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Princípios da medicina de família e comunidade e atribuitos da APS

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1 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO 
Princípios da medicina de 
família e comunidade e 
atribuitos da APS 
Conceitos importantes 
 APS (Atenção Primária à Saúde): É um cenário 
do sistema de saúde e um lugar de atuação 
médica; 
 MFC (Medicina de Família e Comunidade): 
Especialidade médica; 
 ESF (Estratégia de Saúde da Família): É uma 
estratégia de Estado, uma política pública, é um 
modo de fazer. 
OBS: A APS vai estar presente em vários locais do 
mundo, mas a ESF vai apenas existir no Brasil, pois 
é uma política pública elaborada pelo governo 
brasileiro. Cada país terá sua própria estratégia 
para a promoção dos serviços de saúde. 
MFC 
 Para ocupar esse espaço, o médico da família 
passa por um processo de especialização, 
então o médico nunca pode dizer a um 
paciente que o seu problema não é da sua 
área; 
 Em medicina da família, as pessoas são 
cuidadas em sua totalidade, não apenas 
focando em um sistema ou em uma faixa 
etária específica; 
 O compromisso do médico da família é com a 
pessoa, independente de quais sejam os 
problemas do paciente; 
 O médico da família age como coordenador de 
cuidado e procura tornar-se competente nos 
problemas mais frequentes do sujeito, não nos 
problemas mais simples; 
 De alguma forma o médico de MFC ajuda o 
paciente, se não for com a intervenção clínica 
direta vai ser coordenando o cuidado, a 
ajudando a chegar aonde ela precisa chegar; 
 A base da MFC é o vínculo médico-paciente; 
 A centralização está na pessoa, então é ela 
quem define qual o problema; 
 O médico da família se vê como parte da 
comunidade, como parte de uma rede de 
recursos que deve servir a sua comunidade; 
 O médico de MFC deve saber equilibrar as 
necessidades individuais das pessoas com as 
demandas da comunidade; 
 O compromisso do médico da família com a 
pessoa é contínuo, perdura por longos 
períodos ou mesmo por toda a vida 
(longitudinalidade); 
 O método cartesiano não é usado na APS, pois 
o sujeito não se reduz a um conjunto de 
sintomas; 
 O dualismo mente e corpo não se enquadra na 
MFC; 
 Os sentimentos e emoções tem um papel 
fundamental. 
 
 
2 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO 
 
Princípios da MFC 
 MFC são comprometidos com a pessoa, e não 
com um conjunto de conhecimentos, grupo de 
doenças ou técnica especial; 
 MFC procuram entender o contexto da 
experiência com a doença; 
 O MFC vê cada contato com as pessoas como 
uma oportunidade de prevenção de doenças ou 
promoção de saúde; 
 O MFC vê as pessoas que atende, não apenas 
como pessoa isoladamente, mas como uma 
“população de risco”. 
APS 
 Oferece a entrada no sistema para todas as 
novas necessidades e problemas; 
 Fornece atenção sobre a pessoa (não 
direcionada para a enfermidade) no decorrer 
do tempo; 
 Fornece atenção para todas as condições 
(exceto as muito incomuns ou raras); 
 Coordena ou integra a atenção fornecida em 
algum outro lugar ou por terceiros. 
Atributos essenciais 
 Acesso de primeiro contato; 
 Longitudinalidade; 
 Integralidade do cuidado; 
 Coordenação nos níveis assistenciais. 
Atributos derivados 
 Orientação familiar; 
 Orientação comunitária; 
 Competência cultural. 
OBS: É necessário que ocorra um processo de 
avaliação constante de tais atributos para saber 
como eles estão atuando. A ferramenta utilizada é 
a Primary Care Assessment Tool PCATool- Brasil. 
O que NÃO é APS? 
 Pobreza (A APS é universal, embora prioriza 
áreas mais vulneráveis, pelo princípio da 
equidade); 
 Crônico (não trabalha só com o crônico, mas 
com problemas de diversas naturezas); 
 Prevenção (não é específico para isso, o foco 
é assistencial); 
 Menor complexidade (pode cuidar de maiores 
complexidades, desde que seja mais 
frequente). 
Rede de cuidado às DCNT: Papel 
central da APS 
 A rede de atenção à saúde é constituída por 
arranjos organizativos de ações e serviços de 
saúde, de diferentes densidades tecnológicas; 
 Sistema poliárquico de redes; 
 
 
3 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO 
 No centro do sistema está a APS; 
 As redes de atenção buscam a integração de 
sistemas de apoio técnico, logístico e de 
gestão, para garantir a integralidade do 
cuidado; 
 Característica das redes de atenção: 
 Relações horizontais entre os pontos de 
atenção com o centro de comunicação da 
APS; 
 Centralidade nas necessidades em saúde 
de uma população; 
 Responsabilização na atenção contínua; 
 Cuidado multiprofissional; 
 Compromissos com os resultados 
sanitários e econômicos. 
 
Rede de atenção às doenças 
crônicas 
 A necessidade de organizar uma rede de 
atenção voltada para necessidades de doenças 
crônicas vem do número alto de mortes e da 
alta carga de morbidade; 
 Objetivo: 
 Apoiar a mudança do modelo de atenção 
básica à saúde, fortalecendo o cuidado das 
pessoas com doenças crônica; 
 Garantir o cuidado integral às pessoas com 
doenças crônicas; 
 Impactar positivamente nos indicadores 
relacionados às doenças crônicas; 
 Contribuir para a promoção da saúde da 
população e prevenir o desenvolvimento 
das doenças crônicas e suas complicações. 
 Princípios: 
 Organização da atenção à saúde; 
 Recursos da comunidade; 
 Autocuidado apoiado; 
 Desenho da linha de cuidado; 
 Suporte às decisões clínicas; 
 Sistema de informações clínicas. 
 Organização: 
 Elege os eixos temáticos dessas doenças 
crônicas (ex: diabetes, obesidade..); 
 Modelo de atenção à saúde que é o que 
define a estruturação da rede e o modelo. 
 
OBS: A linha (na foto acima está em vermelho) que 
aparece mede a avaliação do autocuidado e a 
relação da atenção profissional, para cima da linha 
 
 
4 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO 
e a atenção profissional. Para baixo a atenção do 
autocuidado. 
 Níveis de risco: 
 Nível 1: Propõem as intervenções de 
promoção da saúde para a população total, 
realizada por meio de ações intersetoriais 
com o intuito de atingir toda a população 
geral, quem tem e quem não tem Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). 
Ex: Incentivo geral através de propagandas, 
mudança de estilo de vida, disponibilização de 
alimentos saudáveis com menos impostos, entre 
outros. 
 Nível 2: Opera-se com subpopulações 
estratificadas por fatores de risco, com 
foco nos determinantes proximais ligados 
aos comportamentos e aos estilos de vida, 
por meio de intervenções de prevenção de 
doenças, voltadas para indivíduos e 
subpopulações. 
Ex: “Saúde na escola” e “academia de saúde”. 
OBS: Enquanto no nível 1 são intervenções para a 
população como um todo, no nível 2 começa-se a 
focalizar aqueles grupos com fatores de risco ou 
com comportamentos que já vão anunciando a 
chegada das doenças crônicas. 
 Nível 3: A atenção à saúde é fortemente 
ancorada em ações de autocuidado apoiado, 
mas existe também a atenção clínica ao 
indivíduo e se trabalha também com 
pessoas que já estão com a doença, porém 
em um grau simples; 
 Nível 4: Além do autocuidado apoiado, 
observa-se a necessidade mais significativa 
de cuidados profissionais, incluindo o 
especializado. É praticamente a mesma 
coisa do nível 3, só que com a população 
em um nível mais complexo de doenças 
crônicas; 
 Nível 5: Opera-se com subpopulações que 
apresentam condições de saúde muito 
complexas e que chegam a consumir a 
maior parte dos recursos globais de um 
sistema de atenção à saúde. 
Ex: pessoas que estão internadas na UTI e nesse 
caso a atuação profissional é bem maior do que o 
autocuidado e profissional elabora um projeto 
terapêutico singular para o paciente. 
Pontos de atenção e suas funções 
na rede de atenção às doenças 
crônicas 
 Atenção primária: 
 É a ordenadora da rede e coordenadora 
do cuidado, pelo seu caráter estratégico, 
pois ela é o ponto com mais capilaridade da 
rede, e aquele mais próximo das pessoas; 
 Por está no cotidianodo paciente é a mais 
preparada para fazer a estratificação dos 
riscos, ou seja, dividir essa população de 
acordo com os seus riscos; 
 Por esses motivos, é necessário ações de 
qualificação da APS, em todos os níveis. 
 Atenção complementar: Tem papael 
complementar e integrado com APS, 
 
 
5 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO 
superando a atuação fragmentada. Se divide 
em dois níveis: 
 Ponto de atenção ambulatorial 
especializada (consultórios): AAE (Atenção 
Ambulatorial Especializada); 
 Ponto de atenção hospitalar, que se divide 
em: 
 Hospitais; 
 UPAS; 
 SAMU. 
 O modelo de organização do serviço em rede 
ainda é um esforço de implantação. Ainda se 
está muito preso à pirâmide, mas existem 
políticas públicas para se fazer caminhar 
nesse sentido; 
 A APS (atenção primária à saúde) e a AAE 
(atenção ambulatorial especializada) podem se 
relacionar através da referência e 
contrarreferência: 
 Referência: É o encaminhamento para 
uma unidade de maior complexidade; 
 Contrarreferência: É caracterizada pelo 
esclarecimento e pela apresentação 
dessas informações para o médico e para 
a equipe da atenção primária sobre o que 
está acontecendo, os procedimentos 
realizados.. 
 Receber uma contrarreferência é muito difícil 
pela cultura de fragmentação (cultura da 
pirâmide); 
 Outras formas de se relacionar a APS com a 
AAE são através de visitas periódicas de 
especialistas e generalistas, através da relação 
mediada por gestor de casos e através da 
coordenação de cuidados compartilhados; 
 Projeto Terapêutico Singular (PTS): É uma 
ferramenta para qualificar o atendimento à 
pessoa crônica e consiste em um conjunto de 
propostas de condutas terapêuticas 
articuladas, constituídas a partir do movimento 
de coprodução e de cogestão do processo 
terapêutico; 
 Apoio matricial: Discussões de casos clínicos, 
contato do profissional da atenção primária 
com especialistas; 
 Autocuidado: o sucesso do tratamento 
depende fortemente da participação e do 
envolvimento do usuário enquanto sujeito ativo 
de seu tratamento. Para dar certo, precisa de 
uma boa relação médico-paciente; 
 Estratificação de risco: Tem por finalidade 
definir quem vai ficar em qual ponto de 
atenção à saúde, de acordo com a gravidade 
da enfermidade; 
 Ao coordenar o cuidado, pretende-se que a 
atenção primária seja capaz de garantir o 
cuidado contínuo ao usuário do Sistema Único 
de Saúde, fortalecendo vínculos entre a 
população e os pontos de atenção, o que é 
fundamental para a atenção à saúde integral 
da pessoa com doença crônica.

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