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Revogação de prisão preventiva
 Rafael resolve entrar no mundo do crime. Sem esperança e sem emprego, entende que a única solução é falsificar notas de reais e colocá-las em circulação o mais rápido possível. Usa toda sua experiência de gráfico, desenhista e engenheiro. Adquire maquinário e monta, em sua residência, num dos cômodos, uma verdadeira sala de falsificações. As primeiras notas são idênticas, Rafael começa a gastá-las e seu comportamento extravagante começa a chamar a atenção de vizinhos que não o veem trabalhar e mesmo assim desfilando com carros importados e roupas novas. O fato é noticiado à polícia e a investigação começa.
 O ilustre Delegado procede com algumas diligências sigilosas, ouve testemunhas, recebe informações da receita federal e as suspeitas se tornam veementes. Lojistas e vendedores são ouvidos. Em um determinado dia, ao sair de uma loja de uma grife masculina famosa, um dos policiais se identifica à atendente e pergunta como Rafael pagou as mercadorias. A atendente informa que a compra alta foi toda paga em dinheiro vivo. Uma das notas é trocada pelo policial e este a leva para perícia. 
O resultado sai em alguns dias e é de falsificação quase perfeita de notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20. Munido desta informação, com base no art. 311 do CPP, o Delegado requer a imediata prisão preventiva de Rafael com base nos indícios de autoria, de materialidade, de garantia da ordem econômica, da garantia da ordem pública e da conveniência da instrução criminal. 
A ordem é deferida e o mandado judicial é expedido pelo juízo competente, mencionando-se inclusive que Rafael pode ser perigoso e integrar organização criminosa internacional de falsificadores. Rafael é preso em casa por volta das 12h do dia seguinte, levado à Delegacia e confessa ao Delegado informando que irá contribuir com as investigações. Você, contratado por Rafael, interponha medida jurídica cabível específica, diversa de Habeas Corpus, abordando todos os fatos e fundamentos jurídicos pertinentes
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX UF XXX
Autos sob nº: xxxxxxxxxx
Rafael, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, atualmente recolhido no setor de carceragem temporária da delegacia de polícia civil desta cidade, por intermédio de seu defensor constituído, conforme instrumento particular de procuração em anexo, vêm, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
Com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, e no artigo 316 do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
DOS FATOS	
Rafael encontrava-se em meio a uma dificuldade financeira tendo em vista o cenário pandêmico, onde diversos trabalhadores vieram a perder seus cargos e o nível de desemprego só crescia no país. Rafael então com medo e sem esperança resolveu falsificar notas de reais pensando ser esta a única solução para sair daquela situação.
	Fato é que sem mesmo trabalhar Rafael estava vivendo uma vida tranquila e sem muita dificuldade e isto veio a chamar a atenção da vizinhança que veio a noticiar o caso à polícia. A partir de então foi dado inicio as investigações onde foram ouvidas algumas testemunhas, feitas algumas diligencias sigilosas e ter acesso a algumas informações da receita federal.
	Portanto fora comprovado que Rafael estava cometendo o crime de falsificação de moeda onde ele mesmo veio a confessar o crime onde já se encontra arrependido e está disposto a colaborar com todas as investigações.
DO DIREITO
Como trata-se de prisão preventiva conforme está disposto no artigo 312 do CPP:
	Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado
Observa-se que, no caso em tela, não há presente nenhum dos fundamentos que ensejam prisão preventiva, uma vez que:
a) O Requerente é primário e portador de bons antecedentes, logo não há risco à ordem pública se em liberdade o Postulante	
b)  não há indícios de que o Postulante em liberdade ponha em risco a instrução criminal nos autos e tão pouco venha a praticar tal ato novamente visto que se encontra arrependido e está disposto a colaborar com as investigações.
c)  tem o Requerente residência fixa na rua x, nº x, bairro X, cidade x, UF X, portanto não há risco à aplicação da lei penal.
Dessa forma, é perfeitamente cabível que sejam impostas medidas cautelares diversas a prisão preventiva visto que.
Art. 321.  Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
Art. 319.  São medidas cautelares diversas da prisão:
I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II - Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
VI - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;     
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;  
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - Monitoração eletrônica.   
Portanto, a liberdade poderá ser concedida ao requerente, decretando, subsidiariamente, as medidas cautelares diversas da prisão, conforme preconiza os artigos 319 e 320 ambos do código de processo penal, isto porque, as suas circunstancias e condições pessoais dão ensejo a aplicação de tais medidas.
 DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer, encarecidamente a Vossa Excelência, nos termos do artigo 316 do CPP, a revogação da prisão preventiva do requerente, com a consequente expedição de Alvará de Soltura.
Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda necessário e adequado que se adotem medidas cautelares diversas a prisão insculpida no artigo 319 do Diploma processual penal.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Munícipio, data
ADVOGADO
OAB nº xxxxx

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