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02/05/2020 MD VII – Oncologia (SC) Bianca G. B. Santos| 1 Neuroblastoma Aspectos Gerais Neoplasia maligna de origem embrionária de células precursoras do SN simpático (derivada das células indiferenciadas da crista neural). ⇲ Possuem etiologia desconhecida, ou seja, não há fatores ambientais ou exposições maternas que justifiquem o neuroblastoma. ⇲ Estudos cogitam a possibilidade de alguns fatores de risco (FR) SEM COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA, como: Mães que usaram titura em cabelo durante gestação ou crianças geradas a partir de fertilização in vitro. Aparece durante o período fetal ou durante os primeiros anos de vida. ⇲ 50% é diagnosticado antes 2 anos e 90% antes de 5 anos; ⇲ 2 a cada 3 casos já tem linfonodos comprometidos no diagnóstico. Tumor sólido maligno (extracraniano) mais frequente na infância. É 3ª neoplasia mais comum na pediatria, perdendo para Leucemia e tumores de SNC. ⇲ 50% das neoplasias neonatais; ⇲ Frequência: Masculino > Feminino Existem 2 tipos/formas de neuroblastoma: ⇲ Esporádica: + Frequente; ⇲ Familiar: 1-2% dos casos; + grave. ✼ Pode ser adrenal bilateral ou doença multifocal. Curso/Evolução clínica é variável: ⇲ Regressão Espontânea: Crianças ABAIXO de 1 ano, podem ser acompanhadas para observar se esse tumor por involuir. ⇲ Diferenciação e/ou maturação benigna espontânea ou induzida por drogas Æ Ganglioneuroma. ✼ Têm maior predileção pelo sexo feminino. Ocorrem em qualquer parte do sistema simpático paravertebral, e os sítios mais frequentes são: o interior da cavidade torácica e o retroperitônio. ⇲ Também pode ter evolução extremamente maligna Æ Disseminar. Localização ⇲ Abdome (50-80%): Suprarrenal e retroperitoneal ⇲ Tórax (mediastino posterior) ⇲ Pelve ⇲ Cervical ⇲ Paravertebral (22%): Gânglios de cadeia simpática de qualquer região (desde a cabeça a pelve) ✼ Esses tumores tendem a fazer invaginação através do forame intervertebral ocasionando sintomas neurológicos no paciente. Crianças que NÃO tem infiltração óssea, + de 10% da MO infiltrada ou Sd. de Pepper com comprometimento respiratório. 02/05/2020 MD VII – Oncologia (SC) Bianca G. B. Santos| 2 Achados Clinicos Sintomas inespecíficos Variam de acordo com: ⇲ Idade do paciente; ⇲ Sítio primário do tumor; ⇲ Estádio; ⇲ Síndrome Paraneoplásicas; ⇲ Atividade neuroendócrina do tumor ✼ Ele produz adrenalina, que da irritabilidade, aumento do peristaltismo do intestino, dor... Quase todos os pacientes terão sintomas: Achados de acordo com a localização ⇲ Abdome: Medula suprarrenal e retroperitoneal ✼ Pode-se encontrar massa na loja renal/hipocôndrio/flanco: Fixa, endurecida e de forma irregular que pode ultrapassar a linha média. NÃO infiltra o rim, apenas comprime. ⇲ Tórax: Assintomático em geral; dispneia; Sd. de Horner; ⇲ Pescoço: Massa cervical; Sd; de Horner; ⇲ Forame Espinhal: Sintomas de compressão nervosa por invasão (paresia, parestesia, paralisia, disfunção vesical). Achados Clínicos das metástases (Estadio IV) ⇲ Ossos: Dor óssea difusa; irritabilidade; nódulos em calota craniana (devido infiltração tumoral de ossos periorbitais) = sinal do guaxinim. ⇲ MO: Anemia, pancitopenia ⇲ Linfonodos: Aumento de volume; ⇲ Fígado: Em crianças abaixo de 1 ano, podem ocorre o aumento difuso do fígado, que leva até a compressão respiratória Æ Síndrome de Pepper. ⇲ Tecido SC: Nódulos ⇲ Raramente acomete pulmões e SNC Achados da Sd. Paraneoplásica ⇲ Diarreia secretiva crônica Intratável (VIP): Desaparece quando trata o neuroblastoma. ⇲ Opsomioclonus/Ataxia ✼ Ataxia (incoordenação dos movimentos musculares); ✼ Mioclonias (contrações súbitas dos músculos). ✼ Opsoclônus (movimentos oculares involuntários, incoordenados, multidirecionais e hipercinéticos) Æ “Olhos dançantes . ⇲ Sd. de Horner (associada a tumores em região torácica alta ou cervical) ✼ Ptose unilateral, miose e anidrose. ⇲ Sd. Pepper (Estadio 4S) Febre Dor abdominal Massa abdominal Dor óssea Outros: Perda de peso, irritabilidade, HAS, anorexia, fadiga. * Maioria dos paciente ver com metástases desde o diagnóstico. 02/05/2020 MD VII – Oncologia (SC) Bianca G. B. Santos| 3 Diagnóstico Exames Gerais ⇲ Sintomas Gerais ✼ Hemograma: Anemia (60%) ✼ DHL (↑) ✼ Ferritina (↑) Æ É um marcador de prognóstico, quando aumentada. Mas, também pode estar normal mesmo em tumores enormes. ⇲ Urina Æ Solicitar produtos do metabolismo da adrenalina e nora que conseguimos detectar na urina (quando mais alto, maior atividade neuroendócrina e pior prognóstico). ✼ Ac. Vanilmandélico (VMA) da Urina de 24h. ✼ Ac. Homovanílico (HVA) na Urina de 24h. ⇲ Medula ✼ Mielograma: Faz DD com outras doenças, como a LLA. Neste caso, é necessária a imunofenotipagem. ✼ Biópsia de MO: Pode servir como exame diagnóstico. Exame de Imagem ⇲ RX, USG, TC c/ contraste, RNM c/ contraste. ⇲ Cintilografia de corpo inteiro com MIBG ✼ Capta as células simpáticas produtoras de adrenalina e nora. ✼ Pode identificar metástases ósseas (lesões irregulares e líticas); reação periosteal e fraturas patológicas podem estar presentes. ⇲ PET-Scan ⇲ Cintilografia óssea Achados no exame de imagem ⇲ Rim deslocado interior e lateralmente em tumores originados da adrenal (imagem de lírio caído). ⇲ Calcificações pontuais e necrose sem limites bem definidos em tumor da linha média abdominal. Estadiamento Imagem com ⇲ RNM ou TC ⇲ Cintilografia por MIBG de corpo inteiro Estudos moleculares (estratificação de risco) ⇲ Pesquisa de amplificação do oncogene NMYC. ⇲ Pesquisa da deleção do gene 11q e ploidia do DNA. Estadio 1 (15%) Estadio 2 (5%) Estadio 3 (29%) Estadio 4 (46%) Estadio 4S (5%) Considerações o 4S: Disseminação de até 10% da MO, passando disso, já é estadio 4). Grupo de Risco o Idade o Estadio clínico-radiológico o Histologia o Grau de diferenciação tumoral o Dados citomoleculares: amplificação do oncogene MYC-V, deleção do 11q e ploidia do DNA. o Baixo Risco o Risco Intermediário o Alto risco 02/05/2020 MD VII – Oncologia (SC) Bianca G. B. Santos| 4 Diagnóstico Histologico Biopsia do Tumor OU Biopsia da MO/ associada a aumento de catecolaminas urinárias ou séricas (ou seus metabólicos). Maturação/Diferenciação dos tumores neuroblásticos Histologia ⇲ Neoplasia maligna de células pequenas, redondas e azuis, que fazem diagnóstico diferencial com outros tumores da infância, como rabdomiossarcoma (Tu de partes moles a nível do abdome), sarcoma de Ewing e LNH. ⇲ Tumores bem diferenciados: Rosetas e neurofibrilas evidentes ⇲ Tumores pobremente diferenciados: Necessitam de melhor investigação para se concluir o diagnóstico (IHQ); ⇲ Imunohistoquímica (IHQ) Æ Obrigatório fazer em TODOS os Tu sólidos e linfomas. ✼ NB – 84; ✼ Cromogranina; ✼ Sinaptofisina. Biologia Molecular ⇲ Amplificação do oncogene Myc-N (PCR); ⇲ Esse oncogene ajuda a regular o crescimento das células. Dessa forma, quando ele estiver amplificado, as células irão se multipliquem rapidamente. ⇲ Está amplificado em 25-35% dos casos. Destes, 90% estarão no estadio III ou IV. Diagnóstico Diferencial ⇲ Localização ✼ Esplenomegalia ✼ Hepatomegalia ✼ T. de Wilms ✼ Geocromocitoma ⇲ Patologia: LNH, Sarcoma de Ewing e Rabdomiossarcoma. ⇲ Mielograma: LLA ⇲ Outros: Síndrome da Criança Espancada. Tratamento Tipos ⇲ Cirurgia Æ Indicado em todos os casos, exceto <1 ano, onde na maioria dos casos, o Tu tende a involuir. ⇲ Quimioterapia ⇲ Radioterapia ⇲ Transplante de MO ⇲ Ác. Retinóico Æ Amadurece o neuroblastoma. ⇲ MIBGterapêutico ⇲ Vacinas Dendríticas Æ Estudos! Para Estadio IV. ⇲ AC Monoclonal Æ Ainda sem grandes sucessos. Grupos de Risco ⇲ Baixo: Apenas cirurgia ⇲ Intermediário: Quimio + Cirurgia + Radio; ⇲ Alto: Quimio com altas doses + Cirurgia + Transplante autólogo de MO + Uso de Ác. Retinóico e imunoterapia. Recidiva Æ Ordem de frequência Neuroblastoma Ganglioneuroblastoma Ganglioneuroma 02/05/2020 MD VII – Oncologia (SC) Bianca G. B. Santos| 5 Prognóstico ⇲ Idade ✼ < 1 ano: Bom ✼ > 1 ano de idade: Variável ⇲ Idade + Estadio ✼ < 1 ano com estadio I,II ou IVS tem 80% de sobrevida em 5 anos; ✼ Estadios mais avançados tem 50% de sobrevida. ⇲ SG x SLE ✼ Sobrevida Global (SG): Paciente está vivo, independente do nº de recidivas Æ 62% em 5 anos; ✼ Sobrevida Livre de Eventos (SLE): Paciente livre de doença em progressão Æ 52% em 5 anos. ** Na medida em que houve progressão da doença, já não é mais SLE, agora ele é um paciente com SG (+1 mês? + 1 ano? ...). ⇲ Amplificação do oncogene myc-N é fator de mau prognóstico.
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