Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistemas de Distribuição Créditos Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância Diretor Regional Luiz Francisco de Assis Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Reitor Sidney Zaganin Latorre Diretor de Graduação Eduardo Mazzaferro Ehlers Gerentes de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva Roland Anton Zottele Coordenadora de Desenvolvimento Tecnologias Aplicadas à Educação Regina Helena Ribeiro Coordenador de Operação Educação a Distância Alcir Vilela Junior Professor Autor Fátima Guarda Sardeiro Revisor Técnico Marcos José Corrêa Bueno Técnico de Desenvolvimento Regina de Freitas Jardim Ferraz Coordenadoras Pedagógicas Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Nivia Pereira Maseri de Moraes Equipe de Design Educacional Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti Alexsandra Cristiane Santos da Silva Angélica Lúcia Kanô Cristina Yurie Takahashi Diogo Maxwell Santos Felizardo Elisangela Almeida de Souza Flaviana Neri Francisco Shoiti Tanaka João Francisco Correia de Souza Juliana Quitério Lopez Salvaia Kamila Harumi Sakurai Simões Karen Helena Bueno Lanfranchi Katya Martinez Almeida Lilian Brito Santos Luciana Marcheze Miguel Mariana Valeria Gulin Melcon Mayra Bezerra de Sousa Volpato Mônica Maria Penalber de Menezes Mônica Rodrigues dos Santos Nathalia Barros de Souza Santos Renata Jessica Galdino Sueli Brianezi Carvalho Thiago Martins Navarro Coordenador Multimídia e Audiovisual Adriano Tanganeli Equipe de Design Visual Adriana Matsuda Camila Lazaresko Madrid Danilo Dos Santos Netto Estenio Azevedo Hugo Naoto Inácio de Assis Bento Nehme Karina de Morais Vaz Bonna Lucas Monachesi Rodrigues Marcela Corrente Marcio Rodrigo dos Reis Renan Ferreira Alves Renata Mendes Ribeiro Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti Thamires Lopes de Castro Vandré Luiz dos Santos Victor Giriotas Marçon William Mordoch Equipe de Design Multimídia Cláudia Antônia Guimarães Rett Cristiane Marinho de Souza Eliane Katsumi Gushiken Elina Naomi Sakurabu Emília Correa Abreu Fernando Eduardo Castro da Silva Michel Iuiti Navarro Moreno Renan Carlos Nunes De Souza Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Wagner Ferri Sistemas de Distribuição Aula 01 Processos Logísticos Objetivos Específicos • Conhecer os processos logísticos de abastecimento, operacional e, em especial, a distribuição. Temas Introdução 1 Processos Considerações finais Referências Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Cada vez mais as pessoas compram produtos que estão distantes de seus domicílios e desejam recebê-los em um prazo menor e da maneira como o viram disposto numa loja, num site, ou qualquer outro local onde efetuou sua compra. E, nesse sentido, a logística é uma das funções importantes para se administrar uma empresa, uma vez que exerce impacto direto no atendimento ao cliente. E o papel da logística não para por aí. Essa compra dispara outra necessidade da empresa: administrar todo o fluxo de matéria-prima, bem como outros recursos necessários para disponibilizar o produto acabado e que foi comprado pelo cliente. E quanto maior a distância entre o fornecedor da matéria-prima, a empresa fabricante, o ponto de venda e o cliente, maiores se tornam os desafios logísticos para que o produto adquirido pelo cliente chegue no tempo certo e da forma como foi adquirido. No Brasil temos grandes desafios a vencer neste sentido, uma vez que somos um país de dimensões continentais. Para termos uma ideia da grandiosidade, no território brasileiro cabe o equivalente a 11 países do tamanho do Chile. Por isso a logística assume um papel fundamental quando busca um equilíbrio entre atender as necessidades do cliente, utilizando as melhores opções, de acordo com a exigência de tempo e lugar e praticando o menor custo. Os desafios podem ser ainda maiores quando se trata de uma empresa que tem fornecedores e/ou clientes fora do território brasileiro, como é o caso de muitas organizações que vão à busca de melhorar seus custos de produção, e para isso utilizam fontes de recursos melhores e com custos menores, ou que se aventuram a buscar novos mercados para seus produtos. Nesse caso a complexidade logística assume dimensões maiores. Em outro país temos variáveis, como o idioma, a legislação, as políticas econômicas e comerciais, trâmites aduaneiros que tornam o trabalho da logística muito maior. É preciso, além de vencer as distâncias, buscar as melhores alternativas, os menores custos totais da operação e vencer as barreiras culturais existentes num comércio internacional. Fatores como a globalização, as tecnologias de informação e comunicação, modos de transporte maiores e mais rápidos contribuem para empresas e consumidores buscarem fontes alternativas de fornecimento, acelerando a necessidade de uma logística que atenda as exigências de tempo: quantidades de estoque disponíveis e de lugar – para que os estoques cheguem mais rápido aonde são necessários (BALLOU, 2012). Vamos entender um pouco de como funcionam os processos para que os produtos possam chegar às mãos daquele que o necessita, ou seja, como se compõe a logística e como ela deve interagir de modo a encontrar as melhores alternativas, criando vantagens competitivas para as empresas. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 1 Processos Para que possamos estudar os sistemas de distribuição, torna-se necessário conhecer os Processos Logísticos, e, em especial, o processo de distribuição, no que ele consiste e qual sua importância para que o produto chegue ao consumidor quando ele precisa e no local que ele necessite. Além de ser um dos processos logísticos, a distribuição tem sua importância pelo suporte ao Marketing, que, entre outras atividades, atende aos pedidos dos clientes. Atender ao cliente, seja com um produto ou um serviço, dispara um processo logístico dentro das empresas. Esse fato gera uma necessidade de suprimento seja de recursos materiais, humanos e financeiros. Para que esses recursos se transformem num produto ou num serviço, eles passam por um processo operacional que os deixam como o que é esperado pelo cliente. Terminado esse processo, desse bem ou serviço, ele já está à disposição para ser entregue, conforme foi solicitado. A logística, então, é constituída, basicamente, de um fluxo de materiais e de um fluxo de informação. Dentro do fluxo de materiais temos três processos que são: abastecimento, operacional e distribuição. Os processos são compostos por atividades, funções e tarefas com o objetivo de realizar determinado serviço, atender um pedido, atender um cliente, entre outros desafios gerenciais de um departamento ou da empresa (BOWERXOX, 2012). Para que os processos possam acontecer de maneira uniforme, temos, então, um fluxo de informações que é iniciado pelo pedido do cliente e um fluxo de materiais ou serviços que se inicia com a necessidade de suprimentos para atender esse pedido. Deve haver um inter-relacionamento dessas atividades de abastecimento, operacional e distribuição física, de modo a não ocorrer falhas, serviços incorretos, ou seja, uma integração que evite que ocorram rupturas que paralisem o processo. Figura 1 – A integração logística Fonte: Bowersox e Closs (2011, p. 44). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 Ainda, para que esse fluxo seja eficiente e eficaz, é necessário controlar os custos operacionais, sem deixar de atender aos objetivos de qualidade do cliente. Temos dois objetivos que devem ser gerenciados: atender ao cliente, seja ele interno ou externo, à empresa e a necessidade de remunerar de forma eficiente o capital do acionista praticando os menores custos operacionais para que a empresa se mantenha competitiva. Para isso, vamos entenderum pouco dos processos. Além do fluxo de materiais, temos o fluxo de informação, que se trata da necessidade de planejamento de operações, itens do pedido do cliente, quantidades a serem abastecidas e/ou movimentadas por meio das atividades desenvolvidas para que o fluxo de materiais aconteça de modo eficiente (BOWERXOX, 2001). Trata-se das estratégias operacionais e de como a comunicação deve acontecer entre os participantes de um processo logístico. Esse tema não é o foco da nossa disciplina, por isso sua abordagem será de forma superficial. Conheceremos as partes que compõem uma operação logística, iniciando pelo processo de suprir. 1.1 Processo de Suprimento Também chamado de Logística Inbound, o processo de suprir é aquele que coloca recursos e matérias-primas à disposição daqueles que o necessitem. O Processo de Suprimento possui desafios de quanto pedir, quando pedir, e é ligado ao nível de serviço desejado. Tanto o cliente interno (produção) como o cliente externo (consumidor) da empresa precisam ter insumos no caso da produção e produtos no caso de consumidor, disponibilizados quando precisem. Esse processo é importante, pois agrega “valor de tempo” (BALLOU, 2012, p. 25), ou seja, os processos são dinâmicos e os estoques precisam estar posicionados onde são necessários. Faz parte de uma política estratégica da empresa, pois manter ou não estoques tem a ver com outros fatores como as políticas financeira, comercial e operacional da organização. Atualmente as empresas precisam vencer barreiras culturais, econômicas, geográficas, entre outras tantas, em virtude da diversificação dos locais onde seus fornecedores possam estar localizados. Fatores como distância, confiabilidade, capacidade podem fazer com que o processo de suprimento seja mais dinâmico e diversificado. O dinamismo com que os estoques precisam estar posicionados impacta no processo operacional das organizações. 1.2 Processo Operacional Esse processo inicia a movimentação de produtos desde o recebimento do material (suprimento), até sua disponibilização para o envio ao cliente (distribuição). Atividades como recebimento, conferência, manuseio, movimentação, estocagem, separação de pedidos e expedição dão apoio à manufatura de produtos, ou ao envio ao cliente. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 5 Você sabe a diferença entre armazenar e estocar? Enquanto no processo de suprimento a quantidade de material é responsável pelo nível de serviços, nesse processo a quantidade de material pode fazer com que a empresa arque com custos maiores para movimentar esse estoque onde ele é necessário. Temos, nesse caso, de tomar decisões e avaliar quais impactos de custos são necessários e qual grau de atendimento ao cliente precisamos, trata-se de um trade-off (trocas compensatórias) da logística, decisões que temos que tomar, buscando o melhor custo-benefício para o cliente e para o acionista. Atuando como um elo entre o suprimento, dando apoio à produção e atendendo aos requisitos do cliente, o processo de armazenar comporta várias atividades de entrada, tais como conferência, manuseio, etiquetagem, movimentação e estocagem até onde ela ficará guardada dentro do armazém. Esse material que entra também deverá sair após um período. Temos, assim, as atividades de saída que são necessárias quando o material for transferido para outro lugar ou for vendido. Essas atividades consistem na separação, conferência, manuseio, movimentação e expedição. A atividade de expedir um produto dá início ao processo de distribuição. Figura 2 – Processo de Armazenar Fonte: elaboração própria. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 6 1.3 Processo de distribuição Esse processo inicia-se após a atividade de expedição, que, de forma resumida, consiste em disponibilizar o produto, bem como a documentação que o acompanhará à disposição para ser deslocado até o ponto onde é necessário. Esse deslocamento pode ser para outro local, onde ficará armazenado podendo ser de propriedade da empresa ou não, porém ainda permanecerá de posse da empresa, ou seja, não se tratará de uma transferência de titularidade. Pode ainda ser uma remessa para outro cliente, caracterizado por uma venda de mercadoria, ou uma remessa de amostra, entre outros casos que possa configurar uma transferência de titularidade. Tanto num caso como em outro, o processo de distribuição permite que esse produto esteja, no local e no momento desejado, onde ele será necessário. Esse processo, então, agrega “valor de lugar” (BALLOU, 2012, p. 25) à logística da empresa. Para entender melhor como isso funciona, imagine que você precise de água em sua residência e para isso teria que retirar a quantidade desejada em algum local onde existissem reservatórios de água. A água é um item de consumo vital para o ser humano, sem ela sobrevivemos poucos dias, portanto não deve faltar nos lares de cada um. Os canos de água que são os dutos, um dos modos de transporte, são os responsáveis por entregar esse produto tão precioso à nossa saúde, bem no momento que desejamos, ou seja, quando abrimos nossas torneiras. O foco da nossa disciplina recai sobre esse processo tão importante, que concentra a maior parcela de custos logísticos da empresa, que lida com incertezas de demandas externas (atender ao cliente) e de demandas internas (fluxos de produção irregulares) e que por isso precisa ser eficiente e atender a operação logística das organizações proporcionando competitividade e atendendo as necessidades dos clientes (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Para entender melhor, nas próximas aulas conheceremos alguns pontos do marketing, de canais de distribuição, entre outros para os quais um sistema de distribuição deve adaptar-se. Considerações finais Vimos até aqui os processos operacionais numa empresa, para que se entregue um conjunto de bens ou serviços, capazes de atender as necessidades dos clientes. Para isso é preciso ter uma eficiência operacional para que os custos logísticos envolvidos não tirem a competitividade dessa organização. Um sistema de distribuição é o responsável pela entrega desse pacote de valor esperado por esse cliente no local e momentos desejados, ou seja, disponibiliza o produto ou serviço conforme as necessidades do cliente. Por isso ele precisa estar adequado às estratégias de marketing que as empresas idealizam. Esse é o foco das nossas próximas aulas. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 7 Referências BALLOU, R.H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2012 BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo, Atlas, 2001. Sistemas de Distribuição Aula 02 Estratégia de Distribuição Objetivos Específicos • Conceituar o que são canais de distribuição e as articulações com a entrega física do produto Temas Introdução 1 Estratégias de distribuição Considerações finais Referências bibliográficas Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Desde a fabricação do produto até a entrega ao consumidor, o caminho pode ser longo, tanto com relação à distância percorrida quanto às atividades, procedimentos e pessoas envolvidas por trás do processo. Não há um padrão. Para que isso seja determinado é preciso conhecer o produto, suas características, o público que vai consumi-lo e a melhor forma de fazê-lo. Além de todas essas variáveis, é necessário preocupar-se com os custos envolvidos nessa operação, para que o preço final não inviabilize a compra. Diante de todos esses desafios, é necessário criar estratégias, ou seja, maneiras pelas quais o produto chegue ao cliente de forma rápida, no momento que ele precise, ao menor custo possível. Essas estratégias são os canais de distribuição que sãoconstituídos por uma rede de empresas envolvidas e mobilizadas para atender o cliente. Podemos ter, basicamente, três tipos de canais: • comerciantes: são empresas que compram o produto da indústria e o vendem para o próximo ela da cadeia de suprimentos. São eles os atacadistas, varejistas; • representantes: são empresas que intermediam a compra e a venda do produto. Agem como um elo entre a indústria e o consumidor; • facilitadores: são empresas que servem de ponto de apoio para minimizar as distâncias entre a empresa produtora e o consumidor. Vamos iniciar esta aula com uma leitura sobre as estratégias de distribuição e compreender como as empresas se articulam no sentido de fazer com que o produto ou serviço desejado chegue às mãos do cliente. Para isso vamos ler o capítulo 15 (p. 448-50) do livro de Kotler, Administração de Marketing (2006), disponível no ambiente virtual de aprendizagem. 1 Estratégias de distribuição Em qualquer um dos tipos de canais mencionados, temos a questão dos custos envolvidos na intermediação da transação. Isso significa que, a cada canal pelo qual o produto passe, os custos envolvidos nessa passagem precisam ser adicionados ao produto. Assim, a escolha do Marketing deve ser criteriosa para definir os canais que comporão a rede de distribuição do produto. Se por um lado cada canal acrescenta um custo ao produto, por outro lado, cada Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 canal pode ser um ponto de localização desse produto, possibilitando que o consumidor tenha mais opções de encontrar aquilo que deseja, no momento que deseja. Esses canais podem ser utilizados de forma combinada, ou seja, uma empresa produtora utiliza mais do que um tipo de canal. Veremos que isso pode ser feito dependendo do público-alvo e do volume de vendas que o público representa de modo a não inviabilizar financeiramente a rede de distribuição. Importante ressaltar que uma empresa estabelece suas políticas, com base em questões financeiras, de produção e de marketing. Atender ao cliente no que ele precisa, em relação à distribuição física do produto, do ponto de vista de marketing é o que veremos nesta disciplina. Para isso, precisamos entender que o cliente gera uma rede de demandas e as empresas precisam estabelecer parcerias que somem esforços no sentido de adicionar valor ao produto final entregue ao cliente. Trata-se de uma “rede de valor” (KOTLER, 2006, p. 450), um sistema de alianças entre as empresas para abastecer e entregar suas ofertas. Considerações finais Na próxima aula veremos quais os tipos de canais que uma empresa pode utilizar para distribuir seus produtos. Veremos que pode haver muitas variedades de composição de empresas envolvidas com esse propósito. A escolha certa potencializa o valor do produto ou do serviço entregue ao cliente. Referências bibliográficas BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. São Paulo: Prentice Hall Pearson, 2006. Objetivos Específicos Temas • Conceituar Canais Verticais, Híbridos e Múltiplos e suas propriedades. Fátima Guarda Sardeiro Sistemas de Distribuição Aula 03 Professora Canais de distribuição Introdução 1 Canais diretos e indiretos Considerações finais Referências Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Vimos no tópico anterior que os canais são sistemas organizados de órgãos e instituições que executam todas as funções necessárias para ligar os produtores aos consumidores finais, a fim de realizar a tarefa de marketing. Trata-se de um conjunto de empresas que vai desde o fabricante, passando pelo atacadista, varejo até o consumidor final, e pode envolver empresas que prestam serviços chamados pós-venda, como assistência técnica, ou montagem final. Do ponto de vista logístico há uma preocupação com relação a execução e desempenho eficiente, ou seja, trata-se de manter o nível de serviço adequado ao cliente ao menor custo logístico. Do ponto de vista de marketing um canal de distribuição agrega valor ao produto quando o disponibiliza de diversas formas ao consumidor. Este capítulo contribuirá para entender o que é canal vertical e canal horizontal de marketing. Veremos que são estratégias utilizadas pelas empresas para que possam ampliar suas potencialidades de vendas. KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall Pearson, 2006. p. 465-7. 1 Canais diretos e indiretos Temos o canal direto quando esse contato não mantém intermediários, ou seja, o produto sai do produtor direto para as mãos do consumidor indicada pela ausência de terceiros entre eles. Figura 1: Canal direto Fonte: elaborado pelo autor. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 Figura 2: Canal indireto Fonte: elaborado pelo autor. Já no canal indireto, temos o fabricante ou produtor que conta com o auxílio de outros intervenientes para que seu produto chegue ao consumidor. Essas empresas entre o produtor e o consumidor podem ser um agente, um atacadista, e/ou um varejista. Tudo dependerá das estratégias adotadas pela empresa. Nos casos em que a cadeia de suprimentos é internacional, a utilização de um agente que conheça os costumes e trâmites locais pode ser ideal. Esse interveniente age como um facilitador nos processos e métodos adequados para atuação naquele país, o que pode envolver muitas pesquisas e gastos caso a empresa se decida por fazê-lo por conta. 1.1 Sistema vertical, híbrido e múltiplo Os sistemas verticais são canais de distribuição administrados de forma centralizada a fim de obter maior eficiência e impacto de marketing. Para atingirem diversos mercados, as empresas podem utilizar dois tipos de canais: o direto e o indireto. Elas também podem utilizar canais diferentes associados a produtos diferentes de uma mesma empresa. Essas decisões estão ligadas a fatores estratégicos para adequar-se à comercialização eficiente do produto. A empresa também pode optar por canais distintos tomando como base o mercado e não o produto. Assim como a empresa BR Foods, que detém a marca Sadia, comercializa por meio de varejistas e usa vendas institucionais para refeições em escolas, hospitais e aviões. Nesse caso a empresa utiliza canais múltiplos. Além dos canais diretos e indiretos, temos o canal reverso, quando os produtos se movem no sentido inverso, ou seja, do consumidor para o produtor ou outros participantes da cadeia. Temos o caso de empresas fabricantes de latas de alumínio, um dos produtos mais reciclados no Brasil, que agrega cooperativas, catadores de latinhas e empresas recicladoras. Esse tipo de canal vem tomando força uma vez que está ligado a questões de sustentabilidade, em que fatores econômicos, ambientais e sociais trazem uma dimensão maior que a simples comercialização e geração de renda para os participantes. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 Nas perspectivas citadas, cada membro da cadeia é responsável pelo seu segmento. O controle é isolado. Já quando temos um dos membros que toma a iniciativa tanto na produção quanto na distribuição, temos o canal vertical, ou o Sistema Vertical de Marketing (SVM). Isso acontece, por exemplo, com o hipermercado Carrefour, assim como outros hipermercados, que são poderosos varejistas. Considerações finais Além desses fatores, atualmente as empresas, para se tornarem mais competitivas, buscam novos mercados para seus fornecedores e parceiros a fim de atender o consumidor que pode estar fora do território nacional. Trata-se dos canais globais. Essa prática é cada vez mais impulsionada pelas tecnologias da informação que aproximam mercados, possibilitam trocas financeiras e de informações em questões de segundos. Na próxima aula falaremos sobre e-commerce: o comérciofeito sem a ajuda de uma estrutura física, em que lojas virtuais atendem a um público cada vez maior e mais distante geograficamente, desafios que levam a logística a adequar a distribuição física a essa nova realidade, sem sobrecarregar financeiramente o custo do produto. Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall Pearson, 2006. Sistemas de Distribuição Aula 04 E-commerce Objetivos Específicos • Mostrar ao aluno os desafios da entrega de produtos no comércio virtual Temas Introdução 1 Sistema de distribuição no e-commerce Considerações finais Referências bibliográficas Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Atualmente, é crescente a decisão das pessoas por comprarem produtos pela internet, sem a necessidade de irem a uma loja física. É a chamada compra virtual. Isso se deu a partir da evolução das tecnologias da informação, em especial a da internet e das mudanças econômicas, entre outros. Essa tendência muda a ordem econômica para muitas atividades. Para as empresas, traz a necessidade repensarem sua atividade produtiva e comercial. Já para os intervenientes das transações comerciais (bancos e administradoras de cartão de crédito) gera a necessidade de adequarem as formas de pagamento, estimulando, assim, o comércio, buscando inclusive formas de tornarem mais seguras as operações. Nesta aula vamos estudar o e-commerce ou o comércio pela internet, sem a necessidade de ir a uma loja física: compras virtuais. Essa atividade exige das empresas um site atrativo e confiável, uma entrega correta e na data e uma atenção especial ao cliente. Acesse, no ambiente virtual, a leitura recomendada para um melhor entendimento desta aula. A compra em lojas virtuais faz com que as empresas eliminem alguns custos por um lado, porém exige esforços no sentido de tornarem suas operações de marketing e logísticas mais eficientes. Isso porque o consumidor não tem a segurança de ter um vendedor, uma estrutura de “tijolos e argamassa” como numa loja física, tampouco tem a oportunidade de manusear antes o produto comprado, apenas vê-lo por um site e pelo computador, numa atividade a distância que torna tênue a relação de confiança entre comprador e vendedor. O site onde o cliente navegará precisa ser atrativo, ser de fácil entendimento e ser seguro no sentido de preservar as informações do consumidor. Além disso, deve proporcionar formas de contato no próprio site, ou por outras vias como telefone, e-mail, redes sociais, blogues, enfim, o objetivo é facilitar, fomentar e estreitar o relacionamento comercial, fidelizando o consumidor, principalmente quando for uma reclamação ou crítica. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 1 Sistema de distribuição no e-commerce Ainda, para fortalecer as relações comerciais, a empresa precisa tornar eficiente seu processo logístico, por se tratar de um canal importante e uma forma de tornar confiável o relacionamento entre vendedor e consumidor. Receber da forma correta o que comprou e no prazo acordado é fundamental. Nessa perspectiva, é importante um sistema de distribuição correto, pontual que agregue o “valor de lugar” e o “valor de tempo” (BALLOU, 2012, p. 25). Isso quer dizer que, embora o consumidor possa fazer a compra com certa desconfiança, por não poder pegar o produto em suas mãos, como numa loja física, um sistema de transporte pode reverter a situação quando adiciona valor ao produto, entregando no lugar que é necessário e no momento que é esperado. Além de ter a missão de adicionar credibilidade à compra, um sistema de distribuição também tem como responsabilidade ser eficiente do ponto de vista de custos logísticos. Isso pode ser desafiador. Acontece que nosso consumidor pode estar em qualquer ponto do território nacional e a entrega deve chegar até ele. Para isso, em alguns casos, é preciso contar com um sistema logístico complexo, em que a utilização de mais de um modo de transporte se torna necessário. Considerações finais Para se ter uma ideia da complexidade, existem alguns lugares onde o acesso deve ser feito apenas por vias navegáveis. Como um barco ou navio não consegue também chegar a qualquer lugar, o trecho precisa ser feito também por modo rodoviário. Na nossa próxima aula, veremos o que são e quais são os modais de transporte, bem como as características de cada um, seus pontos negativos e positivos e as possibilidades de combiná-los a fim de dar conta do vasto território brasileiro. Referências bibliográficas BALLOU, H.R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall Pearson, 2006. Sistemas de Distribuição Aula 05 Modais de Transporte Objetivos Específicos • Conceituar os modais de transporte e suas especificações e principais características Temas Introdução 1 Sistema de distribuição Considerações finais Referências Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Nesta aula vamos compreender que a atividade comercial desenvolvida pelo marketing, precisa de uma continuidade: é necessário dar andamento ao pedido do cliente. Isso é muito importante, pois uma compra carrega o desejo de ter o objeto ou a mercadoria que comprou, bem como as expectativas de ser atendido no local combinado, na data prevista. Isso precisa ser cumprido fielmente para dar continuidade a uma relação comercial sólida e com credibilidade. Após a compra, a mercadoria é separada, conferida e embalada adequadamente. A empresa vendedora emite a nota fiscal – documento obrigatório dentro do território nacional, para que uma mercadoria transite de um local para o outro –, quando o produto já pode ser enviado ao cliente. 1 Sistema de distribuição Nesse momento inicia-se o trabalho do transporte, que pode ser feito pela própria empresa vendedora por meio de um funcionário e um veículo próprios. A empresa também pode optar por um transporte terceirizado. E existe ainda a possibilidade de combinar as duas coisas, isso dependerá de alguns fatores, tais como o trecho a ser feito, o tipo de mercadoria, ou a distância. Quando se opta por terceirizar a atividade de transporte, podemos, ainda, trabalhar com um só parceiro, ou utilizar várias empresas transportadoras. A adoção do melhor formato deve atender de forma eficiente e eficaz o cliente que aguarda a mercadoria comprada ser entregue. A eficiência consiste em utilizar o melhor formato no que diz respeito aos custos envolvidos e a eficácia em entregar a mercadoria sem avarias, e no prazo acordado. Um sistema de transporte que atenda a empresa está relacionado com a quantidade de instalações que ela possui, com a área geográfica a ser coberta pelo transportador, com os objetivos da empresa de entrega rápida ou agendada, e, dentro dessas variáveis, podemos ter a combinação entre elas que resulta num processo complexo a ser cumprido. Além dos objetivos operacionais que citamos, o transporte tem um componente financeiro que pode comprometer a competitividade da empresa caso o deslocamento sobrecarregue o preço do produto. Nesse sentido, temos alguns fatores a serem considerados que fazem com que o custo possa ser maior. Nas próximas aulas conheceremos quais são esses fatores. Além de deslocar o produto de um local para o outro, um transportador tem como atividades emitir documentos, disponibilizar informações, coletar e entregar o produto. Pra isso, é necessária uma estrutura física própria ou não para exercer sua atividade e uma infraestrutura, conforme o tipo de transporte, ou seja, uma rodovia, ou um porto, uma estrada férrea ouum aeroporto, ou ainda dutos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 Temos, basicamente, cinco tipos de modais: rodoviário, aquaviário, ferroviário, aéreo e dutoviário. Conheceremos as características de cada um deles. 1.1 Características dos modais de transportes Rodoviário: é o transporte feito por caminhões, vans, kombis, furgões, utilizando, para isso, as vias e rodovias. A principal característica desse modal é a flexibilidade e a não dependência de outros modais. É o único que consegue completar o trajeto sem a necessidade de utilizar outro meio de transporte. É indicado para volumes pequenos de cargas e para curtas distâncias, o que não o torna ideal se a área geográfica a ser coberta for muito extensa. Em comparação com outros modais, como o aquaviário, sua capacidade é muito pequena, fazendo com que não seja apropriado nos casos de grandes quantidades a serem deslocadas. É indicado para curtas distâncias porque seus custos variáveis (combustível, pneus, manutenção) são altos (BOWERSOX; CLOSS, 2001). A combinação ideal é a utilização desse modal para curtas distâncias com a utilização de um modal que tenha maior capacidade de carga para distâncias maiores. Aquaviário: esse transporte é feito por água, podendo para isso utilizar rios, lagos internos e mares. A navegação marítima é uma das mais antigas formas de transporte da humanidade (KEEDI, 2009). Tem papel importante devido a sua grande capacidade de carga, o que o torna ideal para grandes distâncias e grandes volumes a serem deslocados trazendo com isso uma competitividade com relação aos custos de frete diante de outros modais. Devido a grande quantidade de rios e a grande extensão de costa marítima que temos no território nacional, seria um transporte ideal para ser utilizado em regiões mais distantes dos centros de produção, porém ainda não é a realidade brasileira. Esse modal carece de uma estrutura portuária para ser utilizado o que o torna dependente do modal rodoviário ou ferroviário para que consiga completar o trajeto, a menos que o destino e a origem estejam ao lado do porto (BOWERSOX E CLOSS, 2001). Como o transporte aquaviário é indicado para grandes volumes de carga, isso pode comprometer sua eficiência no que diz respeito à rapidez. Ocorre que, para ser competitivo, é preciso que navegue com a capacidade máxima, o que, dependendo do tamanho da embarcação, pode demorar um período maior para ser completado, fazendo com que a mercadoria demore mais tempo para ser entregue. Aéreo: para que esse transporte seja feito, é necessária também uma estrutura de aeroportos. O deslocamento é feito por aviões que podem transportar tanto carga quanto passageiros. Sua característica principal é a rapidez com que uma mercadoria pode ser deslocada de um lugar para outros, o que o faz ideal para cargas com alta perecibilidade tais como órgãos para serem transplantados. Essa rapidez, porém, tem um alto preço. O combustível utilizado no transporte aéreo é o mais caro e poluente. Esse detalhe inviabiliza Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 financeiramente um deslocamento, a menos que o objetivo seja a urgência e não os custos. Veremos mais à frente que existem casos que os custos relativos ao frete desse modal podem ser justificados. Esse modo de transporte, assim como o aquaviário, é dependente de um modal terrestre como rodoviário ou ferroviário. Ele é indicado para cargas pequenas e valiosas pois, devido a menor quantidade de manuseios a que a carga é submetida, pode trazer uma economia com relação a embalagens e seguros de carga (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Ferroviário: as ferrovias, instalações, armazéns e pátios trazem um componente de custo que torna esse modal desfavorável com relação a custos fixos para que o transporte por trilhos seja feito. Porém sua grande capacidade de comportar grandes volumes de cargas por grandes distâncias torna o modal eficiente com relação ao custo de frete. Isso faria do transporte por ferrovias o transporte ideal no território brasileiro, porém ainda é subutilizado. Até meados dos anos 1990 do século XX, a responsabilidade por manter e construir ferrovias era de competência do Estado brasileiro. A partir daí, foram concedidos alguns trechos para a iniciativa privada. Essa mudança está alterando alguns cenários do transporte brasileiro. Investimentos estão sendo feitos, contribuindo com uma maior utilização desse modal. É possível ver alguns segmentos, como o transporte de combustíveis, utilizarem mais intensamente esse modo de transporte. Em termos de velocidade de deslocamento de mercadoria e de quantidade de manuseios a serem feitos, esse modal se torna mais atrativo para mercadorias que possuem um baixo valor agregado como as commodities. Por isso ele é mais indicado no transporte para produção, o que não é o foco da nossa disciplina. Dutoviário: esse modo de transporte é muito específico para determinados produtos ou empresas. Os dutos são tubulações por onde são transportados os produtos que devem estar na forma líquida ou gasosa. São operados sem interrupções, durante toda a semana, 24 horas por dia (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Isso faz desse modal o transporte ideal para produtos críticos aos seus consumidores e clientes: a água. Seu fornecimento não pode ser interrompido, já que se trata de produto imprescindível à sobrevivência, logo os reservatórios de água devem funcionar continuamente, bem como todas as tubulações devem conter a água para que não haja interrupções de abastecimento. Nesse modo de transporte não há a necessidade de embalagem, o produto é deslocado a granel. Para isso, exige custos fixos altos de instalação e manutenção das estruturas, porém o custo variável é baixo. Pelo seu aspecto restrito a alguns produtos, esse modal não será abordado em nossa disciplina. Se compararmos algumas características operacionais tais como velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência de cada modal: o ferroviário, o Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 5 rodoviário, o aquaviário, o dutoviário e o aéreo, com cada característica, veremos que o modal rodoviário, em termos operacionais, é o mais bem pontuado, no que diz respeito a velocidade, disponibilidade, confiabilidade e frequência. Ele perde apenas no quesito capacidade. Já o modal aquaviário é o que se classifica como o mais problemático em termos operacionais, porém ele é o mais bem pontuado no item capacidade. Tabela 1. Classificação das características operacionais relativas por modal de transporte (quanto menor a pontuação, melhor a classificação) Características Operacionais Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário Aéreo Velocidade 3 2 4 5 1 Disponibilidade 2 1 4 5 3 Confiabilidade 3 2 4 1 5 Capacidade 2 3 1 5 4 Frequência 4 2 5 1 3 Total 14 10 18 17 16 Fonte: Bowersox; Closs (2001, p. 291). Isso quer dizer que, dependendo dos objetivos da empresa, é importante buscar o tipo de transporte que atenda ao cliente com eficiência e eficácia, bem como toda estrutura dos canais de distribuição. Considerações finais Essa característica – capacidade –, que torna o modal aquaviário o melhor, é importante quando consideramos fatores financeiros. Veremos na nossa próxima aula que atender o cliente no que ele necessita é importante tanto quanto não sobrecarregar os custos operacionais para fazê-lo. Referências BOWERSOX, D. J; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. KEEDI, Samir. Transportes, unitização e seguros internacionais de carga: prática e exercícios. São Paulo: Aduaneiras, 2009. Sistemas de Distribuição Aula 06 Modais de Transporte Objetivos Específicos • Mostrar as relações entre o modal de tranportes e sua relação com nível de serviço e custos Temas Introdução 1 Transportes e os fatores econômicos Considerações finaisReferências Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Vimos que uma empresa tem canais de distribuição a serem atendidos e por isso precisamos ter um sistema de transporte adequado que atenda as demandas vindas dos participantes do canal, sejam elas dentro ou fora do território nacional, de uma loja física como um varejista que demanda quantidades maiores ou de uma compra on-line (e-commerce) que, ao contrário do varejista, demanda somente um item, na maioria dos casos. Para isso, conhecemos alguns modos de transporte e suas características com relação a disponibilidade, capacidade, agilidade entre outras variáveis que tornam o modal adequado ou não aos objetivos em questão. Além desses fatores operacionais existem outros aspectos a serem considerados. Vamos abordar sete questões econômicas que impactam nas decisões de transporte: distância; volume; densidade; facilidade de acondicionamento; facilidade de manuseio; responsabilidade e mercado (BOWERSOX E CLOSS, 2001). 1 Transportes e os fatores econômicos Distância: é um dos principais fatores que afetam o transporte. A partir do ponto de origem e do ponto de chegada temos questões de deslocamento de um produto como o combustível que será utilizado, a mão de obra, a manutenção, desgaste de peças. Dentro dessa variável temos ainda duas questões a serem abordadas, uma é saber se a distância é cumprida sem paradas ou se são entregas fracionadas. Neste segundo caso, podemos ter custos com relação a movimentação nas paradas que devem ser feitas. Volume: outro fator importante é o espaço que essa carga vai ocupar em determinada unidade transportadora. Ocorre que cargas mais volumosas exigem espaços maiores e isso está relacionado diretamente com a capacidade do veículo. A decisão mais adequada é quando temos o caso de uma carga que exige muito espaço, utilizamos o modal que se adapte a essa exigência, caso contrário, teremos que fazer muitas viagens para deslocar de um ponto ao outro e isso se torna antieconômico. Densidade: esse fator está na relação peso e espaço. Geralmente temos mais restrição de espaço dentro das unidades transportadoras do que de peso. Essa característica implica que temos um custo maior em cargas mais leves e menos pesadas. Isso acontece porque temos um custo fixo a cada vez que transportamos e que não está associado à distância. Para otimização do transporte é necessária a diluição desse custo por unidade transportada e isso se dá melhor quando temos um veículo com grande capacidade de carga. Facilidade de acondicionamento: existem algumas cargas que fogem do tamanho, peso e do formato-padrão, quando tomamos como base uma unidade transportadora. Nesses casos não há um aproveitamento adequado dos espaços e com isso se trafega com uma unidade com espaços ociosos. Isso tira a otimização, logo é um fator que deve ser considerado no Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 planejamento de um sistema de distribuição. O indicado seria tornar o formato dessa carga padronizado e uma das soluções seria a adoção de uma embalagem. Nas nossas próximas aulas, falaremos sobre embalagem e suas relações com o transporte de produtos. Facilidade de manuseio: assim como temos uma carga fora dos padrões para acondicionar, podemos ter nessa mesma carga uma dificuldade para manusear. Devemos considerar que há dois momentos em que precisamos movimentar que são no carregamento e no descarregamento. Isso pode acontecer mais do que uma vez, dependendo da distância em questão e do número de modais que serão utilizados na rota. Nesses momentos, há a necessidade de utilização de equipamentos que podem acompanhar a unidade transportadora ou que devem estar nos locais onde serão feitos os respectivos carregamentos e descarregamentos. Esse fator também deve ser considerado nos casos de produtos perigosos que podem ter riscos (explosão, corrosão, entre outros) e que por conta disso exigem a utilização de equipamentos especiais do veículo para casos de emergência, bem como os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para o motorista e seus ajudantes. Responsabilidade: nesse item temos, basicamente, três variáveis envolvidas: risco, segurança e perecibilidade. Na primeira, podemos ter uma carga perigosa e num acidente ocorrer a contaminação de uma via pública, interromper um fluxo de veículo, ou mesmo contaminar um rio. Nesses casos há é preciso adotar um seguro de responsabilidade civil para minimizar possíveis consequências danosas e também a utilização de pessoas especializadas (habilitadas, com curso específico e treinadas nos riscos do produto em questão) para o transporte. Ainda, a unidade transportadora deve ser certificada por órgão competente e possuir as sinalizações necessárias. Na segunda variável, há a questão da segurança. Existem algumas áreas geográficas, bem como tipo de carga que são mais vulneráveis para o ataque criminoso e que, por conta desse fator, temos a necessidade de adotar sistemas e equipamentos de proteção. Na terceira variável, temos o fator perecibilidade que exige um cumprimento do tempo de entrega para não comprometer a validade do produto e em alguns casos há a necessidade de adotar uma unidade transportadora refrigerada para preservar as condições da mercadoria. Mercado: as dimensões continentais do Brasil garantem a ele uma grande diferença geográfica e climática. Existem regiões que são acessíveis somente pelo modo aquaviário quer seja pela inexistência de vias e rodovias em condições de tráfego ou pela distância, o que torna o transporte por esse modo inviável financeiramente. Para grandes distâncias o transporte por rio ou por ferrovia seria o mais indicado, porém não temos uma regularidade nesse modal. Isso pode comprometer o tempo de trânsito de um deslocamento. Para ilustrar esse fator, vamos conhecer o caso da Usina Itamarati. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 Acesse no ambiente virtual a leitura disponível da Midiateca sobre: Quando o rio é a única via Evolução dos negócios na região Peculiaridades da operação fluvial. Considerações finais Vimos que existem muitos fatores que influenciam nas decisões de transporte e para avaliar seu impacto precisamos considerar o tipo de carga em questão. Essas decisões precisam ser integradas com as instalações a serem atendidas. Esse é o tema da nossa próxima aula. Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo, Atlas, 2001. CARDONA, Sônia Monfil. Quando o rio é a única via. Tecnologística, revista do segmento de Logística e Transportes, Publicare Editora Ltda., ano XVIII, n. 204, nov. 2012, p. 56-57. Sistemas de Distribuição Aula 07 Instalações Objetivos Específicos • Conceituar e mostrar os diferentes tipos de instalações que compõem um sistema próprio de distribuição Temas Introdução 1 Instalações Considerações finais Referências bibliográficas Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Já vimos sobre os modais de transporte e como utilizar o melhor sistema de forma a obter o melhor nível de serviço de acordo com as características de cada modal, considerando ainda as questões dos custos envolvidos para isso. Para ter um sistema adequado de deslocamento de produtos, é necessário que se saiba qual será o ponto de origem, qual o ponto de destino, quantas paradas serão feitas, quais as quantidades a deslocar de um lugar para o outro, entre outras questões. Todas essas variáveis dependerão de quantas instalações o sistema de transporte irá servir. Esse será o foco da nossa aula: instalações. Abordaremos o assunto, basicamente com foco físico, ou seja, quais os tipos de instalações, como funcionam, características, entre outros aspectos. E também com um focoestratégico, refletindo sobre a instalação adequada para obter vantagem competitiva dentro de uma cadeia de suprimentos. Sob essas duas perspectivas – foco físico e foco estratégico – temos outra diversidade de maneiras de a empresa utilizar as instalações. Ela pode optar por ter instalações próprias onde ela mesma cuida de todas as etapas, desde a fabricação, armazenamento e pontos de apoio para distribuição, num sistema verticalizado. Ela ainda pode ter um sistema em que ela trabalhe em parceria com outras empresas utilizando as instalações destas. Ou, ainda, uma mistura das duas opções. Não existe um sistema melhor entre os que apontamos, o que existe é um sistema adequado para atender cada tipo de operação específica, dentro de uma gama de características que devem ser verificadas para a escolha da melhor alternativa. Tomar a decisão acertada quer dizer que a empresa proporciona ao seu cliente um nível de serviço de qualidade, com um sistema operacional dinâmico, correto e com os menores custos para isso. É por isso que as instalações precisam ser projetadas conhecendo as especificidades do produto, do cliente, da praça e da propaganda, que são funções do Marketing. Escolher as instalações adequadas deve ser feito em conjunto com Marketing de modo a proporcionar vantagem competitiva para a empresa. 1 Instalações Definir quais serão as instalações fixas numa cadeia de suprimentos é uma decisão complexa, porque é ela que dará os contornos, as formas e a estrutura ao conjunto completo de uma cadeia de suprimentos (BALLOU, 2006). Temos ainda a questão do tamanho dessa instalação, o que implica qual será o seu objetivo, qual será a capacidade que deverá atender o que será feito nas suas dependências. Trabalhar com uma instalação grande, ou duas pequenas que atendam uma região maior, também é uma questão que deve ser pensada. A decisão de adotar uma instalação própria implica, ainda, decidir se a instalação será adquirida ou será alugada. Dentro das duas perspectivas, existem alguns fatores que devem ser avaliados: mão de obra, adequação da instalação ao tipo de serviço e produto; adoção Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 de estruturas; utilização de equipamentos de movimentação e manuseio; necessidade de um sistema de informação. Todas estas questões incorrem em custos. Além desses fatores, há os chamados custos estruturais que são água, luz, telefone, limpeza, segurança física e patrimonial, entre outros, dependendo da especificidade do produto. Essas questões físicas de instalação devem ser decididas em conjunto com as questões comerciais, ou seja, as instalações devem ser o ponto de suporte para que uma cadeia de suprimentos seja competitiva e para isso deve atender o cliente/consumidor no momento, local e quantidade que ele precisa, praticando os menores custos operacionais. Para compreender melhor essas questões, vamos ver o caso da Danone, empresa com fatores que tornam mais complexas suas instalações tais como ter um produto que precise de refrigeração, a vida útil do produto é curta e a área geográfica a ser atendida é muito distante da fábrica da empresa. Nele temos uma opção pelas duas alternativas no sistema de distribuição: instalação própria (para fabricação) e terceirizada (para armazenagem e distribuição). O caso da empresa Danone foi publicado na revista Tecnologística em janeiro de 2012. A empresa precisava expandir sua operação na região Nordeste, porém, tinha alguns fatores de incerteza que poderiam não dar certo. Assim ela achou melhor compartilhar os riscos com um parceiro logístico. O texto está disponível na midiateca do ambiente virtual. Após a leitura, vale observar alguns pontos-chave no caso da Danone que fizeram com que ela tomasse a decisão de configurar suas instalações daquela forma: • lead time dos produtos: iogurtes têm vida curta, a partir do momento que são fabricados devem estar disponíveis rapidamente no ponto de venda, senão perdem as condições de venda ideais; • fornecedor principal da Danone deve estar próximo dela, ou seja, nesse caso são os produtores de leite e não é em qualquer região geográfica que há as condições ideais para se produzir essa matéria-prima; • o consumidor nordestino não tinha por hábito consumir esse tipo de produto, o que poderia vender ou não; • instalações iniciais demandam investimento e adequações e incorrrem em custos Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 fixos e mensais que, caso não tenham contrapartida nas vendas, se tornam inviáveis economicamente; A opção por ter uma instalação em parceria com outra empresa foi acertada a partir do momento que houve a partilha dos custos diluindo, dessa forma, os riscos de um investimento inicial. Outro destaque para a decisão da Danone foi que o operador logístico escolhido é especializado nesse tipo de produto (que precisa ficar sob refrigeração e tem tempo de vida curto). Com relação à produção, a Danone decidiu-se por ela própria fabricar seus produtos, uma vez que já tinha instalações na região nordestina, bastando apenas reativá-la, e o local era favorável porque tinha uma bacia leiteira, ou seja, o fornecimento da matéria-prima estava garantido. A instalação da fábrica diminuiu o tempo de atendimento àquela região, uma vez que a Danone possuía apenas fábrica na região Sudeste (Poços de Caldas – MG), distante geograficamente da região Nordeste, o que aumentava seu tempo de entrega e diminuía o tempo que o produto ficaria exposto no ponto de venda (o varejo). Outro ponto que merece destaque nessa iniciativa é que uma instalação de uma fábrica, na maioria das vezes, traz crescimento econômico para a região, melhorando a qualidade de vida das pessoas e trazendo retornos tanto para a população, para o governo local, bem como para a Danone. Destaque ainda para o fato de que, além das duas fábricas, a produção é complementada por empresas e cooperativas que produzem alguns produtos para a Danone, como forma de aumentar a capacidade sem ter necessidade de investir em plantas próprias. O único cuidado é com a qualidade do produto. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 5 Considerações finais As instalações devem atender regiões geográficas que necessitem de estruturas locais. Em conjunto com essa opção, é preciso decidir por um sistema de transporte que dê suporte entre as necessidades de deslocamento de produtos entre fornecedores e indústria; indústria e centros de distribuição; e/ou centros de distribuição e varejistas. Todas essas questões são fatores estratégicos que devem ser baseados no nível de serviço ao cliente, bem como nos custos envolvidos nas opções. No caso da Danone, como pudemos ver, foi adotado uma solução que contemplava tanto um sistema próprio, quanto a parceria com um operador logístico que atuou nas questões de armazenagem e distribuição dos produtos e, o que era mais importante, sob as condições exigidas devido as peculiaridades do produto. Outro fator que pudemos destacar foi o desafio de atuar numa região de grande abrangência geográfica como a região Nordeste e que está afastada geograficamente da indústria, fato que levou a empresa a optar por uma indústria própria local, para aumentar o tempo que o produto estivesse disponível no varejo. Trata-se de um fator competitivo para esse participante da cadeia que atende o consumidor. Nossa próxima aula também abordará as instalações para atender um sistema de distribuição. Veremos as opções de um sistema terceirizado. Referências bibliográficas BALLOU, H.R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006 BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. MARINO, Sílvia. Decisão Acertada. Tecnologística, revista do segmento de Logística e Transportes, Publicare Editora, ano XVIII,número 206, janeiro/2013, p. 48-52. Sistemas de Distribuição Aula 08 Instalações – Parte 2 Objetivos Específicos • Conceituar e mostrar os diferentes tipos de instalações que compõem um sistema em parceria de distribuição e finalidade de armazenamento. Temas Introdução 1 Instalações como pontos estratégicos 2 Instalações terceirizadas 3 Depósitos públicos 4 Depósito contratato Considerações finais Referências Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Uma empresa precisa operar com pontos de apoio para que consiga atender seus consumidores, num sistema de distribuição. Nesses pontos de apoio são executadas atividades que dão suporte, agilizam e facilitam, não sendo apenas um depósito para guardar material, nele podem acontecer várias atividades necessárias para processar um pedido de um cliente. Uma instalação pode concentrar diversas cargas vindas de destinos diferentes e que vão para um local só ou diversos locais. Esse rearranjo de produtos precisa de uma instalação física para acontecer. Com o crescimento do poder aquisitivo das famílias, que tem acontecido de uma forma gradual, acompanhado também pela crescente tendência de compras virtuais (e-commerce) as empresas estão experimentando uma elevação de suas vendas. Isso faz com que as organizações precisem readequar suas operações de entrega. O aumento dos canais de distribuição como estratégia de marketing para elevação de vendas deve ser acompanhado também por investimentos no sistema de distribuição competente para atender a expectativa do cliente, que é comprar e receber pelo seu produto no menor prazo, sem avarias e na quantidade desejada. Além do crescimento econômico, temos outro fator que traz complexidade aos sistemas de distribuição. Trata-se da diversificação de produtos e os constantes lançamentos. Esse fator, combinado com os desafios de atender clientes em áreas geográficas cada vez maiores, faz com que as empresas busquem formas de otimizar entregas, conciliando o que vem de fornecedores e o que segue para o cliente. 1 Instalações como pontos estratégicos É por essa razão que uma instalação tem um caráter estratégico que pode ser utilizado para diversos fins tais como um centro de distribuição, terminal de consolidação, uma instalação de break bulk - local onde veículos de fornecedores têm suas cargas separadas e transferidas para veículos menores de entrega (figura 1) - ou mesmo de cross docking - veículos de vários fornecedores com cargas separadas são transferidas para outro veículo com destino único, numa carga consolidada (figura 2). (BOWERSOX, 2001). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 Figura 1 – Break bulk Fonte: Bowersox (2001, p. 327). Figura 2 – Cross docking Fonte: Bowersox (2001, p. 327). Como acontecem inúmeras atividades em uma instalação, tais como conferência, manuseios, movimentação, entre outras, conforme vimos na nossa primeira aula, há um consumo de recursos muito grande, tais como mão de obra, tecnologia da informação, equipamentos de manuseio, equipamentos de movimentação, entre outros dependendo do segmento da empresa, que demandam investimentos e ainda incorrem em custos fixos mensais, quando a empresa opta por ter um sistema próprio. Some-se a isso, dependendo do tamanho da área geográfica onde essa empresa atua, Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 qual seu segmento e outros vários elementos da empresa, bem como elementos externos do segmento e da região a que essa empresa pertence, que exige não uma, mas várias instalações que deem apoio ao sistema de distribuição. Isso significa que o investimento e o custo crescem à medida que a empresa aumenta suas operações. Diante desses fatores que possam demandar capital da empresa, a terceirização pode ser uma opção viável que traga ganhos de competitividade e que minimize os riscos. 2 Instalações terceirizadas Quando uma empresa vai adotar um parceiro logístico, para ser um ponto de apoio, dentro de suas operações de distribuição, deve ter outros propósitos e não só a redução de custos. Isso porque esse parceiro poderá ficar entre a empresa e seu cliente e isso pode ser bom ou muito ruim. Além de atender o aspecto financeiro, o parceiro precisa também possuir um conjunto de atributos que sejam alinhados com o propósito da empresa contratante, porque senão o elo em um sistema de distribuição pode se romper e terminar num problema sério com o cliente. A terceirização não é o foco da nossa disciplina, por isso não vamos nos aprofundar no assunto. Em um sistema terceirizado, podemos ter dois tipos: depósito público e depósito contratado (BOWERSOX, 2001). Ambos são operados por uma empresa parceira que normalmente oferece um conjunto de serviços padronizados a uma gama de clientes, o que pode ser vantajoso do ponto de vista dos custos. Além disso, a empresa pode optar pelo pagamento de uma taxa fixa ou de uma taxa variável. 3 Depósitos públicos Os depósitos públicos, também chamados de depósito gerais, podem acondicionar uma variedade de mercadorias, tais como produtos químicos, refrigerados, eletroeletrônicos, farmacêuticos, entre outros tipos. Além disso, podem oferecer serviços de importação ou exportação, pois alguns deles possuem licença do governo para operar com aduana. A utilização de um depósito aduaneiro pode ser vantajoso para a empresa a considerar que se poderá postergar o pagamento dos impostos de importação em alguns casos. Fatores como flexibilidade financeira e vantagens de economia de escala também podem ser proporcionados pelos depósitos públicos (BOWERSOX, 2001). Isso significa que empresas que operam nesse segmento têm nessa atividade seu negócio principal, logo se especializam e sabem dos riscos inerentes, investem em tecnologia e mantêm pessoal altamente especializado. Além disso, a terceirização pode transformar um custo fixo da empresa num custo variável. Ainda a contratante dos serviços pode contar com investimentos e atualizações feitos pelo parceiro e aproveitar sua expertise no negócio. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 5 4 Depósito contratato Num depósito contratado, a empresa pode ter uma área em um local que seja somente dela, é como se fosse um local próprio, operando em um local público. Para que seja atrativo, deve combinar um relacionamento a longo prazo e o compartilhamento dos riscos (BOWERSOX, 2001). Nesse tipo de contratação, a parceria pode caminhar para uma expansão dos serviços, caso as empresas tenham esse objetivo, o que traz ganhos operacionais pela transferência de toda uma operação logística para um parceiro, deixando a empresa concentrada no seu negócio principal. Considerações finais Como vimos nas aulas 7 e 8, um sistema de distribuição precisa de pontos de apoio para que sejam executadas tarefas e atividades que agregam valor à operação logística. Dentro dessa necessidade, temos a premissa de que esse sistema deve atender aos aspectos de marketing mantendo um nível de serviço adequado e também praticar os menores custos operacionais, o que proporciona competitividade à empresa. A opção por instalações terceirizadas pode ser uma alternativa viável porque, além de diluir riscos com o novo parceiro, pode transformar custos fixos que a empresa teria em custos variáveis, não necessitar mobilizar o capital da empresa em investimentos em estruturas, equipamentos e outros e ainda deixar a empresa com foco em seu negócio principal. Para que não tenha uma ruptura na cadeia de abastecimento, é necessário buscar um parceiro logístico que tenha eficiência operacional, esteja alinhada no propósito de um serviço de qualidade e que tenha compromisso em atender as expectativas do cliente, sem o quê uma parceria não terá êxito. Na nossa próxima aula falaremos de outro item que também é importante em um sistemade distribuição. Trata-se da informação. Veremos como ela é fundamental para que as atividades aconteçam evitando erros operacionais, retrabalhos, baixa de produtividade que são fatores que interferem no desempenho operacional, causando maiores custos. Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. Sistemas de Distribuição Aula 09 Informações Objetivos Específicos • Mostrar a importância da informação em um sistema de distribuição Temas Introdução 1 Da era industrial para a era da informação 2 Informação num sistema de distribuição Considerações finais Referências Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Nas duas aulas anteriores comentamos sobre os fatores físicos e estratégicos das instalações e de como esse item é importante na composição de uma rede de pontos de apoio que torna melhor e mais dinâmico um sistema de distribuição. É importante ainda lembrar que para escolher as instalações mais adequadas devemos pensar no fator custo-benefício para tomar decisões no sentido de optar por uma instalação própria ou uma instalação em parceria. Na aula de hoje, vamos compreender outro fator importante para um sistema de distribuição. Trata-se da informação e de como esse componente dá início a um processo operacional logístico para atender ao cliente. A importância de obter o dado correto no momento que iremos executar determinada atividade ou iniciar um processo garante que aquilo vai acontecer da melhor forma. E não para por aí, além de saber a informação correta, saber a informação com antecedência é fator primordial nos casos que serão comentados adiante. 1 Da era industrial para a era da informação Voltando pelo menos uns 50 anos atrás, quando não tínhamos ainda grandes modificações acontecendo, quando as mudanças ocorriam de forma mais lenta dando tempo para as empresas analisarem os acontecimentos e repensarem sua forma de atuação, não tínhamos tantas necessidades de informação antecipada. Bastava manter-se atualizado com o que estava acontecendo. Ao contrário dos tempos atuais, em que o cenário se mostra muito mais dinâmico, ter a informação antecipada e correta é essencial para o sucesso de uma empresa. Essas mudanças acompanharam as atualizações tecnológicas, econômicas e sociais, nas quais a internet trouxe grandes transformações na forma de se comunicar e de difundir uma informação. Essa ferramenta, se bem utilizada pelas empresas, pode trazer inúmeros fatores positivos, desde um mapeamento, um estudo de tendência, aproximação de um grande número de pessoas, pesquisas de mercado, entre outros benefícios. Assim como pode ajudar colaborando, pode, ainda, contribuir para denegrir uma marca ou um produto. Ocorre que, atualmente, as pessoas, em sua grande maioria, utilizam ferramentas como as redes sociais. Nesses locais as informações circulam muito rapidamente, fazendo com que um fato bom ou ruim chegue ao conhecimento de milhões de pessoas em poucos instantes. Por isso um cenário pode mudar depressa e, assim, as empresas devem estar preparadas. Um exemplo é quando alguém fala algo pelo Twitter (uma das ferramentas de redes sociais) e tem repercussão rápida entre milhões de pessoas com um simples apertar de teclas. Vamos compreender as questões da informação em processos logísticos e em especial no processo de distribuição. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 2 Informação num sistema de distribuição Embora a tecnologia tenha avançado, não é garantia que a informação vinda por ela seja de qualidade. De acordo com Bowersox (2001), uma informação distorcida ou ineficiente pode comprometer o desempenho operacional, sendo que as deficiências mais comuns enquadram-se em duas grandes categorias. A primeira diz respeito às tendências e aos acontecimentos. No âmbito logístico muitas situações precisam ser evitadas, com informação antecipada. Um exemplo trata-se de uma questão problemática para um sistema de distribuição, que é o roubo de cargas. Quando vai planejar um roteiro para entrega de uma carga valiosa, ou de uma carga que é muito visada para roubo, a pessoa que irá fazer tal planejamento precisa de uma série de informações do veículo, do motorista, da carga, da rota que irá fazer, dos sistemas de segurança que irá adotar, entre muitas informações antecipadas. O fator surpresa põe em risco a vida do motorista e traz danos patrimoniais para a empresa. A segunda categoria, para Bowersox (2001), diz respeito à diferença entre o que o cliente deseja e o processamento de seu pedido. Vimos na nossa primeira aula que um processo logístico parte de uma necessidade de produto ou de serviço do cliente. A partir disso é disparado um fluxo de materiais, informações, recursos financeiros e pessoas que são mobilizados para atender a esse pedido. Por isso, se a informação não for condizente com as necessidades do cliente, essas séries de atividades, que seriam feitas para atendê-lo, incorrem em erros e custos desnecessários que tiram a competitividade de uma cadeia de suprimentos. Por isso é muito importante que a informação do pedido do cliente esteja correta porque dela depende todo o desempenho de uma cadeia de suprimentos. Num sistema de distribuição em especial, uma informação incorreta traz inúmeras deficiências. As devoluções de mercadoria exigem retrabalho, ou seja, que se refaça o pedido e o entregue novamente. Temos aí custos gerados pela devolução que não estava prevista, o deslocamento de um funcionário que estava fazendo um trabalho para fazer um retrabalho, as mercadorias devolvidas que precisam ter um fluxo reverso de entrada no estoque para não ocasionarem problemas e um custo invisível que se traduz na insatisfação do cliente com a entrega errada e o atraso. O custo institucional da informação incorreta é difícil de ser mensurado, isso porque o cliente pode nos dar uma nova chance reclamando e expressando o quanto ele ficou descontente pelo erro, mas, se ele simplesmente não reclamar e resolver mudar de fornecedor, é um caso problemático para a empresa, pois com certeza será muito difícil recuperar esse cliente insatisfeito. Para Bowersox (2001, p. 40) “a vantagem do fluxo rápido de informações está diretamente relacionada com o equilíbrio dos procedimentos de trabalho”. Para exemplificar, imagine uma Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 empresa ponto.com que atua no e-commerce e que tem como estratégia a entrega rápida dos pedidos feitos on-line. Se não houver uma troca de informações correta e eficiente entre marketing, gerenciamento de estoque e distribuição de produtos, o processamento do pedido do cliente pode ficar comprometido, tirando a competitividade da empresa. A informação também é muito importante para o gerenciamento do pedido e as projeções (BOWERSOX, 2001). Como já vimos, uma sequência de atividades é disparada para atender uma demanda prevista. Essas atividades consomem recursos diversos, que, por consequência, consomem custos para serem operacionalizadas. Sendo assim, caso essa previsão de demanda seja muito otimista ou pessimista, pode gerar sobras ou ter faltas para atender o que foi projetado. Esse fator foi o que levou a empresa Renault, montadora francesa de automóveis, a adotar o sistema S&OP (Sales and Operation Planning) na sua planta do Brasil. Para a empresa o fato da previsão de demanda ser feita apenas pelo marketing incorre num viés comercial de estímulo às vendas, o que pode se tornar um problema nas questões operacionais para atender tal demanda, gerando distorções, incorrendo em custos desnecessários e em sobras de produto antes, durante e após o processo produtivo. A ferramenta ajudou a Renault a fazer um refinamento das projeções comerciais e transformá-las numa previsão em sintonia com asdemandas operacionais, melhorando o fluxo de caixa e diminuindo custos operacionais, proporcionando um desempenho operacional e ao mesmo tempo mantendo o nível de serviço ao cliente. Não foi fácil, uma vez que foi compartilhada uma decisão que sempre foi do setor comercial e isso se faz com muito planejamento e conscientização. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 5 Considerações finais Para ser competitiva uma empresa precisa repensar suas estratégias constantemente. Numa era em que a informação circula rápida e livremente, estar preparado para utilizá-la de forma competente é questão de sobrevivência para a organização. A previsão e o processamento incorreto induzem a empresa a um desempenho no mínimo mediano, e, diante das adversidades causadas pelas mudanças, a empresa precisa no mínimo estar entre as melhores. Você está utilizando as informações de forma correta para gerenciar sua carreira profissional? Se pensou muito, corra! Você pode perder alguma chance se não estiver preparado para abraçar uma chance quando ela surge. Estude! Leia! Faça cursos! E mantenha-se atualizado. Não pare nunca de aprender. Para processar informações, temos que ter sistemas operacionais e equipamentos que possibilitem um fluxo contínuo e correto dentro dos processos logísticos, evitando rupturas para atender o cliente. Este será o foco da nossa próxima aula: sistemas de informação. Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. MARIANO, Sílvia. Maior poder de decisão. Tecnologística, revista do segmento de Logística e Transportes, Publicare Editora, ano XVII, número 196, mar. 2012, p. 1. Sistemas de Distribuição Aula 10 Tecnologia da Informação Objetivos Específicos • Abordar as principais tecnologias da informação na distribuição e sua relação com o nível de serviço ao cliente Temas Introdução 1 Tecnologia de informação nos processos logísticos 2 Processamento da informação 3 Operacionalização da informação 4 Tecnologias no transporte Considerações finais Referências Fátima Guarda Sardeiro Professora Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 2 Introdução Vimos na aula anterior a importância da informação para um sistema de distribuição eficiente. Além da informação correta, ter acesso antecipadamente faz com que possamos atuar de modo estratégico frente a mudanças constantes. Isso é fundamental porque, além de evitar custos desnecessários, mantém-se o nível de serviços adequado às necessidades dos clientes e traz competitividade à empresa. Para fluir entre os processos, a informação precisa de mecanismos adequados que garantam sua veracidade e consonância com o que é importante e necessário ser feito. Nossa aula abordará sobre a questão das tecnologias que dão suporte as operações, e em especial as operações de distribuição dentro da cadeia de suprimentos. Veremos quais principais ferramentas podem colaborar para um processo preciso, organizado e confiável. 1 Tecnologia de informação nos processos logísticos Nos últimos 20 anos basicamente, acompanhamos a criação e inserção de diversos sistemas, equipamentos e softwares para tornar os processos logísticos ágeis e confiáveis. Vieram, em grande parte, no bojo da inserção da internet. Hoje, fica difícil imaginar uma empresa que não se utilize pelo menos de um computador para acompanhar, registrar entradas e saídas de um estoque, ou outros processos logísticos. Por menor que seja a empresa e por mais simples que seja o processo, há a necessidade da adoção de uma Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC). A TIC, dependendo de sua finalidade, possibilita a troca eletrônica de dados, gerir inventários e reposição de estoques, sistemas de código de barras, sistemas de roteirização, sistemas de esteiras rolantes, gerenciamento de armazéns, robotização para entradas ou saídas de palete, entre outras tantas possibilidades que existem e que possam ser adotadas. Podemos classificá-las em soluções para suprimento, armazenamento, atendimento ao cliente, projetos e transporte. Nosso propósito não é explorar o assunto sobre TIC, mas, sim, compreender de que forma uma ferramenta pode colaborar num sistema de distribuição. Veremos que a introdução da internet possibilitou o comércio virtual, tornando mais complexo e exigente o atendimento ao cliente. E as mudanças econômicas, sociais e políticas com as questões da sustentabilidade estão fazendo com que as empresas atuem, não só num fluxo contínuo de atendimento ao cliente, mas também num fluxo reverso de seus produtos ou serviços, bem como no descarte correto do material utilizado. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 3 2 Processamento da informação A entrada de dados numa empresa por meio do pedido de um cliente dá início a uma série de atividades para atender essa solicitação. Temos nesse momento a entrada em pelo menos três frentes: a comercial, financeira e operacional. O departamento comercial efetiva a venda, verificando se há disponibilidade do produto, ou há o início de um processo produtivo. Basicamente, isso dependerá de alguns fatores, entre eles, o tipo de produto e a política de atendimento ao cliente da empresa, entre outros. O departamento financeiro aprova financeiramente o cliente, gerando a respectiva nota fiscal, bem como outros documentos financeiros que efetivam a venda. E o departamento operacional é responsável pela separação, expedição e transporte do produto até o cliente, ou dará início ao processo produtivo antes dessas etapas quando for o caso. Em linhas gerais, esses departamentos trocam informação por meio de um sistema operacional de comunicação que pode, ainda, ter interfaces com outros participantes da cadeia de suprimentos para atender ao pedido do cliente, porque esses processos podem ser feitos num mesmo local físico ou não e, ainda, podem ser feitos por empresas diferentes, mas que atuam em parceria para atender ao mesmo consumidor do produto. Essas são algumas possibilidades, existem muitas outras combinações, porém, não nos cabe um aprofundamento neste momento. 3 Operacionalização da informação Na questão da operacionalização do pedido do cliente, podemos ter, em linhas gerais a seguinte configuração: • recebimento da informação; análise e verificação; transmissão para locais de processamento; repasse aos usuários envolvidos; prever, antecipar, planejar; rastrear a informação por meio dos processos e atividades por quais ele transita; controlar e relatar as operações que foram processadas e estão completas (VIVALDINI e PIRES, 2010, p. 139-140). No processo logístico, temos a TIC, que pode ser aplicada no armazém, onde são executadas atividades de conferência, manuseio, movimentação, estocagem, separação e expedição. Nesse caso são utilizados os WMS (Warehousing Management System) – software gerenciador das atividades de um armazém – em conjunto com outros aplicativos tais como: • RFID (Radio Frequency Identification): possibilita a identificação e rastreabilidade de um produto; Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Sistemas de Distribuição 4 • Reconhecimento de Voz: equipamentos que guiam o funcionário por meio da voz, eliminando o manuseio de papel e caneta; • Esteiras, transportadores e mesas moduladas e acopladas a leitores e processadores – formação final de produto, separação de pedidos, complementação de kits. 4 Tecnologias no transporte Na TIC aplicada no transporte temos o TMS (Transportation Management System) – software gerenciador das atividades relativas à movimentação de carga. Para melhor utilização é necessário que as operações que estão sob o gerenciamento desse software sejam definidas antecipadamente, para que os elementos necessários de adaptem melhor. Podemos ainda ter as seguintes soluções, para otimizar as operações de transporte: Gestão
Compartilhar