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EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL SEGUNDO BRANDÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
LORENA CRISTINA TORRES REIS
CONCEITO DE EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL
A partir dos estudos de Brandão (1989), Gohn (2010, 2011), Libâneo (2010) e Trilla (2008)
BELÉM-PA
2022
LORENA CRISTINA TORRES REIS
CONCEITO DE EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL
A partir dos estudos de Brandão (1989), Gohn (2010, 2011), Libâneo (2010) e Trilla (2008)
Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Pará, sendo requisito avaliativo da disciplina Pedagogia em Organizações Sociais, sob orientação do Prof. Dr. Orlando Sousa.
BELÉM-PA
2022
Educação
· Carlos Rodrigues Brandão 
Para Carlos Rodrigues Brandão, não há uma forma única de educação, a escola não é o único lugar onde acontece e talvez nem seja o melhor lugar. O ensino escolar não é a sua única prática e o professor, não é o seu único praticante. Existe educação em cada categoria de sujeitos de um povo, ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram, usando a educação como um recurso a mais de sua dominância. A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. 
· Jaume Trilla
Para Jaume Trilla, a educação não se baseia somente naquela educação formal que é ministrada nas escolas, ele destaca também a educação não-formal e a educação informal. Para ele, a escola é uma instituição histórica, não existe desde sempre nem nada garante sua perenidade. Foi e é funcional a certas sociedades, mas o que é realmente essencial a qualquer sociedade é a educação. A escola constitui somente uma de suas formas, e nunca de maneira exclusiva. Mesmo nas sociedades escolarizadas, a escola é sempre apenas um momento do processo educacional global dos indivíduos e das coletividades. Com a escola coexistem muitos e variados mecanismos educacionais. Compreender esse processo, por tanto, implica entender a interação dinâmica entre todos os fatores educacionais que atuam sobre os indivíduos. O marco institucional e metodológico da escola nem sempre é o mais idôneo para atender a todas as necessidades e demandas educacionais. A estrutura escola impõe limites que devem ser reconhecidos. E mais: além de não ser apta para todo tipo de objetivo educacional, a escola mostra-se particularmente imprópria para alguns deles.
Desse ponto de vista, Jaume implica que deriva a necessidade de criar, paralelamente à escola, outros meios e ambientes educacionais. Meios e ambientes que, claro, não devem ser vistos necessariamente como opostos ou alternativos à escola, mas como funcionalmente complementares a ela. Esses recursos são em grande medida, justamente aqueles que a partir de certo momento passaram a ser chamados de "não-formais".
· Maria da Gloria Gohn
Para Maria da Gloria Gohn, a educação é voltada para os interesses e as necessidades da sociedade, também não é só voltada para a sala de aula, educação é política, está presente em nosso meio social, organizações sociais, família, escola etc., seja ela formal ou não formal.
· José Carlos Libâneo
Para José Carlos Libâneo, em um trecho ele afirma "Talvez seja útil partirmos do sentido etimológico. Alguns autores que se ocupam em esclarecer o conceito apontam a origem latina de dois termos: educare (alimentar, cuidar, criar, referido tanto às plantas, aos animais, como às crianças); educere (tirar para fora de, conduzir para, modificar um estado)." Essa noção parece estar presente no linguajar comum. Quando as pessoas dizem: "os pais educam os filhos", "fulano não tem educação", "a escola educa para a vida", "a educação é a mola do progresso", tem-se aí o sentido mais corrente de educação: uma série de ações visando à adaptação do comportamento dos indivíduos e grupos a determinadas exigências do contexto social. Esse contexto pode ser a família, a escola, a Igreja, a fábrica e outros segmentos sociais. A ação educadora seria, pois, a transmissão às crianças, aos jovens e adultos, de princípios, valores, costumes, idéias, normas sociais, regras de vida, às quais precisam ser adaptados, ajustados. Educa-se para que os indivíduos repitam os comportamentos sociais esperados pelos adultos, de modo que se formem à imagem e semelhança da sociedade em que vivem e crescem. A educação é vista como algo que se repete, que se reproduz, algo sempre idêntico e imutável. A educação tem, de fato, uma função adaptadora. Há vínculos reais entre o ser humano que se educa e o meio natural e social, há um certo grau de adaptação às exigências desse meio. A educação é, também, uma prática ligada à produção e reprodução da vida social, condição para que os indivíduos se formem para a continuidade da vida social. Nesse sentido, é inevitável que as gerações adultas cuidem de transmitir às gerações mais novas os conhecimentos, experiências, modos de ação que a humanidade foi acumulando em decorrência das relações incessantes entre o homem e o meio natural e social. O processo educativo, por consequência, é um fenômeno social, enraizado nas contradições, nas lutas sociais, de modo que é nos embates da práxis social que vai se configurando o ideal de formação humana. A educação, para além de sua configuração como processo de desenvolvimento individual ou de mera relação interpessoal, insere-se no conjunto das relações sociais, econômicas, políticas, culturais que caracterizam uma sociedade. Essa dependência da educação em relação às formas sociais, econômicas, políticas de uma sociedade levam a colocar em questão uma prática educativa meramente adaptadora ao modelo de sociedade vigente e cuja ação se restringe aos marcos estreitos da família, da escola, da Igreja. Há processos educativos mais amplos que se sobrepõem às instituições, aos indivíduos e aos grupos que, tal como outras instâncias da vida social, política, cultural, encontram-se vinculados ao modo de produção da vida material. Em sentido amplo, a educação compreende o conjunto dos processos formativos que ocorrem no meio social, sejam eles intencionais ou não-intencionais, sistematizados ou não, institucionalizados ou não.
Educação Formal 
· Carlos Rodrigues Brandão
Para Carlos Rodrigues Brandão, é a educação repassada pela escola. Redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração para outra, formal e centralizado. O ensino formal é o momento em que a educação se sujeita à pedagogia (a teoria da educação), cria situações próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos, e constitui executores especializados. E quando aparecem a escola, o aluno e o professor.
· Jaume Trilla
Para Jaume Trilla, a educação formal é uma educação intencional com o objetivo explícito de aprendizagem. Desenvolvida nas escolas ou em outras instituições regulamentadas por leis como processo educacional da Secretaria de Educação, contando com espaços, objetivos, cronogramas e planejamentos determinados.
· Maria da Gloria Gohn
Para Maria da Glória Gohn, a educação formal pode ser caracterizada como aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados. Os espaços são territórios escolares, instituições regulamentadas por lei, certificadoras, organizadas segundo diretrizes nacionais (LDBEN). Segundo a LDBEN de 1996 a escola objetiva formar o indivíduo como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e competências várias, desenvolver a criatividade, percepção, motricidade etc.
· José Carlos Libâneo
Para José Carlos Libâneo Educação formal seria, pois, aquela estruturada, organizada, planejada intencionalmente, sistemática. Nesse sentido, a educação escolar convencional é tipicamente formal. Mas isso não significa dizer que não ocorra educação formal em outros tipos de educação intencional (podendo chamá-las de não-convencionais). Entende-se, assim, que onde haja ensino (escolarou não) há educação formal. Nesse caso, são atividades educativas formais também a educação de adultos, a educação sindical, a educação profissional, desde que nelas estejam presentes a intencionalidade, a sistematicidade e condições previamente preparadas, atributos que caracterizam um trabalho pedagógico-didático, ainda que realizadas fora do marco do escolar propriamente dito.
Educação não formal 
· Carlos Rodrigues Brandão
Para Carlos Rodrigues Brandão, embora sendo um processo educativo, a educação não pode ser confundida com o sistema escolar, nem como a instituição escolar. A educação pode haver em qualquer lugar, não necessariamente na escola, pois pode ser criado formas de transmissão do conhecimento de geração em geração, e essa transmissão independe de estar ligada a uma forma de ensino formal. A escola é apenas um dos espaços em que acontece uma parte do processo educativo. O processo educativo ocorre em diversos espaços, como: local de trabalho, igreja, família, círculo de amizade. Ou seja, o processo educativo independe da escola que seria um espaço formal. Sendo assim, o processo educativo ocorre de maneira não formal.
· Jaume Trilla
Para Jaume Trilla, a educação não-formal é uma educação não escolar, que permanece à margem do organograma do sistema educacional graduado e hierarquizado. Há planejamento, intencionalidade, cronograma e o objetivo de aprendizagem ou formação. Porém, não está regulamentado nas leis do processo educacional, da Secretaria de Educação.
· Maria da Gloria Gohn
Para Maria da Glória Gohn, a educação não-formal é aquela que não é herdade, é adquirida, que se aprende no "mundo da vida" via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas. A educação formal não é nativa, é construída por escolhas ou sob certas condicionalidades, há intencionalidade no seu desenvolvimento, o aprendizado não é espontâneo, não é dado por características da natureza, não é algo naturalizado. Os espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e indivíduos, em ambientes e situações interativas construídos coletivamente, segundo diretrizes de dados grupos, usualmente a participação do indivíduo é optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas circunstâncias da vivência histórica de cada um, em seu processo de experiência e socialização, pertencimentos adquiridos pelo ato da escolha em dados processos ou ações coletivas. Fora das escolas, em locais informais, locais onde há processos interativos intencionais (a questão de intencionalidade é um elemento importante de diferenciação).
· José Carlos Libâneo
Para José Carlos Libâneo, educação não-formal são aquelas atividades com caráter de intencionalidade, porém com baixo grau de estruturação e sistematização, implicando certamente relações pedagógicas, mas não formalizadas. Tal é o caso dos movimentos sociais organizados na cidade e no campo, os trabalhos comunitários, atividades de animação cultural, os meios de comunicação social, os equipamentos urbanos culturais e de lazer (museus, cinemas, praças, áreas de recreação) etc. Na escola são práticas não-formais as atividades extraescolares que provêm conhecimentos complementares, em conexão com a educação formal (feiras, visitas etc.). O exemplo da escola mostra que, frequentemente, haverá um intercâmbio entre o formal e o não-formal. Por exemplo, uma associação de bairro, instância de educação não-formal, poderá reunir as mães, durante três dias, para um curso sobre a importância do aleitamento materno, onde se terão objetivos explícitos, conteúdos, métodos de ensino, procedimentos didáticos que são características da educação formal
Educação Informal 
· Carlos Rodrigues Brandão
Para Carlos Rodrigues Brandão, a educação existe em toda parte e faz parte dela existir entre opostos. Ele usa como exemplo a comunidade de subalternos, subalternos é a preservação de tipos de saber comunitários e de meios comunitários de sua transferência de uma geração para outra. Como sempre se faz a história da educação erudita e formal quando se discute o que é educação, sempre se deixa de lado este seu outro lado. A margem da vida dos dominantes, dos escravos aos boias-frias de hoje, os subalternos souberam criar: dentro dos limites estreitos em que sempre lhes foi permitido "criar" alguma coisa sua, os seus modos próprios de saber, de viver e de saber. Eles inventaram os seus códigos de trocas no interior da classe e entre classes. Sempre que possível criaram formas peculiares de solidariedade para dentro da classe, e de resistência e manipulação para fora dela. Elaboraram as suas crenças e valores de representação do mundo, mesmo quando observando a escrita da ideologia dos seus senhores. Construíram estilos e tecnologias rústicas dirigidos aos seus usos do cotidiano. Inventaram rituais sagrados e profanos. Tudo isso a que se dá o nome de "Cultura Popular", e que às vezes se vê da academia como um amontoado de coisas pitorescas, faz parte de sistemas populares de vida e de representação da vida, e tem uma lógica e densidade de que apenas levantamos o primeiro véu, depois de tantas pesquisas. Pois todo este trabalha tradicional de classe que sustenta um modo próprio de vida subalterna é sustentado por formas próprias e muitas vezes popularmente muito complexas de saber. E sustentado também por sistemas próprios de reprodução do saber popular, que implicam não apenas em relações simples, coma as de um pai lavrador com um filho aprendiz, mas também em redes e estruturas pedagógicas de que desconhecemos quase tudo. Isto é evidente em muitas situações: na Capoeira da Bahia, nas confrarias populares de Foliões de Santos Reis, numa quadrilha de pivetes ou numa equipe rústica de construtores de casas. Estes modos próprios de uma educação dos subalternos têm um teor político de que pouco se suspeita. Assim como a educação do sistema dominante possui o valor político dos serviços que presta aos que a controlam, enquanto ensina desigualmente aos que a recebem, assim também as formas próprias de educação do povo servem a ele como redes de resistência a uma plena invasão da educação e do saber "de fora da classe". A própria maneira como Para Carlos Rodrigues Brandão, a educação existe em toda parte e faz parte dela existir entre opostos. Ele usa como exemplo a comunidade de subalternos, subalternos é a preservação de tipos de saber comunitários e de meios comunitários de sua transferência de uma geração para outra. Como sempre se faz a história da educação erudita e formal quando se discute o que é educação, sempre se deixa de lado este seu outro lado. A margem da vida dos dominantes, dos escravos aos boias-frias de hoje, os subalternos souberam criar: dentro dos limites estreitos em que sempre lhes foi permitido "criar" alguma coisa sua, os seus modos próprios de saber, de viver e de saber. Eles inventaram os seus códigos de trocas no interior da classe e entre classes. Sempre que possível criaram formas peculiares de solidariedade para dentro da classe, e de resistência e manipulação para fora dela. Elaboraram as suas crenças e valores de representação do mundo, mesmo quando observando a escrita da ideologia dos seus senhores. Construíram estilos e tecnologias rústicas dirigidos aos seus usos do cotidiano. Inventaram rituais sagrados e profanos. Tudo isso a que se dá o nome de "Cultura Popular", e que às vezes se vê da academia como um amontoado de coisas pitorescas, faz parte de sistemas populares de vida e de representação da vida, e tem uma lógica e densidade de que apenas levantamos o primeiro véu, depois de tantas pesquisas. Pois todo este trabalha tradicional de classe que sustenta um modo próprio de vida subalterna é sustentado por formas próprias e muitas vezes popularmente muito complexas de saber. E sustentado também por sistemas próprios de reprodução do saber popular, que implicam não apenas em relações simples, coma as de um pai lavrador com um filho aprendiz, mas também em redese estruturas pedagógicas de que desconhecemos quase tudo. Isto é evidente em muitas situações: na Capoeira da Bahia, nas confrarias populares de Foliões de Santos Reis, numa quadrilha de pivetes ou numa equipe rústica de construtores de casas. Estes modos próprios de uma educação dos subalternos têm um teor político de que pouco se suspeita. Assim como a educação do sistema dominante possui o valor político dos serviços que presta aos que a controlam, enquanto ensina desigualmente aos que a recebem, assim também as formas próprias de educação do povo servem a ele como redes de resistência a uma plena invasão da educação e do saber "de fora da classe". A própria maneira como uma população de favelados se relaciona com a escola pode ser um bom exemplo disso. É como se fosse uma educação de mundo, os subalternos criam e recriam a sua própria educação. E ela não existe só para difundir o saber, mas para reforçar o resistir. De outra parte, mesmo nos setores eruditos da educação oficial, é preciso compreender que ela existe em muito mais situações de dentro do sistema e na sala de aula. Ao lado das inovações pedagógicas que provocam a reinvenção do trabalho escolar, a mesma relação de opostos, existe entre a formalidade da estrutura e permanente oposição que fazem a ela as inúmeras pequenas comunistas de sujeitos envolvidos, de um modo ou de outro, com o sistema de educação.
· Jaume Trilla
Para Jaume Trilla, a educação informal é assistemática, uma educação que a pessoa adquire ao longo da vida, através da família, meio social, cultura ou religião, podendo ser intencional ou não. Ou seja, estaríamos diante de um caso de educação informal quando o processo educacional ocorre indiferenciada e subordinada mente a outros processos sociais, quando aquele está indissociavelmente mesclados a outras realidades culturais, quando não emerge como algo diferente e predominante no curso geral da ação em que o processo se verifica, quando é imensamente a outros propósitos, quando carece de um contorno nítido, quando se dá de maneira difusa (que é outra denominação da educação informal).
· Maria da Gloria Gohn
Para Maria da Glória Gohn, a educação informal pode ser caracterizada como aquela na qual os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização gerada nas relações e relacionamentos intra e extrafamiliares (amigos, escola, religião, clube etc.) incorpora valores e culturas próprias de pertencimento e sentimentos herdados. Os indivíduos pertencem àqueles espaços segundo determinações de origem, raça/etnia, religião etc. Tem seus espaços educativos demarcados por referências de nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia etc. A casa onde se mora, a rua, o bairro, o condomínio, o clube que se frequenta, a igreja ou o local do culto a que se vincula sua crença deliciosa, o local onde se nasceu etc. Há aspectos de uma certa naturalização desses espaços porque muitos deles não são escolhas dos indivíduos, são dados por seus pertencimentos culturais. Opera em ambientes espontâneos, onde as relações sociais se desenvolvem segundo gostos, preferências ou pertencimentos herdados. Os saberes adquiridos são absorvidos no processo de vivência e socialização pelos laços culturais de origem dos indivíduos.
· José Carlos Libâneo
Para José Carlos Libâneo caracteriza a educação informal também como educação não-intencional, processos sociais de aquisição de conhecimentos, hábitos, habilidades, valores, modos de agir etc., não intencionados e não institucionalizados. Entende-se, todavia, que o termo "informal" é mais adequado para indicar a modalidade de educação que resulta do "clima" em que os indivíduos vivem, envolvendo tudo o que do ambiente e das relações socioculturais e políticas impregnam a vida individual e grupal, família, trabalho, religião etc. Tais fatores ou elementos informais da vida social afetam e influenciam a educação das pessoas de modo necessário e inevitável, porém não atuam deliberadamente, metodicamente, pois não há objetivos preestabelecidos conscientemente. Daí seu caráter não-intencional.
CONCLUSÃO
Carlos Rodrigues Brandão, ao seu ver, diz que não há somente uma forma de educação, ou seja, não há uma educação universal que serve para todos e sim educações. De tudo que se discute hoje sobre educação, o mais importante é destacar que não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante.
acredito também que podemos relacionar com a visão de José Carlos Libâneo em "os significados da educação" afirma que: "A ação educadora seria, pois, a transmissão às crianças, aos jovens e adultos, de princípios, valores, costumes, idéias, normas sociais, regras de vida, às quais precisam ser adaptados, ajustados. Educa-se para que os indivíduos repitam os comportamentos sociais esperados pelos adultos, de modo que se formem à imagem e semelhança da sociedade em que vivem e crescem."
A educação está presente na vida do ser humano, em sua sociedade (sendo assim, é importante destacarmos que vivemos em uma sociedade diversa, no país e no mundo, logo, há mais de um modelo de educação, ou seja, educações.) Desde o seu nascimento, ele vive em processo de aprendizagem, aprende a falar, andar, ler e como comportar-se em sociedade, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, podendo ser dentro ou fora da escola.
Jaume Trilla, sobre a educação formal, afirma que a educação formal é uma educação intencional com o objetivo explícito de aprendizagem. Desenvolvida nas escolas ou em outras instituições regulamentadas por leis, contando com espaços, objetivos, cronogramas e planejamentos determinados.
Analisando o texto de Brandão, e possível destacar que o processo educativo informal ocorre no cotidiano das pessoas e nas relações humanas. As relações cotidianas ocorrem de maneira informal e nelas se manifestam ações educativas, muitas vezes não intencionadas, mas sempre carregadas de valores.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação.19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989.
GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social: Atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? 12 ed. São Paulo: Cortez, 2010
TRILLA, Jaume; GHANEM, Elie. Educação Formal e Não formal: Pontos e contrapontos. Valéria Amorim Arantes (org.). São Paulo: Summus, 2008.
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