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Técnica Operatória – Procedimentos da Emergência Pericardiocentese:* A Pericardiocentese é a drenagem de fluido presente no pericárdio (sangue, etc). Pode ser realizada para alivio de sintomas hemodinâmicos ou para pesquisa diagnóstica. Suas principais indicações são: tamponamento cardíaco, coleta de liquido para pesquisa, derrame pericárdico >20mm na diástole, suspeita de pericardite purulenta ou tuberculosa, etc. Mas quais são as causas do tamponamento cardíaco? Pode ser formado por alguns medicamentos como trombolíticos e anticoagulantes, por trauma torácico, por neoplasias, pericardite, IAM, dissecção aórtica, etc. Suas complicações incluem: hemopericárdio, laceração de coronária, embolia gasosa, arritmias cardíacas, hemotórax, derrame pleural, lesão diafragmática, etc. Suas contraindicações são em casos de dissecção aórtica aguda, coagulopatia, derrame pericárdico loculado ou ausência de derrame na região anterior e hemopericárdio por trauma torácico. Toracocentese:* A sua finalidade é diagnostica ou terapêutica do derrame pleural. Na diagnóstica sua indicação é em pacientes com derrame pleural sem diagnóstico etiológico. Na terapêutica, gera alivio sintomático (dispneia, tosse e dor torácica) nos pacientes com derrames de origem cardíaca, renal, neoplásica, etc. A pulsão é feita no dorso (paciente sentado e fletido para a frente) geralmente no 6º ou 7º espaço intercostal. Drenagem do tórax: Nessa técnica conseguimos pela inserção de dreno acoplado a um sistema específico acesso a cavidade pleural ou mediastinal Indicações: Trauma torácico, empiema pleural, pneumotórax, quilotórax, derrame pleural, etc. Objetivos: Reestabelecer a pressão negativa; remover ar, líquidos, sólidos do espaço pleural; Re- expansão pulmonar Como é feita? Colocamos o paciente em decúbito dorsal com abdução e flexão do braço ipsilateral sob a cabeça. Então fazemos a anestesia local e a incisão (5º EI) na linha axilar anterior, média ou posterior. Com auxílio da Kelly fazer a divulsão das estruturas abaixo da incisão se atentando para que a área de trabalho seja na borda superior da costela inferior. Então fazemos perfuração da pleura colocando o dreno (pinçado pela kelly – lembrando que o dreno é fenestrad0) e levando em direção ao ápice pulmonar. Então fixamos o dreno e fazemos a “bailarina”. Cuidados: Distúrbios de coagulação, aderências pleurais, bolhas gigantes, obstrução completa de brônquios principais, derrames por doença hepática e lesão diafragmática. Observações: O dreno deve oscilar (o líquido) por fora do tórax, se não oscilar significa que está obstruído ou em local inapropriado. Para que o dreno funcione de forma adequada é necessário que seja acoplado a um sistema contendo água, sendo que o dreno deve ficar aproximadamente 2 cm abaixo da água (para conseguir manter a pressão negativa no interior do tórax). Se não tiver esse sistema com água, o tórax poderá ficar com pressão mais positiva, não permitindo seu funcionamento (respiração e saída dos fluidos). Traqueostomia e cricotireoidostomia: São procedimentos cirúrgicos que consistem na abertura da traqueia ou de um estoma na membrana cricotireóidea da laringe para que haja comunicação com o meio externo. Complicações por proximidade: Estruturas próximas à traqueia: tireóide, esôfago, veias jugular e braquiocefálica, artérias carótida, tireóidea e braquiocefálica e nervo laríngeo recorrente. Estruturas próximas à membrana cricotireóidea: faringe, veia jugular, artérias tireóidea e carótida comum, músculo cricotireoideo. Traqueostomia: Indicações: Obstrução de vias aéreas superiores por: Anomalias congênitas Corpo estranho em VAS Trauma cervical Neoplasias Paralisia bilateral de cordas vocais Intubação orotraqueal prolongada Edema devido a queimaduras, infecções ou anafilaxia Facilitar a aspiração de secreções das vias aéreas baixas Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringológicas A traqueostomia pode ser temporária ou permanente, de urgência/emergência ou eletiva, podendo ter altura na traqueia alta ou baixa. Cuidados: Devemos conferir os materiais, fazer apenas quando houver necessidade (indicação precisa), no caráter eletivo ter consentimento informado, etc. Como é feita? Posicionar o paciente Aplicação de anestesia Definir local de incisão Abrir tecido celular subcutâneo Divulsionar a musculatura na rafe mediana Fazer boa hemostasia Isolar a traqueia se atentando para não danificar o istmo da tireoide Abrir a traqueia (pode ser de forma horizontal, vertical, em cruz, meia-lua, em U, em U invertido ou fazendo ressecção de anel (geralmente uns 2 anéis) Inserir a cânula de traqueostomia Posicionar a cânula Insuflar o “cuff” Rever a hemostasia Fixar a cânula e fazer curativo Cricotireoidostomia: Indicações: Via aérea de difícil acesso (dificuldade em ventilação com máscara de VAS e/ou dificuldade na intubação traqueal) TCE Trauma maxilo-facial Politrauma Obstrução respiratória por corpo estranho, angioedema e outros Contraindicações: Quando não consegue identificar as estruturas Tumor laríngeo Infecção laríngea Trauma laríngeo Criança <12 anos Classificação: A cricotireoidostomia pode ser feita em local pré-hospitalar e hospitalar. Quanto a técnica, pode ser por punção, cirurgia aberta, técnica de Seldinger e trocater. Cuidados: Devemos conferir os materiais, fazer apenas quando houver necessidade (indicação precisa), no caráter eletivo ter consentimento informado, etc. Complicações: Infecções Sangramentos Deslocamento do tubo com falso projeto Enfisema subcutâneo Atelectasia por tudo inapropriado Obstrução por sangue e secreção Distúrbio de deglutição Estenose subglótica Complicações tardias: traqueomalacia, estenose traqueal, fístula traqueoesofágica, distúrbio de deglutição, granuloma com efeito de válvula, lesão tardia de grandes vasos. Diferenças entre cricotireoidostomia e traqueostomia: CRICOTIREOIDOSTOMIA TRAQUEOSTOMIA Rápida Menos rápida Exige treinamento mais curto Exige maior treinamento Não necessita de extensão do pescoço Necessita de extensão do pescoço Pode ser feita em ambiente pré-hospitalar e hospitalar Somente em hospital Menos estruturas em risco Mais estruturas em risco Temporária Definitiva Mais complicações Menos complicações Não fazer em menores de 12 anos Pode fazer em crianças tbm
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