgens escritas via celular, MSN, Skype, Youtube, Orkut e outros 
recursos de comunicação via Internet (escrita e Libras). 
Metodologias, Estratégias e Práticas 
a. Adaptações do meio-ambiente (usando escrita, recursos visuais e 
outros). 
b. Difusão da Libras para a sociedade (formação de professores 
surdos e ouvintes de Libras, capacitação de intérpretes de Libras 
e outras ações correlatas). 
Recursos e Serviços 
a. Fonoaudiologia (reabilitação auditiva e de fala). 
b. Leitura Labial 
c. Intérpretes de Libras 
d. Closed caption/Legenda oculta. 
e. Centrais de intermediação telefónica surdo/ouvinte 
(escrita/fala/Libras). 
f. Mensagens escritas via celular. 
g. MSN, Skype, Youtube, Orkut e outros recursos de comunicação 
via Internet (escrita e Libras) 
 
 
 
Reafirmamos que as pessoas surdas têm os mesmos direitos 
humanos que o resto dos grupos sociais e que a diversidade é um 
fator intrínseco da Comunidade Surda. 
Reconhecemos a importância da infância e da juventude surda, as 
pessoas surdocegas, as pessoas surdas com outras deficiências, as 
pessoas surdas imigrantes; indígenas; lésbicas, gays, transexuais e 
bissexuais: pessoas surdas de zonas rurais minorias religiosas; 
cidadãos/as maiores, e todas as pessoas surdas desta sociedade, todas 
elas com os mesmos direitos e obrigações que qualquer outro 
cidadão/a. 
Enfatizamos que mediante ações positivas se pode conseguir a 
igualdade entre todos com maior celeridade. 
Enfatizamos que a língua gestual é um direito humano para todos os 
membros da Comunidade Surda, incluindo aqueles que usam ajudas 
técnicas e implantes. 
Reafirmamos que a educação multilíngue em língua gestual oferece às 
pessoas surdas e com deficiências auditivas a maior oportunidade de 
alcançar a cidadania e o desfrute completo de todos os direitos 
humanos. 
A WFD e os seus membros acordaram: 
 Trabalhar unidos para promover a ratificação e implementação 
governamental da Convenção Internacional dos Direitos Humanos das 
Pessoas com incapacidade, assegurando, deste modo, o desfrute por 
parte das pessoas surdas todos os direitos humanos em condições de 
igualdade e respeito ao resto dos cidadãos. 
 Trabalhar conjuntamente como um coletivo em que os países 
desenvolvidos colaborem estritamente com os países em vias de 
desenvolvimento. 
 Adotar medidas para educar e sensibilizar a comunidade surda sobre a 
ampla variedade de pessoas e culturas que a compõem. 
 Ter a obrigação de promover programas e políticas de igualdade que 
assegurem o pleno desenvolvimento da mulher; assim como adotar 
medidas que combatam a violência e o abuso feito às mulheres surdas. 
 Ter a responsabilidade de preservar, promover e proteger as línguas 
gestuais, as heranças culturais: assim como, formular políticaslinguísticas de implementação da língua gestual, incluindo também as 
línguas gestuais indígenas. 
 Cooperar estritamente com escolas e autoridades educativas para 
promover o direito dos meninos/as surdos/as a receber uma educação 
multilíngue e multicultural, e implementar programas educativos que 
desenvolvam identidades para eles/as, suas famílias e os meninos/as 
“CODA” 
 Proteger os direitos dos meninos/as com implantes cocleares e outras 
tecnologias sensoriais promovendo a educação em língua gestual. 
 Implementar o emprego dos profissionais surdos/as em todos os âmbitos 
que tenham um impacto na vida das pessoas surdas. 
 Promover o desenvolvimento de programas educativos e de 
qualificações apropriadas para os intérpretes de línguas gestuais, 
seguindo os princípios da WFD de cooperação com os/as intérpretes. 
 Incorporar os princípios de desenho universal nos novos produtos e 
serviços relacionados com as inovações tecnológicas. 
 Formular uma declaração de prioridades e preocupações ao âmbito da 
bioética relacionada com as pessoas surdas, assim como, a qualidade 
médica e os aspectos cirúrgicos baseados nos princípios dos direitos 
humanos. 
 Estabelecer programas de liderança positiva e pautas para jovens 
surdos, assim como, potenciar sua participação ativa na tomada e 
criação de decisões e sua posterior implementação. 
 Promover o emprego e a autonomia através do poder econômico das 
pessoas surdas. 
 Promover o acesso igualitário aos serviços de saúde mental para as 
pessoas surdas. 
Os programas e ações desenvolvidas pela WFD e seus membros 
ordinários devem ter em conta todas as pessoas surdas. Além disto 
deves se prestar uma especial atenção à educação tanto dos países 
desenvolvidos como dos países em vias de desenvolvimento para 
eliminar deste modo qualquer desvantagem em consequência do 
gênero: desemprego, pobreza, condições sanitárias deficientes e a falta 
de autodeterminação. 
A educação para as pessoas surdas, especialmente nos países em vias 
de desenvolvimento, devem ser iniciativa das próprias pessoas surdas 
do país para conseguir deste modo incluir e implementar sua língua/s 
gestual e sua própria cultura. 
Os direitos linguísticos e culturais das pessoas surdas imigrantes têm de 
ser respeitados, do mesmo modo, às das pessoas do povo na 
aprendizagem da cultura e da língua do seu novo país. 
Os intérpretes de língua gestual são um recurso fundamental no que se 
refere à implementação dos direitos humanos e seu pleno acesso. O 
termo intérprete de língua gestual é um conceito que inclui não só os 
profissionais ouvintes como também os profissionais surdos e os guias 
intérpretes de pessoas surdocegas. 
A tecnologia e a formação on-line oferecem acesso à informação e são 
essenciais para uma aprendizagem regada e estruturada, além disso, 
promovem a independência. Os princípios de desenho universal devem 
assegurar o pleno acesso comunicativo e o cumprimento dos direitos 
humanos das pessoas surdas. 
O acesso a uns serviços da saúde mental igualitários e apropriados, 
através da língua gestual, da cultura das pessoas surdas e de 
profissionais surdos é um direito humano para as pessoas surdas. 
Em referência ao crescimento demográfico e consequentemente ao 
envelhecimento da população que se hão de ter em conta programas e 
serviços para os cidadãos surdos de idade avançada. 
As línguas gestuais são instrumentos essenciais para transmitir cultura 
e conhecimento. 
Ao estatuto e ao reconhecimento das línguas gestuais no mundo devem 
ser reforçados mediante políticas linguísticas, investigação e o ensino 
em língua gestual. As línguas gestuais deverão formar parte do currículo 
educativo de cada país. 
A Federação Mundial de Pessoas Surdas (WFD) seus membros e os 
participantes do XV Congresso Mundial de Pessoas Surdas, acordam 
promover e aplicar as resoluções deste congresso através de todos os 
governos e autoridades exigindo os respeito para o cumprimento DOS 
DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DAS LÍNGUAS GESTUAIS. 
 As Tecnologias ‘a favor’ da Educação 
de Surdos 
 
 
 
A educação de surdos2 começa através das orientações dos padres, 
depois do século XVI, com objetivo de formarem os surdos, filhos de 
nobres, em cidadãos educáveis e letrados. Na Idade Média destacamos 
o italiano Giralamo Cardamo, que possuía um filho surdo. Cardamo 
declara que é possível ensinar um surdo a ler e a escrever sem a 
utilização da fala, mas utilizando sinais para mediar o ensino e 
comunicação dos surdos. 
O monge beneditino espanhol Pedro Ponce de Leon, além de usar os 
sinais de Giralamo Cardamo e fazer uso do alfabeto manual3 , percebeu 
a potencialização da oralização dos surdos e desenvolveu um ensino 
pautado no treinamento da voz e da leitura labial, o que possibilitou o 
sucesso desse método para um grupo de surdos filhos de famílias 
nobres. Leon ensinava a leitura labial, a fala, as orações e as doutrinas 
cristãs, além de ensinar os surdos primogênitos das famílias nobres a 
falar para que os mesmos tivessem direito as suas heranças. 
Os sinais foram evidenciados pelo Abade francês Charles Michel de 
L‟Epée, que a partir do século XVIII, inicia o trabalho de instrução formal 
com surdos a partir dos sinais utilizados por eles nas ruas de Paris o que 
difundiu sua metodologia gestual tornando-se conhecida, respeitada e 
tida como o caminho correto para a educação de surdos. 
No convívio com os surdos, o abade L‟Epée percebe que os gestos 
cumpriam as mesmas funções das línguas faladas e, portanto, permitiam 
uma comunicação efetiva entre eles. E assim inicia-se o processo de 
reconhecimento da língua de sinais. Não apenas em discursos, mas em 
práticas metodológicas desenvolvidas por ele na primeira Escola 
Pública para Surdos em Paris. Além disso, para o abade, os sons 
articulados não eram o essencial na educação de surdos, mas sim a 
possibilidade que tinham de aprender a ler e a escrever através da 
língua de sinais, pois essa era a forma natural que possuíam para 
expressar suas ideias. A língua utilizada no processo educativo era a de 
sinais. É interessante realçar que, nessa época, a educação de surdos 
tinha os mesmos objetivos que a educação dos ouvintes, ou seja, o 
acesso à leitura. Para o abade, a comunicação em sala de aula se 
efetivava graças ao domínio que ambos, professores e alunos, tinham da 
língua de sinais (SILVA, 2006, p. 23). 
Todavia, como os avanços tecnológicos a aprendizagem da fala fora 
facilitada, isso fez com que em 1860 o enfoque Oralista se difundisse 
ganhando forças e motivando os profissionais a tentar em investir na 
oralização de surdos. O Congresso de Milão4 , em 1880 determinou o 
uso da oralidade deveria ser preferido, pois os sinais prejudicariam a 
fala e a precisão de ideias. 
Durante muito tempo as discussões a respeito da educação são 
impregnadas de uma visão médico-clínica. Essa postura foi assumida 
pela filosofia oralista, que acredita, na normalização, preconizando a 
integração e o convívio dos portadores de surdez com os ouvintes 
somente através da língua oral. Com a busca da equivalência ao ouvinte, 
prioriza-se o ensino da fala como centralidade do trabalho pedagógico. 
(SALLES 2004, p. 55-56) 
O uso das tecnologias com base na normalização considerava a surdez 
como patologia, uma anormalidade, buscando, nos surdos, o 
comportamento ouvinte, ensinando-os a fala a fim de que fossem aceitos 
na sociedade. Para tal utilizavam as tecnologias para aperfeiçoarem as 
próteses auditivas e os treinamentos de fala. 
A abolição dos sinais na educação de surdos pela filosofia Oralista, 
baseava-se na concepção de língua, pela maioria dos linguistas, como 
sendo exclusivamente a língua oral, reconhecendo os sinais como meras 
“mímicas”, sem qualquer valor linguístico, que precisam ser evitados a 
todo custo, a fim de que o aprendizado da língua oral, por parte do 
surdo, não seja estorvado. 
A visão médica-tecnológica visava “a cura”,uma tarefa que até então 
era absorvida por outras sociedades além da Europa. Essa visão 
perdurou por mais de 200 anos nos países europeus e por muito tempo 
pela maioria das outras sociedades. A meta era macular essa língua 
minoritária assim como suprimir a cultura dessa minoria. 
A abordagem oral dominou os educadores por muitos anos. Esse era o 
método mais natural para os ouvintes e como os professores geralmente 
faziam parte desse grupo usavam a fala em sala de aula não conhecendo 
e nem reconhecendo a competência dos sinais, a língua própria de seus 
alunos surdos. “Controlar” a sala de aula foi fácil, pois alunos foram 
proibidos de usar uma língua a qual os professores não pudessem 
compreender. Devido a essas circunstâncias, aos alunos exigiu-se que 
negassem sua própria língua, consequentemente removendo-a do 
ambiente da escola. Há relatos na História dos Surdos de que se esses 
alunos fossem pegos usando sua língua eram punidos. Essas punições 
consistiam em amarrar suas mãos, trancá-los em porões, armários e até 
mesmo serem castigados fisicamente ou ridicularizados em público. 
Contudo, o problema ia bem mais além das severas punições e da 
distância de familiares que, por consequência da falta de comunicação, 
se afastavam desses alunos. A privação da língua nos surdos na infância 
levou a níveis bastante altos de doenças mentais na faixa etária de 30 e 
poucos anos. Pesquisas evidenciadas por Young, (1996), Griggs, (1998) 
e Kyle, (1998), evidenciadas por Kyle em 1999. 
A partir da morte de Laurent Clerc5 , um forte defensor da Língua de 
Sinais, é que o Oralismo ganhou forças, através de Alexander Graham 
Bell que utilizou dos recursos tecnológicos para a busca da correção da 
fala e foi um dos maiores defensores do Oralismo. No ano de 1880, no 
Congresso Internacional de Educação de Surdos, realizado em Milão, 
Graham Bell exerceu grande influência na votação do Congresso que 
decidia a favor das ideias Oralistas como diretrizes únicas na 
aprendizagem dos surdos. Sendo que aos próprios surdos lhes foram 
negado o direito de votação 
A partir desse Congresso as Filosofias Educacionais começaram a 
mudar. O “Método Combinado” que até então era utilizado foi substituído 
pelo Método Oral Puro, o Oralismo. Os já existentes professores surdos 
foram afastados de suas atividades e os alunos proibidos de utilizarem 
sinais, tanto para dentro como para fora de sala de aula. Era prática 
comum amarrar as mãos dos alunos para que os mesmos não se 
comunicassem em gestos (FELIPE, 2005). 
Diferenciando-se do século XVIII, a partir daquele momento houve uma 
mudança radical no sentido oposto a educação de surdos onde antes 
percebiam suas potencialidades com a utilização da língua de sinais. No 
início do século XX, todas as escolas deixaram de utilizar a língua de 
sinais passando fazer uso da oralização e suas potencialidades 
tecnológicas. 
Os estudos médicos sobre a deficiência, a linguagem, e a influência da 
tecnologia na medicina fez com que diversos médicos começassem a 
desenvolver seus trabalhos com surdos nos estabelecimentos 
educacionais. Esses procedimentos eram priorizados os aparelhos 
auditivos e materiais concretos que estimulassem a audição e a fala. 
Esses eram os procedimentos mais brandos, pois muitos surdos, neste 
período, eram cobaias para procedimentos científicos. “Estas crianças 
não são entidades na sociedade, são máquinas vivas e estátuas... Não 
possuem sequer instintos animais... As suas mentes são vazias... Para 
elas o mundo moral não existe. Os vícios e as virtudes são irreais”. 
Pensamentos do Abade Sicard, reitor do Instituto dos Surdos Mudos de 
Paris, em 1800. Estudos evidenciados por Souza (2012) apud 
(PESSOTTI, 1984; LANE, 1992) apud (LANE, 1992, p.192). 
Como exemplos desses trabalhos científicos temos Jean Itard (1775 a 
1838) que no Instituto Nacional de Surdos Mudos de Paris, fazia suas 
pesquisas usando os métodos de cargas elétricas nos ouvidos de 
surdos, baseando seu experimento nos estudos de um cirurgião italiano 
que utilizou a eletricidade para reanimar a perna de uma rã, Itard 
acreditava que ao dar uma descarga elétrica no ouvido do surdo este 
seria reanimado. Em seus métodos estavam também à utilização de 
sanguessugas no pescoço justificando seu uso na possibilidade de a 
sangria local produzir algum efeito. Em outros seis pacientes surdos 
utilizou a perfuração de tímpanos acreditando na possibilidade do 
ouvido estar bloqueado e não paralisado, mas as tentativas foram 
sessadas visto que lhe parecia doloroso e um de seus pacientes chegara 
a óbito por conta do procedimento. Souza (2012, p. 9) apud (PESSOTTI, 
1984; LANE, 1992) apud (LANE, 1992, p.192). 
Itard submeteu 120 alunos a também um procedimento falido que tinha 
como objetivo introduzir uma sonda da garganta ao ouvido a fim de 
extrair o excremento linfático. Submeteu, ainda, seus alunos a um 
procedimento secreto que consistia em uma infusão nos ouvidos, em 
outros o uso de laxativos diários bem como em outro grupo a cobertura 
do ouvido com ligadura de uma substancia química borbulhante, nesta 
última, após poucos dias, seus alunos sentiam insuportáveis dores e 
seus ouvidos já sem pele expeliam pus. Souza (2012, p. 9) apud 
(PESSOTTI, 1984; LANE, 1992) apud (LANE, 1992, p.192). 
Itard desenvolveu diversas técnicas dentre elas a aplicação de soda 
cáustica por detrás da pele do ouvido, marteladas por detrás do ouvido, 
a fim de fraturar-lhes o crânio, pois acreditava que assim o som 
encontraria uma passagem. Em seus métodos também, estavam a 
aplicação de um botão metálico por detrás do ouvido, experimento este, 
assim como o da ligadura embebecida por uma substância química 
borbulhante fez expelir pus no referido local que já havia se 
transformado em uma ferida em crosta. Entre suas tentativas estava o 
procedimento em que se inseria uma linha no pescoço do aluno surdo 
pelo intermédio de uma agulha, o que provocou, também feridas 
supurantes. Jean Itard insistiu em seus experimentos até concluir que: 
“A medicina de nada vale naquilo que já está morto, e por aquilo que me 
foi dado a observar, não há vida no ouvido do surdo-mudo. Quanto a 
isso, não há nada que a ciência possa fazer”. Souza (2012, p. 9) apud 
(PESSOTI, 1984; LANE, 1992) apud LANE, 1992, p.192). 
Nos Congressos sobre surdez, não havia preocupação em fazer com que 
o aluno surdo pudesse adquirir a instrução, conforme era compreendida 
para os ouvintes e sim, uma preocupação clínica e profissional por parte 
dos pesquisadores médicos, foi criada uma relação entre Educação 
Especial e Medicina, mas no âmbito da correção. Esse período que 
surgia após o Congresso de Milão, em 1880, que firmou a educação com 
base na Filosofia Educacional Oralista era chamado de Pedagogia 
Corretiva ou Medicalização da Surdez. 
A Pedagogia Corretiva foi o período em que as escolas se 
transformaram em âmbitos médicos, a educação antes coletiva 
transformou-se em educação individual, ou seja, as escolas se 
transformaram em clínicas de reabilitação, em busca da normalização 
do sujeito surdo. Evidenciado por Skliar, (1997, p. 110-111) quando 
afirma: 
O modelo clínico-terapêutico impôs uma visão estritamente relacionada 
com a patologia, com o déficit biológico, com a surdez do ouvido, e se 
traduziu educativamente em estratégias e recursos de índole 
reparadora e corretiva. A partir desta visão, a surdez afetaria de um 
modo direto a competência linguística das crianças surdas, 
estabelecendo assim uma equivoca da identidade entre a linguagem e a 
língua oral. Desta ideia, se deriva, além disso, a noção de que o 
desenvolvimento cognitivo está condicionado ao maior ou menor 
conhecimento que tenham as crianças surdas da língua oral. 
O interesse dos médicos sobre a mudez, ocasionada pela surdez, 
poderia ser atribuído ao importante papel da Medicina no período da 
revolução científica, em especialda anatomia, em que passaram a se 
dedicar ao estudo da fala dos surdos, assim como de suas 
possibilidades de aprendizagem. Desta forma, estabeleceu-se uma 
estreita relação entre Educação Especial e Medicina 
No passado, o objetivo do uso das ferramentas tecnológicas na 
educação de surdos era de “corrigir a surdez”, hoje, porém, mais do que 
oferecer assistência às necessidades, o uso da tecnologia visa auxiliar 
no desenvolvimento do potencial cognitivo, criativo, linguístico, 
comunicacional e sócio afetivo. Salienta-se que é o processo de 
mediação pedagógica que pode definir a forma de utilização das 
tecnologias. Na educação de surdos a tecnologia apresenta-se como 
uma ferramenta pedagógica no processo de comunicação escrita, visual 
e de interação dos surdos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Percepção do uso das Tecnologias no 
processo sócioeducacional do surdo 
A tecnologia caracteriza o surdos conforme suas perdas auditivas, 
sejam leves, não poderá ouvir sons abaixo e entre 20 e 40 dB, moderada 
que resulta na perda dos sons de 40 e 70 dB, severa, não podendo ouvir 
sons entre 70 e 90 dB e profunda, esta com a ausência de cerca de mais 
de 90 dB. (Conforme BIAP - Bureau International d‟Audiophonologic, 
2010). 
Em termos culturais, a surdez é tida como diferença linguística e 
identidade cultural, compartilhada entre os indivíduos surdos. Seu 
principal elemento é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), no caso do 
Brasil. Os aspectos culturais, sociais e educacionais do surdo são 
assuntos amplamente discutidos, o que não significa que são 
compreendidos em sua totalidade, compreender as peculiaridades do 
povo surdo é fundamental para entender a forma que se comunicam. 
Carlos Skliar (1998) aborda a cultura surda7 como um cultura de uma 
minoria linguística que é bem representada através das línguas de 
sinais. Afirmando que a língua de sinais não é isolamento, mas direito 
humano de pertencer a grupos com características distintas. 
Os alunos surdos contam com ajudas tecnológicas para o firmamento de 
sua inclusão escolar, (BRASIL, 2000) afirma que tecnologias 
educacionais são “qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal 
ou possibilite o acesso e o uso do meio físico”. Outrora o objetivo do uso 
dessas tecnologias eram o de classificar, corrigir, reparar as 
“incapacidades”, hoje, a tecnologia é uma aliada na mediação 
pedagógica, no desenvolvimento do potencial cognitivo, criativo, 
sócioafetivo, comunicativo e linguístico valorizando as línguas de sinais 
e incentivando a escrita e a leitura da Língua Portuguesa através do uso 
de vídeos, traduções, redes sociais, e demais tecnologias. 
No contexto sócioeducacional dos surdos a tecnologia considerada mais 
antiga talvez sejam os aparelhos de amplificação sonora, hoje são 
representados pelos implantes cocleares. No que se refere aos dias 
atuais diversas tecnologias são ofertadas aos surdos, dentre várias, 
podemos destacar os aparelhos de amplificação sonora, sinalizadores 
de som “Hearing Loop”, Implante Coclear, softwares para reabilitação 
de fala, telefones para surdos, materiais com acessibilidade em Libras, 
uso de computadores e celulares, serviços de mensagens como SMS, 
Closed Capition, uso de comunicação através de chamada de vídeo 
como Skype, chats de vídeo, redes sociais como Facebook, Twitter, 
Instagram e demais recursos de comunicação através da internet. 
Considerando as ajudas tecnológicas como elementos que permitem a 
superação de barreiras da mobilidade e da comunicação, possibilitando 
a inclusão plena social, o Decreto 3.298/99 afirma que produtos, 
instrumentos, equipamentos tecnológicos adaptados ou projetados para 
melhoria do aluno e favorecimento de sua autonomia é de importância 
para a Educação Especial. 
Conhecer seu aluno é de extrema importância para a aplicação das 
ferramentas tecnológicas, pois esse elemento traz motivação, mas se 
utilizado de forma inadequada pode frustrar o seu uso. O bom uso 
proporciona aos alunos autonomia, desenvolvendo a capacidade 
individual e a colaboração em equipe, tornando-os criativos através da 
variedade de ferramentas, contribuindo na aceleração de seu 
desenvolvimento intelectual e cognitivo, raciocínio lógico e capacidade 
de encontrar soluções para problemas. 
 
Tecnologias ajudam na 
inclusão social de 
deficientes auditivos 
 
00:00/02:20 
O Canal F mostrou o aplicativo brasileiro ‘Hand Talk’, que foi vencedor do 
WSA-MOBILE, evento organizado pela ONU, em Abu Dhabi. O projeto 
converte textos, imagens e áudios para LIBRAS, a Língua Brasileira de 
Sinais. O Canal F foi atrás de outras tecnologias que também ajudam no 
processo de inclusão social dos surdos. 
 
ProDeaf 
“É uma solução que visa garantir uma comunicação fluente, em tempo real, entre 
surdos e ouvintes, a qualquer hora e em qualquer lugar. O sistema basicamente 
converte o som falado em língua de sinais e vice-versa. Ou seja, o deficiente auditivo 
entenderá tudo que o ouvinte falar, pois sua voz será convertida para a língua de 
sinais. O caminho inverso também é válido, o ouvinte não precisará aprender a língua 
de sinais para entender o deficiente auditivo, pois tudo que o surdo gesticular será 
traduzido para fala, em qualquer idioma. O ProDeaf é desenvolvido com por linguistas 
e surdos seguindo as regras gramaticais de Libras e já conta com uma base de mais 
de 3000 sinais. Assista o vídeo no YouTube”. 
http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/04/brasileiros-ganham-premio-da-onu-com-aplicativo-para-surdos.html
http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/04/brasileiros-ganham-premio-da-onu-com-aplicativo-para-surdos.html
http://www.youtube.com/watch?v=ukvVJv-WSVA
FoneFácil 
“A mídia é um serviço de reconhecimento de voz que converte automática a fala em 
texto escrito em português e vice-versa, através de um smartphone. O usuário surdo 
digita a mensagem que deseja transmitir, via FoneFácil, em língua portuguesa, e o 
servidor do aplicativo converte o texto em voz, permitindo ao outro usuário escutar o 
conteúdo da mensagem. Do mesmo modo o usuário ouvinte responde via voz, o 
servidor reconhece o som e converte para texto em língua portuguesa, para que o 
surdo leia o conteúdo ditado pela pessoa do outro lado. Este aplicativo pode ser 
solicitado entrando em contato com a empresa Brava Autonomia.” 
 
Rybená 
“É um serviço de tradução automática – Português -> Libras –, que segue algumas 
vezes as regras gramaticais, facilitando a compreensão dos conteúdos em texto das 
páginas web.O sistema não tem restrição de idade para sua utilização, o que irá definir 
este quesito é a classificação etária da página acessada. Para usar o serviço, basta 
solicitar à empresa que desenvolve o Rybená, o Grupo ICTS”. 
 
iLIBRAS 
“A tecnologia prevê a intermediação comunicacional, realizado através de canais de 
atendimento: mensagens de texto via e-mail, via chat on-line e via celular. As 
mensagens são recebidas por uma central de intérpretes capacitados para atender às 
demandas específicas. Deste modo, cada um desses profissionais abre uma chamada 
para o usuário surdo solicitante. O cadastro do usuário surdo é realizado aqui. Em 
seguida é necessário optar por um plano a escolha. Não há restrição de faixa etária e 
seu uso é um grande facilitador na comunicação e prestação de serviços entre 
pessoas surdas e ouvintes”. 
 
ViavelBrasil 
“O serviço é intermediado por uma central de intérpretes, através do VPAD, aparelho 
de videoconferência, criado pela empresa. Com esta tecnologia o usuário surdo faz 
uma chamada para a central, via vídeo, em Libras. As ligações solicitadas podem ser 
feitas para telefone fixo e/ou celular. Em Libras, o usuário surdo sinaliza para o 
intérprete enquanto este transmite o conteúdo sinalizado, através da fala, para a 
pessoa a quem se destina a mensagem. 
 
O Instituto Nacional de Educação de Surdos– INES também falou das tecnologias de 
inclusão. “Para o público em geral, é possível acessar um Dicionário de Língua 
Brasileira de Sinais . Lembramos ainda que e-mails, torpedos, SMS, redes sociais 
(Facebook, Twitter), comunicação por vídeo (Viavel Brasil, Skype, FaceTime) são 
ferramentas hoje utilizadas também por milhares de surdos brasileiros, garantindo 
http://www.bravaautonomia.com.br/
http://www.grupoicts.com.br/
http://www.ilibras.com.br/
acessibilidade em vários níveis e proporcionando contato entre surdos e entre surdos e 
ouvintes”. 
 
 
Os Surdos E A Tecnologia 
A tecnologia é um instrumento que permite a interação do surdo com o mundo. 
Conectados, com recursos próprios ou adaptados, hoje estão à disposição dos 
surdos o Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais – Libras, on-line ou no 
formato CD-ROM. 
 
Este material apresenta o movimento das mãos relacionado a cada letra do 
alfabeto e foi produzido com o objetivo de auxiliar professores no trabalho de 
transmissão de conteúdos com alunos portadores de deficiência auditiva no 
ensino fundamental. Há também o Dicionário Enciclopédico Trilingue da Língua 
Brasileira de Sinais em versão impressa. 
 
O Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais encontra-se disponível no 
endereço: http://www.acessobrasil.org.br/libras/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
javascript:void(0);/*1340208689530*/
http://www.acessobrasil.org.br/libras/
Acessibilidade para Surdos 
 
A maior dificuldade que os surdos encontram é a comunicacional. Os surdos do 
nosso país têm sua língua materna, a LIBRAS, mas poucas pessoas sabem esta 
língua! Para entender melhor a dificuldade que os surdos enfrentam, imagine-se 
visitando um país onde você não conhece a língua e não consegue se comunicar. 
É assim que os surdos se sentem, mas com uma diferença: eles estão no seu próprio 
país! 
 
Dentre os surdos, existem aqueles que se comunicam através da língua de sinais e 
aqueles que são oralizados, ou seja, se comunicam através da fala oral e da leitura 
labial/facial. E existem ainda aqueles que são bimodais, que se comunicam das duas 
formas, dominando o Português e a Libras. 
 
 
 
Hoje vamos dedicar este post a você que se interessa por saber um pouco mais 
sobre a Língua Brasileira de Sinais! 
 
 
 
Quando o assunto é LIBRAS, muitas pessoas me perguntam: A Libras é uma 
Linguagem Universal? 
 
Bom, para começar a entender, devo dizer que LIBRAS ou LSB é uma sigla para 
“Língua Brasileira de Sinais”, ou Língua de Sinais Brasileira. Então, se prestarmos 
atenção ao nome, perceberemos que: 
 
1⁰ – NÃO é linguagem, é uma LÍNGUA. 
2⁰ – NÃO é universal, é BRASILEIRA! 
 
Deixe-me explicar melhor… 
 
1⁰. Existe uma diferença entre “linguagem” e “língua”. Muita gente confunde por 
achar que é uma linguagem e pensam que os sinais são gestos ou mímicas sem 
estrutura nenhuma, mas a Libras é uma língua com gramática própria, inclusive tem 
uma estrutura de frase própria e diferente da estrutura gramatical do Português. 
 
As línguas de sinais são diferentes das línguas orais porque são visual-espaciais e 
não oral-auditivas. Os sinais articulam-se espacialmente e são percebidos 
visualmente. 
 
Os surdos que se utilizam da Libras ouvem com os olhos e falam com as mãos! 
Diferente do Braille, que é um sistema de leitura com o tato, onde cada conjunto de 
pontos corresponde a uma letra ou número e, para escrever uma palavra, escreve-
se letra por letra acompanhando, no caso, o Português. 
 
Já a Libras tem toda uma estrutura gramatical própria, não se faz tudo letra por letra. 
Existe sim o alfabeto em Libras, e muitas pessoas já tiveram contato com ele, ou 
quando eram crianças que aprenderam com a música da Xuxa, “A de amor, B de 
baixinho…” Lembram? Ou já compraram um pacote de balas com um papelzinho 
impresso com os desenhos das mãozinhas do Alfabeto Manual. 
 
 
 
Na Libras, usamos a datilologia para expressar nome de pessoas, localidades e 
outras palavras que não possuem um sinal específico, mas cada palavra tem um 
SINAL, sinal este composto por 5 parâmetros: configuração de mãos, ponto de 
articulação, movimento, direção e expressão facial e corporal. 
 
Abaixo, ilustrações de alguns sinais para entender que não são feitos letra a letra: 
 
 
 
 
2⁰. A Libras não é universal, ela é Brasileira. 
 
A Libras é a 2ª língua official do nosso país! Foi pelo decreto 5626/2005 que 
regulamenta a Lei n⁰. 10.436 de 24 e abril de 2002 que o governo reconheceu a 
Libras como língua materna da população surda do Brasil. 
 
 
 
Da mesma forma que pessoas ouvintes de diferentes países falam línguas 
diferentes, pessoas surdas inseridas na cultura surda de seu país falam a língua de 
sinais de seu país. 
 
Existem diversas línguas de sinais, como a Língua de Sinais Francesa, Americana, 
Chilena, Argentina, Inglesa e outras, sendo cada uma diferente da outra. E a língua 
de sinais de um país não tem necessariamente relação direta com a língua oral 
falada neste país. 
 
Por exemplo: o inglês é um idioma falado em vários países como Inglaterra, Estados 
Unidos, Canadá e Austrália, mas nem por isso todos se utilizam da mesma língua 
de sinais. Nos EUA e Canadá eles utilizam a ASL (American Sign Language), mas 
na Inglaterra, por exemplo, eles utilizam a BSL (British Sign Language) e na Austrália 
a Auslan (Australian Sign Language). 
 
Uma coisa interessante é que, apesar de as línguas de sinais serem diferentes em 
cada país, os surdos de países diferentes se comunicam mais facilmente do que 
ouvintes de países diferentes. 
 
Já conheci surdos de outros países como França, Espanha e Turquia e a 
comunicação foi bem mais fácil e rápida do que se fossem ouvintes e eu tivesse que 
falar em Francês, Espanhol (Catalão) ou Turco. Acredito que seja exatamente por 
ser uma língua visual e uma língua onde a expressão facial e corporal tem grande 
importância. 
 
Assim como em outras línguas, existem também os regionalismos e as gírias em 
diferentes regiões do Brasil, às vezes havendo diferenças de sinais dependendo da 
região do país. No Brasil, dependendo da região, falamos mandioca, macaxeira ou 
aipim. Da mesma forma, na Libras existem os regionalismos, o que fortalece o 
sentido de língua! 
 
Enfim, essas são apenas algumas informações básicas sobre a LIBRAS. 
 
Mas então você pensa: só posso ser acessível se souber Libras? 
 
Existem momentos em que não tem jeito, há mesmo a necessidade de um surdo ou 
um intérprete de Libras, mas por outro lado isso não é tudo! 
 
Acessibilidade para surdos é muito mais do que isso. Vou passar aqui somente 
algumas coisas que podem ser feitas para uma maior acessibilidade para surdos: 
 
 Em espaços públicos – Sinalização adequada; 
 Sinalização deve ser clara e intuitiva, fazendo uso de pictogramas; 
 No caso de alarmes ou chamada de senhas, precisam ser também visuais ou 
vibratórios, não devem ser exclusivamente sonoros; 
 Fazer uso das tecnologias através de SMS, Tablets (ipad) e e-mails, por exemplo, 
para pedidos em farmácias, pizzarias, restaurantes e solicitação de serviços em 
hotéis; 
 Para filmes (inclusive nacionais) e programas de televisão, é necessária a legenda 
ou closed caption em tamanho de fonte adequado; 
 Para vídeos/filmes (por exemplo institucionais e informativos) é recomendado o 
intérprete de Libras, além da legenda; 
 Folhetos impressos escritos com a programação, instruções e regras facilitam a 
comunicação; 
 Informações escritas devem ser simples e claras, em português claro, sem palavras 
muito difíceis e, se possível, com desenhos ou fotos ilustrativas (cardápios, por 
exemplo); 
 Para eventos com intérprete de Libras: local adequado para colocação do 
intérprete, de modo que o surdo possa visualizar o intérprete e o que está 
acontecendo no evento. 
 
Espero que tenha esclarecido algumas coisas sobre esta maravilhosa cultura surda 
e que tenha despertado em você algum interesse em aprendermais. 
 
 
 
Carolina Fomin é Arquiteta e Intérprete de Libras 
 
Blog: carolfomin.blogspot.com 
 
Twitter: @carolfomin 
 
Ilustraçoes: Fábio Selani – surdo, ilustrador, desenhista e autodidata, extraídas da 
Cartilha “Classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais”. 
 
 
Como Você Pode Contribuir Com A 
Acessibilidade De Pessoas Surdas 
Como é se relacionar com uma pessoa surda? Não importa se você é um familiar 
próximo ou distante, se é amigo ou colega, entender o universo da surdez traz 
benefícios tanto para pessoas ouvintes quanto surdas. 
Para ouvintes, porque ampliam seu entendimento sobre as possibilidades e 
capacidades humanas, que além de diversas, apresentam potenciais incríveis. E 
para pessoas surdas, porque assim é possível contribuir para uma melhor 
comunicação com ouvintes, ampliando principalmente o acesso a informação e 
a igualdade de direitos. 
No caso das pessoas surdas, as barreiras de comunicação ainda 
são inúmeras. Em grande parte devido a aspectos sociais e 
culturais, mas há muita beleza e potencialidade na diferença. E 
acredito que com educação e políticas públicas adequadas, as 
possibilidades de igualdade na diversidade se ampliam 
consideravelmente. 
Bem, ter uma pessoa surda na família pode ser difícil. Mas 
acredite, bem mais difícil é para ela ter somente ouvintes na 
sua família. O curta animado "La Familia Silencio", feita por 
jovens surdos da Colonia Guerrero na Cidade do México, 
representa algumas situações cotidianas de um garoto surdo 
que convive com pai, mãe e irmã ouvintes: 
Link Youtube 
A história de isolamento retratada em "La Familia Silencio" é mais recorrente 
na vida real do que se pode imaginar. Já pensou quanto conteúdo uma pessoa 
surda perde somente durante uma refeição em família? E isso se multiplica nas 
mais diversas ocasiões: encontros, comemorações e eventos cotidianos. 
As informações passadas para a criança surda acabam sendo superficiais e 
resumidas, não cobrindo sua necessidade de compreensão e expressão. Não é à 
toa que se considera que as dificuldades enfrentadas por pessoas surdas adultas 
resultam em grande parte de um déficit enorme de conhecimento e 
comunicação que acontece desde sua infância. 
Quando a família não propicia o aprendizado da língua de sinais, as 
consequências podem ser ainda mais complicadas e, às vezes, difíceis de 
https://www.youtube.com/watch?v=GaeBdx4rdnI
reverter. Uma pessoa sem uma língua não tem meios de aprender, compreender 
e se expressar no mundo. 
Sobre o tema, são famosas histórias como a de Kasper Hauser, que passou os 
primeiros anos de sua vida em uma cela, isolado do contato com outras pessoas. 
Assim, não aprendeu um idioma e teve grandes dificuldades de comunicação. 
Em 1828, supostamente aos 15 anos, Kasper Hauser foi abandonado em uma 
praça pública de Nuremberg com um carta que contava sobre sua história, 
juntamente com alguns objetos que indicavam ser procedente de uma família 
nobre. Inicialmente, Kasper Hauser não sabe nem mesmo como reagir a chama 
quente de uma vela, afinal nossas emoções e reações também são parte de 
aprendizado e repertório cultural. Sua história foi representada no filme "O 
Enigma de Kasper Hauser", de 1974 e pode dar uma boa ideia das dificuldades 
que a privação de comunicação traz. 
Não raro, a experiência da surdez é retratada pelas artes visuais como forma de 
expressar, dentre diversas temáticas, conflitos em relação ao mundo 
predominantemente ouvinte. Susan Dupor, artista norte-americana, faz uso da 
pintura para expressar suas vivências como surda. 
A obra intitulada “Family Dog” de Dupor representa uma sala, em que um 
garoto com o corpo recostado ao chão se encontra embaixo da mesa de centro e 
seis figuras de pessoas adultas estão sentadas em um sofá e no entorno com 
seus rostos desfigurados. 
Esta composição sugere o isolamento da criança surda em sua própria família e 
a falta de comunicação e compreensão tanto da criança em relação aos ouvintes, 
como vice-versa. 
Quando a surdez é compreendida por familiares ouvintes como deficiência, 
dificilmente há busca pelo contato com outras pessoas surdas. Quando o 
aprendizado da leitura labial e oralização não é bem-sucedido, a carência de 
comunicação e privação de conhecimento e informação pode trazer sérias 
consequências ao desenvolvimento intelectual, emocional e cognitivo. Assim, 
Family Dog representa em partes, a muitas vezes complicada relação entre 
surdos e ouvintes. 
Susan Gregory, em uma pesquisa sobre a relação de crianças surdas com a 
família publicada no seu livro "Deaf Children and their families" em 1995, 
constatou que o número de acessos de raiva de uma criança surda pode ser o 
dobro em relação a crianças ouvintes, isto em decorrência da frustração da 
criança em não conseguir se comunicar, o que a autora considera inevitável 
perante a política educacional que, na ocasião da pesquisa, focalizava somente a 
comunicação oral e nenhuma outra além desta. Afinal, qualquer pessoa como 
dificuldades em se expressar e ser compreendida pode ficar irritada. 
Uma criança em um ambiente de familiares ouvintes, por exemplo, ao ver a mãe 
atender a campainha, não entende o motivo pelo qual esta abriu a porta e, ao 
abrir a porta em outro momento, provavelmente não irá encontrar uma pessoa 
como aconteceu no caso de sua mãe. Se o telefone toca, algum familiar ouvinte 
atende e mexe os lábios, e para a criança surda esta é uma ação sem significado, 
https://www.imdb.com/title/tt0071691/
https://www.imdb.com/title/tt0071691/
https://www.duporart.com/
https://www.amazon.com/Children-their-Families-Susan-Gregory/dp/0521438470
já que, ao segurar o telefone ao ouvido, não irá escutar nada. Tais situações 
podem gerar frustração e falta de compreensão em relação aos acontecimentos 
ao seu redor, além do sentimento de possuir uma diferença negativa em relação 
à própria família. 
Pensando nessas questões, a Escola para Crianças Surdas de Rio 
Branco apresentou, em 2009, o que seria um “Ambiente de Estimulação do 
Desenvolvimento para Surdos”, espaço que simula uma casa e é destinado aos 
alunos e familiares atendidos pela escola. O ambiente inclui relógio despertador 
vibratório, babá eletrônica, telefone para surdos no quarto dos pais e vídeos de 
desenhos infantis em línguas de sinais. Foram incluídas também paredes 
internas baixas, possibilitando e facilitando a comunicação entre pessoas em 
cômodos diferentes. 
E você, como pode ajudar a mudar este 
contexto? 
 
As sugestões a seguir dependem muito da sua proximidade (amigo, familiar ou 
colega de trabalho) e da idade em que a pessoa surda se encontra. Mas todas 
servem para qualquer relação entre pessoas surdas e ouvintes. 
1. Aprenda Libras! Saber se comunicar (mesmo que em um nível básico) pela 
língua materna da comunidade surda é muito importante. Se a pessoa surda for 
um familiar, torna-se ainda mais fundamental conhecer a Libras para estreitar 
os laços, trocar ideias, aprender e ensinar, compartilhar a vida. 
2. Procure instituições especializadas. No caso de crianças, escolas que 
considerem o uso e o ensino tanto da Libras quanto do Português. Recursos 
didáticos, ambientes de aprendizado, dentre tantos outros aspectos da 
educação, precisam estar em conformidade com as especificidades da surdez. 
Nestas instituições é importante observar se pessoas surdas ocupam os mais 
variados cargos como professores, gestores ou servidores. Se quase todos forem 
ouvintes, a falta de referência de um adulto surdo pode levar a criança surda a 
se considerar menos capaz. 
3. Em escolas, universidades, palestras e eventos, solicite sempre a 
presença de um Tradutor e Intérprete da Língua de Sinais. É um 
direito garantido por lei. 
4. Estimule a participação da pessoa surda em grupos de 
surdos. Existem grupos esportivos, religiosos, dentre tantos outros, aonde a 
Libras é a primeira língua falada e a maioria dos integrantes é surdo. Nestes 
grupos é possível que a pessoa surda consiga aperfeiçoarsua comunicação em 
sinais, troque conhecimento e conheça outras pessoas que são surdas como ela! 
http://www.ecs.org.br/
http://www.ecs.org.br/
Esta convivência entre falantes da mesma língua faz toda diferença para o 
desenvolvimento, autoestima e integração social da pessoa surda. 
5. Informe-se sobre os direitos garantidos por lei à pessoas 
surdas. Embora os efeitos na prática ainda não aconteçam de maneira efetiva, 
o Brasil, nos últimos anos, teve avanços significativos no campo das políticas 
públicas voltadas à inclusão social. Destacam-se a Lei n. 10.436 de 2002, que 
reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio oficial e legal de 
comunicação e expressão; o Decreto Federal 5626/2005, que regulamenta a lei 
10.436 e a Lei n. 12.319 de 2010, que trouxe a regulamentação da profissão de 
tradutores e intérpretes da língua brasileira de sinais. A Lei n. 10.098 de 2000, 
embora utilize o termo "deficiente auditivo" e seja mais abrangente, também 
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. 
6. Procure materiais e recursos que tenham incorporados a língua 
de sinais. Embora não tanto quanto é necessário, existem atualmente livros, 
jogos, filmes e recursos didáticos que incluem a Libras. Estes materiais são 
muito importantes e benéficos porque frequentemente apresentam 
representações positivas acerca da surdez, associam Libras e Português e podem 
ainda aproximar surdos e ouvintes. 
7. Considere sempre a experiência da pessoa surda. Se for desenvolver 
qualquer projeto que tenha como pressupostos acessibilidade e inclusão, 
procure saber como uma pessoa surda se sente em relação a sua proposta, quais 
são as possíveis barreiras e sugestões. Sendo ouvintes, nunca saberemos 
realmente como é ser surdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm
Acessibilidade, Inclusão Social e 
Educação de Surdos: Um paradigma 
em foco 
Uma coisa é certa, o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha de 
contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos os seus sentidos, viver com 
toda a sua alma, sonhar com toda a nossa gente em harmonia societária, significativamente 
Ser especial, como todos nós. FALCÃO, 2006 
 
Abordar a temática da vida dos surdos nos últimos 20 anos é uma 
odisséia e um risco. Odisséia porque nunca, em tão pouco tempo, a 
visibilidade da heterogeneidade e a diversidade estiveram tão presentes 
na vida dos brasileiros, risco porque atentamos para a ousadia e 
possíveis erros de não agradar a todos ou mesmo também, em alguns 
momentos deixarmos de referendar tamanhos valores na literatura e na 
ciência. 
Estudiosos que voltados ao ensino, à educação, à família e à vida em 
sociedade dos surdos não poderiam deixar de serem referenciados, são 
pesquisadores como TEREZINHA NUNES nossa conterrânea e outros 
pesquisadores: MORENO, BRYANT, BULL, MARSCHAK E VALLEE, 
SKLIAR, VYGOTSKY, LURIA e LEONTIEV na Europa e na América do Sul. 
No Brasil, não poderiam ser esquecidos, MÁRCIA GOLDFELD, EULÁLIA 
FERNANDES, TÂNIA FELIPE, MARIANA STUMPF concluídos seus 
estudos de doutorado em Porto Alegre, FABIANO cursando o mestrado 
na UFSC, entre outros. 
O “boom” na visibilidade das pessoas surdas, portanto veio a acontecer 
justamente no final do milênio, entre a década 80 e 2000 se espalhando 
por todas as esquinas do nosso “brasilzão” e, mais ainda, a partir da 
publicação recente de lei e decreto, respectivamente, de 
reconhecimento e regulamentação da Libras – Língua Brasileira de 
Sinais, que legitimam a luta social pelo respeito às diferenças e a 
diversidade. 
Os mecanismos de acessibilidade, portanto, são recentes e sujeitos a 
muitas dúvidas e incertezas até porque, uma mudança de paradigma 
não ocorre por Decreto, a fase de transição é demorada e construída 
com “trincheiras” que muitas vezes se atropelam pela ânsia do fazer 
acontecer, além da influência cultural herdada por nossos patrícios de 
(re-)construção pacífica e cíclica da nossa história. 
O grande aspecto positivo desta odisséia é a de proporcionar atividades 
que levam a reflexão por serem extremamente importantes para a 
construção de argumentos e fundamentação uma vez que, somos 
formadores de opinião e esta linha de pesquisa além de ser muito 
recente, se apresenta com uma diversidade muito peculiar de uma 
sociedade plural e multicultural, ambiciosa e inquieta, culturalmente 
rica, mas pobre de leitura e de leitores que sedimentem os saberes 
vivenciados numa prática mais profícua e duradoura. Uma coisa é certa, 
o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha 
de contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos 
os seus sentidos, viver com toda a sua alma, sonhar com toda a nossa 
gente em harmonia societária significativamente em Ser especial como 
todos nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Diversidade 
No cenário escolar não é exclusividade a presença de surdos, existe 
toda uma diversidade de gêneros, etnias, alunos com dificuldades de 
aprendizagem e necessidades educacionais especiais desde a 
hiperatividade, autistas, transtornos e déficits de aprendizagem, 
crianças superdotadas, com deficiências sensoriais, motoras, mentais, 
múltiplas deficiências e os surdos que por sua vez não devem mais 
serem vistos como culturalmente são identificados na sociedade 
participantes do grupo das “pessoas com deficiência”, fato este, que 
requer um atendimento clínico, por refletir-se no modelo terapêutico de 
uma patologia, contudo, trata-se de alguém que possui uma diferença, 
Apresentam um canal visual-gestual de comunicação. 
O estigma de o surdo ser uma pessoa deficiente resolveu, no passado, 
um problema político ideológico de verticalização e afastamento do 
“defeito” daquilo que é “perfeito” e “produtivo”. Historicamente veio 
provocando discriminação, preconceito, conflitos sociais e cognitivos 
irreparáveis. Este modelo manteve-se alijado da sociedade civil e 
perdurou durante séculos, a mercê dos ditames políticos que 
historicamente prestigiaram o poder e a perfeição do belo pelo olhar do 
mercado, do consumo e do bem capital, como privilégio daquele que 
melhor produz e mais rapidamente consome para poder ser (re-
)aproveitado na frente de produção de qualquer indústria “fabricareira” 
de produtos humanos. Esta indústria modelar tem nome e endereço 
certo, tem receita, recursos, produção de massas e ainda é legitimada 
pelo sistema ideológico vigente, esta indústria chama-se e-s-c-o-l-a. 
Das diferentes formas de como lidar com cada uma das especificidades 
humanas, nas sedes destas diversas “indústrias modelares”, também 
não se podia esperar pela excelência dos centros formadores, pois nem 
eles, ou ninguém soube o que fazer ou como proceder com “máquinas 
defeituosas” que não poderiam mais ser lançadas para reciclagem ou 
acumuladas aos lixos inorgânicos, se dantes eram lançados em 
cubículos escuros à própria sorte da vida e mantidos, em alguns casos, 
pela assistência previdenciária do país, hoje reverberam conhecimento 
científico, cultura, produção social e acumulam riquezas, pagam 
impostos, são visíveis. 
No tocante ao planejamento e modelos de fabricação produzidos na 
escola, ainda apresenta-se “maquetipado” por um denominador 
curricular indiferente aos vislumbres e habilidades que por ventura 
surgiriam, não do nada, mas de forças interiores que justificam a 
natureza e a vida no planeta Terra. 
A diversidade cultural da população brasileira tem uma característica 
mais atual e incomum de convivência pacífica, mas não submissa e nem 
subserviente. O modelo multicultural é uma perspectiva humanizadora e 
contempla a natureza da humanidade. Assim, oportunizar nos espaços 
sociaisuma leitura de mundo neste direcionamento é antes de tudo 
valorar a vida em harmonia na sociedade. 
As diversas conquistas das pessoas surdas tanto no mercado de 
trabalho como nas universidades ainda não garantem acesso nem 
inclusão social para os surdos. Os movimentos sociais ainda permitem-
se existir pela desigualdade de direitos e falta de atenção diferenciada 
que promova a interação social com consciência cidadã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos de Inclusão Bilíngüe e a 
Escola 
Numa abordagem sensível e humanizadora, procura-se potencializar no 
educando oportunidades e habilidades pessoais. Assim, o entendimento 
sai da esfera do preconceito e da discriminação da pessoa com 
deficiência, e se qualifica pela oportunidade e respeito de ser diferente 
despertando para novas formas de interação com o mundo e com 
relação aos surdos, numa perspectiva lingüística de comunicação, 
expressão, percepção e interação com o meio, enquanto cidadão 
consciente, participativo e interativo através da Libras – Língua 
Brasileira de Sinais oficialmente reconhecida como língua materna dos 
surdos. 
Aprende-se Libras para conhecer melhor as pessoas, o mundo, o 
pensamento, refletindo, construindo e constituindo-se de amor e 
respeito pelas diferenças. Aprender Libras é respirar a vida por outros 
ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. 
Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas 
o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios 
audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de 
preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver. 
Nesta perspectiva de agregar valores além da Língua Portuguesa, a 
Libras se apresenta como intensificador da formação bilíngüe, Libras e 
Língua Portuguesa. Desperta-se com um salto qualitativo no ensino 
público superior em alguns estados brasileiros, e ainda mais, na 
qualidade da formação profissional e educação continuada das diversas 
profissões e espaços sociais existentes sensíveis e aflitos pela 
concretização por mudanças sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
A Formação de Educadores e a 
Educação de Surdos 
 
A educação inclusiva na educação de surdos no final do século passado 
apresentava a oralidade como fundamentação pedagógica, não existia a 
figura do intérprete em sala de aula e os surdos eram discriminados e 
marginalizados pela grande maioria das pessoas justamente por não 
saberem como lidar com esta especificidade, o ciclo vicioso confirmava 
a deficiência e o atraso na aprendizagem, não se aprendia como lidar, 
como se comunicar e a quem servir enquanto modelo verticalizado de 
ensino e formação. 
Os saberes docentes eram baseados na criatividade e na sensibilidade 
pessoal e quem deteve este conhecimento, se mantinha manipulador 
das tendências pedagógicas, fato que, ainda se observa na maioria dos 
conteúdos curriculares dos cursos de formação de professores e 
educação continuada, num modelo conceituado como terapêutico por se 
reconhecer e valorizar os aspectos nosológicos e medicamentosos cujo 
conteúdo se apresenta híbrido e monopolizado e por vezes manipulador 
como formador de opinião. 
Uma alternativa salutar para este impasse entre os saberes espontâneos 
e os científicos (re-)surge com a universalização da Libras e a sua 
oficialização nos cursos de formação de professores e demais cursos de 
educação, licenciaturas e fonoaudiologia. Os centros de formação e as 
universidades recebem a responsabilidade de transpor este modelo 
casuístico e conteudista, contudo, não existem profissionais qualificados 
para este fim, é como se rodassem em círculos, alimentando-se da 
própria inoperância. Não houve formação ao longo da história. Os 
recursos humanos são insuficientes e inoperantes para atender ao 
mercado. 
Eis o dilema: não existem surdos (qualificados para o ensino superior) 
para a educação de surdos. São muitas dificuldades por falta de surdos 
nos cursos universitários e de pós-graduação. Pela falta de adequação 
curricular, muitos desistiram por não conseguirem transpor a barreira 
da formalização dos conhecimentos através da escola. A 
responsabilidade do ensino dos surdos ainda vai permanecer por muito 
tempo nas mãos dos ouvintes, segundo o modelo universitário vigente no 
país, a formação de professores ouvintes fluentes em Libras 
permanecem assumindo este ensino até que algum dia os surdos 
consigam, de forma universal assumir o seu papel social de professor e 
pesquisador universitário. 
Inclusão x Exclusão Social 
O conceito de inclusão vem se apresentando como exemplo de (re-
)conhecimento social, beleza e desejável numa ampla reforma 
educacional. Na prática, porém, funciona como exclusão. Exclusão da 
relação inter e intrapessoal e da comunicação, exclusão da real 
participação, convivência e interação, tanto no ambiente escolar, como 
muito mais ainda no ambiente familiar que não desperta do luto da 
deficiência, permanece no argumento da perfeição e de que o filho de 
forma compensatória é capaz de realizar, sem perceber-se como 
modelo híbrido na formação da personalidade autônoma. 
Existe toda uma discussão filosófica, educacional e psicológica na 
constituição da personalidade e da educação das pessoas para conviver 
em sociedade. A criticidade e a revolução educacional são caminhos 
que estruturam e se baseiam na fundamentação ideológica do que é 
ensinar-aprender e muito mais ainda no papel da escola como 
emancipadora e estimuladora da autonomia apoiados invariavelmente 
pelo espaço familiar. 
Repensar o papel do binômio família-escola na educação de surdos é, 
acima de tudo, fundamentar e conceituar a acessibilidade e a inclusão 
social que carecem de conhecimento integrado entre os saberes 
populares e científicos. 
A presença articulada e interagida como forma complementar e 
convergente se refletem no discurso de 
FELIPE (2003) “A Educação para Surdos não pode se resumir a uma 
escolarização repassada por um intérprete, os novos embates e 
debates, agora, à luz de uma Escola Inclusiva que pressupõe uma 
Sociedade Inclusiva, não poderão mais ficar em dualismos 
maniqueístas: ouvintes x surdos, Escola Ensino Regular x Escola e 
Ensino Especial, Escola de Surdos x Escola de Ouvintes, que subjazem 
uma ideologia conservadora. O debate agora será em torno de um novo 
paradigma: uma Escola para Surdos e para Todos, porque nessa Escola, 
como GADOTTI (1989) afirma “a tarefa da educação” será “a tarefa 
essencialmente ligada à formação da consciência crítica. Quero dizer 
que identificaremos educar com conscientizar. O papel da 
conscientização de que nos fala Paulo Freire é essa decifração do 
mundo, dificultada pela ideologia; é esse “ir além das aparências”, atrás 
das máscaras e das ilusões, pagando o preço da crítica, da luta, da 
busca, da transgressão, da desobediência, enfim, da libertação” 
(FREIRE, 1995 e 2000)”. 
É essencial para as crianças surdas utilizarem a Língua de Sinais de sua 
comunidade com seus pais, com os profissionais da área educacional e 
com as pessoas de convívio mais próximo para que garanta o 
desenvolvimento psíquico, social, político e psicológico. É de 
fundamental importância a interação entre as crianças na sociedade, 
sem formação de guetos nem de comunidades isoladas, onde todos 
convivem e interagem física e linguisticamente. 
A convivência interpessoal e dialética deve ser percebida com 
naturalidade e refletida sobre os papéis sociais cuja vida, dignamente 
vivida, funciona como referencial histórico e cultural e não como modelo 
para ninguém. É preciso atribuir perspectivas e possibilidades humanas 
entendendo o surdo como um ser eficiente, que se comunica por outro 
canal e, conseqüentemente, tem outra língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma Experiência, Reflexo do 
Paradigma da Educação 
A pouca qualificação profissional de professores e intérpretes atrelados 
a um contexto curricular defasado

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