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ebook parametros da água

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Qualidade de água 
em sistemas 
aquáticos
�2 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
Gabriel Bernardes Martins 
Marcelo Roberto Pereira Shei 
Qualidade de água em sistemas aquáticos 
1a edição 
Santos, São Paulo 
2019 
�3 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
Prefácio 
Qualidade de água é o tópico mais importante para qualquer 
profissional que irá trabalhar com organismos ou sistemas aquáticos. Essa 
disciplina interfere diretamente na condição de saúde dos animais, 
independentemente se estamos em uma estrutura de criação, pesquisa ou 
aquário público. Conhecimento a respeito desse tema estará diretamente 
relacionado na obtenção de sucesso na nossa operação. 
Este e-book tem como objetivo fornecer informações básicas e práticas 
a respeito dos principais parâmetros de qualidade de água utilizados na 
manutenção de organismos aquáticos, apresentando informações que ajudem 
na operação dos mais diversos tipos de sistemas. Fizemos questão de 
também indicar ferramentas que auxiliarão no monitoramento e manutenção de 
boas condições de qualidade de água.
Marcelo Shei, Dr. 
Sócio Diretor da Altamar Sistemas Aquáticos
�4 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
Sumário
1 Introdução 5
2 Qualidade de água 6
2.1 Temperatura 5
2.2 Oxigênio 7
2.3 Nutrientes 8
2.3.1 Nitrogenados 8
2.3.1.1 Amônia 8
2.3.1.2 Nitrito 9
2.3.1.3 Nitrato 10
2.3.2. Fósforo 10
2.4 pH, CO2 e alcalinidade 11
2.5 Sólidos 12
2.5.2 Dissolvidos e turbidez 12
2.5.3 Salinidade e composição iônica 13
3 Referências Bibliográficas 14
�5 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
1. Introdução
Peixes, crustáceos, moluscos e outros 
organismos aquáticos são diretamente dependentes 
dos parâmetros de qualidade de água para manterem 
bom estado de saúde, crescimento e reprodução. 
Portanto, a qualidade de água possui significativa 
importância no sucesso ou insucesso durante a 
produção ou manutenção de organismos aquáticos.
Como a água é essencial para a manutenção 
desses organismos, qualquer planejamento de 
instalação de criação ou manutenção de peixes precisa 
considerar a qualidade e a quantidade de água 
disponível para a operação. 
Para assegurar o uso sustentável dos recursos 
naturais, é fundamental realizar de maneira correta a 
água na aquicultura e em outras instalações com 
organismos aquáticos. Nesse contexto, são utilizadas 
estruturas mais eficientes, que realizam melhor 
aproveitamento de: água, área e nutrientes disponíveis. 
N a a q u i c u l t u r a , o s u c e s s o d e u m 
empreendimento está na capacidade de manter um 
ambiente que permita uma boa taxa de crescimento 
com o uso mínimo de recursos. O ambiente aquático é 
um ecossistema complexo e composto de diversos 
parâmetros variáveis e que muitas vezes se relacionam 
entre si. Alguns deles como o oxigênio dissolvido, a 
amônia, o pH e a temperatura possuem grande 
importância e alteram significativamente as taxas de 
sobrevivência e crescimento dos organismos cultivados. 
Nos centros de pesquisa, estudos com 
organismos aquáticos, como o Zebrafish Danio rerio, 
têm aumentado nos últimos anos. Algumas vezes, são 
necessários meses e até anos para a obtenção de 
resultados de pesquisa consistentes. Portanto, a 
manutenção de condições de qualidade de água 
controladas são essenciais para completar os ensaios 
propostos. A utilização de sistemas dedicados tem 
permitido a manutenção de uma grande diversidade de 
espécies. Independentemente do parâmetro requerido, 
isso tem permitido o desenvolvimento de ensaios de 
fisiologia, nutrição, toxicidade, genética, embriologia e 
outros.
Nos aquários públicos, zoológicos e centros de 
reabilitação de fauna silvestre, a diversidade de 
espécies mantidas é bastante alta, várias delas 
possuem exigências específicas de parâmetros como 
de temperatura, salinidade, pH e oxigênio dissolvido. A 
manutenção de condições ótimas melhora o bem estar 
animal e diminui as chances de desenvolvimento e 
disseminação de doenças.
Independentemente do tipo de instalação e do 
propósito, o conhecimento dos aspectos básicos de 
qualidade da água são tão essenciais quanto ela 
mesma. Portanto, o objetivo deste e-book é apresentar 
uma breve revisão dos parâmetros físicos e químicos de 
qualidade de água, que são relevantes para a 
manutenção de organismos aquáticos. 
�6 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2. Qualidade de água
2.1. Temperatura
A temperatura é um parâmetro físico de 
qualidade de água que influencia, por exemplo, a 
concentração de oxigênio dissolvido, a taxa metabólica, 
a reprodução e o crescimento dos animais. A sua 
medição é realizada através de termômetros, a unidade 
internacional utilizada é graus celsius (°C).
As espécies cultivadas possuem intervalos de 
temperatura considerados ideais para crescimento e 
reprodução (Tabela 1). 
Tabela 1. Faixa de temperatura (°C) para o crescimento de 
algumas espécies.
Para controlar a temperatura em sistemas 
fechados, de acordo com o volume total, podem ser 
utilizadas estufas agrícolas, e aquecedores térmicos. As 
bombas de calor são a forma elétrica mais eficiente 
para a geração de calor, chegando a consumir 70% 
menos do que uma resistência elétrica. 
Figura: Pós larvas de camarões marinhos L. vannamei. Espécie Temperatura ideal (ºC) Referência
Tilápia - 
Oreochromis 
niloticus
28 - 29 Santos et al. (2013)
Zebrafish - Danio 
rerio
24 - 28 Harper & Lawrence (2011)
Camarão gigante - 
Macrobrachium 
rosenbergii
24 - 32 New et al. (2010)
Camarão marinho - 
Litopenaeus 
vannamei
28 - 30 Ponce-Palafox et al. (1997)
Figura: Bomba de Calor em titânio. Equipamento adequado 
para aquecimento e resfriamento de sistemas aquáticos.
https://altamar.com.br/produtos/aquecedores/
https://altamar.com.br/produtos/aquecedores/
�7 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.2. Oxigênio 
Em ambientes aquáticos, a concentração de 
oxigênio dissolvido é influenciada pela temperatura, 
salinidade e altitude (Tabela 2). Para mensurar a 
concentração de oxigênio, o recomendado é a utilização 
de oxímetros. Esses aparelhos possuem uma sonda 
com membrana ou leitura óptica capaz de ler 
instantaneamente a concentração do gás na água. As 
unidades de medida utilizadas como padrão são mg/L 
ou percentual de saturação (%sat).
Sistemas em que são utilizadas densidades de 
estocagem significativas é necessário o uso de sistema 
de aeração suplementar. Por exemplo, sistemas de 
cultivo comumente utilizam os compressores radiais 
(blower’s) e difusores (por mangueira, pedras de 
aeração ou discos microperfurados). Em sistemas 
fechados também é comum a utilização de venturis ou 
nozzles, funcionando com injeção de ar atmosférico na 
água, formando microbolhas. Além disso, em sistemas 
de recirculação (recirculating aquaculture systems - 
RAS) com densidades de estocagem superintensivos, é 
possível injetar O2 puro diretamente no sistema. 
Mais recentemente, como forma de aumentar a 
segurança dos sistemas, têm sido utilizados sistemas 
de monitoramento remoto dos parâmetros de qualidade 
da água. Esses sistemas monitoram e controlam 
continuamente os parâmetros de água, acionando, por 
exemplo, um aerador quando a concentração de 
oxigênio chegar a um nível mínimo programado. Além 
da segurança, um sistema como esse diminui de forma 
significativa o custo de energia elétrica com aeração.
Para a estimativa de consumo de oxigênio do 
sistema, são considerados: a espécie produzida, a fase 
de desenvolvimento, a biomassa total, entrada de 
alimento por dia (quantidade e composição bioquímica), 
tamanho do biofiltro e a quantidade de fluxo de água 
diário. 
Tabela 2. Solubilidade de oxigênio dissolvido (mg/L) em 
função da salinidade (g/L) e temperatura (°C), considerando a 
pressão barométrica de 760 mm Hg. Adaptado de Boyd 
(2015).
Temperatura / 
Salinidade 0 10 30
15 10,07 9,47 8,38
20 9,07 8,55 7,60
25 8,24 7,78 6,95
30 7,53 7,13 6,39
Figura: Oxímetro digital. Equipamento utilizado 
para monitoramento de oxigênioe temperatura. 
Figura: Sistema de monitoramento e 
controle de qualidade de água sendo 
monitorado remotamente através de 
https://altamar.com.br/produto/medidor-de-oxigenio-dissolvido-hi9146/
https://altamar.com.br/produtos/aeracao/
https://altamar.com.br/produtos/aeracao/
https://altamar.com.br/produtos/controladores/
https://altamar.com.br/produto/medidor-de-oxigenio-dissolvido-hi9146/
https://altamar.com.br/produtos/aeracao/
https://altamar.com.br/produtos/aeracao/
https://altamar.com.br/produtos/controladores/
�8 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.3. Nutrientes
Nos sistemas aquáticos, os principais nutrientes 
d isso lv idos na água es tão re lac ionados às 
concentrações de nitrogênio e fósforo. Ambos são 
provenientes principalmente da ração, devido às sobras 
de ração e não absorção pelos organismos mantidos. 
A manutenção da concentração de nitrogenados 
e fósforo é fundamental para o bom funcionamento dos 
sistemas de produção em aquicultura, sendo a 
biofiltração (hetero, auto ou fotoautotrófica) a melhor 
alternativa. É importante destacar, que a liberação dos 
efluentes de aquicultura deve estar de acordo com os 
padrões estabelecidos pela Resolução do CONAMA 
357 (2005).
Para a dosagem das concentrações de 
nutrientes na água (nitrogenados e fósforo) são 
amplamente utilizados métodos colorimétricos (mg/L).
2.3.1. Nitrogenados
A manutenção dos nitrogenados a níveis seguros 
é um dos maiores desafios na manutenção e produção 
de organismos aquáticos. Os produtos nitrogenados 
são: amônia, nitrito e nitrato. 
2.3.1.1. Amônia
As principais fontes de amônia são a excreção 
pelos organismos produzidos e as sobras de ração. 
Peixes e crustáceos excretam nitrogênio na forma de 
amônia, como subproduto do metabolismo proteico. 
Basicamente, a amônia é apresentada como amônia 
tóxica (NH3), amônia ionizada (NH4+) ou amônia total 
(NH3 + NH4+). 
A amônia tóxica (NH3) é a forma que apresenta 
maior risco à condição sanitária dos organismos 
cultivados. A concentração de NH3 pode ser 
determinada a partir do valor de amônia total, 
relacionada aos valores de pH e temperatura da água 
(Tabela 3).
Tabela 3. Percentual de amônia tóxica em relação à amônia 
total em função da temperatura (°C) e do pH.
Como forma de manter a concentração de 
amônia tóxica em níveis seguros, em sistemas de 
recirculação são utilizados os biofiltros. Esses, são 
substratos rígidos para a fixação de bactérias 
nitr ificantes (quimioautotróficas), que são as 
responsáveis pela nitrificação. 
A nitrificação é um processo que ocorre em duas 
etapas (reação A e B). Primeiramente, a amônia é 
oxidada a nitrito, e finalmente, este é oxidado a nitrato, 
a forma nitrogenada menos tóxica.
(A) NH3 bactérias NO2-
(B) NO2- bactérias NO3-
A Tabela 4 apresenta os valores de toxicidade de 
amônia para os organismos produzidos. De maneira 
geral, a toxicidade da amônia aos organismos é 
tamanho dependente, sendo os organismos de maior 
tamanho menos resistentes à NH3.
Temperatura/pH 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0
15 0,027 0,086 0,273 0,859 2,67
20 0,039 0,125 0,396 1,24 3,82
25 0,056 0,180 0,566 1,77 5,38
30 0,080 0,254 0,799 2,48 7,46
Figura: Colorímetro digital portátil de amônia
Figura: Exemplares de Zebrafish Danio rerio.
https://altamar.com.br/produtos/analise-de-agua/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-biologicos/
https://altamar.com.br/produtos/analise-de-agua/
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https://altamar.com.br/produtos/filtros-biologicos/
https://altamar.com.br/produtos/analise-de-agua/
�9 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.3.1.2. Nitrito 
Produzido pelo processo de nitrificação, o nitrito 
(NO2-) é a forma intermediária dos compostos 
nitrogenados. Possui significativa toxicidade, causando 
nos peixes a formação de metahemoglobina, o que 
reduz a capacidade de transporte de oxigênio pelo 
sistema circulatório, resultando na denominada doença 
do sangue marrom. A Tabela 5 apresenta os valores de 
toxicidade de nitrito.
De forma geral, os biofiltros demoram entre 
30-60 dias para atingir a completa oxidação dos 
nitrogenados. Portanto, períodos inferiores a esse 
apresentam como característica elevação nas 
concentrações de nitrito. Desta forma, antes da adição 
dos organismos cultivados, é necessário realizar o 
preparo prévio do biofiltro.
Em situações em que há risco na elevação das 
concentrações de NO2-, como forma de prevenir 
mortalidades e reduzir a toxicidade, pode ser utilizado o 
cloreto (Cl-). A proporção recomendada entre a 
concentração de Cl-:NO2- é 10:1 ou mais (Durborow et 
al. 1997). Por exemplo, as fontes de Cl- que podem ser 
adicionadas são o cloreto de sódio (NaCl) ou o cloreto 
de cálcio (CaCl2).
Espécie Tamanho CL50 - 96 h Referência
Tilápia - O. niloticus 4,5 g 0,96 Evans et al. (2006)
Tambaqui – Colossoma 
macropomum
3,4 g 1,08 Souza-Bastos, Val & Wood (2017)
Pirarucu – Arapaima 
gigas
13,7 g 0,70 Souza-Bastos, Val & Wood (2017)
Camarão marinho – L. 
vannamei
Juvenis 
(22 mm)
1,60 Lin & Chen (2001)
Espécie Tamanho CL50 – 96 h (mg NO2-/L) Referência
Tilápia - O. niloticus 12,5 g 81 Atwood et al. (2001)
Zebrafish - D. rerio
Larvas (20 – 25 
dias)
Adultos (2 – 3 
meses)
386
242
Voslárová et al. (2006)
Tambaqui - 
C. macropomum
65 g 5,98 Costa et al. (2004)
Camarão marinho - 
L. vannamei
Juvenis 
(56 mm)
322 
(salinidade 35‰)
Lin & Chen (2003)
Tabela 4: Toxicidade da amônia para espécies de organismos produzidos.
Tabela 5. Toxicidade do nitrito (mg NO2-/L) para algumas espécies de organismos aquáticos.
https://altamar.com.br/produtos/filtros-biologicos/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-biologicos/
�10 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.3.1.3. Nitrato 
A última etapa da nitrificação produz o nitrato 
(NO3-), que é o composto nitrogenado com menor 
toxicidade. Em sistemas que utilizam a nitrificação, 
naturalmente ocorrerá o acúmulo de nitrato no sistema. 
Quanto maior for a ciclagem quimioautotrófica e entrada 
de alimento diário, maior será o acúmulo de nitrato no 
sistema.
São poucos os trabalhos que demonstram a 
toxicidade do NO3- aos organismos produzidos, e para 
algumas situações as reduções no desempenho 
zootécnico podem ser atribuídas ao acúmulo deste 
nutriente. Portanto, esse é um nutriente que deve ser 
avaliado principalmente quando existem restrições para 
renovação, trocas parciais ou quando a água é 
reutilizada entre os ciclos. 
Por exemplo, foi demonstrado que para a tilápia 
do Nilo, o recomendado são valores abaixo de 500 mg 
NO3-/L (Monsees et al., 2017) e para zebrafish D. rerio 
abaixo de 200 mg/L (Learmonth & Carvalho, 2015). Além 
disso, para a manutenção de aquários públicos, 
concentrações de NO3- superiores a 10 mg/L, têm sido 
relacionados com a formação de bócio e mortalidade de 
tubarões e raias, podendo causar mortalidades nos 
casos mais severos (Crow, 2004). 
Em RAS e aquários públicos que possuam 
restrições de trocas de água e que possuam grande 
acúmulo de NO3-, a utilização de filtros desnitrificadores 
podem ser úteis para garantir níveis baixos desse 
composto. Esse é um filtro anaeróbico com capacidade 
de realizar a redução do NO3- até N2 (forma gasosa 
liberada para a atmosfera), diminuindo a necessidade 
de trocas de água nesses sistemas com restrição de 
troca de água. 
2.3.2. Fósforo
Para sistemas de produção, que não utilizam a 
ciclagem fotoautotrófica dos nutrientes, haverá acúmulo 
de fósforo. Apenas entre 10-20% do fósforo disponível 
na ração será absorvido pelos organismos produzidos, 
sendo que os restantes 80-90% estarão disponíveis na 
água.
As principais formas do fósforo na água são 
fosfato diácido (H2PO4-) e fosfato ácido (HPO4-2). Essas 
formas não representam risco direto aos organismos 
produzidos, entretanto, por serem nutrientes, podem ser 
utilizados por organismos fotossintetizantes. Desta 
forma, a concentração de fósforo é utilizada para 
determinar o estado tróficodo ambiente aquático.
Como forma de manter o fósforo total a níveis 
baixos, podem ser recomendadas: renovações de água 
periódicas, utilização de carvão ativado ou filtração por 
organismos fotossintetizantes. De acordo com a 
Resolução do CONAMA 357/2005, a liberação de 
efluentes deve possuir as concentrações de fósforo 
total entre 0,02 e 0,1 mg/L, de acordo com o ambiente.
Figura: Tubarões e raias são exemplos de animais com baixa tolerância ao nitrato.
�11 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.4. pH, CO2 e alcalinidade
O pH (potencial hidrogeniônico) representa a 
quantidade de prótons (H+) disponíveis no meio aquoso, 
sendo demonstrado pela escala entre 0 e 14. Em 
ambientes de água doce, o recomendado é utilizar 
águas próximas a neutralidade (6,5 - 7,5), enquanto que 
para águas marinhas valores entre 8,0 - 8,5.
Em sistemas de produção para a aquicultura é 
convencional as oscilações nos valores de pH. Em 
sistemas que utilizam as ciclagens fotoautotróficas 
(principalmente microalgas) as oscilações do pH são 
diárias de acordo com o regime luminoso. Durante a 
fase luminosa, as microalgas realizam a fotossíntese, 
produzindo O2 e consumindo o CO2 dissolvido, o que 
ocasiona aumento nos valores de pH. Durante a fase 
escura, há consumo de O2 e produção de CO2, 
ocasionando redução do pH.
Ainda, em sistemas que utilizam biofiltros 
autotróficos (realizando a nitrificação) há uma tendência 
natural na redução do pH, devido ao consumo de 
alcalinizantes pelas bactérias nitrificantes. Além disso, 
os próprios organismos produzidos, peixes ou 
camarões, produzem e consomem compostos que 
favorecem a redução do pH no meio, como CO2 e H+.
A alcalinidade representa a soma das bases 
dissolvidas, como bicarbonato (HCO3-) e carbonato 
(CO3-). Essas bases são responsáveis por evitar as 
oscilações nos valores de pH, portanto, são 
consideradas importantes 
no tamponamento da água. 
Para a manutenção do pH 
estabilizado, em água doce, 
são recomendados valores 
acima de 50 mg CaCO3/L, 
enquanto que para água 
marinha acima de 120 mg 
CaCO3/L.
	
E m s i s t e m a s R A S é f u n d a m e n t a l o 
monitoramento da alcalinidade, pois o biofiltro é 
responsável por grande consumo das bases. Desta 
forma, são necessárias correções com produtos 
alcalinizantes, como o bicarbonato de sódio (NaHCO3), 
carbonato de cálcio (CaCO3), carbonato de sódio 
(Na2CO3) ou cal hidratada (CaOH2). É importante 
destacar que a cal hidratada possui grande poder de 
neutralização, causando rápido aumento nos valores de 
pH, portanto sua utilização deve ser realizada com 
cuidado, podendo ser recomendado o uso de 
concentrações entre 2,0 e 50,0 mg/L.
Ao utilizar os alcalinizantes, após a sua 
dissociação na água, serão produzidos uma base e um 
íon. De acordo com o produto utilizado, a adição no 
sistema pode ser de cátions divalentes, que 
representam a dureza da água. 
Em água doce a dureza é representada 
principalmente pelo cálcio (Ca2+), podendo determinar a 
classificação da água como: mole (<50 mg CaCO3/L), 
moderada (50 - 150 mg CaCO3/L), dura (150 - 300 mg 
CaCO3/L) e muito dura (>300 mg/L) (Boyd, 2015). Em 
contrapartida, para água marinha, o magnésio (Mg2+) 
possui significativa relevância, sendo encontrado em 
média valores de Ca2+ em 400 mg/L e Mg2+ em 1.350 
mg/L (Boyd, 2015).
Figura: Aquicultura de corais duros. Esses animais são bastante exigentes quanto ao nível 
de pH, alcalinidade e cálcio na água.
�12 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.5. Sólidos 
Para sistemas com baixa ou nula renovação de 
água, as principais fontes de sólidos são: excreção dos 
organismos produzidos (fezes), sobras de alimento e 
produção de biomassa pelo fito e zooplâncton. Em 
RAS, a presença de sólidos é indesejável, pois está 
associada ao aumento no consumo de oxigênio 
(demanda química e biológica de oxigênio), aumento na 
concentração de microorganismos associados a 
patologias e mal funcionamento do biofiltro (oscilações 
nas taxas de nitrificação).
Portanto, para a manutenção da qualidade de 
água, são utilizados filtros de sólidos. A seleção do 
equipamento de filtração é realizada de acordo com a 
quantidade total de sólidos e o tamanho das partículas 
a serem removidas (por ex., 10 - 500 µm). Desta forma, 
partículas pequenas podem ser removidas em filtros 
tipo bag, intermediárias por filtros de disco, bead ou 
tambor, enquanto que as maiores em sedimentadores.
2.5.2. Dissolvidos e turbidez
O s s ó l i d o s d i s s o l v i d o s n a á g u a s ã o 
representados pelos íons e partículas orgânicas (<2µm). 
Desta forma, os sólidos dissolvidos causam alterações 
na turbidez da água, que se refere a uma propriedade 
ótica, devido a maior ou menor penetração da energia 
luminosa.
O aumento da turbidez pode ser causado por: 
aumento dos sólidos suspensos e dissolvidos, fito e 
zooplâncton. Para quantificar a turbidez, são utilizados 
equipamentos digitais (turbidímetro), apresentando 
como os valores em unidades nefelométricas de 
turbidez (NTU). Em sistemas com baixa ou nula 
renovação de água, o demasiado aumento da turbidez 
pode ser ocasionado, por exemplo, por uma ineficiente 
remoção de sólidos, resultando em renovações de água 
desvantajosas.
Em sistemas fechados, a utilização de filtros 
mecânicos tem como função diminuir a quantidade de 
partículas na água. Como forma de remover as 
partículas de menor tamanho que aumentam a turbidez 
da água, são utilizados os Protein Skimmers. Esses 
filtros removem partículas menores do que 20 µm, 
formadas principalmente por frações orgânicas 
proteicas e lipídicas e que dificilmente seriam removidos 
por outros métodos.
Figura: Enriquecimento ambiental em recinto de hipopótamo no zoológico de Dallas, EUA. A utilização de sistema adequado de 
filtragem permite a manutenção de ótima condição de qualidade de água e visão submersa.
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produto/medidor-turbidez-com-maleta-para-transporte-hi93703c/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produto/infraestrutura-1/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produto/medidor-turbidez-com-maleta-para-transporte-hi93703c/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
https://altamar.com.br/produto/infraestrutura-1/
https://altamar.com.br/produtos/filtros-mecanicos/
�13 Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos
2.5.3. Salinidade e composição 
iônica 
A soma de todos os íons dissolvidos na água 
representa a salinidade. As unidades utilizadas para 
apresentar a salinidade podem ser PSU (practical unity 
of salinity), percentual (%), partes por mil (ppt) ou 
massa/volume (mg/L ou g/L). Para a determinação da 
salinidade podem ser utilizados refratômetros óticos ou 
digitais.
As águas são classificadas como doce, salobra 
ou marinha. A salinidade utilizada como referência para 
cada classificação varia de acordo com os autores ou a 
legislação, entretanto, será considerada água doce 
quando a salinidade for menor que 0,5 g/L, salobra 
entre 0,5 e 25 g/L e marinha acima de 25 g/L.
Com o desenvolvimento da aquicultura tem sido 
comum a produção de organismos de água doce em 
água salobra, ou até mesmo de camarões marinhos em 
salinidade reduzida. Entretanto, é importante destacar 
que as diferentes fontes de água (superficial, 
subterrânea ou marinha) possuem composições iônicas 
distintas. Além disso, cada espécie produzida para 
atingir seu máximo desempenho produtivo possui 
requerimentos iônicos, relacionados a capacidade 
osmorregulatória. Portanto, é recomendado verificar os 
balanços iônicos, especialmente para Na+, Cl-, K+, Ca+2, 
Mg+2, SO4- e Fe, para caso seja necessário, realizar 
correções.
Em sistemas com baixa ou nula renovação de 
água, é comum ocorrer excessiva elevaçãoda 
salinidade. Em ambientes marinhos, isso ocorre 
principalmente devido a evaporação de água e 
reposição com água marinha. Já em água doce, o 
acúmulo de subprodutos da ração e dos alcalinizantes 
poderá causar elevação da salinidade. Portanto, é 
fundamental o monitoramento desse parâmetro.
Figura: equipamentos ópticos e eletrônicos, portáteis e de fácil manuseio.
Figura: eclosão de náuplios de Artemia salina em água com salinidade de 35 g/L.
https://altamar.com.br/produtos/analise-de-agua/
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