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Tema 6- Ambiência em instalações para animais domésticos e índices de conforto térmico

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Tema 6- Ambiência em instalações para animais domésticos e 
índices de conforto térmico. 
 
Ambiência “é o espaço constituído por um meio físico e, 
ao mesmo tempo, por um meio psicológico preparado para o 
exercício das atividades dos animais que nele vivem” 
(PARANHOS DA COSTA, 2000), ou seja, ambiência é a 
definição de conforto baseada no contexto ambiental, quando 
se analisa as características de meio ambiente em função da 
zona de conforto térmico da espécie, associado a 
características fisiológicas que atuam na regulação da 
temperatura interna do animal. Também, a ambiência leva 
em conta o bem-estar dos animais (minimização dos fatores 
estressantes como densidade animal, conforto e possibilidade 
de realizar seu comportamento nato, ausência de poluição 
sonora e ambiental, como ausência de gases tóxicos). 
Os animais de produção são homeotérmicos, ou seja, eles 
possuem a capacidade de manter constante sua temperatura 
corporal interna, mesmo quando a temperatura do ambiente 
varia. A capacidade dos animais de controlar a temperatura 
interna corporal é relacionada ao equilíbrio que se dá entre o 
calor que o metabolismo produz e a perda ou ganho de calor 
para o ambiente. Sendo assim, os animais são capazes de 
adaptar suas funções fisiológicas e metabólicas ao ambiente 
em que estão inseridos (RODRIGUES, 2005). 
Os animais homeotérmicos possuem mecanismos 
metabólicos (ex: maior ou menor ingestão de alimentos), 
fisiológicos (ex: vasoconstrição ou vasodilatação) e 
comportamentais (ex: aglomeração ou dispersão dos animais) 
para produzirem ou perderem calor para o meio, mantendo 
assim sua temperatura corporal interna constante (BRIDI, 
2008). 
Para o controle da temperatura, os animais 
homeotérmicos possuem um centro termorregulador, que fica 
no hipotálamo, quando o hipotálamo recebe a informação de 
células periféricas, o centro termorregulador irá produzir a 
resposta fisiológica, tanto ao frio, quando o animal irá 
produzir calor, ou ao calor, quando o animal irá perder calor 
(MARQUES, 2001). 
A temperatura constante da maioria dos mamíferos é de 
aproximadamente 39ºC e das aves é de 41ºC 
aproximadamente, essas temperaturas variam de acordo com 
vários fatores, tais como: a raça, a idade, o nível de energia da 
dieta, o nível produtivo, a hora do dia, a estação do ano, o ciclo 
estral e atividade do animal (RODRIGUES, 2005). 
O ambiente onde o animal está inserido exerce grande 
influência sobre a capacidade hemeotérmica do mesmo, a 
produção ou a perda de calor para o meio ou mesmo a 
neutralidade irão depender de fatores ambientais, tais como: 
temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, a 
presença ou ausência de abrigos para os animais. “O ambiente 
pode ser definido como a soma dos impactos circundantes 
biológicos e físicos’’ (BRIDI, 2008). 
A zona de conforto térmico é dependente de diversos 
fatores, sendo alguns ligados ao animal, como peso, idade, 
estado fisiológico, tamanho do grupo, nível de alimentação e 
genética e outros ligados ao ambiente como a temperatura, 
velocidade do vento, umidade relativa do ar, tipo de piso. 
Existe uma faixa de temperatura que é confortável para o 
animal, essa zona é conhecida como zona de 
termoneutralidade (Figura 1), nessa zona não irá ocorrer 
estresse por calor ou por frio, portanto o animal não terá que 
produzir ou perder calor. Para a produção animal, essa zona 
de termoneutralidade é ideal, pois como o animal não precisa 
perder ou produzir calor, o gasto fisiológico será mínimo, ou 
seja, o animal irá aproveitar ao máximo os nutrientes da dieta 
para crescimento, manutenção e produção de carne, leite e 
ovos. Nessa zona não ocorre vasoconstrição ou vasodilatação, 
a frequência respiratória permanece normal e não há 
sudorese. 
Há dois limites estabelecidos para a zona de 
termoneutralidade, são elas: a temperatura crítica superior 
(TCS) e a temperatura crítica inferior (TCI). Quando a 
temperatura está acima da temperatura crítica superior o 
animal está em estresse pelo calor, irão ocorrer então a 
vasodilatação, aumento da frequência respiratória, 
diminuição da ingestão de alimentos, aumento da ingestão de 
água e sudorese. Quando a temperatura está abaixo da 
temperatura crítica inferior o animal está em estresse pelo 
frio, irão ocorrer então a vasoconstrição, diminuição da 
frequência respiratória, aumento da ingestão de alimentos e 
piloereção (AZEVEDO e ALVES, 2009). 
Dentro de uma instalação, a primeira condição de 
conforto térmico é que o balanço térmico seja nulo, ou seja, o 
calor produzido pelo organismo animal somado ao calor 
perdido pelos animais através da radiação, da convecção, da 
condução, da evaporação e do calor contido nas substâncias 
eliminadas. 
As trocas de energia térmicas do animal para o meio se 
dão na forma de calor sensível: condução, convecção, radiação 
e por troca de calor latente: evaporação cutânea e 
respiratória. A troca de calor entre o animal e o meio 
ambiente através do fluxo de calor sensível depende da 
existência de gradiente de temperatura entre o animal e o 
meio, da velocidade do vento e da umidade relativa do ar. Já a 
perda de calor latente (evaporação) depende da porcentagem 
de umidade relativa do ar. 
- Radiação: é a transferência de energia térmica de um 
corpo a outro através de ondas eletromagnéticas. 
- Condução: é o mecanismo de transferência de energia 
térmica entre corpos, entre partes de um mesmo corpo, por 
meio de energia cinética da movimentação de elétrons livres. 
É necessário o contato direto entre as moléculas dos corpos 
ou superfície nela envolvida. Esse fluxo passa das moléculas 
de alta energia para aquelas de baixa energia, ou seja, de uma 
zona de alta temperatura para outra de baixa temperatura. O 
animal ganha ou perde calor por condução através de contato 
direto com substâncias frias ou quentes, incluindo o ar, a água 
e materiais sólidos. 
- Convecção: é a perda de calor através de uma corrente 
de fluído (líquido ou gasoso) que absorve energia térmica em 
um dado local e que então se desloca para outro local, onde se 
mistura com porções mais frias do fluído e para elas transfere 
a energia. A ventilação favorece as perdas de calor entre o 
suíno e o ambiente. 
- Evaporação: é a troca de calor através da mudança do 
estado da água de líquido para gasoso, sendo este processo 
carreador de calor para fora do corpo animal. Nos suínos, a 
perda de calor por evaporação em ambientes quentes ocorre 
principalmente através do trato respiratório, liberando 0,58 
calorias/g de água evaporada. A perda de água por 
evaporação depende da pressão de vapor d’água. À medida 
que aumenta a umidade relativa do ar, a perda de calor por 
evaporação diminui. 
Os mecanismos de dissipação de calor são influenciados 
não só pelos fatores climáticos e do meio circunvizinho, mas 
também pelos fatores intrínsecos ao próprio animal, como 
área da superfície corporal, cobertura pilosa, cor, 
emissividade, vaporização da pele e pulmão, condutividade 
térmica através de tecidos e fluxos periféricos, troca térmica 
através da água de bebida ou excretada. 
Em machos, o estresse calórico resulta na queda da 
libido, diminuição do volume da ejaculado e do número de 
espermatozóides e no aumento de espermatozóides com 
anomalias. 
Já nas fêmeas, maior taxa de retorno ao cio, maior taxa 
de morte embrionária e nascimento de bezerros mais leves. 
Aumento da taxa respiratória, especialmente nas aves, para 
aumentar a perda de calor por evaporação em menor 
concentração sanguínea de CO2 e consequente aumento do 
pH sanguíneo que pode levar a morte dos animais. 
A queda de consumo de ração observada em matrizes 
sob estresse calórico, resulta na redução do número, peso e na 
qualidade da casca, devido à diminuição do nível de cálcio 
sanguíneo. 
Quando os animais são confinados, diminuem as 
possibilidades dosanimais trocarem temperatura com o meio, 
porque existe pouca possibilidade de manobra para ajustes 
comportamentais necessários para a manutenção da 
homeostase térmica. Neste sentido, a condição ambiental deve 
ser manejada para evitar os efeitos negativos sobre a 
reprodução e desempenho produtivo. 
Para determinar o conforto térmico dos animais, muitos 
estudos foram elaborados utilizando equações ou índices. Os 
trabalhos que desenvolvem equações de conforto têm como 
propósito estabelecer relações entre as variáveis como 
temperatura do ar e atividade animal, bem como isolamento 
térmico dos mesmos, as quais criam ou pressupõem ótimas 
condições de conforto térmico. 
Estas equações têm utilidade prática por oferecer 
parâmetros para a construção de galpões de ambiente 
controlado e em climas naturais no sentido de avaliar 
condições bioclimatológicas. 
Pelo menos três condições básicas devem ser observadas 
para um ótimo conforto térmico sob o ponto de vista 
fisiológico. 
1. Considerar que existe um balanço calórico entre os 
animais e o meio ambiente; 
2. Estabelecimento de uma importante relação entre a 
temperatura média da pele e a atividade do animal na zona de 
conforto; 
3. Estabelecimento de perda de água por evaporação e a 
atividade do animal na zona de conforto. 
Normalmente, os índices de conforto térmico 
consideram os parâmetros ambientais de temperatura, 
umidade, vento e de radiação, sendo que cada parâmetro 
possui um determinado peso dentro do índice, conforme sua 
importância relativa ao animal. 
O Índice de Temperatura Ambiente e Umidade (THI), 
também chamado por alguns autores de Índice de 
Temperatura e Umidade (ITU), indica se o animal esta no 
estado de estresse ameno com valores variando de 72 a 79; 
estresse moderado de 80 a 89 e estresse severo de 90 a 98, 
(Pires et al., 1998) sendo este um dos mais utilizados. 
Relaciona-se a temperatura e a Umidade relativa do ar, sendo 
que os valores considerados limites para situações de 
conforto ou estresse, não são coincidentes entre os diversos 
pesquisadores. 
Este índice é obtido pela seguinte equação: THI = ta + 
0,36. tpo + 41,5 Em que: ta: temperatura ambiente em °C 
(bulbo seco); tpo: temperatura do ponto de orvalho em °C. 
Outro índice também utilizado para avaliar o conforto 
térmico animal é o Índice de Temperatura de Globo Negro e 
temperatura do ponto de orvalho - ITGU, desenvolvido por 
Buffington et al, (1981), para vacas leiteiras. Neste índice usa-
se a temperatura de globo negro no lugar da temperatura de 
bulbo seco e temperatura do ponto de orvalho no lugar da 
umidade. Na condição ambiental de radiação solar em que os 
animais são expostos, o ITGU é mais preciso na indicação de 
estresse térmico do que o ITU, o qual é mais indicado para ser 
usado em abrigos. 
Outro índice bastante utilizado é a carga térmica 
radiante (CTR) que tem por finalidade expressar a sensação 
térmica dos animais em relação ao ambiente. Este índice foi 
proposto por Campos et al, (1986), e toma como base a 
radiação total recebida por um corpo em relação ao espaço 
que o circunda. Essa definição não engloba a troca líquida de 
radiação entre o corpo e o seu meio circundante, mas inclui a 
radiação incidente no corpo (SOUZA et al, 2002). 
A temperatura de globo negro também é muito utilizada, 
isoladamente, como parâmetro para a avaliação das condições 
internas das instalações. Fornece numa só medida, em graus 
Celsius (°C), uma indicação dos efeitos combinados de 
temperatura do ar, temperatura radiante e velocidade do 
vento (Bond & Kelly, 1955). 
O termômetro de globo negro é uma maneira de se 
indicar os efeitos combinados de radiação, convecção, e sua 
influência no organismo vivo, sendo, portanto, utilizado como 
um índice. 
O índice de temperatura efetiva é definido como a 
temperatura de um ambiente sem movimentação significativa 
do ar, saturado de vapor de água, que reproduz a mesma 
sensação de conforto de calor para seres humanos. Este índice 
enfatiza e combina o efeito de perda ou ganho de calor por 
convecção e evaporação. 
A fórmula utilizada neste trabalho substitui a 
temperatura de bulbo seco pela temperatura de globo negro, 
para efeito de cálculo. A temperatura de radiação, sendo 
superior ou inferior à temperatura de bulbo seco do ar, 
proporciona alterações na sensação de conforto. 
TE = [22,3 tg + 4,0829 (tg – tbu)] / [22,3 + 0,62817 (tg – 
tbu] 
Em que: tg: temperatura de globo negro (°C); tbu: 
temperatura de bulbo úmido (°C). 
Sabe-se que os elementos meteorológicos influenciam no 
metabolismo, na atividade desempenhada e principalmente 
no conforto térmico dos animais. 
Sendo assim para se obter a máxima eficiência 
produtiva, reprodutiva e maiores retornos econômicos na 
pecuária, os efeitos adversos do ambiente sobre os animais 
devem ser evitados, pois as respostas fisiológicas em função 
do ambiente ao qual os animais são expostos estão 
associados ao atraso ou decréscimo na quantidade e na 
qualidade da produção. Então os índices de conforto térmico 
para os animais domésticos , mostrou-se eficiente na 
observação do nível de estresse térmico , para 
posteriormente serem tomadas medidas que possibilitem um 
melhor conforto térmico para os animais.

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