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Hemostasia: manter o sangue no estado fluido e livre de coágulos nos vasos normais e para formar rapidamente um tampão localizado nos vasos lesados. Trombose: estado patológico em que ocorre a ativação inapropriada dos processos hemostáticos normais. Distúrbios de sangramento: insuficiência da hemostasia • Hemofilia – tratada com transfusão de fator VIII – preparado com técnicas de DNA recombinante; • Deficiência de vitamina K – tratada com suplemento desta vitamina na dieta (cirrose hepática). Pacientes com alto risco de hemorragias • Não é papel do cirurgião-dentista diagnosticar ou tratar pacientes com disfunções de hemostasia, cabendo ao dentista: • Manutenção de prevenção das hemorragias na clinica odontológica • Conhecimento dos recursos farmacológicos e não farmacológicos para o controle do sangramento • Avaliação e identificação de pacientes de alto risco e seu encaminhamento para o tratamento especializado e assistido. ⇨ PORTADORES DE COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS (hemofílicos e com doença de von Willebrand) ⇨ USO DE ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS (pacientes com dislipidemias e com doenças cardiovasculares) ⇨ USO DE ANTICOAGULANTES ORAIS (pacientes com risco de processo trombólico) ⇨ USO DE ANTI – INFLAMATÓRIOS ⇨ DOENÇAS HEPÁTICAS (pacientes com hepatopatias graves – hepatites, neoplasias e cirroses) ⇨ DEFICIENCIA DE VITAMINA K Prevenção de hemorragias na clínica odontológica • Anamese, exame clínico e testes laboratoriais ⇨ ANAMNESE: Avaliar o histórico familiar, ocorrência de sangramentos anteriores espontâneos ou não, doenças autoimunes, alterações hepáticas, neoplasias, hipertensão e distúrbios gastrointestinais; estado nutricional, no caso de mulheres - ocorrência de menstruação de longa duração; uso de medicamentos. ⇨ EXAME CLÍNICO: pacientes portadores de alterações na hemostasia geralmente apresentam petéquias e equimoses na cavidade bucal, especialmente nas mucosas, além de sangramento gengival ⇨ AVALIAÇÃO LABORATORIAL: hemograma com contagem de plaquetas, prova do laço, tempo de sangramento, tempo de protrombina, tempo de protrombina ativado e tempo de trombina. • Planejamento cirúrgico e cuidados pré-operatórios • Ato cirúrgico • Pós-operatório ⇨ Recursos não farmacológicos: compressão local, uso de gaze ou rolinhos de algodão embebidos em NaCl 0,9%, uso de gelo, uso de moldeiras de silicone (controla a hemorragia e protege a ferida cirúrgica) ⇨ Em caso de dor NÃO administrar AAS ou outro derivado salicílico – aumenta o risco de sangramento (paracetamol e analgésicos opióides). Fisiologia da hemostasia 1. VASOCONSTRIÇÃO • Mecanismo neurogênico reflexo – vasocontrição reflexa – diminui a circulação sanguínea • Secreção de vasocontritores derivados do endotélio – liberação de endotelina 2. HEMOSTASIA PRIMÁRIA – formação do tampão hemostático primário • Aderência das plaquetas • Reação de liberação de grânulos das plaquetas • Agregação plaquetária e consolidação . 3. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA – cascata de coagulação • Trombina – ativação de várias proteínas e fatores de coagulação. ⇨ RESUMINDO: ocorre um defeito na parede vascular com exposição de colágeno e ativação do fator de von Willebrand; recrutamento de plaquetas, produção de prostaglandinas e ativação dessas plaquetas; em seguida as plaquetas ativadas levam a liberação de fatores (ADP e tromboxano A2) que levam a ativação de mais plaquetas recrutando-as para o local para o tampão plaquetário; ao mesmo tempo têm a ativação da via extrínseca que combina com o fator XA e conversão de protombina em trombina, que converte fibrinogênio em fibrina para formar as redes de fibrina e auxiliar no tampão plaquetário. REGULAÇÃO DA HEMOSTASIA - ativação do plasminogenio tecidual – produção da plasmina -> enzima que degrada os polímeros de fibrina que formaram - heparina > acelera a ação da proteína antitrombina para evitar a ação da trombina plaquetária.; inibe o fator XA também. Patogenia da trombose ⇨ TRÍADE DE VIRCHOW Fármacos utilizados nos distúrbios da coagulação ANTICOAGULANTES varfarina ANTICOAGULANTES heparinas inibidores diretos da trombina AGENTES inibidores da COX ANTIPLAQUETÁRIOS antagonistas da ADP inibidores da glicoproteína lib/lila inibidores da receptação do PDE/adenosina TROMBOLÍTICOS derivados do t-PA estreptouinase FÁRMACOS QUE FACILITAM FATORES DE REPOSIÇÃO A COAGULAÇÃO VITAMINA K FÁRMACOS ANTIPLASMINA AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS – inibidores da COX • AAS – ácido acetilsalicílico (faz acetilação covalente da COX) • MECANISMO DE AÇÃO ⇨ Ácido araquidônico é convertido em tromboxano e prostaglandinas pelas enzimas COX1 e COX2. ⇨ AAS inibe a COX e impede a conversão do ácido araquidônico a tromboxano, resultando na diminuição da ativação plaquetária. • O efeito persiste por toda a vida da plaqueta anucleada – 7 a 10 dias (incapacidade de sintetizar novas enzimas) – necessária síntese de novas plaquetas • Com frequência, é utilizado em associação com outros anticoagulantes (heparina e clopidogrel). • USOS CLÍNICOS ⇨ Tratamento profilático da isquemia cerebral transitória, para reduzir a incidência de IAM recorrentes e diminuir a mortalidade em pacientes pré- e pós-infatados. • DOSAGEM: 50 a 325mg (dependendo dos efeitos adversos) • INTERAÇÃO COM IBUPROFENO: AAS deve ser ingerido 30 minutos antes ou 8 horas depois do ibuprofeno, pois o ibuprofeno impede a ação do AAS na COX-1. • EFEITOS ADVERSOS ⇨ Angioedema; sangramento; broncoespasmo; distúrbios GI; síndrome de Reye; SJS. AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS – inibidores da via do receptor do ADP • Tinclopina (pró-fármacos), clopidogrel, prasugrel e ticagrelor. • MECANISMO DE AÇÃO: antagonistas do receptor P2Y12 de ADP ⇨ não ocorre a agregação plaquetária ⇨ reduz coagulação >COMPARAÇÃO< ⇨ INIBIDORES DA COX: inibição irreversível da COX impedindo a ativação plaquetária– por acetilação ⇨ ANTAGONISTAS DO ADP: antagonizam o receptor do ADP impedindo a agregação plaquetária (reversível (ticragrelor) e irreversível) AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS – inibidores da fosfodiesterase • Dipiridamol (vasodilatador) ⇨ ativação da plaqueta acontece pela inibição d formação do AMPciclico, inibindo a conversão dele em AMP aumnta a quantidade de AMP cíclico e ativa a proteína quinase A e a inativação das plaquetas. ⇨ ineficaz se usado sozinho – administrado com AAS ou Warfarina ⇨ EA: sangramento, tonturas, desconforto gastrointestinal e urticária. • Cilostazol (vasodilatador) ⇨ Altera favoravelmente o perfil lipídico – diminui triglicerídeos e aumenta o HDL. ⇨ Contraindicado para pacientes com insuficiência cardíaca por aumentar a mortalidade naqueles com IC avançada. • EA: cefaleia e sintomas gastrointestinais AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS – antagonistas da GPIIb – IIIa • Abciximabe (anticorpo), eptifibatida e tirofibana (antagonista). ⇨ Antagonizando esse efeito não tem a ligação do fibrinogênio e consequentemente a agregação plaquetária reduzida e não converte fibrinogênio em fibrina. • EA: hipotensão, náusea, emese e trombocitopenia • INTERAÇÕES: ginkgo biloba (aumento de sangramento) ANTICOAGULANTES – varfarina • MECANISMO DE AÇÃO: Antagonista da vitamina K ⇨ Vitamina K provém de vegetais ingeridos na alimentação (folhas verde escuras), sendo importante na ativação de fatores de coagulação produzidos no fígado de forma inativa. ⇨ Varfarina é antagonista da vitamina K impedindo que seja regenerada – desgaste e redução da vitamina K no organismo para evitar que novos fatores de coagulação sejam ativados – reduz a coagulação sanguínea • USOS TERAPÊUTICOS ⇨ Prevenção de trombose aguda de veias profundas de embolia pulmonar, após o tto inicial com heparina ⇨ Prevenção do tromboembolismo venoso durante cirurgias ortopédicas ou ginecológicas ⇨ Profilaticamente em pacientes com IAM, válvulas cardíacas prostéticas ou fibrilação atrial crônica. • EFEITOS ADVERSOS: sangramentos • CONTRAINDICAÇÕES: durante a gestação (teratogênica e abortiva) • ÍNDICE TERAPÊUTICO estreito – interações medicamentos muitoi mportante • INTERAÇÕESMEDICAMENTOSAS: disponibilizar maior quantidade – sangramentos excessivos ⇨ Diminuem o efeito anticoagulante da Varfarina: colestiramina, barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, rifampicina, Vitamina K (reduzida) ⇨ Aumentam o efeito anticoagulante da Varfarina: hidrato de cloral, amiodarona, clopidogrel, etanol, fluconazol, fluoxetina, metronidazol, sufametoxazol, antibióticos de amplo espectro, esteroides anabólicos (testosterona) ANTICOAGULANTES – heparina não fracionada e heparinas de baixo peso molecular ⇨ Inibição do fator XA – ativa outros fatores de coagulação que levam a conversão do fibrinogênio em fibrina. ⇨ Não fracionada acelera a ação da antitrombina – risco de sangramento maior > protamina pode antagonizar o efeito dela – bloqueio do efeito anticoagulante ⇨ Baixo peso molexular: efeito menor de antagonização • USOS TERAPÊUTICOS: tto de trombose aguda de veias profundas e do embolismo pulmonar, prevenção de trombos venosos pós-cirúrgicos e em fase aguda de IAM, tto de gestantes com válvula cardíaca protética ou tromboembolismo venoso • CARACTERISTSICAS: ⇨ Meia vida: heparina (2hs) e HBMMs (4hs) ⇨ Resposta anticoagulante: heparina (variável) e HBMMs (previsiel) ⇨ Biodisponibilidade: heparina (20%) e HBMMs (90%) • EFEITOS ADVERSOS: sangramento; hipersensibilidade; trombocitopenia ⇨ TROBOCITOPENIA INDUZIDA POR HEPARINA – forma aglutinação de plaquetas em pequenos capilares sanguíneos que pode levar a troboebolismo. ANTICOAGULANTES parenterais • Bivalirudina e desirudina (análogos da hirudina) ⇨ se ligam ao sítio catalítico da trombina, inibindo-o • Argatrobana (sintéritoco) ⇨ inibidor direto da trombina • Fondaparinux ⇨ interage com antitrombina III potencializando a inibição do fator Xa. ⇨ Usado para a tromboprofilaxia em pacientes submetidos à cirurgias de quadril, joelho, de fratura de quadril e para terapia inicial em pacientes com embolia pulmonar -Menor tendência que a heparina ou HBPM para desencadear a síndrome da trombocitopenia -Contra-indicado em caso de insuficiência renal ANTICOAGULANTES • Etexilato de dabigatrana ⇨ Inibidor direto da trombina – impede a conversão de fibrinogênio em fibrina ⇨ USOS: prevenção de AVE e embolismo sistêmico em pacientes com fibrilação atrial não valvar. ⇨ EA: hemorragia, TGI (dispepsia, dor abdominal, esofagite, sangramento GI) • Rivaroxabana e apixbana – VO ⇨ Inibidor do fator Xa. ⇨ USOS: Rivaroxabana (prevenção da TVP, do tromboembolismo venoso agudo e do acidente vascular em fibrilação atrial não valvar). Apixabana (prevenção do AVE na fibrilação atrial não valvar) ⇨ EA: sangramento AGENTES TROMBOLÍTICOS • Fármacos ativadores do plasminogênio tecidual que é convertido em plasmina. A plasmina degrada os polímeros de fibrina em fibrina degradando os coágulos. ⇨ O mecanismo é ativar o plasminogênio em plasmina para ter degradação dos coágulos Fármacos usados para tratar sangramentos: hemostáticos ORIGEM DOS PROBLEMAS DE SANGRAMENTO: • Natural: hemofilia • Após cirurgia gastrointestinal ou prostatectomia OBS: como não é indicada a suspensão de anticoagulantes em pacientes em uso crônico, exceto em situações específicas, os hemostáticos locais são de fundamental importância para a odontologia ÁCIDO AMINOCAPROICO E ÁCIDO TRANEXAMICO (10X mais potente) • MECANISMO: inibem a ativação do plasminogênio • Sintéticos, ativos VO, excretados na urina • EA: pode ocorrer trombose intravascula SULFATO DE PROTAMINA • Antagoniza o efeito da heparina (protamina possui cargas positivas que interagem com a heparina que possui cargas negativas formando um complexo) • EA: hipersensibilidade, dispneia, rubor, bradicardia, hipotensão (qdo injetada rapidamente) VITAMINA K • MECANISMO: aumenta a síntese de fatores de coagulação • Resposta à Vitamina K é lenta (cerca de 24 horas) APROTININA • MECANISMO: inibidor serina-protease, que age bloqueando a plasmina. • EA: pode causar disfunção renal e reações de hipersensibilidade • Pacientes que usaram o fármaco no último ano, não devem ser expostos novamente por risco de reações anafiláticas AGENTES HEMOSTÁTICOS • LOCAIS – gelatina absorvível; esponja de metilcelulose; rede de metilcelulose oxidada; colágeno microfibrilar; trombina bovina; cola, selante ou adesivo de fibrina (composta de fibrinogênio, trombina e cloreto de cálcio); ácido tranexâmico (inibe a ativação do plasminogênio) • SISTÊMICOS – vitamina K1; plasma fresco ou concentrado de protrombrina ou concentrado de fatores da coagulação
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