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08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 1/30 introduçãoIntrodução LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃOLETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO LETRAMENTO ELETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃOALFABETIZAÇÃO Autor: Esp. Li l ian Maia Borges Testa Revisor : Etna Pa loma IN IC IAR 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 2/30 Quando falamos em alfabetização, vem a nossa mente o trabalho com as letras, depois com as sílabas e, consequentemente, a formação das palavras. No entanto, esse ensino estava centrado em uma educação remota, em que utilizava-se as famílias silábicas (ba, be, bi, bo, bu) para ensinar as crianças a ler e escrever. Atualmente, as nossas crianças já chegam à escola com um conhecimento prévio, já tiveram contato com diferentes textos em seu cotidiano. Por isso, o processo de alfabetização de nossas crianças, hoje em dia, pauta-se em alfabetizar e também em letrar. Mas o que seria esse processo de alfabetizar letrando? É o que propomos em nossos estudos, ou seja, a criança aprende a ler e a escrever, mas com um signi�cado para a sua vida. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 3/30 Para que possamos compreender todo o processo de alfabetização contemporâneo, precisamos re�etir sobre dois conceitos básicos, ou seja, o conceito de alfabetização e o conceito de letramento. Esses conceitos nos auxiliarão a entender a dinâmica do processo de alfabetização e como a criança desenvolve a leitura e a escrita, ou seja, ambas com função social. Alfabetização e Letramento O processo de alfabetização e de letramento na atualidade é motivo para muitas discussões; sabemos que o professor que trabalha diretamente com a alfabetização não deve apenas ensinar o código linguístico para a criança, ele deve alfabetizar letrando. Entretanto, vamos compreender melhor o que isso signi�ca ao comungar das ideias defendidas por Soares. No processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve entrar no mundo da escrita fazendo uso de dois “passaportes”: precisa apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de Alfabetização, e precisa identi�car os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de escrita, pelo processo de Letramento. Se lhe é oferecido apenas um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem conviver com práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá para que serve língua escrita, mas não saberá se servir dela (SOARES, 2010, p. 24). ConceituaçãoConceituação 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 4/30 Assim, de acordo com os preceitos citados pela autora em questão, o professor alfabetizador não deve apenas ensinar a decodi�car o código linguístico, deve ensinar a ler, interpretar e compreender o mundo ao redor do aluno, por isso o educador deve alfabetizar e, ao mesmo tempo, letrar nossos alunos. O professor que alfabetiza letrando tem de desenvolver seu trabalho pautado na leitura de diferentes gêneros textuais, como músicas, parlendas, trava-línguas, bilhetes, história em quadrinhos, literaturas infantis, contação de histórias, dentre outros exemplos. É notório salientar ainda que a palavra letramento já está incorporada em nossa educação há algum tempo, entretanto, atualmente, tem recebido uma nova versão, voltada para o processo de ensino e aprendizagem no que se refere à leitura e escrita, ou seja, se uma pessoa sabe ler e escrever, mas não consegue entender o que diz uma reportagem que leu ou não compreendeu um livro de literatura, essa pessoa não pode ser considerada letrada. Segundo Soares (2004, p. 47), os conceitos que envolvem alfabetização e letramento são diferentes: Alfabetização é a ação de ensinar/aprender a ler e escrever. Já Letramento é o estado ou condição de quem não apenas aprendeu a ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a leitura e a escrita. Comungando com os preceitos defendidos Soares (2004, p. 19), em seu livro “Letramento: um tema em três gêneros”, observamos que a criança alfabetizada é aquela que aprendeu o código linguístico e domina as habilidades de ler e escrever, em contrapartida, a criança considerada letrada é a pessoa que se apropriou da habilidade de ler e escrever e faz uso delas para cultivar e exercer as práticas sociais que demandam dessas duas habilidades. Dessa forma, a alfabetização é um ato mecânico, sem atribuição de signi�cado, entretanto, se a pessoa usar essa leitura e escrita como prática social, ou seja, mudar seus aspectos sociais, culturais e, até mesmo, econômicos, podemos dizer que essa pessoa é letrada. Portanto, para Soares (2004, p. 18): “Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da escrita”. Fazemos parte de uma sociedade letrada; assim, a escola deve propiciar o desenvolvimento do letramento, ou seja, usar a leitura e a escrita como prática social. Assim, ao se trabalhar com a escrita, o aluno deve aprender seus diferentes usos e a sua função dentro da sociedade, isto é, o aluno precisa aprender a interpretar o que leu e não apenas aprender a ler. Quando nos referimos ao ambiente educativo, temos de ter em mente que esse ambiente nos remete ao processo de ensino e aprendizagem, portanto, falaremos sobre a forma como nossas crianças estão sendo educadas, mais precisamente, sobre esses espaços educativos em que elas estão inseridas. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 5/30 Assim, o local em que a criança passa a maior parte do tempo é dentro de uma escola, entretanto, esse não pode ser considerado o único ambiente onde a criança terá contato com a língua escrita e com a educação como um todo. De acordo com as palavras de Soares, observamos que é um equívoco acreditar que é a escola a única responsável por propiciar a criança os dois “passaportes” de entrada no mundo da escrita. Muito antes de chegar à instituição educativa – de Ensino Fundamental e mesmo de Educação Infantil – a criança já convive tanto com a tecnologia da escrita quanto com o seu uso, porque, em seu contexto, a escrita está sempre presente: ora muito presente, como nas camadas economicamente privilegiadas e nas regiões urbanas, ora menos presente, ora em gêneros e suportes mais próximos ora menos próximos daqueles que a escola valoriza, mas sempre presente (SOARES, 2010, p. 23). Portanto, a escola é considerada um ambiente educativo e, quando nos referimos à Educação Infantil, um ambiente alfabetizador, ou seja, um ambiente em que se promove o encontro da criança com a leitura e a escrita, de forma a fazer com que ela seja partícipe ativo tanto em um processo como no outro. No mais, observamos que o ambiente alfabetizador pode também ser o espaço da sala de aula, os diferentes espaços dentro da escola, a sua casa, o seu quarto, isto é, um local em que a criança tenha contato com a escrita e com a leitura. Por exemplo, se em sua casa tiver um espaço com diversos livros infantis, gibis, revistas, a criança estará em contato com o ambiente alfabetizador fora do espaço escolar. É válido ressaltar, também, que, em sala de aula, o professor deve colocar o nome dos objetos que estão na sala, por exemplo, colocar o nome da cadeira, do armário, do quadro. praticarVamosPraticar Em seu livro “Letramento: um tema em três gêneros”, Magda Soares (2004) a�rma que a alfabetização e o letramento são elementos indissociáveis e inerentes ao processo de aquisição da leitura e da escrita, considerando essas duas habilidades com função social. Dessa forma, de acordo com as leituras realizadas até o momento, assinale a alternativa correta em relação ao termo Letramento. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 6/30 SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. a) O letramento é considerado como dois processos bem diferentes: a leitura e a escrita, sendo resultado de um ato mecânico. b) O papel da escola é trabalhar com a escrita, ou seja, somente alfabetizar, e não desenvolver o letramento, pois isso é função da sociedade. c) Letramento e alfabetização são termos com conceitos diferentes, mas na prática são iguais, ou seja, possuem o mesmo signi�cado. d) O processo de leitura e escrita exige habilidades e competências que dependem do planejamento do professor que deve alfabetizar e letrar seu aluno ao mesmo tempo. e) Letramento consiste em ensinar a ler e a escrever apenas, pois o aluno não precisa compreender o que leu. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 7/30 Ao falarmos em alfabetização, devemos fazer um breve paralelo com o passado para que possamos compreender a evolução que o processo de alfabetização apresentou com o passar dos anos e, consequentemente, compreender as práticas que envolvem a alfabetização e o letramento hoje em dia. Assim, precisamos conhecer as diferentes tendências pedagógicas que atenderam a necessidade educacional de cada período vivido pela sociedade e um pouco da história do processo de alfabetização da educação brasileira. As Tendências Pedagógicas Sabemos que nas instituições de ensino quem realizará a mediação entre o conhecimento e a criança será o professor, assim, ele precisa conhecer as diferentes metodologias de ensino. Por isso, considerando a importância em relação às principais tendências pedagógicas brasileiras, teceremos alguns comentários que levarão você a re�etir sobre o respectivo assunto e compreender a fundamentação de algumas práticas em sala de aula. Ao estudarmos as tendências pedagógicas, devemos ter em mente qual a dimensão política e educacional que estão apresentadas nas metodologias adotadas pelas instituições educacionais. Dessa forma, é essencial o conhecimento dessas tendências, pois elas são pré-requisitos para que possamos re�etir e transformar o processo educacional existente. É preciso estabelecer um sentido político e social ao trabalho que está sendo desenvolvido com os alunos, pois como nos assegura Libâneo (1998), aprender é uma maneira de se estabelecer contato com o conhecimento adquirido pela vivência do aluno, ou seja, pelo Relação com oRelação com o Processo deProcesso de EscolarizaçãoEscolarização 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 8/30 seu conhecimento de mundo, e só tem sentido se esse conhecimento estiver próximo da criticidade dessa realidade, conforme defende Saviani: [...] a Pedagogia Crítica implica a clareza dos determinantes sociais da educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade marcam a educação e, consequentemente, como é preciso se posicionar diante dessas contradições e desenredar a educação das visões ambíguas para perceber claramente qual é a direção que cabe imprimir à questão educacional (SAVIANI, 1991, p. 48). Em contrapartida, Luckesi (1994, p. 62) salienta que a “Pedagogia se delineia a partir de uma posição �losó�ca de�nida”. Assim, ele discorre sobre três tendências �losó�cas que tentam explicar o papel desempenhado pela educação na sociedade. Libâneo (1998, p. 55) classi�ca as tendências pedagógicas em dois grupos, sendo estes “liberais” e “progressistas”. No grupo das tendências “liberais” estão incluídas as tendências “tradicional”, “pedagogia nova”, e a “pedagogia tecnicista”, já no grupo das tendências “progressistas” abordaremos as tendências “realista progressista” e a tendência “histórico- crítica”. Dessa forma, explicitaremos alguns aspectos fundamentais de cada uma destas tendências. Tendência Tradicional: é caracterizada pelo papel bem especí�co entre a �gura do professor e do aluno, ou seja, o professor é o centro de todo o processo de ensino e aprendizagem, é visto como o único detentor de todo o conhecimento acumulado com o passar do tempo. O professor tem a função de transmitir os conteúdos aos alunos, preparando-os para exercer seu papel na sociedade. Ao aluno cabe a função de aprender os conteúdos que eram ministrados pelo professor, e, assim que os compreendia, o aluno tinha de repeti-los e reproduzi-los da mesma forma que foram ensinados em sala de aula. Tendência “Pedagogia Nova” ou “Escola Nova”: foi adotada no Brasil por volta da década de 1930. Os autores que fundamentaram essa teoria de ensino foram Rogers, Montessori e Piaget, que representaram um movimento educacional que possuía como principal característica a rejeição à teoria tradicional de ensino. Para alcançar os objetivos propostos por essa tendência pedagógica, o aprendizado teria que ser espontâneo, ou seja, partir do interesse do aluno e não mais do professor como era na tendência tradicional. Tendência “Pedagogia Tecnicista”: foi inspirada na teoria positivista, estruturada por Augusto Comte (1798-1857). De acordo com Gadotti (2006, p. 55), o positivismo é uma doutrina social. Entre os princípios do positivismo, destacamos que “a sociedade humana é regulada por leis naturais, ou por leis que têm todas as características das leis naturais, invariáveis, independentes da vontade e da ação humana” (LÖWY, 2007, p. 36). 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295_… 9/30 Tendência “Realista Progressista”: estudada e estruturada pelo pesquisador Paulo Freire, “partia de uma concepção de �loso�a da educação de que o homem é o ‘sujeito da história’ e não seu ‘objeto’” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 53). Dessa forma, consideramos que o sujeito, inserido na proposta da respectiva tendência, é autor da sua própria história, o seu desenvolvimento se dá por meio da troca de ideias, informações, decisões e responsabilidades, há uma interação entre os participantes. Dessa forma, é no ambiente educacional que o indivíduo se desenvolve nos aspectos físico, intelectual e mental. Tendência “Histórico-Crítica”: a educação deve assumir a responsabilidade de todo o processo de ensino e aprendizagem, oferecendo aos educandos ferramentas para que estes se tornem sujeitos críticos, participantes e conscientes. Diante dessa perspectiva, tem- se em mente uma pedagogia mais realista, chamada de “pedagogia histórico-crítica”, ou seja, vê-se os conteúdos de forma crítico-social, sem deixar de lado a contribuição das outras tendências pedagógicas. “Essa pedagogia escolar procura propiciar a todos os estudantes o acesso e contato com os conhecimentos culturais necessários para uma prática social viva e transformadora” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 55). Em relação às tendências apresentadas, observamos que foram desenvolvidas ao longo do tempo e pensadas de forma a satisfazer as necessidades educacionais das sociedades vigentes em cada época, portanto, todas contribuíram para o desenvolvimento da educação brasileira. História da Alfabetização Observamos que o método de alfabetização utilizado em nossas escolas surgiu há pouco mais de duzentos anos, mais precisamente em 1789, na França, após a Revolução Francesa. Até a Revolução Francesa, ler erauma aprendizagem diferente e vinha antes do ato de escrever, que só acontecia após alguns anos de instrução pelo ensino individualizado. Após esse período, as crianças passavam a ser consideradas alunos e aprendiam a escrever sobrepondo o ato de ler; este, por sua vez, agora se aprendia a partir do ato da escrita. Sob tais aspectos, ao observamos a evolução da alfabetização escolar no século XX, chegamos a três períodos. O primeiro está relacionado à primeira metade do século, a discussão voltava-se toda para o processo de ensino, ou seja, encontrar o melhor método para ensinar a ler, com base na suposição de que o fracasso escolar estava relacionado ao uso de métodos inadequados. Notamos uma discussão entre os pesquisadores do Método Global e do Método Fonético. No Brasil, essa discussão perdeu sua importância após a difusão do método que, na época, foi chamado como “misto”, isto é, o método empregado em nossa conhecida cartilha, que é desenvolvida por um silabário. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 10/30 No que se refere ao segundo momento, mais precisamente nos anos 60, observamos que foi idealizado nos Estados Unidos. Dessa forma, as discussões sobre o processo de alfabetização levavam sempre a um assunto, o fracasso escolar. Assim, a luta contra a segregação dos negros, com a consequente batalha para que eles pudessem se matricular nas escolas americanas, contribui para que as di�culdades escolares dessa minoria ganhassem importância signi�cativa. Foram vários investimentos em pesquisas na tentativa de se compreender porque muitas crianças não aprendiam. Nesse contexto, notamos que se buscava encontrar no aluno a explicação de seu fracasso escolar. Notamos, dessa forma, que as teorias que compreendemos como “teorias do dé�cit” são re�exos dos períodos supracitados. Pensava-se que a aprendizagem estava pautada em pré-requisitos como: cognitivos, psicológicos, perceptivo-motores, linguísticos, entre outros, e que certas crianças fracassam por não terem essas habilidades prévias. Assim, nesse período, foram desenvolvidos vários exercícios de estimulação, considerados “remédios” para esse fracasso que era visto, portanto, como uma doença. Em relação ao terceiro período, podemos a�rmar que teve início em meados dos anos 70 e foi marcado por uma mudança de paradigma. O desenvolvimento da investigação, no que se refere à alfabetização, mudou consideravelmente seu objetivo, ou seja, em vez de procurar respostas que explicassem o dé�cit dos que não conseguiam aprender, passou a investigar como aprendem os que conseguem aprender a ler e a escrever sem di�culdade. Sob esse viés, notamos que várias investigações resultaram em mudanças no que se refere ao processo de alfabetização atualmente, principalmente na atuação dos professores brasileiros. Este trabalho foi coordenado por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, publicado no Brasil com o título Psicogênese da língua escrita, em 1985. Observamos, ainda, que foi por meio dessa investigação que várias concepções de alfabetização foram revistas, acarretando em uma transformação radical nas práticas de ensino da leitura e da escrita. Assim, a escrita já não pode ser vista como a transcrição grá�ca de sons e os conhecimentos prévios que os alunos adquirem informalmente devem ser considerados. Portanto, os alfabetizadores não podem mais desenvolver suas práticas como desenvolviam antigamente. [...] as mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes de prontidão nem com novos materiais didáticos. É preciso mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões. Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Além disso, há 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 11/30 um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações que age sobre o real para fazê-lo seu (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 32). O estudo das autoras supracitadas auxiliaram na transformação do processo de alfabetização da educação brasileira, levaram os professores a re�etirem sobre o processo de ensino e aprendizagem que era utilizado até então, ou seja, as nossas crianças exigiam uma aprendizagem mais signi�cativa e isso fez com que o processo de alfabetização em nossas escolas tomasse novos rumos. praticarVamos Praticar De acordo com Libâneo (1998), as tendências pedagógicas são classi�cadas em dois grupos, sendo estes: tendências liberais e as tendências progressistas. No grupo das tendências liberais destacamos a tendência Tradicional, a tendência Pedagogia Nova ou Nova Escola, e a tendência Pedagogia Tecnicista. Já no grupo das tendências progressistas destacamos a tendência Realista Progressista e a tendência Histórico-Crítica. Diante disso, assinale a alternativa correta. LIBÂNEO, J. C. Adeus Professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e pro�ssão docente. São Paulo: Cortez Editora, 1998. a) Na tendência pedagógica Tecnicista o foco da educação era o aluno, não mais o professor nem o método. b) A tendência Histórico-Crítica possui como centro do processo educativo o professor, este é o detentor de todo o conhecimento historicamente acumulado. c) c) A tendência Realista progressista foi desenvolvida com as contribuições de Luckesi e sua visão de que o homem é sujeito e o objeto da estrutura social. d) A tendência da Pedagogia Nova ou Nova Escola é que o interesse do aprendizado deveria partir do aluno, ou seja, o aprendizado deveria ser espontâneo. e) A tendência Tecnicista tem como objeto o ser humano, visto que o aluno é o sujeito da história e não o seu objeto. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 12/30 Ao falarmos em linguagem verbal e não verbal, devemos considerar o conceito que abrange esses dois termos, ou seja, no que diz respeito à linguagem verbal, podemos dizer que o termo verbal se originou do latim, verbu, que signi�ca palavra. Dessa forma, linguagem verbal consiste na apresentação da palavra, escrita ou oral. Sabemos que entre essas duas modalidades existem diferenças pontuais. Nesse contexto, não podemos considerar uma modalidade mais importante que a outra. Ambas são valorizadas quando nos referimos ao processo de alfabetização de uma criança. Outro conceito que devemos ter em mente refere-se à linguagem não verbal. Esta faz uso de uma linguagem que não tem como unidade principal a palavra, como, por exemplo, a mímica, em que a comunicação ocorre por meio de gestos; a dança, que utiliza o movimento corporal para dizer algo; a música, em que a comunicação centra-se na emissão de sons; a pintura, o desenho, a fotogra�a etc., que utilizam a imagem para comunicar algo. É notório salientar que vivemos em uma sociedade onde se usa muita imagem para se comunicar, portanto, isso diz muito a respeito da leitura que fazemos deste mundo a partir dessa linguagem não verbal. No mais, observamos que quando há o uso da linguagem verbal e ao mesmo tempo a linguagem não verbal, temos a linguagem mista; por exemplo, uma história em quadrinhos, em que há palavras e desenhos para comunicar algo ao leitor. Sabemos que o uso dessas três linguagens dentro das escolas é de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem de nossos alunos. Notamos, assim, que em âmbito educacional não podemos utilizar somente a linguagem verbal, sejana modalidade oral ou Linguagem Verbal eLinguagem Verbal e não Verbalnão Verbal 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 13/30 na modalidade escrita, temos de fazer a interação entre todas as possibilidades de uso dessas linguagens. Comungamos, portanto, com os preceitos apontados por Rojo: [...] compreender e produzir textos não se restringe ao trato do verbal (oral e escrito), mas à capacidade de colocar-se em relação às diversas modalidades de linguagem oral, escrita, imagem, imagem em movimento, grá�cos, infográ�cos para elas tirar sentido (ROJO, 2004, p. 31). Ao falarmos em alfabetização e letramento, �ca evidente que o uso da linguagem verbal (quando utilizamos a produção oral ou escrita de texto, a leitura de textos escritos, entre outros) e a linguagem não verbal (como a leitura de imagens, fotogra�a, desenhos, entre outros) é imprescindível para o desenvolvimento da criança. Sob tais aspectos, envolvendo a linguagem não verbal, observamos que o desenho infantil é importante para que a criança, em fase de alfabetização, consiga se desenvolver satisfatoriamente, por isso, não podemos podar o momento criativo da criança, pois é por meio de suas representações grá�cas que ela irá se desenvolver em diferentes aspectos, conforme a teoria apontada por Lowenfeld e Brittain (1970). Desenvolvimento Emocional Quando a criança desenha, demonstra seus sentimentos e a intensidade com que se identi�ca com aquilo que desenhou, re�etindo o seu desenvolvimento emocional, ou seja, se a criança é insegura busca reproduzir representações já existentes, há falta de signi�cado e fuga da realidade. Assim, o professor deve proporcionar atividades dirigidas e variadas com o objetivo de transmitir segurança emocional à criança que irá desenvolver várias habilidades na realização dos trabalhos. Desenvolvimento Intelectual A compreensão que a criança tem de si própria e também do seu meio pode ser entendida pelo desenvolvimento intelectual que a criança manifesta mediante o desenho. No entanto, não podemos avaliar uma criança apenas por um de seus desenhos. Crianças da mesma faixa etária desenham o mesmo objeto de formas diferentes, com mais ou menos detalhes. Estas contradições podem signi�car maior ou menor capacidade intelectual ou também podem ser in�uência do meio ou fatores emocionais e afetivos. É preciso que haja um equilíbrio entre o desenvolvimento social e intelectual. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 14/30 Desenvolvimento Físico O desenvolvimento físico de uma criança, por meio do desenho, se manifesta pela sua capacidade de coordenação visual e motor, o que irá proporcionar maiores habilidades motoras. O fato de uma criança exceder em contínuo ou em omissão determinadas partes do corpo tem ligação direta com as preocupações que ela tem com o seu corpo. Desenvolvimento Perceptual Mediante a conscientização evolutiva e no uso da frequência de uma variedade de experiências perceptuais, vemos o desenvolvimento perceptual da criança. Na observação visual, surgem cores, espaços, texturas e sensações sinestésicas. Na percepção auditiva, a criança pode ouvir e retratar no papel alguns sons. A percepção espacial é desenvolvida em maior escala à medida que a criança vai crescendo e passa a perceber o que não percebia antes. É papel do educador estimular a criança a perceber todas as sensações, sejam auditivas, visuais ou palpáveis. Desenvolvimento Social Normalmente, os desenhos das crianças são representações nas quais a consciência social está presente. São situações em que a criança identi�ca-se, como momentos na escola, passeio que gostou, brincadeiras realizadas com amigos etc. E, nesse momento, é de suma importância fazer a criança compreender e assumir responsabilidades pelo que ela realiza. Proporcionar nossos desa�os nas atividades artísticas que desenvolve trará melhor desenvolvimento ao aspecto social da criança. Desenvolvimento Estético Observamos que no desenvolvimento estético ocorre a sensação de fazer parte da experiência como um todo. É por isso que um trabalho criador não existe regra �xa ou um padrão a ser seguido. A estética está ligada à personalidade. Pintores são reconhecidos pela sua organização, qualidades de cores e formas. A falta dessa organização pode respaldar a falta de integração psíquica do indivíduo. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 15/30 Desenvolvimento Criador O desenvolvimento Criador inicia-se muito cedo e, de acordo com Lowenfeld e Brittain (1970), a reação da criança com as experiências sensoriais é o marco desse estágio, traduzido na capacidade de estabelecer contato com o mundo. Aroeira, Soares e Mendes (1996, p. 53) nos ensinam que: a arte não começa com o primeiro rabisco que a criança faz. Na realidade, tem início mais cedo, quando a criança reage às experiências sensoriais saibamaisSaiba mais Quando nos remetemos ao ambiente educativo no espaço escolar, temos de nos reportar também a outro espaço que auxilia o professor no que diz respeito ao desenvolvimento das crianças inseridas na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esse espaço é chamado de Brinquedoteca e as escolas que atendem a esses níveis de ensino devem ter um local reservado para o desenvolvimento de atividades voltadas para o lúdico, pois toda criança tem o direito de brincar. Ao nos referirmos ao espaço destinado à brinquedoteca, observamos que é um ambiente onde a criança será estimulada a brincar, passará a explorar, sentir, experimentar, além de socializar-se com outras crianças, portanto, esse ambiente, também chamado de educativo, pode ser considerado um complemento para os conteúdos e atividades desenvolvidas em sala de aula. ACESSAR http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-65782010000200002 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 16/30 estabelecendo o contato com o mundo. Essa é de fato a base essencial para a produção de formas artísticas. No mais, a arte de desenhar não pode ser imposta, pois tudo o que é imposto poda a criatividade, portanto, deve partir da vontade do criador, de sua criatividade em representar aquilo que é imaginado, por isso a criança precisa ter liberdade emocional para explorar e desenvolver aquilo que pretende desenhar. praticarVamos Praticar Vimos que a fase do desenho infantil é muito importante para a aquisição da leitura e da escrita. Segundo Lowenfeld e Brittain (1970, p.41), observamos que o desenvolvimento social é representado no desenho e na pintura infantil, isso se expressa quando a criança domina ou possui a consciência social. A partir de tal a�rmativa, assinale a alternativa correta. LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1970. a) Os desenhos das crianças não são representações nas quais a consciência social está presente. b) No caso do desenvolvimento social, o desenho da criança acompanha o seu crescimento físico. c) São situações em que a criança não se identi�ca, como, por exemplo, momentos vividos na escola. d) O desenvolvimento social se expressa por meio da representação de situações vividas no cotidiano da criança. e) A criança nunca representa algo que fez parte de sua convivência social, ou seja, seus desenhos são representações únicas de coisas aleatórias. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 17/30 Sabemos que as crianças se comunicam por meio do desenho, ou seja, antes de dominarem o processo de escrita,elas usam o desenho para demonstrar seus sentimentos. Assim, sabemos que uma criança que se encontra na fase pictórica, ou seja, antes da aquisição do processo de leitura e escrita, não pode ter a sua criatividade podada, pelo contrário, deve ser estimulada. Por isso a importância de o professor alfabetizador conhecer as fases do desenho e os níveis conceituais linguísticos, para que possa estimular e desenvolver seus alunos. Relação Desenho eRelação Desenho e EscritaEscrita 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 18/30 As Fases do Desenho Infantil As crianças, por meio dos desenhos, expressam seu modo de pensar e apresentam as suas habilidades. Sob esse aspecto, Lowenfeld e Brittain (1970) classi�cam a evolução do reflitaRe�ita O Desenho Infantil e a Alfabetização Caro(a) acadêmico(a), leia a citação a seguir, retirada do livro “A formação social da mente”, escrito por Vygotsky. Inicialmente a criança desenha de memória. Se pedirmos para ela desenhar sua mãe, que está sentada diante dela, ou algum outro objeto que esteja perto dela, a criança desenhará sem sequer olhar para o original; ou seja, as crianças não desenham o que veem, mas sim o que conhecem. Com muita frequência, os desenhos infantis não só têm nada a ver com a percepção real do objeto como, muitas vezes, contradizem essa percepção (VYGOTSKY, 1989, p. 127). Isso nos leva a re�etir que a criança tem uma criatividade aguçada, mas quando chega na vida adulta essa criatividade é podada. Por que isso ocorre? Quando esse estímulo diminui e a nossa criatividade acaba ou se torna insigni�cante? Fonte: Adaptado de Vygotsky (1989). 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 19/30 desenho em três fases. Fase das Garatujas (Entre 2, 3 e 4 Anos) É na interação com o meio que a criança dá início à sua aprendizagem. E os seus primeiros anos de vida são fundamentais, pois é quando ela estabelece padrões de aprendizagens que irão re�etir por toda vida. A linguagem inicia-se bem cedo, mas o registro permanente de suas ações inicia-se com as garatujas. Elas podem acontecer na terra, na areia, nas paredes, ou papel, e utilizados pedaços de tijolos, giz ou carvão na ausência do lápis ou caneta. Representações grá�cas muito primitivas são garatujas, que correspondem a quando a criança percebe que deixou marca por meio do movimento de sua mão. As garatujas possuem três categorias. Garatujas Desordenadas São rabiscos aleatórios e a criança não percebe que pode representar algo por meio deles. Garatujas Controladas A criança estabelece relação entre gesto e traço. Repete movimentos de vai e vem, descobre que pode variar cores e adquire maior controle sobre o tamanho, forma e localização no espaço em que está desenhando; no entanto, tudo ainda é muito abstrato. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 20/30 Garatujas com Atribuições de Nomes Nesse estágio, é comum a criança explicar o que vai ou já desenhou. A criança tenta imitar um adulto e seus traços, agora, têm um signi�cado real. Fase Pré-Esquemática (Entre 3 e 6 Anos) Nesta fase, os desenhos começam surgir com bolinhas fechadas que são organizadas com preceitos topográ�cos, por exemplo: em cima/embaixo, fora/dentro. Ela cria signi�cado, relacionando com o mundo à sua volta e assim o desenho �ca mais “concreto” para quem os visualiza. A primeira imagem representada pela criança em geral é a �gura de uma pessoa – o boneco – que se faz presente em quase todos os desenhos da primeira infância. Assim, observamos que a representação típica dessa �gura humana se faz por meio de um círculo, que indica a cabeça, e duas linhas representadas na vertical, que representam as pernas (AROEIRA, 1996, p. 55). Figura 1.3 - Garatuja com atribuição de nomes Fonte: Silva e Caetano (2014, p. 52). 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 21/30 Mediante o desenho, a criança estabelece vínculos com a realidade e por isso valorizar sua capacidade criadora e reconhecer que o desenho possui signi�cados é de fundamental importância para o professor. Para Lowenfeld e Brittain (1970), a fase pré-esquemática apresenta algumas características: A criança retrata, em seus desenhos, o conhecimento que possui sobre o objeto a ser representado; Ela também faz descobertas e explora novas formas de desenhar; Não apresenta vínculo entre o tema e os objetos que foram representados; Não apresenta noção de espaço entre os objetos representados em seus desenhos; A representação da �gura humana não é clara, mas perceptível; A criança apresenta vontade de escrever fazendo tentativas de escrita; Os símbolos começam a ser construídos. Notamos que, ao desenhar, a criança estabelece vínculo com a realidade que a cerca e é por isso que o professor deve valorizar a criatividade dessa criança, considerando que o desenho que ela fez está repleto de signi�cado, ainda mais nessa fase em que é possível identi�car as intenções das crianças. Fase Esquemática (Entre 7 a 9 Anos) A ordem de�nida das relações espaciais é a maior descoberta feita pela criança nessa fase. O desenho é considerado símbolo de um objeto real, tem intenções e permite a elaboração de projetos individuais ou coletivos. Nesta fase, todos os elementos de uma linha de base podem representar o chão, a grama, isto é, onde a criança se situa. Ela organiza o desenho no espaço da folha e tudo o que é relacionado ao céu está em cima e tudo o que é relacionado à terra está embaixo. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 22/30 A evolução do desenho é vista na �gura humana, que a partir de agora deixa de ser caracterizada como palitos ou girinos, passando a ser mais elaborada. Os Níveis Conceituais Linguísticos Observamos que foram os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), apresentados no livro A psicogênese da língua escrita, que trouxeram a compreensão de novas concepções acerca do processo de escrita. Figura 1.5 - Fase Esquemática Fonte: Galina Nikolaeva / 123RF. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 23/30 A leitura e a escrita não dependem exclusivamente da habilidade que o alfabetizando apresenta de ‘somar pedaços de escrita’, e sim, antes disso, de compreender como funciona a estrutura da língua e a forma como é utilizada na sociedade (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 38). Por meio de investigações e pesquisas contemporâneas os educadores conseguiram compreender as hipóteses formuladas pelos alunos a respeito da língua escrita. Estudos psicolinguísticos contribuíram para o entendimento desse processo, conforme explicita Soares (2017, p. 19): Os estudos psicolinguísticos a respeito da leitura e da escrita voltam-se para a análise de problemas, tais como a caracterização da maturidade linguística da criança para a aprendizagem da leitura e da escrita, as relações entre linguagem e escrita, a interação entre a formação visual e não visual no processo da leitura, a determinação da quantidade de informação que é apreendida pelo sistema visual, quando a criança lê (SOARES, 2017, p. 19). Sob esse viés, sabemos que o professor deve ter conhecimento em relação às concepções que a criança desenvolve sobre a escrita e deve mediar a sua aprendizagem. Nesse contexto, observamos que a criança elabora o con�ito, a assimilação, a acomodação e vai construindo seu conhecimento até chegar ao funcionamento do código linguístico. Podemos a�rmar, portanto, que esse processo é consisteem um trabalho árduo a ser desenvolvido pelo professor, ou seja, é por meio de sua mediação que saberá quando deve intervir na aprendizagem da criança e quando precisa estimulá-la com novos desa�os. Portanto, conhecer os níveis conceituais linguísticos na alfabetização é de suma importância para que o professor consiga desenvolver um trabalho pedagógico satisfatório, além de auxiliar o professor a incorporar novas estratégias de ensino em suas aulas, para que possa mediar a promoção do aluno para os níveis seguintes. Nível 1: Pré- á 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 24/30 Ao fazermos essa breve leitura sobre a importância do desenho e como ele auxilia o processo de alfabetização, compreendendo, assim, os níveis conceituais linguísticos pelos quais a criança passa, notamos que o desenho e a escrita são processos interligados nos quais a criança deve ser desenvolvida para que o processo de aquisição da leitura e da escrita não �que prejudicado. praticarVamos Praticar Sabemos que é de suma importância que o professor alfabetizador saiba identi�car em seus alunos as fases do desenho em que eles se encontram. Assim, pré-esquemática e esquemática compõem as fases do desenho infantil que expressam importantes análises sobre o desenvolvimento das crianças. Sobre as fases, assinale a alternativa correta. a) Na fase esquemática, os desenhos expressam maior elaboração, mas ainda não apresentam a representação de superfícies. silábico A criança não compreende a correspondência entre pensamento e palavra escrita, não compreende a relação entre fonema e grafema; não possui o entendimento sobre o valor sonoro, ou seja, som-letra; não se preocupa com a disposição das letras para formar uma palavra; a criança não escreve artigos e verbos, apenas substantivos; coloca muitas letras para representar diferentes palavras, para a criança as mesmas letras ou sílabas não podem aparecer em uma mesma palavras, apresentando, assim, o que identi�camos como realismo nominal. freepik.com 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 25/30 b) A fase pré-esquemática é caracterizada somente pela imitação, a criança não demonstra nenhum tipo de criatividade. c) Na fase esquemática, a criança realiza desenhos da �gura humana com característica de homem palito ou homem girino. d) Na fase pré-esquemática, a criação da criança apresenta relação com o mundo que a rodeia. e) Na fase pré-esquemática, a criança domina os espaços, consegue fazer desenhos perfeitos em que é possível identi�car o que ela quis desenhar. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 26/30 indicações Material Complementar FILME O Sorriso de Monalisa Ano: 2003 Comentário: o respectivo �lme mostra o ensino tradicional e a forma como as alunas dessa instituição tradicional aprendem, considerando a sociedade a qual pertenciam, no decorrer das aulas de História da Arte. Com a chegada da nova professora de História da Arte, há a inserção de uma nova metodologia na escola, causando sérias críticas à professora. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer a seguir. TRA ILER 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 27/30 LIVRO Alfabetização e letramento Editora: Contexto Autora: Magda Soares ISBN: 9788572442435 Comentário: O respectivo livro apresenta concepções de alfabetização e letramento, explicitando a necessidade de se enfrentar o problema da alfabetização e do letramento de forma multidisciplinar. Em seguida, ela faz uma crítica aos programas de leitura e escrita oferecidos em nossas escolas e os problemas que encontramos no processo de alfabetização de nossas crianças. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 28/30 conclusão Conclusão Quando pensamos em alfabetização, em primeiro lugar, nos vem à mente letras do alfabeto, os fonemas. Também nos lembramos da nossa experiência quando fomos alfabetizados. Antigamente, a educação era vista como modelo autoritário, muita “decoreba” dos conteúdos, pois neste instante apenas o professor detinha o saber e era na escola que o conhecimento deveria acontecer, ou seja, era um ensino tradicional. Hoje em dia, a relação entre professor e aluno é muito importante para o desenvolvimento de uma educação de qualidade, por isso essa relação deve ser vista de forma ampla, isto é, o professor tem a função de mediar conhecimentos já existentes e estará sempre aprendendo com as colocações e participações das vivências de seus alunos. Devemos partir da realidade da criança, instigando sua curiosidade e propiciando momentos interessantes em que os conteúdos se apresentam com signi�cado e re�exão. Por isso, apontamos as características e o conceito de um processo de alfabetização e letramento indissociáveis para o desenvolvimento de nossos alunos. referências Referências Bibliográ�cas AROEIRA, M. L. C.; SOARES, M. I. B.; MENDES, R. E. A. Didática de pré-escola: brincar e aprender. São Paulo: FTD, 1996. FERRAZ, M. H. C. de T.; FUSARI, M. F. de R. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 2009. FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999. 08/11/2021 15:36 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_736295… 29/30 GADOTTI, M. Escola cidadã. São Paulo: Cortez, 2006. LIBÂNEO, J. C. Adeus Professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e pro�ssão docente. São Paulo: Cortez Editora, 1998. LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1970. LÖWY, M. Ecologia e socialismo. São Paulo: Cortez, 2007. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1994. MELO, L. S. O desenho infantil e suas etapas de evolução. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Faculdade São Luís de França, 2016. Disponível em: https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc_2.pdf. Acesso em: 06 maio 2020. OLEIRO, D. S. M. Fase das Garatujas: Sua importância para o desenvolvimento cognitivo. 2016. 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