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DESCRIÇÃO Neste tema, estudaremos as características do pensamento iluminista e sua repercussão na Europa e na América, especialmente no que se refere à Educação. Também conheceremos como o Iluminismo influenciou a Reforma Pombalina e seu consequente impacto na Educação. Por fim, identificaremos as principais mudanças sociais e, consequentemente, educacionais que o Brasil passou com a chegada da família real portuguesa. PROPÓSITO Este tema tem como finalidade a compreensão do processo histórico que fundou a educação pública a partir do Iluminismo. Compreender a estrutura educacional brasileira, na forma como foi instituída ao longo de nossa história, torna-se essencial para aquele que quer entender a educação contemporânea. Somente sobre estas bases é possível assumir uma postura efetivamente crítica e produtiva na ação docente. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar as premissas do pensamento iluminista MÓDULO 2 Reconhecer os impactos do Iluminismo na Educação com destaque para a Reforma Pombalina MÓDULO 3 Descrever o processo de modernização da Educação implementado pela família real portuguesa MÓDULO 1 Identificar as premissas do pensamento iluminista REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA, REVOLUÇÃO FRANCESA E REVOLUÇÃO AMERICANA A Era das Revoluções foi um conjunto de movimentos de cunhos diversos, influenciados pelas ideias iluministas, e que se materializaram nas demandas locais com o objetivo comum de "superar o Antigo Regime". Dentre as muitas revoluções, podemos destacar: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA Essa revolução permitiu que se articulasse um novo conjunto de práticas. Dentre elas, podemos citar: os movimentos que fomentavam a economia (balança comercial favorável); a melhora das condições das corporações de ofício; a transição das manufaturas para a utilização de novas técnicas de produção mais inovadoras. Todas essas mudanças contribuíram para o desenvolvimento da indústria, a exemplo dos teares mecânicos, dos navios e trens a vapor. REVOLUÇÃO FRANCESA Essa revolução teve início com um processo de contestação dos poderes da Igreja, da nobreza e da monarquia. Esse processo foi gerado por uma crise econômica que levou a revoltas no campo e na cidade em virtude do crescimento da fome. As tentativas de resolver o problema foram desastrosas, uma vez que os ministros da economia não conseguiam mediar um estado sustentado pela burguesia. O resultado é que, diante da circulação das ideias iluministas, iniciou-se um conjunto de movimentos contra a monarquia. A Revolução Francesa teve como lema Liberdade (todos os homens são livres para dispor de seu corpo e de suas próprias faculdades sem serem obrigados ou restringidos a não ser pelo bem comum); Igualdade (todos são iguais perante a lei); Fraternidade (todos os homens têm direito à livre associação). REVOLUÇÃO AMERICANA Também é conhecida como a Independência dos Estados Unidos (na prática das 13 colônias). No final do século XVIII, a Inglaterra, na busca de manter sua balança comercial favorável, ampliou as suas fontes de renda e, para a manutenção de seus monopólios, aumentou a taxação dos americanos. Como forma de resistência a esse movimento, a aristocracia local se uniu com o objetivo de romper com o domínio inglês. Os americanos, apoiados pelos franceses, iniciaram uma sangrenta batalha que, em 1783, culminou com a independência das 13 colônias. Essas 13 colônias se associaram e passaram a se chamar Estados Unidos, no entanto, mantendo o princípio do Federalismo, com autonomia entre eles. ABSOLUTISMO Absolutismo é um termo histórico utilizado para descrever o momento político na Europa em que os monarcas concentraram poderes na formação dos Estados Modernos. Foi chamado também de Antigo Regime em contraposição a República. Sua principal característica era que o monarca tinha poderes capazes de anular as demais manifestações de poder como justiça ou conselhos. LUÍS XVI Luís XVI nasceu em Versalhes, França, no dia 23 de agosto de 1754. Em 1765, tornou-se herdeiro do trono após a morte do seu pai. Casou-se com Maria Antonieta de Habsburgo, filha da imperatriz Maria Teresa da Áustria, tendo, com ela, quatro filhos. Luís XVI assumiu o trono da França em 1774 após a morte de seu avô. Foi o último rei da França antes da Revolução Francesa. Fonte: Frazão, 2019. HUMANISMO Filosofia que defendia o fim da visão teocêntrica medieval (compreensão do mundo a partir de pressupostos religiosos) e a instauração de uma visão antropocêntrica (compreensão do mundo a partir das experiências e necessidades humanas, ainda que não necessariamente, contrárias à religião). KANT Immanuel Kant (1724-1804) nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental, estudou Teologia e também mostrou interesse por Filosofia, Matemática e Física. Foi fundador da Filosofia Crítica, que procurava determinar os limites da razão humana. Veja como ele definia o Iluminismo: “lluminismo é a saída do homem da sua imaturidade de que ele próprio é culpado. A imaturidade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal imaturidade é por culpa própria, se a sua causa não residir na carência de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo”. (KANT: 1995, p. 11) Fonte: Frazão, 2019. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO Esse documento foi elaborado após a Revolução Francesa e tinha como base os ideais dessa revolução: liberdade, igualdade e fraternidade. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão representou o primeiro passo para a elaboração de uma Constituição da República Francesa. Para conhecer a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, acesse aqui. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Essa declaração foi elaborada por representantes de diferentes países, que eram especialistas de áreas jurídica e cultural. Ela foi proclamada na Assembleia Geral nas Nações Unidas em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948. Para conhecer a Declaração Universal dos Direitos Humanos, acesse aqui. ANTROPOCENTRISMO O Antropocentrismo está embasado na ideia de que o homem é o centro de tudo. Essa concepção se desenvolveu com o objetivo de superar o pensamento teocêntrico. Durante o período medieval, a Igreja era o espaço de maior produção intelectual, fosse nos mosteiros ou nas universidades, pois existia um predomínio do pensamento religioso cristão. A ideia central era de que tudo se explicava a partir de Deus. Quando os primeiros pensadores começaram a questionar essa ideia, o objetivo não era apagar o papel de Deus, mas afirmar a capacidade racional do homem, entendida como a principal engrenagem de transformação do mundo. No período do Renascimento, esse pensamento ganha força e a partir desse momento, passa-se a negar o papel de Deus e da religião na sociedade. LEONARDO DA VINCI javascript:void(0); javascript:void(0); Pintor do período da Renascença, nasceu na aldeia de Vinci, Itália, no dia 15 de abril de 1452. Foi aprendiz de Andrea del Verrocchio, pintor e escultor florentino. Uma das obras mais conhecidas de Leonardo da Vinci é “Mona Lisa”. Fonte: Frazão, 2019. O HOMEM VITRUVIANO Na composição do desenho “O Homem Vitruviano“ podemos observar a dinâmica da proporção áurea – o exercício humano de perceber a proporção divina e alcançar a verdade sobre a composição humana. Assim, o desenho de Da Vinci visa demonstrar três perspectivas: O homem é um ser divino por essência, assim concebido desde sua criação; O homem é racional por essência, capaz de compreender tal proporção e sua relação com a natureza; O homem é divino por ser capaz de transformar, criar, com o seu conhecimento e interpretação. RELIGIOSAS CARMELITAS DE COMPIÈGNE “Venho descrever acontecimentos já do domínio público. Compreendes que se entrara, então, no período das lutas pelo que se chamava de ‘organização civil do clero’.Lutas, ao curso das quais a revolução passou, insensivelmente, a uma perseguição declarada contra a Igreja”. (LE FORT: 1988, p. 57) Esse é um trecho do romance da renomada escritora alemã, Gertrud von Le Fort, escrito em 1931. Ela narra o processo de perseguição e execução das religiosas de Compiègne. Para ler a obra completa, acesse aqui. CONDORCET Condorcet (1743-1794), matemático e filósofo que liderou a Revolução Francesa, tinha como uma de suas bandeiras a inserção dos ideais iluministas no campo da Educação. Fonte: Ferrari, 2009. javascript:void(0); DESPOTISMO ESCLARECIDO Estratégia de governo de reinos absolutistas que buscavam realizar transformações sociais (reais ou meramente aparentes), que minimizassem o impacto das ideias iluministas. Assim, o déspota (rei absolutista), buscava apresentar-se como esclarecido (assumindo ideias iluministas). JESUÍTAS Os jesuítas eram o maior símbolo de uma estrutura que Portugal queria superar, pois eles possuíam muita autonomia (não estavam diretamente ligados ao déspota) e, obviamente, defendiam um discurso religioso. Eles organizaram um complexo sistema de ensino que se expandiu largamente por meio das missões de evangelização. COMPANHIA DE JESUS Fundada por Santo Inácio de Loyola (1491-1556), a Companhia de Jesus era uma ordem religiosa que tinha como objetivo construir regras disciplinares para a vida religiosa e difundi-las em missões de evangelização. AULAS RÉGIAS Regia vem de regida, ou seja, na estrutura das aulas régias havia a presença de um regente, que deveria implementar aquilo que era determinado pela estrutura governamental. As pessoas que tinham acesso às aulas régias eram provenientes da classe média, que atuariam como funcionários públicos e agentes do governo. As aulas régias também poderiam ser frequentadas por filhos da elite, com o objetivo de prepará-los para seguir com os estudos na Europa. CADEIRAS DE RETÓRICA Dessas cadeiras, quatro foram estabelecidas em Lisboa, duas em Coimbra, duas em Évora, duas no Porto e uma em cada cidade e vila que eram cabeça de comarca. JEAN BAPTISTE DEBRET Pintor, desenhista, decorador e professor francês, que, em 1785, ingressou na Academia Real de Pintura e Escultura da França. Em 1798, passou a colaborar em trabalhos decorativos para edifícios públicos e residências particulares com arquitetos, como Percier e Fontaine. Debret, em 1806, iniciou um projeto de criação de obras que ilustrassem as vitórias de Napoleão. Dentre essas obras, destaca-se “Napoleão homenageia a coragem infeliz”. Por essa obra, Debret recebeu uma menção honrosa do Instituto de França. Debret chegou ao Brasil em virtude de uma convocação de Lebreton, secretário da Escola de Artes da França, que, atendendo a uma solicitação de D. João, estava criando uma Escola de Artes e Ofícios no Brasil. Era a chamada “Missão Francesa”. Fonte: Frazão, 2019. MÉTODO LANCASTER Também conhecido como sistema monitorial, foi desenvolvido por Andrew Bell e Joseph Lancaster, na Inglaterra, no final do século XVIII. Esse método foi desenvolvido no contexto da Revolução Industrial. A Inglaterra estava passando por um processo de urbanização, impulsionado pela industrialização dos meios de produção. O método Lancaster consistia em transmitir o conhecimento técnico de forma mais rápida à nascente classe operária, com o objetivo de torná-los aptos a atuar nas indústrias. Para isso, eram selecionados os melhores alunos (decurião) das turmas para que atuassem como monitores dos demais (decúria). Garantia-se, assim, a formação do maior número de operários com menos recursos. O PENSAMENTO ILUMINISTA A Idade Contemporânea, na qual vivemos, começa com uma série de eventos que podem ser resumidos nas revoluções no fim do século XVIII, que são: Revolução Industrial Inglesa, Revolução Francesa e Revolução Americana. Mas, além dessas, outra revolução foi fundamental naquele momento e afetou diretamente a Educação: o Iluminismo! O Iluminismo foi um movimento intelectual francês do século XVIII, denominado também de “Esclarecimento”. Esse movimento foi liderado por filósofos e políticos, que pregavam a necessidade de se “trazer luz/ esclarecimento” à sociedade, combatendo, especificamente, o absolutismo e a religião, entendidos como entraves ao livre pensar. O Iluminismo teve a sua maior representação na Revolução Francesa (1789), mas já havia expandido suas ideias na Europa bem antes disso. javascript:void(0) javascript:void(0) EM QUAL CONTEXTO O ILUMINISMO SE ESTABELECEU? No século XVI, período conhecido como Antigo Regime, um acordo de governo foi estabelecido entre a burguesia e a nobreza. Nesse acordo, a Igreja era a base ideológica, responsável por legitimar o poder do rei e por educar os burgueses sobre a ordem natural do mundo. Nesse contexto, por um lado, o rei era visto como uma figura divina e ungida por Deus; por outro, era responsável pela manutenção da ordem e da lei, fazendo justiça e guerra, quando necessário. A ilustração de Luís XVI e Maria Antonieta com o povo de Paris ilustra essa visão da divindade do rei. Observe que, à frente deles, está o povo junto com anjos ajoelhados e, por trás de Luís XVI e Maria Antonieta, há uma cruz, caracterizando o poder divino concedido ao rei. Imagem: Shutterstock.com javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com Desde o Humanismo, o pensamento racionalista instaurou-se buscando superar o regime anterior, apresentando a razão humana como única necessária e capaz de dar aos homens condições plenas de vida. No século XVIII, o Iluminismo manifestou esse racionalismo de forma radical. Um exemplo concreto ocorreu na França, que passava por uma grande crise política, inflamando o povo contra o absolutismo do rei Luiz XVI, que foi deposto durante a Revolução Francesa e executado no ano seguinte. Observe, na ilustração, uma representação do momento em que Luís XVI foi preso. Como vimos, o Iluminismo atingiu seu apogeu na luta contra a monarquia absolutista durante a Revolução Francesa, que tinha como lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nesse contexto dois elementos se destacam: javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com VALORIZAÇÃO DA RAZÃO COMO ÚNICO GUIA DOS DESEJOS E VONTADES ILUMINISTAS Kant, filósofo alemão, contemporâneo àquele movimento, chega a afirmar que, até aquele momento, as pessoas viviam como que em uma “ infância da racionalidade”. Ou seja, não haviam chegado à maturidade do conhecimento humano. ILUMINISMO javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (1789) Caracteriza a fundação das ideias iluministas, pois acreditava estabelecer leis gerais que protegeriam todo homem de qualquer forma de exploração social; especialmente de um governo absolutista, como aquele que seria destituído pela Revolução Francesa. Essa declaração inspirará a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada na ONU, em 1948. O desejo dos iluministas era iluminar as trevas, pois consideravam que o pensamento religioso era equivocado e obscuro. Por isso, o século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes. Foi nesse período que ocorreu o apogeu da razão, que combatia o teocentrismo da Idade Média. Nesse sentido, cabia à razão – e somente a ela – responder as indagações humanas. Qualquer outra concepção, inclusive advinda da Teologia, atrapalhava o desenvolvimento da humanidade. O ILUMINISMO, ENTÃO, COLOCOU O HOMEM COMO CENTRO DO UNIVERSO. Essa exaltação à razão convidava ao desprezo de qualquer outra forma explicativa ou especulativa da verdade. Nesse sentido, somente através da razão seria possível chegar ao conhecimento verdadeiro. É nesse contexto que a ciência racional se estabelece, tendo como javascript:void(0) javascript:void(0) base o antropocentrismo. O pensamento, então, era de que no homem, pelo homem, com o homem e somente nele estava a possibilidade de progresso, que aconteceria pela valorização exclusiva da razão. Apesarde ter sido construído no período do Renascimento, o desenho “O homem Vitruviano” de Leonardo da Vinci ilustra bem essa concepção do homem como centro de tudo. Observe: Imagem: Shutterstock.com O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci. PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO ILUMINISMO O Iluminismo influenciou diversas pessoas, que passaram a agir de acordo com as ideias e motivações dessa forma de pensamento. Dentre elas, destacam-se Voltaire e Jean-Jacques Rousseau. Vamos conhecê-los, a seguir. javascript:void(0) javascript:void(0) VÍDEO COM LIBRAS. Perceba que o Iluminismo influenciou de forma significativa a sociedade, promovendo mudanças políticas, econômicas e sociais. No entanto, apesar de trazer um discurso de liberdade e de garantia de direitos, muitas das práticas dos iluministas eram contraditórias. Dentre essas incoerências internas, podemos destacar: Imagem: Shutterstock.com O rei Luiz XVI e a rainha Maria Antonieta foram guilhotinados em praça pública em 1793. Apesar do artigo 11 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. ART. 11º. A LIVRE COMUNICAÇÃO DAS IDEIAS E DAS OPINIÕES É UM DOS MAIS PRECIOSOS DIREITOS DO HOMEM. TODO CIDADÃO PODE, PORTANTO, FALAR, ESCREVER, IMPRIMIR LIVREMENTE, RESPONDENDO, TODAVIA, PELOS ABUSOS DESTA LIBERDADE NOS TERMOS PREVISTOS NA LEI.” Imagem: Shutterstock.com Dezesseis religiosas carmelitas de Compiègne foram guilhotinadas em 1794. Apesar do artigo 10 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. ART. 10º. NINGUÉM PODE SER MOLESTADO POR SUAS OPINIÕES, INCLUINDO OPINIÕES RELIGIOSAS, DESDE QUE SUA MANIFESTAÇÃO NÃO PERTURBE A ORDEM PÚBLICA ESTABELECIDA PELA LEI.” javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com O príncipe Delfim, filho de Luiz XVI e Maria Antonieta, morreu desnutrido e doente, em um calabouço, aos dez anos, em 1795. Apesar do artigo 8 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. ART. 8º. A LEI APENAS DEVE ESTABELECER PENAS ESTRITA E EVIDENTEMENTE NECESSÁRIAS E NINGUÉM PODE SER PUNIDO SENÃO POR FORÇA DE UMA LEI ESTABELECIDA E PROMULGADA ANTES DO DELITO E LEGALMENTE APLICADA.” VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O ILUMINISMO FOI UM MOVIMENTO INTELECTUAL DO SÉCULO XVIII QUE INFLUENCIOU SOBREMANEIRA A SOCIEDADE. ANALISE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR E MARQUE A QUE APRESENTA AS IDEIAS CENTRAIS DEFENDIDAS PELOS ILUMINISTAS: A) O Iluminismo buscava reafirmar o poder da monarquia à medida que, por meio de técnicas de ensino, buscava esclarecer os homens sobre a necessidade da manutenção da estrutura social da época B) O Iluminismo tinha como objetivo iluminar a razão humana, com o objetivo de conduzir o homem à conformação social, por meio de métodos de coação. C) O Iluminismo combatia a religião em certa medida, pois considerava que o homem somente seria completo uma vez que estivesse em contato direto com Deus, por meio da igreja. D) O Iluminismo tinha como objetivo “trazer luz/esclarecimento” à sociedade, combatendo, especificamente, o absolutismo e a religião, entendidos como entraves ao livre pensar. 2. O ILUMINISMO INFLUENCIOU SIGNIFICATIVAMENTE A SOCIEDADE, TENDO GRANDES DEFENSORES QUE BUSCARAM, EM SUAS PRÁTICAS, REFLETIR OS IDEAIS ILUMINISTAS. DENTRE ELES, PODEMOS DESTACAR JEAN JACQUES ROUSSEAU, QUE DESENVOLVEU UM PROJETO DE EDUCAÇÃO TENDO COMO IDEIA CENTRAL: A) A importância de se construir bases educacionais sólidas com o objetivo de tornar o homem capaz de atuar em sociedade, reproduzindo os ideais propostos pela monarquia. B) A necessidade de se criar um novo homem-cidadão, com o objetivo de formar uma nova sociedade. Para isso, era necessário educar as crianças de acordo com a natureza, desenvolvendo os seus sentidos para a promoção da razão. C) A importância de se iluminar a razão humana por meio de métodos de repetição e análise para que o homem seja capaz de reconhecer como natural as relações de poder que eram estabelecidas. D) A necessidade de se desenvolver cidadãos embasados na razão, por meio de métodos de experimentação, para a promoção da conscientização da ordem natural das coisas. GABARITO 1. O Iluminismo foi um movimento intelectual do século XVIII que influenciou sobremaneira a sociedade. Analise as alternativas a seguir e marque a que apresenta as ideias centrais defendidas pelos iluministas: A alternativa "D " está correta. Não à toa, o século XVIII foi considerado o século das luzes, pois o Iluminismo tinha como objetivo trazer à “luz” a sociedade. Para isso, combatia o poder absolutista e a religião, colocando o homem como centro de tudo. A visão teocêntrica, então, deixa de existir e dá lugar à visão antropocêntrica. 2. O Iluminismo influenciou significativamente a sociedade, tendo grandes defensores que buscaram, em suas práticas, refletir os ideais iluministas. Dentre eles, podemos destacar Jean Jacques Rousseau, que desenvolveu um projeto de educação tendo como ideia central: A alternativa "B " está correta. Rousseau foi um dos principais teóricos do Iluminismo. Ele escreveu várias obras que estabeleceram as bases da Educação proposta pelo Século das Luzes, mas também possibilitaram a organização social que se estabelecia naquele momento. A Educação, assim, constitui-se em um importante elemento da formação política do cidadão. MÓDULO 2 Reconhecer os impactos do Iluminismo na Educação com destaque para a Reforma Pombalina A INFLUÊNCIA DO ILUMINISMO NA EDUCAÇÃO Como vimos, o Iluminismo transformou a sociedade de maneira significativa, afetando diretamente a Educação. Nesse campo, o propósito era romper drasticamente com o modelo de educação tradicional anterior (monárquico, religioso), denominado pelos iluministas de obscuro e oposto à verdade. Veja o que disse o iluminista Condorcet a esse respeito: javascript:void(0) SEJA QUE SE TRATE DE CORPOS DE ORDENS MONÁSTICAS, DE CONGREGAÇÕES SEMIMONÁSTICAS, DE UNIVERSIDADES, DE SIMPLES CORPORAÇÕES, O PERIGO É O MESMO. A INSTRUÇÃO QUE ELES IRÃO MINISTRAR TERÁ SEMPRE POR OBJETIVO, NÃO O PROGRESSO DAS LUZES, MAS O AUMENTO DE SEU PODER. NÃO DE ENSINAR A VERDADE, MAS DE PERPETUAR OS PRECONCEITOS ÚTEIS A SUAS AMBIÇÕES, AS OPINIÕES SERVEM A SUA VONTADE.” (CONDORCET apud PRIOZZI: 2016, p. 340) DE MANEIRA PRÁTICA, QUAIS FORAM AS MUDANÇAS QUE O ILUMINISMO TROUXE PARA A EDUCAÇÃO? Para compreender esse processo de mudança, trouxemos o modelo de ensino proposto por marquês de Pombal. Mas, antes, vamos entender em qual contexto essa mudança se desencadeou. Estamos em Portugal, país que também foi alcançado pelos ideais iluministas. Como em outras monarquias, o rei D. José I temia perder o seu trono em decorrência do grande avanço do Iluminismo. Como forma de evitar a perda do trono, D. José I nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal (defensor das ideias iluministas), como o seu primeiro ministro, desenvolvendo, assim, o chamado Despotismo Esclarecido. A principal missão de Pombal era reformar o governo português e adequá-lo aos ideais iluministas. javascript:void(0) Pombal, como defensor do Iluminismo, era contrário aos Jesuítas. Assim, traçou um plano para acabar com a Companhia de Jesus e expulsá-los de Portugal. Como estratégia, convenceu o rei D. José I de que o atentado que o mesmo havia sofrido teria sido planejado pela família da marquesa e pelos jesuítas. O rei, então, elaborou o decreto régio de setembro de 1759, ordenando a expulsão dos religiosos da Companhia de Jesus que estivessem em seus domínios continentais e ultramarinos. javascript:void(0) javascript:void(0) Clique no objeto acima. Objeto com interação. Conta a história que o rei José I sofreu um atentado quando voltava da casa da marquesa de Távora, com quem mantinha uma relação amorosa. Quando a família Távora tomou conhecimento da relação dos dois, uniu-se ao Duque de Aveiro para planejar um atentado a D. José I, que não foi bem sucedido. O processo de investigação transcorreu em sigilo até que em uma madrugada de dezembro os Távoras foram presos. No dia 12 de janeirode 1759 saiu a sentença que os condenava pelo crime de traição e rebelião contra o rei. Todos foram executados. COM A EXPULSÃO DOS JESUÍTAS, O QUE MUDOU? Com a expulsão dos jesuítas, não só em Portugal, mas em todas as suas colônias, inclusive no Brasil, houve mudanças significativas, principalmente no campo da Educação. Isso, em decorrência do fato de que todo o sistema de ensino da época era jesuíta. Elencamos, a seguir, as principais consequências da expulsão dos jesuítas no campo da Educação: Grandes prejuízos para os aldeamentos indígenas Eliminação dos métodos de ensino Agressão à identidade jesuítica em suas comunidades religiosas Proibição do exercício do ministério sacerdotal Proibição de 271 missões em todo o mundo Permanência da Companhia de Jesus como oculta e inativa durante 41 anos REFORMA EDUCACIONAL DE MARQUÊS DE POMBAL Após a expulsão dos jesuítas, marquês de Pombal precisou criar um novo modelo de ensino, tendo como base os ideais iluministas. Seu principal objetivo era formar uma elite econômica portuguesa preparada para o comércio. Para isso, ele criou a Escola de Comércio e a Escola Náutica, nas quais se aprendia caligrafia, contabilidade, escritura comercial e línguas modernas. Assim, a estrutura deixada pelo sistema único de educação dos jesuítas foi destruída pela reforma educacional de Pombal. No dia 28 de junho de 1759, Pombal decretou, por meio do alvará régio, a suspensão das escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias. Também criou as aulas régias ou avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica, oferecendo um esquema completamente diferente do que era oferecido pela pedagogia jesuítica. Estabelece-se, assim, a Educação Pública, que, vale destacar, naquele momento, não correspondia a uma educação direcionada a todas as pessoas, mas a uma educação que é mantida pelo governo, ou seja, marquês de Pombal estruturou um modelo de educação vinculado aos Governos Gerais e suas províncias. javascript:void(0) QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PONTOS DA REFORMA EDUCACIONAL DE MARQUÊS DE POMBAL? A reforma educacional empreendida por Pombal, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, se baseou nos seguintes aspectos: Criação das aulas régias gratuitas de Gramática latina, Grego e Retórica, junto com o decreto que expulsou os jesuítas. Centralização do ensino com a criação do cargo de diretor-geral dos estudos, que tinha a função de fazer cumprir as disposições do diploma, ficando a ele subordinados todos os professores régios das disciplinas citadas. Estabelecimento de cadeiras de retórica e dos chamados Estudos Menores, que incluíam, também, o estudo de Filosofia com quatro professores: um para Lisboa, um para Coimbra, um para Évora e um para o Porto. Imagem: Shutterstock.com Estabelecimento da educação laica, definida como responsabilidade do governo. Assim, a Educação passou a ser controlada pelo Estado, com currículo centralizado. Ensino feito exclusivamente em português, mesmo para os índios, aos quais era oferecido na língua tupy pelos jesuítas. javascript:void(0) Instituição do subsídio literário, uma espécie de imposto, para gerar recursos para o pagamento dos professores. Para atender a essa nova demanda, diversos professores foram nomeados. Aqueles que foram direcionados para atuar no Brasil provavelmente não tinham a formação específica para lecionar na área a qual foram designados. Apesar do esforço de marquês de Pombal, houve inúmeras perdas com o desmantelamento de um aparato educativo que já funcionava há mais de duzentos anos, que era o modelo de educação jesuíta. Um exemplo que ilustra essa perda é o fato de que as aulas régias, isoladamente, não conseguiram suprir o conjunto de aulas e disciplinas que eram aplicadas pelos jesuítas. Sobre isso, reflita: SERÁ QUE O MODELO DE EDUCAÇÃO JESUÍTICA DE FATO ERA TÃO DANOSO PARA A SOCIEDADE? Para ajudá-lo nessa reflexão, assista ao vídeo no qual o professor Antônio Giacomo explica a tradição da educação jesuítica e como ela se transformou ao longo do tempo. VÍDEO COM LIBRAS. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM DOS PRINCIPAIS PONTOS DA REFORMA EDUCACIONAL DE MARQUÊS DE POMBAL FOI A CRIAÇÃO DAS AULAS RÉGIAS. ANALISE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR E MARQUE A QUE APRESENTA AS DISCIPLINAS QUE COMPÕEM ESSA PROPOSTA DE ENSINO: A) Latim, Grego, Filosofia e Retórica. B) Latim, Gramática, Línguas estrangeiras e Retórica. C) Artes, Grego, Latim e Retórica. D) Latim, Grego, Teologia e Filosofia. 2. SABEMOS QUE, COM A EXPULSÃO DOS JESUÍTAS, POMBAL PRECISOU CRIAR UM NOVO MODELO DE ENSINO. MARQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM DOS ASPECTOS DA REFORMA POMBALINA: A) Descentralização do ensino, dando autonomia para as instituições de gerir o seu modelo de ensino e definir o seu currículo padrão. B) Definição do português como língua padrão para se lecionar as aulas, podendo, em casos específicos, ocorrer a utilização de outras línguas. C) Estabelecimento da educação laica, definida como responsabilidade do governo. Assim, a educação passou a ser controlada pelo Estado, com currículo centralizado. D) Estabelecimento de cadeiras de retórica e dos chamados Estudos Menores, que incluíam, também, o estudo de Artes e Filosofia. GABARITO 1. Um dos principais pontos da Reforma Educacional de marquês de Pombal foi a criação das aulas régias. Analise as alternativas a seguir e marque a que apresenta as disciplinas que compõem essa proposta de ensino: A alternativa "A " está correta. As aulas régias, embora não tenham substituído a estrutura da educação jesuítica, foram importantes naquele contexto por representarem a proposta iluminista de instrução: pública e laica. Dessa forma, Pombal cumpria (ou acreditava cumprir) seu papel de trazer as luzes ao modelo anterior na metrópole e na colônia. 2. Sabemos que, com a expulsão dos jesuítas, Pombal precisou criar um novo modelo de ensino. Marque a alternativa que apresenta um dos aspectos da Reforma Pombalina: A alternativa "C " está correta. Como forma de quebrar a influência da religião no ensino, marquês de Pombal criou a educação laica, colocando-a sob a responsabilidade do governo e, iniciando, assim, a educação pública. MÓDULO 3 Descrever o processo de modernização da Educação implementado pela família real portuguesa A MODERNIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO A estrutura educacional instituída pelo marquês de Pombal, posteriormente, foi modernizada com a chegada da família real portuguesa ao Brasil. Mas, antes de abordarmos essa mudança na Educação, vamos entender o que motivou a vinda da família real ao território brasileiro. O ANO É 1799 Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com Clique no objeto acima. Objeto com interação. A tradição de coroação dos imperadores determinava que o imperador deveria se ajoelhar diante do representante da igreja, que colocaria a coroa em sua cabeça. Essa ação, mostrava que o imperador estava em uma posição de submissão ao poder religioso. Napoleão Bonaparte, em sua coroação, mudou essa tradição. Não permitiu que o papa Pio VII colocasse a coroa sobre a sua cabeça. Antes, decidiu que se coroaria imperador da França. Com essa atitude, Napoleão, influenciado pelos ideais iluministas, estava dizendo que o seu poder estava acima da Igreja. Imagem: Shutterstock.com A primeira medida de D. João VI ao chegar ao Brasil foi a abertura dos portos às nações amigas. Essa atitude foi de crucial importância para reverter a condição do Brasil de colônia de Portugal, pois rompeu com o monopólio comercial da metrópole portuguesa até então existente. A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros. Ao retornar a Portugal em 1821, D. João deixa seu filho D. Pedro no comando do Brasil. Em 1822, D. Pedro assume o governo brasileiro, agora como D. Pedro I. Sua breve administração se encerra em 1831, quando abdica do trono. Como sucessor,ele deixou seu filho, D. Pedro II, que ainda era uma criança. Inicia-se, assim, o Período Regencial no Brasil. Considerando esses três períodos – Período Joanino (1808 - 1821), Primeiro Reinado (D. Pedro I) e Período Regencial (1831 - 1840) - elencamos, a seguir, algumas mudanças implementadas nos âmbitos social, político e econômico, e na Educação. PERÍODO JOANINO CRIAÇÃO DA IMPRENSA RÉGIA A importação de máquinas permitiu, pela primeira vez, a impressão oficial e a circulação de ideias na corte do Rio de Janeiro. No mesmo ano, surgiu o primeiro jornal impresso no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro. CRIAÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO A extensa variedade de exemplares da flora tropical atraiu uma série de pesquisadores e estudiosos estrangeiros. CRIAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA COM QUASE 60 MIL VOLUMES TRAZIDOS NOS NAVIOS Essa biblioteca daria origem à futura Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro, uma das maiores do mundo. CRIAÇÃO DAS ESCOLAS DE ENSINO SUPERIOR NA BAHIA E NO RIO DE JANEIRO Essas escolas foram criadas com o objetivo de atender às necessidades de instrução dos filhos da nobreza e da aristocracia brasileira. Até então, uma colônia não poderia ter cursos de educação superior. A criação dessas escolas foi um dos marcos do processo de desenvolvimento de uma identidade própria do Brasil. Esse processo se estendeu até 1810. MISSÃO CULTURAL FRANCESA Teve como principal destaque o artista Jean Baptiste Debret, que, em suas telas, retratou modos e costumes da vida urbana da cidade do Rio de Janeiro. CRIAÇÃO DO MUSEU REAL O acervo do museu, mais tarde, daria origem ao Museu Nacional. PRIMEIRO REINADO javascript:void(0) CONSTITUINTE DE 1823 É DISSOLVIDA O imperador decidiu dissolver a constituinte de 1823, entre outras razões, por apresentar um projeto de constituição em que as ideias liberais eram predominantes, o que limitava o poder do imperador. PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL A outorga da primeira Constituição do Brasil pode ser entendida como um ato autoritário e conservador por parte de D. Pedro I e do grupo de portugueses que o apoiava. PROPOSTA DE ADOÇÃO DO MÉTODO LANCASTER EM ESCOLAS PRIMÁRIAS Esse foi o primeiro método oficial de ensino implementado no Brasil, que marca o início da descolonização e da instituição do Estado nacional. Nesse ano, também foram criados dois cursos jurídicos, em São Paulo e no Recife. Além disso, ocorreu a transformação de alguns cursos superiores em faculdades isoladas. PERÍODO REGENCIAL javascript:void(0) ATO ADICIONAL Em pleno período regencial, ocorreu uma reforma na constituição que deixou marcas na Educação. O Ato Adicional definiu que o Ensino Elementar, o secundário e a formação de professores seriam responsabilidade das províncias. O Ensino Superior ficaria a cargo do poder central. Oficializou-se a descentralização do ensino. PRIMEIRA ESCOLA NORMAL Em Niterói, então província do Rio de Janeiro, é fundada a primeira escola normal do país. Em seguida, surgiram as escolas normais de Minas Gerais. ESCOLA NORMAL DA BAHIA Nesse ano, ocorreu a fundação da escola normal na Bahia. DEFINIÇÃO DO PEDRO II COMO ESCOLA MODELO O colégio Pedro II passou a ser o estabelecimento-modelo do estudo secundário. A suposta descentralização de 1834 foi desrespeitada com a criação da escola pelo regente Araújo Lima para atender aos filhos daqueles que faziam parte da elite intelectual do país. SAIBA MAIS No Segundo Reinado (1840-1889), no governo do imperador D. Pedro II, as mudanças seguiram inexpressivas. Para saber qual era o cenário educacional desse período, leia o texto “A educação de D. Pedro II, imperador do Brasil” de Marli Quintanilha e Celina Murasse. Como você percebeu, mesmo depois da Abdicação de D. Pedro I (1834), o Período Regencial continuou realizando mudanças no cenário educacional brasileiro. No entanto, apesar dessas medidas terem representado uma modernização da estrutura educacional implementada por Pombal, as mudanças ocorridas não atenderam às reais necessidades da população brasileira. Mesmo no Segundo Reinado (1840-1889), governado pelo Imperador D. Pedro II, as medidas no campo educacional foram inexpressivas. Isso mostra que, em quase 400 anos de história, não havia sido criada no país uma estrutura escolar sólida que permitisse à população plena formação e, consequentemente, fornecesse condições de um desenvolvimento que atendesse a todos os cidadãos. javascript:void(0); QUAIS FORAM AS INSTITUIÇÕES CRIADAS NESSES PERÍODOS QUE RESISTIRAM A TODAS ESSAS MUDANÇAS DE GOVERNO, DURANDO ATÉ OS DIAS DE HOJE? Convidamos você a um passeio histórico pelo Jardim Botânico, pela Biblioteca Nacional, pelo Museu Nacional e Colégio Pedro II, instituições que resistiram ao tempo e guardam as memórias dos períodos Joanino, Primeiro Reinado e Período Regencial. VÍDEO COM LIBRAS. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A PARTIR DE 1808, DIVERSAS MEDIDAS FORAM IMPLEMENTADAS POR D. JOÃO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO. UMA DELAS MARCOU O INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DE UMA IDENTIDADE PRÓPRIA DO BRASIL. MARQUE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A ESSA MEDIDA: A) Adoção do método Lancaster nas escolas primárias. B) Criação das escolas de ensino superior na Bahia e no Rio de Janeiro. C) Criação de uma biblioteca com quase 60 mil volumes trazidos nos navios. D) Decreto do Ato Nacional com a descentralização do ensino. 2. EM 1834, DURANTE O PERÍODO REGENCIAL, FOI CRIADO O ATO ADICIONAL, MEDIDA QUE AFETOU DIRETAMENTE A EDUCAÇÃO. EM QUE CONSISTIA ESSA MEDIDA? A) O Ato Adicional definiu que o Ensino Elementar, o Secundário e a formação de professores seriam responsabilidade das províncias. O Ensino Superior ficaria a cargo do poder central. B) O Ato Adicional implementou as aulas régias no Ensino Primário e definiu que a formação de professores seria responsabilidade das províncias. C) O Ato Adicional definiu que o Ensino Elementar, o Secundário e a formação de professores seriam responsabilidade central da Metrópole. D) O Ato Adicional definiu que o Ensino Elementar seria responsabilidade da metrópole e incluiu nesse nível de instrução as disciplinas régias. GABARITO 1. A partir de 1808, diversas medidas foram implementadas por D. João no campo da Educação. Uma delas marcou o início do desenvolvimento de uma identidade própria do Brasil. Marque a alternativa que corresponde a essa medida: A alternativa "B " está correta. De fato, com a chegada da Família Real, em 1808, as transformações ocorridas na Colônia foram contrastantes com aquela realidade encontrada. Uma colônia, por exemplo, não poderia ter escolas de ensino superior, pois somente a metrópole poderia fornecer esse nível de instrução. O príncipe regente, D. João, quis que estas mudanças pudessem dar condições à Corte de se sentir menos impactada por viver longe de seu país, Portugal. Por isso, criou as escolas de ensino superior na Bahia e no Rio de Janeiro, com o objetivo de atender às necessidades de instrução dos filhos da nobreza e da aristocracia brasileira. Inicia-se, assim, o processo de independência do Brasil, ainda que, obviamente, não fosse o interesse da monarquia. 2. Em 1834, durante o período regencial, foi criado o Ato Adicional, medida que afetou diretamente a Educação. Em que consistia essa medida? A alternativa "A " está correta. O Ato Adicional correspondeu a uma reforma na constituição que deixou marcas na Educação. Essas medidas oficializaram o processo de descentralização do ensino. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Como vimos, o projeto de educação iluminista nasceu no contexto das transformações ideológicas (Iluminismo), econômicas e de produção (Revolução Industrial), políticas e sociais (Revolução Francesa), que marcaram o fim do século XVIII, dando origem à Idade Contemporânea. Tendo como principal objetivo o combate ao modelo educacional anterior, baseado na autoridade religiosa e sob tutela da monarquia, esse projeto trouxe uma proposta de educação laica e pública. O Estado, a partir de então,assumiria a responsabilidade de educar o cidadão, tendo como base a chamada “razão iluminista”. Eles tinham como objetivo formar plenamente o homem contemporâneo a partir da construção de um conhecimento baseado fortemente em princípios científicos e longe de qualquer influência religiosa. Esse projeto de Educação, no entanto, não conseguiu oferecer à população brasileira a educação necessária para uma formação efetiva. Foi necessário esperar um pouco mais para que essa proposta de uma educação efetiva começasse a ser delineada. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS AZEVEDO, Fernando. O sentido da educação colonial. In: A cultura brasileira. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1943. FERRARI, Márcio. Condorcet, a luz da Revolução Francesa na escola. https ://novaescola .org .br /conteudo /1734 /condorcet -a -luz -da -revolucao -francesa -na -escola. Acesso em: 30 jan. 2020. FRAZÃO, Dilva. Immanuel Kant. Disponível em: https ://www .ebiografia .com /immanuel_kant /. Acesso em: 30 jan. 2020. FRAZÃO, Dilva. Jean-Baptiste Debret. Disponível em: https ://www .ebiografia .com/jean_baptiste_debret /. Acesso em: 30 jan. 2020. FRAZÃO, Dilva. Leonardo da Vinci. Disponível em: https ://www .ebiografia .com /leonardo_vinci /. Acesso em: 30 jan. 2020. FRAZÃO, Dilva. Luís XVI da França. Disponível em: https ://www .ebiografia .com /luis_xvi_da_franca /. Acesso em: 30 jan. 2020. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é o Iluminismo. In: KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, 1995. LE FORT, G. A última do cadafalso. Petrópolis: Vozes, 1988. PRIOZZI, P. Rousseau e Condorcet: educação pública versus educação estatal. Educação e Sociedade. Campinas, v. 37, nº. 135, p.337-348, abr.-jun., 2016. SOËTARD, M. Jean-Jacques Rousseau. Recife: Massangana, 2010. ROUSSEAU, J. Emílio ou da educação. São Paulo: Martins Fontes, 1995. TRIGUEIROS, A. O negócio jesuítico e o papel da política regalista portuguesa. In: Revista Brotéria. v. 169, 2009. p. 149-168. Disponível em: https ://www .broteria .pt /?detail =1&books_id =341. Acesso em: 25 nov. 2019. EXPLORE+ Notas sobre o Iluminismo na escola, de Ana Paula Rosendo A introdução do método Lancaster no Brasil: História e Historiografia, de André Paulo Castanha Contextos, práticas e instituições: o Ensino Secundário e a organização de repertórios pedagógicos no Segundo Reinado, de Carlos Eduardo Dias Souza. Resposta à pergunta: “O que é o Iluminismo?”, de I. Kant. CONTEUDISTA Joana Darc Venancio CURRÍCULO LATTES Antonio Sergio Giacomo Macedo CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
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