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CRICO E TRAQUEOSTOMIA

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AULA 3 – CRICOTIREOIDOSTOMIA, TRAQUEOSTOMIA, 
BIÓPSIA DE GÂNGLIO CERVICAL, CERVICOTOMIAS 
DANIELA FRANCO
Quando a via aérea estiver obstruída por edema de 
glote, fratura de laringe ou hemorragia orofaríngea 
grave ou quando o tubo endotraqueal não puder 
ser posicionado entre as cordas vocais, deve-se 
proceder à abordagem cirúrgica da via aérea 
(cricotireoidostomia ou traqueostomia). 
Dificuldades encontradas na obtenção de via 
aérea definitiva • estomago cheio • 
Comprometimento respiratório • Queimadura de 
face • Lesão da coluna vertebral e craniana e lesão 
maxilofacial • Intoxicação e comprometimento 
hemodinâmico 
1. CRICOTIREOIDOSTOMIA 
A cricotireoidostomia cirúrgica é preferível à 
traqueostomia para a maioria dos doentes que 
necessitam de uma via aérea cirúrgica porque ela é 
mais fácil de ser realizada, apresenta menor 
hemorragia associada e requer menos tempo para 
sua execução do que uma traqueostomia de 
emergência. 
➔ Deve ser revertida em traqueostomia dentro de 
24-72h 
➔ VANTAGENS: procedimento rápido, seguro e 
simples, comparado a traqueo; ausência de 
hemorragia relevante; não é necessário a 
hiperextensão da cabeça em pcts com possível 
lesão. 
A. TIPOS 
I. PUNÇÃO: Cricotireoidostomia por punção 
envolve a inserção de um cateter sobre agulha pela 
membrana cricotireoidea em situações 
emergenciais para fornecer oxigênio ao doente em 
um curto espaço de tempo, até que a via aérea 
definitiva possa ser realizada. Com a 
cricotireoidostomia por punção oferta-se oxigênio 
suplementar de forma temporária e a intubação 
endotraqueal passa a ser necessária de forma 
urgente e não mais emergente. 
É procedimento temporário e é indicado quando a 
manutenção da via aérea não pode ser obtida por 
outro método. Mais recomendada para ambiente 
pré-hospitalar. Na impossibilidade de intubação 
oro/nasotraqueal ou na dificuldade de 
cricotireoidostomia cirúrgica, a punção apresenta-
se como procedimento temporário que possibilita 
o ganho de tempo necessário para melhor preparo 
a um novo procedimento ou à chegada do paciente 
ao hospital. 
A insuflação em jato é obtida com a inserção de um 
cateter sobre agulha de grosso calibre de diâmetro 
(#12 a #14 em adultos e #16 a #18 em crianças) 
através da membrana cricotireoidea e em direção 
à traqueia abaixo do nível da obstrução. O cateter 
é, então, conectado a uma fonte de oxigênio a 15 
L/min (40 a 50 psi) por meio de uma conexão em 
Y ou por meio de um tubo que apresente um 
orifício cortado na lateral. A insuflação 
intermitente, um segundo sim e quatro segundos 
não, é realizada com o posicionamento do polegar 
sobre a extremidade aberta do conectar em Y ou 
sobre o orifício lateral. O doente traumatizado 
pode ser oxigenado adequadamente por 30 a 45 
minutos com essa técnica, mas somente doentes 
que possuam função pulmonar normal e que não 
apresentem lesões torácicas. 
Durante os quatro segundos em que o oxigênio não 
é ofertado sob pressão, ocorre alguma expiração. 
Como essa expiração não é adequada, existe um 
acúmulo lento e gradativo de CO2, o que limita o 
uso dessa técnica, especialmente em doentes com 
traumatismo craniencefálico. 
Quando há suspeita de obstrução completa da 
região glótica por corpo estranho, a insuflação em 
jato deve ser utilizada com cautela. Embora a alta 
pressão do jato possa expelir o material impactado 
para a hipofaringe, de onde ele poderia ser 
retirado com facilidade, pode ocorrer barotrauma 
significativo, incluindo ruptura pulmonar com 
pneumotórax hipertensivo. Dessa forma, deve-se 
tomar cuidado especial quanto ao fluxo de ar 
efetivo e ofertar oxigênio suplementar em baixo 
fluxo (5 a 7 L/ min) quando houver obstrução 
glótica presente. 
INDICAÇÃO DE PUNÇÃO 
- Indicado em crianças < 10 anos; 
- Pacientes politraumatizados com urgência de 
acesso à via aérea 
- Via de aspiração e higiene traqueobrônquica em 
pacientes com dificuldade de eliminar secreções 
- Usa uma ventilação de ALTO FLUXO de O2 → Jet 
ventilation (15L/min, nos casos em que não há 
suspeita de obstrução e 10 L/min (em casos de 
suspeita de obstrução) 
- TCE é uma CONTRAINDICAÇÃO da crico por 
punção 
 
II. CIRÚRGICA: A cricotireoidostomia cirúrgica é 
realizada com uma incisão na pele que se estende 
pela membrana cricotireoidea. Uma pinça 
hemostática curva pode ser utilizada para dilatar a 
abertura, e um tubo endotraqueal ou um tubo de 
traqueostomia de pequeno calibre (de preferência 
de 5 a 7 mm de diâmetro) pode ser inserido. 
Quando é utilizado um tubo endotraqueal, o colar 
cervical pode ser recolocado. E possível que o 
posicionamento do tubo endotraqueal seja 
modificado e que ele, facilmente, avance em 
direção a um brônquio. Deve-se tomar cuidado, 
especialmente em crianças, para evitar a lesão da 
cartilagem cricoide, que é o único suporte 
circunferencial para a parte superior da traqueia. 
Por incisão da pele no pescoço, procedimento mais 
utilizado. Os dois pontos-chave da técnica 
envolvem manutenção do posicionamento da 
incisão da membrana cricotiroidea e a sua 
adequada dilatação visto que são nessas duas fases 
em que ocorrem maior número de iatrogenias. O 
controle da traqueia durante a passagem da cânula 
transtraqueal se dá com o uso do gancho de Hook, 
do dilatador de Trousseau ou com a mão não 
dominante do socorrista. 
OBS: a cricotireoidostomia cirúrgica não é 
recomendada para crianças com idade inferior a 12 
anos, pois pode provocar lesão da cricóide, que é a 
única armação circunferencial da parte superior da 
traquéia. 
- Processos infeccioso e inflamatórios da laringe 
- Pacientes entubados há > 7 dias 
 
B. INDICAÇÕES 
A via aérea cirúrgica está indicada quando não se 
consegue realizar a intubação traqueal. -A falha em 
realizar a intubação endotraqueal é a indicação 
mais frequente do controle cirúrgico da via aérea. 
A cricotireoidostomia é o primeiro procedimento a 
ser considerado. Paciente politraumatizado; 
lesões buco-maxilo-faciais graves; acúmulo grande 
de sangue em boca e nariz; obstrução de via aérea. 
C. COMPLICAÇÕES 
• Colocação inadequada do tubo (13%) como na 
membrana supraglótica; demora do 
procedimento (11%) > 3 minutos; laceração ou 
ruptura da traqueia; laceração ou ruptura das 
cartilagens tiroide e cricoide, sangramento; 
lesão vascular ou nervosa, estenose glótica ou 
subglótica e infecção. 
• Punção: Ventilação inadequada levando à 
hipóxia, hipercapnia e morte (principal 
complicação); aspiração de sangue e conteúdo 
gástrico; hematoma; enfisema subcutâneo 
e/ou mediastinal; pneumotórax; perfuração 
esofágica, da parede traqueal posterior, da 
tireóide, do mediastino. 
• Cirúrgica: Aspiração de sangue; hemorragia ou 
formação de hematoma; enfisema de 
mediastino; estenose subglótica, de laringe ou 
de traqueia (principal complicação); fístulas 
traqueoesofágicas; criação de falso trajeto nos 
tecidos, ferimento do esôfago e traqueia; 
paralisia de cordas vocais, rouquidão. 
D. TÉCNICA OPERATÓRIA 
TÉCNICA POR PUNÇÃO 
É realizada com a introdução de uma agulha 
revestida com cânula plástica de calibre número 12 
ou 14 na membrana cricotireoíde. A ventilação é 
realizada com a ligação a uma fonte de oxigênio 
com 15 L/min, pela conexão em Y, que permite a 
insuflação durante um segundo e a expiração 
durante quatro segundos. Essa técnica pode ser 
usada por 30 a 45 minutos, existindo, após, 
acúmulo importante de C02. 
Contraindicações: Obstrução completa da via 
aérea superior (absoluta). Pacientes com TCE 
(relativa), já que a crico por punção tende a reter 
CO2, essa hipercapnia pode piorar a lesão cerebral. 
não fazer em paciente de ate 12 anos. 
ETAPA 1. Montar e preparar o tubo de oxigênio 
fazendo um orifício perto de uma das 
extremidades do tubo. Conectar a outra 
extremidade do tubo a uma fonte de oxigênio, 
capaz de fornecer 50 psi - libras por polegadaquadrada - ou mais no registro de saída e 
providenciar que o oxigênio flua livremente 
através do tubo. 
ETAPA 2. Colocar o doente em posição supina. 
ETAPA 3. Montar um cateter agulhado de calibre 
número 12 ou 14, de 8,5 em, em uma seringa de 5 
a 10 mL. 
ETAPA 4. Preparar o pescoço para a cirurgia, 
usando esponjas com antissépticos. 
ETAPA S. Palpar a membrana cricotireoidea 
anteriormente, entre a cartilagem tireoide e a 
cartilagem cricoide. Estabilizar a traqueia com o 
polegar e o indicador de uma das mãos para evitar 
movimento lateral da traqueia durante o 
procedimento. 
ETAPA 6. Funcionar a pele na linha média com 
agulha número 12 ou 14, conectada à seringa, 
diretamente sobre a membrana cricotireoidea (isto 
é, na linha média sagital) 
ETAPA 7. Direcionar a agulha em ângulo de 45° 
caudalmente, aplicando pressão negativa na 
seringa. 
ETAPA 8. Inserir cuidadosamente a agulha através 
da metade inferior da membrana cricotireoidea, 
aspirando à medida que a agulha avança. 
ETAPA 9. Aspiração de ar significa penetração na 
luz da traqueia. 
ETAPA 10. Remover a seringa e retirar a agulha ao 
mesmo tempo em que se avança o cateter para 
baixo, tomando cuidado para não perfurar a 
parede posterior da traqueia. 
ETAPA 11. Conectar o tubo de oxigênio ao cateter 
e fixá-lo ao pescoço do doente. 
ETAPA 12. A ventilação intermitente pode ser 
providenciada tampando o orifício do tubo de 
oxigênio com o polegar por 1 segundo e 
destampando-o por 4 segundos. Após retirar o 
polegar do orifício do tubo, ocorre expiração 
passiva. 
Nota: A Pa02 pode ser mantida em níveis 
adequados por apenas 30 a 45 minutos, e o 
acúmulo de co2 pode ocorrer mais rapidamente. 
ETAPA 13. Continuar observando a insuflação dos 
pulmões e auscultar o tórax para verificar se a 
ventilação está adequada. Prestar especial atenção 
à desinsuflação dos pulmões para evitar 
barotrauma, o que poderia levar a um 
pneumotórax. Se não se observar a desinsuflação 
do pulmão, comprimir gentilmente a caixa torácica 
para auxiliar a expiração, se necessário 
 
CIRURGICA 
Incisão desde a pele até a membrana 
cricotireóidea. O orifício criado é dilatado e uma 
cânula de 5 a 7 mm é introduzida na traquéia. 
 
ETAPA 1. Colocar o doente em posição supina com 
o pescoço em posição neutra. 
ETAPA 2. Palpar a chanfradura da tireoide, o 
espaço cricotireoideo e a manúbrio esternal para 
orientação 
 
ETAPA 3. Montar o equipamento necessário. 
ETAPA 4. Preparar a área a ser operada e aplicar 
anestesia local se o doente estiver consciente. 
ETAPA S. Estabilizar a cartilagem tireoide com a 
mão esquerda e manter a estabilização até que a 
traqueia seja intubada. 
ETAPA 6. Fazer uma incisão transversal na pele 
sobre a membrana cricotireoidea e proceder a uma 
incisão transversal cuidadosa. 
Atenção: Não incise a cartilagem cricoide e/ou 
tireoide. 
ETAPA 7. Inserir uma pinça hemostática ou um 
afastador traqueal dentro da incisão e girá-lo 90° 
para abrir a via aérea 
ETAPA 8. Inserir um tubo endotraqueal ou um tubo 
de traqueostomia de tamanho apropriado 
(usualmente número 5 ou 6), com balão, através da 
incisão da membrana cricotireoidea, direcionando 
o tubo distalmente para dentro da traqueia 
 
ETAPA 9. Insuflar o balão e ventilar o doente. 
ETAPA 10. Observar as insuflações pulmonares e 
auscultar o tórax para verificar se a ventilação se 
faz adequadamente. 
ETAPA 11. Fixar o tubo endotraqueal ou o tubo de 
traqueostomia ao doente para evitar 
deslocamentos. 
→ Técnica RFST consiste em: 
(1) identificação da cartilagem cricotiroidea; 
(2) incisão horizontal na pele e membrana cricoide 
juntas; 
(3) com auxílio do gancho de Hook, aplica-se uma 
tração caudal na cartilagem cricoide. Essa técnica 
permite ao cirurgião se posicionar atrás da cabeça 
do pte, do mesmo modo que na IOT, segurando o 
gancho de Hook com a mão esquerda e 
tracionando a traqueia caudamente; 
(4) segue-se, então, a introdução do tubo na 
traqueia com a mão direita. 
- Kit: agulha de grosso calibre, capaz de incisar a 
pele evitando uso de bisturi, acoplada a uma 
seringa que permite a aspiração do ar quando 
posicionada na traqueia. Revestindo a agulha, uma 
cânula de traqueostomia com balão é adaptada, 
permitindo introdução do kit por dilatação da 
membrana. 
Não esquecer de insuflar balonete e fixar canula, 
além de ligar a fonte de oxigênio e auscultar o 
paciente. 
2. TRAQUEOSTOMIA 
Procedimento cirúrgico que consiste na abertura 
da parede anterior da traqueia com o meio 
externo. 
A realização de uma traqueostomia tem 
conseqüências fisiológicas favoráveis e 
desfavoráveis. 
São conseqüências favoráveis: (1) possibilidade de 
respirar a despeito de uma obstrução glótica; (2) 
redução do esforço respiratório por diminuição do 
espaço m01to anatômico; e (3) eliminação de 
secreções respiratórias que estavam sendo retidas 
por uma tosse ineficaz. 
São conseqüências desfavoráveis: (I) ausência da 
umidificação e aquecimento do ar inspirado, antes 
proporcionado pelas vias aéreas superiores; (2) 
ausência de fluxo aéreo para as cordas vocais, com 
impedimento da forração; (3) quebra da barreira 
antimicrobiana natural pela comunicação com o 
exterior; e (4) transtornos da deglutição 
provocados pela fixação traqueocutânea. 
A. INDICAÇÕES 
Permeabilização de via aérea, ventilação e oxigenação 
nos seguintes casos: 
ELETIVOS: *Na ausência de dispneia ou na presença 
de dispneia leve 
- IOT ou nasotraqueal prolongada (>10-14dias), devido 
maior risco de estenose traqueal. 
- Aspiração laringotraqueal 
- Dificuldade de eliminação de secreções 
broncopulmonares, para evitar aspiração. 
- Proteção das vias respiratórias nas operações de 
grande porte na face e/ou no pescoço. 
- Tumores da face e do pescoço, como procedimento 
isolado. 
- Substituição de cricotireostomia 
 
URGENTES: *Na vigência de dispneia com 
desconforto intenso ou comprometedor 
- Trauma com lesões na face, no pescoço ou no tórax 
- Queimaduras acometendo a boca, o nariz e suas 
adjacências 
- Tumores obstrutivos da face, do pescoço e do tórax 
– obstrução de via aérea 
- Infecção do pescoço, formando abcesso 
– obstrução de via aerea 
- Hematomas cervicais 
 
* Contraindicação única: alteração da hemostasia. 
* A presença de pescoço obeso ou curto, bócios, 
massas pulsáteis ou neoplasias na região, infecções 
e impossibilidade de estender a coluna cervical são 
fatores que dificultam a cirurgia, porém, não são 
contraindicações e sempre devem ser avaliados e 
considerados 
Não é recomendada a realização da traqueostomia 
em pacientes com transtornos de coagulação, e 
também consistem em fatores de risco elementos 
como obesidade, pescoço curto, aumento da 
glândula tireoide, infecção de tecidos moles no 
pescoço, impossibilidade de extensão cervical e 
história de cirurgia cervical. A presença de 
malignidades como carcinomas na região da 
laringe indica a necessidade de cautela, visto que, 
a manipulação pode resultar numa recorrência 
tumoral no local da traqueostomio 
B. COMPLICAÇÕES 
• Precoces: ocorre nos primeiros 6 dias. 
- Hemorragia, Hematomas, Infecção 
-Falso trajeto por deslocamento da cânula traqueal 
- Obstrução da cânula por rolhas ou secreção 
- Enfisema subcutâneo 
- Pneumomediastino, Pneumotórax, Aspiração 
 
• Tardias: ocorre após 7 dias. 
- Hemorragia 
- Fístula traqueoesofágica 
- Estenose subglótica ou traqueal 
- Traqueomalácea 
- Fístula traqueocutânea 
- Cicatriz hipertrófica 
– Distúrbios de deglutição 
- PNM 
- Aspiração 
- Obstrução da cânula 
C. TÉCNICA OPERATÓRIA 
- Realizada preferencialmente por cirurgião e no 
centro cirúrgico. 
1. Checagem das condições respiratória do 
paciente (MOV) e do material necessário; 
2. Posicionamento do paciente em decúbito dorsal 
(hiperextensão cervical, utilizandoum coxim sob o 
dorso); 
 
3. Assepsia e antissepsia; marcar na pele os pontos 
anatômicos e o local da incisão cirúrgica (2 cm 
acima da fúrcula ou entre tireoide e fúrcula). 4. 
Anestesia geral ou local (lidocaína 2% com 
vasoconstritor - epinefrina). Infiltra primeiro a pele 
e subcutâneo, e em seguida estruturas mais 
posteriores com a glândula tireoide. A traqueia 
deve ser anestesiada apenas em casos de secção 
de anéis traqueais. Mesmo sob anestesia geral, é 
bom realizar anestesia local para diminuir 
sangramento. 
5. Incisão longitudinal/vertical ou 
transversal/horizontal da pele e subcutâneo (3-4 
cm); 
- A incisão longitudinal (linha mediana - da borda 
inferior da cricoide em direção ao esterno) é 
preferível por ser mais fisiológica, pois permite que 
a cânula se mova para cima e para baixo até 
encontrar a posição ideal; além disso, permite 
acesso à traquéia com menor dissecção de tecidos. 
Incisão pode ser em T, U, H, X. Em H é a que o 
professor prefere. 
- Os resultados estéticos pelas duas incisões são 
semelhantes. 
6. Exposição e anestesia; dar um ponto de cada 
lado do anel traqueal para demarcar o local da 
incisão; 
7. Incisão da parede anterior da traquéia entre o 2º 
e 3º anéis traqueais; aspirar secreções 
imediatamente; 
OBS: A incisão da traqueostomia pode ser vertical 
ou transversal. A técnica longitudinal é 
tradicionalmente utilizada na traqueostomia 
percutânea, e é realizada a partir da porção inferior 
da cartilagem cricóide, medialmente e em direção 
caudal. Há menor probabilidade de lesão na 
vasculatura lateral cervical ou de outras estruturas 
adjacentes, e permite a movimentação da cânula 
no plano mediano para o melhor posicionamente. 
A técnica transversal, por sua vez, consiste na 
incisão caudalmente à porção inferior da 
cartilagem cricóide que é feita paralelamente às 
linhas de tensão da pele do pescoço. Apesar da 
incisão longitudinal permitir o acesso à traqueia 
com quantidade inferior de dissecação de tecidos, 
as incisões transversais apresentaram menores 
índices de complicações como úlceras no local da 
traqueostomia 
8. Colocação da cânula endotraqueal plástica (a 
metálica não acopla ao respirador) e insuflação do 
balonete; 
OBS: Na determinação do tipo de cânula a ser 
utilizada, é importante levar em consideração as 
dimensões da traqueia do paciente, a resistência 
das vias aéreas, se existe necessidade de ventilação 
mecânica e se estão presentes secreções ou 
alterações na deglutição. 
9. Fixação da cânula e realização de curativo. 
10. Realizar Raio X para avaliar se a cânula foi 
colocada na luz traqueal. 
- Não é uma escolha adequada no controle agudo 
da via aérea 
 
3. BIÓPSIA DE LINFONODO CERVICAL 
Os dados epidemiológicos do paciente, a evolução 
do nódulo e os sintomas associados podem 
direcionar o diagnóstico para uma doença 
neoplásica local ou metástase, infecção (TB, HIV, 
mononucleose, rubéola, toxoplasmose) ou doença 
reumatológica (lúpus, sarcoidose). 
*Principais causas de linfonodomegalia: neoplasia 
local, metástase, infecção. 
A. INDICAÇÕES 
- Características neoplásicas e clínica arrastada. 
-Características de linfonodos sugestivos de 
neoplasia e indicativo de biópsia: 
 • Tamanho > 1,5 cm; 
 • Crescimento lento e progressivo; 
 • Persistente (> 4 - 6sem) 
 • Aderência a planos profundos; 
 • Indolor 
 • Endurecimento e ausência de sinais flogísticos; 
 • Localização supraclavicular e cervical inferior. 
- Diagnóstico; estadiamento; planejamento 
terapêutico e prognóstico em casos de tumores; 
- Sempre que as características clínicas e exame 
físico do paciente não sejam diagnósticos; 
Obs.: paciente tabagista, etilista, 50 anos e 
linfodenomegalia única pensar em metástase ou 
carcinoma da mucosa da via aerodigestiva alta. 
B. COMPLICAÇÕES 
Lesões de estruturas nobres (plexo braquial, nervo 
espinhal, acessório, vago e facial, artéria carótida e 
subclávia, veias jugulares); infecção; hemorragia; 
disseminação de células neoplásicas 
C. TÉCNICA OPERATÓRIA 
- Se próximos: retirar todos; 
- Se distantes: retirar o maior, mais antigo e mais 
profundo. 
Tipos de Biópsias de linfonodos: 
1. Por meio de incisão na pele: Se estiver 
localizado superficialmente (pele) realizar 
anestesia local, se estiver profundo, realizar 
anestesia geral. O linfonodo é retirado como um 
todo. 
*Incisional → quando retira um pedaço da lesão. 
*Excisional → quando retira toda a lesão. 
2. Por punção/aspiração por agulha: 
PAAF → agulha fina. Se for profundo a orientação 
da agulha deve ser feita com auxilio de US ou TC. 
- Vantagem: ser feita sem incisão e o resultado 
pode ser no mesmo dia. 
- Desvantagem: a agulha não remove tecido 
suficiente para um diagnóstico definitivo. 
* Core Biopsy → agulha grossa. Vantagem: retira 
um pedaço maior de tecido para diagnóstico. 
Biópsia por incisão na pele – Cirúrgica 
- Realizar a incisão nas linhas de Langers (paralelo 
as linhas p/ melhor cicatrização); 
- Estabelecer as linhas da região cervical (sempre 
no sentido das linhas de força da pele da região) 
- NUNCA retirar a pele (apenas abrir, mantendo-a 
ÍNTEGRA), apenas o linfonodo com a sua cápsula 
- SEMPRE retirar com margem de segurança. 
- Divulsionar o local aberto (sem tocar no 
linfonodo) 
- Colocar o linfonodo no formol (que na maioria das 
vezes não é estéril) e NUNCA pegá-lo com gazes, 
devido ao risco de ressecamento e perda das 
propriedades fisiológicas. 
- Fechamento da pele e curativo 
- Sempre lembrar de documentar o procedimento. 
*Documentar o procedimento sempre!* 
*SEMPRE ARMAZENAR O LINFONODO NO 
POTINHO COM FORMOL (nunca pegar com gazer 
pois ele resseca, perdendo as estruturas 
fisiológicas* 
4. CERVICOTOMIAS 
A. TIPOS 
1. Acesso à região central: Incisão cervical de 
Kocher (“em colar”): incisão longitudinal na linha 
média ou transversal acompanhando a linha de 
força; tamanho proporcional a região a ser 
abordada; 
- Útil para: ressecções da tireóide e paratireóide; 
exérese de tumor; traqueostomia; cisto 
tireoglosso; 
2. Acesso à região lateral: incisão ao longo da 
borda anterior do músculo 
esternocleidomastoideo. Resultado estético ruim. 
Útil para exposição do feixe vascular, porém não 
confere acesso a outras estruturas. 
* 1 e 2 podem ser usadas em conjunto: incisão 
anterolateral – acesso ao esôfago e traqueia 
3. Acesso à parede posterior da faringe: 
exploração da faringe e esôfago cervical, drenagem 
de abscesso cervical. 
B. INDICAÇÕES 
Obter acesso à via respiratória, abordar traumas 
cervicais, realizar biopsias linfonodais e obter 
acesso ao tubo digestivo em sua porção cervical. 
CASOS 
1. Paciente masculino, 65 anos, já sabidamente 
portador de carcinoma espinocelular de 
orofaringe, em tratamento neoadjuvante com 
quimioterapia e radioterapia, para regressão da 
doença e terapêutica cirúrgica. Da entrada na 
emergência em franca insuficiência respiratória 
aguda. Mesmo com as medidas não invasivas não 
apresentou melhora. Você opta por realizar 
intubação traqueal para ventilação mecânica, 
porem na laringoscopia não consegue visualizar a 
epiglote. Discuta as possibilidades de conduta em 
relação ao manejo da via aérea nestas condições. 
Como está em franca insuficiência respiratória, 
iria primeiro para a crico. Mas pode partir para a 
traqueo também. A melhor indicação é a crico 
cirúrgica. 
2. Criança de 6 anos, vítima de acidente de bicicleta 
numa ladeira, com importante trauma na face e 
crânio atendida inicialmente pela equipe de 
suporte avançado do SAMU que teve os seguintes 
achados: 
a. Vias aéreas com ruidosas com grande 
quantidade de secreção sanguinolenta. 
b. MV + bilateral, simétrico com roncos de 
transmissão sat 87% 
c. Coração rítmico, 2 bulhas normofonéticas sem 
sopros PA: 100x65 FC: 100 d. Glasgow 8, pupilas,isocóricas e fotorreagentes 
e. Múltiplas fraturas de face e mandíbula. Frente a 
situação o médico opta por realizar intubação 
traqueal, porém não consegue realizar. Aplica um 
tubo laríngeo e encaminha ao hospital. Discuta as 
possibilidades de conduta em relação ao manejo 
de via aérea nestas condições. 
Frente a situação o médico opta por realizar 
intubação traqueal, porém não consegue realizar. 
Aplica um tubo laríngeo e encaminha ao hospital. 
Discuta as possibilidades de conduta em relação 
ao manejo de via aérea nestas condições. 
Glasgow 8 do pcte de trauma é direrente do 
paciente acamado crônico. Poderia fazer a crico, 
mas ele ta com TCE então a crico é desencorajada. 
3. Identificação: A.B., 32 anos, mulher, branca, 
casada, do lar, natural e residente de São Paulo. 
HPMA: conta a paciente que há 3 meses notou 
presença de nódulo na região cervical direita. De 
cerca de 1,5 cm de diâmetro, que vem crescendo 
rapidamente até o tamanho atual de 
aproximadamente 4 cm, indolor, sem sinais 
flogísticos. Não apresentou febre, sudorese 
noturna, nem emagrecimento no período. Nega 
rash cutâneo, amidalite e infecções dentárias. 
Interrogatório complementar: nega dores 
articulares, mialgias e estado gripal. 
Antecedentes pessoais: menarca aos 13 anos, 
g3p3c3, nega doença venérea e tuberculose. Nega 
uso de medicações. Nega tabagismo e etilismo. 
Antecedentes familiares: pai falecido de câncer de 
estômago, mãe operada de câncer de mama, nega 
tuberculose em familiares próximos. 
Exame físico: BEG, normocorada, hidratada, 
anictérica. PA 120x80 mmHg, FC 88 bpm, afebril, 
FR 24 ipm. Cabeça e pescoço: couro cabeludo sem 
lesões. Cavidade bucal sem anormalidades. Dentes 
em bom estado de conservação. Exame 
otorrinolaringológico normal. Linfonodo palpável 
na região júgulo-carotídea mediana direita com 4 
cm de maior diâmetro, de consistência aumentada, 
indolor e sem sinais flogísticos. São também 
palpados dois linfonodos menores, coalescentes, 
em conjunto com o linfonodo maior. Sem outros 
linfonodos palpáveis na cabeça e pescoço, inclusive 
nas fossas supraclaviculares. Tireóide simétrica, 
sem nódulos palpáveis. Exame do fundo de olho 
normal bilateralmente. 
Tórax: tórax simétrico. Mamas normais à inspeção 
e palpação. Exame dos aparelhos respiratório e 
cardiovascular sem alterações. Ausência de 
linfonodos axilares palpáveis. 
Abdômen indolor à palpação superficial e 
profunda. Fígado palpável à inspiração profunda, 
no rebordo costal direito, apresentando bordas 
lisas. Espaço de traube timpânico. Baço impalpável. 
Ausência de linfonodos ínguinocrurais palpáveis. 
Membros: sem alterações. 
Exame neurológico normal. 
Qual raciocínio diagnóstico pode ser aplicado neste 
caso? 
Escolher o maior, mais profundo e mais antigo e 
os que estão próximos. Incisão retirar ele inteiro, 
com capsula, sem tocar no linfonodo

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