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DESCRIÇÃO A relação entre prática profissional e avaliação psicológica: conceituação, histórico e instrumentos. PROPÓSITO Compreender, conhecer e analisar os principais pontos entre a realidade profissional do psicólogo e o uso da avaliação psicológica em termos de definição, fontes de investigação, tipos de observação e testes, além de entender os limites éticos e a regulação de seu escopo de trabalho, uma vez que são aspectos de fundamental importância para o correto manejo dos instrumentos de avaliação. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar o recorte de definições e conceitos no histórico da avaliação psicológica MÓDULO 2 Reconhecer as fontes de investigação psicológica MÓDULO 3 Identificar os tipos de observação e de testes psicológicos MÓDULO 4 Analisar o cenário legal, ético e social na avaliação psicológica INTRODUÇÃO A prática profissional de qualquer psicólogo é marcada por inúmeras metodologias e técnicas complexas e abrangentes, destacando-se a avaliação psicológica referendada como exclusiva aos psicólogos pela Lei nº 4.119 de 1962. Neste conteúdo, portanto, trataremos de todo o cenário da avaliação psicológica na prática profissional do psicólogo, desde seu conceito até suas implicações éticas para formar a base sólida de inserção profissional do psicólogo em âmbito prático. DEFINIÇÕES E CONCEITUAÇÃO Como você toma decisões? Já parou para pensar sobre isso? É importante refletir sobre o processo de tomada de decisão para destacar a importância da avaliação psicológica. Imagine seu dia a dia e suas respectivas decisões, até mesmo as pequenas decisões, desde a roupa que escolhe para trabalhar até o que vai comer. MÓDULO 1 Identificar o recorte de definições e conceitos no histórico da avaliação psicológica Será que toda decisão segue um processo racional e consciente? Claro que não, certo? Agora, imagine decisões que afetam a vida de pessoas, chegando a provocar importantes mudanças. Essas sim precisam de tempo, detalhamento e precisão. Esse é o ponto crucial da atuação do psicólogo quando falamos de avaliação psicológica, que nada mais é do que um processo amplo de investigação em que se conhece o avaliado e sua respectiva demanda, fundamentando a tomada de decisão do profissional. Trata-se de um processo criterioso, que considera técnica e ciência. Ele pode ser feito para determinada pessoa ou para um grupo de pessoas e, dependendo da área de conhecimento, pode demandar metodologias bem específicas. A avaliação psicológica consolida uma base de informações que explicam fenômenos específicos, dando a sustentação necessária aos inúmeros trabalhos do psicólogo em diversos campos como saúde, educação e trabalho, por exemplo. São necessários tempo e, principalmente, planejamento! Segundo o art. 1º da Resolução CFP nº 9/2018: AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA É DEFINIDA COMO UM PROCESSO ESTRUTURADO DE INVESTIGAÇÃO DE FENÔMENOS PSICOLÓGICOS, COMPOSTO DE MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS, COM O OBJETIVO DE PROVER INFORMAÇÕES À TOMADA DE DECISÃO, NO ÂMBITO INDIVIDUAL, GRUPAL OU INSTITUCIONAL, COM BASE EM DEMANDAS, CONDIÇÕES E FINALIDADES ESPECÍFICAS. (CFP, 2018a) Em outras palavras, a avaliação psicológica é um processo de conhecimento, isto é, de busca de informações sobre determinadas solicitações formuladas, quer seja por um pai ou professor sobre o rendimento escolar de seu filho, quer seja por um juiz em relação a um processo em questão, por exemplo. Portanto, trata-se de colher informações que permitam uma tomada de decisão sobre as características psicológicas de uma pessoa, buscando responder a objetivos que orientam todo o processo. E que tipos de avaliações os psicólogos podem fazer? Os psicólogos podem fazer tanto avaliações de características clínicas espontâneas ou de encaminhamento, como também avaliações compulsórias. Entenda aqui como exemplo de avaliações compulsórias a obtenção da carteira nacional de habilitação, o manuseio de armas, cirurgias, entre outras. Percebe-se, então, que se trata de um processo importante que suporta o entendimento do comportamento de uma pessoa a partir de diferentes construtos, como funções cognitivas, dificuldade de organização de ideias, aptidões específicas, memória, processos que envolvam decisão em contextos psicossociais (cirurgias bariátricas, transexualização, por exemplo) e outros. O objetivo da avaliação psicológica sempre será dar fundamento à tomada de decisão. E existe um processo definido para isso? Claro! Trata-se do chamado processo avaliativo. O processo de avaliação psicológica é um procedimento que requer uma série de informações desde o desenvolvimento do indivíduo do ponto de vista histórico, as características atuais e sua história clínica, além das dificuldades dentro do contexto de habilidades do indivíduo. É a partir dessa análise que o psicólogo toma decisões. Considere os seguintes passos: 1. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO E PARTICULARIDADES DO INDIVÍDUO OU GRUPO A SER AVALIADO. TAL PROCESSO PERMITE A ESCOLHA DOS INSTRUMENTOS/ESTRATÉGIAS MAIS ADEQUADOS PARA A REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA; 2. COLETA DE INFORMAÇÕES PELOS MEIOS ESCOLHIDOS (ENTREVISTAS, DINÂMICAS, OBSERVAÇÕES E TESTES PROJETIVOS E/OU PSICOMÉTRICOS ETC.). É IMPORTANTE SALIENTAR QUE A INTEGRAÇÃO DESSAS INFORMAÇÕES DEVE SER SUFICIENTEMENTE AMPLA PARA DAR CONTA DOS OBJETIVOS PRETENDIDOS PELO PROCESSO DE AVALIAÇÃO. NÃO É RECOMENDADA A UTILIZAÇÃO DE UMA SÓ TÉCNICA OU UM SÓ INSTRUMENTO PARA A AVALIAÇÃO; 3. INTEGRAÇÃO DAS INFORMAÇÕES E DESENVOLVIMENTO DAS HIPÓTESES INICIAIS. DIANTE DESTAS, O PSICÓLOGO PODE CONSTATAR A NECESSIDADE DE UTILIZAR OUTROS INSTRUMENTOS/ESTRATÉGIAS DE MODO A REFINAR OU ELABORAR NOVAS HIPÓTESES; 4. INDICAÇÃO DAS RESPOSTAS À SITUAÇÃO QUE MOTIVOU O PROCESSO DE AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO CUIDADOSA DOS RESULTADOS, COM ATENÇÃO AOS PROCEDIMENTOS ÉTICOS IMPLÍCITOS E CONSIDERANDO AS EVENTUAIS LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO. NESSE PROCESSO, OS PROCEDIMENTOS VARIAM DE ACORDO COM O CONTEXTO E PROPÓSITO DA AVALIAÇÃO. (CFP, 2013a, p. 9-10) É importante ressaltar que há casos, inclusive, em que podem ser desconsiderados os valores aferidos em instrumentos psicológicos, uma vez que há um entendimento maior e macro sobre as dificuldades do sujeito ou seu respectivo potencial de habilidades. E um psicólogo pode recorrer a colegas e grupos profissionais para realizar avaliações psicológicas? Sem dúvida! Dependendo do caso, pode ser necessário o suporte de uma equipe de psicólogos com determinados tipos de conhecimento específico que podem contribuir com avaliações mais detalhadas. Casos de avaliações cognitivas de grandes instituições (hospitais) são exemplos comuns onde se encontram grupos de psicólogos. Talvez você esteja se perguntando se avaliação psicológica é o mesmo que testagem psicológica. E a resposta é não! A avaliação psicológica é, como descrito, um processo bem mais amplo que envolve integração e consolidação de dados e informações oriundos de inúmeras fontes como os próprios testes, entrevistas, observações, análises de documentos. Já a testagem psicológica pode ser considerada um processo diferente, e sua principal fonte de informação são os testes psicológicos de diversos tipos (CFP, 2013a). OBJETIVOS Os objetivos da avaliação psicológica envolvem: CLASSIFICAÇÃO SIMPLES O exame da avaliação psicológica compara a amostra do comportamento do examinado com resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos com um cenário de condições demográficas equivalentes. Esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual. Esse é um exemplo tipicamente usado em testes psicotécnicos para concursos públicos, classificando candidatos de forma quantitativa de acordo com a sua pontuação. DESCRIÇÃO Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de resultados, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente,como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos. É o caso, por exemplo, de uma avaliação escolar mais detalhada e menos comparativa. CLASSIFICAÇÃO NOSOLÓGICA Aqui é abordada a Nosologia, isto é, os critérios diagnósticos. As hipóteses iniciais serão testadas, tomando como referência critérios de diagnósticos do DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) ou CID-10 (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems ou Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados com a saúde). É comum, por exemplo, quando um médico psiquiatra solicita ao psicólogo a confirmação de um diagnóstico de esquizofrenia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL São investigadas irregularidades ou inconsistências de um quadro sintomático para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou natureza da patologia. Imagine um caso de um sujeito que apresente sintomas de bulimia, porém essa bulimia pode estar associada à depressão. Então, é preciso que o psicólogo descarte a depressão para assim fechar um diagnóstico de bulimia, por exemplo. AVALIAÇÃO COMPREENSIVA Permite determinar o nível de funcionamento da personalidade. São examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesa, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta a eles. Perceba que aqui se abordam aspectos qualitativos do sujeito, havendo uma tendência de uso de testes qualitativos e não quantitativos na avaliação psicológica, como testes de personalidade, por exemplo. INSIGHT Compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental de elementos e relações adequados. PERÍCIA FORENSE Fornece subsídios para a tomada de decisão do magistrado (juiz) em questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções do cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar a infrações legais. Geralmente, quem demanda esse tipo de avaliação é o poder judiciário. O psicólogo pode ser requisitado a realizar uma avaliação psicológica para verificar a possibilidade de ocorrência de alienação parental, por exemplo. PROGNÓSTICO Busca determinar o provável curso de um caso. Imagine, por exemplo, um sujeito que apresente determinados sintomas e quem demandou a avaliação javascript:void(0) psicológica observe a análise do psicólogo de maneira a verificar se o cenário de sintomas pode tender a evoluir para um quadro clínico ou patológico mais agudo ou não. PREVENÇÃO Procura investigar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas e estressantes. HISTÓRICO As histórias da Psicologia e da avaliação psicológica se cruzam e se mesclam no final do século XIX e início do século XX. FRANCIS GALTON Na Inglaterra, o antropólogo Francis Galton (1822-1911) deu a largada em seus estudos sobre as diferenças individuais. ALFRED BINET Na França, o governo encomendou aos psicólogos Alfred Binet (1857-1911) e Théodore Simon (1873-1961) o desenvolvimento de avaliações de crianças em idade escolar. JAMES MCKEEN CATTELL Em Leipzig, na Alemanha, o psicólogo norte-americano James McKeen Cattell (1860-1944) concluiu sua pesquisa de doutorado com o título de Psychometric investigation, sendo orientado por Wundt (um dos fundadores da Psicologia Experimental) e fundando mais tarde a Psychological Corporation, uma das mais influentes editoras de testes psicológicos até os dias atuais (CFP, 2010). E o que esses famosos pesquisadores queriam afinal? Eles queriam que a Psicologia fosse reconhecida pela comunidade científica como ciência de fato. Suas contribuições são exemplos da relação inseparável entre o estabelecimento da Psicologia como ciência e profissão e o desenvolvimento dos testes, entre outros procedimentos de avaliação psicológica. A evolução e o desenvolvimento da avaliação psicológica se apoiaram fortemente em estratégias que possibilitavam inferir sobre o funcionamento do psiquismo humano, sendo divididas em três grandes grupos que vamos conhecer a seguir. CONSTRUÇÃO DE TESTES POR AMOSTRAGEM DE COMPORTAMENTOS OU PROCESSOS Essa estratégia ganhava corpo durante o desenvolvimento progressivo da psicometria e, inclusive, a partir do surgimento de medidas psicológicas novas. Entretanto, surge ao longo desse processo outra estratégia, que não será baseada na amostragem de comportamentos e processos associados a um construto, isto é, a uma ideia ou um conceito que é resultado da sintetização de ideias mais simples. Agora, haverá uma articulação de indicadores indiretos que se relacionam na prática ao fenômeno em questão. O que acontece na prática é que essa estratégia começa a depender menos da relação aparente entre o conteúdo do indicador e o construto de interesse. A importância de um indicador desse tipo é a possibilidade de identificar pessoas pertencentes a grupos relevantes nos quais a presença desse construto ― ideia construída, isto é, o que permite relacionar conceitos com a realidade ― fosse conhecida. Sujeitos para esses grupos são escolhidos com base em critérios independentes relacionados ao construto de interesse. O processo de validação da relação entre os indicadores e o grupo relacionado ao construto é conhecido como validade de critério. E quais seriam exemplos de construtos em Psicologia? Podemos citar alguns cientificamente interessantes como felicidade, inteligência, criatividade, liderança, empatia, amor, dor e personalidade, entre outros. CONSTRUÇÃO DE TESTES POR RELAÇÃO A GRUPOS SELECIONADOS POR CRITÉRIO DEFINIDO Essa estratégia foi decisiva na seleção de parâmetros para medidas objetivas marcadas pelos questionários e inventários, e na demonstração de exatidão dos indicadores nas técnicas chamadas de testes projetivos. O Inventário Multifásico Minnesota da Personalidade (MMPI), elaborado pelo psicólogo Starke Rosecrans Hathaway (1903-1984) e pelo neurologista John Charnley McKinley (1891-1950), talvez seja o maior exemplo dentro das medidas objetivas. Esses estudiosos legitimaram suas escalas pela chamada “chave empírica”, que é um processo em que não importava qual era o conteúdo do item, mas, sim, a forma de resposta de cada pessoa identificada em certa condição ou apresentando uma característica específica. EXEMPLO Determinado item capaz de distinguir grupos de pessoas com relevantes índices de paranoia passa a formar a escala de paranoia, independentemente da relação direta (teórica) entre o conteúdo do item e o construto paranoia. O Método de Rorschach é outro grande exemplo no uso de grupos de critério. As distorções das formas, por exemplo, foram relacionadas à esquizofrenia; os sombreados ou a cor acromática, à angústia ou à depressão. Portanto, primeiro se demonstra a relação entre um indicador e o fenômeno, depois começa toda a tratativa teórica para entender os motivos dessa relação. CONSTRUÇÃO DE TESTES COM BASE NA ANÁLISE DA FANTASIA O desenvolvimento da Psicanálise desencadeou o surgimento de um conjunto de testes projetivos. O psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) foi pioneiro nesse sentido ao trazer o Teste de Associação de Palavras. Atualmente, os mais notórios são os que envolvem técnicas de complementação de frase, técnicas de apercepção temática, além do Teste das Relações Objetais, o Teste das Fábulas de Duss e outros. Determinadas técnicas de avaliação permitem, ainda, as chamadas estratégias mistas. Um exemplo é o Método de Rorschach e os testes gráficos, que avaliam indicadores apoiados em critérios práticos, empíricos e na análise de componentes de fantasia. Pesquisas recentes têm trazido indicadores objetivos relevantes em técnicas que dependiam quase que exclusivamente da análise da fantasia, como é o caso do Teste de Apercepção Temática(TAT). A prática clínica é marcada pela importância desses instrumentos na medida em que permitem uma interpretação de critérios e aspectos relacionais, estruturais e dinâmicos da personalidade, aproximando-se do processo analítico e interpretativo que acontece necessariamente na relação terapêutica (CFP, 2010). COMENTÁRIO Note que a evolução da avaliação psicológica sempre foi marcada decisivamente pela tentativa de fundamentá-la nos critérios científicos relevantes, o que exatamente encontramos no surgimento da Psicologia como ciência e profissão regulamentada. Atualmente, temos maneiras para avaliar praticamente todos os construtos psicológicos, passando por afetos, comportamentos, processos cognitivos, sintomas, valores e atitudes, e diversas questões que envolvam a intimidade dos sujeitos. Podemos observar ainda, diversas medidas para conceitos, mesmo em áreas nas quais há dificuldade para uma avaliação padronizada. Um bom exemplo disso seria a Psicanálise, que possui conceitos como mecanismos de defesa, transferência, narcisismo etc. Métodos mais novos propiciaram a elaboração e o desenvolvimento de medidas que podem ser aplicadas sem qualquer interferência no percurso terapêutico. As entrevistas semiestruturadas, por exemplo, elevam significativamente o nível de precisão e validade do psicodiagnóstico. Essas inovações tiveram e têm uma enorme fatia de contribuição no desenvolvimento do escopo e do poder de avaliação e diagnóstico em Psicologia. Além disso, a utilização e as respectivas aplicações não ficaram paradas, elas se desenvolveram. Atualmente, a avaliação está presente nos hospitais, nas escolas, nas empresas e nas organizações, bem como nos processos seletivos, na Psicologia jurídica, na Psicologia do esporte e da religião e em muitos outros locais onde existe a Psicologia. A EVOLUÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Neste vídeo, o especialista reflete sobre as estratégias observadas historicamente na evolução e no desenvolvimento da avaliação psicológica. VEM QUE EU TE EXPLICO! Conceito de avaliação psicológica, contextos e passos Objetivos da avaliação psicológica VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Reconhecer as fontes de investigação psicológica FONTES DE INVESTIGAÇÃO PSICOLÓGICA A Resolução nº 9/2018 trata em seu artigo 2º sobre os tipos de fontes de investigação psicológica. Ela nos diz que o psicólogo deve basear sua decisão apoiando-se de forma obrigatória em metodologias e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos pela comunidade científica para respectivo uso profissional, compondo o que se denomina fontes fundamentais de informação. Além disso, é possível que o psicólogo recorra a procedimentos e recursos auxiliares de acordo com o contexto, que são chamados de fontes complementares de informação (CFP, 2018a). Legenda da imagem ATENÇÃO Note o teor mandatório da resolução, ou seja, é obrigatório que a tomada de decisão do psicólogo tenha critério e embasamento científico. Aqui vale trazer exemplos: I - FONTES FUNDAMENTAIS: A) TESTES PSICOLÓGICOS APROVADOS PELO CFP PARA USO PROFISSIONAL DA PSICÓLOGA E DO PSICÓLOGO E/OU; B) ENTREVISTAS PSICOLÓGICAS, ANAMNESE E/OU; C) PROTOCOLOS OU REGISTROS DE OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS OBTIDOS INDIVIDUALMENTE OU POR MEIO DE PROCESSO GRUPAL E/OU TÉCNICAS DE GRUPO. (CFP, 2018a) E o que fazer caso haja dúvida em relação a se o teste ou instrumento a ser utilizado tenha validade realmente? Cabe aos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) submeter o instrumento psicológico ou não psicológico à Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP para a devida análise. II - FONTES COMPLEMENTARES: A) TÉCNICAS E INSTRUMENTOS NÃO PSICOLÓGICOS QUE POSSUAM RESPALDO DA LITERATURA CIENTÍFICA DA ÁREA E QUE RESPEITEM O CÓDIGO DE ÉTICA E AS GARANTIAS DA LEGISLAÇÃO DA PROFISSÃO; B) DOCUMENTOS TÉCNICOS, TAIS COMO PROTOCOLOS OU RELATÓRIOS DE EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS. (CFP, 2018a) Além disso, são fontes complementares as informações e os dados obtidos por pessoas não relacionadas diretamente com o avaliado. É importante destacar que as fontes de informações consideradas no processo de avaliação psicológica vão depender da demanda, isto é, do que o indivíduo traz como situação-problema ou questões a serem tratadas nas sessões. O psicólogo deve investir tempo em planejamento e análise da demanda para decidir de que instrumentos ele efetivamente fará uso. Entretanto, o curso da avaliação psicológica é dinâmico, o que pode alterar o planejamento inicial sobre quais metodologias e técnicas o psicólogo irá utilizar, isto é, o psicólogo pode perceber durante o andamento que necessitará incorporar mais elementos para a tomada de decisão, o que é natural. A OBSERVAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS A observação psicológica, como instrumento de coleta de dados em processo de avaliação, é de fundamental importância. A observação, segundo Batista (1996 apud PASQUALI, 2010), pode ser entendida como uma coleta de dados sem realização de procedimentos experimentais, colhendo informações de forma natural, conforme os eventos se sucedem frente ao nosso olhar. Considere, por exemplo, um caso de demanda de avaliação psicológica e emissão de laudo por conta da necessidade de uma cirurgia bariátrica. Por meio da observação, o psicólogo pode realizar as primeiras hipóteses do caso, e os dados colhidos dessa forma podem servir para serem contrastados com os dados colhidos pelos testes. Segundo Batista (1996 apud PASQUALI, 2010), os registros de observação utilizados podem ser: CONTÍNUOS O observador descreve tudo o que está acontecendo, do início ao fim do contato com o sujeito. POR EVENTO Quando envolve a contagem – frequência de determinado comportamento ou sinal. POR DURAÇÃO Registro do tempo que dura determinado comportamento. POR INTERVALO Quando o registro é realizado em períodos nos quais se determina que será feita a observação. POR PLACHECKS Implica uma contagem em intervalos determinados dos comportamentos ou indivíduos que estão apresentando certo comportamento. Quando há escalas de observação, o psicólogo pode verificar a presença/ausência de certos indicadores comportamentais importantes, como aqueles relativos à ansiedade, às resistências e às atitudes defensivas, indicadores motivacionais, entre outros. As escalas de observação permitem também descrever a intensidade dessas manifestações, por exemplo, quando se avalia o nível de cooperação dos sujeitos com os procedimentos e o plano de intervenção do médico, para compreender a forma como o sujeito pode colocar em perigo o sucesso do procedimento cirúrgico. No entanto, a observação pode ser feita de forma não estruturada, apresentando uma abordagem mais ecológica e qualitativa, quando o psicólogo considera a dinâmica da interação clínica, a forma como o sujeito se apresenta e a forma como ele interage durante a troca de informações. Esses dados são fundamentais inclusive na aplicação dos testes psicológicos. SAIBA MAIS Em muitos testes, os dados obtidos são complementados pelas observações que o psicólogo realiza durante o processo de avaliação. Por exemplo, na aplicação das escalas Wechsler, é muito importante que o psicólogo registre a forma como o sujeito reagiu durante a aplicação dos diferentes subtestes. Essas observações permitem, posteriormente, uma melhor compreensão dos resultados e podem também modificar as conclusões. A ENTREVISTA PSICOLÓGICA No caso das entrevistas, podemos fazer também uma diferenciação entre as entrevistas estruturadas, semiestruturadas e não estruturadas. O tipo de entrevista mais usado é a entrevista semiestruturada, que consiste na abordagem do sujeito a partir de um plano prévio que serve de norte, mas que não limita as interações e questões que podem ser abordadas ao longo do processo. No caso da entrevista estruturada, temos como exemplo as entrevistas estruturadas do DSM– IV, a entrevista motivacional de William Miller, e a entrevista lúdica de Aberastury e de outros autores. Esse tipo de procedimento é mais utilizado com crianças (CUNHA, 2000). A entrevista não estruturada foca uma abordagem mais espontânea, na qual o psicólogo tem maior flexibilidade para formular as perguntas, e o sujeito, para construir a resposta. Em uma primeira entrevista, o psicólogo pode avaliar qual é a real demanda, o que essa pessoa precisa. Além disso, pode tomar mais tempo e explorar minuciosamente nas demais sessões a condição psicológica do sujeito avaliado. É possível compilar a entrevista com a observação psicológica a partir do comportamento não verbal do sujeito submetido à avaliação, constituindo dados muito válidos no percurso de elaboração de documentos como laudos ou pareceres. Voltando ao exemplo de cirurgia bariátrica, é possível usar testes nesse caso? Sim! Mas repare que os testes não necessariamente conseguem embasar por si o resultado de uma avaliação psicológica. Eles complementam a análise e podem fundamentar a correspondência com fatos objetivos da realidade observados durante as entrevistas psicológicas e anamnese. Em uma primeira entrevista, o psicólogo pode avaliar qual é a real demanda, o que essa pessoa precisa. Além disso, pode tomar mais tempo e explorar minuciosamente nas demais sessões a condição psicológica do sujeito avaliado. É possível compilar a entrevista com a observação psicológica a partir do comportamento não verbal do sujeito submetido à avaliação, constituindo dados muito válidos no percurso de elaboração de documentos como laudos ou pareceres. Voltando ao exemplo de cirurgia bariátrica, é possível usar testes nesse caso? Sim! Mas repare que os testes não necessariamente conseguem embasar por si o resultado de uma avaliação psicológica. Eles complementam a análise e podem fundamentar a correspondência com fatos objetivos da realidade observados durante as entrevistas psicológicas e anamnese. ATENÇÃO O psicólogo precisa aliar investimento de tempo no contato com o sujeito aos instrumentos para que o desdobramento da avaliação psicológica seja coerente e responsável. Compete a ele avaliar criticamente se os resultados obtidos realmente forneceram elementos seguros e suficientes para a tomada de decisão. Além disso, as fontes complementares, apesar de não psicológicas, têm papel fundamental na composição da avaliação. O psicólogo precisa avaliar, por exemplo, a legislação penal, os instrumentos da área da saúde, a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de fazer um levantamento de documentos e normas que podem sustentar a elaboração de um documento como resultado da avaliação psicológica. Fique calmo! Não é preciso que saiba todas as fontes possíveis para a elaboração da avaliação psicológica. Como abordado, é preciso investimento de tempo para planejar, investigar e efetivamente realizar a avaliação. Isso também se tornará cada vez mais natural durante seu percurso profissional a partir do ganho de experiência, conhecimento e, claro, rede de relacionamento na comunidade profissional. Tenha sempre em mente que o psicólogo tem a prerrogativa de decidir quais os métodos, as técnicas e os instrumentos empregados na avaliação psicológica, considerando sua validade na literatura científica da Psicologia e nas normas vigentes do Conselho Federal de Psicologia. A OBSERVAÇÃO, A ENTREVISTA E OS TESTES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO Neste vídeo, o especialista reflete sobre a importância dos diferentes instrumentos no processo de avaliação. VEM QUE EU TE EXPLICO! Fontes fundamentais e fontes complementares Os registros de observação VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Identificar os tipos de observação e de testes psicológicos VANTAGENS E DESVANTAGENS DA OBSERVAÇÃO A princípio, é preciso entender que a observação, como técnica para coletar dados, não consiste apenas em ver e ouvir o fenômeno observado, mas também em examiná-lo, ou seja, estudar, avaliar, examinar os fatos e comportamentos observados. Não se esqueça de que o chamado exame de fatos é o elemento básico de toda e qualquer investigação científica. Lembra-se da importância de se ter critério e embasamento científico? Considerando essa premissa básica, podemos destacar que a observação é utilizada em pesquisa de campo como uma abordagem qualitativa, podendo ser uma técnica complementar ou exclusiva para determinada investigação. O grau de participação do observador é muito relevante, bem como a duração das observações, e é imprescindível planejar o que e como observar. E quais são as vantagens e desvantagens de utilizar a observação como técnica de coleta de dados? VANTAGENS Possibilita elementos para delimitação de problemas. Favorece a construção de hipóteses. Aproxima-se das perspectivas dos sujeitos observados. É útil para descobrir elementos novos de um problema. Auxilia a obtenção de dados sem interferir no grupo pesquisado. Permite a coleta de dados em situações de comunicações impossíveis. Apresenta um meio direto para estudar uma ampla variedade de fenômenos. Depende menos da introspecção ou da reflexão. Permite a evidência de dados que não constam no roteiro de entrevistas ou questionários. DESVANTAGENS A presença do observador pode provocar alterações no comportamento dos sujeitos observados, diferenciando aquilo que seria espontâneo em relação a esse comportamento. Criação de juízo de valor ou interpretação pessoal pelo observador, isto é, ele pode criar impressões favoráveis ou desaforáveis sobre o observado. É importante não julgar o comportamento. Uma visão distorcida pode ser gerada pelo envolvimento, levando a uma representação parcial da realidade. Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do observador. A duração dos comportamentos é variável, o que pode dificultar a coleta de dados, já que eventos muito fugazes podem fugir do intervalo de observação, e eventos muito longos podem não ser observados de forma completa. Se os registros não forem bem organizados, o processo dependerá da memória do observador, o que pode gerar uma interpretação subjetiva ou parcial do fenômeno estudado. É importante entender como se podem caracterizar os diferentes tipos de observações em termos dos meios utilizados, da participação do observador, o número de observações e o lugar de realização. A observação é uma técnica menosprezada muitas vezes. Isso ocorre porque a maioria das pessoas acredita que sabe observar. Por ser algo que faz parte do cotidiano de todos, é possível cair no erro de achar que se domina a técnica. A observação pode enganar em determinados aspectos, então, é importante que se tenha em mente o percurso crítico dessa técnica como instrumento de coleta de dados. Não se esqueça de que a observação é uma técnica do “aqui e agora”, não necessariamente na hora em que um fato surge pela primeira vez, mas no momento do acontecimento, do fato. Além disso, vale ressaltar que haverá um ímpeto de somente descrever o comportamento durante o processo, mas é vital que se vá além na análise. TIPOS DE OBSERVAÇÃO CONSIDERANDO OS MEIOS UTILIZADOS Observação estruturada (sistemática, planejada e controlada): O observador sabe exatamente o que busca e o que não é importante, utilizando instrumentos de coleta de dados (como as escalas de observação) ou fenômenos observados. Observação não estruturada (assistemática, espontânea, informal, ordinária, simples, livre, ocasional, acidental): O observador coleta dados sem necessariamente usar técnicas especiais. CONSIDERANDO A PARTICIPAÇÃO DO OBSERVADOR Observação não participante: Não há integração direta entre observador e sujeitos observados. Observação participante: Há a incorporação do observador ao grupo de sujeitos observados, e o observador pode, até certo ponto, ser considerado membro do grupo. A observação pode ocorrer de forma natural (observador já faz parte do grupoobservado, e a observação é feita no ambiente natural) ou artificial (integração do observador ao grupo a ser investigado, e a observação acontece em ambiente artificial, recriado ou simulação). CONSIDERANDO O NÚMERO DE SUJEITOS OBSERVADOS Observação individual: O foco da investigação se resume a um sujeito. Observação coletiva: Há a investigação em um grupo de sujeitos ou equipe. Dentre esses tipos de observação, podemos destacar em Psicologia: OBSERVAÇÃO SIMPLES O observador é muito mais um espectador que propriamente um ator, ou seja, ele fica mais à margem da comunidade, do grupo ou da situação que pretende analisar e investigar. OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE Pode-se aqui chegar a um nível de entendimento da vida real de determinado grupo, por exemplo, em meio ao interior desse grupo. O observador pode, ainda, decidir se revela ao grupo o processo, sempre atentando ao cuidado de não tornar tendenciosa sua investigação. OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA A ideia é a obter uma descrição precisa de fenômenos ou hipóteses. O observador elabora um planejamento sobre a coleta de dados, estabelecendo os métodos de registro de dados e as categorias de análise. Note que a observação como instrumento de coleta de dados é, no fim, o que nos permite capturar o que não é visível pelo senso comum, isto é, o que determina, direciona e poderia explicar o comportamento. É preciso romper a barreira da descrição fria e expandir a análise para gerar um produto dinâmico e multifatorial que embasa, de forma mais consistente, a tomada de decisão. DEFINIÇÃO DE TESTES PSICOLÓGICOS Os testes são fonte de informações muito relevantes para as avaliações psicológicas e são parte viva e integrante de seu processo. Você já parou para pensar como é difícil materializar o que é subjetivo, isto é, tentar tornar explícito aquilo que é fundamentalmente tácito? É aqui que entram em cena os testes psicológicos. Eles são um dos instrumentos de avaliação psicológica e possuem características específicas de uso, dependendo daquilo que se quer mensurar e avaliar. Dentro do contexto de uma avaliação neuropsicológica, por exemplo, existirão testes específicos que focarão a medição e a avaliação das funções mentais do sujeito. Dessa maneira, pode-se dizer, de forma bem resumida, que os testes psicológicos são instrumentos padronizados. Eles buscam fornecer amostras de comportamento ou do funcionamento cognitivo na tentativa de mensurar e descrever processos psicológicos em diversas áreas como emoção, cognição, motivação, personalidade, memória, percepção. E qual seu objetivo geral? A resposta a esse questionamento está na Resolução nº 9/2018: ART. 4º - UM TESTE PSICOLÓGICO TEM POR OBJETIVO IDENTIFICAR, DESCREVER, QUALIFICAR E MENSURAR CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS, POR MEIO DE PROCEDIMENTOS SISTEMÁTICOS DE OBSERVAÇÃO E DESCRIÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO, NAS SUAS DIVERSAS FORMAS DE EXPRESSÃO, ACORDADOS PELA COMUNIDADE CIENTÍFICA. (CFP, 2018a) Os testes psicológicos são aliados dos psicólogos! E o que isso quer dizer? Isso significa que eles possibilitam que o profissional possa esclarecer aspectos psicológicos de um sujeito, dando sustentação materializada, padronizada, criteriosa e clara ao processo de tomada de decisão. Entretanto, é importante não esquecer que os testes são específicos, isto é, tratam de temas determinados, e não necessariamente conseguem dar conta da avaliação de todas as características de uma pessoa. O teste avalia amostras de comportamento relacionadas ao construto de interesse. Para que isso fique mais claro, suponhamos que exista um teste que avalie a personalidade (claro que há vários), mas somente consigamos avaliar as características de personalidade que são foco desse teste específico. O teste em si possui um caráter muito prático, mas não se esqueça de que para se chegar à prática sempre existirá uma teoria que fundamenta a criação de cada teste e suporta a interpretação dos resultados. Esse teste vai se orientar, então, em determinada teoria para tentar entender qual é a estrutura da personalidade de cada sujeito. Mas lembre-se de que existem outras definições do construto personalidade que o teste em questão não considera! O teste avalia amostras de comportamento relacionadas ao construto de interesse. Para que isso fique mais claro, suponhamos que exista um teste que avalie a personalidade (claro que há vários), mas somente consigamos avaliar as características de personalidade que são foco desse teste específico. O teste em si possui um caráter muito prático, mas não se esqueça de que para se chegar à prática sempre existirá uma teoria que fundamenta a criação de cada teste e suporta a interpretação dos resultados. Esse teste vai se orientar, então, em determinada teoria para tentar entender qual é a estrutura da personalidade de cada sujeito. Mas lembre-se de que existem outras definições do construto personalidade que o teste em questão não considera! Agora que você entendeu o que são os testes psicológicos, vamos conhecer suas propriedades. PROPRIEDADES DOS TESTES PSICOLÓGICOS Nesta seção, abordaremos as propriedades dos testes psicológicos. As propriedades são características psicométricas que precisam ser cumpridas com todo o rigor científico. A criação ou adaptação de um teste está condicionada à pesquisa científica. Esse é um fato importante porque nos dá confiança de que os resultados encontrados são verdadeiros. Dessa forma, as quatro principais características dos testes psicológicos são: VALIDADE O teste mede aquilo que se propõe a medir. Atualmente, fala-se sobre evidências de validade, entendendo esse conceito de uma forma mais fluida e abrangente. Trata-se do critério mais importante. Em linhas gerais, a validade nos informa se determinado teste avalia o conceito psicológico pretendido. Entenda que a validade assegurará que um teste de personalidade, por exemplo, está efetivamente avaliando a personalidade, e não outro conceito como a inteligência ou a flexibilidade cognitiva. PRECISÃO Também denominada como confiabilidade, indica basicamente se o teste é confiável, não produzindo variações de resultados de um mesmo sujeito em momentos distintos de aplicação. A validade é, de certa forma, mais importante que a precisão porque não adianta um teste ser confiável se ele não estiver medindo aquilo que se propõe. Isso não significa que as duas características não sejam essenciais. Para simplificar a definição de confiabilidade, imagine que você tenha uma balança e que, a cada medição de peso, obtenha um resultado completamente diferente do anterior, ainda que se pese no mesmo dia. Você confiaria nessa balança? Não! Ela provavelmente apresenta algum problema que faz com que os resultados obtidos não sejam adequados, especialmente a falta de estabilidade no resultado do peso corporal, quando se espera que essa variável seja relativamente estável em uma pessoa. Observe que um instrumento, para ser válido, precisa ser primeiro fidedigno, mas de nada adianta ser fidedigno se não é válido. NORMATIZAÇÃO Refere-se à forma como o teste precisa ser administrado, de maneira que os procedimentos usados sejam os mesmos, uniformizados, para todos os sujeitos que passem a ser avaliados. Esse procedimento uniforme permite assumir que a diferença nos resultados obtidos responde às diferenças individuais e não a diferenças no processo de avaliação. PADRONIZAÇÃO Corresponde ao processo de interpretação do resultado do teste. O teste padronizado conta com resultados que servem de padrão para podermos interpretar se o resultado em determinado sujeito está acima, dentro ou abaixo da média esperada. Em outras palavras, os testes padronizados contam com tabelas de resultados de um grupo que servem de padrão para interpretar qualquer sujeito avaliado. Por exemplo, quando fazemos um exame de sangue para determinar o nível de colesterol, sempre comparamos nosso resultado com dados referenciais, certo?Esses dados são obtidos por um grupo de sujeitos, amostra numerosa, que também foi submetido ao mesmo exame e que nos permite estabelecer o resultado esperado nesse exame. Assim, podemos afirmar se nosso resultado está acima ou dentro da média. Portanto, testes psicológicos são instrumentos utilizados para coletar um número maior de informações. Considere, por exemplo, um teste de inteligência. Esse teste permite entender um processo de pensamento e, a partir desse entendimento, é atribuída uma métrica, isto é, uma pontuação que permitirá ao psicólogo estabelecer um valor, ou seja, uma inteligência média, inteligência média-superior ou superior à quantidade de indivíduos que participou na confecção das normas do instrumento. TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS A Resolução nº 9/2018 introduz os tipos de testes da seguinte maneira: ART. 1º §1 - OS TESTES PSICOLÓGICOS ABARCAM TAMBÉM OS SEGUINTES INSTRUMENTOS: ESCALAS, INVENTÁRIOS, QUESTIONÁRIOS E MÉTODOS PROJETIVOS/EXPRESSIVOS, PARA FINS DE PADRONIZAÇÃO DESTA RESOLUÇÃO E DO SATEPSI. (CFP, 2018a) Essa perspectiva é muito importante para que sejam bem definidos os objetivos de cada avalição dentro de determinado contexto. Existe uma infinidade de testes psicológicos, mas basicamente podemos dividi-los nas seguintes classificações: - Quando os critérios adotados são objetividade e padronização TESTES PSICOMÉTRICOS Avaliação de construtos psicológicos a partir de critérios objetivos. São baseados em tarefas padronizadas com foco nos resultados, os quais são normalmente quantitativos. Exemplo: escala de inteligência. TESTES PROJETIVOS Avaliação a partir da apresentação de estímulos ambíguos, adotando critérios mais subjetivos para a interpretação dos resultados. Exemplos: TAT (Teste de Apercepção Temática) e HTP (House, Tree, Person). - Quando o critério de classificação é a variável ou o construto avaliado É importante ressaltar que os testes como instrumentos dos psicólogos em sua prática profissional são utilizados, de modo geral, para avaliar as seguintes condições: PERSONALIDADE INTELIGÊNCIA APTIDÕES ESPECÍFICAS O psicólogo pode fazer uso de um instrumento para tomar decisões sobre características cognitivas de um indivíduo. Considere uma pessoa idosa com dificuldade de memória, por exemplo. O psicólogo pode utilizar um teste de memória para verificar a quantidade de erros ou acertos na memória a partir de um valor estabelecido, tendo um ponto de corte que abaixo de dez questões teria prejuízo de memória, e se o idoso acertar mais do que dez questões, o psicólogo poderá inferir que não há prejuízo maior de memória. Isso é a medida do instrumento, que proporciona o valor ao psicólogo, mas o processo de tomada de decisão pelo profissional deve levar em conta o estabelecimento de relações com outros fatores. SAIBA MAIS Existem muitos critérios de classificação, como os que consideram o tipo de resposta do sujeito, o tipo de item usado, entre outros critérios. TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS: UTILIDADES Neste vídeo, o especialista apresenta as diferentes formas de classificar os testes psicológicos, destacando a utilidade de cada tipo. VEM QUE EU TE EXPLICO! Critérios de classificação e tipos de observação Propriedades psicométricas VERIFICANDO O APRENDIZADO IMPLICAÇÕES SOCIAIS NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA MÓDULO 4 Analisar o cenário legal, ético e social na avaliação psicológica Antes de mais nada, é preciso que o psicólogo reflita sobre o seguinte: As inúmeras formas de se planejar e realizar uma avaliação psicológica mostram que tipos de concepção o psicólogo pode ter sobre o ser humano, a sociedade, a ciência e a própria Psicologia. Isso impacta diretamente a vida das pessoas, na medida em que cria ou diminui possibilidades, desmistifica ou mistifica, amplia ou restringe o campo de atuação da Psicologia para seus usuários, dependendo das alternativas adotadas pelo psicólogo e da maneira como ele realiza a interpretação dos respectivos resultados. Isso significa que o raciocínio adotado por um psicólogo durante o percurso de uma avaliação é basicamente marcado por normas, valores, crenças, conhecimentos, atravessados por racionalidade e afetos, que obviamente vão se transformando junto com a sociedade (CFP, 2010). ATENÇÃO É importante não esquecer que a ética estará sempre na base fundamental da Psicologia. Cabe ao psicólogo avaliar constantemente a dimensão ética de sua atuação, avaliar continuamente os benefícios de sua atuação profissional na sociedade, as relações do código de ética profissional e dimensões éticas na atuação, além de diferenciar moral e ética continuamente e manter o sigilo e a confidencialidade das informações. Não esqueça que isso conversa diretamente com o Código de Ética Profissional do Psicólogo na seguinte passagem da Resolução CFP nº 10/2005: ART. 2º – AO PSICÓLOGO É VEDADO: A) PRATICAR OU SER CONIVENTE COM QUAISQUER ATOS QUE CARACTERIZEM NEGLIGÊNCIA, DISCRIMINAÇÃO, EXPLORAÇÃO, VIOLÊNCIA, CRUELDADE OU OPRESSÃO; B) INDUZIR A CONVICÇÕES POLÍTICAS, FILOSÓFICAS, MORAIS, IDEOLÓGICAS, RELIGIOSAS, DE ORIENTAÇÃO SEXUAL OU A QUALQUER TIPO DE PRECONCEITO, QUANDO DO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES PROFISSIONAIS; [...]. (CFP, 2005) Não podemos esquecer que o processo de avaliação implica a possibilidade de tomar decisões que afetarão direta ou indiretamente os envolvidos no processo, psicólogo e sujeito avaliado, as pessoas relacionadas diretamente com os envolvidos, familiares, colegas de trabalho, professores, amigos; a população como um todo que pode se beneficiar indiretamente das decisões envolvidas e a credibilidade nos testes psicológicos e no campo da Psicologia, pois um processo sem ética ou inadequado abala a imagem do psicólogo e da Psicologia como campo de saber. Entende agora toda a responsabilidade implícita? Por isso é muito importante que todo profissional psicólogo cuide, respeite e use de forma racional e consciente os testes psicológicos! O PAPEL DO CONSELHO FEDERAL E DA ÉTICA NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E qual o papel do CFP nessa história? O Conselho Federal de Psicologia tem mobilizado inúmeros esforços para consolidar a Psicologia como uma profissão de preceitos humanizados e transformadora da sociedade. Inclusive, o atual Código de Ética Profissional do Psicólogo traz claramente esse compromisso. É claro que existem diversas críticas à avaliação psicológica sobre forma, conteúdo e impacto do uso de testes psicológicos sobre a vida dos sujeitos submetidos. Muito vem sendo discutido entre comunidade profissional, Sistemas de Conselhos, CFP e entidades parceiras para sejam construídas referências bem claras para esse campo de atuação. Uma grande iniciativa foi o SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos), criado pela comissão consultiva do CFP em 2003, que divulga o resultado dos testes à comunidade de psicólogos. O SATEPSI qualifica os instrumentos utilizados em situação avaliativa ou investigação, como mostra o esquema a seguir: Fluxo de decisões no planejamento da avaliação psicológica (AP). Para o teste ser considerado favorável, ele deve passar, necessariamente, pelo crivo do rigor científico e da avaliação dos Direitos Humanos, no qual os parâmetros psicométricos são estimados. Para garantir a qualidade técnica desses instrumentos e o atendimento aos princípios éticos e aos Direitos Humanos, SATEPSI reúne as principais informações referentes ao assunto: A lista completa dos testes. A lista dos testes psicológicos aprovados para uso. A lista dos testes desfavoráveis. A lista dos testes sem avaliação do CFP. Além disso, é possível ter acesso a várias outras informações sobre o processo de avaliação dos testes psicológicos realizado pelo CFP. SAIBA MAIS No site do SATEPSI, é possível verificar quais testes estão favoráveis ou desfavoráveis para o uso profissional. O CFP, junto aos Conselhos Regionais de Psicologia, atua em comissões de avaliação psicológica paraproposições e análises de práticas e premissas de atuação. A Resolução nº 9/2018, que estabelece diretrizes para a realização de avaliação psicológica no exercício profissional da Psicologia e regulamenta o SATEPSI, informa o seguinte: ART. 1º § 2º A PSICÓLOGA E O PSICÓLOGO TÊM A PRERROGATIVA DE DECIDIR QUAIS SÃO OS MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS EMPREGADOS NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, DESDE QUE DEVIDAMENTE FUNDAMENTADOS NA LITERATURA CIENTÍFICA PSICOLÓGICA E NAS NORMATIVAS VIGENTES DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). (CFP, 2018a) Isto é extremamente importante: Você sabe o que significa a palavra prerrogativa? Se buscar em qualquer dicionário, verá que basicamente significa direito especial inerente a determinado cargo ou determinada profissão. Portanto, é vital que tenha sempre em mente que a avaliação psicológica é uma prática restrita aos psicólogos, pois envolve um processo científico baseado em teorias e métodos devidamente reconhecidos pela Psicologia. A implicação prática disso é que seus instrumentos – destacando os testes psicológicos – são de uso restrito aos psicólogos e, assim, o CFP alerta que seu uso por outros profissionais que não estejam habilitados e credenciados para tal finalidade acaba levantando o exercício ilegal da profissão, uma vez que o emprego indevido desses instrumentos pode acarretar sérios riscos às pessoas e à sociedade (CFP, 2013b). SAIBA MAIS Além disso, a Lei Federal nº 4.119/1962, no art. 13, dispõe que a utilização de métodos e técnicas psicológicas com os objetivos de diagnóstico psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento constitui função privativa do psicólogo. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA REMOTA? Como é feita a avaliação psicológica em tempos de pandemia, afastamento social e vida on-line? Já existia a possibilidade de se usar recursos tecnológicos a distância mesmo antes da pandemia da covid-19. A Resolução nº 11/2018 “regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologias da informação e da comunicação”, autorizando os seguintes serviços psicológicos a serem realizados desta forma: ART. 2º I - AS CONSULTAS E/OU ATENDIMENTOS PSICOLÓGICOS DE DIFERENTES TIPOS DE MANEIRA SÍNCRONA OU ASSÍNCRONA; II - OS PROCESSOS DE SELEÇÃO DE PESSOAL; III - UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS PSICOLÓGICOS DEVIDAMENTE REGULAMENTADOS POR RESOLUÇÃO PERTINENTE, SENDO QUE OS TESTES PSICOLÓGICOS DEVEM TER PARECER FAVORÁVEL DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE INSTRUMENTOS PSICOLÓGICOS (SATEPSI), COM PADRONIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO ESPECÍFICA PARA TAL FINALIDADE. IV - A SUPERVISÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS PRESTADOS POR PSICÓLOGAS E PSICÓLOGOS NOS MAIS DIVERSOS CONTEXTOS DE ATUAÇÃO. (CFP, 2018b) A Resolução nº 11/2018 também destaca que consultas e atendimentos psicológicos são um conjunto sistemático de procedimentos, utilizando métodos e técnicas psicológicas de maneira a cobrir diversas áreas da Psicologia com o objetivo de avaliação, orientação e/ou intervenção em processos individuais ou grupais. DICA É obrigação do psicólogo indicar quais serão os recursos tecnológicos considerados, de maneira a garantir o sigilo das informações e manter o cliente com total esclarecimento do processo. Entretanto, essa resolução ainda contemplava diversas categorias de atendimentos que deveriam ser obrigatoriamente presenciais, como em situações de risco, acometimento e calamidade. Para que isso fosse flexibilizado durante a pandemia, o CFP emitiu a Resolução nº 4/2020, que “dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de Tecnologia da Informação e da Comunicação durante a pandemia do COVID-19” e suspende essa premissa, desburocratizando o processo de adoção de medidas tecnológicas. De modo geral, avaliar é uma atividade com relevante complexidade, demandando do profissional muita reflexão, atenção e análise para que ele não caia na armadilha de seu juízo de valor. Por isso, é vital que os psicólogos sejam extremamente criteriosos e rigorosos na escolha e no emprego de técnicas, considerando as pesquisas produzidas sobre o construto de interesse antes de emitir qualquer forma de parecer e sobre a melhor forma de estabelecer o percurso da avaliação. Esse exercício exige dos psicólogos muita atualização na área e dos órgãos de classe maior atenção ao ensino do processo de avaliação psicológica. A imperícia no uso dos instrumentos de avaliação é, por exemplo, uma das infrações éticas com maior impacto social. O bom resultado da avaliação depende fundamentalmente do conhecimento de sua finalidade e, obviamente, do contexto no qual seus respectivos resultados poderão ter utilidade. Nesse sentido, para atender às demandas sociais, é imprescindível também que o psicólogo avaliador esteja antenado quanto aos avanços de outras áreas, como, por exemplo, os estudos sobre Bioética ou sobre o uso de tecnologia informatizada na prática de psicólogos. A discussão dessas novas pesquisas pode contribuir para futuras atualizações sobre os preceitos éticos e deontológicos que devem nortear a profissão (CFP, 2010). A POSSIBILIDADE DE AVALIAÇÃO REMOTA EXISTE? Neste vídeo, o especialista reflete sobre vantagens e desvantagens da avaliação psicológica remota e suas possibilidades. VEM QUE EU TE EXPLICO! Por que devemos ter cuidado na AP Uso de testes e a SATEPSI VERIFICANDO O APRENDIZADO CONSIDERAÇÕES FINAIS CONCLUSÃO Neste conteúdo, aprendemos questões centrais básicas da avaliação psicológica que envolvem a relação dinâmica entre definição, conceitos e tipos, além da legislação e ética sobre o tema. Vimos que a avaliação psicológica tem como fundamento principal a ciência em termos de teoria e prática, e as fontes de investigação e suas respectivas técnicas também são fundamentais para o percurso crítico de desenvolvimento da avaliação psicológica. Conhecemos diversos tipos de avaliação psicológica e como esta deve se manter firme aos princípios norteadores da profissão, independentemente de sua atuação em escolas, hospitais, organizações ou consultórios. Também abordamos a importância de se estar antenado com os Conselhos Federais e Regionais para acompanhar qualquer novidade ou atualização e amparar a atuação do psicólogo. Por fim, entendemos que o principal objetivo da avaliação psicológica é garantir um processo de tomada de decisão consistente que garanta a dignidade, o bem-estar e a saúde de cada pessoa que passar pela vida do psicólogo. PODCAST Neste podcast, o especialista irá expor a avaliação psicológica em termos de sua evolução histórica, instrumentos, princípios éticos e perspectivas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Brasília, 1962. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Avaliação psicológica: diretrizes na regulamentação da profissão. Brasília: CFP, 2010. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Cartilha avaliação psicológica. Brasília, 2013a. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Nota técnica do Conselho Federal de Psicologia sobre o uso indevido de testes psicológicos. Brasília, 2013b. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 10/2005. Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 9/2018. Estabelece diretrizes para a realização de avaliação psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI. Brasília, 2018a. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 11/2018. Regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de Tecnologias da Informação e da Comunicação. Brasília, 2018b. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 4/2020. Dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de Tecnologia da Informaçãoe da Comunicação durante a pandemia do COVID-19. Brasília, 2020. CUNHA, J. et al. Psicodiagnóstico – V. 5. ed., rev. e ampl. Porto Alegre: Artmed, 2000. PASQUALI, L. et al. Instrumentação psicológica. Fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed, 2010. SCHNEIDER, A. M. A. et al. Planejamento do processo de avaliação psicológica: implicações para a prática e para a formação. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 40, p. 1-13, 2020. EXPLORE+ Sempre que o assunto envolver técnica e atuação profissional, é importante que tenha a curiosidade de navegar no site do Conselho Federal de Psicologia. É lá que encontrará os padrões predefinidos de atuação do psicólogo no Brasil a respeito da avaliação psicológica. Acesse o site da Organização das Nações Unidas e leia a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Pesquise e leia os materiais publicados pelo CFP: Ano da avaliação psicológica – textos geradores (2011) Prêmio profissional – avaliação direcionada a pessoas com deficiência (2019) Cartilha de boas práticas para avaliação psicológica no contexto da pandemia (2020) CONTEUDISTA Guilherme Almentero Marques
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