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Perfil protéico
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem vamos aprender as principais proteínas séricas e suas funções. 
Você verá a importância que as proteínas séricas têm na homeostasia no nosso organismo. Além 
disso, vamos conhecer um pouco mais sobre a albumina e as globulinas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os dois maiores grupos de proteínas sérias: albumina e globulinas.•
Reconhecer as funções das proteínas séricas no organismo e os métodos de identificação.•
Relacionar os valores de referência das principais proteínas e algumas doenças.•
INFOGRÁFICO
Na ilustração está representada a classificação das proteínas séricas: albuminas e 
globulinas. Além disso, está citado algumas características importantes dessas proteínas.
CONTEÚDO DO LIVRO
O organismo humano é constituído por uma série de proteínas com funções importantes no 
organismo, como transporte e armazenamento de moléculas. As proteínas séricas se dividem 
basicamente em albumina e globulinas, e podem ser dosadas em laboratório principalmente 
por métodos colorimétricos. Quando os valores se encontram aumentados ou reduzidos pode ser 
indicativo de alguma patologia.
No capítulo Perfil Proteico, da Obra Bioquímica clínica e líquidos corporais, você vai aprender 
a diferenciar as proteínas séricas, a conhecer a função das principais delas, os métodos de 
identificação e os valores de referências, relacionando as alterações (aumento ou diminuição) 
com doenças.
Boa leitura!
BIOQUÍMICA 
CLÍNICA
Adriana Dalpicolli Rodrigues
Perfil proteico
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar os dois maiores grupos de proteínas séricas: albumina e glo-
bulinas.
 > Reconhecer as funções das proteínas séricas no organismo e os métodos 
de identificação.
 > Relacionar os valores de referência das principais proteínas com outras 
doenças.
Introdução
As proteínas são formadas por aminoácidos unidos por ligações peptídicas e 
apresentam diversas funções importantes para o organismo, como transporte e 
armazenamento de substâncias, atividade catalítica, estrutura, contração, moti-
lidade, defesa contra patógenos, coagulação sanguínea, etc. Os maiores grupos 
de proteínas encontrados a nível sérico são a albumina e as globulinas, as quais 
compreendem o perfil proteico, geralmente dosado, na rotina laboratorial, por 
métodos colorimétricos. Os resultados encontrados devem ser avaliados de acordo 
com valores de referência (faixa de normalidade) previamente definidos para a 
população na qual o paciente está inserido. Quando se encontram inferiores ou 
superiores à normalidade, podem ser indicativos de alguma situação fisiológica 
ou de uma patologia.
Neste capítulo, você vai aprender a diferenciar os maiores grupos de proteínas 
séricas, a albumina e as globulinas, além de conhecer a função, os métodos de 
identificação e os valores de referência das principais proteínas séricas, relacio-
nando com doenças de maior ocorrência.
Proteínas séricas: albumina e globulinas
Proteínas são macromoléculas formadas por uma cadeia contínua de átomos 
de carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio unidos por ligações peptídicas 
entre aminoácidos, sendo que são necessários 100 ou mais aminoácidos 
essenciais para ser constituída uma proteína. Há muitas proteínas diferentes 
no organismo humano, e as proteínas séricas correspondem a cerca de 7% e 
podem ser classificadas em albumina e globulinas. 
A albumina é a proteína sérica mais abundante, representando entre 55 e 
65% do total. Essa proteína é produzida quase exclusivamente pelo fígado (em 
torno de 100 a 200 mg/kg/dia). A produção vai depender da ingestão proteica 
a partir da alimentação e é regulada por retroalimentação da concentração de 
albumina disponível na circulação; ou seja, quando o conteúdo de albumina é 
suficiente, sua produção é inibida. Apresenta meia-vida média de três semanas 
em um adulto saudável. A concentração sérica de albumina está relacionada 
ao quanto é sintetizado, degradado e distribuído no organismo. Desse modo, 
de acordo com Motta (2009), McPherson e Pincus (2012) e Xavier, Dora e Barros 
(2016), a albumina é utilizada como marcador de distúrbios do metabolismo 
proteico, pois pode indicar desordem nutricional, problemas de diminuição 
na síntese proteica e de eliminação/perda aumentada.
Por sua vez, as globulinas podem ser classificadas em frações alfa (α1 e 
α2), beta (β1 e β2) e gama (γ), de acordo com picos apresentados na técnica 
de eletroforese. Fazem parte da fração α1, principalmente, as seguintes 
proteínas: alfa-1-antitripsina (corresponde a cerca de 90% do pico normal), 
alfa-1-glicoproteína ácida e alfa-fetoproteína. A fração α2 é constituída por 
proteínas como: haptoglobina, alfa-2-macroglobulina e ceruloplasmina, sendo 
a alfa-2-macroglobulina e a haptoglobina as maiores frações desse grupo. 
Por sua vez, a maior parte da fração β1 é composta por: transferrina (possui 
o mais rápido padrão eletroforético das betaglobulinas), beta-lipoproteínas, 
componente fração C4 e hemopexina. Fazem parte da fração β2 as seguintes 
proteínas: fibrinogênio, complemento fração C3 e beta-2-microglobulina. 
Já a região γ é composta por proteína C reativa (PCR), imunoglobulinas que 
são os anticorpos humorais do sistema de defesa do organismo produzidos 
pelos plasmócitos (linfócitos B), quando estimulados por antígenos ou de-
vido à desordem clonal maligna. As imunoglobulinas podem ser formadas 
por duas cadeias pesadas (G, A, M, D e E) e duas cadeias leves (kappa ou 
lambda). A imunoglobulina G (IgG) corresponde, aproximadamente, a 85% 
das imunoglobulinas totais. 
Perfil proteico2
Na Figura 1, são apresentadas as principais proteínas séricas e como se 
distribuem no organismo (SILVA; LOPES; FARIA, 2008; MOTTA, 2009; MCPHER-
SON; PINCUS, 2012). 
Funções e métodos de identificação 
das proteínas séricas
As proteínas séricas apresentam funções de grande importância para o fun-
cionamento do organismo, como transporte de moléculas, manutenção da 
pressão oncótica e do pH, imunidade humoral (anticorpos), atividade catalítica 
(enzimas), cascata da coagulação e resposta inflamatória. As proteínas totais 
ou específicas podem ser dosadas laboratorialmente em diferentes amostras 
biológicas como líquido cefalorraquidiano (líquor), líquidos serosos, líquido 
sinovial, líquido amniótico, urina (de amostra aleatória, de 12 ou de 24h), etc. 
Para a determinação das proteínas séricas totais e específicas o paciente 
não precisa estar em jejum e é realizada uma coleta de sangue venoso. A 
amostra de escolha é o soro coletado em tubo sem aditivo e/ou com ativador 
Figura 1. Picos e distribuição gráfica das principais proteínas encontradas em eletroforese.
Fonte: Silva, Lopes e Faria (2008, documento on-line).
Perfil proteico 3
de coágulo (tampa vermelha ou amarela). Para as proteínas séricas totais, 
o soro deve estar livre de hemólise e de lipemia, podendo a amostra ser 
armazenada refrigerada por até uma semana para a realização da dosagem. 
Os interferentes que causam resultados falsamente elevados são bromossul-
faleína, clofibrato, contrastes radiológicos, corticosteroides, corticotropina, 
dextrano, heparina, insulina, somatropina, tireotropina e tolbutamina. Já os 
interferentes que causam resultados falsamente reduzidos são anticoncepcio-
nais, dextrano, íons amônio, glicose, pirazinamida e salicilatos (MOTTA, 2009; 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2014). 
Uma metodologia utilizada como referência de dosagem de compostos 
nitrogenados (proteínas totais e albumina) é o método de Kjeldahl, que utiliza 
o sulfato de sódio; porém, é um método complexo, que exige uma grande 
quantidade de proteínas, de forma que acabou caindo em desuso na rotina 
laboratorial. 
Há, ainda, métodos que avaliam a medida de índice de refração (refrac-
tometria) dos sólidos totais em líquidos (soro, líquor e urina) antes e depois 
da remoçãodas proteínas, e o método de biureto, que pode ser realizado de 
forma manual ou em equipamentos semiautomatizados ou automatizados. 
Trata-se de um método preciso e exato, sendo, atualmente, o mais encontrado 
nos laboratórios. Biureto é o produto de decomposição da ureia pelo calor, 
formando um complexo colorido violeta com íons cúpricos e ligações peptídi-
cas que pode ser dosado, e a intensidade da cor corresponde ao conteúdo de 
proteínas. Por fim, o método de Lowry é utilizado para determinar o conteúdo 
de proteínas em amostras que apresentam baixa concentração proteica. 
Esse método utiliza o reagente Folin, em condições alcalinas, formando um 
complexo de cor azul. 
Na urina, as proteínas totais podem ser dosadas principalmente por 
(MOTTA, 2009; MCPHERSON; PINCUS, 2012):
 � turbidimetria, uma técnica simples, rápida e com boa exatidão, que 
pode ser realizada com os reagentes ácido tricloroacético, ácido sul-
fossalicílico ou cloreto de benzetônio (mais utilizado); 
 � corantes, que se baseia no desvio da absorbância máxima do corante 
azul brilhante de Comassie, ligado aos resíduos NH3 das proteínas, 
e no molibdato vermelho de pirogalol, que reage com grupos amino 
básicos para formar um complexo azul. 
Perfil proteico4
Albumina
As principais funções da albumina são as seguintes (MOTTA, 2009; MCPHERSON; 
PINCUS, 2012; XAVIER; DORA; BARROS, 2016).
 � Regulação da pressão osmótica (oncótica): a albumina contribui com 
cerca de 75–80% da regulação da distribuição equilibrada de água 
entre os espaços celulares (intra e extracelulares).
 � Transporte e armazenamento: como a albumina é uma proteína alta-
mente polar, ela consegue se ligar a muitas substâncias não solúveis em 
água para realizar seu armazenamento e/ou transporte pelo organismo. 
Exemplos dessas substâncias incluem ácidos graxos de cadeia longa 
e esteroides (transportam bilirrubina, indireta ou não conjugada, do 
sistema reticuloendotelial para o fígado, fazendo a bilirrubina se tornar 
hidrossolúvel e não tóxica) e medicamentos (salicilatos, barbitúricos, 
dicumarol, clobibrato, sulfonamidas, penicilina e warfarina).
Para a realização da dosagem de albumina sérica, o paciente não precisa 
estar em jejum; é realizada uma coleta de sangue venoso, evitando a estase 
prolongada para prevenir hemoconcentração. Pacientes hospitalizados, por 
estarem deitados, apresentam, geralmente, uma concentração sérica menor (em 
torno de 0,3 g/dL) que pacientes ambulatoriais (coleta sentado); logo, a postura 
do paciente deve ser levada em consideração. A amostra de soro para esse 
analito apresenta estabilidade de uma semana, em temperatura ambiente, ou 
de um mês, se refrigerada (MOTTA, 2009; MCPHERSON; PINCUS, 2012; SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2014).
A dosagem de albumina é realizada por métodos colorimétricos. Os méto-
dos primários de determinação da albumina consistiam na separação dessa 
proteína das globulinas por fracionamento salino. Como comentamos ante-
riormente, o método de Kjeldahl também foi, por muito tempo, empregado. 
O método de verde de bromocresol (ou ainda azul de bromofenol ou púrpura 
de bromocresol) é um dos mais utilizados na prática clínica. É baseado na 
capacidade da albumina em se ligar seletivamente a vários ânions orgânicos, 
entre eles o corante de verde de bromocresol (a quantidade de albumina fixada 
ao corante é proporcional a concentração de albumina na amostra em absor-
bância de 600-640 nm). A albumina pode ser determinada por eletroforese 
quando há solicitação de determinação também das globulinas específicas. 
De acordo com Motta (2009) e McPherson e Pincus (2012), outras metodologias 
que podem ser citadas são: eletroimunoensaio, imunoquímico, turbidimetria, 
Perfil proteico 5
radioimunoensaio e enzimaimunoensaio, escolhidas de acordo com número 
de exames realizados em relação a custo/benefício para o laboratório. 
A albuminúria (presença de albumina na urina) é indicativo de aumento na 
permeabilidade glomerular, sendo observada uma concentração superior a 
300 mg/dia (é normal a excreção inferior a 30 mg/dia de albumina na urina), 
muitas vezes detectadas em rotinas por tiras reagentes utilizadas para a 
realização do exame qualitativo de urina. Segundo Motta (2009) e McPherson 
e Pincus (2012), quando a albumina é liberada em pequenas quantidades, 
entre 30 e 300 mg/dL, usa-se o termo microalbuminúria. A metodologia mais 
utilizada é a turbidimetria.
Quando o profissional da saúde solicita proteínas séricas totais e frações, 
são dosadas, no laboratório, proteínas totais e albumina (que corresponde à 
maior parcela das proteínas totais). As globulinas são calculadas pela fórmula: 
proteínas totais = albumina + globulinas (ou seja, globulinas = proteínas totais – 
albumina). Também pode ser liberada, no laudo, a relação albumina/globulinas. 
Já quando a solicitação é de perfil proteico, proteinograma ou eletroforese 
de proteínas, o resultado normalmente será apresentado em cinco bandas 
do perfil eletroforético: proteínas totais, albumina, alfa1, alfa2, beta e gama. 
Alguns laboratórios também liberam resultado de proteínas monoclonais. 
Na imunoeletroforese de proteínas, podem ser realizados os métodos de 
separação eletroforética, imunofixação e imunoturbidimetria; os resultados 
são ainda mais específicos, sendo liberados geralmente os seguintes parâme-
tros: pré-albumina, albumina, alfa-1-antitripsina, alfa-1-glicoproteína ácida, 
alfa-2-haptoglobulina, alfa-2-ceruloplasmina, alfa-2-macroglobulina, beta 
transferrina, beta hemopexina, beta C3 complemento, IgG, IgM, IgA, Kappa e 
Lambda. A amostra utilizada para essas análises é soro, embora as dosagens 
também possam ser realizadas em amostras de urina (MCPHERSON; PINCUS, 
2012; XAVIER; DORA; BARROS, 2016).
O método de eletroforese consiste na separação de substâncias 
de acordo com sua carga elétrica em um campo elétrico. Quando 
se aplica uma corrente elétrica à uma solução iônica contendo as substâncias 
de análise, há a geração de um fluxo de íons: cátions (+) migram para o polo 
negativo (cátodo) e ânions (-) migram para o polo positivo (ânodo). Assim, há 
a possibilidade de separação das substâncias, conforme a carga e o tamanho, 
em bandas que podem ser coradas e quantificadas. Segundo Xavier, Dora e 
Barros (2016), a imunoeletroforese, em geral, consiste na quantificação de 
precipitados produzidos pela reação de anticorpos com antígenos solúveis, 
gerando imunocomplexo insolúvel.
Perfil proteico6
Globulinas
Com relação à função das globulinas, são bastante diversificadas e impor-
tantes no organismo. Cada uma delas pode ser dosada separadamente, além 
dos métodos de eletroforese. A seguir, serão apresentadas as funções mais 
importantes das principais globulinas e os métodos específicos para sua 
determinação (MOTTA, 2009).
 � Alfa-1-antitripsina: atua como inibidor de proteases provenientes dos 
neutrófilos como: tripsina, elastase, proteinase 3 e catepsina G. Essa 
proteína contribui com cerca de 95% das atividades antiprotease nos 
alvéolos do pulmão. Pode ser dosada por turbidimetria em amostras 
de soro.
 � Alfa-1-glicoproteína ácida: é responsável por inativar o hormônio pro-
gesterona e, ligar e afetar a farmacocinética de alguns fármacos. Pode 
ser dosada por turbidimetria em amostras de soro.
 � Alfa-1-fetoproteína: proteína importante no desenvolvimento fetal. 
Pode ser dosada por quimiluminescência em amostras de soro.
 � Alfa-2-haptoglobulina: destinada ao transporte da hemoglobina livre no 
plasma para o sistema retículo endotelial, onde ocorre a degradação da 
hemoglobina. Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro.
 � Alfa-2-macroglobulina: atua como inibidora de protease (tripsina, 
quimiotripsina, trombina, elastase, calicreína e plasmina). Pode ser 
dosada por nefelometria em amostras de soro.
 � Alfa-2-ceruloplasmina: responsável pelo transporte sérico de cobre (em 
torno de 90%). Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro.� Beta-1-transferrina: principal responsável pelo transporte sérico de 
ferro. Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro.
 � Beta-1-lipoproteínas: transportadora de lipídeos. Pode ser dosada por 
nefelometria em amostras de soro.
 � Complemento fração C4: participa da via clássica de ativação do sistema 
complemento (defesa do organismo) e atua na resposta imunológica 
humoral. Pode ser dosado por turbidimetria em amostras de soro.
 � Beta-1-hemopexina: atua no transporte do grupo heme livre após a 
degradação da hemoglobina. Essa fração raramente é determinada 
em laboratório.
Perfil proteico 7
 � Fibrinogênio (beta 2): atua como substrato para a trombina no processo 
de coagulação sanguínea. Pode ser determinado por método coagu-
lométrico manual ou automatizado em amostra de plasma citratado.
 � Complemento fração C3: é componente do sistema complemento total 
para as defesas do organismo e atua na resposta imunológica humoral. 
Pode ser dosado por turbidimetria em amostras de soro.
 � Beta-2-microglobulina: é uma proteína de membrana e ainda não se 
conhece sua função específica. Pode ser dosada por quimiolumines-
cência em amostras de soro.
 � PCR (fração gama): apresenta envolvimento com o sistema autoimune, 
atuando na ativação do complemento, na fagocitose e na liberação das 
linfocinas. Pode ser dosada por métodos quantitativos como turbidime-
tria e nefelometria, ou mais frequentemente pelo método qualitativo, 
pela técnica de aglutinação em látex.
 � Imunoglobulinas (Ig): são sintetizadas pelo sistema imune em resposta 
a um imunógeno (partícula estranha ao organismo ou microrganismo). 
Apresentam a capacidade de reconhecer, reagir ou neutralizar um 
invasor. As IgG são anticorpos de memória que, na maioria dos casos, 
impedem a ocorrência de uma reinfecção. As IgM e IgA em geral são 
produzidas e atuam na fase aguda de uma infecção. IgE apresenta 
atuação especialmente em casos de alergias e infecções parasitárias. 
Um dos métodos mais utilizados para dosagem de cada imunoglobulina 
é a turbidimetria.
Valores de referência das principais 
proteínas e associação de alterações 
com doenças
Os valores de referência normalmente utilizados para o perfil proteico variam 
de acordo com a metodologia escolhida e o equipamento utilizado, e costumam 
considerar os valores da literatura (raramente os laboratórios determinam 
valores próprios com base na população investigada). No Quadro 1, são 
apresentados os valores de referência descritos na literatura e a associação 
de alterações com doenças.
Perfil proteico8
Quadro 1. Valores de referência e principais alterações observadas no perfil 
proteico
Proteína Valor de referência Alterações clínicas/doenças
Al
bu
m
in
a
< 5 dias: 2,6 a 3,6 g/dL
1 a 3 anos: 3,4 a 4,2 g/dL
4 a 6 anos: 3,5 a 5,2 g/dL
7 a 9 anos: 3,7 a 5,6 g/dL
10 a 19 anos: 3,7 a 5,6 g/dL
> 19 anos: 3,5 a 5,0 g/dL
Valores diminuídos 
(hipoalbuminemia): podem ser 
encontrados em situações em que 
possam ter ocorrido problemas 
com a síntese hepática de albumina 
(logo, a albumina é usada como 
marcador de função hepática) ou 
ingestão inadequada e redução na 
absorção, como em casos de doenças 
hepáticas agudas ou crônicas 
(cirrose), desnutrição, síndromes de 
má absorção, gravidez, neoplasias, 
infecções, trauma, doenças crônicas, 
ascite, queimaduras, hemorragias, 
doenças renais com proteinúria 
(síndrome nefrótica) e enteropatia 
perdedora de proteína. Quando os 
valores encontrados são inferiores 
a 2 g/dL, pode ser observado edema 
por diminuição da pressão oncótica. 
Valores aumentados: raramente 
é encontrada hiperalbuminemia; 
quando ocorre, é por desidratação 
ou infusão de albumina.
Al
fa
-1
-a
nt
it
ri
ps
in
a
Até 1 mês: 124 a 
348 mg/dL
De 2 a 6 meses: 111 a 
297 mg/dL
De 7 meses a 2 anos: 95 a 
251 mg/dL
De 3 a 19 anos: 110 a 
279 mg/dL
Adultos: 78 a 220 mg/dL
Valores diminuídos: são observados 
em casos de deficiência congênita 
dessa proteína e em perdas severas 
de proteína.
Valores aumentados: inflamação 
aguda (não específica), doença 
pulmonar crônica, doenças do 
fígado, diabetes melito, doenças 
reumáticas, doenças gástricas, 
doenças renais, pancreatite, 
carcinoma, edema angioneurótico, 
cirrose, hepatoma, gravidez, terapia 
com estrogênio e esteroides.
(Continua)
Perfil proteico 9
Proteína Valor de referência Alterações clínicas/doenças
Al
fa
-1
-g
lic
op
ro
te
ín
a 
ác
id
a
50-150 mg/dL Valores diminuídos: má 
nutrição, enfermidade hepática 
severa, síndrome nefrótica, 
anticoncepcionais orais e 
gastroenterites.
Valores aumentados: por ser 
uma importante proteína de fase 
aguda, encontra-se aumentada em 
processos inflamatórios, como em 
casos de artrite reumatoide, lúpus 
eritromatoso sistêmico, neoplasma 
maligno, queimaduras e infarto 
agudo do miocárdio. 
Al
fa
-1
-f
et
op
ro
te
ín
a
Líquido amniótico (20ª 
semana): 5 a 25 mg/dL
Soro materno (20ª 
semana): 20 a 100 µg/L
Recém-nascidos: 5 mg/dL
No líquido amniótico ou soro materno, 
é dosada para a avaliação de 
defeito no tubo neural (anencefalia, 
espinha bífida) do feto ou de risco 
para o diagnóstico da síndrome de 
Down; os valores, normalmente, 
apresentam-se superiores ao período 
gestacional nesses casos. Essa 
proteína está presente em 15 a 75% 
das hepatopatias benignas (cirrose, 
hepatite alcoólica, hepatite crônica 
ativa), das doenças inflamatórias 
intestinais e dos casos de colite 
ulcerativa. É considerada um 
marcador tumoral para carcinoma 
hepatocelular e de células 
germinativas.
Al
fa
-2
-h
ap
to
gl
ob
ul
in
a
Neonatos: níveis baixos
Crianças e adultos jovens: 
22 a 164 mg/dL
Adultos: 30 a 220 mg/dL
Valores diminuídos: em casos de 
hemólise, em uso de fármacos que 
causam anemia hemolítica, e de 
hemólise extravascular, doenças 
hepáticas severas, estrogênios, 
anemia megaloblástica, hematomas, 
gravidez, mononucleose infecciosa, 
reações de transfusão e malária.
Valores aumentados: inflamações 
agudas, infecções, anemia aplásica, 
diabetes, tabagismo, síndrome 
nefrótica, queimaduras, estresse, 
necrose, terapia com corticoides, 
androgênios, doença do colágeno e 
neoplasias.
(Continuação)
(Continua)
Perfil proteico10
Proteína Valor de referência Alterações clínicas/doenças
Al
fa
-2
-m
ac
ro
gl
ob
ul
in
a
Homens: 150 a 350 mg/dL
Mulheres: 175 a 420 mg/dL
Valores diminuídos: artrite 
reumatoide, pancreatite aguda grave, 
úlcera péptica, mieloma múltiplo e 
pacientes submetidos a tratamento 
com estreptoquinase.
Valores aumentados: em terapia 
com estrogênio, algumas doenças 
hepáticas, diabetes melito, hemólise, 
infância, inflamações principalmente 
de fase aguda, neoplasias e 
gravidez. É um importante marcador 
de síndrome nefrótica, que pode 
aumentar o valor 10 vezes ou mais 
em relação ao valor de normalidade.
Ce
ru
lo
pl
as
m
in
a
1 a 2 meses: 5 a 18 mg/dL
6 a 12 meses: 33 a 
43 mg/dL
13 a 36 meses: 26 a 
55 mg/dL
4 a 5 anos: 27 a 55 mg/dL
6 a 7 anos: 24 a 54 mg/dL
Acima de 7 anos: 20 a 
54 mg/dL
Adultos: 18 a 45 mg/dL
Valores diminuídos: má nutrição, má 
absorção, doença de Wilson, perda 
de proteínas, síndrome nefrótica e 
enfermidade hepática severa (cirrose 
biliar primária).
Valores aumentados: artrite, doença 
de Hodgkin, estados neoplásicos e 
inflamatórios, gravidez, estrogênios, 
antiepilépticos e contraceptivos 
orais.
Tr
an
sf
er
ri
na
Neonatais: 130-275 mg/dL
Adultos: 220-400 mg/dL
Valores diminuídos: inflamação, 
doença maligna, doença hepática, 
má nutrição, síndrome nefrótica, 
neoplasias, hemólise, enteropatias.
Valores aumentados: anemia 
ferropriva, gravidez, estrogênio.
Fi
br
in
og
ên
io
200 a 450 mg/dL Valores diminuídos: coagulação 
intravascular aguda ou 
descompensada, doença hepática 
avançada, terapia com agentes 
fibrinolíticos.
Valores aumentados: doença 
inflamatória, síndrome nefrótica, 
doença hepática, gravidez, 
estrogênio, terapia e coagulação 
vascular compensada.
(Continua)
(Continuação)
Perfil proteico 11
Proteína Valor dereferência Alterações clínicas/doenças
Be
ta
-2
-
m
ic
ro
gl
ob
ul
in
a 0,10 a 0,26 mg/dL Níveis elevados são encontrados 
em casos de insuficiência renal, 
inflamação e neoplasia.
PC
R
80-800 µg/dL Marcador inespecífico de resposta 
de fase aguda quando há estímulo 
de lesão tecidual, infecção e necrose 
celular (infarto ou malignidade).
Im
un
og
lo
bu
lin
as
0,59 a 2,35 g/dL Hipogamaglobulinemia: encontrada 
em situações de imunodeficiência ou 
em recém-nascidos.
Hipergamaglobulinemia: (1) 
Gamopatias policlonais, uma 
infecção crônica como brucelose, 
tuberculose, malária, hanseníase, 
cirrose, hepatite; e processo 
autoimune como artrite e lúpus. (2) 
Gamopatias monoclonais: mieloma 
múltiplo, macroglobulinemia, 
tumores linfoides.
Fonte: Adaptado de Xavier, Dora e Barros (2016) e Motta (2009).
Um indicador adicional do estado nutricional, além da albumina e da 
transferrina, é a pré-albumina (ou seja, encontra-se reduzida em desnutrição). 
Valores aumentados podem ser observados na doença de Hodgkin. Essa 
proteína migra à frente da albumina na eletroforese, mas não é possível 
visualizá-la em amostras de soro, apenas de líquor e urina. Para ser detec-
tada em soro, deve ser aplicada a técnica de nefelometria (MOTTA, 2009; 
MCPHERSON; PINCUS, 2012). 
Para saber mais sobre a eletroforese de proteínas, digite “Eletrofo-
rese de proteínas séricas: interpretação e correlação clínica” em seu 
motor de busca preferido para ter acesso a artigo de mesmo nome, publicado 
na Revista Médica de Minas Gerais. Observe, principalmente, os gráficos e as 
patologias associadas às alterações. 
(Continuação)
Perfil proteico12
A eletroforese ainda pode apresentar valores de referência por bandas 
como: alfa-1, normal de 0,10 a 0,40 g/dL; alfa-2, normal de 0,50 a 1,00 g/
dL; beta-1, normal de 0,32 a 0,66 g/dL; beta-2, normal de 0,27 a 0,55 g/dL; 
e gama, normal de 0,59 a 2,35 g/dL. Quando se observa alteração em uma 
banda específica, deve-se relacionar com a clínica do paciente ou investigar 
proteínas específicas daquela banda. No caso clínico a seguir, pode ser 
observado um quadro bem comum, em que a determinação de proteínas 
auxilia no diagnóstico.
Caso clínico 1:
Paciente feminina, 43 anos, diabética, foi hospitalizada para in-
vestigar edemas nas pernas e nos pés. Ao exame clínico, ela se apresentou 
normotensa, mas seu rosto estava pálido e inchado. Relatou estar seguidamente 
com algum tipo de infecção ou inflamação, inclusive, há poucos dias, havia tido 
um episódio agudo de glomerulonefrite. Os exames laboratoriais mostraram: 
albumina sérica de 2,1 mg/dL, albuminúria de 320 mg/dL e eletroforese de 
proteínas com pico acentuado na banda alfa. Foi solicitado exame adicional 
de alfa-2-macroglobulina, que apresentou resultado de 530 mg/dL (valor de 
referência: 175 a 420 mg/dL). 
Concluiu-se, então, que a paciente estava com dano renal importante, 
havendo perda de albumina na urina, mostrado pelo valor aumentado de al-
buminúria e diminuído de albumina sérica (a qual também justifica o edema). 
O dano foi confirmado pelo valor aumentado de alfa-2-macroglobulina, que, 
por ser uma molécula relativamente grande, é dificilmente eliminada na urina, 
sendo, assim, usada como marcador de síndrome nefrótica.
Microrganismos (vírus, bactérias, parasitas), traumas e destruições celula-
res neoplásicas, etc., são considerados estímulos inflamatórios responsáveis 
pelo surgimento local ou sistêmico de uma resposta de fase aguda (resposta 
imediata), que consiste em uma reação inflamatória inespecífica do sistema 
imune inato, cuja função é a defesa do organismo contra invasores ou da-
nos. No processo inflamatório, os leucócitos (células de defesa) promovem 
a liberação de proteínas proteolíticas nos tecidos, as quais precisam ser 
neutralizadas por inibidores enzimáticos para limitar a destruição tecidual. 
Proteínas como a PCR e a haptoglobina (conhecidas como “sequestradoras 
de detritos”) coletam e transportam os resíduos para as células fagocíticas. 
Para que ocorra a cicatrização do tecido lesado, é necessária a participação 
do fibrinogênio. Desse modo, a função da resposta de fase aguda é enfrentar 
agressões extensas assim que elas ocorrem, para evitar maiores danos. 
Perfil proteico 13
Algumas proteínas de fase aguda se elevam (em torno de 25%) provavel-
mente em resposta a diversos reativos, como fatores tumorais necrosantes, 
interleucinas, seletinas, etc. O paciente apresenta os seguintes sintomas 
e alterações gerais no organismo: febre, calor, inchaço, vermelhidão local, 
alteração no número de células sanguíneas de defesa (granulocitose), alte-
rações hormonais e desequilíbrio eletrolítico. As proteínas de fase aguda 
que se elevam (consideradas positivas) em pouco tempo (questão de horas) 
após a ocorrência do estímulo, são PCR (pode apresentar aumento de até 
1.000 vezes o valor de referência), alfa-1-antitripsina, alfa-1-glicoproteína 
ácida (eleva-se rapidamente, muitas vezes antes de aparecerem os sinto-
mas), alfa-2-glicoproteína, alfa-2-macroglobulina, haptoglobina, fatores do 
complemento e fibrinogênio. 
Também há as proteínas de fase aguda negativas (não se elevam): pré-
-albumina, albumina e transferrina, as quais podem apresentar concentração 
diminuída em uma resposta inflamatória imediata. O exame de velocidade 
de sedimentação glomerular (VSG) é muito utilizado para avaliação desse 
processo, pois processos inflamatórios podem provocar alteração (elevação) 
no resultado. Isso ocorre porque a sedimentação dos eritrócitos é favorecida 
pela presença de proteínas como o fibrinogênio, que acaba neutralizando 
as cargas negativas nas superfícies dos eritrócitos, provocando sua agre-
gação (empilhamento). De acordo com Motta (2009), eritrócitos agregados 
sedimentam mais rapidamente que os individuais. Dosagem de citocinas 
também pode ser útil no diagnóstico. 
Entre as patologias relacionadas às imunoglobulinas, duas merecem des-
taque: o mieloma múltiplo e doença de Franklin. O mieloma múltiplo é uma 
neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação clonal de plasmócitos 
malignos na medula óssea, provocando a ocorrência de proteína monoclonal 
sérica e/ou urinária (gamopatia monoclonal) e disfunção de órgãos-alvo. 
Geralmente, há uma grande produção de IgA ou IgG (principalmente), sendo 
a quantidade proporcional ao tamanho do tumor. Dímeros de cadeia leve 
são encontrados com frequência na urina, sendo denominados proteínas de 
Bence Jones (uma das técnicas utilizadas para a detecção dessas proteínas 
na urina é a imunoeletroforese). 
Já a doença de Franklin é uma patologia rara da cadeia pesada gama, em 
que essa porção das imunoglobulinas é excretada na urina (MCPHERSON; 
PINCUS, 2012). Essa doença se manifesta como linfoma linfoplasmocitário 
agressivo, caracterizando-se por adenopatias, febre, anemia, mal-estar, 
hepatoesplenomegália e fraqueza, e muitas vezes está associada a outra 
Perfil proteico14
doença inflamatória e/ou autoimune. Geralmente, o paciente apresenta 
deterioração progressiva e curta sobrevida (tempo médio de 12 meses). 
A seguir, são apresentados dois casos clínicos associados a essas 
patologias.
Caso clínico 2:
Paciente masculino, 60 anos, consultou na unidade básica de saúde 
de seu bairro devido a dor óssea, fadiga e perda de peso significativa nos últimos 
meses. Os exames laboratoriais iniciais mostraram anemia com presença de 
roleaux (empilhamento de hemácias), diminuição no número de leucócitos e 
plaquetas, em VSG muito alto. Após esses resultados, foi solicitada eletroforese 
de proteínas séricas e urinárias, por meio da qual se constatou elevação na banda 
gama, ou seja, conteúdo significativo de paraproteínas em ambas as amostras, 
com positividade para proteínas de Bence Jones na urina. Concluiu-se, então, 
que o paciente era um caso típico de mieloma múltiplo.
Caso clínico 3:
Paciente masculino, 62 anos, com sinais clínicos de astenia, fadiga, febre, ane-
mia, hepatoesplenomegalia e linfadenomegaliafoi internado em um hospital 
universitário. O paciente apresentava diagnóstico prévio de artrite reumatoide. 
Na eletroforese de proteínas séricas, foi identificada a presença de banda larga, 
aparentemente policlonal, na região de gama (15 mg/dL), indicando presença 
de cadeia pesada. Após essa avaliação, foi realizada imunofixação (método 
que combina eletroforese e imunoprecipitação, sendo mais rápida e sensível 
que a eletroforese convencional para tipificação de imunoglobulinas), que 
confirmou a natureza monoclonal da condição. O paciente evoluiu para óbito 
após 10 meses de internação. 
Referências
MCPHERSON, R. A.; PINCUS, R. M. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos 
laboratoriais de Henry. 21. ed. São Paulo: Manole, 2012.
MOTTA, V. T. Bioquímica clínica para o laboratório. 5. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2009.
SILVA, R. O. de P.; LOPES, A. de F.; FARIA, R. M. D. de. Eletroforese de proteínas séricas: 
interpretação e correlação clínica. Revista Médica de Minas Gerais, v. 18, nº. 2, p. 
116–122, 2008. Disponível em: http://rmmg.org/exportar-pdf/520/v18n2a08.pdf. Acesso 
em: 7 set. 2020.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL. Recomenda-
ções da Sociedade Brasileira de Patologia e Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e 
preparo da amostra biológica. São Paulo: Manole, 2014. (E-book).
XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. (org.). Laboratório na Prática Clínica. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2016. (Série Consulta Rápida)
Perfil proteico 15
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Perfil proteico16
DICA DO PROFESSOR
O vídeo que você irá assistir cita os principais grupos de proteínas séricas e suas funções.
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EXERCÍCIOS
1) Em relação a metodologia de determinação das proteínas totais, quais dos seguintes 
métodos não são utilizados para essa finalidade?
A) a) Método de Lowry.
B) b) Método de Biureto.
C) c) Metodologia de Kjeldahl.
D) d) Métodos turbidimétricos e nefelométricos.
E) e) Reação de Benedict.
2) A relação albumina-globulina pode ser calculada e informada no laudo. Assinale a 
alternativa que aponta os testes necessários e a fórmula para determinar o nível de 
globulina.
A) a) Proteína total + albumina.
B) b) Globulinas + albumina.
C) c) Proteína total - albumina.
D) d) Albumina x proteína total.
E) e) Proteína total/globulina.
3) As gamas-globulinas podem ser separadas e identificadas através do perfil 
eletroforético. Assinale a alternativa que demonstra os cinco tipos dessa classe de 
proteínas.
A) a) Alfa-1, alfa-2, IgA, macroglobulina e haptoglobina.
B) b) Ceruloplasmina, alfa-1 antitripsina, transferrina e macroglobulina.
C) c) Beta-lipoproteína (LDL), alfa-1 lipoproteína (HDL), alfa-2, alfa-3 e haptoglobina.
D) d) Transferrina, albumina, IgA, IgE e IgG.
E) e) IgA, IgM, IgG, IgD e IgE.
4) Assinale a alternativa que demonstra a proteína mais sensível à ingestão de nutrição 
adequada.
A) a) Albumina.
B) b) Pré-albumina.
C) c) Alfa-1 antitripsina.
D) d) Ceruplasmina.
E) e) Alfa-2 haptoglobina.
5) A alfa-1 antitripsina é uma proteína de fase aguda que está aumentada em estados 
inflamatórios. Assinale a alternativa correta sobre a função dessa proteína.
A) a) Transporte de hormônios.
B) b) Combater infecções.
C) c) Papel antioxidante.
D) d) Atividade de inibir proteases.
E) e) Transporte de ácidos graxos.
NA PRÁTICA
Acompanhe um exemplo de uma proteína sérica que pode ser útil no diagnóstico e 
prognóstico de muitas doenças que afetam os humanos.
 
A PCR está presente no soro da fase aguda e tem como função fisiológica reconhecer 
substâncias estranhas removendo ou destoxificando. Além disso, a proteína eleva-se após o 
infarto agudo do miocárdio, trauma, infecções e processos inflamatórios e pode estar alterada 
em diversas patologias, não podendo ser interpretada de forma isolada.
A PCR vem surgindo como importante parâmetro para indivíduos com baixo ou moderado risco 
cardiovascular. Por outro lado, a sensibilidade da PCR como marcador inflamatório é baixa e 
não deve ser a única ferramenta diagnóstica para doenças infecciosas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
NELSON DAVID L, COX MICHAEL M. Princípios de Bioquímica de LEHNINGER. 6. 
ed. Porto Alegre: Grupo A, 2014.
Eletroforese - Princípios Fundamentais
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