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Revogação da prisão preventiva

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ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA 
 
E-mail: j.soares.jus@gmail.com Fone: (91) 99343-5497 
Endereço: Av. Marechal Castelo Branco, 169, Centro – Moju-PA. 
AO MM. JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE MOJU 
- ESTADO DO PARÁ. 
 
 
 
 
 
 
Processo nº 0800223-25.2021.8.14.0031 
 
 LUILTON SOUSA E SILVA, já qualificado nos autos em 
epígrafe, vem, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, 
RERQUERE A REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com fundamento 
no art. 316 do CPP, pelos fatos e fundamento a seguir expostos. 
 
I - SINTESE DOS FATOS 
O indiciado teve sua prisão preventiva decretada em 
audiência de custódia no dia 03 de Março de 2021, por supostamente ter 
participado da tentativa de crime de homicídio. A decisão que decretou a prisão 
preventiva está fundamentada na gravidade do delito em comento, bem como na 
garantia da ordem pública, mesmo diante da primariedade do custodiado. 
É o cabe relatar. 
Inexiste, até o presente momento qualquer fato concreto que 
leve a ilação de que em liberdade o custodiado poderá atentar contra a ordem 
pública, a conveniência da instrução criminal ou burlar a aplicação da lei penal ou 
que justifiquem a manutenção da prisão preventiva imposta ao Paciente. 
 
II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
a) DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS 
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ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA 
 
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Endereço: Av. Marechal Castelo Branco, 169, Centro – Moju-PA. 
 
Não querendo adentrar no mérito da causa, é importante 
ressaltar, que Luilton estava somente na companhia de Rogério, o que foi 
confirmado pela testemunha, que os caminhando em direção a propriedade 
Socoquinha, conforme (documento nº 24247827), não houve ciência e muito 
menos voluntariedade em participar da conduta criminosa imputada. 
Ao chegarem no local, o suposto atirador “DINEI” já estava 
lá, pois é muito comum o furto de açaí naquele local, conforme afirmado pela 
testemunha que é morador da região, sendo plenamente possível que, ao adentrar 
ali, outras pessoas fossem avistadas praticando furto de açaí. Embora os 
comentários sejam de que o suposto atirador tenha sido o nacional “DINEI”, que 
segue foragido, a própria vítima sequer avistou quem foi o autor do disparo. 
 
Dispõe o art. 5º, inciso XLV da CF que: 
“XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido”. (Grifei) 
A missão deste princípio é assegurar que terceiros inocentes, 
não respondam por infração perpetrada por outrem, refutando a punição de quem 
nada tenha com o delito e reforçando que somente o delinquente é que deve arcar 
com as decorrências de sua prática. 
Por outro lado, a dignidade da Pessoa Humana, com 
previsão expressa no art. 1º, III, da Constituição Federal, a é um princípio regente, 
que possui alguns aspectos processuais, sendo um deles, a presunção de inocência. 
Com previsão no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88, dispõe 
que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória. 
 A presunção de inocência é corolário da dignidade da 
pessoa humana, impondo que não se pode considerar culpado alguém desprovido 
de condenação definitiva. 
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Diante da inexistência de indícios suficientes de que o 
custodiado tenha sido autor da infração penal, ou ao menos tenha participado, 
consciente e voluntariamente, para a prática do delito, não há fundamento para 
manutenção da prisão. 
 
b) DA AUSENCIA DE REQUSITOS PREVISTO NO ARTIGO 312 DO 
CPP 
Não há nenhuma prova nos autos de que Luilton sabia que 
Dinei estava armado, não sendo prudente presumir o contrário disso. 
A materialidade do crime existe, há uma vítima que foi 
atingida no braço por disparo de arma de fogo, que felizmente passa bem. 
 Por outro lado, não existe prova de autoria em desfavor de 
Luilton, sendo que, o ora indiciado, apenas quis praticar crime menos grave, qual 
seja, o furto de açaí, em nenhum momento participou da conduta de Dinei, que 
agora segue foragido, enquanto Luilton está preso e indiciado por crime que não 
cometeu, muito menos participou. 
Volto a frisar que a própria testemunha ouvida na fl. (doc. nº 
24247827) corrobora para esse entendimento, pois o mesmo afirma que viu 
somente Luilton e Rogério, indo em direção a propriedade Socoquinha, e nenhum 
deles portava arma de fogo. Isso demonstra que Dinei já estava no local dos fatos, 
onde é comum o furto de açaí. 
O art. 29 do Código Penal, dispõe que “se algum dos 
concorrentes quis participar de crimes menos grave; ser-lhe-á aplicada a pena deste 
(...)” 
O Art. 312, caput, do Código de Processo Penal dispõe que: 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como 
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do 
crime e indício suficiente de autoria. 
No caso em análise, não há os requisitos para manutenção da 
prisão preventiva, não existe prova suficiente de autoria. 
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Endereço: Av. Marechal Castelo Branco, 169, Centro – Moju-PA. 
Outrossim, observa-se que o indiciado é primário e tem bons 
antecedentes, logo, não possui personalidade perigosa, sendo assim não há risco à 
ordem pública caso seja posto em liberdade. 
Também não há indícios nos autos de que a liberdade do 
requerente coloque em risco a aplicação da lei penal, uma vez que possui 
residência fixa na (Vila Curuperé, próximo a caixa d’água, nos fundos da casa do 
senhor conhecido como “serra osso”, na Zona Rural de Moju-Pa). Do mesmo 
modo, embora o paciente seja demitido do atual emprego, o mesmo possui 
capacidade e aptidão física para prover o próprio sustento e de sua família, que 
dependem exclusivamente do ora paciente. 
Ademais, também é importante observar que não há risco à 
instrução criminal, haja vista que não existem informações nos autos sobre o réu 
ter tentado destruir provas ou coagir testemunhas. 
Em suma, basear a decisão que decretou a preventiva apenas 
na gravidade abstrata do crime, consiste em inobservância do disposto no art. 312 
do Código de Processo Penal. Nesse sentido, já decidiu o Superior Tribunal de 
Justiça: 
PROCESSO PENA. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO 
DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. TRÁFICO 
DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. 
PRISÃO PREVENTIVA. AUSENCIA DE 
FUNDAMENTAÇÃO. CONTRANGIMENTO ILEGAL 
CARACTERIZADO. HABEAS CORPUS NÃO 
CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA, DE OFÍCIO. [...] 
2. A prisão preventiva, nos termos do art. 312 do CPP, 
poderá ser decretada para garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução 
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, 
desde que presentes provas da existência do crime e 
indícios suficientes de autoria. 3 no caso, não foram 
apontados dados concretos que justifiquem a segregação 
provisória. O magistrado singular utilizou apenas 
fundamentos genéricos relacionados a gravidade 
abstrata do crime de tráfico de drogas e baseou-se em 
elementos inerentes ao próprio tipo penal, deixando de 
observar o disposto no art. 312 do CPP. Nem mesmo a 
quantidade dos entorpecentes apreendida pode ser 
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considerada relevantea ponto de autorizar, po sí só, a 
custódia cautelar do paciente, sobretudo quando considerada 
sua primariedade e seus bons antecedentes. 4. Habeas corpus 
não conhecido. Ordem concedida de ofício, para revogar a 
prisão preventiva imposta ao paciente mediante a aplicação 
de medidas cautelares previstas no art 319 do CPP, a critério 
do Juízo de primeiro grau. (HC 523.057/SP, Rel. Ministro 
Ribeiro Dantas, Quinta Turma, Julgado em 27/08/2019, DJe 
01/09/2019). 
 
Da mesma forma são os pronunciamentos da sexta turma do 
Superior Tribunal de Justiça, in verbis: 
“PROCESSUAL PENAL – HABEAS-CORPUS – PRISÃO 
PREVENTIVA – PRESSUPOSTOS – 
FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE – A prisão 
preventiva, medida extrema que implica sacrifício à 
liberdade individual, concebida com cautela à luz do 
princípio constitucional da inocência presumida, deve 
fundar-se em razões objetivas, demonstrativas da existência 
de motivos concretos susceptíveis de autorizar sua 
imposição. – Meras considerações sobre a gravidade do 
delito, bem como a possibilidade de fuga não autorizam nem 
justificam a decretação de custódia cautelar. – Habeas-
corpus concedido.” (STJ – HC – 16553 – SP – 6ª T. – Rel. 
Min. Vicente Leal – DJU 17.09.2001 – p. 00198) 
Nestes termos, considerando estarem ausentes os requisitos 
elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva deve ser 
revogada, conforme prevê o art. 316 do CPP. 
 
c) DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. 
 
Dispõe o art. 282, § 6º, do Código de Processo Penal que, “A 
prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua 
substituição, por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não 
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cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de 
forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma 
individualizada”. 
Portanto, caso Vossa Excelência entenda não ser possível, 
por ora, a revogação da prisão preventiva, requer-se, desde já, sua substituição por 
medidas cautelares diversas da prisão. 
No presente caso, seria suficiente e adequada a medida 
cautelar consistente em: 
Art. 319 (...) 
Inciso I - Comparecimento mensal em juízo, para informar e 
justificar suas atividades; 
Inciso II - Proibição de acesso a fazenda três irmãos, local 
onde ocorreu a prática delitiva; 
Inciso III - Proibição de manter contato com a vítima; e 
Inciso IV – Proibição de ausentar-se da comarca quando a 
permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
Importante observar que a prisão não deve ser a primeira 
opção, mas sim a última ratio a ser aplicada. Nesse sentido: 
[...] 4. Assim, as particularidades do caso demonstram a 
suficiência, adequação e proporcionalidade da imposição 
das medidas menos severas previstas no art. 319 do 
Código de Processo Penal. 5. Ordem concedida, em menor 
extensão, confirmando a liminar. Para substituir a custódia 
preventiva do paciente por medidas cautelares diversas da 
prisão, as quais deverão ser fixadas pelo juízo de primeiro 
grau. (STJ, Sexta turma, HC 354.831, Rel, Min. Antônio 
Saldanha Palheiro, julgado em 25/06/2019) 
 
Cumpre salientar que as medidas cautelares deverão ser 
aplicadas de forma adequada à gravidade do crime, circunstâncias do fato e 
condições pessoais do acusado, conforme art. 282, II do Código de Processo Penal. 
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Por fim, a recomendação 62/2020 do CNJ, emanada por 
conta do momento de notório e público de pandemia que vivemos, na qual 
aconselha que não haja o encarceramento em massa. 
 
 Art. 4º. Recomendar aos magistrados com competência para 
a fase de conhecimento criminal que, com vistas à redução dos riscos 
epidemiológicos e em observância ao contexto local de disseminação do vírus, 
considerem as seguintes medidas: 
 (...) 
 III – a máxima excepcionalidade de novas ordens de prisão 
preventiva, observado o protocolo das autoridades sanitárias.’’ 
III - DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO 
PREVENTIVA, expedindo-se o respectivo alvará de soltura, para que seja o 
requerente seja posto imediatamente em liberdade. 
Subsidiariamente, a aplicação de medidas cautelares 
diversas da prisão, observando a necessidade de fundamentadamente. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Moju, 15 de Fevereiro de 2021. 
 
JAILSON SOARES DA SILVA 
OAB/PA 31108-A 
 
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	III - DO PEDIDO

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