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Anestésicos locais Anestésicos locais FÁRMACOS QUE PRODUZEM UM BLOQUEIO REVERSÍVEL NA CONDUÇÃO DE IMPULSOS NERVOSOS, E ÁREAS CIRCUNSCRITAS, SEM ALTERAÇÃO DE NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Anestesia: an (sem) aisthesis (sensação) As ações dos anestésicos locais NÃO são seletivas para as fibras de dor; esses fármacos também podem bloquear outras fibras sensoriais, bem como fibras motoras e autonômicas, e potenciais de ação nos músculos esquelético e cardíaco. Histórico COCAÍNA: Primeiro anestésico local descrito Estraído das folhas de Erythroxylon coca Planta nativa utilizada por povos andinos 1860: Newmann (observou a capacidade da cocaína em produzir entorpecimento), isola a cocaína (perda de gosto e da sensação de dor); 1884: Carl Koller, introduziu a cocaína como anestésico tópico para cirurgias oftálmicas; Sigmund Freud – estudou suas propriedades farmacológicas Halstead – popularizou o uso da cocaína em anestesia infiltrativa e bloqueios nervosos. - Várias mortes por cocainização aguda – baixo índice terapêutico da cocaína – droga com potencial de abuso 1902: elucidação estrutural e síntese 1904: Einhorn, síntese de outros anestésicos locais (menos tóxicos) 1905: Síntese da Procaína (Novocaína®) 1943: Löfgren, síntese da Lidocaína. Fisiologia da nocicepção Carmem Eduarda R. Flores Uma nocicepção refere-se à ativação de fibras nervosas sensoriais primarias por estímulos nocivos (temperatura, perturbações mecanicas intensas, substancias quimicas). Os nociceptores possuem em suas membranas celulares receptores (ex: bradicinina), que são liberados nas células adjacentes que sofrem lesão. Transmissão da sensação da dor FIBRAS NERVOSAS QUE CONDUZEM DOR: fibras Aδ e fibras C. PRIMEIRA E SEGUNDA DOR Aδ = PRIMEIRA DOR rápida e de curta duração C = SEGUNDA DOR lenta e de longa duração Obs: se sentir a primeira dor a anestesia ainda não está completa. SENSIBILIDADE AO BLOQUEIO Fibras motoras tem menor sensibilidade ao bloqueio primeiro bloqueia a dor depois o movimento Bloqueio nervoso diferencial; distância crítica SEQUENCIA GERAL DE OCORRÊNCIA DE DÉFICITIS FUNCIONAIS: 1. Autonômicas 2. Dor (primeira e segunda dor) 3. Sensibilidade térmica (frio, calor) e tátil 4. Pressão profunda e vibração 5. Proprioceptivas (pressão, posição ou estiramento) e motoras Transmissão da sensação da dor: vias da dor ANALGÉSICOS: bloqueiam de forma específica as vias de dor exercem suas ações em receptores específicos nos nociceptores primários e no SNC. ANESTÉSICOS LOCAIS: bloqueiam de forma inespecífica as vias sensoriais periféricas (dor), motoras e autonômicas. Relação entre a estrutura-atividade dos anestésicos locais CONSTITUIÇÃO DA MOLÉCULA TÍPICA: GRUPO AROMÁTICO: confere lipofilicidade (hidrofobicidade) à molécula TERMINAÇÃO AMINA SECUNDÁRIA OU TECIÁRIA: confere hidrossolbilidade à molécula CADEIA INTERMEDIÁRIA (ÉSTER OU AMIDA): influencia no metabolismo e efeitos adversos (alergenicidade) - Características lipofílicas – essenciais para a transposição de barreiras anatômicas; - Características hidrofílicas – evita a precipitação do fármaco quando exposto ao liquido intersticial. ÉSTER: maior potencial alergênico, relativa instabilidade em solução e rápida hidrólise por enzimas amplamente encontradas em plasma e diferentes tecidos (esterases), as quais geralmente determina duração de efeito menor. - um dos principais produtos da quebra de anestésicos do tipo éster é o ácido para-aminobenzóico (PABA), o que os associa a maior frequência de reações de hipersensibilidade. AMIDA: relativamente estáveis em solução, raramente desencadeiam resposta alérgica e sofrem lenta biotransformação hepática. Hidrofobicidade (grupo aromático), difusão e ligação dos AL Para ser efetivo, um anestésico local deve distribuir-se e difundir-se através da membrana e, por fim, dissociar-se dela = compostos com hidrofobicidade moderada. O sítio de ligação do AL - resíduos hidrofóbicos: fármacos mais hidrofóbicos ligam-se de modo mais firme ao sítio-alvo, aumentando a potência do fármaco. (OBS: moderadamente hidrofóbicos são mais efetivos clinicamente) Influência do pH Como aminas não protonadas, os anestésicos locais tendem a ser apenas ligeiramente solúveis. Por essa razão, eles geralmente são comerci alizados sob a forma de sais hidrossolúveis, em geral cloridratos. Visto que os anestésicos locais são bases fracas (os valores de pKa geralmente variam de 8-9), seus sais de cloridrato são ligeiramente ácidos. Essa propriedade aumenta a estabilidade dos anestésicos locais do tipo ésteres e das catecolaminas acrescentadas como vasoconstritores. Nas condições habituais de administração, o pH da solução do anestésico local entra rapidamente em equilíbrio com o pH dos líquidos extracelulares. PROCESSO INFLAMATORIO E INFECCIOSO produz substancia ácida redução do pH anestesia não funciona bem pois os tampoes fisiologicos não tamponam o anestésico redução das formas não ionizadas deve-se tratar inflamação e a infecção pois pode facilitar a saída de bacterias para a circulação. Mecanismo de ação GRUPO AROMÁTICO GRUPO AMINO: pKa maior = mais formas protonadas em pH fisiológico (7,4) CANAL DE SÓDIO REGULADO POR VOLTAGEM: Os anestésicos locais impedem a transmissão de impulsos atraves do bloqueio de canais de sódio, o qual existe em tres estados conformacionais: aberto, inativo e em repouco. - BLOQUEIO DOS CANAIS DE SÓDIO VOLTAGEM DEPENDENTES – anestésico (protonada) se liga a um sítio de inativação Hipótese do receptor modulado Os anestésicos locais possuem maior afinidade pelos estados fechado, aberto e inativado dos canais de sódio do que pelo estado de repouso. O canal de sódio regulado por voltagem pode assumir varias conformações diferentes. Os anestésicos locais possuem afinidades diferentes pelas diferentes conformações do canal, a qual altera a cinética de ativação. Dependência de frequência e voltagem: inibição tônica e fásica (dependente do uso) Quando existe um longo intervalo entre os potenciais de ação o nível de inibição de cada impulso é igual = TÔNICA Quando o intervalo entre os níveis de inibição aumenta o nível de inibição aumenta a cada impulso sucessivo = FÁSICA A lesão ou o traumatismo teciduais provocam descarga espontânea dos nociceptores na área prejudicada. Por conseguinte, a aplicação de um anestésico local tende a bloquear os nociceptores locais de maneira fásica, inibindo a transmissão da dor em maior grau do que a transmissão de outros impulsos sensoriais ou motores locais bloqueados apenas tonicamente. Farmacocinética ABSORÇÃO Fármacos com propriedades vasodilatadoras (procaína e lidocaína): podem aumentar sua própria absorção Asorção por via tópica varia conforme a área em que foi aplicado. DISTRIBUIÇÃO Ao entrar na circulção, liga-se parcialmente às proteínas plasmáticas (-1 glicoproteína ácida e em menor grau à albumina) e às hemacias. Quanto mais lipofílico o farmaco, maior o Vd (volume de distribuição) Fármaco livre difunde-se facilmente através das barreiras biológicas - SNC - Placenta – podendo produzir depressão cardiaca grave no feto METABOLISMO E EXCREÇÃO Éster: inativados por hidrolise (alguns metabolizados por colinesterases) – produtos da hidrolise podem sofrer biotransformação hepatica Amida: metabolismo essencialmente hepático. Pelas principais vias de hidroxilação aromatica, N-desalquilação e hidrólise da amida. OBS: alguns metabolitos do AL retem atividade farmacologica e podem causar efeitos tóxicos. EX: metabolito da lidocaína – sedação. Efeitos farmacológicos SNC Testes psicomotores e relatos subjetivos de sonolencia dos pacientes em doses odontologicas; Efeitos analgésicos e anticonvulsivantes emdoses subtóxicas. GRUPO AROMÁTICO GRUPO AMINO: pKa maior = mais formas protonadas em pH fisiológico (7,4) SINAIS E SINTOMAS DE EFEITOS TÓXICOS - INICIAIS: sensação de atordoamento e vertigem, seguida de disturbios visuais e auditivos, apreesão, desorientação e atividade muscular involuntária (natureza excitatória). Respostas depressoras também podem ocorrer (fala assastada, sonolencia e inconsciencia) - CONCENTRAÇÕES SANGUINEAS ELEVADAS: fasciculações e tremores musculares se intensificam e evoluem para convulsões tônico-clônicas generalizadas- atividade convulsiva comumente seguida por estado de depessão do SNC identico à anestesia geral. - DOSES EXCESSIVAMENTE ALTAS: deficiencia resiratória, que se não tratada pode evoluir para coma e morte. SISTEMA CARDIOVASCULAR Leitos vasculares periféricos: efeitos dependem do AL, concentrações e tônus simpático no local; reduze o tonus vascular relacionando com a função autonomica; causam vasodilatação quando adminitrados por via submucosa. - DOSES TÓXICAS: podem causar dilatação arteriolar e hipotensão profunda Miocárdio: antiarrítmicos (uso clinico) - DOSES TÓXICAS: excitabilidade da membrana e velocidade de conduçção deprimidos; bradicardia sinusal e contratilidade reduzida = redução do débito cardíaco. Hipóxia: exacerbação destes efeitos Resiração mantida artificialmente: mesmo assim ocorre colapso crculatório após doses excesivamente altas. OBS: quanto mais lipofilico o anestésico, maiores os efeitos cardiotóxicos. OUTROS EFEITOS De 4 a 7 ug/mL: - EFEITOS DA FASE ESTIMULATÓRIA - Sintomas: apreensão, fala abundante e desconexa, contração de grupos musculares isolados, tremor nas mãos e nos pés - Sinais: sensação de tontura, “zumbido”, visão desfocada, anestesia na região perioral e na língua, aumento da PA, taquicardia e taquipnéia - EFEITOS DA FASE DEPRESSORA - Fraqueza muscular - Sonolencia - Diminuição minima da frequência cardíaca e da profundidade respiratória. Acima de 7 ug/mL: - EFEITOS DA FASE ESTIMULATÓRIA - Sinais: convulsão tônico-clônica, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, ineficácia da respiração durante a convulsão - EFEITOS DA FASE DEPRESSORA - Depressão dos centros medulares corticais - Ausência de resposta - Inconsciência, que pode evoluir para coma, dependendo da intensidade da dose - Depressão das funções cardiovasculares e respiratórias Melhor posição para colocar o paciente: DEITADO EM POSIÇÃO SUPINA Efeitos adversos TOXICIDADE SISTÊMICA Concentrações sanguíneas excessivas - injeção intravascular - administração de grandes quantidades Precauções: 1. Utilizar a menor dose que proporcione anestesia eficaz; 2. Utilizar tecnicas de injeção apropriada, incluindo aspiração; 3. Na ausencia de contra-indicações (hisória do paciente ou necessidade operatória), utilizar vasoconstritor. Riscos: convulsões; depressão respiratória; colapso cardiovascular. Se ocorrer resposta adversa mesmo com esses cuidados: colocar o paciente deitado em posição supina e deve ser administrado oxigênio Convulsões: - Geralmente autolimitadas: realizar ventilação de suporte e proteção do paciente contra ferimentos. - Crises intensas ou prolongadas com risco de hipóxia: benzodiazepínico (diazepam) intravenoso RESPOSTAS TECIDUAIS LOCAIS ANESTÉSICO LOCAL: relativamente não irritante aos tecidos Injeção intraneural acidental danos no nervo pela cobinação de AL não diluido, pressão hidrostática e lesão física direta.. Podem induzir necrose focal no tecido muscular esquelético proximo ao sitio de injeção (dano revertido em algumas semanas) Uso de vasoconstritores podem causar ou exacerbar uma resposta tecicual local: EPINEFRINA: hipóxia tecidual ( redução do fluxo sanguineo e aumento do consumo de oxigenio) NOREPINEFRINA: pode causar necrose isquêmica mais comumente do que outros vasoconstritores Anestesia com vasoconstritor é perigosa em áreas irrigadas por artérias terminais (nariz, dedos) Na odontologia a irritação tecidual pode provocar maior incidencia de dor pós-anestésica no sítio de injeção em pacientes que recebem formulações anestésicas contendo vascoconstritores. REAÇÕES IDIOSSINCRÁTICAS Reações tóxicas a quantidades mínimas de AL Decorrente ansiedade, vasoconstritor ou injeção IV FENÔMENOS ALÉRGICOS Raramente ocorre reações alérgicas, mas quando ocorrem envolvem: Derivados éster do ácido p-aminobenzóico Conservantes (metilparabeno e sulfitos) Respostas dermatológicas OBS: Metilparabeno – proibido nos EUA desde 1984 - Brasil – não é obrigatória a indicação na bula e seu uso não é regulado pela ANVISA Reações alérgicas ao AL: tratadas com anti-histaminicos Reações anafiláticas graves: adrenalina Interações medicamentosas com anestésicos locais anestésicos gerais, barbitúricos e analgesicos opioides: efeitos depressores do SNC somatórios. lidocaína combinada com outro fármaco antiarrítmico: pode gerar ditúrbios profundos no automatismo e condutibilidade cardíacos, muito maiors do que qualquer um dos compostos causaria se utilizado isoladamente. inibidores do CYP3A4 (eritromicina) e da CYP1A2 (fluvoxamina: podem aumentar ligeiramente as concentrações plasmaticas de lidocaina e agentes correlatos. a procaína e alguns outros anestésicos locais (benzocaína, tetracaína) são metabolizados, gerando ácido p-aminobenzóico. A ação antibacteriana das sulfonamidas é competitivamente antagonizada por esse metabólito. Usos terapêuticos gerais dos AL Anestésico em diferentes técnicas Tratamento de arritmias cardíacas, especialmente ventriculares Os anestésicos locais também têm sido usados, com sucesso variável, para tratar a tosse prolongada e laringospasmos, e como medicação analgésica e anticonvulsivante intravenosa. Um adesivo contendo lidocaína a 5% está aprovado para alívio de nevralgia pós-herpética. O efeito anti-inflamatório da lidocaína tem sido utilizado para tratar o íleo paralítico pós-operatório. Critérios de escolha das soluções anestésicas Duração da anestesia pulpar; Necessidade de hemostasia; Lidocaína Mepivacaína Prilocaína Mepivacaína Condições sistemicas do paciente. ELIMINAÇÃO DAS SENSAÇÕES NOCICEPTIVAS Tipos dos anestésicos Lidocaína USOS: Diversas técnicas anestésicas Pode ser administrado por via IV para o tratamento de arritmias cardíacas em serviços de urgencia cardiológica e UTIs. FARMACOCINÉTICA: Absorvida pelo TGI, sofre metabolismo de primeira passagem, biodisponibilidade de 35% por via oral; Após administração intravenosa em bolo, é rapidamente distribuida aos tecidos altamente vascularizados; segue lenta fase de eliminação com redistribuição aos musculos e tecido adiposo. Pode ser administrada por via intramuscular; Na circulação liga-se a proteínas plasmáticas (60-80%) Concentração obtida no leite materno pode chegar a 40% da obtida no plasma. Volume de distribuição (Vd) reduzido em ICC e elevado em doença hepática. Sofre biotransformação hepática (90%) gerando metabólitos ativos, que podem contribuir para efeitos tóxicos (concentração maior ou igual a 5µg/mL); Menos de 10% eliminada inalterada na urina (em pacientes com função renal seriamente comprometida por haver toxicidade pelo acúmulo de metabólitos) Meia-vida de distribuição (7-30 min) e de eliminação (1,5-2 horas) Mepivacaína Baixo efeito vasodilatador pode ser utilizado sem vasoconstritor (não recomendado); USOS: Anestesias infiltrativas e bloqueios periféricos; Não efeitva em uso tópico. FARMACOCINÉTICA: Taxa de ligação a proteínas plasmáticas de 75%; Metabolismo hepático; Meia vida de 2-3 horas em adultos e 9 horas em neonatos. Prilocaína Amplo uso na odontologia Contém felipressina como vasoconstritor (útil em pacientes ondeas aminas simpatomiméticas são contra-indicadas); Contra-indicado para gestantes e portadores de insuficiencia cardiaca ou respiratória; Pode causar metehemoglobinemia; Articaína Mepivacaína Bupivacaína Mepivacaína Ropivacaína Mepivacaína Associada a maior incidencia de lesões nervosas após ingeção para bloqueio do nervo alveolar inferior do que com lidocaina e mepivacaina. FARMACOCINÉTICA: Na circulação, liga-se a proteínas plasmáticas (55%) e distribui-se a diferentes tecidos No fígado sofre conversão a metabólitos mais hidrossolúveis (o-toluidina e N-n-propilalanina) Excretado na urina, com meia-vida de eliminação de 1,6 horas Articaína Rápido início de efeito e duração de ação intermediária. Amplamente utilizada na Europa para procedimentos Odontológicos, tem-se mostrado um fármaco seguro com baixa incidência de efeitos adversos A alta concentração (4%) do agente pode acentuar o perigo de injeção intravascular e o risco de lesões aos nervos na imediata vizinhança da injeção, afetando especialmente os nervos lingual e alveolar inferior após o bloqueio do nervo alveolar inferior. Aumenta o risco de parestesia. Em altas doses, pode causar METEHEMOGLOBINEMIA semelhante à prilocaína Contra-indicada para pacientes com metemoglobinemia idiopática ou congênita, anemia, insuficiência cardíaca ou respiratória e aos alérgicos a enxofre; FARMACOCINÉTICA: Rapidamente inativada por esterases plasmáticas (meia-vida de 27 min) Bupivacaína Empregada em procedimentos de maior duração ou que se deseja analgesia pós operatória prolongada. Mais cardiotóxica do que a lidocaína Em cirurgias obstétricas, foi relatado casos de parada cardíaca de difícil recuperação. Na odontologia, este fato é pouco provável de ocorrer. FARMACOCINÉTICA: Liga-se de 82-96% às proteínas plasmáticas Excretada no leite materno em pequenas quantidades Biotransformada no fígado, sendo 5% excretado inalterado na urina A excreção renal é afetada por perfusão renal e pH urinário Meia-vida de eliminação em neonatos é de 25 horas enquanto que na mãe é de 1,25 hora Ropivacaína Propriedades físico-químicas semelhantes a Bupivacaína, porém com menor potência. Apresenta maior índice terapêutico do que a Bupivacaína, sendo menos cardiotóxica. Dispensa o uso de vasoconstritor. NÃO está disponível para uso Odontológico. Etidocaína Mepivacaína Diclonida Mepivacaína Procaína, tetracaína e benzocaína Etidocaína Longa duração (tubetes odontológicos fora do Brasil) Assemelha-se estruturalmente à lidocaína Empregada em procedimentos de maior duração ou que se deseja analgesia pós operatória prolongada. Diclonida Anestésico tópico (cetona). Usada para dor em mucosite oral após radiação ou quimioterapia. Pode produzir irritação e leve sensação de ferroada no local da aplicação. NÃO está disponível no Brasil. Procaína, tetracaína e benzocaína Anestésicos locais do tipo éster, comercializado no Brasil. Apenas em preparações para uso tópico usados em Odontologia Vascoconstritores Importância ANESTÉSICOS LOCAIS VASODILATAÇÃO - maior velocidade de absorção do AL para o sistema cardiovascular - elevados níveis plasmáticos com risco de toxicidade - menor duração de ação - maior sangramento no local VASOCONSTRITORES VASOCONSTRIÇÃO - redução do fluxo sanguíneo local - retardo da absorção do AL para o sistema cardiovascular - menor risco de toxicidade - permanência de maior volume do AL no local (aumento da duração da ação) Aminas simpatomiméticas (adrenérgicos) ADRENALINA (EPINEFRINA): 1:200.000 mais comumente utilizada como vasoconstritor age em alfa-1 e promove a vasoconstritor e após liga-se em beta-2 para que ocorra a vasodilatação. evita a necrose e descamação de mucosas; não altera a pressão arterial. EA: estimulação do SNC, arritmias frequentes, aumento da pressão sistólica e diastólica (hemorragia cerebral); Complicações do uso – SOBREDOSAGEM OBS: estresse – aumento da liberação endógena de adrenalina. NORADRENALINA (NOREPINEFRINA): 1: 50.000 Potencia reduzida em relação à adrenalina Uso relacionado à necrose e descamação das mucosas (especialmente quando administradas no palato); Deve ser evitada com a finalidade hemostática LEVONORDEFRINA: potência 6 vezes menor que a adrenalina; FENILEFRINA: potência 20 vezes menor que a adrenalina; Pode induzir contração uterina em gestantes. Análogos da vasopressina (não simpatomimético) FELIPRESSINA: VANTAGEM: menor repercussão sobre o sistema cardiovascular INDICAÇÃO: em caso de contra-indicação ao uso de vasoconstritor adrenérgico CONTRA-INDICAÇÃO: pacientes com angina (constrição dos vasos coronarianos); pacintes que já sofreram infarto; gestantes ou mulheres com história de aborto espontâneo (aumenta a contratilidade do musculo cardíaco). Segurança INTOXICAÇÃO USO INADEQUADO - injeções intravasculares - concentrações elevadas - aplicações rápidas - grandes volumes Efeitos da sobredosagem dos vasoconstritores do grupo das aminas simpatomiméticas SINAIS: aumento da PA; taquicardia; arritmias cardíacas; hiperventilação. SINTOMAS: palpitação; cefalía pulsátil; ansiedade; palidez; dificuldade respiratória. MELHOR POSIÇÃO PARA COLOCAR O PACIENTE: SENTADO (verificar a pressão arterial e pulsação a cada 5 minutos) Anestesia local em pacientes que requerem cuidados adicionais CRIANÇAS: Anestésico mais indicado por sua segurança e eficácia - Lidocaína a 2% com epinefrina a 1:100.000 ou 1:200.000 Articaína – não deve ser usada em pacientes menores do que 4 anos – não há estudos controlados que comprovem a sua segurança nesta faixa etária. O uso de anestésico sem vasoconstritor - possibilidade de dose excessiva Prilocaína – pode aumentar a taxa de metehemoglobinemia OBS: A maioria dos casos fatais por sobredosagem descritos na literatura ocorreram em crianças IDOSOS: Avaliar a presença de patologias sistêmicas (alterações cardiovasculares, diabetes e doenças degenerativas), escolhendo a solução anestésica de acordo com o procedimento e a condição de saúde sistêmica do paciente Alterações farmacocinéticas mais importantes nos idosos: - Menor absorção de ferro - Diminuição da albumina plasmática - Substituição de massa muscular por gordura - Diminuição das reações de fase I do metabolismo OBS: A idade acima de 60 por si só não é fator limitante para anestesia e sim a situação sistêmica GESTANTES: Lidocaína a 2% com epinefrina a 1:100.000 ou 1:200.000 (não ultrapassar 2 tubetes por sessão) - PRILOCAÍNA – B - LIDOCAÍNA – B - BUPIVACAÍNA – C - MEPIVACAÍNA – C - ARTICAÍNA – C - BENZOCAÍNA – C - EPINEFRINA LACTANTES: Lidocaína a 2% com epinefrina a 1:100.000 ou 1:200.000 (2 a 4 tubetes por sessão) PACIENTES COM DOENÇA CARDIOVASCULAR CONTROLADA: No máximo 2 tubetes de anestésico local com epinefrina a 1:100.000 ou 4 contendo anestésico local com epinefrina 1:200.000 Pode-se tb usar a prilocaína a 3% associada a felipressina a 0,03 UI/mL (máximo de 3 tubetes) Ou mepivacaína a 3%, caso o procedimento seja muito curto e não seja necessário o controle do sangramento PACIENTES DIABÉTICOS Na presença de alergia a bissulfito de sódio (mais comum em asmáticos cuja crise só é resolvida pelo uso de corticóides) deve-se usar: - Prilocaína a 3% com felipressina a 0,03 UI/mL ou - Mepivacaína a 3% sem vasoconstritor Não se deve usar anestésico contendo amina simpaticomimética como vasoconstritor PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA Lidocaína a 2% com epinefrina a 1:100.000 ou 1:200.000 (usar menos de 2 tubetes por sessão) PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA Entrar em contato com o médico para avaliar o grau de alteração (anestésicos utilizados em odontologia são metabolizados pelo fígado)PACIENTES COM PORFIRIA HEPÁTICA Bupivacaína a 0,5% com epinefrina a 1:200.000 - Caso já tenha sido utilizados em outros procedimentos lidocaína e mepivacaína sem agravamento do dano hepático, estas podem ser utilizadas Cálculo de dose de anestésico - Criança com 20 Kg = (2,4 tubetes/sessão) - Adulto com 60 Kg = (7,3 tubetes/sessão) - Adulto com 100 kg = (8,3 tubetes/sessão) Doses máximas de vasoconstritores PACIENTES SAUDÁVEIS E COM ALTERAÇÃO CARDIOVASCULAR COMPENSADA
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