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@pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Diuréticos e fármacos que atuam nos rins Os fármacos que atuam nos rins tem aplicações em doenças renais, cardiovasculares e endócrinas Esta doenças envolvem a homeostase do sódio e da água A classificação dos diuréticos leva em consideração o local onde modificam a excreção do sódio no néfron – os efeitos são preditos de acordo com a função do segmento afetado Outros fármacos modificam predominantemente a excreção de água Os rins filtram no glomérulo a água e os solutos do plasma a uma taxa de 180L/dia e deve recuperar a maior parte destas substâncias antes da excreção na urina A maioria dos diuréticos agem depois que são filtrados nos glomérulos A maioria dos diuréticos atuam no lúmen com exceção dos antagonistas da aldosterona que entram na célula a partir do lado basolateral e ligam-se a receptores citoplasmáticos Receptores de adenosina e prostaglandinas: agonistas e antagonistas podem alterar a função renal diretamente e alterar a resposta aos diuréticos. Diminuição do efeito dos diuréticos com AINEs Os diuréticos não atuam no porção descendente da alça de Henle pois lá não tem absorção de sódio @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Manitol É o único diurético que atua em todo o tubo É uma molécula grande, filtrada pelo glomérulo, mas não é absorvida por ele devido ao tamanho, fazendo com que fique na luz tubular, retendo água Se for usado por via oral, não terá efeito diurético Só deve ser administrado por via oral quando for fazer colonoscopia pois como é uma molécula grande, não será absorvido e segurará a água no intestino É melhor que seja administrado por via parenteral pois causa diarreia, já que, como não é absorvido, fica no estômago e no intestino retendo água Usa-se em situações de urgência em casos de traumas cerebrais, pois puxa água das células, o que reduz a pressão intracraniana, diminuindo o edema Túbulo contorcido proximal e reabsorção de bicabornato Diuréticos potentes não atuam no túbulo contorcido proximal No túbulo proximal é onde se absorve a maior parte do sódio, e nele há o ultrafiltrado do plasma e, como o glomérulo é um endotélio que vai impedir a passagem de proteína, elas ficam no vaso Se uma molécula lipossolúvel permanece no túbulo renal, ela será reabsorvida, então cabe ao fígado biotransformar essa molécula em hidrossolúvel, senão ela nunca será excretada @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Reabsorção isosmótica de aminoácidos, glicose e cátions H2O: Aquaporina 1 Absorção de Na pelo transportador NHE3 (lúmen) e Na+/K+ ATPase Secreção ativa e reabsorção de ácidos e bases fracas O bicabornato é uma carga negativa e precisa de uma positiva para acompanhá- lo, então ele é absorvido como NaHCO3, por isso essa região é responsável por 60 a 70% da absorção de Na e Ca, e 90% da reabsorção de bicarbonato Como é carregado eletricamente, o bicabornato tem dificuldade de atravessar a membrana, então deve-se transformá- lo em CO2 Anidrase carbônica A anidrase carbônica transforma H2CO3 em CO2 e água (é uma reação reversível) e está presente nas hemácias, e nelas, o CO2 produzido na célula entra para ser transportado até os pulmões para ser excretado O H2CO3 é muito instável, ou ele irá gerar bicabornato ou irá para o CO2, no caso, sendo gerado bicabornato, ele irá sair da hemácia e vai para o pulmão, voltando a se transformar em CO2, que voltará para dentro da hemácia por ser pouco solúvel no sangue Se a anidrase carbônica for inibida por acetazolamida, o CO2 não será formado e haverá excreção de bicabornato de sódio, deixando o pH da urina básico (alcalose) e o sangue do paciente ácido (acidose metabólica) SGLT2 É um co-transporte de glicose e sódio Caso seja inibido, o paciente perderá glicose, tendo sua glicemia reduzida, sendo então um auxiliar no tratamento de diabetes mellitus Por aumentar a quantidade de glicose na urina, pode causar infecção urinária como efeito colateral Inibidores da anidrase carbônica Acetazolamida Protótipo derivado da sulfonamida (relacionado a alergias – tem ação cruzada) Inibe a anidrase carbônica nos rins, líquor e humor aquoso Causa a perda de NaHCO3 na urina, gerando uma acidose metabólica Ao usar a acetazolamida, aumentará a quantidade de sódio no tubo renal, então a quantidade de sódio que chega no tubo @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina coletor irá aumentar, e como ele é responsável apenas por no máximo 5% da absorção de sódio e ele tem a aldosterona, o sódio será absorvido em troca da perda de K e hidrogênio Efeito diurético limitado a 2 e 3 dias Diminui a pressão intraocular e liquórica (não é auto limitado) Acidose intracerebral: hiperventilação Tratamento do mal das montanhas: pode ajudar pessoas que vão para altas altitudes já que causam acidose metabólica e haverá uma compensação respiratória com o aumento da ventilação Uso Intravenoso: tratamento do glaucoma agudo Só indicado nos casos de edema com alcalose metabólica, alguns casos para evitar cálculos de ácido úrico (gota) EFEITOS COLATERAIS Sonolência e parestesia Alergia cruzada: diuréticos sulfonamidas, hipoglicemiantes e antibacterianos (uma vez que o paciente apresentou alergia com sulfonamida em um fármaco, ele terá alergia a todos os outros) Precipitação de saís de cálcio na urina: cálculo renal Ocorre hipocalemia por chegar mais sódio no túbulo coletor e ele ser absorvido em troca potássio Diminuição da excreção de NH4+, o que causa risco de encefalopatia hepática por reabsorção de NH3 em pacientes com insuficiência hepática Inibidores do SGLT2 Dapagliflozina (Forxiga) Canagliflozina (Invokana) Empagliflozina (Jardiance) Reduzem a reabsorção ativa de glicose no tubulo proximal Aumentam o volume urinário mas não são usados como diuréticos Usado como agentes adjuvantes à dieta e exercícios para melhora do controle glicêmico em pacientes com diabetes mellitus Podem aumentar a chance de infecções do trato urinário e genital; desidratação; hipovolemia, tonteira @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Ramo ascendente espesso da alça de Henle Cotransporte de Na, K e Cl pelo carreador Na+/K+/2Cl- (NKCC2) Ao mesmo tempo que se absorve, sódio, cloro e potássio, há simultaneamente uma saída de potássio da célula para o túbulo renal, e como o potássio tem carga positiva, ele acaba criando um ambiente na região entre as células positivo, assim, irá repelir cargas positivas, e dessa forma, o cálcio e o magnésio que são cargas positivas vão ser repelidas, e com isso vão ser absorvidos Fornece parte do gradiente de concentração do mecanismo de contracorrente Reabsorção de 20 a 30% do Na filtrado Entrada de Potássio pelo cotransporte e pela Na+/K+ ATPase Saída para o lúmen de K+ por canal seletivo de potássio Potencial positivo no lúmen que causa reabsorção de Ca2+ e Mg2+ Diuréticos de alça São mais potentes Furosemida, bumetanida, torsemida: derivados sulfonamidas Ácido etacrínico: derivado fenoxiacético Inibem a NKCC2 Curta duração (4 horas) Diurese com grande quantidade de NaCl (RFG normal): redução do volume sanguíneo e do edema Redução da capacidade de diluir urina @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Redução da reabsorção de Ca2+ e Mg2+ (perda do potencial + no lúmen) Perda de K+ e H+ no tubo coletor: alcalose hipocalêmica Redução da pressão vascular pulmonar (mecanismo) Redução da excreção de ácido úrico USOS Tratamento do edema (ICC, ascite, edema pulmonar agudo) Hipertensão arterial em conjunto com tiazídicoHipercalcemia: quando o paciente está com muito cálcio, a furosemida fará com que ele deixe de absorver cálcio nesse local Utilizado em associação com reposição de NaCl e KCl Hipercalemia EFEITOS COLATERAIS Alcalose metabólica hipocalêmica Hipovolemia Hipocalemia Aumento do ácido úrico Ototoxicidade Alergia (grupo da sulfonamida) Túbulo contorcido distal Reabsorção de Na e Cl do lúmen pelo carreador Na+/Cl- (NCC) Reabsorve 5 a 8% da carga filtrada de Na Reabsorção de Ca2+ sob controle do PTH Ca2+ entra na circulação através do trocador sódio/cálcio Diurético Tiazídicos Não são tão potentes Hidroclorotiazida: protótipo derivado de sulfonamida Clorotiazida: intravenoso @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Tipo Tiazídicos: clortalidona (> duração), indapamide, Metolazona Inibição da NCC Duração de ação de 6 a 12 horas Diurese moderada e sustentada de NaCl Alcalose metabólica hipocalêmica Reabsorção aumentada de cálcio Reduz a excreção de água livre: hiponatremia dilucional Redução da pressão arterial: doses menores que o efeito diurético máximo (vasodilatação) Inibição da produção de prostaglandinas: diminui a eficácia Sinergismo com os de alça (tratamento da ICC) USO CLÍNICO Hipertensão Edema leve a moderado Cálculos renais de cálcio Diabetes insipidus nefrogênico EFEITOS COLATERAIS Hiponatremia Hipocalemia (arritmias cardíacas) Hiperglicemia (aumento da resistência a insulina, diminuição da secreção de insulina – cuidado em diabéticos) Hipertrigliceridemia Aumento do ácido úrico Hipovolemia (principalmente em associação com diuréticos de alça) Alergia Porção cortical do túbulo coletor Onde ocorre a reabsorção de sódio controlada pela aldosterona 2 a 5% da reabsorção de Na @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina A aldosterona estimula o canal ENaC (não é transportador), que permite a entrada de sódio, e a bomba Na+K+ATPase, que permite que o sódio entre na circulação e o potássio volte para a célula A aldosterona também estimula a saída dos íons H+ ou K+ Local primário de acidificação da urina Diuréticos poupadores de Potássio: atuam no receptor de aldosterona ou através do ENaC Parte medular do túbulo coletor: reabsorção de H2O pelo HAD Em um paciente com hiperaldosteronismo, o pH urinário é ácido (pela saída de H+), o pH sanguíneo é básico, e o potássio estará em baixas quantidades Diurético poupador de potássio ESPIRONOLACTONA E EPLERENONA Derivado esteróide que inibe a ação da aldosterona no receptor fazendo com que o paciente deixe de perder potássio e hidrogênio na urina Redução da expressão dos genes que codificam o ENaC e a Na+/K+ATPase Início lento de ação e duração de 24 a 72 horas (porque isso é característica dos receptores intracelulares) TRIANTERENO E AMILORIDA Bloqueio do canal ENaC Duração de ação de 12 a 24 horas EFEITOS Aumento da excreção de sódio e redução da excreção de potássio e hidrogênio na urina Acidose metabólica hipercalêmica USOS Associado com tiazídico para diminuir a hipocalemia Alcalose metabólica secundária ao hiperaldosteronismo secundário (ICC, cirrose, desnutrição, síndrome nefrótica) EFEITOS COLATERAIS Hipercalemia: cuidado com o uso de inibidor da ECA e bloqueador da AII Espironolactona: ginecomastia e efeitos antiandrogênicos – menor com Eplerenona (mais seletiva) Diuréticos Osmóticos Manitol: intravenoso (protótipo) Glicerina, isosorbida, e uréia @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Filtrados mas não reabsorvidos: retém água por efeito osmótico Efeito maior no túbulo contorcido proximal (principal local), ramo descendente da alça de Henle e túbulo coletor Aumento do volume urinário e excreção de Na Hiponatremia, edema pulmonar, hipernatremia, cefaléia, náusea USOS Redução do volume cerebral, pressão intracraniana, pressão intraocular (glaucoma) Aumento da excreção de solutos (hemólise, rabdomiólise, lise tumoral). Agonistas e antagonistas do hormônio antidiurético Agonistas HAD E DESMOPRESSINA Facilitam a reabsorção de H2O no túbulo coletor ativando receptores de V2 acoplados a Proteína Gs: aumento do AMPc provoca a inserção adicional de canais de água (AQP2) no lúmen Reduzem o volume urinário e aumentam a osmolaridade urinária Tratamento do diabetes insipidus central Ineficaz no diabetes insipidus nefrogênico: restrição de NaCl e água, Tiazídicos e de alça: aumentam a reabsorção proximal de água Pode causar hiponatremia e hipertensão Antagonistas CONIVAPTAN, TOLVAPTAN, DEMECLOCICLINA E LÍTIO Antagonizam o HAD e outros peptídeos produzidos por doenças que possuem @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Ação similar ao HAD (Síndrome da produção inadequada do hormônio antidiurético: Hiponatremia) ICC: conivaptan e tolvaptan (off label) Demeclocicilina (alteração do crescimento ósseo e dos dentes) Desmielinização devido a correção rápida da hiponatremia
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