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Sinalário de Tecnologias Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação deste conhecimento através de sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e utilizados a partir de tal conhecimento. https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega_antiga https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferramenta Arquivo Reunião dos dados de um computador que, com registro individual e organizados sob um formato específico, contém textos, tabelas, imagens, sons etc. Blog Página virtual para partilha de informações, experiências pessoais ou notícias, composta por textos ou posts; podem ser utilizados como diários em formato on-line, sendo que seus temas variam de acordo com o objetivo do autor ou dos autores, geralmente é atualizado com frequência e recebe comentários dos leitores. Bluetooth O Bluetooth é uma tecnologia de comunicação sem fio que permite que computadores, smartphones, tablets e afins troquem dados entre si e se conectem a mouses, teclados, fones de ouvido, impressoras, caixas de som e outros acessórios a partir de ondas de rádio. CD Compact Disc (disco compacto). O que é CD-ROM: CD-ROM é a sigla de Compact Disc Read-Only Memory (Disco Compacto de Memória Apenas de Leitura), um componente eletrônico que armazena informações, em um formato compacto, que podem apenas ser lidas, mas não gravadas pelo usuário. Celular Telefone celular ou telemóvel é um aparelho de comunicação por ondas eletromagnéticas que permite a transmissão bidirecional de voz e dados utilizáveis em uma área geográfica que se encontra dividida em células, cada uma delas servida por um transmissor/receptor. Colar Cortar, copiar e colar. ... Cortar, copiar e colar (do inglês cut, copy and paste) compõem um paradigma na Interação homem-computador expresso em procedimentos usados para transferência de conteúdo (texto, dados, arquivos, objetos) de uma origem para um destino. Computador Computador é uma máquina capaz de variados tipos de tratamento automático de informações ou processamento de dados. Copiar Cortar, copiar e colar (do inglês cut, copy and paste) compõem um paradigma na Interação homem-computador expresso em procedimentos usados para transferência de conteúdo (texto, dados, arquivos, objetos) de uma origem para um destino. Corel O CorelDRAW é um programa de desenho vetorial bidimensional para design gráfico desenvolvido pela Corel Corporation, Canadá. 1-Voce quer dizer Corel Draw? E um programa para fazer design gráfico .Serve para fazer desenhos artisticos, publicitarios, logotipos, capas de revistas,confecçoes de cartazes,ilustraçoes para internet,etc... 2-Tem varias versoes,a X3 e a mais atual. 3-Ate vai rodar,mas vai ficar lento na sua configuração Data Show Significado de Datashow substantivo masculino Sistema multimídia ou aparelho para projeção que, com o auxílio de um computador, apresenta informações, slides, mensagens, vídeos ou textos numa tela apropriada. Digitação Um curso de Digitação, ou Datilografia como era chamado na época da máquina de escrever, é o melhor caminho para quem quer aprender a digitar de uma maneira profissional: utilizando todos os dedos (das duas mãos), sem olhar para o teclado, e numa velocidade compatível com a sua necessidade de trabalho. DVD DVD sigla de "Digital Versatile Disc", e seu formato digital "Digital Video Disc" para arquivar ou guardar dados, som e voz, tendo uma maior capacidade de armazenamento que o CD, devido a uma tecnologia óptica superior, além de padrões melhorados de compressão de dados, sendo criado no ano de 1995. Download Traduzido do inglês-Nas redes de computadores, o download significa receber dados de um sistema remoto, normalmente um servidor como um servidor Web, um servidor FTP, um servidor de email ou outros sistemas similares. Isso contrasta com o upload, onde os dados são enviados para um servidor remoto. e-mail 1 Um correio eletrônico ou correio eletrónico ou, ainda, e-mail, é um método que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O Correio Eletrônico é tipicamente um modo assíncrono de comunicação. e-mail 2 Um correio eletrônico ou correio eletrónico ou, ainda, e-mail, é um método que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O Correio Eletrônico é tipicamente um modo assíncrono de comunicação. Excel O Microsoft Office Excel é um editor de planilhas produzido pela Microsoft para computadores que utilizam o sistema operacional Microsoft Windows, além de computadores Macintosh da Apple Inc. e dispositivos móveis como o Windows Phone, Android ou o iOS. Gravar/ Baixar baixar, em uma tradução simples) é um termo que corresponde à ação de transferir dados de um computador remoto para um computador local. Essa cópia de arquivos pode ser feita tanto a partir de servidores dedicados (como FTP, por exemplo), quanto pelo simples acesso a uma página da Internet no navegador. Hashtags Tags são palavras-chave ou termos associados a uma informação, tópico ou discussão que se deseja indexar de forma explícita no aplicativo Twitter, e também adicionado ao Facebook, Google+, Youtube e Instagram. Hashtags são compostas pela palavra-chave do assunto antecedida pelo símbolo cerquilha. Internet A Internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol Suite ou TCP/IP) com o propósito de servir progressivamente usuários no mundo inteiro. Linux Linux é um termo popularmente empregado para se referir a sistemas operativos ou sistemas operacionais que utilizam o Kernel Linux. O núcleo foi desenvolvido pelo programador finlandês Linus Torvalds, inspirado no sistema Minix. Mouse O rato ou mouse/mause é um periférico de entrada que, historicamente, se juntou ao teclado como auxiliar no processo de entrada de dados, especialmente em programas com interface gráfica. O rato, mouse ou mause tem, como função, movimentar o cursor pelo ecrã ou tela do computador. Movie Make Windows Movie Maker foi um software de edição de vídeos da Microsoft. Fez parte do pacote Windows Essentials. É um programa simples e de fácil utilização, o que permite que pessoas sem muita experiência em informática possam adicionar efeitos de transição, textos personalizados e áudio nos seus filmes. Notebook A base para notebook é um dos mais procurados pelos usuários, ela pode ser encontrada em várias cores e design, ajudam na circulação de ar da máquina de forma que evita o superaquecimento, dentro da base existe um cooler (ventilador) que resfria a máquina, além disso, sua base inclinada ajuda na visualização da tela Pasta Em informática, diretório, diretoria ou pasta é uma estrutura utilizada para organizar arquivos em um computador ou um arquivo que contém referências a outros arquivos. Power Point Microsoft PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição de apresentações gráficas, originalmente escrito para o sistema operacional Windows e portado para a plataforma Mac OS X. A versão para Windows também funciona no Linux através da camada de compatibilidade Wine. Programa Um programa de computador ou programa informático é um conjunto de instruções que descrevem uma tarefa a ser realizada por um computador. O termo pode ser uma referência ao código fonte, escrito em alguma linguagemde programação, ou ao arquivo que contém a forma executável deste código fonte. Scanner Um digitalizador é um periférico de entrada responsável por digitalizar imagens, fotos e textos impressos para o computador, um processo inverso ao da impressora. Ele faz varreduras na imagem física gerando impulsos elétricos através de um captador de reflexos. É dividido em duas categorias: Tablet Tablet é um tipo de computador portátil, de tamanho pequeno, fina espessura e com tela sensível ao toque (touchscreen). É um dispositivo prático com uso semelhante a um computador portátil convencional, no entanto, é mais destinado para fins de entretenimento que para uso profissional. Tela LCD LCD é a sigla para "Liquid Crystal Display" que em português significa "tela de cristal líquido". O LCD é um painel fino utilizado para exibir imagens, vídeos e textos em suportes diversos como monitor de computador, televisores, GPS, câmeras digitais, celulares, calculadoras e outros dispositivos. Wi-fi Wi-Fi é uma abreviação de “Wireless Fidelity”, que significa fidelidade sem fio, em português. Wi-fi, ou wireless é uma tecnologia de comunicação que não faz uso de cabos, e geralmente é transmitida através de frequências de rádio, infravermelhos etc. O wi-fi não necessita de licença para instalação e/ou operação. Word O Microsoft Word é um processador de texto produzido pela Microsoft Office foi criado por Richard Brodie para computadores IBM PC com o sistema operacional DOS em 1983. Mais tarde foram criadas versões para o Apple Macintosh, SCO UNIX e Microsoft Windows. Faz parte do conjunto de aplicativos Microsoft Office. Windows Microsoft Windows é uma família de sistemas operacionais desenvolvidos, comercializados e vendidos pela Microsoft. Youtube YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos com sede em San Bruno. O serviço foi criado por três ex- funcionários do PayPal - Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim - em fevereiro de 2005. A tecnologia a favor dos surdos e deficientes auditivos Imagine um aplicativo que facilita a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. Ou ainda um que ajude pessoas com deficiência auditiva a sentirem todo o prazer de ‘ouvir’ uma música. Felizmente, já há quem faça tecnologia a favor deles, fazendo com que isso seja possível para quem tem um smartphone. Quando as pessoas chamam tecnologias como dispositivos e aplicativos móveis de “recursos que mudam a vida”, a expressão geralmente vem acompanhada de uma boa dose de exagero. Porém, para os 360 milhões de pessoas em todo o mundo que são surdas ou que têm alguma deficiência auditiva, a revolução do smartphone foi exatamente isso, permitindo a eles fazer coisas que eram impossíveis há cinco ou dez anos. “E-mail, textos e mensagens instantâneas, todos facilitaram em muito minhas interações com as pessoas que escutam”, disse Don Grushkin, professor de estudos sobre surdos da California State University, Sacramento. Toda essa revolução começou com o pager WyndTell. Lançado em 1998, ele acabou sendo modificado no BlackBerry e, em 2002, juntou-se ao telefone Sidekick da T- Mobile. Hoje, smartphones, tablets e diversos aplicativos permitem que os surdos e deficientes auditivos façam quase tudo que a comunidade que pode ouvir faz, desde encomendar uma pizza até chamar motoristas do Uber. Os aplicativos mais conhecidos de bate-papo com vídeo, como Facetime e Skype são úteis para a comunicação via Língua de Sinais e leitura labial. Mas estão começando a aparecer sistemas de transcrição em tempo real mais eficazes. Um deles, o Transcense – um aplicativo que está atualmente em fase de desenvolvimento – fará a transcrição de conversas com vários participantes em tempo real. As conversas em grupo são particularmente difíceis para as pessoas surdas e com deficiência auditiva, que se sentem muito mais à vontade nas conversas individuais usando língua de sinais ou leitura labial. Já o MotionSavvy, que estará disponível antes do final deste ano, utilizará uma câmera especial para rastrear os movimentos dos dedos do usuário e transcrever a linguagem dos sinais em tempo real, falando sua tradução em voz alta. De modo geral, a tecnologia para surdos e deficientes auditivos trouxe muitos benefícios para os usuários, mas ainda há muito a fazer. Segundo Michele Westfall, a comunidade de surdos realmente gostaria de ver um maior envolvimento de seus membros em pesquisa e desenvolvimento para que os desenvolvedores se lembrem de que existem milhões de pessoas que necessitam de alternativas viáveis para os sistemas padrão. Sabe o que é melhor de todos esses aplicativos? É que além de permitirem a inclusão de deficientes auditivos, eles contribuem para a sua comunicação e desenvolvimento em qualquer lugar, com qualquer pessoa. Tecnologia Assistiva para Surdos: Produtos, estratégias, recursos e serviços “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.” (CORDE – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII, de 14 de dezembro de 2007). Ao analisarmos o conceito de Tecnologia Assistiva (de agora em diante T.A.) para surdos é importante, inicialmente, revermos os conceitos “surdo” e “surdez”. Podemos pensar em uma primeira e óbvia definição, por muitos chamada de “definição médica da surdez”, que leva em conta a existência de algum tipo de problema físico ou psicológico (raríssimo) impedindo que a pessoa ouça sons delimitados por um padrão aceito internacionalmente: Deficiência Auditiva Leve: Perdas entre 20 e 40 dB Deficiência Auditiva Moderada: Perdas entre 40 e 60 dB Deficiência Auditiva Severa: Perdas entre 60 e 80 dB Deficiência Auditiva Profunda: Perdas acima de 80 dB Temos, então, a definição de um espectro que vai desde uma deficiência auditiva leve, passando por moderada, severa e chegando até a deficiência profunda. As pessoas com esta deficiência seriam definidas assim como Hipoacúsicas (termo pouco utilizado no Brasil) ou Deficientes Auditivas, ou Surdas. Podemos utilizar, também, uma definição mais abrangente e cada vez mais aceita como padrão: qualquer pessoa com deficiência auditiva que tenha problemas de comunicação expressivos em sua vida diária será definida como “pessoa com surdez” ou simplesmente “surdo(a)”. Esta será a terminologia por nós utilizada neste artigo. Talvez o mais antigo produto de T.A. para os surdos, pensando-se sob o ponto de vista médico, sejam os aparelhos de amplificação sonora. Chifres de animais, folhas de plantas, objetos de bronze e outros apetrechos com o formato de corneta foram utilizados desde a pré- história até meados do século XIX com o objetivo de ajudar na amplificação sonora e minimizar as perdas auditivas. A partir dos anos de 1800 o desenvolvimento científico-tecnológico permitiu a utilização de recursos mais sofisticados como a transmissão de impulsos eletromagnéticos e outros recursos, dando origem ao que hoje conhecemos como “próteses auditivas”. Já no século XX surgiram os aparelhos com transistores e atualmente a tecnologia digital trouxe para os usuários desses produtos a garantia de resultados mais satisfatórios em termos de amplificação sonora. Ainda nessa linha de busca de retificação, ou correção, da perda auditiva, desde os anos de 1930 pesquisadores se dedicam ao popularmente chamado “implante coclear” (uma espécie de aparelho de amplificaçãosonora implantado diretamente na cabeça do indivíduo, mas que ainda necessita de um aparelho receptor externo para captação dos sons) que pode atender aos portadores de alguns tipos de deficiência auditiva (mas não todos) e atualmente vem encontrando repercussão favorável entre pacientes ensurdecidos. Vem sendo utilizada até mesmo para algumas crianças nascidas com surdez profunda. Outros exemplos clássicos de T.A. para surdos são os produtos que utilizam luzes ou vibração em apoio a aparelhos que fazem uso de som como campainhas, despertadores e outros. Hoje corriqueiros e relativamente de baixo custo, já tiveram soluções simples e criativas no passado, como um caso a nós relatado pela professora Lucinda Ferreira Brito (primeira linguista brasileira a pesquisar a Língua Brasileira de Sinais). Segundo ela, em visita a uma cidade do interior de São Paulo, soube do caso de um surdo que morava sozinho e era despertado por uma vizinha e colega de trabalho através do recurso de um barbante amarrado no dedão do pé, acionado diariamente pela janela…Ela residia no andar de baixo e ele no de cima. Sem dúvida, um belo exemplo de T.A.! Os produtos e recursos de T.A. apresentados na tabela adiante não resolvem em plenitude, porém, a mais importante consequência da surdez: a dificuldade da aquisição da língua oral. Normalmente pessoas com o que se chama de surdez pré-lingual têm enormes dificuldades em adquirir a língua oral de maneira natural, enquanto pessoas com deficiência auditiva severa pós-lingual poderão manter seus níveis de fala e compreensão da língua falada inalterados, desde que haja a ajuda de algum recurso de T.A. Para muitos surdos pré-linguais, mesmo com a utilização de recursos de T.A., a aquisição da língua oral de sua comunidade será praticamente impossível dentro dos padrões considerados ideais para tal. Não estamos aqui falando sobre a capacidade de emissão vocal e sim sobre a aquisição contextual da língua. Podemos dizer que a aquisição da língua oral para os surdos profundos pré-linguais se dará quase sempre no nível de uma língua estrangeira. Alguns poucos conseguirão ser “bilíngues 50%”, mas a maioria, certamente, não atinge esse nível de proficiência. Atualmente, sabemos que a língua não funciona apenas como recurso de comunicação, mas como estruturadora do pensamento individual e social e sabendo que as línguas de sinais são portadoras de estrutura e especificidades similares aos das línguas orais (desde os trabalhos realizados a partir de 1957 por William C. Stokoe sobre a ASL/American Sign Language e com a publicação em 1960 de Language Structure: An outline of the Visual Communication Systems of the American Deaf ), podemos partir para uma visão, digamos assim, “cultural” da surdez e, em consequência, da utilização das línguas de sinais enquanto recursos, produtos, práticas, serviços e metodologia para tornar a vida de pessoas com surdez mais funcional. E ainda atender à necessidade de comunicação entre surdos e ouvintes de maneira mais efetiva. É importante que deixemos bastante claro nesse ponto que as Línguas de Sinais são e foram desde sempre manifestação cultural das comunidades surdas espalhadas pelo mundo e não produto criado para qualquer tipo de auxílio comunicacional, o que não impede, entretanto, sua utilização pontual com essa finalidade. Defendemos a utilização da Libras enquanto ferramenta de T.A. para surdos (e ouvintes), como pode ser observado na Tabela adiante, sem, porém, eliminar nenhuma proposta de utilização dos recursos tecnológicos para correção da perda auditiva ou a reabilitação das funções auditivas dos surdos. Pelo contrário, acreditamos que a utilização da tecnologia vem tornando a vida dos surdos cada dia mais fácil. Mas não podemos jamais esquecer que os surdos, além de pessoas com deficiência, são também pessoas com língua (e cultura) própria e que o respeito a essa característica deve estar intrínseca a qualquer proposta de trabalho realizada, incluindo-se toda iniciativa de produção de T.A.. A proposta que apresentamos objetiva contribuir para construção de uma sociedade verdadeiramente humana, acessível para todos os que dela compartilham, respeitando as características de cada pessoa ou grupo de pessoas e propiciando que todos possam expor suas necessidades específicas e proponham soluções conjuntas. Produtos a. Aparelhos de amplificação sonora individual b. Sinalizadores domésticos de som (campainha, telefonem despertador e outros). c. Aparelhos FM oara captação de voz em ambientes com interferências acústicas (salas de aula e outros). d. Amplificador para uso em telefones (para surdez moderada ou severa) e. SAP com entrada para fones de ouvido com ou sem fio. f. "Hearing Loop" ou Aro magnético para recepção auditiva em eventos, cinema, teatro. Pouco usado no Brasil. g. Implante Coclear. h. Softwares para reabilitação de fala i. Telefones para surdos (escrita e videofone) j. Materiais com acessibilidade em Libras. CDs-ROM, DVDs e outros formatos digitais. Importante: Notebooks, tablets e celulares que permitam o acesso às centrais de intermediação telefónica surdo/ouvinte (escrita/fala/Libras), às mensgens escritas via celular, MSN, Skype, Youtube, Orkut e outros recursos de comunicação via Internet (escrita e Libras). Metodologias, Estratégias e Práticas a. Adaptações do meio-ambiente (usando escrita, recursos visuais e outros). b. Difusão da Libras para a sociedade (formação de professores surdos e ouvintes de Libras, capacitação de intérpretes de Libras e outras ações correlatas). Recursos e Serviços a. Fonoaudiologia (reabilitação auditiva e de fala). b. Leitura Labial c. Intérpretes de Libras d. Closed caption/Legenda oculta. e. Centrais de intermediação telefónica surdo/ouvinte (escrita/fala/Libras). f. Mensagens escritas via celular. g. MSN, Skype, Youtube, Orkut e outros recursos de comunicação via Internet (escrita e Libras) Reafirmamos que as pessoas surdas têm os mesmos direitos humanos que o resto dos grupos sociais e que a diversidade é um fator intrínseco da Comunidade Surda. Reconhecemos a importância da infância e da juventude surda, as pessoas surdocegas, as pessoas surdas com outras deficiências, as pessoas surdas imigrantes; indígenas; lésbicas, gays, transexuais e bissexuais: pessoas surdas de zonas rurais minorias religiosas; cidadãos/as maiores, e todas as pessoas surdas desta sociedade, todas elas com os mesmos direitos e obrigações que qualquer outro cidadão/a. Enfatizamos que mediante ações positivas se pode conseguir a igualdade entre todos com maior celeridade. Enfatizamos que a língua gestual é um direito humano para todos os membros da Comunidade Surda, incluindo aqueles que usam ajudas técnicas e implantes. Reafirmamos que a educação multilíngue em língua gestual oferece às pessoas surdas e com deficiências auditivas a maior oportunidade de alcançar a cidadania e o desfrute completo de todos os direitos humanos. A WFD e os seus membros acordaram: Trabalhar unidos para promover a ratificação e implementação governamental da Convenção Internacional dos Direitos Humanos das Pessoas com incapacidade, assegurando, deste modo, o desfrute por parte das pessoas surdas todos os direitos humanos em condições de igualdade e respeito ao resto dos cidadãos. Trabalhar conjuntamente como um coletivo em que os países desenvolvidos colaborem estritamente com os países em vias de desenvolvimento. Adotar medidas para educar e sensibilizar a comunidade surda sobre a ampla variedade de pessoas e culturas que a compõem. Ter a obrigação de promover programas e políticas de igualdade que assegurem o pleno desenvolvimento da mulher; assim como adotar medidas que combatam a violência e o abuso feito às mulheres surdas. Ter a responsabilidade de preservar, promover e proteger as línguas gestuais, as heranças culturais: assim como, formular políticaslinguísticas de implementação da língua gestual, incluindo também as línguas gestuais indígenas. Cooperar estritamente com escolas e autoridades educativas para promover o direito dos meninos/as surdos/as a receber uma educação multilíngue e multicultural, e implementar programas educativos que desenvolvam identidades para eles/as, suas famílias e os meninos/as “CODA” Proteger os direitos dos meninos/as com implantes cocleares e outras tecnologias sensoriais promovendo a educação em língua gestual. Implementar o emprego dos profissionais surdos/as em todos os âmbitos que tenham um impacto na vida das pessoas surdas. Promover o desenvolvimento de programas educativos e de qualificações apropriadas para os intérpretes de línguas gestuais, seguindo os princípios da WFD de cooperação com os/as intérpretes. Incorporar os princípios de desenho universal nos novos produtos e serviços relacionados com as inovações tecnológicas. Formular uma declaração de prioridades e preocupações ao âmbito da bioética relacionada com as pessoas surdas, assim como, a qualidade médica e os aspectos cirúrgicos baseados nos princípios dos direitos humanos. Estabelecer programas de liderança positiva e pautas para jovens surdos, assim como, potenciar sua participação ativa na tomada e criação de decisões e sua posterior implementação. Promover o emprego e a autonomia através do poder econômico das pessoas surdas. Promover o acesso igualitário aos serviços de saúde mental para as pessoas surdas. Os programas e ações desenvolvidas pela WFD e seus membros ordinários devem ter em conta todas as pessoas surdas. Além disto deves se prestar uma especial atenção à educação tanto dos países desenvolvidos como dos países em vias de desenvolvimento para eliminar deste modo qualquer desvantagem em consequência do gênero: desemprego, pobreza, condições sanitárias deficientes e a falta de autodeterminação. A educação para as pessoas surdas, especialmente nos países em vias de desenvolvimento, devem ser iniciativa das próprias pessoas surdas do país para conseguir deste modo incluir e implementar sua língua/s gestual e sua própria cultura. Os direitos linguísticos e culturais das pessoas surdas imigrantes têm de ser respeitados, do mesmo modo, às das pessoas do povo na aprendizagem da cultura e da língua do seu novo país. Os intérpretes de língua gestual são um recurso fundamental no que se refere à implementação dos direitos humanos e seu pleno acesso. O termo intérprete de língua gestual é um conceito que inclui não só os profissionais ouvintes como também os profissionais surdos e os guias intérpretes de pessoas surdocegas. A tecnologia e a formação on-line oferecem acesso à informação e são essenciais para uma aprendizagem regada e estruturada, além disso, promovem a independência. Os princípios de desenho universal devem assegurar o pleno acesso comunicativo e o cumprimento dos direitos humanos das pessoas surdas. O acesso a uns serviços da saúde mental igualitários e apropriados, através da língua gestual, da cultura das pessoas surdas e de profissionais surdos é um direito humano para as pessoas surdas. Em referência ao crescimento demográfico e consequentemente ao envelhecimento da população que se hão de ter em conta programas e serviços para os cidadãos surdos de idade avançada. As línguas gestuais são instrumentos essenciais para transmitir cultura e conhecimento. Ao estatuto e ao reconhecimento das línguas gestuais no mundo devem ser reforçados mediante políticas linguísticas, investigação e o ensino em língua gestual. As línguas gestuais deverão formar parte do currículo educativo de cada país. A Federação Mundial de Pessoas Surdas (WFD) seus membros e os participantes do XV Congresso Mundial de Pessoas Surdas, acordam promover e aplicar as resoluções deste congresso através de todos os governos e autoridades exigindo os respeito para o cumprimento DOS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DAS LÍNGUAS GESTUAIS. As Tecnologias ‘a favor’ da Educação de Surdos A educação de surdos2 começa através das orientações dos padres, depois do século XVI, com objetivo de formarem os surdos, filhos de nobres, em cidadãos educáveis e letrados. Na Idade Média destacamos o italiano Giralamo Cardamo, que possuía um filho surdo. Cardamo declara que é possível ensinar um surdo a ler e a escrever sem a utilização da fala, mas utilizando sinais para mediar o ensino e comunicação dos surdos. O monge beneditino espanhol Pedro Ponce de Leon, além de usar os sinais de Giralamo Cardamo e fazer uso do alfabeto manual3 , percebeu a potencialização da oralização dos surdos e desenvolveu um ensino pautado no treinamento da voz e da leitura labial, o que possibilitou o sucesso desse método para um grupo de surdos filhos de famílias nobres. Leon ensinava a leitura labial, a fala, as orações e as doutrinas cristãs, além de ensinar os surdos primogênitos das famílias nobres a falar para que os mesmos tivessem direito as suas heranças. Os sinais foram evidenciados pelo Abade francês Charles Michel de L‟Epée, que a partir do século XVIII, inicia o trabalho de instrução formal com surdos a partir dos sinais utilizados por eles nas ruas de Paris o que difundiu sua metodologia gestual tornando-se conhecida, respeitada e tida como o caminho correto para a educação de surdos. No convívio com os surdos, o abade L‟Epée percebe que os gestos cumpriam as mesmas funções das línguas faladas e, portanto, permitiam uma comunicação efetiva entre eles. E assim inicia-se o processo de reconhecimento da língua de sinais. Não apenas em discursos, mas em práticas metodológicas desenvolvidas por ele na primeira Escola Pública para Surdos em Paris. Além disso, para o abade, os sons articulados não eram o essencial na educação de surdos, mas sim a possibilidade que tinham de aprender a ler e a escrever através da língua de sinais, pois essa era a forma natural que possuíam para expressar suas ideias. A língua utilizada no processo educativo era a de sinais. É interessante realçar que, nessa época, a educação de surdos tinha os mesmos objetivos que a educação dos ouvintes, ou seja, o acesso à leitura. Para o abade, a comunicação em sala de aula se efetivava graças ao domínio que ambos, professores e alunos, tinham da língua de sinais (SILVA, 2006, p. 23). Todavia, como os avanços tecnológicos a aprendizagem da fala fora facilitada, isso fez com que em 1860 o enfoque Oralista se difundisse ganhando forças e motivando os profissionais a tentar em investir na oralização de surdos. O Congresso de Milão4 , em 1880 determinou o uso da oralidade deveria ser preferido, pois os sinais prejudicariam a fala e a precisão de ideias. Durante muito tempo as discussões a respeito da educação são impregnadas de uma visão médico-clínica. Essa postura foi assumida pela filosofia oralista, que acredita, na normalização, preconizando a integração e o convívio dos portadores de surdez com os ouvintes somente através da língua oral. Com a busca da equivalência ao ouvinte, prioriza-se o ensino da fala como centralidade do trabalho pedagógico. (SALLES 2004, p. 55-56) O uso das tecnologias com base na normalização considerava a surdez como patologia, uma anormalidade, buscando, nos surdos, o comportamento ouvinte, ensinando-os a fala a fim de que fossem aceitos na sociedade. Para tal utilizavam as tecnologias para aperfeiçoarem as próteses auditivas e os treinamentos de fala. A abolição dos sinais na educação de surdos pela filosofia Oralista, baseava-se na concepção de língua, pela maioria dos linguistas, como sendo exclusivamente a língua oral, reconhecendo os sinais como meras “mímicas”, sem qualquer valor linguístico, que precisam ser evitados a todo custo, a fim de que o aprendizado da língua oral, por parte do surdo, não seja estorvado. A visão médica-tecnológica visava “a cura”,uma tarefa que até então era absorvida por outras sociedades além da Europa. Essa visão perdurou por mais de 200 anos nos países europeus e por muito tempo pela maioria das outras sociedades. A meta era macular essa língua minoritária assim como suprimir a cultura dessa minoria. A abordagem oral dominou os educadores por muitos anos. Esse era o método mais natural para os ouvintes e como os professores geralmente faziam parte desse grupo usavam a fala em sala de aula não conhecendo e nem reconhecendo a competência dos sinais, a língua própria de seus alunos surdos. “Controlar” a sala de aula foi fácil, pois alunos foram proibidos de usar uma língua a qual os professores não pudessem compreender. Devido a essas circunstâncias, aos alunos exigiu-se que negassem sua própria língua, consequentemente removendo-a do ambiente da escola. Há relatos na História dos Surdos de que se esses alunos fossem pegos usando sua língua eram punidos. Essas punições consistiam em amarrar suas mãos, trancá-los em porões, armários e até mesmo serem castigados fisicamente ou ridicularizados em público. Contudo, o problema ia bem mais além das severas punições e da distância de familiares que, por consequência da falta de comunicação, se afastavam desses alunos. A privação da língua nos surdos na infância levou a níveis bastante altos de doenças mentais na faixa etária de 30 e poucos anos. Pesquisas evidenciadas por Young, (1996), Griggs, (1998) e Kyle, (1998), evidenciadas por Kyle em 1999. A partir da morte de Laurent Clerc5 , um forte defensor da Língua de Sinais, é que o Oralismo ganhou forças, através de Alexander Graham Bell que utilizou dos recursos tecnológicos para a busca da correção da fala e foi um dos maiores defensores do Oralismo. No ano de 1880, no Congresso Internacional de Educação de Surdos, realizado em Milão, Graham Bell exerceu grande influência na votação do Congresso que decidia a favor das ideias Oralistas como diretrizes únicas na aprendizagem dos surdos. Sendo que aos próprios surdos lhes foram negado o direito de votação A partir desse Congresso as Filosofias Educacionais começaram a mudar. O “Método Combinado” que até então era utilizado foi substituído pelo Método Oral Puro, o Oralismo. Os já existentes professores surdos foram afastados de suas atividades e os alunos proibidos de utilizarem sinais, tanto para dentro como para fora de sala de aula. Era prática comum amarrar as mãos dos alunos para que os mesmos não se comunicassem em gestos (FELIPE, 2005). Diferenciando-se do século XVIII, a partir daquele momento houve uma mudança radical no sentido oposto a educação de surdos onde antes percebiam suas potencialidades com a utilização da língua de sinais. No início do século XX, todas as escolas deixaram de utilizar a língua de sinais passando fazer uso da oralização e suas potencialidades tecnológicas. Os estudos médicos sobre a deficiência, a linguagem, e a influência da tecnologia na medicina fez com que diversos médicos começassem a desenvolver seus trabalhos com surdos nos estabelecimentos educacionais. Esses procedimentos eram priorizados os aparelhos auditivos e materiais concretos que estimulassem a audição e a fala. Esses eram os procedimentos mais brandos, pois muitos surdos, neste período, eram cobaias para procedimentos científicos. “Estas crianças não são entidades na sociedade, são máquinas vivas e estátuas... Não possuem sequer instintos animais... As suas mentes são vazias... Para elas o mundo moral não existe. Os vícios e as virtudes são irreais”. Pensamentos do Abade Sicard, reitor do Instituto dos Surdos Mudos de Paris, em 1800. Estudos evidenciados por Souza (2012) apud (PESSOTTI, 1984; LANE, 1992) apud (LANE, 1992, p.192). Como exemplos desses trabalhos científicos temos Jean Itard (1775 a 1838) que no Instituto Nacional de Surdos Mudos de Paris, fazia suas pesquisas usando os métodos de cargas elétricas nos ouvidos de surdos, baseando seu experimento nos estudos de um cirurgião italiano que utilizou a eletricidade para reanimar a perna de uma rã, Itard acreditava que ao dar uma descarga elétrica no ouvido do surdo este seria reanimado. Em seus métodos estavam também à utilização de sanguessugas no pescoço justificando seu uso na possibilidade de a sangria local produzir algum efeito. Em outros seis pacientes surdos utilizou a perfuração de tímpanos acreditando na possibilidade do ouvido estar bloqueado e não paralisado, mas as tentativas foram sessadas visto que lhe parecia doloroso e um de seus pacientes chegara a óbito por conta do procedimento. Souza (2012, p. 9) apud (PESSOTTI, 1984; LANE, 1992) apud (LANE, 1992, p.192). Itard submeteu 120 alunos a também um procedimento falido que tinha como objetivo introduzir uma sonda da garganta ao ouvido a fim de extrair o excremento linfático. Submeteu, ainda, seus alunos a um procedimento secreto que consistia em uma infusão nos ouvidos, em outros o uso de laxativos diários bem como em outro grupo a cobertura do ouvido com ligadura de uma substancia química borbulhante, nesta última, após poucos dias, seus alunos sentiam insuportáveis dores e seus ouvidos já sem pele expeliam pus. Souza (2012, p. 9) apud (PESSOTTI, 1984; LANE, 1992) apud (LANE, 1992, p.192). Itard desenvolveu diversas técnicas dentre elas a aplicação de soda cáustica por detrás da pele do ouvido, marteladas por detrás do ouvido, a fim de fraturar-lhes o crânio, pois acreditava que assim o som encontraria uma passagem. Em seus métodos também, estavam a aplicação de um botão metálico por detrás do ouvido, experimento este, assim como o da ligadura embebecida por uma substância química borbulhante fez expelir pus no referido local que já havia se transformado em uma ferida em crosta. Entre suas tentativas estava o procedimento em que se inseria uma linha no pescoço do aluno surdo pelo intermédio de uma agulha, o que provocou, também feridas supurantes. Jean Itard insistiu em seus experimentos até concluir que: “A medicina de nada vale naquilo que já está morto, e por aquilo que me foi dado a observar, não há vida no ouvido do surdo-mudo. Quanto a isso, não há nada que a ciência possa fazer”. Souza (2012, p. 9) apud (PESSOTI, 1984; LANE, 1992) apud LANE, 1992, p.192). Nos Congressos sobre surdez, não havia preocupação em fazer com que o aluno surdo pudesse adquirir a instrução, conforme era compreendida para os ouvintes e sim, uma preocupação clínica e profissional por parte dos pesquisadores médicos, foi criada uma relação entre Educação Especial e Medicina, mas no âmbito da correção. Esse período que surgia após o Congresso de Milão, em 1880, que firmou a educação com base na Filosofia Educacional Oralista era chamado de Pedagogia Corretiva ou Medicalização da Surdez. A Pedagogia Corretiva foi o período em que as escolas se transformaram em âmbitos médicos, a educação antes coletiva transformou-se em educação individual, ou seja, as escolas se transformaram em clínicas de reabilitação, em busca da normalização do sujeito surdo. Evidenciado por Skliar, (1997, p. 110-111) quando afirma: O modelo clínico-terapêutico impôs uma visão estritamente relacionada com a patologia, com o déficit biológico, com a surdez do ouvido, e se traduziu educativamente em estratégias e recursos de índole reparadora e corretiva. A partir desta visão, a surdez afetaria de um modo direto a competência linguística das crianças surdas, estabelecendo assim uma equivoca da identidade entre a linguagem e a língua oral. Desta ideia, se deriva, além disso, a noção de que o desenvolvimento cognitivo está condicionado ao maior ou menor conhecimento que tenham as crianças surdas da língua oral. O interesse dos médicos sobre a mudez, ocasionada pela surdez, poderia ser atribuído ao importante papel da Medicina no período da revolução científica, em especialda anatomia, em que passaram a se dedicar ao estudo da fala dos surdos, assim como de suas possibilidades de aprendizagem. Desta forma, estabeleceu-se uma estreita relação entre Educação Especial e Medicina No passado, o objetivo do uso das ferramentas tecnológicas na educação de surdos era de “corrigir a surdez”, hoje, porém, mais do que oferecer assistência às necessidades, o uso da tecnologia visa auxiliar no desenvolvimento do potencial cognitivo, criativo, linguístico, comunicacional e sócio afetivo. Salienta-se que é o processo de mediação pedagógica que pode definir a forma de utilização das tecnologias. Na educação de surdos a tecnologia apresenta-se como uma ferramenta pedagógica no processo de comunicação escrita, visual e de interação dos surdos. Percepção do uso das Tecnologias no processo sócioeducacional do surdo A tecnologia caracteriza o surdos conforme suas perdas auditivas, sejam leves, não poderá ouvir sons abaixo e entre 20 e 40 dB, moderada que resulta na perda dos sons de 40 e 70 dB, severa, não podendo ouvir sons entre 70 e 90 dB e profunda, esta com a ausência de cerca de mais de 90 dB. (Conforme BIAP - Bureau International d‟Audiophonologic, 2010). Em termos culturais, a surdez é tida como diferença linguística e identidade cultural, compartilhada entre os indivíduos surdos. Seu principal elemento é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), no caso do Brasil. Os aspectos culturais, sociais e educacionais do surdo são assuntos amplamente discutidos, o que não significa que são compreendidos em sua totalidade, compreender as peculiaridades do povo surdo é fundamental para entender a forma que se comunicam. Carlos Skliar (1998) aborda a cultura surda7 como um cultura de uma minoria linguística que é bem representada através das línguas de sinais. Afirmando que a língua de sinais não é isolamento, mas direito humano de pertencer a grupos com características distintas. Os alunos surdos contam com ajudas tecnológicas para o firmamento de sua inclusão escolar, (BRASIL, 2000) afirma que tecnologias educacionais são “qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal ou possibilite o acesso e o uso do meio físico”. Outrora o objetivo do uso dessas tecnologias eram o de classificar, corrigir, reparar as “incapacidades”, hoje, a tecnologia é uma aliada na mediação pedagógica, no desenvolvimento do potencial cognitivo, criativo, sócioafetivo, comunicativo e linguístico valorizando as línguas de sinais e incentivando a escrita e a leitura da Língua Portuguesa através do uso de vídeos, traduções, redes sociais, e demais tecnologias. No contexto sócioeducacional dos surdos a tecnologia considerada mais antiga talvez sejam os aparelhos de amplificação sonora, hoje são representados pelos implantes cocleares. No que se refere aos dias atuais diversas tecnologias são ofertadas aos surdos, dentre várias, podemos destacar os aparelhos de amplificação sonora, sinalizadores de som “Hearing Loop”, Implante Coclear, softwares para reabilitação de fala, telefones para surdos, materiais com acessibilidade em Libras, uso de computadores e celulares, serviços de mensagens como SMS, Closed Capition, uso de comunicação através de chamada de vídeo como Skype, chats de vídeo, redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram e demais recursos de comunicação através da internet. Considerando as ajudas tecnológicas como elementos que permitem a superação de barreiras da mobilidade e da comunicação, possibilitando a inclusão plena social, o Decreto 3.298/99 afirma que produtos, instrumentos, equipamentos tecnológicos adaptados ou projetados para melhoria do aluno e favorecimento de sua autonomia é de importância para a Educação Especial. Conhecer seu aluno é de extrema importância para a aplicação das ferramentas tecnológicas, pois esse elemento traz motivação, mas se utilizado de forma inadequada pode frustrar o seu uso. O bom uso proporciona aos alunos autonomia, desenvolvendo a capacidade individual e a colaboração em equipe, tornando-os criativos através da variedade de ferramentas, contribuindo na aceleração de seu desenvolvimento intelectual e cognitivo, raciocínio lógico e capacidade de encontrar soluções para problemas. Tecnologias ajudam na inclusão social de deficientes auditivos 00:00/02:20 O Canal F mostrou o aplicativo brasileiro ‘Hand Talk’, que foi vencedor do WSA-MOBILE, evento organizado pela ONU, em Abu Dhabi. O projeto converte textos, imagens e áudios para LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais. O Canal F foi atrás de outras tecnologias que também ajudam no processo de inclusão social dos surdos. ProDeaf “É uma solução que visa garantir uma comunicação fluente, em tempo real, entre surdos e ouvintes, a qualquer hora e em qualquer lugar. O sistema basicamente converte o som falado em língua de sinais e vice-versa. Ou seja, o deficiente auditivo entenderá tudo que o ouvinte falar, pois sua voz será convertida para a língua de sinais. O caminho inverso também é válido, o ouvinte não precisará aprender a língua de sinais para entender o deficiente auditivo, pois tudo que o surdo gesticular será traduzido para fala, em qualquer idioma. O ProDeaf é desenvolvido com por linguistas e surdos seguindo as regras gramaticais de Libras e já conta com uma base de mais de 3000 sinais. Assista o vídeo no YouTube”. http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/04/brasileiros-ganham-premio-da-onu-com-aplicativo-para-surdos.html http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/04/brasileiros-ganham-premio-da-onu-com-aplicativo-para-surdos.html http://www.youtube.com/watch?v=ukvVJv-WSVA FoneFácil “A mídia é um serviço de reconhecimento de voz que converte automática a fala em texto escrito em português e vice-versa, através de um smartphone. O usuário surdo digita a mensagem que deseja transmitir, via FoneFácil, em língua portuguesa, e o servidor do aplicativo converte o texto em voz, permitindo ao outro usuário escutar o conteúdo da mensagem. Do mesmo modo o usuário ouvinte responde via voz, o servidor reconhece o som e converte para texto em língua portuguesa, para que o surdo leia o conteúdo ditado pela pessoa do outro lado. Este aplicativo pode ser solicitado entrando em contato com a empresa Brava Autonomia.” Rybená “É um serviço de tradução automática – Português -> Libras –, que segue algumas vezes as regras gramaticais, facilitando a compreensão dos conteúdos em texto das páginas web.O sistema não tem restrição de idade para sua utilização, o que irá definir este quesito é a classificação etária da página acessada. Para usar o serviço, basta solicitar à empresa que desenvolve o Rybená, o Grupo ICTS”. iLIBRAS “A tecnologia prevê a intermediação comunicacional, realizado através de canais de atendimento: mensagens de texto via e-mail, via chat on-line e via celular. As mensagens são recebidas por uma central de intérpretes capacitados para atender às demandas específicas. Deste modo, cada um desses profissionais abre uma chamada para o usuário surdo solicitante. O cadastro do usuário surdo é realizado aqui. Em seguida é necessário optar por um plano a escolha. Não há restrição de faixa etária e seu uso é um grande facilitador na comunicação e prestação de serviços entre pessoas surdas e ouvintes”. ViavelBrasil “O serviço é intermediado por uma central de intérpretes, através do VPAD, aparelho de videoconferência, criado pela empresa. Com esta tecnologia o usuário surdo faz uma chamada para a central, via vídeo, em Libras. As ligações solicitadas podem ser feitas para telefone fixo e/ou celular. Em Libras, o usuário surdo sinaliza para o intérprete enquanto este transmite o conteúdo sinalizado, através da fala, para a pessoa a quem se destina a mensagem. O Instituto Nacional de Educação de Surdos– INES também falou das tecnologias de inclusão. “Para o público em geral, é possível acessar um Dicionário de Língua Brasileira de Sinais . Lembramos ainda que e-mails, torpedos, SMS, redes sociais (Facebook, Twitter), comunicação por vídeo (Viavel Brasil, Skype, FaceTime) são ferramentas hoje utilizadas também por milhares de surdos brasileiros, garantindo http://www.bravaautonomia.com.br/ http://www.grupoicts.com.br/ http://www.ilibras.com.br/ acessibilidade em vários níveis e proporcionando contato entre surdos e entre surdos e ouvintes”. Os Surdos E A Tecnologia A tecnologia é um instrumento que permite a interação do surdo com o mundo. Conectados, com recursos próprios ou adaptados, hoje estão à disposição dos surdos o Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais – Libras, on-line ou no formato CD-ROM. Este material apresenta o movimento das mãos relacionado a cada letra do alfabeto e foi produzido com o objetivo de auxiliar professores no trabalho de transmissão de conteúdos com alunos portadores de deficiência auditiva no ensino fundamental. Há também o Dicionário Enciclopédico Trilingue da Língua Brasileira de Sinais em versão impressa. O Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais encontra-se disponível no endereço: http://www.acessobrasil.org.br/libras/ javascript:void(0);/*1340208689530*/ http://www.acessobrasil.org.br/libras/ Acessibilidade para Surdos A maior dificuldade que os surdos encontram é a comunicacional. Os surdos do nosso país têm sua língua materna, a LIBRAS, mas poucas pessoas sabem esta língua! Para entender melhor a dificuldade que os surdos enfrentam, imagine-se visitando um país onde você não conhece a língua e não consegue se comunicar. É assim que os surdos se sentem, mas com uma diferença: eles estão no seu próprio país! Dentre os surdos, existem aqueles que se comunicam através da língua de sinais e aqueles que são oralizados, ou seja, se comunicam através da fala oral e da leitura labial/facial. E existem ainda aqueles que são bimodais, que se comunicam das duas formas, dominando o Português e a Libras. Hoje vamos dedicar este post a você que se interessa por saber um pouco mais sobre a Língua Brasileira de Sinais! Quando o assunto é LIBRAS, muitas pessoas me perguntam: A Libras é uma Linguagem Universal? Bom, para começar a entender, devo dizer que LIBRAS ou LSB é uma sigla para “Língua Brasileira de Sinais”, ou Língua de Sinais Brasileira. Então, se prestarmos atenção ao nome, perceberemos que: 1⁰ – NÃO é linguagem, é uma LÍNGUA. 2⁰ – NÃO é universal, é BRASILEIRA! Deixe-me explicar melhor… 1⁰. Existe uma diferença entre “linguagem” e “língua”. Muita gente confunde por achar que é uma linguagem e pensam que os sinais são gestos ou mímicas sem estrutura nenhuma, mas a Libras é uma língua com gramática própria, inclusive tem uma estrutura de frase própria e diferente da estrutura gramatical do Português. As línguas de sinais são diferentes das línguas orais porque são visual-espaciais e não oral-auditivas. Os sinais articulam-se espacialmente e são percebidos visualmente. Os surdos que se utilizam da Libras ouvem com os olhos e falam com as mãos! Diferente do Braille, que é um sistema de leitura com o tato, onde cada conjunto de pontos corresponde a uma letra ou número e, para escrever uma palavra, escreve- se letra por letra acompanhando, no caso, o Português. Já a Libras tem toda uma estrutura gramatical própria, não se faz tudo letra por letra. Existe sim o alfabeto em Libras, e muitas pessoas já tiveram contato com ele, ou quando eram crianças que aprenderam com a música da Xuxa, “A de amor, B de baixinho…” Lembram? Ou já compraram um pacote de balas com um papelzinho impresso com os desenhos das mãozinhas do Alfabeto Manual. Na Libras, usamos a datilologia para expressar nome de pessoas, localidades e outras palavras que não possuem um sinal específico, mas cada palavra tem um SINAL, sinal este composto por 5 parâmetros: configuração de mãos, ponto de articulação, movimento, direção e expressão facial e corporal. Abaixo, ilustrações de alguns sinais para entender que não são feitos letra a letra: 2⁰. A Libras não é universal, ela é Brasileira. A Libras é a 2ª língua official do nosso país! Foi pelo decreto 5626/2005 que regulamenta a Lei n⁰. 10.436 de 24 e abril de 2002 que o governo reconheceu a Libras como língua materna da população surda do Brasil. Da mesma forma que pessoas ouvintes de diferentes países falam línguas diferentes, pessoas surdas inseridas na cultura surda de seu país falam a língua de sinais de seu país. Existem diversas línguas de sinais, como a Língua de Sinais Francesa, Americana, Chilena, Argentina, Inglesa e outras, sendo cada uma diferente da outra. E a língua de sinais de um país não tem necessariamente relação direta com a língua oral falada neste país. Por exemplo: o inglês é um idioma falado em vários países como Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Austrália, mas nem por isso todos se utilizam da mesma língua de sinais. Nos EUA e Canadá eles utilizam a ASL (American Sign Language), mas na Inglaterra, por exemplo, eles utilizam a BSL (British Sign Language) e na Austrália a Auslan (Australian Sign Language). Uma coisa interessante é que, apesar de as línguas de sinais serem diferentes em cada país, os surdos de países diferentes se comunicam mais facilmente do que ouvintes de países diferentes. Já conheci surdos de outros países como França, Espanha e Turquia e a comunicação foi bem mais fácil e rápida do que se fossem ouvintes e eu tivesse que falar em Francês, Espanhol (Catalão) ou Turco. Acredito que seja exatamente por ser uma língua visual e uma língua onde a expressão facial e corporal tem grande importância. Assim como em outras línguas, existem também os regionalismos e as gírias em diferentes regiões do Brasil, às vezes havendo diferenças de sinais dependendo da região do país. No Brasil, dependendo da região, falamos mandioca, macaxeira ou aipim. Da mesma forma, na Libras existem os regionalismos, o que fortalece o sentido de língua! Enfim, essas são apenas algumas informações básicas sobre a LIBRAS. Mas então você pensa: só posso ser acessível se souber Libras? Existem momentos em que não tem jeito, há mesmo a necessidade de um surdo ou um intérprete de Libras, mas por outro lado isso não é tudo! Acessibilidade para surdos é muito mais do que isso. Vou passar aqui somente algumas coisas que podem ser feitas para uma maior acessibilidade para surdos: Em espaços públicos – Sinalização adequada; Sinalização deve ser clara e intuitiva, fazendo uso de pictogramas; No caso de alarmes ou chamada de senhas, precisam ser também visuais ou vibratórios, não devem ser exclusivamente sonoros; Fazer uso das tecnologias através de SMS, Tablets (ipad) e e-mails, por exemplo, para pedidos em farmácias, pizzarias, restaurantes e solicitação de serviços em hotéis; Para filmes (inclusive nacionais) e programas de televisão, é necessária a legenda ou closed caption em tamanho de fonte adequado; Para vídeos/filmes (por exemplo institucionais e informativos) é recomendado o intérprete de Libras, além da legenda; Folhetos impressos escritos com a programação, instruções e regras facilitam a comunicação; Informações escritas devem ser simples e claras, em português claro, sem palavras muito difíceis e, se possível, com desenhos ou fotos ilustrativas (cardápios, por exemplo); Para eventos com intérprete de Libras: local adequado para colocação do intérprete, de modo que o surdo possa visualizar o intérprete e o que está acontecendo no evento. Espero que tenha esclarecido algumas coisas sobre esta maravilhosa cultura surda e que tenha despertado em você algum interesse em aprendermais. Carolina Fomin é Arquiteta e Intérprete de Libras Blog: carolfomin.blogspot.com Twitter: @carolfomin Ilustraçoes: Fábio Selani – surdo, ilustrador, desenhista e autodidata, extraídas da Cartilha “Classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais”. Como Você Pode Contribuir Com A Acessibilidade De Pessoas Surdas Como é se relacionar com uma pessoa surda? Não importa se você é um familiar próximo ou distante, se é amigo ou colega, entender o universo da surdez traz benefícios tanto para pessoas ouvintes quanto surdas. Para ouvintes, porque ampliam seu entendimento sobre as possibilidades e capacidades humanas, que além de diversas, apresentam potenciais incríveis. E para pessoas surdas, porque assim é possível contribuir para uma melhor comunicação com ouvintes, ampliando principalmente o acesso a informação e a igualdade de direitos. No caso das pessoas surdas, as barreiras de comunicação ainda são inúmeras. Em grande parte devido a aspectos sociais e culturais, mas há muita beleza e potencialidade na diferença. E acredito que com educação e políticas públicas adequadas, as possibilidades de igualdade na diversidade se ampliam consideravelmente. Bem, ter uma pessoa surda na família pode ser difícil. Mas acredite, bem mais difícil é para ela ter somente ouvintes na sua família. O curta animado "La Familia Silencio", feita por jovens surdos da Colonia Guerrero na Cidade do México, representa algumas situações cotidianas de um garoto surdo que convive com pai, mãe e irmã ouvintes: Link Youtube A história de isolamento retratada em "La Familia Silencio" é mais recorrente na vida real do que se pode imaginar. Já pensou quanto conteúdo uma pessoa surda perde somente durante uma refeição em família? E isso se multiplica nas mais diversas ocasiões: encontros, comemorações e eventos cotidianos. As informações passadas para a criança surda acabam sendo superficiais e resumidas, não cobrindo sua necessidade de compreensão e expressão. Não é à toa que se considera que as dificuldades enfrentadas por pessoas surdas adultas resultam em grande parte de um déficit enorme de conhecimento e comunicação que acontece desde sua infância. Quando a família não propicia o aprendizado da língua de sinais, as consequências podem ser ainda mais complicadas e, às vezes, difíceis de https://www.youtube.com/watch?v=GaeBdx4rdnI reverter. Uma pessoa sem uma língua não tem meios de aprender, compreender e se expressar no mundo. Sobre o tema, são famosas histórias como a de Kasper Hauser, que passou os primeiros anos de sua vida em uma cela, isolado do contato com outras pessoas. Assim, não aprendeu um idioma e teve grandes dificuldades de comunicação. Em 1828, supostamente aos 15 anos, Kasper Hauser foi abandonado em uma praça pública de Nuremberg com um carta que contava sobre sua história, juntamente com alguns objetos que indicavam ser procedente de uma família nobre. Inicialmente, Kasper Hauser não sabe nem mesmo como reagir a chama quente de uma vela, afinal nossas emoções e reações também são parte de aprendizado e repertório cultural. Sua história foi representada no filme "O Enigma de Kasper Hauser", de 1974 e pode dar uma boa ideia das dificuldades que a privação de comunicação traz. Não raro, a experiência da surdez é retratada pelas artes visuais como forma de expressar, dentre diversas temáticas, conflitos em relação ao mundo predominantemente ouvinte. Susan Dupor, artista norte-americana, faz uso da pintura para expressar suas vivências como surda. A obra intitulada “Family Dog” de Dupor representa uma sala, em que um garoto com o corpo recostado ao chão se encontra embaixo da mesa de centro e seis figuras de pessoas adultas estão sentadas em um sofá e no entorno com seus rostos desfigurados. Esta composição sugere o isolamento da criança surda em sua própria família e a falta de comunicação e compreensão tanto da criança em relação aos ouvintes, como vice-versa. Quando a surdez é compreendida por familiares ouvintes como deficiência, dificilmente há busca pelo contato com outras pessoas surdas. Quando o aprendizado da leitura labial e oralização não é bem-sucedido, a carência de comunicação e privação de conhecimento e informação pode trazer sérias consequências ao desenvolvimento intelectual, emocional e cognitivo. Assim, Family Dog representa em partes, a muitas vezes complicada relação entre surdos e ouvintes. Susan Gregory, em uma pesquisa sobre a relação de crianças surdas com a família publicada no seu livro "Deaf Children and their families" em 1995, constatou que o número de acessos de raiva de uma criança surda pode ser o dobro em relação a crianças ouvintes, isto em decorrência da frustração da criança em não conseguir se comunicar, o que a autora considera inevitável perante a política educacional que, na ocasião da pesquisa, focalizava somente a comunicação oral e nenhuma outra além desta. Afinal, qualquer pessoa como dificuldades em se expressar e ser compreendida pode ficar irritada. Uma criança em um ambiente de familiares ouvintes, por exemplo, ao ver a mãe atender a campainha, não entende o motivo pelo qual esta abriu a porta e, ao abrir a porta em outro momento, provavelmente não irá encontrar uma pessoa como aconteceu no caso de sua mãe. Se o telefone toca, algum familiar ouvinte atende e mexe os lábios, e para a criança surda esta é uma ação sem significado, https://www.imdb.com/title/tt0071691/ https://www.imdb.com/title/tt0071691/ https://www.duporart.com/ https://www.amazon.com/Children-their-Families-Susan-Gregory/dp/0521438470 já que, ao segurar o telefone ao ouvido, não irá escutar nada. Tais situações podem gerar frustração e falta de compreensão em relação aos acontecimentos ao seu redor, além do sentimento de possuir uma diferença negativa em relação à própria família. Pensando nessas questões, a Escola para Crianças Surdas de Rio Branco apresentou, em 2009, o que seria um “Ambiente de Estimulação do Desenvolvimento para Surdos”, espaço que simula uma casa e é destinado aos alunos e familiares atendidos pela escola. O ambiente inclui relógio despertador vibratório, babá eletrônica, telefone para surdos no quarto dos pais e vídeos de desenhos infantis em línguas de sinais. Foram incluídas também paredes internas baixas, possibilitando e facilitando a comunicação entre pessoas em cômodos diferentes. E você, como pode ajudar a mudar este contexto? As sugestões a seguir dependem muito da sua proximidade (amigo, familiar ou colega de trabalho) e da idade em que a pessoa surda se encontra. Mas todas servem para qualquer relação entre pessoas surdas e ouvintes. 1. Aprenda Libras! Saber se comunicar (mesmo que em um nível básico) pela língua materna da comunidade surda é muito importante. Se a pessoa surda for um familiar, torna-se ainda mais fundamental conhecer a Libras para estreitar os laços, trocar ideias, aprender e ensinar, compartilhar a vida. 2. Procure instituições especializadas. No caso de crianças, escolas que considerem o uso e o ensino tanto da Libras quanto do Português. Recursos didáticos, ambientes de aprendizado, dentre tantos outros aspectos da educação, precisam estar em conformidade com as especificidades da surdez. Nestas instituições é importante observar se pessoas surdas ocupam os mais variados cargos como professores, gestores ou servidores. Se quase todos forem ouvintes, a falta de referência de um adulto surdo pode levar a criança surda a se considerar menos capaz. 3. Em escolas, universidades, palestras e eventos, solicite sempre a presença de um Tradutor e Intérprete da Língua de Sinais. É um direito garantido por lei. 4. Estimule a participação da pessoa surda em grupos de surdos. Existem grupos esportivos, religiosos, dentre tantos outros, aonde a Libras é a primeira língua falada e a maioria dos integrantes é surdo. Nestes grupos é possível que a pessoa surda consiga aperfeiçoarsua comunicação em sinais, troque conhecimento e conheça outras pessoas que são surdas como ela! http://www.ecs.org.br/ http://www.ecs.org.br/ Esta convivência entre falantes da mesma língua faz toda diferença para o desenvolvimento, autoestima e integração social da pessoa surda. 5. Informe-se sobre os direitos garantidos por lei à pessoas surdas. Embora os efeitos na prática ainda não aconteçam de maneira efetiva, o Brasil, nos últimos anos, teve avanços significativos no campo das políticas públicas voltadas à inclusão social. Destacam-se a Lei n. 10.436 de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio oficial e legal de comunicação e expressão; o Decreto Federal 5626/2005, que regulamenta a lei 10.436 e a Lei n. 12.319 de 2010, que trouxe a regulamentação da profissão de tradutores e intérpretes da língua brasileira de sinais. A Lei n. 10.098 de 2000, embora utilize o termo "deficiente auditivo" e seja mais abrangente, também estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. 6. Procure materiais e recursos que tenham incorporados a língua de sinais. Embora não tanto quanto é necessário, existem atualmente livros, jogos, filmes e recursos didáticos que incluem a Libras. Estes materiais são muito importantes e benéficos porque frequentemente apresentam representações positivas acerca da surdez, associam Libras e Português e podem ainda aproximar surdos e ouvintes. 7. Considere sempre a experiência da pessoa surda. Se for desenvolver qualquer projeto que tenha como pressupostos acessibilidade e inclusão, procure saber como uma pessoa surda se sente em relação a sua proposta, quais são as possíveis barreiras e sugestões. Sendo ouvintes, nunca saberemos realmente como é ser surdo. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm Acessibilidade, Inclusão Social e Educação de Surdos: Um paradigma em foco Uma coisa é certa, o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha de contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos os seus sentidos, viver com toda a sua alma, sonhar com toda a nossa gente em harmonia societária, significativamente Ser especial, como todos nós. FALCÃO, 2006 Abordar a temática da vida dos surdos nos últimos 20 anos é uma odisséia e um risco. Odisséia porque nunca, em tão pouco tempo, a visibilidade da heterogeneidade e a diversidade estiveram tão presentes na vida dos brasileiros, risco porque atentamos para a ousadia e possíveis erros de não agradar a todos ou mesmo também, em alguns momentos deixarmos de referendar tamanhos valores na literatura e na ciência. Estudiosos que voltados ao ensino, à educação, à família e à vida em sociedade dos surdos não poderiam deixar de serem referenciados, são pesquisadores como TEREZINHA NUNES nossa conterrânea e outros pesquisadores: MORENO, BRYANT, BULL, MARSCHAK E VALLEE, SKLIAR, VYGOTSKY, LURIA e LEONTIEV na Europa e na América do Sul. No Brasil, não poderiam ser esquecidos, MÁRCIA GOLDFELD, EULÁLIA FERNANDES, TÂNIA FELIPE, MARIANA STUMPF concluídos seus estudos de doutorado em Porto Alegre, FABIANO cursando o mestrado na UFSC, entre outros. O “boom” na visibilidade das pessoas surdas, portanto veio a acontecer justamente no final do milênio, entre a década 80 e 2000 se espalhando por todas as esquinas do nosso “brasilzão” e, mais ainda, a partir da publicação recente de lei e decreto, respectivamente, de reconhecimento e regulamentação da Libras – Língua Brasileira de Sinais, que legitimam a luta social pelo respeito às diferenças e a diversidade. Os mecanismos de acessibilidade, portanto, são recentes e sujeitos a muitas dúvidas e incertezas até porque, uma mudança de paradigma não ocorre por Decreto, a fase de transição é demorada e construída com “trincheiras” que muitas vezes se atropelam pela ânsia do fazer acontecer, além da influência cultural herdada por nossos patrícios de (re-)construção pacífica e cíclica da nossa história. O grande aspecto positivo desta odisséia é a de proporcionar atividades que levam a reflexão por serem extremamente importantes para a construção de argumentos e fundamentação uma vez que, somos formadores de opinião e esta linha de pesquisa além de ser muito recente, se apresenta com uma diversidade muito peculiar de uma sociedade plural e multicultural, ambiciosa e inquieta, culturalmente rica, mas pobre de leitura e de leitores que sedimentem os saberes vivenciados numa prática mais profícua e duradoura. Uma coisa é certa, o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha de contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos os seus sentidos, viver com toda a sua alma, sonhar com toda a nossa gente em harmonia societária significativamente em Ser especial como todos nós. A Diversidade No cenário escolar não é exclusividade a presença de surdos, existe toda uma diversidade de gêneros, etnias, alunos com dificuldades de aprendizagem e necessidades educacionais especiais desde a hiperatividade, autistas, transtornos e déficits de aprendizagem, crianças superdotadas, com deficiências sensoriais, motoras, mentais, múltiplas deficiências e os surdos que por sua vez não devem mais serem vistos como culturalmente são identificados na sociedade participantes do grupo das “pessoas com deficiência”, fato este, que requer um atendimento clínico, por refletir-se no modelo terapêutico de uma patologia, contudo, trata-se de alguém que possui uma diferença, Apresentam um canal visual-gestual de comunicação. O estigma de o surdo ser uma pessoa deficiente resolveu, no passado, um problema político ideológico de verticalização e afastamento do “defeito” daquilo que é “perfeito” e “produtivo”. Historicamente veio provocando discriminação, preconceito, conflitos sociais e cognitivos irreparáveis. Este modelo manteve-se alijado da sociedade civil e perdurou durante séculos, a mercê dos ditames políticos que historicamente prestigiaram o poder e a perfeição do belo pelo olhar do mercado, do consumo e do bem capital, como privilégio daquele que melhor produz e mais rapidamente consome para poder ser (re- )aproveitado na frente de produção de qualquer indústria “fabricareira” de produtos humanos. Esta indústria modelar tem nome e endereço certo, tem receita, recursos, produção de massas e ainda é legitimada pelo sistema ideológico vigente, esta indústria chama-se e-s-c-o-l-a. Das diferentes formas de como lidar com cada uma das especificidades humanas, nas sedes destas diversas “indústrias modelares”, também não se podia esperar pela excelência dos centros formadores, pois nem eles, ou ninguém soube o que fazer ou como proceder com “máquinas defeituosas” que não poderiam mais ser lançadas para reciclagem ou acumuladas aos lixos inorgânicos, se dantes eram lançados em cubículos escuros à própria sorte da vida e mantidos, em alguns casos, pela assistência previdenciária do país, hoje reverberam conhecimento científico, cultura, produção social e acumulam riquezas, pagam impostos, são visíveis. No tocante ao planejamento e modelos de fabricação produzidos na escola, ainda apresenta-se “maquetipado” por um denominador curricular indiferente aos vislumbres e habilidades que por ventura surgiriam, não do nada, mas de forças interiores que justificam a natureza e a vida no planeta Terra. A diversidade cultural da população brasileira tem uma característica mais atual e incomum de convivência pacífica, mas não submissa e nem subserviente. O modelo multicultural é uma perspectiva humanizadora e contempla a natureza da humanidade. Assim, oportunizar nos espaços sociaisuma leitura de mundo neste direcionamento é antes de tudo valorar a vida em harmonia na sociedade. As diversas conquistas das pessoas surdas tanto no mercado de trabalho como nas universidades ainda não garantem acesso nem inclusão social para os surdos. Os movimentos sociais ainda permitem- se existir pela desigualdade de direitos e falta de atenção diferenciada que promova a interação social com consciência cidadã. Modelos de Inclusão Bilíngüe e a Escola Numa abordagem sensível e humanizadora, procura-se potencializar no educando oportunidades e habilidades pessoais. Assim, o entendimento sai da esfera do preconceito e da discriminação da pessoa com deficiência, e se qualifica pela oportunidade e respeito de ser diferente despertando para novas formas de interação com o mundo e com relação aos surdos, numa perspectiva lingüística de comunicação, expressão, percepção e interação com o meio, enquanto cidadão consciente, participativo e interativo através da Libras – Língua Brasileira de Sinais oficialmente reconhecida como língua materna dos surdos. Aprende-se Libras para conhecer melhor as pessoas, o mundo, o pensamento, refletindo, construindo e constituindo-se de amor e respeito pelas diferenças. Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver. Nesta perspectiva de agregar valores além da Língua Portuguesa, a Libras se apresenta como intensificador da formação bilíngüe, Libras e Língua Portuguesa. Desperta-se com um salto qualitativo no ensino público superior em alguns estados brasileiros, e ainda mais, na qualidade da formação profissional e educação continuada das diversas profissões e espaços sociais existentes sensíveis e aflitos pela concretização por mudanças sociais. A Formação de Educadores e a Educação de Surdos A educação inclusiva na educação de surdos no final do século passado apresentava a oralidade como fundamentação pedagógica, não existia a figura do intérprete em sala de aula e os surdos eram discriminados e marginalizados pela grande maioria das pessoas justamente por não saberem como lidar com esta especificidade, o ciclo vicioso confirmava a deficiência e o atraso na aprendizagem, não se aprendia como lidar, como se comunicar e a quem servir enquanto modelo verticalizado de ensino e formação. Os saberes docentes eram baseados na criatividade e na sensibilidade pessoal e quem deteve este conhecimento, se mantinha manipulador das tendências pedagógicas, fato que, ainda se observa na maioria dos conteúdos curriculares dos cursos de formação de professores e educação continuada, num modelo conceituado como terapêutico por se reconhecer e valorizar os aspectos nosológicos e medicamentosos cujo conteúdo se apresenta híbrido e monopolizado e por vezes manipulador como formador de opinião. Uma alternativa salutar para este impasse entre os saberes espontâneos e os científicos (re-)surge com a universalização da Libras e a sua oficialização nos cursos de formação de professores e demais cursos de educação, licenciaturas e fonoaudiologia. Os centros de formação e as universidades recebem a responsabilidade de transpor este modelo casuístico e conteudista, contudo, não existem profissionais qualificados para este fim, é como se rodassem em círculos, alimentando-se da própria inoperância. Não houve formação ao longo da história. Os recursos humanos são insuficientes e inoperantes para atender ao mercado. Eis o dilema: não existem surdos (qualificados para o ensino superior) para a educação de surdos. São muitas dificuldades por falta de surdos nos cursos universitários e de pós-graduação. Pela falta de adequação curricular, muitos desistiram por não conseguirem transpor a barreira da formalização dos conhecimentos através da escola. A responsabilidade do ensino dos surdos ainda vai permanecer por muito tempo nas mãos dos ouvintes, segundo o modelo universitário vigente no país, a formação de professores ouvintes fluentes em Libras permanecem assumindo este ensino até que algum dia os surdos consigam, de forma universal assumir o seu papel social de professor e pesquisador universitário. Inclusão x Exclusão Social O conceito de inclusão vem se apresentando como exemplo de (re- )conhecimento social, beleza e desejável numa ampla reforma educacional. Na prática, porém, funciona como exclusão. Exclusão da relação inter e intrapessoal e da comunicação, exclusão da real participação, convivência e interação, tanto no ambiente escolar, como muito mais ainda no ambiente familiar que não desperta do luto da deficiência, permanece no argumento da perfeição e de que o filho de forma compensatória é capaz de realizar, sem perceber-se como modelo híbrido na formação da personalidade autônoma. Existe toda uma discussão filosófica, educacional e psicológica na constituição da personalidade e da educação das pessoas para conviver em sociedade. A criticidade e a revolução educacional são caminhos que estruturam e se baseiam na fundamentação ideológica do que é ensinar-aprender e muito mais ainda no papel da escola como emancipadora e estimuladora da autonomia apoiados invariavelmente pelo espaço familiar. Repensar o papel do binômio família-escola na educação de surdos é, acima de tudo, fundamentar e conceituar a acessibilidade e a inclusão social que carecem de conhecimento integrado entre os saberes populares e científicos. A presença articulada e interagida como forma complementar e convergente se refletem no discurso de FELIPE (2003) “A Educação para Surdos não pode se resumir a uma escolarização repassada por um intérprete, os novos embates e debates, agora, à luz de uma Escola Inclusiva que pressupõe uma Sociedade Inclusiva, não poderão mais ficar em dualismos maniqueístas: ouvintes x surdos, Escola Ensino Regular x Escola e Ensino Especial, Escola de Surdos x Escola de Ouvintes, que subjazem uma ideologia conservadora. O debate agora será em torno de um novo paradigma: uma Escola para Surdos e para Todos, porque nessa Escola, como GADOTTI (1989) afirma “a tarefa da educação” será “a tarefa essencialmente ligada à formação da consciência crítica. Quero dizer que identificaremos educar com conscientizar. O papel da conscientização de que nos fala Paulo Freire é essa decifração do mundo, dificultada pela ideologia; é esse “ir além das aparências”, atrás das máscaras e das ilusões, pagando o preço da crítica, da luta, da busca, da transgressão, da desobediência, enfim, da libertação” (FREIRE, 1995 e 2000)”. É essencial para as crianças surdas utilizarem a Língua de Sinais de sua comunidade com seus pais, com os profissionais da área educacional e com as pessoas de convívio mais próximo para que garanta o desenvolvimento psíquico, social, político e psicológico. É de fundamental importância a interação entre as crianças na sociedade, sem formação de guetos nem de comunidades isoladas, onde todos convivem e interagem física e linguisticamente. A convivência interpessoal e dialética deve ser percebida com naturalidade e refletida sobre os papéis sociais cuja vida, dignamente vivida, funciona como referencial histórico e cultural e não como modelo para ninguém. É preciso atribuir perspectivas e possibilidades humanas entendendo o surdo como um ser eficiente, que se comunica por outro canal e, conseqüentemente, tem outra língua. Uma Experiência, Reflexo do Paradigma da Educação A pouca qualificação profissional de professores e intérpretes atrelados a um contexto curricular defasado
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