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Avaliação psicológica_ conceituação, histórico e instrumentos

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DESCRIÇÃO
A relação entre prática profissional e avaliação psicológica: conceituação,
histórico e instrumentos.
PROPÓSITO
Compreender, conhecer e analisar os principais pontos entre a realidade
profissional do psicólogo e o uso da avaliação psicológica em termos de
definição, fontes de investigação, tipos de observação e testes, além de
entender os limites éticos e a regulação de seu escopo de trabalho, uma vez
que são aspectos de fundamental importância para o correto manejo dos
instrumentos de avaliação.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar o recorte de definições e conceitos no histórico da avaliação
psicológica
MÓDULO 2
Reconhecer as fontes de investigação psicológica
MÓDULO 3
Identificar os tipos de observação e de testes psicológicos
MÓDULO 4
Analisar o cenário legal, ético e social na avaliação psicológica
INTRODUÇÃO
A prática profissional de qualquer psicólogo é marcada por inúmeras
metodologias e técnicas complexas e abrangentes, destacando-se a
avaliação psicológica referendada como exclusiva aos psicólogos pela Lei nº
4.119 de 1962.
Neste conteúdo, portanto, trataremos de todo o cenário da avaliação
psicológica na prática profissional do psicólogo, desde seu conceito até suas
implicações éticas para formar a base sólida de inserção profissional do
psicólogo em âmbito prático.
DEFINIÇÕES E CONCEITUAÇÃO
Como você toma decisões? Já parou para pensar sobre isso?
É importante refletir sobre o processo de tomada de decisão para destacar a
importância da avaliação psicológica. Imagine seu dia a dia e suas
respectivas decisões, até mesmo as pequenas decisões, desde a roupa que
escolhe para trabalhar até o que vai comer.
MÓDULO 1
 Identificar o recorte de definições e conceitos no histórico da
avaliação psicológica
Será que toda decisão segue um processo racional e consciente? Claro que
não, certo?
Agora, imagine decisões que afetam a vida de pessoas, chegando a
provocar importantes mudanças. Essas sim precisam de tempo,
detalhamento e precisão. Esse é o ponto crucial da atuação do psicólogo
quando falamos de avaliação psicológica, que nada mais é do que um
processo amplo de investigação em que se conhece o avaliado e sua
respectiva demanda, fundamentando a tomada de decisão do profissional.
Trata-se de um processo criterioso, que considera técnica e ciência. Ele
pode ser feito para determinada pessoa ou para um grupo de pessoas e,
dependendo da área de conhecimento, pode demandar metodologias bem
específicas.
A avaliação psicológica consolida uma base de informações que explicam
fenômenos específicos, dando a sustentação necessária aos inúmeros
trabalhos do psicólogo em diversos campos como saúde, educação e
trabalho, por exemplo. São necessários tempo e, principalmente,
planejamento!
Segundo o art. 1º da Resolução CFP nº 9/2018:
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA É DEFINIDA
COMO UM PROCESSO ESTRUTURADO DE
INVESTIGAÇÃO DE FENÔMENOS
PSICOLÓGICOS, COMPOSTO DE MÉTODOS,
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS, COM O
OBJETIVO DE PROVER INFORMAÇÕES À
TOMADA DE DECISÃO, NO ÂMBITO
INDIVIDUAL, GRUPAL OU INSTITUCIONAL,
COM BASE EM DEMANDAS, CONDIÇÕES E
FINALIDADES ESPECÍFICAS.
(CFP, 2018a)
Em outras palavras, a avaliação psicológica é um processo de
conhecimento, isto é, de busca de informações sobre determinadas
solicitações formuladas, quer seja por um pai ou professor sobre o
rendimento escolar de seu filho, quer seja por um juiz em relação a um
processo em questão, por exemplo. Portanto, trata-se de colher informações
que permitam uma tomada de decisão sobre as características psicológicas
de uma pessoa, buscando responder a objetivos que orientam todo o
processo.
E que tipos de avaliações os psicólogos podem fazer?
Os psicólogos podem fazer tanto avaliações de características clínicas
espontâneas ou de encaminhamento, como também avaliações
compulsórias. Entenda aqui como exemplo de avaliações compulsórias a
obtenção da carteira nacional de habilitação, o manuseio de armas,
cirurgias, entre outras.
Percebe-se, então, que se trata de um processo importante que suporta o
entendimento do comportamento de uma pessoa a partir de diferentes
construtos, como funções cognitivas, dificuldade de organização de ideias,
aptidões específicas, memória, processos que envolvam decisão em
contextos psicossociais (cirurgias bariátricas, transexualização, por exemplo)
e outros. O objetivo da avaliação psicológica sempre será dar fundamento à
tomada de decisão.
E existe um processo definido para isso?
Claro! Trata-se do chamado processo avaliativo. O processo de avaliação
psicológica é um procedimento que requer uma série de informações desde
o desenvolvimento do indivíduo do ponto de vista histórico, as
características atuais e sua história clínica, além das dificuldades dentro do
contexto de habilidades do indivíduo. É a partir dessa análise que o
psicólogo toma decisões. Considere os seguintes passos:
1. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS DA
AVALIAÇÃO E PARTICULARIDADES DO
INDIVÍDUO OU GRUPO A SER AVALIADO.
TAL PROCESSO PERMITE A ESCOLHA DOS
INSTRUMENTOS/ESTRATÉGIAS MAIS
ADEQUADOS PARA A REALIZAÇÃO DA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA; 
2. COLETA DE INFORMAÇÕES PELOS
MEIOS ESCOLHIDOS (ENTREVISTAS,
DINÂMICAS, OBSERVAÇÕES E TESTES
PROJETIVOS E/OU PSICOMÉTRICOS ETC.).
É IMPORTANTE SALIENTAR QUE A
INTEGRAÇÃO DESSAS INFORMAÇÕES
DEVE SER SUFICIENTEMENTE AMPLA
PARA DAR CONTA DOS OBJETIVOS
PRETENDIDOS PELO PROCESSO DE
AVALIAÇÃO. NÃO É RECOMENDADA A
UTILIZAÇÃO DE UMA SÓ TÉCNICA OU UM
SÓ INSTRUMENTO PARA A AVALIAÇÃO; 
3. INTEGRAÇÃO DAS INFORMAÇÕES E
DESENVOLVIMENTO DAS HIPÓTESES
INICIAIS. DIANTE DESTAS, O PSICÓLOGO
PODE CONSTATAR A NECESSIDADE DE
UTILIZAR OUTROS
INSTRUMENTOS/ESTRATÉGIAS DE MODO A
REFINAR OU ELABORAR NOVAS
HIPÓTESES; 
4. INDICAÇÃO DAS RESPOSTAS À
SITUAÇÃO QUE MOTIVOU O PROCESSO DE
AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO CUIDADOSA
DOS RESULTADOS, COM ATENÇÃO AOS
PROCEDIMENTOS ÉTICOS IMPLÍCITOS E
CONSIDERANDO AS EVENTUAIS
LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO. NESSE
PROCESSO, OS PROCEDIMENTOS VARIAM
DE ACORDO COM O CONTEXTO E
PROPÓSITO DA AVALIAÇÃO.
(CFP, 2013a, p. 9-10)
É importante ressaltar que há casos, inclusive, em que podem ser
desconsiderados os valores aferidos em instrumentos psicológicos, uma vez
que há um entendimento maior e macro sobre as dificuldades do sujeito ou
seu respectivo potencial de habilidades.
E um psicólogo pode recorrer a colegas e grupos profissionais para realizar
avaliações psicológicas?
Sem dúvida! Dependendo do caso, pode ser necessário o suporte de uma
equipe de psicólogos com determinados tipos de conhecimento específico
que podem contribuir com avaliações mais detalhadas. Casos de avaliações
cognitivas de grandes instituições (hospitais) são exemplos comuns onde se
encontram grupos de psicólogos.
Talvez você esteja se perguntando se avaliação psicológica é o mesmo que
testagem psicológica. E a resposta é não!
A avaliação psicológica é, como descrito, um processo bem mais amplo que
envolve integração e consolidação de dados e informações oriundos de
inúmeras fontes como os próprios testes, entrevistas, observações, análises
de documentos. Já a testagem psicológica pode ser considerada um
processo diferente, e sua principal fonte de informação são os testes
psicológicos de diversos tipos (CFP, 2013a).
OBJETIVOS
Os objetivos da avaliação psicológica envolvem:
CLASSIFICAÇÃO SIMPLES
O exame da avaliação psicológica compara a amostra do comportamento do
examinado com resultados de outros sujeitos da população geral ou de
grupos específicos com um cenário de condições demográficas
equivalentes. Esses resultados são fornecidos em dados quantitativos,
classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual.
Esse é um exemplo tipicamente usado em testes psicotécnicos para
concursos públicos, classificando candidatos de forma quantitativa de
acordo com a sua pontuação.
DESCRIÇÃO
Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de resultados,
identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente,como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos. É o caso, por
exemplo, de uma avaliação escolar mais detalhada e menos comparativa.
CLASSIFICAÇÃO NOSOLÓGICA
Aqui é abordada a Nosologia, isto é, os critérios diagnósticos. As hipóteses
iniciais serão testadas, tomando como referência critérios de diagnósticos do
DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) ou CID-10 (International
Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems ou
Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados
com a saúde). É comum, por exemplo, quando um médico psiquiatra solicita
ao psicólogo a confirmação de um diagnóstico de esquizofrenia.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
São investigadas irregularidades ou inconsistências de um quadro
sintomático para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de
funcionamento ou natureza da patologia. Imagine um caso de um sujeito que
apresente sintomas de bulimia, porém essa bulimia pode estar associada à
depressão. Então, é preciso que o psicólogo descarte a depressão para
assim fechar um diagnóstico de bulimia, por exemplo.
AVALIAÇÃO COMPREENSIVA
Permite determinar o nível de funcionamento da personalidade. São
examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do
sistema de defesa, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e
prever a possível resposta a eles. Perceba que aqui se abordam aspectos
qualitativos do sujeito, havendo uma tendência de uso de testes qualitativos
e não quantitativos na avaliação psicológica, como testes de personalidade,
por exemplo.
INSIGHT
Compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental de
elementos e relações adequados.
PERÍCIA FORENSE
Fornece subsídios para a tomada de decisão do magistrado (juiz) em
questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das
funções do cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem
se associar a infrações legais. Geralmente, quem demanda esse tipo de
avaliação é o poder judiciário. O psicólogo pode ser requisitado a realizar
uma avaliação psicológica para verificar a possibilidade de ocorrência de
alienação parental, por exemplo.
PROGNÓSTICO
Busca determinar o provável curso de um caso. Imagine, por exemplo, um
sujeito que apresente determinados sintomas e quem demandou a avaliação
javascript:void(0)
psicológica observe a análise do psicólogo de maneira a verificar se o
cenário de sintomas pode tender a evoluir para um quadro clínico ou
patológico mais agudo ou não.
PREVENÇÃO
Procura investigar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma
estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar
situações novas e estressantes.
HISTÓRICO
As histórias da Psicologia e da avaliação psicológica se cruzam e se
mesclam no final do século XIX e início do século XX.
FRANCIS GALTON
Na Inglaterra, o antropólogo Francis Galton (1822-1911) deu a largada em
seus estudos sobre as diferenças individuais.
ALFRED BINET
Na França, o governo encomendou aos psicólogos Alfred Binet (1857-1911)
e Théodore Simon (1873-1961) o desenvolvimento de avaliações de
crianças em idade escolar.
JAMES MCKEEN CATTELL
Em Leipzig, na Alemanha, o psicólogo norte-americano James McKeen
Cattell (1860-1944) concluiu sua pesquisa de doutorado com o título de
Psychometric investigation, sendo orientado por Wundt (um dos fundadores
da Psicologia Experimental) e fundando mais tarde a Psychological
Corporation, uma das mais influentes editoras de testes psicológicos até os
dias atuais (CFP, 2010).
E o que esses famosos pesquisadores queriam afinal?
Eles queriam que a Psicologia fosse reconhecida pela comunidade científica
como ciência de fato. Suas contribuições são exemplos da relação
inseparável entre o estabelecimento da Psicologia como ciência e profissão
e o desenvolvimento dos testes, entre outros procedimentos de avaliação
psicológica.
A evolução e o desenvolvimento da avaliação psicológica se apoiaram
fortemente em estratégias que possibilitavam inferir sobre o funcionamento
do psiquismo humano, sendo divididas em três grandes grupos que vamos
conhecer a seguir.
CONSTRUÇÃO DE TESTES POR
AMOSTRAGEM DE
COMPORTAMENTOS OU PROCESSOS
Essa estratégia ganhava corpo durante o desenvolvimento progressivo da
psicometria e, inclusive, a partir do surgimento de medidas psicológicas
novas. Entretanto, surge ao longo desse processo outra estratégia, que não
será baseada na amostragem de comportamentos e processos associados a
um construto, isto é, a uma ideia ou um conceito que é resultado da
sintetização de ideias mais simples. Agora, haverá uma articulação de
indicadores indiretos que se relacionam na prática ao fenômeno em questão.
O que acontece na prática é que essa estratégia começa a depender menos
da relação aparente entre o conteúdo do indicador e o construto de
interesse.
A importância de um indicador desse tipo é a possibilidade de identificar
pessoas pertencentes a grupos relevantes nos quais a presença desse
construto ― ideia construída, isto é, o que permite relacionar conceitos com
a realidade ― fosse conhecida. Sujeitos para esses grupos são escolhidos
com base em critérios independentes relacionados ao construto de
interesse. O processo de validação da relação entre os indicadores e o
grupo relacionado ao construto é conhecido como validade de critério.
E quais seriam exemplos de construtos em Psicologia?
Podemos citar alguns cientificamente interessantes como felicidade,
inteligência, criatividade, liderança, empatia, amor, dor e personalidade,
entre outros.
CONSTRUÇÃO DE TESTES POR
RELAÇÃO A GRUPOS SELECIONADOS
POR CRITÉRIO DEFINIDO
Essa estratégia foi decisiva na seleção de parâmetros para medidas
objetivas marcadas pelos questionários e inventários, e na demonstração de
exatidão dos indicadores nas técnicas chamadas de testes projetivos.
O Inventário Multifásico Minnesota da Personalidade (MMPI), elaborado pelo
psicólogo Starke Rosecrans Hathaway (1903-1984) e pelo neurologista John
Charnley McKinley (1891-1950), talvez seja o maior exemplo dentro das
medidas objetivas. Esses estudiosos legitimaram suas escalas pela
chamada “chave empírica”, que é um processo em que não importava qual
era o conteúdo do item, mas, sim, a forma de resposta de cada pessoa
identificada em certa condição ou apresentando uma característica
específica.
 EXEMPLO
Determinado item capaz de distinguir grupos de pessoas com relevantes
índices de paranoia passa a formar a escala de paranoia,
independentemente da relação direta (teórica) entre o conteúdo do item e o
construto paranoia.
O Método de Rorschach é outro grande exemplo no uso de grupos de
critério. As distorções das formas, por exemplo, foram relacionadas à
esquizofrenia; os sombreados ou a cor acromática, à angústia ou à
depressão.
Portanto, primeiro se demonstra a relação entre um indicador e o fenômeno,
depois começa toda a tratativa teórica para entender os motivos dessa
relação.
CONSTRUÇÃO DE TESTES COM BASE
NA ANÁLISE DA FANTASIA
O desenvolvimento da Psicanálise desencadeou o surgimento de um
conjunto de testes projetivos. O psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl
Gustav Jung (1875-1961) foi pioneiro nesse sentido ao trazer o Teste de
Associação de Palavras. Atualmente, os mais notórios são os que envolvem
técnicas de complementação de frase, técnicas de apercepção temática,
além do Teste das Relações Objetais, o Teste das Fábulas de Duss e outros.
Determinadas técnicas de avaliação permitem, ainda, as chamadas
estratégias mistas. Um exemplo é o Método de Rorschach e os testes
gráficos, que avaliam indicadores apoiados em critérios práticos, empíricos e
na análise de componentes de fantasia. Pesquisas recentes têm trazido
indicadores objetivos relevantes em técnicas que dependiam quase que
exclusivamente da análise da fantasia, como é o caso do Teste de
Apercepção Temática(TAT).
A prática clínica é marcada pela importância desses instrumentos na medida
em que permitem uma interpretação de critérios e aspectos relacionais,
estruturais e dinâmicos da personalidade, aproximando-se do processo
analítico e interpretativo que acontece necessariamente na relação
terapêutica (CFP, 2010).
 COMENTÁRIO
Note que a evolução da avaliação psicológica sempre foi marcada
decisivamente pela tentativa de fundamentá-la nos critérios científicos
relevantes, o que exatamente encontramos no surgimento da Psicologia
como ciência e profissão regulamentada.
Atualmente, temos maneiras para avaliar praticamente todos os construtos
psicológicos, passando por afetos, comportamentos, processos cognitivos,
sintomas, valores e atitudes, e diversas questões que envolvam a intimidade
dos sujeitos. Podemos observar ainda, diversas medidas para conceitos,
mesmo em áreas nas quais há dificuldade para uma avaliação padronizada.
Um bom exemplo disso seria a Psicanálise, que possui conceitos como
mecanismos de defesa, transferência, narcisismo etc.
Métodos mais novos propiciaram a elaboração e o desenvolvimento de
medidas que podem ser aplicadas sem qualquer interferência no percurso
terapêutico. As entrevistas semiestruturadas, por exemplo, elevam
significativamente o nível de precisão e validade do psicodiagnóstico.
Essas inovações tiveram e têm uma enorme fatia de contribuição no
desenvolvimento do escopo e do poder de avaliação e diagnóstico em
Psicologia. Além disso, a utilização e as respectivas aplicações não ficaram
paradas, elas se desenvolveram. Atualmente, a avaliação está presente nos
hospitais, nas escolas, nas empresas e nas organizações, bem como nos
processos seletivos, na Psicologia jurídica, na Psicologia do esporte e da
religião e em muitos outros locais onde existe a Psicologia.
A EVOLUÇÃO E O
DESENVOLVIMENTO DA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Neste vídeo, o especialista reflete sobre as estratégias observadas
historicamente na evolução e no desenvolvimento da avaliação psicológica.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Conceito de avaliação psicológica, contextos e passos
Objetivos da avaliação psicológica
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Reconhecer as fontes de investigação psicológica
FONTES DE INVESTIGAÇÃO
PSICOLÓGICA
A Resolução nº 9/2018 trata em seu artigo 2º sobre os tipos de fontes de
investigação psicológica. Ela nos diz que o psicólogo deve basear sua
decisão apoiando-se de forma obrigatória em metodologias e/ou técnicas
e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos pela comunidade científica
para respectivo uso profissional, compondo o que se denomina fontes
fundamentais de informação. Além disso, é possível que o psicólogo
recorra a procedimentos e recursos auxiliares de acordo com o contexto,
que são chamados de fontes complementares de informação (CFP,
2018a).
 Legenda da imagem
 ATENÇÃO
Note o teor mandatório da resolução, ou seja, é obrigatório que a tomada de
decisão do psicólogo tenha critério e embasamento científico.
Aqui vale trazer exemplos:
I - FONTES FUNDAMENTAIS: 
A) TESTES PSICOLÓGICOS APROVADOS
PELO CFP PARA USO PROFISSIONAL DA
PSICÓLOGA E DO PSICÓLOGO E/OU; 
B) ENTREVISTAS PSICOLÓGICAS,
ANAMNESE E/OU; 
C) PROTOCOLOS OU REGISTROS DE
OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS
OBTIDOS INDIVIDUALMENTE OU POR MEIO
DE PROCESSO GRUPAL E/OU TÉCNICAS
DE GRUPO.
(CFP, 2018a)
E o que fazer caso haja dúvida em relação a se o teste ou instrumento a ser
utilizado tenha validade realmente?
Cabe aos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) submeter o
instrumento psicológico ou não psicológico à Comissão Consultiva em
Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP para a devida análise.
II - FONTES COMPLEMENTARES: 
A) TÉCNICAS E INSTRUMENTOS NÃO
PSICOLÓGICOS QUE POSSUAM RESPALDO
DA LITERATURA CIENTÍFICA DA ÁREA E
QUE RESPEITEM O CÓDIGO DE ÉTICA E AS
GARANTIAS DA LEGISLAÇÃO DA
PROFISSÃO; 
B) DOCUMENTOS TÉCNICOS, TAIS COMO
PROTOCOLOS OU RELATÓRIOS DE
EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS.
(CFP, 2018a)
Além disso, são fontes complementares as informações e os dados obtidos
por pessoas não relacionadas diretamente com o avaliado.
É importante destacar que as fontes de informações consideradas no
processo de avaliação psicológica vão depender da demanda, isto é, do que
o indivíduo traz como situação-problema ou questões a serem tratadas nas
sessões. O psicólogo deve investir tempo em planejamento e análise da
demanda para decidir de que instrumentos ele efetivamente fará uso.
Entretanto, o curso da avaliação psicológica é dinâmico, o que pode alterar o
planejamento inicial sobre quais metodologias e técnicas o psicólogo irá
utilizar, isto é, o psicólogo pode perceber durante o andamento que
necessitará incorporar mais elementos para a tomada de decisão, o que é
natural.
A OBSERVAÇÃO COMO
INSTRUMENTO DE COLETA DE
DADOS
A observação psicológica, como instrumento de coleta de dados em
processo de avaliação, é de fundamental importância. A observação,
segundo Batista (1996 apud PASQUALI, 2010), pode ser entendida como
uma coleta de dados sem realização de procedimentos experimentais,
colhendo informações de forma natural, conforme os eventos se sucedem
frente ao nosso olhar.
Considere, por exemplo, um caso de demanda de avaliação psicológica e
emissão de laudo por conta da necessidade de uma cirurgia bariátrica. Por
meio da observação, o psicólogo pode realizar as primeiras hipóteses do
caso, e os dados colhidos dessa forma podem servir para serem
contrastados com os dados colhidos pelos testes.
Segundo Batista (1996 apud PASQUALI, 2010), os registros de observação
utilizados podem ser:
CONTÍNUOS
O observador descreve tudo o que está acontecendo, do início ao fim do
contato com o sujeito.
POR EVENTO
Quando envolve a contagem – frequência de determinado comportamento
ou sinal.
POR DURAÇÃO
Registro do tempo que dura determinado comportamento.
POR INTERVALO
Quando o registro é realizado em períodos nos quais se determina que será
feita a observação.
POR PLACHECKS
Implica uma contagem em intervalos determinados dos comportamentos ou
indivíduos que estão apresentando certo comportamento.
Quando há escalas de observação, o psicólogo pode verificar a
presença/ausência de certos indicadores comportamentais importantes,
como aqueles relativos à ansiedade, às resistências e às atitudes
defensivas, indicadores motivacionais, entre outros. As escalas de
observação permitem também descrever a intensidade dessas
manifestações, por exemplo, quando se avalia o nível de cooperação dos
sujeitos com os procedimentos e o plano de intervenção do médico, para
compreender a forma como o sujeito pode colocar em perigo o sucesso do
procedimento cirúrgico.
No entanto, a observação pode ser feita de forma não estruturada,
apresentando uma abordagem mais ecológica e qualitativa, quando o
psicólogo considera a dinâmica da interação clínica, a forma como o sujeito
se apresenta e a forma como ele interage durante a troca de informações.
Esses dados são fundamentais inclusive na aplicação dos testes
psicológicos.
 SAIBA MAIS
Em muitos testes, os dados obtidos são complementados pelas observações
que o psicólogo realiza durante o processo de avaliação. Por exemplo, na
aplicação das escalas Wechsler, é muito importante que o psicólogo registre
a forma como o sujeito reagiu durante a aplicação dos diferentes subtestes.
Essas observações permitem, posteriormente, uma melhor compreensão
dos resultados e podem também modificar as conclusões.
A ENTREVISTA PSICOLÓGICA
No caso das entrevistas, podemos fazer também uma diferenciação entre as
entrevistas estruturadas, semiestruturadas e não estruturadas.
O tipo de entrevista mais usado é a entrevista semiestruturada, que
consiste na abordagem do sujeito a partir de um plano prévio que serve de
norte, mas que não limita as interações e questões que podem ser
abordadas ao longo do processo.
No caso da entrevista estruturada, temos como exemplo as entrevistas
estruturadas do DSM– IV, a entrevista motivacional de William Miller, e a
entrevista lúdica de Aberastury e de outros autores. Esse tipo de
procedimento é mais utilizado com crianças (CUNHA, 2000).
A entrevista não estruturada foca uma abordagem mais espontânea, na
qual o psicólogo tem maior flexibilidade para formular as perguntas, e o
sujeito, para construir a resposta.
Em uma primeira entrevista, o psicólogo pode avaliar qual é a real demanda,
o que essa pessoa precisa. Além disso, pode tomar mais tempo e explorar
minuciosamente nas demais sessões a condição psicológica do sujeito
avaliado. É possível compilar a entrevista com a observação psicológica a
partir do comportamento não verbal do sujeito submetido à avaliação,
constituindo dados muito válidos no percurso de elaboração de documentos
como laudos ou pareceres.
Voltando ao exemplo de cirurgia bariátrica, é possível usar testes nesse
caso? Sim! Mas repare que os testes não necessariamente conseguem
embasar por si o resultado de uma avaliação psicológica. Eles
complementam a análise e podem fundamentar a correspondência com
fatos objetivos da realidade observados durante as entrevistas psicológicas
e anamnese.
Em uma primeira entrevista, o psicólogo pode avaliar qual é a real demanda,
o que essa pessoa precisa. Além disso, pode tomar mais tempo e explorar
minuciosamente nas demais sessões a condição psicológica do sujeito
avaliado. É possível compilar a entrevista com a observação psicológica a
partir do comportamento não verbal do sujeito submetido à avaliação,
constituindo dados muito válidos no percurso de elaboração de documentos
como laudos ou pareceres.
Voltando ao exemplo de cirurgia bariátrica, é possível usar testes nesse
caso? Sim! Mas repare que os testes não necessariamente conseguem
embasar por si o resultado de uma avaliação psicológica. Eles
complementam a análise e podem fundamentar a correspondência com
fatos objetivos da realidade observados durante as entrevistas psicológicas
e anamnese.
 ATENÇÃO
O psicólogo precisa aliar investimento de tempo no contato com o sujeito
aos instrumentos para que o desdobramento da avaliação psicológica seja
coerente e responsável. Compete a ele avaliar criticamente se os resultados
obtidos realmente forneceram elementos seguros e suficientes para a
tomada de decisão.
Além disso, as fontes complementares, apesar de não psicológicas, têm
papel fundamental na composição da avaliação. O psicólogo precisa avaliar,
por exemplo, a legislação penal, os instrumentos da área da saúde, a
legislação do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de fazer um
levantamento de documentos e normas que podem sustentar a elaboração
de um documento como resultado da avaliação psicológica.
Fique calmo! Não é preciso que saiba todas as fontes possíveis para a
elaboração da avaliação psicológica.
Como abordado, é preciso investimento de tempo para planejar, investigar e
efetivamente realizar a avaliação. Isso também se tornará cada vez mais
natural durante seu percurso profissional a partir do ganho de experiência,
conhecimento e, claro, rede de relacionamento na comunidade profissional.
Tenha sempre em mente que o psicólogo tem a prerrogativa de decidir quais
os métodos, as técnicas e os instrumentos empregados na avaliação
psicológica, considerando sua validade na literatura científica da Psicologia
e nas normas vigentes do Conselho Federal de Psicologia.
A OBSERVAÇÃO, A ENTREVISTA E
OS TESTES NO PROCESSO DE
AVALIAÇÃO
Neste vídeo, o especialista reflete sobre a importância dos diferentes
instrumentos no processo de avaliação.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Fontes fundamentais e fontes complementares
Os registros de observação
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Identificar os tipos de observação e de testes psicológicos
VANTAGENS E DESVANTAGENS
DA OBSERVAÇÃO
A princípio, é preciso entender que a observação, como técnica para coletar
dados, não consiste apenas em ver e ouvir o fenômeno observado, mas
também em examiná-lo, ou seja, estudar, avaliar, examinar os fatos e
comportamentos observados. Não se esqueça de que o chamado exame de
fatos é o elemento básico de toda e qualquer investigação científica.
Lembra-se da importância de se ter critério e embasamento científico?
Considerando essa premissa básica, podemos destacar que a observação é
utilizada em pesquisa de campo como uma abordagem qualitativa, podendo
ser uma técnica complementar ou exclusiva para determinada investigação.
O grau de participação do observador é muito relevante, bem como a
duração das observações, e é imprescindível planejar o que e como
observar.
E quais são as vantagens e desvantagens de utilizar a observação como
técnica de coleta de dados?
VANTAGENS
Possibilita elementos para delimitação de problemas.
Favorece a construção de hipóteses.
Aproxima-se das perspectivas dos sujeitos observados.
É útil para descobrir elementos novos de um problema.
Auxilia a obtenção de dados sem interferir no grupo pesquisado.
Permite a coleta de dados em situações de comunicações impossíveis.
Apresenta um meio direto para estudar uma ampla variedade de
fenômenos.
Depende menos da introspecção ou da reflexão.
Permite a evidência de dados que não constam no roteiro de
entrevistas ou questionários.

DESVANTAGENS
A presença do observador pode provocar alterações no
comportamento dos sujeitos observados, diferenciando aquilo que
seria espontâneo em relação a esse comportamento.
Criação de juízo de valor ou interpretação pessoal pelo observador,
isto é, ele pode criar impressões favoráveis ou desaforáveis sobre o
observado. É importante não julgar o comportamento.
Uma visão distorcida pode ser gerada pelo envolvimento, levando a
uma representação parcial da realidade.
Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do observador.
A duração dos comportamentos é variável, o que pode dificultar a
coleta de dados, já que eventos muito fugazes podem fugir do intervalo
de observação, e eventos muito longos podem não ser observados de
forma completa.
Se os registros não forem bem organizados, o processo dependerá da
memória do observador, o que pode gerar uma interpretação subjetiva
ou parcial do fenômeno estudado.
É importante entender como se podem caracterizar os diferentes tipos de
observações em termos dos meios utilizados, da participação do observador,
o número de observações e o lugar de realização. A observação é uma
técnica menosprezada muitas vezes. Isso ocorre porque a maioria das
pessoas acredita que sabe observar. Por ser algo que faz parte do cotidiano
de todos, é possível cair no erro de achar que se domina a técnica. A
observação pode enganar em determinados aspectos, então, é importante
que se tenha em mente o percurso crítico dessa técnica como instrumento
de coleta de dados.
Não se esqueça de que a observação é uma técnica do “aqui e agora”, não
necessariamente na hora em que um fato surge pela primeira vez, mas no
momento do acontecimento, do fato. Além disso, vale ressaltar que haverá
um ímpeto de somente descrever o comportamento durante o processo,
mas é vital que se vá além na análise.
TIPOS DE OBSERVAÇÃO
CONSIDERANDO OS MEIOS UTILIZADOS
Observação estruturada (sistemática, planejada e controlada): O
observador sabe exatamente o que busca e o que não é importante,
utilizando instrumentos de coleta de dados (como as escalas de
observação) ou fenômenos observados.
Observação não estruturada (assistemática, espontânea, informal,
ordinária, simples, livre, ocasional, acidental): O observador coleta
dados sem necessariamente usar técnicas especiais.
CONSIDERANDO A PARTICIPAÇÃO DO
OBSERVADOR
Observação não participante: Não há integração direta entre
observador e sujeitos observados.
Observação participante: Há a incorporação do observador ao grupo
de sujeitos observados, e o observador pode, até certo ponto, ser
considerado membro do grupo. A observação pode ocorrer de forma
natural (observador já faz parte do grupoobservado, e a observação é
feita no ambiente natural) ou artificial (integração do observador ao
grupo a ser investigado, e a observação acontece em ambiente
artificial, recriado ou simulação).
CONSIDERANDO O NÚMERO DE SUJEITOS
OBSERVADOS
Observação individual: O foco da investigação se resume a um
sujeito.
Observação coletiva: Há a investigação em um grupo de sujeitos ou
equipe.
Dentre esses tipos de observação, podemos destacar em Psicologia:
OBSERVAÇÃO SIMPLES
O observador é muito mais um espectador que propriamente um ator, ou
seja, ele fica mais à margem da comunidade, do grupo ou da situação que
pretende analisar e investigar.
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
Pode-se aqui chegar a um nível de entendimento da vida real de
determinado grupo, por exemplo, em meio ao interior desse grupo. O
observador pode, ainda, decidir se revela ao grupo o processo, sempre
atentando ao cuidado de não tornar tendenciosa sua investigação.
OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
A ideia é a obter uma descrição precisa de fenômenos ou hipóteses. O
observador elabora um planejamento sobre a coleta de dados,
estabelecendo os métodos de registro de dados e as categorias de análise.
Note que a observação como instrumento de coleta de dados é, no fim, o
que nos permite capturar o que não é visível pelo senso comum, isto é, o
que determina, direciona e poderia explicar o comportamento. É preciso
romper a barreira da descrição fria e expandir a análise para gerar um
produto dinâmico e multifatorial que embasa, de forma mais consistente, a
tomada de decisão.
DEFINIÇÃO DE TESTES
PSICOLÓGICOS
Os testes são fonte de informações muito relevantes para as avaliações
psicológicas e são parte viva e integrante de seu processo.
Você já parou para pensar como é difícil materializar o que é subjetivo, isto
é, tentar tornar explícito aquilo que é fundamentalmente tácito?
É aqui que entram em cena os testes psicológicos. Eles são um dos
instrumentos de avaliação psicológica e possuem características específicas
de uso, dependendo daquilo que se quer mensurar e avaliar. Dentro do
contexto de uma avaliação neuropsicológica, por exemplo, existirão testes
específicos que focarão a medição e a avaliação das funções mentais do
sujeito.
Dessa maneira, pode-se dizer, de forma bem resumida, que os testes
psicológicos são instrumentos padronizados. Eles buscam fornecer
amostras de comportamento ou do funcionamento cognitivo na tentativa de
mensurar e descrever processos psicológicos em diversas áreas como
emoção, cognição, motivação, personalidade, memória, percepção.
E qual seu objetivo geral?
A resposta a esse questionamento está na Resolução nº 9/2018:
ART. 4º - UM TESTE PSICOLÓGICO TEM
POR OBJETIVO IDENTIFICAR, DESCREVER,
QUALIFICAR E MENSURAR
CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS, POR
MEIO DE PROCEDIMENTOS SISTEMÁTICOS
DE OBSERVAÇÃO E DESCRIÇÃO DO
COMPORTAMENTO HUMANO, NAS SUAS
DIVERSAS FORMAS DE EXPRESSÃO,
ACORDADOS PELA COMUNIDADE
CIENTÍFICA.
(CFP, 2018a)
Os testes psicológicos são aliados dos psicólogos! E o que isso quer dizer?
Isso significa que eles possibilitam que o profissional possa esclarecer
aspectos psicológicos de um sujeito, dando sustentação materializada,
padronizada, criteriosa e clara ao processo de tomada de decisão.
Entretanto, é importante não esquecer que os testes são específicos, isto
é, tratam de temas determinados, e não necessariamente conseguem dar
conta da avaliação de todas as características de uma pessoa.
O teste avalia amostras de comportamento relacionadas ao construto de
interesse. Para que isso fique mais claro, suponhamos que exista um teste
que avalie a personalidade (claro que há vários), mas somente consigamos
avaliar as características de personalidade que são foco desse teste
específico.
O teste em si possui um caráter muito prático, mas não se esqueça de
que para se chegar à prática sempre existirá uma teoria que fundamenta a
criação de cada teste e suporta a interpretação dos resultados. Esse teste
vai se orientar, então, em determinada teoria para tentar entender qual é a
estrutura da personalidade de cada sujeito. Mas lembre-se de que existem
outras definições do construto personalidade que o teste em questão não
considera!
O teste avalia amostras de comportamento relacionadas ao construto de
interesse. Para que isso fique mais claro, suponhamos que exista um teste
que avalie a personalidade (claro que há vários), mas somente consigamos
avaliar as características de personalidade que são foco desse teste
específico.
O teste em si possui um caráter muito prático, mas não se esqueça de
que para se chegar à prática sempre existirá uma teoria que fundamenta a
criação de cada teste e suporta a interpretação dos resultados. Esse teste
vai se orientar, então, em determinada teoria para tentar entender qual é a
estrutura da personalidade de cada sujeito. Mas lembre-se de que existem
outras definições do construto personalidade que o teste em questão não
considera!
Agora que você entendeu o que são os testes psicológicos, vamos conhecer
suas propriedades.
PROPRIEDADES DOS TESTES
PSICOLÓGICOS
Nesta seção, abordaremos as propriedades dos testes psicológicos. As
propriedades são características psicométricas que precisam ser cumpridas
com todo o rigor científico.
A criação ou adaptação de um teste está condicionada à pesquisa científica.
Esse é um fato importante porque nos dá confiança de que os resultados
encontrados são verdadeiros. Dessa forma, as quatro principais
características dos testes psicológicos são:
VALIDADE
O teste mede aquilo que se propõe a medir. Atualmente, fala-se sobre
evidências de validade, entendendo esse conceito de uma forma mais fluida
e abrangente. Trata-se do critério mais importante. Em linhas gerais, a
validade nos informa se determinado teste avalia o conceito psicológico
pretendido.
Entenda que a validade assegurará que um teste de personalidade, por
exemplo, está efetivamente avaliando a personalidade, e não outro conceito
como a inteligência ou a flexibilidade cognitiva.
PRECISÃO
Também denominada como confiabilidade, indica basicamente se o teste é
confiável, não produzindo variações de resultados de um mesmo sujeito em
momentos distintos de aplicação.
A validade é, de certa forma, mais importante que a precisão porque não
adianta um teste ser confiável se ele não estiver medindo aquilo que se
propõe. Isso não significa que as duas características não sejam essenciais.
Para simplificar a definição de confiabilidade, imagine que você tenha uma
balança e que, a cada medição de peso, obtenha um resultado
completamente diferente do anterior, ainda que se pese no mesmo dia. Você
confiaria nessa balança? Não! Ela provavelmente apresenta algum problema
que faz com que os resultados obtidos não sejam adequados,
especialmente a falta de estabilidade no resultado do peso corporal, quando
se espera que essa variável seja relativamente estável em uma pessoa.
Observe que um instrumento, para ser válido, precisa ser primeiro fidedigno,
mas de nada adianta ser fidedigno se não é válido.
NORMATIZAÇÃO
Refere-se à forma como o teste precisa ser administrado, de maneira que os
procedimentos usados sejam os mesmos, uniformizados, para todos os
sujeitos que passem a ser avaliados. Esse procedimento uniforme permite
assumir que a diferença nos resultados obtidos responde às diferenças
individuais e não a diferenças no processo de avaliação.
PADRONIZAÇÃO
Corresponde ao processo de interpretação do resultado do teste. O teste
padronizado conta com resultados que servem de padrão para podermos
interpretar se o resultado em determinado sujeito está acima, dentro ou
abaixo da média esperada. Em outras palavras, os testes padronizados
contam com tabelas de resultados de um grupo que servem de padrão para
interpretar qualquer sujeito avaliado. Por exemplo, quando fazemos um
exame de sangue para determinar o nível de colesterol, sempre
comparamos nosso resultado com dados referenciais, certo?Esses dados
são obtidos por um grupo de sujeitos, amostra numerosa, que também foi
submetido ao mesmo exame e que nos permite estabelecer o resultado
esperado nesse exame. Assim, podemos afirmar se nosso resultado está
acima ou dentro da média.
Portanto, testes psicológicos são instrumentos utilizados para coletar um
número maior de informações. Considere, por exemplo, um teste de
inteligência. Esse teste permite entender um processo de pensamento e, a
partir desse entendimento, é atribuída uma métrica, isto é, uma pontuação
que permitirá ao psicólogo estabelecer um valor, ou seja, uma inteligência
média, inteligência média-superior ou superior à quantidade de indivíduos
que participou na confecção das normas do instrumento.
TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS
A Resolução nº 9/2018 introduz os tipos de testes da seguinte maneira:
ART. 1º 
§1 - OS TESTES PSICOLÓGICOS ABARCAM
TAMBÉM OS SEGUINTES INSTRUMENTOS:
ESCALAS, INVENTÁRIOS, QUESTIONÁRIOS
E MÉTODOS PROJETIVOS/EXPRESSIVOS,
PARA FINS DE PADRONIZAÇÃO DESTA
RESOLUÇÃO E DO SATEPSI.
(CFP, 2018a)
Essa perspectiva é muito importante para que sejam bem definidos os
objetivos de cada avalição dentro de determinado contexto. Existe uma
infinidade de testes psicológicos, mas basicamente podemos dividi-los nas
seguintes classificações:
- Quando os critérios adotados são objetividade e padronização
TESTES PSICOMÉTRICOS
Avaliação de construtos psicológicos a partir de critérios objetivos. São
baseados em tarefas padronizadas com foco nos resultados, os quais são
normalmente quantitativos. Exemplo: escala de inteligência.
TESTES PROJETIVOS
Avaliação a partir da apresentação de estímulos ambíguos, adotando
critérios mais subjetivos para a interpretação dos resultados. Exemplos: TAT
(Teste de Apercepção Temática) e HTP (House, Tree, Person).
- Quando o critério de classificação é a variável ou o construto avaliado
É importante ressaltar que os testes como instrumentos dos psicólogos em
sua prática profissional são utilizados, de modo geral, para avaliar as
seguintes condições:
PERSONALIDADE
INTELIGÊNCIA
APTIDÕES ESPECÍFICAS
O psicólogo pode fazer uso de um instrumento para tomar decisões sobre
características cognitivas de um indivíduo. Considere uma pessoa idosa com
dificuldade de memória, por exemplo. O psicólogo pode utilizar um teste de
memória para verificar a quantidade de erros ou acertos na memória a partir
de um valor estabelecido, tendo um ponto de corte que abaixo de dez
questões teria prejuízo de memória, e se o idoso acertar mais do que dez
questões, o psicólogo poderá inferir que não há prejuízo maior de memória.
Isso é a medida do instrumento, que proporciona o valor ao psicólogo, mas o
processo de tomada de decisão pelo profissional deve levar em conta o
estabelecimento de relações com outros fatores.
 SAIBA MAIS
Existem muitos critérios de classificação, como os que consideram o tipo de
resposta do sujeito, o tipo de item usado, entre outros critérios.
TIPOS DE TESTES
PSICOLÓGICOS: UTILIDADES
Neste vídeo, o especialista apresenta as diferentes formas de classificar os
testes psicológicos, destacando a utilidade de cada tipo.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Critérios de classificação e tipos de observação
Propriedades psicométricas
VERIFICANDO O APRENDIZADO
IMPLICAÇÕES SOCIAIS NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
MÓDULO 4
 Analisar o cenário legal, ético e social na avaliação psicológica
Antes de mais nada, é preciso que o psicólogo reflita sobre o seguinte:
As inúmeras formas de se planejar e realizar uma avaliação psicológica
mostram que tipos de concepção o psicólogo pode ter sobre o ser humano,
a sociedade, a ciência e a própria Psicologia. Isso impacta diretamente a
vida das pessoas, na medida em que cria ou diminui possibilidades,
desmistifica ou mistifica, amplia ou restringe o campo de atuação da
Psicologia para seus usuários, dependendo das alternativas adotadas pelo
psicólogo e da maneira como ele realiza a interpretação dos respectivos
resultados. Isso significa que o raciocínio adotado por um psicólogo durante
o percurso de uma avaliação é basicamente marcado por normas, valores,
crenças, conhecimentos, atravessados por racionalidade e afetos, que
obviamente vão se transformando junto com a sociedade (CFP, 2010).
 ATENÇÃO
É importante não esquecer que a ética estará sempre na base fundamental
da Psicologia. Cabe ao psicólogo avaliar constantemente a dimensão ética
de sua atuação, avaliar continuamente os benefícios de sua atuação
profissional na sociedade, as relações do código de ética profissional e
dimensões éticas na atuação, além de diferenciar moral e ética
continuamente e manter o sigilo e a confidencialidade das informações.
Não esqueça que isso conversa diretamente com o Código de Ética
Profissional do Psicólogo na seguinte passagem da Resolução CFP nº
10/2005:
ART. 2º – AO PSICÓLOGO É VEDADO: 
A) PRATICAR OU SER CONIVENTE COM
QUAISQUER ATOS QUE CARACTERIZEM
NEGLIGÊNCIA, DISCRIMINAÇÃO,
EXPLORAÇÃO, VIOLÊNCIA, CRUELDADE
OU OPRESSÃO; 
B) INDUZIR A CONVICÇÕES POLÍTICAS,
FILOSÓFICAS, MORAIS, IDEOLÓGICAS,
RELIGIOSAS, DE ORIENTAÇÃO SEXUAL OU
A QUALQUER TIPO DE PRECONCEITO,
QUANDO DO EXERCÍCIO DE SUAS
FUNÇÕES PROFISSIONAIS; [...].
(CFP, 2005)
Não podemos esquecer que o processo de avaliação implica a possibilidade
de tomar decisões que afetarão direta ou indiretamente os envolvidos no
processo, psicólogo e sujeito avaliado, as pessoas relacionadas diretamente
com os envolvidos, familiares, colegas de trabalho, professores, amigos; a
população como um todo que pode se beneficiar indiretamente das decisões
envolvidas e a credibilidade nos testes psicológicos e no campo da
Psicologia, pois um processo sem ética ou inadequado abala a imagem do
psicólogo e da Psicologia como campo de saber. Entende agora toda a
responsabilidade implícita? Por isso é muito importante que todo profissional
psicólogo cuide, respeite e use de forma racional e consciente os testes
psicológicos!
O PAPEL DO CONSELHO FEDERAL
E DA ÉTICA NA AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA
E qual o papel do CFP nessa história?
O Conselho Federal de Psicologia tem mobilizado inúmeros esforços para
consolidar a Psicologia como uma profissão de preceitos humanizados e
transformadora da sociedade. Inclusive, o atual Código de Ética Profissional
do Psicólogo traz claramente esse compromisso. É claro que existem
diversas críticas à avaliação psicológica sobre forma, conteúdo e impacto do
uso de testes psicológicos sobre a vida dos sujeitos submetidos. Muito vem
sendo discutido entre comunidade profissional, Sistemas de Conselhos, CFP
e entidades parceiras para sejam construídas referências bem claras para
esse campo de atuação.
Uma grande iniciativa foi o SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos), criado pela comissão consultiva do CFP em 2003, que divulga
o resultado dos testes à comunidade de psicólogos. O SATEPSI qualifica os
instrumentos utilizados em situação avaliativa ou investigação, como mostra
o esquema a seguir:
 Fluxo de decisões no planejamento da avaliação psicológica (AP).
Para o teste ser considerado favorável, ele deve passar, necessariamente,
pelo crivo do rigor científico e da avaliação dos Direitos Humanos, no qual os
parâmetros psicométricos são estimados. Para garantir a qualidade técnica
desses instrumentos e o atendimento aos princípios éticos e aos Direitos
Humanos, SATEPSI reúne as principais informações referentes ao assunto:
A lista completa dos testes.
A lista dos testes psicológicos aprovados para uso.
A lista dos testes desfavoráveis.
A lista dos testes sem avaliação do CFP.
Além disso, é possível ter acesso a várias outras informações sobre o
processo de avaliação dos testes psicológicos realizado pelo CFP.
 SAIBA MAIS
No site do SATEPSI, é possível verificar quais testes estão favoráveis ou
desfavoráveis para o uso profissional. O CFP, junto aos Conselhos
Regionais de Psicologia, atua em comissões de avaliação psicológica paraproposições e análises de práticas e premissas de atuação.
A Resolução nº 9/2018, que estabelece diretrizes para a realização de
avaliação psicológica no exercício profissional da Psicologia e regulamenta o
SATEPSI, informa o seguinte:
ART. 1º 
§ 2º A PSICÓLOGA E O PSICÓLOGO TÊM A
PRERROGATIVA DE DECIDIR QUAIS SÃO
OS MÉTODOS, TÉCNICAS E
INSTRUMENTOS EMPREGADOS NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, DESDE QUE
DEVIDAMENTE FUNDAMENTADOS NA
LITERATURA CIENTÍFICA PSICOLÓGICA E
NAS NORMATIVAS VIGENTES DO
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
(CFP).
(CFP, 2018a)
Isto é extremamente importante: Você sabe o que significa a palavra
prerrogativa?
Se buscar em qualquer dicionário, verá que basicamente significa direito
especial inerente a determinado cargo ou determinada profissão. Portanto, é
vital que tenha sempre em mente que a avaliação psicológica é uma prática
restrita aos psicólogos, pois envolve um processo científico baseado
em teorias e métodos devidamente reconhecidos pela Psicologia.
A implicação prática disso é que seus instrumentos – destacando os testes
psicológicos – são de uso restrito aos psicólogos e, assim, o CFP alerta que
seu uso por outros profissionais que não estejam habilitados e credenciados
para tal finalidade acaba levantando o exercício ilegal da profissão, uma vez
que o emprego indevido desses instrumentos pode acarretar sérios riscos às
pessoas e à sociedade (CFP, 2013b).
 SAIBA MAIS
Além disso, a Lei Federal nº 4.119/1962, no art. 13, dispõe que a utilização
de métodos e técnicas psicológicas com os objetivos de diagnóstico
psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e
solução de problemas de ajustamento constitui função privativa do
psicólogo.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
REMOTA?
Como é feita a avaliação psicológica em tempos de pandemia, afastamento
social e vida on-line?
Já existia a possibilidade de se usar recursos tecnológicos a distância
mesmo antes da pandemia da covid-19. A Resolução nº 11/2018
“regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de
tecnologias da informação e da comunicação”, autorizando os seguintes
serviços psicológicos a serem realizados desta forma:
ART. 2º 
I - AS CONSULTAS E/OU ATENDIMENTOS
PSICOLÓGICOS DE DIFERENTES TIPOS DE
MANEIRA SÍNCRONA OU ASSÍNCRONA; 
II - OS PROCESSOS DE SELEÇÃO DE
PESSOAL; 
III - UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS
PSICOLÓGICOS DEVIDAMENTE
REGULAMENTADOS POR RESOLUÇÃO
PERTINENTE, SENDO QUE OS TESTES
PSICOLÓGICOS DEVEM TER PARECER
FAVORÁVEL DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO
DE INSTRUMENTOS PSICOLÓGICOS
(SATEPSI), COM PADRONIZAÇÃO E
NORMATIZAÇÃO ESPECÍFICA PARA TAL
FINALIDADE. 
IV - A SUPERVISÃO TÉCNICA DOS
SERVIÇOS PRESTADOS POR PSICÓLOGAS
E PSICÓLOGOS NOS MAIS DIVERSOS
CONTEXTOS DE ATUAÇÃO.
(CFP, 2018b)
A Resolução nº 11/2018 também destaca que consultas e atendimentos
psicológicos são um conjunto sistemático de procedimentos, utilizando
métodos e técnicas psicológicas de maneira a cobrir diversas áreas da
Psicologia com o objetivo de avaliação, orientação e/ou intervenção em
processos individuais ou grupais.
 DICA
É obrigação do psicólogo indicar quais serão os recursos tecnológicos
considerados, de maneira a garantir o sigilo das informações e manter o
cliente com total esclarecimento do processo.
Entretanto, essa resolução ainda contemplava diversas categorias de
atendimentos que deveriam ser obrigatoriamente presenciais, como em
situações de risco, acometimento e calamidade. Para que isso fosse
flexibilizado durante a pandemia, o CFP emitiu a Resolução nº 4/2020, que
“dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio
de Tecnologia da Informação e da Comunicação durante a pandemia do
COVID-19” e suspende essa premissa, desburocratizando o processo de
adoção de medidas tecnológicas.
De modo geral, avaliar é uma atividade com relevante complexidade,
demandando do profissional muita reflexão, atenção e análise para que ele
não caia na armadilha de seu juízo de valor. Por isso, é vital que os
psicólogos sejam extremamente criteriosos e rigorosos na escolha e no
emprego de técnicas, considerando as pesquisas produzidas sobre o
construto de interesse antes de emitir qualquer forma de parecer e sobre a
melhor forma de estabelecer o percurso da avaliação. Esse exercício exige
dos psicólogos muita atualização na área e dos órgãos de classe maior
atenção ao ensino do processo de avaliação psicológica.
A imperícia no uso dos instrumentos de avaliação é, por exemplo, uma das
infrações éticas com maior impacto social. O bom resultado da avaliação
depende fundamentalmente do conhecimento de sua finalidade e,
obviamente, do contexto no qual seus respectivos resultados poderão ter
utilidade. Nesse sentido, para atender às demandas sociais, é
imprescindível também que o psicólogo avaliador esteja antenado
quanto aos avanços de outras áreas, como, por exemplo, os estudos
sobre Bioética ou sobre o uso de tecnologia informatizada na prática de
psicólogos. A discussão dessas novas pesquisas pode contribuir para
futuras atualizações sobre os preceitos éticos e deontológicos que devem
nortear a profissão (CFP, 2010).
A POSSIBILIDADE DE AVALIAÇÃO
REMOTA EXISTE?
Neste vídeo, o especialista reflete sobre vantagens e desvantagens da
avaliação psicológica remota e suas possibilidades.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Por que devemos ter cuidado na AP
Uso de testes e a SATEPSI
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONCLUSÃO
Neste conteúdo, aprendemos questões centrais básicas da avaliação
psicológica que envolvem a relação dinâmica entre definição, conceitos e
tipos, além da legislação e ética sobre o tema. Vimos que a avaliação
psicológica tem como fundamento principal a ciência em termos de teoria e
prática, e as fontes de investigação e suas respectivas técnicas também são
fundamentais para o percurso crítico de desenvolvimento da avaliação
psicológica.
Conhecemos diversos tipos de avaliação psicológica e como esta deve se
manter firme aos princípios norteadores da profissão, independentemente de
sua atuação em escolas, hospitais, organizações ou consultórios. Também
abordamos a importância de se estar antenado com os Conselhos Federais
e Regionais para acompanhar qualquer novidade ou atualização e amparar
a atuação do psicólogo.
Por fim, entendemos que o principal objetivo da avaliação psicológica é
garantir um processo de tomada de decisão consistente que garanta a
dignidade, o bem-estar e a saúde de cada pessoa que passar pela vida do
psicólogo.
 PODCAST
Neste podcast, o especialista irá expor a avaliação psicológica em termos de
sua evolução histórica, instrumentos, princípios éticos e perspectivas.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de
formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Brasília,
1962.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Avaliação psicológica:
diretrizes na regulamentação da profissão. Brasília: CFP, 2010.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Cartilha avaliação
psicológica. Brasília, 2013a.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Nota técnica do Conselho
Federal de Psicologia sobre o uso indevido de testes psicológicos.
Brasília, 2013b.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº
10/2005. Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 9/2018.
Estabelece diretrizes para a realização de avaliação psicológica no exercício
profissional da psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de
Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI. Brasília, 2018a.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº
11/2018. Regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por
meios de Tecnologias da Informação e da Comunicação. Brasília, 2018b.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 4/2020.
Dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio
de Tecnologia da Informaçãoe da Comunicação durante a pandemia do
COVID-19. Brasília, 2020.
CUNHA, J. et al. Psicodiagnóstico – V. 5. ed., rev. e ampl. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
PASQUALI, L. et al. Instrumentação psicológica. Fundamentos e práticas.
Porto Alegre: Artmed, 2010.
SCHNEIDER, A. M. A. et al. Planejamento do processo de avaliação
psicológica: implicações para a prática e para a formação. Psicologia:
Ciência e Profissão, v. 40, p. 1-13, 2020.
EXPLORE+
Sempre que o assunto envolver técnica e atuação profissional, é importante
que tenha a curiosidade de navegar no site do Conselho Federal de
Psicologia. É lá que encontrará os padrões predefinidos de atuação do
psicólogo no Brasil a respeito da avaliação psicológica.
Acesse o site da Organização das Nações Unidas e leia a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948).
Pesquise e leia os materiais publicados pelo CFP:
Ano da avaliação psicológica – textos geradores (2011)
Prêmio profissional – avaliação direcionada a pessoas com
deficiência (2019)
Cartilha de boas práticas para avaliação psicológica no contexto
da pandemia (2020)
CONTEUDISTA
Guilherme Almentero Marques

Outros materiais