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TEORIA DO CONHECIMENTO-AULA 10

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Discplina: Teoria do Conhecimento
Aula 10: A Filosofia Analítica
Apresentação:
Nesta aula, analisaremos a filosofia analítica: uma corrente filosófica que se
desenvolveu no século XX. A filosofia analítica está amparada, sobretudo, na lógica
formal e valoriza a análise de conceitos, valendo-se de outras ciências, como, por
exemplo, a Matemática. Aqui, a ideia é enfatizar, mais especificamente, os trabalhos
dos filósofos norte-americanos Willard Van Orman Quine (1908-2000) e Donald
Davidson (1917-2003), complementando o que estudamos na aula anterior acerca do
Neopositivismo.
Objetivos:
Definir princípios de Hegel;
Comparar as perspectivas hegeliana e marxista;
Analisar as propostas para o desenvolvimento do conhecimento filosófico
moderno.
Princípios da filosofia de Hegel
Estamos chegando ao final de nossa disciplina e vamos discutir alguns dos
mais importantes nomes da teoria do conhecimento do século XIX.
O pensamento de Hegel destaca-se não somente pela
importância intrínseca, mas por ter influenciado inúmeros
filósofos posteriores. Uma de suas principais obras,
Fenomenologia do Espírito, segue sendo uma das
principais referências da filosofia contemporânea. A partir
do que já havia exposto em a Fenomenologia do espírito,
Hegel escreve a Ciência da lógica, em que pondera sobre o
saber e o conhecimento.
 Georg Wilhelm Friedrich Hegel | Fonte:
Wikipédia
O pensamento hegeliano, parte do idealismo alemão, influenciou não só a
filosofia, mas, sobretudo, a história, em que a ideia de Hegel de que o saber é
fruto de seu próprio tempo constituiria uma filosofia da história e seria
retomado décadas depois em diversas correntes historiográficas. Hegel
defende que um indivíduo conhece um objeto a partir de sua cultura, seus
hábitos e do tempo em que vive. Apenas dentro de um contexto que esse
saber adquire sentido, inteligibilidade.

Saiba mais
Leia o artigo de Ricardo Musse
<http://www.scielo.br/pdf/trans/v17/v17a03.pdf> , que trata
dos pensadores do idealismo alemão.
Como estudiosos, não podemos deixar de nos remeter ao que já vimos e de
reforçar que o conhecimento é construído a partir do acúmulo. Em Hegel, este
acúmulo é bastante claro. O autor interessava-se pelos estudos dos clássicos
e, para ele, a filosofia clássica valorizava sobremaneira o diálogo, pois
somente a partir deste se construiria o conhecimento. O caminho para esse
conhecimento foi chamado de dialética por Hegel. Podemos citar como
exemplo Sócrates, que não deixou obra escrita, pois entendia que o
conhecimento é vivo e não pode ser restrito às páginas escritas, inertes e
imutáveis. Sob sua influência, seu mais notável discípulo, Platão, escreveu
diversas obras em forma de diálogo.
Hegel, de certa forma, recusa as definições padronizadas e entende que o
conhecimento se transforma. Para ele, toda ideia ou afirmação possui uma
antítese, uma negação. Essa negação é superada em um terceiro movimento,
denominado síntese.
http://www.scielo.br/pdf/trans/v17/v17a03.pdf

Saiba mais
Assista ao vídeo sobre a obra de Hegel: Grandes Filósofos Hegel
<https://www.youtube.com/watch?v=FVnQWWXJ0dQ> .
https://www.youtube.com/watch?v=FVnQWWXJ0dQ
Hegel teve muitos alunos que auxiliaram a divulgar sua obra, além de terem
produzido trabalhos inovadores a partir de suas teorias.
Um desses discípulos foi Ludwig Andreas Feuerbach, cujo trabalho
influenciaria um dos mais importantes pensadores do século XIX: Karl Marx.

Segundo Hegel, o espírito absoluto manifesta-se ou
realiza-se na arte, na religião, na filosofia. Em
vernáculo isto significa: o espírito da arte, da religião,
da filosofia é o Espírito absoluto. Mas não é possível
separar a arte e a religião da sensação, da fantasia e da
intuição humanas, nem a filosofia do pensamento, em
suma, o Espírito absoluto do espírito subjetivo ou da
essência do homem, sem de novo nos transferir para o
antigo ponto de vista da teologia, sem nos levar a
tomar o Espírito absoluto por um outro espírito,
diferente do ser humano, isto é, como um fantasma de
nós mesmos, existindo fora de nós.
FEUERBACH, 2008 p.04
Comparação das perspectivas hegeliana e
marxista
Ainda que possamos perceber na obra de Feuerbach uma influência hegeliana,
este filósofo amplia as proposições instituídas por Hegel, trazendo novas
abordagens e um novo entendimento sobre o homem e o conhecimento, com
a transição do idealismo alemão de Hegel para outras correntes de
pensamento, como o materialismo. Não à toa, Feuerbach é uma das principais
influências de Karl Marx, que critica o que seria a ausência de análise da
prática neste autor.
Em Teses sobre Feuerbach, Marx afirma o seguinte.

A questão de saber se ao pensamento humano
pertence a verdade objetiva não é uma questão da
teoria, mas uma questão prática. É na práxis que o ser
humano tem de comprovar a verdade, isto é, a
realidade e o poder, o carácter terreno do seu
pensamento. A disputa sobre a realidade ou não
realidade de um pensamento que se isola da práxis é
uma questão puramente escolástica.
MARX, 2002 p.11
Marx entende que é a práxis, cuja definição vai muito além do conceito de
prática, é o que determina as relações humanas. Neste sentido, práxis
significaria a análise de questões de diversas naturezas, como a compreensão
das relações econômicas, sociais e morais e suas relações.
Passados mais de cem anos de sua morte, Karl Marx continua sendo um dos
mais importantes nomes do século XIX. Sua influência estendeu-se ao século
XX e sua obra foi base para sistemas de conhecimento bem como para
sistemas políticos. Essa diversidade provoca uma série de equívocos quando
analisamos a perspectiva marxista que devemos desconstruir.
Existem, na verdade, vários Marx. Há o Marx da produção da juventude, o
Marx filósofo, o historiador, o economista, o revolucionário, dentre tantos
outros. A mais famosa obra de Marx foi O capital, na qual revela-se sua face
economista. Como crítico do capitalismo, Marx tornou-se um especialista
neste sistema e em suas origens. Dessa crítica, aprofundada nos escritos
ideológicos como o manifesto comunista, acabou por reduzir o que de fato
significa a obra marxista.
Reduzir em que sentido?
O senso comum se apropria da obra de Marx e a vincula somente aos regimes
políticos por ela inspirados, como é o caso dos regimes cubano e soviético.
Cabe lembrar que, na prática, as propostas marxistas sofreram adaptações ao
tempo e ao lugar em que foram inseridas, dando origem a um marxismo
extremamente adaptado, como é o caso do chamado marxismo leninista, que
vigorou na extinta União Soviética.

Saiba mais
Leia o texto de Antônio Ozaí, que trata da formação e história dos
partidos ligados ao comunismo no Brasil.
<http://ojs.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/download/3
7546/19473>
Sua produção mais voltada à filosofia se concentra em na juventude. Marx
funda o materialismo histórico - sua perspectiva de paradigma para a história
- a partir destes trabalhos, que buscam diálogos constantes com filósofos
como Feuerbach. De modo geral, podemos dizer que Marx entende que as
condições materiais de produção – nela incluídas as relações sociais e os
modos de produção – nos permitem construir a história da sociedade. Este é
mais um ponto em que Marx se distancia da análise hegeliana. Para Hegel, a
história é teleológica e possui um fim em si mesmo, entendendo, desta
forma, a história como linear.
Marx rompe com esse sentido de linearidade inerente e progressiva, já que na
perspectiva marxista a história é um processo que depende, intrinsecamente,
da organização humana para superar as contradições de seu próprio tempo,
pois, para este autor, o que move a história é a luta de classes.
No tocante ao conhecimento, Marx faz uma crítica a Hegel e ao seu método
dialético. Para Hegel, enquanto o processo do pensamento possui uma certa
autonomia, a ideia é o que constrói a realidade. Para Marx, no entanto, é o
real em si que se transforma em conhecimento e ideia, não o contrário.
1
http://ojs.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/download/37546/19473file:///W:/2018.2/teoria_do_conhecimento__GON962/aula10.html
Hegel, em seu sistema filosófico, entende que o conhecimento parte de uma
ideia, uma tese, uma abstração. É esta abstração que dá origem ao que é
real. Primeiro, temos a ideia do que é um livro para depois construirmos o
livro, como objeto real. Ou seja, primeiro pensamos, racionalizamos e depois
esse pensamento se materializa. Para Marx, o processo é oposto. São as
formas do mundo real que produzem as ideias. Primeiro houve a exploração
de um homem pelo outro, depois a ideia de exploração foi criada.

Meu método dialético, em seus fundamentos, não é
apenas diferente do método hegeliano, mas
exatamente seu oposto. Para Hegel, o processo de
pensamento, que ele, sob o nome de ideia, chega
mesmo a transformar num sujeito autônomo, é o
demiurgo do processo efetivo, o qual constitui apenas a
manifestação externa do primeiro. Para mim, ao
contrário, o ideal não é mais do que o material,
transposto e traduzido na cabeça do homem.
MARX, 1998 P.129
As proposições de Marx e o materialismo aplicado à filosofia estão em
consonância com o século que se descortina, o século XX. Este é peculiar em
diversos sentidos, como falamos anteriormente, quando discutimos o
positivismo. O historiador Eric Hobsbawn, em a Era dos Extremos, denomina
este como o breve século, por entender que começa, de fato, em 1914. O
período anterior a 1914 estava mais próximo da estrutura do século XIX, não
do XX.
Atividade
1 - Em sua análise, quais são os principais pontos da obra de Marx que
influenciam o mundo atual?
É nesse momento, anterior à Primeira Guerra Mundial, que a obra de Edmund
Husserl ganha visibilidade. Husserl desenvolve a fenomenologia, que teria
enorme influência no século XX. A fenomenologia pode ser entendida como
um movimento filosófico e como um campo disciplinar. Podemos delimitar o
objeto de estudo da fenomenologia nas estruturas de consciência e na
experimentação desta sobre o mundo. Isso quer dizer que a fenomenologia se
concentra em como interpretamos nossas experiências pessoais à luz de uma
consciência individual.
Cada experiência é, portanto, singular pois depende de como cada indivíduo
ira torna-la inteligível. De modo simplista, podemos pensar em dois indivíduos
que, em um parque de diversões, decidem andar na montanha russa. Para um
indivíduo esta será uma experiência prazerosa e para o outro, não. Cada
experiência é lida, adquire sentido, a partir de uma lógica própria,
característica de cada sujeito.
Sobre Husserl, Urbano Ziles coloca que:

Desde o começo Husserl tem o objetivo de superar a
oposição entre objetivismo e subjetivismo. No final do
século XIX, ainda reinava um fascínio pelo ideal do
conhecimento das ciências da natureza. Husserl quer
satisfazer à objetividade do conhecimento, seja ele
ideal ou real, e à subjetividade do cognoscente. No seu
ensaio de Filosofia da Aritmética (1891) manifesta seu
objetivo, mas sucumbe ao psicologismo.
ZILES, 2007
Propostas para o desenvolvimento do
conhecimento filosófico moderno
Não podemos esquecer que no século XIX surgia a psicologia moderna,
científica, estruturada por nomes como o do alemão Wilhelm Wundt. A
psicologia constituiria uma enorme influência para a psicologia. Ziles, no
trecho que destacamos, afirma que Husserl deseja, em sua obra em que
enfatiza análises a partir da lógica, distanciar-se da psicologia, mas não
obtém sucesso.

Saiba mais
Leia o texto de Saulo Araujo, que trata das relações entre o
Wilhem Wundt e a psicologia.
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a02.pdf>
A fenomenologia extrapola as obras de Husserl e é um elemento importante
para outros autores, como Heidegger e Sartre. Como podemos notar, o
trabalho de Husserl aproxima a teoria do conhecimento da filosofia e da
ciência, que ganharia cada vez mais emergência a partir do século XX.
 Martin Heidegger | Fonte: Wikipédia
A Alemanha se destaca no desenvolvimento da filosofia moderna e
contemporânea. Nesse contexto, a obra de Martin Heidegger salienta essa
preponderância alemã no tocante à filosofia contemporânea. Heidegger é,
sem sombra de dúvida, um dos mais importantes filósofos contemporâneos.
Seus trabalhos podem ser entendidos como vanguardistas e, mesmo que o
identifiquemos como parte de algumas correntes de pensamento, como a
fenomenologia e o existencialismo, essa classificação não dá conta do
pensamento sistematizado pelo filósofo.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a02.pdf
Se em Husserl temos a fenomenologia como uma ciência das essências, em
Heidegger veremos outro sentido. Neste caso, a vida pessoal e profissional de
ambos se cruzaram mais intimamente posto que Heidegger foi assistente de
Husserl enquanto este lecionava na Universidade de Freiburg, na Alemanha. A
despeito de suas diferenças, ao escrever sua principal obra, Ser e o tempo,
Heidegger a dedica a Husserl.
Em Ser e tempo, Heidegger se detém sobre o estudo do homem em si,
criticando a mera transposição do método das ciências naturais para as
ciências humanas – como defendidos pelos positivistas.
De acordo com Ida Cardinalli:

A questão que perpassa a trajetória do pensamento
heideggeriano é o esclarecimento do que significa a
palavra Ser. Ser e tempo dá início às suas reflexões
sobre o sentido de Ser, afirmando que sua análise
precisa focalizar primeiro o ser do homem, uma vez
que esse ente, que em cada caso somos nós mesmos,
tem entre outras possibilidades de ser, a de perguntar,
por isso é quem poderá responder a essa questão.
CARDINALLI, 2015 p. 249
Ser e tempo cria uma nova linguagem para a filosofia, pois o autor recorre a
uma série de neologismos para poder expressar seu pensamento. Heidegger,
portanto, transcende o próprio idioma, que não possuía palavras que
pudessem designar aquilo que a filosofia e a análise heideggeriana desejavam
expressar, promovendo uma virada na concepção da filosofia contemporânea
e no próprio conhecimento.
À fenomenologia e ao existencialismo de
Heidegger somar-se-iam, mais tarde, outras
correntes como o naturalismo, que vemos no
trabalho de Willard Van Orman Quine. Seus
trabalhos de lógica e sua crítica ao empirismo
lógico são exemplos de uma influência das
ciências naturais na filosofia contemporânea,
que se aproxima do empirismo científico.
Cabe lembrar que o sentido de ciência na obra de Quine não é limitado e inclui
áreas como física e psicologia. O naturalismo de Quine se concentra nas
questões de verdade e objetividade e o cientista investiga e observa seu
objeto a partir destas concepções. A obra de Quine influenciaria outros
filósofos do campo da filosofia analítica, como Donald Davidson.
Como vimos durante nosso curso, o sentido de conhecer possui inúmeras
teorias e possibilidades, construídas desde a antiguidade. Ainda que
estejamos falando de um lugar próprio, circunscrito no tempo e no espaço –
no nosso caso, o século XXI – é indispensável compreender as transformações
do pensamento filosófico que analisam o próprio sentido do conhecimento
humano.
Atividade
2 - Indique a diferença entre o conceito de movimento histórico, em
Hegel, e o de processo histórico, em Marx.
 a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o
movimento da produção da vida material e, assim, o movimento
histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica,
desenvolvendo o processo histórico.
 b) Para Hegel, a história pode sofrer rupturas e ter retrocessos. Por
isso, utiliza-se do conceito de movimento da base econômica da
sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe para um
objetivo final, que é a concretização da razão.
 c) Para Hegel, a história tem uma circularidade que não permite a
continuidade. Para Marx, a história é construída pelo progresso da
consciência dos homens que formam o processo histórico.
 d) Para Hegel, a história é teleológica, a razão caminha para o conceito
de si mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão linear e
progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo,depende da
organização dos homens para a superação das contradições geradas na
produção da vida material, para transformar ou retroceder
historicamente.
 e) Para Hegel, a história não pode ser analisada criticamente posto que
é dada, sem interferência, enquanto para Marx ela só pode ser entendida
a partir da análise dos meios de produção.
3 - Em sua 11ª tese sobre Feuerbach, Marx afirma que Os filósofos até
hoje interpretaram o mundo, cabe agora transformá-lo. Muitosmarxistas
interpretaram mal a frase de Marx e abandonaram livros, teoria e
partiram para a prática, negligenciando o significado da noção de práxis
em Marx. Nesse sentido, tem-se que:
 a) A noção de práxis em Marx exige que a filosofia sempre permaneça
nos limites do conhecimento teórico, pois a práxis humana deve ser
conduzida por peritos técnicos, não por filósofos.
 b) A tese marxista estimulava a prática e não a teoria, já que a ideia
de práxis privilegia o fazer em detrimento do pensar, o que levaria à
condenação da filosofia como teoria pura.
 c) A ideia de práxis em Marx foi desvirtuada por aqueles que não
perceberam que existe uma ruptura entre teoria e prática, que o trabalho
intelectual deve prevalecer sobre o trabalho manual.
 d) A tese marxista criticava a filosofia por não favorecer uma práxis
revolucionária na qual toda prática suscita a reflexão, que por sua vez vai
incidir sobre a prática, reorientando uma ação transformadora.
 e) Marx concordava abertamente com Feuerbach e sua crítica nada
mais é do que uma ampliação das teorias de Feuerbach acerca do mundo
sensível.
4 - Husserl considerava a si mesmo e a Heidegger como os pensadores
que desenvolviam e aplicavam a fenomenologia na reflexão filosófica,
mas o estudo dos pensadores indica que Heidegger se distanciava do
fundador da fenomenologia.
Assinale a alternativa que demonstra esse distanciamento.
 a) Heidegger, ao contrário de Husserl, assumia o conceito de ser como
evidente.
 b) Heidegger considerava a fenomenologia como a própria forma de
filosofar, enquanto Husserl a via como método.
 c) Heidegger evidencia uma preocupação com a metafísica, ao passo
que Husserl construiu uma fenomenologia antimetafísica.
 d) Heidegger, ao contrário de Husserl, buscou resolver o problema do
ser recorrendo à consciência.
 e) A redução em Heidegger se refere a dados existenciais da
consciência, e em Husserl, ao homem concreto.
Notas
Teleológica
Sua produção mais voltada à filosofia se concentra em na juventude. Marx funda o
materialismo histórico - sua perspectiva de paradigma para a história - a partir destes
trabalhos, que buscam diálogos constantes com filósofos como Feuerbach. De modo
geral, podemos dizer que Marx entende que as condições materiais de produção –
nela incluídas as relações sociais e os modos de produção – nos permitem construir a
história da sociedade. Este é mais um ponto em que Marx se distancia da análise
hegeliana. Para Hegel, a história é teleológica e possui um fim em si mesmo,
entendendo, desta forma, a história como linear.
Marx rompe com esse sentido de linearidade inerente e progressiva, já que na
perspectiva marxista a história é um processo que depende, intrinsecamente, da
organização humana para superar as contradições de seu próprio tempo, pois, para
1
este autor, o que move a história é a luta de classes.
Referências
CARDINALLI, Ida Elizabeth. Heidegger: o estudo dos fenômenos humanos baseados
na existência humana. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/ pusp/
v26n2/ 0103-6564-pusp- 26-02- 00249.pdf
<http://www.scielo.br/pdf/pusp/v26n2/0103-6564-pusp-26-02-
00249.pdf> >. Acesso em: 01 jun. 2018.
FEUERBACH, Ludwig. Teses Provisórias para a Reforma da Filosofia. Covilhã:
Universidade da Beira Interior, 2008. Disponível em: <http://www.lusosofia.net/
textos/ 20130224- feuerbach_ teses_ provisorias_ de_reforma_
da_filosofia.pdf <http://www.lusosofia.net/textos/20130224-
feuerbach_teses_provisorias_de_reforma_da_filosofia.pdf> >. Acesso em: 28
maio. 2018.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro 1. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1998.
___________Teses sobe Feuerbach. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
NOVELLI, Pedro. Pode-se falar de uma teoria do conhecimento em Hegel?
Disponível em: <http://www.ibb.unesp.br/ Home/ Departamentos/
Educacao/ Simbio-Logias /ARTIGO_04_ FILO_pode-se _falar_de_
uma_teoria_ pedro.pdf
<http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Simbio-
Logias/ARTIGO_04_FILO_pode-se_falar_de_uma_teoria_pedro.pdf> >.
Acesso em 28 maio. 2018.
ZILES, Urbano. Fenomenologia e teoria do conhecimento em Husserl.
Disponível em: <http://pepsic. bvsalud.org/ scielo.php? script=sci_ arttext&
pid=S1809- 68672007000200005 <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1809-68672007000200005> >. Acesso em: 28 maio.
2018.
Explore mais
Leia os textos a seguir para aprofundar seus conhecimentos sobre os temas desta
aula. 
http://www.scielo.br/pdf/pusp/v26n2/0103-6564-pusp-26-02-00249.pdf
http://www.lusosofia.net/textos/20130224-feuerbach_teses_provisorias_de_reforma_da_filosofia.pdf
http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Simbio-Logias/ARTIGO_04_FILO_pode-se_falar_de_uma_teoria_pedro.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672007000200005
AQUINO, João Emiliano de. Feuerbach e a fundação sensível da filosofia
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
512X2014000100014 .> : imediatidade e mediação na relação eu-tu. Acesso
em: 28 maio. 2018.
CAES, Valdinei. Tópicos Especiais de filosofia contemporânea. Curitiba:
Intersaberes, 2017.
CERBONE, David R. Fenomenologia. Petrópolis: Vozes, 2014.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Ciência da lógica: a doutrina da essência.
Petrópolis: Vozes, 2017.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos - O breve século XX, 1914-1991. São
Paulo: Companhia das Letras, 1994.
KAHLMEYER-MERTENS, Roberto S. 10 lições sobre Heidegger. Petrópolis:
Vozes, 2015.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2014000100014%20.

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