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TOPOGRAFIA E GEOMÁTICA 15/03/2022 1 Aula 02 – Instrumentos topográficos e acessórios e Medidas Prof. Lucas Jamiro Barbosa Engenheiro Cartógrafo Tópicos da aula • INSTRUMENTOS TOPOGRÁFIOCOS E ACESSÓRIOS ▪ Instrumentos ▪ Acessórios • SISTEMAS DE MEDIDAS ▪ Unidades de medidas ▪ Grandezas angulares e medidas angulares ▪ Grandezas lineares e medidas lineares • TEORIA DOS ERROS ▪ Tipos de erros ▪ Média e desvio padrão • ESCALAS ▪ Escala numérica e gráfica • MÉTODOS DE DISTÂNCIAS DIRETAS ▪ Trenas 15/03/2022 2 REVISÃO DA ATIVIDADE 15/03/2022 3 Qual a diferença entre Altimetria e Planimetria? Altimetria é uma representação tridimensional e a planimétrica é um representação bidimensional. Topografia busca mapear um pequena porção de Terra, já a geodésia busca mapear uma grande porção dela. Coordenadas geográficas se relacionam aos sistemas esféricos e elípticos, enquanto que as coordenadas planas se tratam de uma projeção, representada por um sistema cartesiano. 15/03/2022 4 Qual a diferença entre Topografia e Geodésia? Qual a diferença entre Sistema de Coordenada Geográfica e Plana? ESCALA 15/03/2022 5 DESENHO TOPOGRÁFICO E ESCALA Segundo ESPARTEL (1987) o desenho topográfico nada mais é do que a projeção de todas as medidas obtidas no terreno sobre o plano do papel. Neste desenho, os ângulos são representados em verdadeira grandeza (VG) e as distâncias são reduzidas segundo uma razão constante. A esta razão constante denomina-se ESCALA. 15/03/2022 6 ESCALA A escala de uma planta ou desenho é definida pela seguinte relação: ONDE: d é a distância a ser representada; D é a distância medida no terreno; e M a escala de mapeamento. 15/03/2022 7 𝐸 = 1 𝑀 = 𝑑 𝐷 ESCALA A escala ainda pode se apresentar de duas maneiras: FRAÇÃO: 10/1, 1/100, 1/1000... PROPORÇÃO: 10:1, 1:100, 1:1000 Quanto ao tipo de escala, pode-se classificar em: AMPLIAÇÃO: onde d > D (ex. 10:1); NATURAL: onde d = D (ex. 1:1); REDUÇÃO: onde d < D (ex. 1:10); 15/03/2022 8 ESCALA 15/03/2022 9 15/03/2022 10 3:1000 ou 1:333,33 15/03/2022 11 6:5.000 ou 1:833,33 15/03/2022 12 6:10.000 ou 1:1.666,66 15/03/2022 13 6:50.000 ou 1:8.333,33 15/03/2022 146:100.000 ou 1:16.666,66 15/03/2022 156:1.000.000 ou 1:166.666,66 ESCALA O valor da escala é adimensional, ou seja, não tem dimensão (unidade). Escrever 1:200 significa que uma unidade no desenho equivale a 200 unidades no terreno. Assim, 1 cm no desenho corresponde a 200 cm no terreno ou 1 milímetro do desenho corresponde a 200 milímetros no terreno. Uma escala é dita grande quando apresenta o denominador pequeno (por exemplo, 1:100, 1:200, 1:50, etc.). Já uma escala pequena possui o denominador grande (1:10.000, 1:500.000, etc.). 15/03/2022 16 ESCALA - EXERCÍCIO Determinar o comprimento de um rio onde a escala do desenho é de 1:18000 e o rio foi representado por uma linha com 17,5 cm de comprimento. 15/03/2022 17 𝐸 = 𝑑 𝐷 1 18.000 = 17,5 𝑐𝑚 𝐷 𝐷 = 18.000 ∗ 17,5 𝑐𝑚 𝐷 = 315.000 𝑐𝑚 𝐷 = 3150 𝑚 ESCALA GRÁFICA Segundo DOMINGUES (1979), a escala gráfica é a representação gráfica de uma escala nominal ou numérica. Esta forma de representação da escala é utilizada, principalmente, para fins de acompanhamento de ampliações ou reduções de plantas ou cartas topográficas, em processos fotográficos comuns ou xerox, cujos produtos finais não correspondem à escala nominal neles registrada. 15/03/2022 18 ESCALA GRÁFICA Para a construção de uma escala gráfica a primeira coisa a fazer é conhecer a escala do mapa. Por exemplo, seja um mapa na escala 1:4000. Deseja-se desenhar um retângulo no mapa que corresponda a 100 metros no terreno. Aplicando os conhecimentos mostrados anteriormente deve-se desenhar um retângulo com 2,5 centímetros de comprimento 15/03/2022 19 𝐸 = 𝑑 𝐷 1 4.000 = 𝑑 100 ∗ 100 𝑑 = 2,5 𝑐𝑚 ESCALA GRÁFICA É comum desenhar-se mais que um segmento (retângulo), bem como indicar qual o comprimento no terreno que este segmento representa, conforme mostra a figura a seguir. Existe também uma parte denominada de talão, que consiste em intervalos menores, conforme mostra a figura abaixo. 15/03/2022 20 PRINCIPAIS ESCALAS E APLICAÇÕES Ao utilizar escalas é importante que o Engenheiro/Arquiteto saiba escolher a escala adequada para a representação do objeto de interesse. Dentre as principais escalas mais utilizadas, podemos destacar: 15/03/2022 21 APLICAÇÃO ESCALA Detalhes de terrenos urbanos 1:50 Planta de pequenos lotes e edifícios 1:100; 1:200 Planta de arruamentos e loteamentos urbanos 1:500; 1:1.000 Planta de propriedades rurais 1:1.000; 1:2.000; 1:5.000 Planta cadastral de cidades e grandes propriedades rurais ou industriais 1:5.000; 1:10.000; 1:25.000 Cartas de municípios 1:50.000; 1:100.000 Mapas de estados, países, continentes etc. 1:200.000 a 1:10.000.000 UNIDADES DE MEDIDAS 15/03/2022 22 MEDIDAS ANGULARES E LINEARES Em Topografia, são medidas duas espécies de grandezas, as lineares e as angulares, mas, na verdade, outras duas espécies de grandezas são também trabalhadas, as de superfície e as de volume. O sistema de unidades utilizado no Brasil é o Métrico Decimal, Sistema Internacional, porém, em função dos equipamentos e da bibliografia utilizada, na sua grande maioria importada, algumas unidades relacionadas abaixo apresentarão seus valores correspondentes no sistema Americano, ou seja, em Pés/Polegadas. 15/03/2022 23 GRANDEZAS ANGULARES 15/03/2022 24 GRAUS, RADIANOS E GRADOS É possível representar uma medida angular por meio de três unidades. Todas são relacionáveis, por meio das formulações abaixo: 360° (graus) = 400g (grados) = 2π (radianos) 1° = 1,11g = 0,01745 rad Ainda considerando graus, a unidade mais utilizada, é possível classifica-lo em duas categorias: Graus decimais e Grau, minuto e segundo. 15/03/2022 25 Grau sexagesimal grau ° => 1° = (π /180) rad minuto ’ => 1’ = 1°/60= (π/10800) rad segundos ” => 1” = 1°/3600= (π/648000) rad 15/03/2022 26 164,8462145 graus 164 graus ou 164° 0,8462145° = (60*0,8462145)’ = 50,77287’ = 50 min 0,77287’ = (60*0,77287)” = 46,3722” = 46,37 seg Grau sexagesimal 15/03/2022 27 84°32’47,12” 84° 32’ = 32/60 = 0,53333333 47,12” = 47,12/3600 = 0,0130889 84,5464222 Transforme os seguintes ângulos em graus, minutos e segundos grau decimal, ou vice versa. 32º 28’ 59” 32,48305556º 17,57175º 17º 34’ 18,3” 125º 59’ 57” 125,9991667º 142,4150942º 142°24'54".339 MEDIDAS ANGULARES 15/03/2022 28 ÂNGULO HORIZONTAL Entende-se por ângulo horizontal como o ângulo contado no plano horizontal entre dois pontos. 15/03/2022 29 ÂNGULO VERTICAL Entende-se por ângulo vertical como o ângulo formado entre um ponto A e o plano horizontal. Este pode ser ascendente (positivo, 0° à +90° ) ou descendente (negativo, 0° à -90°), quando orientado para um aclive ou declive, respectivamente. 15/03/2022 30 ÂNGULO ZENITAL - NADIRAL Este por sua vez pode ser entendido como o ângulo contado a partir da ortogonal à superfície física da Terra, ou seja, a contar do Zênite. Tem variação angular de 0° à 180°. A relação entre o ângulo zenital e o vertical é 90° 15/03/2022 31 GRANDEZAS LINEARES 15/03/2022 32 METRO A origem do metro ocorreu em 1791 quando a Academia de Ciências de Paris o definiu como unidade padrão de comprimento. Sua dimensão era representada por 1/10.000.000 de um arco de meridiano da Terra. Em 1983, a Conferência Geral de Pesos e Medidas estabeleceu a definição atual do “metro” como a distância percorrida pela luz no vácuo durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 s. O metro é uma unidade básica para a representação de medidas de comprimento no sistema internacional (SI). 15/03/2022 33 METRO E SUAS VARIAÇÕES 15/03/2022 34 MEDIDAS LINEARES 15/03/2022 35 UNIDADES DE MEDIDA LINEAR De forma similar as unidades angulares, as medidas linearespodem ser representadas por diferentes sistemas, são exemplos: polegadas, pés, jardas, milhas, etc. De forma simplificada, as medidas podem ser relacionadas por: 1 polegada = 2,54 cm = 0,0254 m 1 pé = 30,48cm = 0,3048 m 1 milha terrestre/inglesa = 1609,31 m 15/03/2022 36 DISTÂNCIA HORIZONTAL É a distância medida entre dois pontos, no plano horizontal. Este plano pode passar tanto pelo ponto A-B, quanto pelo ponto A’-B. 15/03/2022 37 A B DH A’ DISTÂNCIA VERTICAL Também conhecido por diferença de nível, é a distância medida entre dois pontos, num plano vertical que é perpendicular ao plano horizontal. 15/03/2022 38 A B DV DISTÂNCIA INCLINADA 15/03/2022 39 Também conhecido por diferença de nível, é a distância medida entre dois pontos, num plano vertical que é perpendicular ao plano horizontal. B A DI TEORIA DOS ERROS 15/03/2022 40 TEORIA DOS ERROS Ao se fazer qualquer medição (de tempo, distância, velocidade, etc), o valor obtido está sujeito a erros e incertezas, que podem ser grandes ou pequenas. Por exemplo, no dia a dia não faz muito sentido a precisão de milímetros para demarcar uma vaga de estacionamento, mas se em um monitoramento de estrutura, isso pode gerar muitos prejuízos. 15/03/2022 41 TIPOS DE ERROS NATURAIS / SISTEMÁTICOS / TENDENCIOSOS São erros ocasionados por fatores ambientais (temperatura, vento, refração e pressão atmosféricas), observacionais e instrumentais. Erros sistemáticos afetam de forma igualitária toda a medição realizada naquele momento. Pode-se notar uma tendência com relação ao valor de referência. Algumas atitudes podem ser tomadas com o objetivo de minimizar a influência desses erros, como a calibração de instrumentos, p.e. 15/03/2022 42 TIPOS DE ERROS ALEATÓRIOS / ACIDENTAIS / ESTATÍSTICOS São erros ocasionados por defeitos ou imperfeições dos instrumentos. Estes erros resultam em aleatoriedades nas medições, não sendo facilmente modeláveis. Desta forma não é possível detectar nenhuma tendência com relação ao valor de referência. 15/03/2022 43 TIPOS DE ERROS GROSSEIROS / ESPÚRIOS / PESSOAIS São erros ocasionados por falta de cuidado do operador, ou seja, erros grosseiros são advindos de má operações ou má técnica. Dentre os principais erros grosseiros na topografia pode-se apresentar: erros de leitura angulares, leitura de régua graduada, contagem de trenadas, visada de ponto errado, preenchimento de caderneta, desnível de equipamento. É importante ressaltar que todos os erros grosseiros são evitáveis com boas práticas. 15/03/2022 44 INCERTEZAS A incerteza é definida como um “parâmetro associado ao resultado de uma medição e que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos ao mensurando”. Em outras palavras, é uma quantificação da dúvida que existe em relação a um resultado de qualquer medição. 15/03/2022 45 INCERTEZAS A incerteza é requerida para decidirmos se o resultado é adequado para seu propósito e consistente com outros resultados similares. Sempre acompanha a medida, independente da exatidão do instrumento. Por exemplo, ao realizarmos uma medida com 200 cm com um nível de confiança de 95%, deveremos expressar essa medida da seguinte maneira: 200 ± 1 cm. 15/03/2022 46 INCERTEZAS Quando a incerteza do instrumento não é informada pelo fabricante, podemos considerar que o valor deverá ser a metade do menor valor da escala de medição. Por exemplo, uma régua com uma escala milimétrica, teremos como incerteza 0,5 mm. 15/03/2022 47 MÉDIA E DESVIO PADRÃO Quando pensamos em incertezas, temos que uma série de medidas poderá resultar em um valor médio. Este valor seria o mais provável dentre todas as medidas realizadas. A média é calculada pela soma de medidas repetidas dívida pelo número de medições. 15/03/2022 48 DESVIO PADRÃO AMOSTRAL Já a quantificação da dispersão dos resultados de uma série de medidas é conhecido como desvio padrão. Estatisticamente o desvio padrão representará o grau de dispersão dos dados aferidos. 15/03/2022 49 𝐷𝐸𝑆𝑉𝐼𝑂 𝑃𝐴𝐷𝑅Ã𝑂 = 𝑆𝑂𝑀𝐴𝑇Ó𝑅𝐼𝐴 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅𝑀𝐸𝐷𝐼𝐷𝑂 − 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅𝑀𝐸𝐷𝐼𝑂 2 𝑁Ú𝑀𝐸𝑅𝑂 𝐷𝐸 𝑀𝐸𝐷𝐼ÇÕ𝐸𝑆 − 1 𝜎 = σ𝑖=1 𝑛 𝑋𝑖 − 𝑋𝑚 2 𝑛 − 1 APLICAÇÃO Sabe-se que a distância entre dois marcos foi observado em dez levantamentos, considerando as medidas obtidas e que o equipamento utilizado apresenta escala centimétrica, determine a incerteza das medições, a média e o desvio padrão. 15/03/2022 50 Valor medido [m] 250,0 249,0 250,4 251,0 249,8 250,8 249,8 249,7 249,2 249,4 Incerteza = 0,5 cm ou 5 mm Soma = 2499 m Número de medidas = 10 𝑋𝑚 = 2499,1 10 = 249,91 𝑚 𝜎 = σ𝑖=1 𝑛 𝑋𝑖 − 𝑋𝑚 2 𝑛 − 1 𝑖=1 𝑛 𝑋𝑖 − 𝑋𝑚 2 = 3.8890 𝜎 = 0,6573 𝑚 Diferença 0,090 -0,910 0,490 1,090 -0,110 0,890 -0,110 -0,210 -0,710 -0,510 APLICAÇÃO Sabe-se que a distância entre dois marcos foi observado em dez levantamentos, considerando as medidas obtidas e que o equipamento utilizado apresenta escala centimétrica, determine a incerteza das medições, a média e o desvio padrão. 15/03/2022 51 Valor medido [m] 250,0 249,0 250,4 251,0 249,8 250,8 249,8 249,7 249,2 249,4 Medida tem 249,91 ± 0,6573 m INTRUMENTOS TOPOGRÁFICOS 15/03/2022 52 INSTRUMENTOS E SUAS FINALIDADES Pode-se dividir os equipamentos em topografia quanto aos seus objetivos. Sendo assim, temos equipamentos que proporcionam a obtenção de medidas de distâncias, como trenas, medidas de ângulos, como teodolitos e medidas de distâncias, como estações totais. 15/03/2022 53 TRENA DE AÇO Considerada mais resistente, é feita de laminas de aço inoxidável, se apresentam em formas de bolso (até 7,5m) e para fins topográficos até 150m. Por serem leves e praticamente indeformáveis, os levantamentos realizados com este tipo de dispositivo nos fornecem uma maior precisão nas medidas, ou seja, estas medidas são mais confiáveis; 15/03/2022 54 TRENA DE FIBRA DE VIDRO A trena de fibra de vidro é feita de material resistente podendo ser encontrado com ou sem invólucro. Seu comprimento varia de 20 a 50m (com invólucro) e de 20 a 100m (sem invólucro). 15/03/2022 55 TRENA DE LONA Feita de pano oleado se apresenta como sendo o material menos resistente e mais propenso a erros. Não costuma ser utilizado para levantamentos com precisão por apresentar alto grau de deformação. 15/03/2022 56 TRENAS A tabela abaixo apresenta a precisão que é obtida quando se utiliza trena me um levantamento, considerando-se os efeitos da tensão, temperatura, horizontalidade e alinhamento. Todo e qualquer levantamento de distâncias utilizando trenas deverá se acompanhada de acessórios. 15/03/2022 57 TRENA PRECISÃO Trena de aço 1cm/100m Trena de fibra de vidro 5cm/100m Trena de lona 25cm/100m PIQUETES Piquetes são utilizados em levantamentos à trena com o objetivo de demarcar os extremos do alinhamento a ser levantado. Dentre as principais características destes produtos pode podemos elencar: • Fabricados de madeira; • Demarcados no topo com elementos que permitam a identificação dos centros; • Comprimento variável, dependendo da necessidade do terreno; • Deve ser cravado na terra, porém a parte mais superior (certa de 3-5 cm) deve permanecer visível. 15/03/2022 58 ESTACAS TESTEMUNHAS Utiliza-se para facilitar a localização dos piquetes, indicando a sua posição aproximada. Possuem as seguintes características: cravadas próximas ao piquete, cerca de 30 a 50 cm. Além de ajudar na localização do ponto, ela traz a sua identificação. 15/03/2022 59 FICHAS São utilizadas na marcação dos lances efetuados com os distímetros quando a distância a ser medida é superior ao comprimento do aparelho. São hastes de ferro ou aço, utilizadas nas demarcações das trocas de medição. A medida então é obtida então pela contagem do numero de fichas e as distanciasutilizadas nos seus distanciamentos. 15/03/2022 60 BALIZAS São utilizadas para materializar a vertical nos pontos topográficos (piquetes), mantendo o alinhamento na medição entre pontos, quando há necessidade de execução de vários lances. Devem ser mantidas na posição vertical, sobre o ponto marcado no piquete, com auxílio de um nível de cantoneira. 15/03/2022 61 NIVEL DE CANTONEIRA Equipamento em forma de cantoneira e dotado de bolha circular que permite ao auxiliar segurar a baliza na posição vertical sobre o piquete ou sobre o alinhamento a medir 15/03/2022 62 TEODOLITO Os teodolitos são equipamentos destinados à medição de ângulos, horizontais ou verticais, objetivando a determinação dos ângulos internos ou externos de uma poligonal, além da posição de determinados detalhes necessários ao levantamento. Quanto a finalidade são classificados em topográficos, geodésicos ou astronômicos e quanto à forma, em ópticos-mecânicos ou eletrônicos. 15/03/2022 63 TEODOLITO Os teodolitos ainda podem ser classificados em classes com relação a suas precisões angulares. 15/03/2022 64 Classe de Teodolitos Desvio-padrão ou precisão angular 1 – Baixa precisão ≤ ± 30” 2 – Média precisão ≤ ± 07” 3 – Alta precisão ≤ ± 02” Os principais componentes de um teodolito são: • sistema de eixos; • círculos graduados ou limbos; • luneta de visada e • níveis. TEODOLITO - ACESSÓRIOS Quanto aos principais acessórios referentes a utilização do teodolito pode-se elencar: tripe (utilizado para instalar o aparelho), fio de prumo ou base ótica (para centralizar o aparelho sobre o ponto) e a Mira ou Régua graduada. 15/03/2022 65 A régua graduada é uma régua de madeira, alumínio ou PVC, graduada em m, dm, cm e mm; utilizada na determinação de distâncias horizontais e verticais entre pontos. DISTANCIÔMETRO É um instrumento destinado a medir distâncias inclinadas. Deve ser associado a um teodolito para possibilitar a medição do ângulo vertical para calcular a distância horizontal e a distância vertical. 15/03/2022 66 NIVEL É um instrumento destinado a gerar um plano horizontal de referência para calcular os desníveis entre pontos. Podem ser óticos, digitais e à laser. 15/03/2022 67 ESTAÇÃO TOTAL Nada mais é do que teodolitos eletrônicos digitais com distanciômetros eletrônicos incorporados e montados num só bloco. Isto traz muita vantagem para a automação de dados, podendo inclusive armazenar os dados coletados e executar alguns cálculos mesmo em campo. 15/03/2022 68 ESTAÇÃO TOTAL 15/03/2022 69 ESTAÇÃO TOTAL – ACESSÓRIOS Para utilizar uma estação total é necessário um conjunto de acessórios, são eles: Prisma: Instrumento destinado à reflexão do sinal emitido por um distanciômetro ou uma estação total; Bastão: Utilizado para elevar o ponto topográfico com o objetivo de torná-lo visível. 15/03/2022 70 RECEPTORES GNSS Baseado no Sistema Global de Posicionamento por Satélite (GNSS – Global Navigation Satellite System). Faz uso de antes receptores de sinais advindos de satélites que estejam orbitando de forma fixa, ou não. O Sistema de Posicionamento por Satélite busca determinar a posição de um ponto de forma relativa. 15/03/2022 71 SISTEMA GNSS O sistema GNSS pode ser entendido com a junção de sistemas de posicionamentos mantidos por diferentes entidades. 15/03/2022 72 Nome Sigla Operador Global Positioning System GPS USA Global'naya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema GLONASS Russo Galileo Positioning System Galileo União Européia Compass Navigation Satellite System CNSS ou Beidou-2 Chinês MÉTODOS DE MEDIDA DE DISTÂNCIA DIRETA 15/03/2022 73 MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS Podemos afirmar que o processo de medida de distâncias é direto, quando esta distância é determinada em comparação a uma grandeza padrão previamente estabelecida. Porém, também podemos entender como medição direta quando o instrumento de medida utilizado é aplicado diretamente sobre o terreno. Quanto aos instrumentos de medida de distâncias podemos classifica-los como diastímetros. 15/03/2022 74 LANCE UNICO Neste método faz-se uso de apenas uma medida de distância. Com a utilização de acessórios tenta-se buscar a melhor horizontalidade de modo a determinar a distância correta entre o ponto A e B. 15/03/2022 75 VÁRIOS LANCES - PONTOS VISÍVEIS Neste método um piquete deve ser instalado em cada extremidade. O Balizeiro, deve se orientar de modo a permanecer no alinhamento formado entre os piquetes, e por meio da utilização de fichas demarcar as leituras intermediárias de modo a determinar a distância entre os pontos A e B. 15/03/2022 76 ERROS NA MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS Dentre os erros que podem ser cometidos na medida direta de distância, destacam-se: • dilatação e coeficiente de elasticidade da trena • erro relativo ao comprimento nominal da trena; • erro de catenária. • falta de verticalidade da baliza quando posicionada sobre o ponto do alinhamento a ser medido, o que provoca encurtamento ou alongamento este alinhamento. Este erro é evitado utilizando-se um nível de cantoneira. 15/03/2022 77 DILATAÇÃO E COEFICIENTE DE ELASTICIDADE Afetado pela tensão aplicada em suas extremidades e também pela temperatura ambiente. A correção depende dos coeficientes de elasticidade e de dilatação do material com que o mesmo é fabricado. Portanto, deve-se utilizar dinamômetro e termômetro durante as medições para que estas correções possam ser efetuadas ou, proceder a aferição do diastímetro de tempos em tempos. 15/03/2022 78 COMPRIMENTO NOMINAL DA TRENA A distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será dada dividindo-se o comprimento aferido do diastímetro (Ca) pelo seu comprimento nominal* (Cn) e multiplicando-se pela distância horizontal medida (DHm). EXEMPLO: Uma fita com distancia nominal de 20m e distância aferida de 19,6m apresentara a seguinte variação em um conjunto de 3 lances: Ou seja, 15/03/2022 79 𝐷𝐻𝑐 = 𝐶𝑎 𝐶𝑛 . 𝐷𝐻𝑚 𝐷𝐻𝑐 = 19,6 20 . 60 = 58,8 𝐷𝐻𝑐 = 3𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒𝑠 ∗ 19,6𝑚 = 58,8𝑚 * Entende-se por nominal a distância obtida pelo aparelho em campo ERRO DE CATENÁRIA A catenária ou curvatura ou barriga é a deformação que se forma ao tensionar o diastímetro e que é função do seu peso e do seu comprimento. Para evitá-la, é necessário utilizar diastímetros leves, não muito longos e aplicar tensão apropriada (segundo normas do fabricante) às suas extremidades. A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) indica a flecha (f) do arco formado pelo comprimento nominal (Cn) do diastímetro com tensão (T) aplicada nas extremidades 15/03/2022 80 𝐶𝑐 = 8. 𝑓2 3. 𝐶𝑛 O erro devido à catenária, para um único lance, pode ser encontrado através da relação: ERRO DE CATENÁRIA Este erro é acumulativo, provoca uma deformação incremental ao diastímetro e, consequentemente, resulta numa medida de distância maior que a real. Assim, a distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será encontrada subtraindo-se da distância horizontal medida (DHm), o erro da catenária (Cc) multiplicado pelo número de lances (N) dado com o diastímetro: 15/03/2022 81 𝐷𝐻𝑐 = 𝐷𝐻𝑚 − 𝑁. 𝐶𝑐 DESVIO DA VERTICAL O desvio vertical ou falta de horizontalidade: ocorre quando o terreno é muito inclinado. Assim, mede-se uma série de linhas inclinadas em vez de medir as projeções destas linhas sobre o plano horizontal. O erro devido ao desvio vertical (Cdv), para um único lance, pode ser encontrado através da relação entre o desnível do terreno (DN) e o comprimento nominal (Cn): 15/03/2022 82 𝐶𝑑𝑣 = 𝐷𝑁2 2. 𝐶𝑛 DESVIO DA VERTICAL Este erro é acumulativo e sempre positivo. Assim, a distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será encontrada subtraindo-se da distância horizontal medida (DHm), o desvio vertical (Cdv) multiplicado pelo númerode lances (N) dado com o diastímetro: 15/03/2022 83 𝐷𝐻𝑐 = 𝐷𝐻𝑚 − (𝑁. 𝐶𝑑𝑣) ERROS NA MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS De forma geral, podemos considerar que a medida de uma distância estará corrigida dos principais erros por meio da equação abaixo: 15/03/2022 84 𝐷𝐻𝑐 = 𝐶𝑎 𝐶𝑛 . 𝐷𝐻𝑚 − 𝑁. 8. 𝑓2 3. 𝐶𝑛 + 𝐷𝑁2 2. 𝐶𝑛 Onde: DHc - Distância horizontal correta; DHm - Distância horizontal medida; DN – Diferença de nível; Ca - Comprimento aferido; Cn - Comprimento nominal; Cdv - Desvio vertical; N - número de lances; e f - flecha ou coeficiente de distorção a catenária. * Entende-se por nominal a distância obtida pelo aparelho em campo Dúvidas?! Definição De Planimetria E Levantamento Planimétrico Orientação Métodos De Levantamento Planimétrico 15/03/2022 85 Próximo encontro Referências bibliográficas BORGES, A. C. Topografia aplicada à Engenharia Civil. Vol2. 3ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2018. CORRÊA, I. C. S., Topografia aplicada à Engenharia Civil. 10ª Edição. UFRGS, 2008. CASACA, J. M.; MATOS, J. L.; DIAS, J. M. B. Topografia Geral. 4ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 208 p. DOMINGUES, F. A. A. - Topografia e astronomia de posição para engenheiros e arquitetos. Editora McGraw-Hill do Brasil, 1979, São Paulo/SP, 403p. ESPARTEL, L. Curso de Topografia. 9 ed. Rio de Janeiro, Globo, 1987. 15/03/2022 86
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