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ANATOMIA HEPÁTICA

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Anatomia hepática 
Lara Camila da Silva Alves – Medicina – 3º Semestre Gray Anatomia (livro) – atlas – sobotta 
 
POSIÇÃO E RELAÇÕES 
O fígado é a maior glândula do corpo, e depois da pele, é o segundo maior órgão; 
Ocupa quase todo o hipocôndrio direito; estende-se para o epigástrio, ocupando grande parte dele, e vai até o 
hipocôndrio esquerdo. 
Está em contato com o diafragma e a parede anterior do gradio costal. 
Atravessando o epigástrio, o fígado terá contato com o duodeno, estômago e rim (na parte posterior). 
A face anterior do fígado está em contato com a parede abdominal 
anterior e grande parte do diafragma. 
O fígado possui duas faces: a face anterior é a maior face do fígado, é 
convexa, ampla e está em contato com o diafragma. Por isso, essa face 
pode ser chamada de face diafragmática. A face que está virada para 
baixo e para trás, estará em contato com as outras vísceras do abdome, 
por isso, denomina-se face visceral. 
A fase diafragmática será dividida em uma porção ventral, superior, 
direita e posterior. 
 
 
FACE DIAFRAGMÁTICA – PORÇÃO VENTRAL 
A parte ventral da face diafragmática é bem lisa e não possui grandes marcos 
anatômicos; 
Está em contato com o diafragma e com os músculos da barriga; 
Possui uma fissura que divide o fígado em lobo anatômico direito e esquerdo; 
o direito é bem maior que o esquerdo. Essa fissura é preenchida pelo 
ligamento falciforme. O ligamento falciforme é composto por dois folhetos de 
peritônio. O fígado é praticamente todo recoberto por peritônio. O ligamento 
falciforme vai do fígado até a parede abdominal anterior – músculos retos do abdome. Assim, ele liga o fígado à 
parede do abdome. 
Na margem inferior do ligamento falciforme, entre os folhetos, há uma estrutura entrando no fígado: ligamento 
redondo do fígado. O ligamento redondo liga o fígado ao umbigo. 
O ligamento redondo é o remanescente, no adulto, da veia umbilical. É um cordão fibroso – não é mais um vaso. 
Entretanto, se houver um grande aumento de pressão no sistema vascular do fígado, esse ligamento pode se 
recanalizar e voltar a ser um vaso. 
PORÇÃO VENTRAL 
Abaixo da borda inferior do lobo direito, é possível ver o fundo da vesícula biliar se projetando. 
FACE DIAFRAGMÁTICA – PORÇÃO SUPERIOR 
A face superior da face diafragmática está em contato com o 
diafragma. 
Temos uma depressão, chamada de impressão cardíaca. O coração 
só é separado do fígado pelo diafragma. Por isso, temos o 
ligamento coronário – porque está próximo ao coração. 
Os limites da porção superior: os folhetos do ligamento falciforme 
se separam quando chega na porção superior. Isso formará o 
ligamento coronário à direita e o ligamento coronário à esquerda. 
O ligamento falciforme é contínuo com o ligamento coronário, mas há essa separação dos folhetos na porção 
superior. 
O ligamento coronário marca o limite da porção superior da face diafragmática; atrás deles já temos a face 
posterior. 
O ligamento coronário também será composto por dois folhetos. Entretanto, não são colados um no outro. 
Assim, temos o folheto anterior do ligamento coronário e o folheto posterior. Quando o ligamento coronário irá 
terminar, os folhetos se juntam, formando o ligamento triangular. 
O ligamento coronário une o fígado ao diafragma, e o ligamento triangular une o fígado também ao diafragma e 
um pouco à parede do abdome. 
O ligamento triangular, apenas no lado esquerdo do fígado, se transforma em uma estrutura fibrosa – apêndice 
hepático fibroso – que também une o fígado ao diafragma e à parede do abdome. 
FACE DIAFRAGMÁTICA – PORÇÃO POSTERIOR (DORSAL) 
É possível ver o folheto posterior do ligamento coronário 
direito; que também irá se unir com o anterior, formando um 
ligamento triangular à direita, porém é bem menos 
proeminente que o ligamento triangular esquerdo. 
A face dorsal não é revestida de peritônio, pois os folhetos do 
ligamento coronário – anterior e posterior – não se juntam. 
Assim, a área que não é recoberta por peritônio é denominada 
área nua. Ou seja, a porção dorsal 
da face diafragmática corresponde 
justamente à área nua. 
Essa face é marcada por um sulco profundo, chamado de sulco da veia cava. Saindo 
das imediações do sulco da veia cava, vemos as veias hepáticas (esquerda, média e 
direita). As veias hepáticas são os vasos que drenam o fígado; elas saem reto na 
área nua em direção à veia cava. 
 
PORÇÃO SUPERIOR 
PORÇÃO POSTERIOR 
Folheto coronário post e ant 
FACE VISCERAL 
Não é lisa, e não é convexa. É côncava, pois precisa se moldar às 
vísceras do abdome, e possui diversas impressões deixadas nelas pelos 
outros órgãos do abdome. 
No lado esquerdo, temos a fossa/impressão gástrica que é onde o 
fígado entra em contato com o estômago. 
No lado direito, temos a impressão duodenal, impressão renal e 
impressão cólica. 
A porção visceral também é dividida em lobo direito e lobo esquerdo. Na face diafragmática quem dividia o 
fígado em lobos era o ligamento falciforme, mas na face visceral quem divide é a fissura sagital esquerda. Essa 
fissura é ocupada por dois ligamentos: o ligamento redondo (ocupa a metade ventral da fissura sagital 
esquerda) e o ligamento venoso (ocupa a porção dorsal da fissura sagital esquerda). 
O ligamento venoso é o remanescente do ducto venoso. No feto, existia um vaso que ligava a veia porta 
diretamente na veia cava – desviando do fígado -, que era o chamado ducto venoso. 
À direita do ligamento redondo temos a fissura/fossa da vesícula biliar. 
No centro da face visceral, há uma grande depressão que é o local por onde entrarão a veia porta, artéria 
hepática e por onde o ducto biliar (ducto hepático comum) sai. Essa depressão é chamada de porta hepática, 
onde está o hilo hepático. 
OBS: não confundir veia porta com porta-hepática (localização do fígado). 
Entre o ligamento venoso, sulco da veia cava e porta-hepática há um novo lobo anatômico do fígado: lobo 
caudado. 
Entre o ligamento redondo, a porta hepática e a fossa da vesícula biliar há um lobo anatômico do fígado: lobo 
quadrado. 
Assim, o fígado possui quatro lobos anatômicos: lobo esquerdo, direito, caudado e quadrado. Sendo que o 
caudado, e o quadrado fazem parte do lobo anatômico direito do fígado. 
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL 
A artéria que vai para o fígado é a artéria hepática – 
ramo do tronco celíaco. Depois de originar a 
gastroduodenal, ela segue como artéria hepática 
própria (que é a que vai para o fígado). 
Entretanto, antes de entrar no fígado a artéria hepática 
própria se divide em artéria hepática direita e artéria 
hepática esquerda. 
 
 
FACE VISCERAL 
SISTEMA PORTA 
No fígado chega uma artéria, saem algumas veias, mas nele também chega 
uma veia: veia porta. 
A veia porta é formada pela veia esplênica e pela veia mesentérica superior. 
A veia esplênica recebe a veia mesentérica inferior. 
Assim, a veia porta é formada pela veia esplênica + veia mesentérica inferior 
+ veia mesentérica superior. Assim, temos a drenagem praticamente da 
barriga inteira e, por isso, a veia porta recebe uma quantidade enorme de 
nutrientes e oxigênio. 
A veia porta também irá se dividir em veia porta direita e veia porta 
esquerda. 
SEGMENTOS FUNCIONAIS 
Se os ramos direitos da artéria hepática e da veia porta 
estiverem comprometidos, a única parte que fica 
isquêmica é a parte verde e a parte azul. 
Se os ramos esquerdos da artéria hepática e da veia 
porta estiverem comprometidos, a parte amarela e a 
parte vermelha ficam isquêmica. 
Ou seja, o fígado tem lobos anatômicos, mas eles não 
representam a funcionalidade do fígado. Por isso, a 
divisão real do fígado é em segmentos funcionais. 
O lobo direito funcional não corresponde ao lobo direito anatômico; o lobo direito funcional é só a parte verde 
e azul, e o lobo esquerdo funcional é a parte vermelha e a amarela. 
Além disso, esses lobos são independentes,pois cada um recebe o seu ramo da veia porta e da artéria hepática. 
É como se fosse dois fígados diferentes. 
Quando a veia porta hepática esquerda entra no fígado, ela continua a se dividir em mais 4 ramos. Assim, ela cria 
4 zonas do fígado, cada uma recebendo o seu ramo da 
veia porta. O mesmo acontece do lado direito. 
Ou seja, o fígado possui 8 segmentos funcionais. 
A via biliar nasce no fígado e sai do fígado; cada segmento 
funcional possui um ramo da via biliar. Assim, cada 
segmento funcional do fígado tem um ramo da veia porta, 
um ramo da artéria hepática e um ramo da via biliar. Por 
isso, funcionam de forma independente um do outro. 
De cada segmento funcional também nasce um ramo da 
veia hepática (veia que sai do fígado) até chegar na veia 
cava. 
OBS: não há comunicação vascular entre os segmentos funcionais. 
Assim, se um paciente tem um tumor no segmento VI, o cirurgião pode tirar esse segmento sem prejuízos ao 
funcionamento do restante do fígado. Essa cirurgia se chama segmentectomia. 
Se um paciente tem tumor no segmento VIII e no VI, um tumor não pode ser metástase do outro pois não há 
comunicação vascular entre os dois segmentos. Assim, ou o paciente tem dois cânceres de fígado separados 
que surgiram ao mesmo tempo, ou o paciente tem um câncer em outro lugar da barriga – pois o fígado recebe 
o sangue da barriga inteira.

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