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Optometria

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Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
1 
ÍNDICE 
 
COMPETÊNCIAS: ............................................................................................................................................3 
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA OPTOMETRIA..............................................................................................4 
2. EXAME OPTOMÉTRICO OU HISTÓRIA CLÍNICA OPTOMÉTRICA..........................................................4 
3- DADOS DO PACIENTE; ........................................................................................................................................... 5 
4- ANAMNESE. .............................................................................................................................................................. 5 
5- ACUIDADE VISUAL .................................................................................................................................................. 8 
6. OPTOTIPOS............................................................................................................................................................. 11 
7. ORIFÍCIO ESTENOPÊICO..................................................................................................................................... 13 
9- OFTALMOSCOPIA ................................................................................................................................................. 14 
10- QUERATOMETRIA OU CERATOMETRIA........................................................................................................ 16 
11- REFRAÇÃO COM FENDA ESTENOPÊICA ...................................................................................................... 20 
12- RETINOSCOPIA ................................................................................................................................................... 21 
13. EXAME EXTERNO................................................................................................................................................ 27 
14- REFLEXOS PUPILARES ..................................................................................................................................... 30 
15- EXAME DE MOTILIDADE OCULAR................................................................................................................... 31 
16- TESTES REFRATIVOS........................................................................................................................................ 38 
17- PROVA AMBULATORIAL .................................................................................................................................... 41 
18- TÉCNICAS PARA VISÃO PRÓXIMA ................................................................................................................. 42 
19- PRESCRIÇÃO FINAL ........................................................................................................................................... 42 
20- DIAGNÓSTICO:..................................................................................................................................................... 43 
21-CONDUTA:.............................................................................................................................................................. 45 
22- CONTROLE ........................................................................................................................................................... 45 
23- ACOMODAÇÃO .................................................................................................................................................... 48 
24- MÚSCULOS EXTRAOCULARES ............................................................................................................52 
RESUMO ........................................................................................................................................................98 
GLOSSÁRIO...................................................................................................................................................99 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
2 
Apresentação 
 
O Brasil tem hoje, segundo o IBGE, cerca 
de 167.000.000 (CENTO E SESSENTA E SETE 
MILHÕES) habitantes. Sabe-se que gira em torno 
de 56% o número de indivíduos dentro de um 
grupo populacional que necessita de alguma 
correção visual, ou seja, no Brasil esse número 
pode chegar a 94.000.000 (NOVENTA E 
QUATRO MILHÕES) habitantes (fonte: Brigadas 
Optométricos – CBOO). 
 
Trata-se, realmente de um enorme 
contingente populacional que deveria ter 
assegurado o direito de ter sua capacidade visual 
avaliada e melhorada quando necessário. 
 
Nosso país dispõe de uma rede pública 
de postos de saúde, ambulatórios e hospitais 
insuficiente. É obrigado a comprar serviços da 
rede particular e filantrópica (basicamente Santas 
Casas). Depende da iniciativa privada – regida 
pelas leis de mercado – para atender a demanda 
de internações, consultas, diagnósticos 
laboratoriais e etc. Dos cerca de 6500 hospitais 
brasileiros, os hospitais próprios do governo são 
apenas 5; dentre os conveniados, 3000 são 
particulares, 1700 são filantrópicos e o restante 
pertence aos estados e municípios. O Brasil é 
também um exemplo de desperdício no setor: 
cerca de 30% dos equipamentos não funcionam. 
 
Em 1987, o Brasil ocupava a sexagésima 
terceira posição no ranking mundial dos 
investimentos na saúde. O próprio Ministério da 
Saúde define ser de R$ 150,00 o parâmetro para 
um atendimento adequado, o gasto, porém, é de 
apenas R$ 39,00 per capita. Embora o art. 196 da 
Constituição de 1988 defina a saúde como direito 
de todos e dever do estado, na prática, os 
serviços públicos de saúde não têm como cumprir 
o que prega a lei: Há despesas que ninguém 
sabe como reduzir e receitas inferiores aos 
compromissos. Como no Brasil, a avaliação 
primária da visão tem sido, equivocadamente, 
atribuída ao médico oftalmologista, podemos 
concluir que a qualidade deste atendimento esta 
muito abaixo do aceitável (fonte: Abril Cultura). 
 
Além disso, o Brasil não dispõe de 
médicos oftalmologistas em número suficiente 
para atender a demanda populacional brasileira. 
São exatos 7,079 profissionais (fonte: CBO). 
Como exemplo podemos citar o estado de Goiás, 
onde existem 105 médicos oftalmologistas (fonte: 
CRM/GO) para 4.374.558 (QUATRO MILHÕES, 
TEREZENTOS E SETENTA E QUATRO MIL, 
QUINHENTOS E CINQÜENTA E OITO – fonte: 
IBGE – 1996) habitantes. 
 
Como podemos ver, tecnicamente, a relação 
médica oftalmologista por habitantes equivale 
praticamente a zero por cento. Ou seja, um médico 
oftalmologista, no estado de Goiás, é responsável 
pelo atendimento de 41.662,5 (QUARENTA E UM 
MIL, SEISCENTOS E SESSENTA E DOIS E MEIO) 
habitantes. Dessa forma, este profissional para 
atender toda a quota que lhe cabe, levaria seis anos e 
meio para atender o último da fila. 
 
Pergunta-se: pode alguém esperar SEIS 
ANOS E MEIO para ter sua visão corrigida? Não! 
Claro que não! Imagine você ficar seis anos e seis 
meses sem poder ler, esperando por uma consulta 
para usar uns simples óculos para perto. 
 
Se analisarmos então a região nordeste, 
veremos uma situação ainda pior lá temos 1 
oftalmologista para cada 360.000(TREZENTOS E 
SESSENTA MIL) habitantes. Um médico, no 
nordeste, demoraria perto de 60 anos para atender 
todo o contingente referente a sua quota. 
 
Quando se trata de crianças então, 
deveríamos nos envergonhar pois não é difícil 
imaginarmos os prejuízos que essa falta de 
atendimento provoca no rendimento escolar, e suas 
conseqüências sócio-econômicas, num país de 
população jovem que necessita de qualificação para 
ingressar no mercado de trabalho. 
 
Existe ainda o agravante de sabermos que 
alguns problemas de visão em crianças, tais como 
ambliopias,se não forem corrigidas a tempo, 
resultarão em anomalias de visão para o resto de 
suas vidas. 
 
O resultado de tudo isso é que apenas 
9.500.000 (NOVE MILHÕES E QUINHENTOS MIL) 
brasileiros com deficiência visual, tem sua capacidade 
visual avaliada e corrigida (fonte: DATASUS-MS). 
Justamente os que podem pagar por uma consulta. 
Mas e o restante da população? Estima-se em 
(85.500.000 OITENTA E CINCO MILHÕES E 
QUINHENTOS MIL) o número de brasileiros que 
nunca poderão fazer seu exame de vista se 
prevalecer o sistema sustentado pelas entidades 
representativas da classe média oftalmológica. 
Pessoas esquecidas pelo sistema de saúde atual, 
abandonada pelos governos federal, estadual e 
municipal, pessoas ignoradas pela mesquinhez dos 
médicos oftalmologistas brasileiros que insistem em 
impedir o reconhecimento da OPTOMETRIA no 
Brasil. 
 
Segundo reportagem impressa na revista 
época de fevereiro de 2001, na coluna ciência e 
tecnologia, 70% da população brasileira tem algum 
grau de miopia, astigmatismo ou hipermetropia. 
 Este material foi elaborado com o objetivo 
principal de subsidiar a formação de Ópticos 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
3 
Optometristas com qualificação suficiente para 
atender à problemática exposta no texto 
supracitado. 
 
 
ELABORAÇÃO: 
 
Patrícia Trebien – Tecnóloga em Optometria – 
ULBRA-RS. 
 
 
COLABORAÇÃO: 
 
Ana Rita de Lima Freitas – Técnico em Óptica e 
Optometria, Acadêmica do curso de Bacharelado 
em Optometria – UNC – SC. 
 
Andressa Figueira - Tecnóloga em Optometria – 
ULBRA-RS 
 
Artemir Bezerra – Técnico em Óptica e 
Optometria. 
 
Danny Carvalho Magalhães – Bacharel em 
Optometria – UNC – SC. 
 
Eduardo Moura - Bacharel em Optometria – UNC 
– SC. 
 
João Cunha - Técnico em Óptica e Optometria, 
Acadêmico do curso de Bacharelado em 
Optometria – UNC – SC. 
 
Juan Pablo Bretas - Técnico em Óptica e 
Optometria, Acadêmica do curso de Bacharelado 
em Optometria – UNC – SC. 
 
Regina Rabelo - Técnico em Óptica e Optometria. 
 
Rodrigo Pescador - Bacharel em Optometria – 
UNC – SC. 
 
Sedna Maria - Técnico em Óptica e Optometria. 
 
Sérgio Júlio - Bacharel em Optometria – UNC – 
SC. 
 
Vilmário Guitel - Bacharel em Optometria – UNC 
– SC. 
 
Sérgio Veiga - Técnico em Óptica e Optometria, 
Acadêmico do curso de Bacharelado em 
Optometria – UNC – SC. 
 
Ricardo Bretas – Óptico Optometrista – O.D – 
Universidade da Área Andina – Colômbia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO I 
 
COMPETÊNCIAS: 
 
- Analisar Anamnese, 
- Compreender Acuidade Visual, 
- Identificar e analisar sintomatologia, 
- Relatar a utilização do Orifício Estenopeico 
- Identificar Olho Dominante 
- Relatar a utilização do Oftalmoscopia (ver 
Fundo de olho), 
- Analisar os resultados da Queratometria, 
- Identificar e diferenciar os tipos de sombras 
do Retinoscopio, 
- Sintetizar refração com fenda, 
- Identificar a Ficha optometrica, 
- Relatar sobre a História da Optometria, 
- Relatar sobre a Ética na optometria. 
 
 
 
HABILIDADES: 
 
- Reconhecer os equipamentos (Caixa de 
prova,retinoscópio, oftalmoscópio) e a ficha 
optométrica. 
- Realizar anamnese, ponto próximo de 
convergência, 
- Utilizar orifício estenopeico, 
- Reconhecer oftalmoscópio, 
- Realizar queratometria, 
- Reconhecer técnicas de retinoscopia, 
- Realizar refração com fendas. 
 
 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS: 
 
- Lanterna ou transiluminador 
- Oclusor 
- Oftalmoscópio 
- Caixa de prova 
- Armação de prova 
- Queratômetro 
- Retinoscópio 
 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
4 
 
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA 
OPTOMETRIA. 
 
1.1 ETIMOLOGIA (origem da palavra) 
Ops: visão; metron: medida, que significa, 
MEDIDA DA VISÃO. 
 
1.2 DEFINIÇÃO; 
 A Optometria é uma profissão da área da 
saúde, que forma optometristas para atuarem de 
forma independente e multidisciplinar, 
especializada no cuidado primário da saúde 
visual. 
É a ciência responsável pelo cuidado 
primário da visão, atuando na investigação e 
compensação da visão através de meios ópticos 
e na prevenção da cegueira detectando 
patologias oculares e sistêmicas que afetam a 
visão, não fazendo uso de medicamentos e de 
métodos cirúrgicos. 
 
Para a melhor compreensão da 
Optometria é necessário distinguir saúde visual 
de saúde ocular. A saúde visual é o exame e a 
avaliação da função visual, ou seja, do 
funcionamento do aparelho visual, que quando 
apresenta alterações visuais estas possam ser 
compensadas através do uso de óculos ou lentes 
de contato. 
 A saúde ocular é o manejo e diagnóstico 
das doenças oculares e sistêmicas que afetam a 
visão e que necessitam de tratamento médico 
através de medicamentos e cirurgias. 
 
 
1.3 FUNÇÃO 
 
 Sua atividade inclui, ações de prevenção 
de doenças que afetam o sistema visual e 
correção de ametropias através de meios ópticos, 
como lentes oftálmicas, prismas e lentes de 
contato. 
 
1.3.1 Condições visuais que necessitam de 
compensação óptica: 
 
� Miopia 
� Hipermetropia 
� Astigmatismo 
� Afácia 
� Presbiopia 
� Estrabismo 
� Forias e Tropias 
 
 
 
1.3.2 Condições visuais que necessitam de 
ortóptica: 
� Problemas oculomotores da visão binocular 
 
1.3.3 Condições visuais de ordem fisiológica e 
motora, pleóptica: 
� Ambliopia; 
 
1.4 PERFIL PROFISSIONAL; 
 
1.4.1 Técnico Óptico-Optometrista 
 De acordo com a Classificação Brasileira de 
Ocupações, o óptico-optometrista, pode prestar 
serviço optométrico dentro do estabelecimento óptico, 
serviços ópticos, bem como adquirir equipamentos 
ópticos e optométricos, dentro do estabelecimento 
óptico. 
 É um profissional com formação técnica de 2 
a 3 anos que atua em estabelecimentos ópticos. 
 
1.4.2 Optometrista 
 Formado com graduação superior, poderá 
atuar e prestar atendimento visual de maneira 
independente ou de maneira interdisciplinar atuando 
em postos de saúde, hospitais, gabinetes 
optométrico, convênios de saúde e clínicas 
integradas. 
 
2 EXAME OPTOMÉTRICO OU 
HISTÓRIA CLÍNICA OPTOMÉTRICA 
 O exame optométrico é realizado em 186 
países do mundo pelo optometrista, com a finalidade 
de identificar o estado motor, sensorial e funcional do 
sistema visual, bem como compensar o defeito 
refrativo encontrado através da prescrição de lentes 
ou remeter o paciente ao especialista necessário, 
psicólogo, oftalmologista, terapeuta ocupacional, 
clínico geral, neurologista e outros. 
 
2.1 GENERALIDADES: o registro dos dados e 
resultados obtidos durante o exame consigna, o 
exame optométrico, conhecido por história clínica. É o 
interrogatório no qual se tem um contato inicial com o 
paciente. 
 
2.2 OBJETIVOS: 
 
� Identificar o problema principal pelo qual o 
paciente veio à consulta, assim como problemas 
secundários. 
� Permitir uma visão generalizada do caso. Orientar 
na solução do problema principal da consulta. 
� Controlar a evolução do caso e a resposta ao 
tratamento. 
� Ajudar na investigação clínica e epidemiológica. 
 
2.3 PARTES DA HISTÓRIA CLÍNICA 
 
� DADOS DO PACIENTE 
� ANAMNESE 
� ACUIDADE VISUAL 
� OPTOTIPOS 
� EXAME EXTERNO 
� EXAME SENSORIAL 
� EXAME MOTOR 
� EXAME REFRATIVO 
� PROVA AMBULATORIAL 
� DIAGNÓSTICO 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
5 
� CONDUTA 
� CONTROLE 
 
3- DADOS DO PACIENTE; 
� Nome completo do paciente; 
� Idade/ data de nascimento; 
� Endereço: rua, bairro, cidade, estado; 
� Telefones: comercial, residencial e celular; 
� Atividade profissional/ ocupação; 
� Convênio: particular/óptica/nome do convênio 
 
 
4- ANAMNESE. 
 
� Consiste na entrevista com o paciente 
� Deve conter toda a história de saúde geral e 
ocular do paciente 
� Identificar o motivo principal da consulta 
� Aclarar e precisar dados sobre a 
sintomatologia 
� Dialogar com o paciente, facilitando-lhe 
conhecer os perfis psicológicos, sociais, cultural e 
econômico. 
� Avaliar a informação de modo que se 
descarte o acidental e se aprofunde no essencial. 
 
 
Classificação da Anamnese: 
 
I. MPC: motivo principalda consulta 
II. Sinais e sintomas 
III. Antecedentes pessoais 
IV. Antecedentes familiares 
 
I. MPC: motivo principal da consulta 
 
Inicia-se com perguntas que dirijam o motivo a 
que o paciente procurou consulta, como: 
� O que está acontecendo? 
� Qual o motivo que trouxe sr (a) até aqui? 
� Em caso de reconsulta: Como está sua 
visão? Tem percebido alguma anormalidade na 
sua visão? 
 
II. Sinais e Sintomas (sintomatologia) 
• Sinal: é a manifestação objetiva da 
doença física ou química diretamente observada 
pelo profissional, ou seja, quando o examinador 
percebe alguma alteração. 
 
• Sintoma: quando o paciente reporta 
(narra) o que sente para o examinador: cefaléia 
(dor de cabeça), visão borrada para longe ou 
perto, defeitos no campo visual, moscas volantes, 
perda súbita da visão, diplopia, dor ocular, 
ardência, prurido ocular, sensação de corpo 
estranho, etc. 
 É a sensação referida pelo paciente. Divide-
se em 3 categorias básicas: 
• Anormalidades da visão: dificuldade de 
visão para longe e/ou perto, etc. 
• Anormalidades de aparência ocular: olho 
vermelho, lacrimejamento, etc. 
• Anormalidades de sensação ocular: dor e 
desconforto. 
 
IMPORTANTE! 
 O conhecimento das estruturas oculares, 
das patologias e dos distúrbios da visão, é 
fundamental, para que o examinador inicie uma 
história clínica com segurança, pois a observação dos 
sinais e a análise dos sintomas referidos pelo 
paciente, vão sendo associados facilitando o exame e 
solucionando com maior eficácia o motivo da 
consulta. 
Os sinais e sintomas devem ser anotados levando-se 
em conta: 
 
� Localização, em caso de sinais 
(nasal/temporal/superior/inferior/360º) e em 
casos de dor de cabeça (frontal, parietal, 
temporal, interciliar, occipital); 
 
� Associado com atividades oculares, após 
esforço visual, durante a leitura. 
 
� Duração e freqüência: se amanhecer com os 
olhos vermelhos/dor de cabeça ou tem dor de 
cabeça no final do dia. Como ocorrem os 
sintomas: todos os dias, 1x por semana, 
muito raramente. 
 
III. Antecedentes Pessoais: devem ser dirigidas 
perguntas do tipo 
� Já usou /Usa óculos há quanto tempo 
� Acidentes envolvendo cabeça: golpe, caído 
de escada, acidente automobilístico, outros. 
� História de acidentes oculares: golpe, corpo 
estranho, objetos cortantes, queimaduras. 
� Medicamentos em uso 
� Cirurgias gerais e oculares realizadas 
� Doenças sistêmicas, como diabetes, 
hipertensão arterial, colesterol, e doenças 
alérgicas; 
� Tratamentos oculares realizados x tempo: 
conjuntivite, calázio; 
� Internações / atendimento ambulatorial: 
motivo 
IV. Antecedentes Familiares 
� História de doenças oculares na família como 
catarata, glaucoma. 
� História de doenças sistêmicas na família 
� Problemas refrativos na família, porém 
descartar uso de óculos na presbiopia porque 
esta é um processo fisiológico de todo ser 
humano; 
� Medicamentos e tratamentos usados pelo 
parentesco de 1. º grau do paciente. 
� História de cirurgias oculares na família 
 
RECOMENDAÇÕES: 
 
� A descrição anterior lhe sugerirá vários 
diagnósticos tentativos e suas perguntas 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
6 
devem ser dirigidas no sentido de 
confirmar um deles. 
� Se o motivo da consulta é vago, faça 
perguntas que lhe ajudem a esclarecer. 
� Se o paciente vem com um problema 
específico, você deve assegurar-se de 
solucioná-lo. Se não pode, deve remetê-
lo ao especialista adequado, explicando-
lhe com antecedência. 
� Você deve ter habilidade para controlar a 
situação, de modo que se o paciente é 
introvertido, fale com liberdade e se é 
extrovertido, pergunte o essencial. 
� É necessário continuar o interrogatório 
durante o exame até aclarar o problema. 
Mantenha uma posição objetiva de 
seleção de informação. 
 
 
 
- SINTOMATOLOGIA – QUADROS ANEXOS 
CLASSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS MAIS 
FREQUENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
7 
SINTOMAS VISUAIS MAIS COMUNS E SUA ETIOLOGIA 
 
SINTOMAS VISUAIS POSSÍVEL ETIOLOGIA 
 
Troca de cores nos objetos 
� lesões coroidoretinianas 
 
 
Halos (anéis) ao redor das luzes 
� alterações no cristalino 
� edema produzido por glaucoma e infiltrações corneais; 
 
 
Defeitos no campo visual 
� lesão na retina, lesões intracraneanas que afetam as vias ópticas. 
 
 
Miodesopsias 
� opacidades vítreas 
� toxoplasmose 
 
 
Nictalopia 
 
� retinite pigmentaria; 
� glaucoma; 
� miopia nãocorrigida 
 
Perda súbita da visão indolor (quando a visão não 
retorna em 24horas) 
 
 
� oclusão da artéria ou veia central da retina 
� neurite retrobulbar 
� hemorragia macular e vítrea 
� lesão corneana 
� glaucoma 
� descolamento da retina 
 
 
Perda gradual da visão indolor (podem durar 
semanas, meses ou anos). 
� catarata, ametropias, glaucoma de ângulo aberto, degeneração 
macular senil, retinopatia diabética, distrofia corneal, atrofia óptica; 
 
 
Perda transitória da visão (quando a visão volta ao 
normal dentro de 24 horas e geralmente na primeira 
hora) 
� quando dura pouco segundo (bilateral): papiledema 
� quando dura pouco minuto: amaurose fugaz (bilateral) 
� quando dura de 10 a 60 minutos: enxaqueca (podendo ser 
acompanhada ou não de dor de cabeça na seqüência) 
 
Perda da visão com dor 
� glaucoma agudo de ângulo fechado, neurite óptica (manifesta dor com 
o movimento dos olhos), uveíte, ceratocone 
 
Salto de linhas ou letras 
� astigmatismo não corrigido 
� descoordenação muscular 
 
 
Visão embaçada 
� defeitos refrativos não corrigidos 
� alterações patológicas 
 
 
Metamorfópsias 
� lesões da Retina: Edema ou Descolamento de Retina 
 
Ardência 
� inflamação nas pálpebras (blefarite) ou conjuntiva (conjuntivite) 
� ambientes contaminados 
� defeitos refrativos e insuficiência de convergência 
 
Astenopia 
 
� defeitos refrativos não corrigidos 
� descoordenação muscular 
 
Diplopia 
� Constante Monocular: ametropia, opacidade ou irregularidade corneal, 
catarata, lesões maculares de neurose e subluxação do cristalino. 
� Constante Binocular: tropia traumática recente e paralisia do músculo 
extraocular, paralisia dos III, IV e VI par cranial, alterações orbitárias 
(como transtornos relacionados à tireóide) 
� Intermitente Binocular: descompensação de uma foria pré-existente, 
miastenia grave 
 
Dor Ocular 
� corpo estranho 
� desequilíbrio muscular 
� uveítes 
� esforço binocular e aumento da pressão intraocular 
 
Epífora 
 
� obstrução do mecanismo de saída da lágrima 
� obstrução dos canalículos 
 
Fotofobia 
� corpo estranho 
� lesões corneanas 
� alterações do cristalino 
� insuficiência de convergência 
� defeitos refrativos 
� descolamento de retina 
 
Inflamação da pálpebra 
 
� blefaroconjuntivite refrativa ou crônica 
� inflamações locais (hordéolo ou calázio) 
� edema 
 
Olho Vermelho 
� glaucoma 
� uveíte anterior 
� lesões corneanas 
� descoordenação muscular (insuficiência de convergência) 
 
Prurido � infecções 
 
Problemas de enfoque 
� problemas acomodativos 
� hipermetropia não corrigida 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
8 
 
DEFEITOS REFRATIVOS E SUA ETIOLOGIA 
 
Nota: os sintomas produzidos pelo estado 
refrativo variam de acordo com o grau, problemas 
associados e a personalidade do paciente. 
5- ACUIDADE VISUAL 
 
GENERALIDADES: A determinação e melhoramento 
da acuidade visual são os propósitos básicos de toda 
prática refrativa. 
A acuidade visual (AV) é um dos componentes do 
sentido da visão. É um ato clínico importante pela 
informação que contém,assim como pelas 
correlações clínicas, refrativas e patológicas a que se 
pode suspeitar através dela. 
 
DEFINIÇÃO: 
Define-se como a capacidade de identificar objetos 
muito pequenos (letras, números ou figuras), de 
acordo a uma escala de tamanhos diferentes disposta 
a uma distância determinada e com iluminação 
constante e regular. 
Estas letras, números ou figuras se chamam 
optotipos. 
 
Podemos dizer que a AV é o poder que tem o olho em 
discriminar em detalhes os objetos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL 
 
Divide-se em: 
� Acuidade visual central: esta é tomada para longe 
e perto e avalia a área macular da retina; 
� Acuidade visual periférica: corresponde à periferia 
da retina e é avaliada através dos exames de 
campo visual; 
� Visão cromática e de contraste: é avaliada 
através dos testes de visão de cores e de 
sensibilidade ao contraste; 
 
MEDIDA DA ACUIDADE VISUAL 
 
Para identificar a forma de um objeto é 
preciso diferenciar as várias partes que o compõem. 
Quanto mais distante o objeto, menor será a imagem 
formada na retina, isto é, o tamanho da imagem 
retiniana é diretamente proporcional ao tamanho real 
do objeto observado e inversamente proporcional à 
distância deste objeto ao olho. 
 
Então se pode determinar a AV como a 
menor imagem retiniana que podemos reconhecer 
através do menor objeto que pode ser claramente 
observado a uma determinada distância. 
 
Em 1862, Snellen propôs o emprego da letra 
E nos testes de mensuração subjetiva da AV e suas 
tabelas foram difundidas na I Guerra Mundial como 
medida da acuidade visual. Cada optotipo da tabela 
de AV tem um formato tal, que pode ser colocado 
num quadrado cujo tamanho é cinco vezes maior que 
os braços que compõem a letra. Estes quadrados, ou 
seja, a letra completa formam um ângulo visual de 5’ 
quando vistos a uma distância específica. 
HIPERMETROPIA 
 
� astenopia; 
� blefaroconjuntivite 
crônica; 
� fadiga visual; 
� cefaléia frontal 
interciliar; 
� fotofobia; 
� epífora; 
� prurido; 
� visão embaçada em 
visão de perto e de 
longe; 
 
MIOPIA 
 
� blefaroconjuntivite 
crônica 
� fenda estenopêica 
palpebral 
� acuidade visual ruim 
para longe 
 
ASTIGMATISMO: 
depende do esforço 
para manter o 
círculo de menor 
difusão. O 
astigmatismo baixo 
é o que mais 
sintomatologia 
produz. 
 
� astenopia 
� visão ruim para longe 
e perto 
� blefaroconjuntivite 
crônica 
� cefaléia 
� embaçamentos 
transitórios – 
� irritabilidade 
� enjôos 
� hordéolos recidivantes 
� posições 
compensatórias de 
cabeça 
� vertigens 
� salto de letras e salto 
de linhas durante a 
leitura 
ANISOMETROPIA 
Defeito refrativo 
desigual dos dois 
olhos. 
� Astenopia 
� cefaléias 
� dificuldade para ler 
� dificuldade na fixação 
� náuseas 
� perda de estereopsia 
� tendência à diplopia 
 
PRESBIOPIA � cefaléias que 
aumentam com o 
trabalho em visão 
próxima 
� fadiga ocular 
(lacrimejamento). 
� perda gradual da visão 
próxima que melhora 
afastando os objetos 
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9 
A avaliação da AV depende do tamanho do 
ângulo visual, ou seja, o ângulo formado pelas 
duas linhas traçadas das extremidades do objeto 
até a retina, passando pelo ponto nodal do olho. 
Para produzir-se uma imagem do tamanho 
mínimo, o objeto deve ter um ângulo visual 
mínimo de um minuto (1’). 
Cada detalhe (pedaço) da letra de Snellen 
tem um ângulo visual de 1’. A letra completa tem 
um ângulo visual de 5 minutos (5’) a uma 
distância estabelecida, que geralmente é de 6 
metros. 
 
 
 
Para medir a AV se mostram os optotipos 
em tabelas ou projetores standarizados. A pessoa 
deve dizer qual é a menor letra que enxerga. A 
AV normal é 5/5, que também se pode expressar 
como 20/20 ou 6/6 ou 1,0. 
Medida da Acuidade Visual 
Equivalência entre diferentes Tabelas de 
Optotipos 
 
Escalas de Acuidade Visual 
 
 
Sistema 
Decimal 
 
Sistema 
Inglês 
(pés) 
 
Sistema 
métrico (m) 
 
Eficiência 
Visual - % 
0,1 20/200 6/60 
 
10 
0,2 20/100 6/30 
 
20 
0,25 20/80 6/24 
 
25 
0,3 20/70 6/21 
 
30 
0.4 20/50 6/15 
 
40 
0,5 20/40 6/12 
 
50 
0,66 20/30 6/9 
 
66 
0,8 20/25 6/7,5 
 
80 
1 20/20 6/6 
 
100 
1,5 20/15 6/2 
 
130 
2 20/10 6/3 
 
200 
 
Se uma pessoa, não é capaz de ver a menor 
letra (20/20) e vê uma letra (optotipo) com o dobro de 
tamanho, esta letra formará com a retina um ângulo 
de 10 minutos a 20 pés, se afastamos a 40 pés 
novamente formará um ângulo de 5 minutos. Isto 
corresponde a uma AV 20/40. 
Quando o sistema métrico é utilizado se 
costuma medir a 5 ou 6 metros. A letra que a 6 
metros forma um ângulo de 5 minutos equivale a uma 
AV = 6/6 (20/20), uma letra com o dobro de tamanho 
formará este ângulo a 12 metros. Isto é AV = 6/12 
(20/40). 
Uma simples conta matemática permite saber que 6/6 
= 1,0 ; ou que 6/12 = 0,5. 
Compreendendo-se assim que a AV pode ser 
expressa em números fracionados ou em decimais. 
O ângulo subentendido no olho e, portanto, a 
acuidade visual necessária pode ser calculada 
matematicamente segundo a fórmula a seguir: 
 ÂNGULO VISUAL (MIN) = 
 1 / MARCAÇÃO DE SNELLEN 
ÂNGULO VISUAL (MIN) = 1 / 20/40 
 
FATORES QUE MODIFICAM A ACUIDADE VISUAL 
 Existe um certo número de fatores que afetam a 
medição da acuidade visual e quando são ignorados, 
seus resultados variam. 
A AV varia de acordo com a idade, sendo que 
somente ao redor dos 5 anos atinge 20/20 e em 
seguida continua a melhorar. Este é um processo 
fisiológico e não patológico. 
Decresce pouco a pouco, a partir dos 60 anos, para 
20/25, mesmo na ausência de distúrbios maculares. 
Entre 80 a 90 anos, a visão diminui para 20/30 ou 
20/40, devido a uma infinidade de distúrbios que 
provocam uma perda de visão. 
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10 
1) ILUMINAÇÃO DO AMBIENTE 
Deve-se ter em conta a iluminação ambiental 
para que esta seja suficiente para fornecer 
condições normais de visão fotópica ou diurna 
para se ter um diâmetro pupilar de até 4mm. A 
iluminação ambiental influi sobre o diâmetro 
pupilar e sobre a adaptação dos fotorreceptores. 
> iluminação = > AV (sem cair em 
deslumbramento) 
� fotópica: luz diurna, ativa cones 
� mesópica = crepúsculo, intermédia 
� escotópica: luz noturna, ativa 
bastonetes 
2) DIÂMETRO PUPILAR 
MIOSE: contração pupilar que ocorre em 
presença de luz, em que aumenta a 
profundidade de foco e a imagem é vista mais 
nítida. 
MIDRÍASE: dilatação da pupila que produzem 
fenômenos de difusão da luz, diminuindo a 
AV, porque induz a entrada de maior 
quantidade de luz causando deslumbramento 
caso a iluminação seja forte. 
3) DEFEITOS REFRATIVOS 
 
Quando existem ametropias a AV encontra-
se geralmente diminuída e esta é a causa mais 
freqüente de consultas. 
4) DISTÂNCIA 
A distância deve estar de acordo com a 
escala de AV do optotipo utilizado. Geralmente à 
distância para visão de longe é de 5 a 6 metros e 
a distância para visão próxima é de 33cm a 40cm. 
5) ESTADO FISIOLÓGICO DO PACIENTE 
Se o paciente está cansado isto influi de 
maneira negativa na AV, do mesmo modo 
que se houver algum tipo de inflamação ou 
infecção nos meios oculares. 
6) ILUMINAÇÃO E CONTRASTE 
De um modo geral, quanto maior a iluminação, 
maior a AV. Porém a iluminação exagerada chega a 
ponto de degradar a visão e até mesmo pode produzir 
lesão. portanto, um optotipo demasiadamente 
iluminado, torna-se difícil de ser observado do que um 
menos iluminado. 3 
 
Já o contraste ajuda na melhora para discriminar 
as letras do optotipo, pois em um fundo branco 
distinguem-se melhor as letras negras que se fossem 
cinzas, pois quanto maior o contraste, menor o ângulo 
de discriminação e melhor AV. 
7) MOVIMENTOS OCULARES DURANTE A 
FIXAÇÃO 
Em casos de nistagmo, em que os olhos não 
têm um único ponto de fixação, a AV encontra-se 
prejudicada,devido que a luz cai sobre distintos 
pontos de maneira constante. 
TIPOS DE ACUIDADE VISUAL 
A. SEGUNDO O OPTOTIPO 
� AV MORFOSCÓPICA: baseia-se no mínimo 
separável e refere-se a AV medida com 
optotipos em linha, em que o paciente deve 
identificar corretamente mais da metade das 
letras de uma fileira, para que esta seja 
considerada válida. 
� AV ANGULAR: baseia-se no mínimo visível, 
em que são utilizados optotipos com cartelas 
individuais de figuras ou caracteres. É 
utilizada geralmente em casos de ambliopia 
ou para crianças muito pequenas e não 
colaboradoras. 
B. SEGUNDO A VISÃO DE CADA OLHO OU AMBOS 
� MONOCULAR: toma-se a AV em cada olho 
por separado. Começando sempre pelo OD 
(olho direito) e OE (olho esquerdo ocluído) e 
vice-versa. 
� BINOCULAR: toma-se com ambos olhos 
desocluídos, em visão de longe e visão de 
perto, sem correção e com correção, sendo 
sempre maior que a monocular. Deve-se 
levar em conta que não exista uma diferença 
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maior de duas linhas entre a visão de 
ambos olhos, para que a avaliação da AV 
em ambos os olhos seja sensata. 
C. SEGUNDO A DISTÂNCIA DO OPTOTIPO 
� Visão de longe: 6 metros 
� Visão de perto: 33 cm a 40 cm 
D. SEGUNDO A CORREÇÃO: 
� S/C (sem correção óptica) 
� C/C (com correção óptica) 
6. OPTOTIPOS 
São figuras destinadas a determinar o valor da 
Acuidade Visual (AV). 
A medida da AV é uma avaliação subjetiva, já que 
depende em grande quantidade da resposta do 
paciente e isto implica na idade, nível cultural, 
entendimento, estado psicológico e problemas 
neurológicos. 
TIPOS DE OPTOTIPOS 
� SNELLEN 
� E DIRECCIONAL 
� ANÉIS DE LANDOLT 
� OPTOTIPOS BICROMÁTICOS 
� OPTOTIPOS PARA VISÃO 
SUBNORMAL 
� OPTOTIPOS DE VISÃO DE PERTO 
 
 
 
 
TÉCNICA PARA MEDIR A ACUIDADE VISUAL 
(AV): 
 
A. VISÃO DE LONGE: 
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12 
1. Selecione o optotipo adequado para o 
paciente. 
2. Coloque comodamente o paciente diante 
do optotipo à uma distância de seis metros e na 
altura de seu olhos. 
3. Oclua o olho esquerdo do paciente. 
4. Peça ao paciente que identifique com o 
seu olho direito a letras da menor linha que lhe 
seja possível ver, ou que leia desde o início da 
escala até onde conseguir. Detenha–se quando o 
paciente seja incapaz de ler algumas das letras 
de uma linha. Anote o resultado da escala como 
preferir, em pés ou decimal, para o Olho Direito 
(OD). 
5. Oclua o olho direito do paciente e repita o 
procedimento para o olho esquerdo e anote os 
resultados para OE e logo para ambos os olhos 
abertos e tome nota para AO. 
6. Se o paciente não pode ver a maior letra 
da tabela: 
� Aproxime a pessoa a 3m e multiplica-se 
por 2x o valor do denominador da escala de AV 
de 6 metros, por exemplo, a letra 20/200, será 
uma letra 20/400 a 3 metros, porém se ainda 
assim não ver a 3 metros a maior letra da tabela, 
aproxime a pessoa a 1,5 m e converta a 
distância, multiplicando neste caso, por 4x o valor 
do denominador da escala de AV de 6 metros, 
por exemplo, a linha 20/100 da tabela feita para 6 
metros, se for lida a 1,5 metro terá o valor de 
AV 20/100 x 4 = 20/400. Se ainda não enxergar a 
esta distância passar para o passo 7. 
7. Conta Dedos: realize movimento com os 
dedos e peça para a pessoa responder a 
quantidade de dedos que está vendo a 1 metro. 
Caso ainda não enxergue peça a 50cm. Registre 
como CONTAGEM DE DEDOS à 50 cm. 
8. PL: projeção luminosa. Caso o paciente não vê 
os dedos, coloque uma luz a 50 cm. E movimente-a 
nos quatro pontos do campo visual (superior, 
inferior, nasal, temporal) perguntando se pode vê-la 
e que indique com o dedo a posição da luz. 
Registre como PROJEÇÃO LUMINOSA; se for 
defeituosa, especifique em que direção. 
9. PPL: projeção e percepção luminosa. Neste 
caso o paciente percebe uma luz, porém não tem 
noção da localização luminosa, podendo apenas 
distinguir à luz , registre como PERCEPÇÃO 
LUMINOSA. 
10. NPL: não há percepção de luz, registre como 
AMAUROSE. 
11. Considera-se que existe ambliopia, apresente 
um optotipo em forma isolada (A.V.Angular-E 
Direcional de SNELLEN) e observe se melhora ou 
não a acuidade visual. 
 
B. VISÃO DE PERTO : 
1. Selecione a tabela de perto adequada para o 
paciente, podendo utilizar letras separadas, 
números ou texto; 
2. Ilumine a tabela de perto; 
3. Oclua o olho esquerdo (OE). 
4. Peça ao paciente que identifique com o seu olho 
direito (OD) possível ver a distância de 33cm ou 
40cm. Lembre-se que as tabelas para perto são 
desenhadas para medir a AV de perto à 33-40cm de 
distância e que esta não deve ser desrespeitada. 
5. Anote o valor da AV de perto para o OD pela 
medida em metros ou pela medida de Jaegger, por 
exemplo, J1= 0,37m J2= 0,50m. 
6. Oclua o OD e repita os passos 3, 4 e 5 para o OE. 
7. Tome a medida de ambos os olho e anote para AO 
a medida escolhida (metros e Jaegger); 
8. Caso o paciente não enxergue a linha J6 em um 
dos procedimentos, pede-se para ler o título. Se 
mesmo assim não enxergue este, pede-se para 
observar o contorno da tabela, que tem formato de 
quadrado e quantas linhas enxerga. 
Anotação: J6 - (nos casos em que o paciente 
não observe o título) 
 
ANOTAÇÃO: 
Existem diferentes formas de registrar a A.V. para 
visão de longe, a mais utilizada é a fração de 
SNELLEN, onde o numerador representa a distância 
a qual está colocado o optotipo (em pés) e o 
denominador assinala a distância a qual um olho 
normal pode ler, por exemplo, 20/30 significa que à 
distância do optotipo é de 20 pés (6 metros) e que a 
distância que o olho pode ver nítida a imagem é à 
distância de 30 pés. 
A A.V. se registra como a fração correspondente a 
menor linha que o paciente pode ler. Os erros de 
leitura anotam-se com o sinal de menos ( - ) seguido 
pelo numero de letras que não pode ler; as adicionais 
com um mais ( + ), seguido pelo número de letras que 
pode ler da linha seguinte 
 Para visão de perto, o sistema de 
anotação mais utilizado é MÉTODO MÉTRICO ou 
ANOTAÇÃO M , onde o número M indica a distância 
em metros à que a letra subentende 5 minutos de 
arco. Outro, é a Tabela de JAEGER em que o 
tamanho da letra varia de 0.5mm à 19mm. Anota-se 
como J 1 a menor e J 20 a maior. 
A A.V. tomada com correção vai precedida de CC e a 
que se toma se correção de SC. 
Especifique com que optotipo trabalhou. 
 
INTERPRETAÇÃO: 
 No momento da correlação de dados tenha 
em conta que uma A.V. de 20/20 não descarta a 
existência de patologia nem a presença de um defeito 
refrativo. 
 Uma das causas da diminuição da A.V. são 
os defeitos refrativos. 
 Se o paciente lê somente as primeiras ou 
últimas letras de cada linha, anote como PERDA DE 
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13 
CAMPO VISUAL ( direito ou esquerdo ) e indique 
a quantidade de letras lida. 
RECOMENDAÇÕES : 
 Para que a medida de A.V. seja confiável, 
tenha em conta : 
� Controle a posição da cabeça do paciente (direita 
e reta). 
� Evite que o paciente realize esforços para ver 
melhor (fenda estenopêica). 
A A.V. deve ser medida antes de realizar 
qualquer teste com intensidade luminosa forte, 
como oftamoscopia ou retinoscopia já que 
deslumbra e altera o valor real. 
� Deve ser realizado o teste do PH (Pin 
Hole) ou Orifício Estenopêico em toda a AV que 
seja igual ou maior que 20/30, levando em conta, 
a importância funcional deste teste. 
� Se o paciente usa óculos, deve-se medir 
a AV sem correção ( SC ) e logo com correção ( 
CC ). 
� Se o paciente demora em responder indica que há 
dificuldade e está chegando ao limite de sua A.V. 
� Sempre esteja alerta com respeito a que o olho se 
encontre bem ocluído ou que o paciente não mova 
a cabeça para ver com o olho ocluído. 
� Nunca permita ao paciente cobrir o olho com seus 
próprios dedos. 
 
7. ORIFÍCIO ESTENOPÊICO 
 
GENERALIDADES: 
Ao diminuir os círculos de difusão e 
aumentar a profundidadedo foco, melhora a 
Acuidade Visual. 
A AcuidadeVisual com o orifício estenopêico toma-
se quando a A.V. habitual em visão de longe é 
menor de 20/40 ou quando a A.V. com correção é 
menor a 20/20, logo depois de ter realizado o 
exame refrativo. 
TÉCNICA: 
� Anteponha o orifício estenopêico no olho 
com a A.V. diminuída, enquanto se oclui o outro. 
� Siga o mesmo procedimento que para a 
tomada da A.V. em visão de longe. 
INTERPRETAÇÃO: 
Melhora a A.V. em casos de: Miopia – 
astigmatismo miópico – ceratocone – paralisia de 
acomodação – opacidades corneais que não 
afetam a área pupilar. 
Não melhora a A.V. em casos de: Iridocliclite – 
uveíte – retinite – afecção do nervo óptico – 
edema corneal – catarata – lesões que afetem a visão 
central – hipermetropias altas – astigmatismos 
hipermetrópicos – ambliopia. 
ANOTAÇÃO : 
Registre a A.V. obtida, precedida da sigla P.H. (Pin 
Hole). 
8- DOMINÂNCIA 
OLHO DOMINANTE: Saber qual o olho dominante é 
útil para: os testes dissociantes. 
Casos de correção final parcial, para dar à este olho a 
melhor correção. 
• TÉCNICA OBJETIVA: Ponto próximo de 
convergência: o olho que mantém a fixação é o 
dominante. 
• TÉCNICA SUBJETIVA: Furo estenopeico: 
pede-se ao paciente que olhe através do furo. O olho 
utilizado é o dominante. 
• MÃO DOMINANTE: Também existem várias 
maneiras de determinar qual é a mão dominante. 
Coloque-se em frente ao paciente, na linha 
média: peça-lhe que receba algo (caneta, oclusor 
etc). A mão com a qual recebe o objeto é a 
dominante. 
A mão dominante lhe ajuda a determinar a 
relação existente com a dominância ocular; 
dominância cruzada ou dominância homônima. 
 
G) OFTALMOSCOPIA 
 
GENERALIDADES: É realizada com a finalidade de: 
- Observar a transparência dos meios refringentes. 
- Determinar a existência de patologias ou alterações 
oculares e seguir sua evolução. 
- Determinar a fixação do paciente. 
- Avaliar aproximadamente o defeito refrativo, 
segundo a lente com a qual visualize o fundo do olho. 
 
 
PRINCÍPIO ÓPTICO 
 
Consiste na projeção da luz procedente do 
oftalmoscópio no interior do olho para que mediante 
sua reflexão no fundo o observador possa obter uma 
imagem das estruturas internas. 
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9- OFTALMOSCOPIA 
 
O princípio da oftalmoscopia são os focos 
conjugados. 
 
MIRAS DO OFTALMOSCÓPIO DIRETO: É 
composto de duas rodas principais – uma para 
focalizar (lentes de diferentes dioptrias) e outra 
para trocar as miras. Basicamente os 
oftalmoscópios possuem as seguintes miras: 
a) Filtro azul cobalto: utiliza-se para teste com 
fluoresceína em adaptação de lentes de contato. 
 
b) Filtro verde: detecção de pequenas 
hemorragias e alterações vasculares a nível 
retiniano; elimina a coloração vermelha do fundo 
de olho deixando perceber em contrastes as 
alterações vasculares. Ao aumentar o contraste 
entre o bordo e a escavação, nos permite medir 
com maior clareza sua profundidade. 
 
c) Filtro Polaroide: diminui a intensidade da luz 
para examinar pacientes fotofóbicos. 
d) Grande abertura ou grande angular (foco 
maior): é utilizada em oftalmoscopia à distância e 
permite uma visão geral do estado do fundo de 
olho. 
e) Retículo de fixação: é utilizado para determinar 
a zona da retina com a qual o paciente fixa. 
f) Pequena abertura ou pequena angular (foco 
menor): permite o melhor enfoque de uma zona 
específica. Diminui a MIOSE por estimular uma 
zona menor da retina. 
g) Média abertura ou média angular- Usada para 
pupilas de tamanho normal. 
h) Fenda: determina elevações ou depressões do 
tapete retiniano. 
 
TIPOS DE OFTALMOSCOPIA 
 
 
9.1- OFTALMOSCOPIA À DISTÂNCIA (REFLEXO 
DE BRUCKNER) 
É conveniente fazer uma observação a uns 30 ou 40 
cm de distância dos meios intra-oculares antes de 
iniciar a oftalmoscopia propriamente dita. 
 
TÉCNICA: 
 Com o fim de observar a transparência dos meios. 
� Peça ao paciente que olhe para um ponto fixo (E 
do optotipo). Com o gabinete escuro para que 
produza uma midríase ampla. 
� Coloque-se a 50 cm em frente ao paciente 
(alinhado com o eixo e com o oftalmoscópio em 
zero dioptrias). 
� Observa-se um fundo vermelho claro e contínuo. 
Qualquer opacidade se vê como um ponto negro 
e contrasta com o fundo de olho. 
� PUPILA: deve aparecer de cor vermelha mais ou 
menos intensa e sem nenhuma opacidade 
� MEIOS INTRAOCULARES: se existe alguma 
opacidade esta se veria negra sobre o fundo 
vermelho 
� LOCALIZAÇÃO DAS OPACIDADES: se existe 
uma opacidade deveremos localizá-la e 
determinar se é fixa ou móvel. No primeiro caso 
se moverá com o olho enquanto que no outro 
continua movendo-se quando o olho está quieto. 
Assim mesmo as opacidades móveis somente se 
localizam no vítreo ou câmara anterior. 
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A determinação da profundidade a que se 
situam as opacidades se faz por meio de seu 
movimento de com respeito ao borde da pupila. 
 
9.2- OFTALMOSCOPIA DIRETA: é utilizada para 
observar em detalhes as estruturas. 
Neste caso o fundo de olho é observado 
através de uma lupa, como imagem direta já que 
não fazem falta ajudas ópticas adicionais. 
 
TÉCNICA: 
� Deve realizar-se em uma sala com 
iluminação diminuída 
� Peça ao paciente que olhe um ponto fixo 
em frente. 
� Com o oftalmoscópio em sua mão direita 
examine o olho direito do paciente. 
� Utilizando a roda de lentes, de potencias 
que vão desde +20 dpt a –35 dpt, se 
estudarão estruturas como pálpebras e 
córnea (+20dpt), câmara anterior 
(+17dpt), íris e cara anterior do cristalino 
(+15dpt), corpo vítreo (+8, +6, +4dpt), até 
a retina (+2,0 a –2,0dpt). A observação 
se realiza a uns 2,5 cm. 
� Coloque-se a uma distância de 2,5 cm 
com uma lente + 20.00 D e uma 
inclinação de mais ou menos 30 graus e 
observe a córnea. 
� À medida que reduza, em forma gradual 
a potência positiva da lente, o foco de 
observação se estende para traz e para 
dentro do olho. Mais ou menos assim 
(tratando-se de olhos emétropes) 
• Córnea e filme lacrimal: lente +20 a +25 
• Câmara Anterior: lente +17 a +20 
• Cristalino: +10 a +12 
• Humor vítreo: +6 a +8 
• Retina: Neutra a -2 
OBS: Estes valores valem sempre que estivermos 
diante de olhos Emétropes (paciente e examinador) 
O poder da lente depende do erro refrativo do 
paciente e do examinador. 
Logicamente dependerá da ametropia do paciente as 
lentes a serem utilizadas para a observação, assim, 
por exemplo, um míope de –3,00dpt precisará ser 
observado através da lente de –3.00 e um afáco com 
uma lente suficientemente + para compensar seu 
defeito. 
 
� Em cada uma das estruturas deve-se observar se 
estão livres de qualquer anomalia. 
� Caso observe alguma opacidade, peça ao 
paciente que mova suavemente o olho horizontal 
e verticalmente, para determinar o lugar de 
colocação da opacidade, assim: 
� Movimento a favor: implica dizer que a opacidade 
está antes do ponto nodal (córnea, cápsula 
anterior do cristalino e/ou núcleo do cristalino). 
� Movimento contra: implica dizer que está depois 
do ponto nodal (cápsula posterior do cristalino 
e/ou vítreo) 
� Ao anotar o local onde se encontra a 
opacidade, deve-se fazer com referência a 
colocação dos números do relógio. 
� A inclinação de + ou – 30 graus temporalmente, 
se realiza para chegar diretamente à cabeça do 
nervo óptico. 
� No fundo de olho deve-se levar em conta: 
 
 
ANOTAÇÃO: 
 
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 É conveniente seguir uma ordem sistemática 
na observação para não esquecer nenhuma 
estrutura: 
 
1. PAPILA OU CABEÇA DO NERVO ÓPTICO: 
observaremos suas bordas que devem ser 
definidos, a cor do disco (amarelo suave), o 
tamanho e a forma (redonda, ligeiramente 
ovalada vertical / horizontal) escavação que 
não deve alcançar nunca a borda do disco, a 
pulsação venosa. 
2. φ DA ESCAVAÇÃO: Analizar a proporçãodo 
diâmetro da escavação em relação ao 
diâmetro da papila. Anotação: 0,1 – 1,0. 
Obs.: Até 0,5 simétrico normal, além de 0,5 
simétrioco anormal (suspeita de glaucoma) e 
diferença de 0,2 assimétrico anormal 
(suspeita de glaucoma). 
3. PROFUNDIDADE DA ESCAVAÇÃO: 
aumentar lente negativa desde o bordo 
papilar até observar a lâmina crivosa. Tendo 
em conta a diferença entre a lente inicial e a 
final (cada 3.00 D equivale a 1 mm de 
profundidade). 
4. VASOS: observaremos seu recorrido desde a 
papila até a periferia, sua tortuosidade, os 
cruzamentos artério-venosos. As veias são 
de cor mais escura que as artérias e duas 
vezes mais grossas. (relação 2:1) 
5. MÁCULA: situada no lado temporal da papila 
e a uns dois diâmetros papilares de distância. 
Observaremos o brilho foveal, sua 
uniformidade e ausência de vasos. Mude 
para a mira do retículo de fixação e peça ao 
paciente que olhe a luz, enquanto oclui o 
outro olho. É avascular, cor vermelho cereja 
com um reflexo central brilhante (fóvea). 
Repita o procedimento com o olho esquerdo, 
colocando o oftalmoscópio na sua mão 
esquerda e observando também com seu 
olho esquerdo. 
6. FUNDO DE OLHO: observaremos sua 
coloração e em geral seu conteúdo, pois não 
é normal ver manchas vermelhas ou brancas 
no fundo de olho, senão que deve estar limpo 
de qualquer alteração. Cor do fundo de olho: 
vermelho pálido uniforme, com variações 
normais segundo a raça, o estado refrativo e 
a idade. 
 
3) OFTALMOSCOPIA INDIRETA 
 O oftalmoscópio binocular indireto se encaixa na 
testa do examinador por uma alça, possui uma 
potente fonte de luz e precisa de uma lente positiva 
condensadora para a observação do fundo de olho. 
 Esta técnica é mais complexa que a anterior, mas 
possui certas vantagens: 
• Visão estereoscópica 
• Visualização fácil da retina periférica, de grande 
importância na detecção de lesões nesta área. 
• A pouca magnificação permite observar 
simultaneamente uma ampla zona da retina. 
Desvantagens: 
• Utilização de midriático. 
As imagens obtidas mediante esta técnica estão 
invertidas verticalmente e trocadas lateralmente 
 
DIFERENÇAS ENTRE OFTALMOSCOPIA DIRETA 
X OFTALMOSCOPIA INDIRETA 
 
 
10- QUERATOMETRIA OU CERATOMETRIA 
 É uma técnica clínica objetiva que se utiliza 
para medir a curvatura da superfície anterior da 
córnea, e conhecer o valor do astigmatismo corneal já 
que a córnea é um elemento importante na refração 
ocular. 
 A informação que nos proporciona o 
ceratômetro é de grande ajuda, em pacientes que 
apresentam um reflexo retinoscópico pobre pela 
existência de opacidades nos meios intra-oculares ou 
bem por apresentar um elevado defeito refrativo. 
Também é de grande utilidade quando há pouca 
colaboração no exame subjetivo por parte do paciente 
(crianças, pessoas com problemas psicológicos...) ou 
ainda em pessoas que desejam uma adaptação de 
lentes de contato. 
 Ao realizar a medida ceratométrica também 
obtemos informação da estabilidade da superfície 
corneal, como pode ser, a presença de ceratocone, 
ou ainda de anormalidades degenerativas que afetem 
a córnea, e também em controlar a evolução da 
ceratometria radial, ceratoplastias ou outras cirurgias 
corneais. 
 
 
Oftalmoscopia 
DIRETA 
• Imagem 
direta 
• Sem dilatar a 
pupila 
• Diminuição 
do Campo 
Visual 
• Maior 
magnificação 
• Monocular 
• Sem 
estereopsia 
Oftalmoscopia 
INDIRETA 
• Com pupila 
dilatada 
• Aumento do 
Campo 
Visual 
• menor 
magnificaçã
o 
• Imagem 
invertida e 
virtual 
• Binocular 
• Com 
estereopsia 
 
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17 
GENERALIDADES: 
Serve para determinar: 
• A quantidade e o eixo do astigmatismo 
corneal. Relaciona-se de forma direta com o 
astigmatismo refrativo. 
• Em lentes de contato, a curva base e o tipo 
de lente a adaptar. 
• O estado corneal e controlar variações em 
sua estrutura. 
• A relação entre a curvatura corneal e o 
estado refrativo. 
REQUISITO: 
 Para realizar a queratometria necessita-
se transparência corneal e uma superfície regular 
que permita o reflexo das miras. Também é 
necessário certo grau de colaboração por parte 
do paciente. 
ETIMOLOGIA (origem da palavra): 
CERATOS: córnea 
METRIA: medida 
Definição: Medida da córnea 
TIPOS DE CERATOMETRIA: 
 
1) Ceratômetro de Javal – Schiotz 
 
OBJETIVO 
 
Medir os raios de curvatura e a potência dos 
meridianos principais da superfície anterior da 
córnea e conhecer a natureza da córnea. 
MATERIAL 
� Ceratômetro de Javal 
 
MÉTODO 
 
� Ajustar a ocular do ceratômetro ao estado 
refrativo do examinador. Este passo é muito 
importante para que a medida obtida seja exata, 
se a ocular não estiver bem enfocada 
induziremos um erro na tomada da medida. 
� Pedir ao paciente que apóie o queixo e a testa em 
seus respectivos suportes. 
� Ocluir o OE. 
� Mover o suporte do queixo para cima ou para 
baixo até que a altura dos olhos do paciente 
coincida com a marca que existe no lado 
esquerdo do suporte do queixo. 
� Indicar o paciente que olhe o ponto luminoso de 
fixação que existe no interior do instrumento. 
� Alinhar o instrumento com o olho do paciente. 
Este primeiro ajuste se faz olhando por fora do 
ocular, alinhando com a alavanca de controle, a 
marca e a mira do instrumento com o centro da 
pupila do OD do paciente. 
� Focalizar e centrar a imagem das miras 
reflexadas pela superfície anterior da córnea. 
Este segundo ajuste é mais preciso. Realiza-se 
olhando através da ocular e deslocando o instrumento 
para frente ou para trás. 
� Tomar a medida do primeiro meridiano principal 
horizontal, alinhando a linha de fé das imagens 
centrais, fazendo-as coincidir tangencialmente, 
sem que se sobreponham. 
� Memorize o valor do raio de curvatura, da 
potencia e o meridiano em que se foi determinada 
à medida. 
� Girar o instrumento, 90.º aproximadamente até 
localizar o outro meridiano principal vertical. 
� Tomar a medida do segundo meridiano principal 
vertical, alinhando de novo a linha de fé das miras 
centrais e, seguidamente, fazê-las coincidir 
tangencialmente. 
� Anotar os valores. Primeiro os valores 
memorizados do meridiano horizontal, seguidos 
dos valores que correspondem ao meridiano 
vertical. 
� Realizar outra vez todos os passos para o OE 
ocluindo o OD. 
 
NOTA: o ceratômetro de Javal-Schiotz está composto 
por duas miras: uma é um retângulo de cor vermelha 
por uma linha central (linha de fé), e a outra é uma 
escada dupla de cor verde, também separada por 
uma linha de fé, cada uma das escalas representa 
uma dioptria de astigmatismo. 
 
Olhando através do ocular, e graças ao sistema duplo 
que incorporam estes instrumentos para facilitar a 
medida, podemos observar sobre a córnea uma dupla 
imagem de cada mira, duas verdes e duas vermelhas. 
Para tomar as medidas somente teremos em conta as 
miras centrais. Foram escolhidas essas cores que são 
complementarias para que, se as miras se 
superpõem. Se veja a parte superposta de cor 
branca. 
 Quando duas miras estiverem alinhadas faz-se a 
leitura do aparelho. 
 
 
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18 
 
Verde vermelha 
 
 
MEDIDA 
 
� Primeiro realiza-se a medida de um dos 
meridianos principais da córnea. 
Para que a medida seja perfeita deve-se girar o 
suporte das miras do queratômetro com comando 
de medida, até conseguir um perfeito alinhamento 
das miras centrais. Em seguida, ajustamos as 
miras de tal forma que ambas fiquem tangenciais 
entre si, sem que se superponham nem se 
separem. Nesta posição tem que se memorizar a 
medida do raio e a potencia corneal que nos vem 
indicada, em mm e dioptrias respectivamente. 
Uma vez realizada esta primeira medida giramos 
o instrumento aproximadamente 90.º em busca 
do outro meridiano principal da córnea. 
 
 Ao buscar o segundo meridiano principal 
pode ocorrer: 
 
� Que as miras se mantenham unidas 
tangencialmente; indicam que nãoexiste 
astigmatismo corneal. 
Exemplo 1: valor de astigmatismo da face anterior 
da córnea no OD: 
O valor da potencia astigmática é a diferença que 
existe entre os dois meridianos. O valor do eixo 
do astigmatismo vem dado pelo meridiano de 
menor potencia. 
 90.º -0,25dpt 
Astigmatismo corneal inverso, por ser o meridiano 
horizontal de maior potencia. 
 
Exemplo 2: Valor do astigmatismo da face 
anterior da córnea no OE: 
 0.º -0,50dpt 
Astigmatismo corneal direto, por ser o meridiano 
vertical de maior potencia. 
 
Exemplo 3: A diferença que existe na potencia 
dos meridianos do OD é de 0,05 mm; isto implica 
que o valor do astigmatismo corneal é de 0,25dpt 
e o eixo do astigmatismo é a 90.º por ser este 
meridiano o de menor potencia. 
 
 Valor do astigmatismo corneal do OD: 90.º -
0,25 dpt 
 
NOTA: é conveniente repetir em cada olho, um 
par de vezes a medida ceratométrica. 
 
2) Ceratômetro de Helmholtz 
 
OBJETIVO 
 
Determinar o raio de curvatura e a potencia dos 
meridianos principais da face anterior da córnea e 
conhecer a natureza da córnea. 
 
MATERIAL 
 
� Ceratômetro de Helmholtz (B&L) 
 
 
MIRAS 
 
 
 
Alinhar até sobrepor os sinais de – e + 
 
Faz-se então a leitura do aparelho. 
 
 
Zeiss 
 
 
 
 
 
MÉTODO 
 
� Ajustar a ocular do ceratômetro ao estado 
refrativo do examinador. Este passo é muito 
importante para obter valores exatos. 
� Pedir ao paciente que apóie o queixo e a testa 
nos respectivos suportes; 
� Ocluir OE 
� Ajustar a altura dos olhos do paciente até que 
estes coincidam com uma marca que existe ao 
lado esquerdo do suporte do queixo. 
� Alinhar o nivelador visual do ceratômetro com a 
abertura palpebral temporal do OD. 
� Indicar ao paciente que os dois olhos devem estar 
abertos e que deve fixar na imagem do olho que 
se vê reflexada no centro do instrumento. 
� Deslocar suavemente o ceratômetro 
horizontalmente, até que o examinador observe, 
sem mirar através da ocular, a imagem da mira 
ceratométrica reflexada sobre a córnea. 
� Olhar através da ocular 
� Mover verticalmente o instrumento até que a cruz 
central vista através da ocular fique no centro do 
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19 
círculo inferior que está situado mais à direita. 
 
� Focalizar a imagem reflexada, movendo o 
instrumento para frente o para trás, até que 
se consiga que o círculo inferior e mais à 
direita que se vê inicialmente desdobrado 
seja visto uma imagem simples, de maneira 
que somente se vejam três círculos na 
imagem que se reflexa sobre a córnea. 
� Manter constantemente o enfoque e tomar a 
medida do meridiano horizontal, superpondo 
os sinais positivos, com o comando à 
esquerda. Em seguida tomar a medida do 
meridiano vertical superpondo os sinais 
negativos com o comando da direita. Ambos 
comandos são girados alternativamente até 
que as cruzes e os sinais negativos estejam 
alinhados. 
� Realizar outra vez todos os passos para obter 
as medidas do OE. 
 No caso de estar diante de um 
astigmatismo oblíquo, se observará que a 
imagem dos três círculos se está focalizada sobre 
a córnea, mas os sinais positivos e negativos da 
imagem reflexada da mira não coincidem, estão 
desalinhadas. Neste caso devemos atuar: 
primeiro girando o corpo do instrumento até 
alinhar os sinais positivos e negativos, em 
seguida superpor os sinais positivos e negativos 
para poder obter a medida dos meridianos 
principais. 
 
VALORES NORMAIS 
 
Os valores normais da potencia ou poder da 
superfície anterior da córnea estão 
compreendidos entre 48,25dpt a 39,75dpt e o 
valor dos raios de curvatura corneais estão 
compreendidos entre 7,00 mm – 8,50 mm. 
 
Anotação dos resultados ceratométricos 
 
 
A anotação optométrica dos valores 
ceratométricos é a seguinte: 
 
 OD: 44,50 Dpt a 10º // 43,00 Dpt a 100 
 OE: 44,75 Dpt a 5 // 44,25 dpt a 95 
 
Exemplo 1: valor do astigmatismo da face anterior da 
córnea no OD: 
 O valor da potencia astigmática é a diferença que 
existe entre os dois meridianos. O valor do eixo do 
astigmatismo é dado pelo meridiano de menor 
potencia. 
 100º -1,50dpt 
 Astigmatismo corneal inverso, por ser o meridiano 
horizontal de maior potencia. 
 
Exemplo 2: Valor do astigmatismo da cara anterior da 
cara ou face anterior do OE: 
 95º -0,50 dpt 
 Astigmatismo corneal inverso, por ser o meridiano 
horizontal de maior potencia. 
 
FORMAS DE ANOTAÇÃO DA QUERATOMETRIA 
 
1) Meridiano Horizontal /Meridiano Vertical x Eixo + 
Plano 
2) Meridiano + Plano/ Meridiano + Curvo x Eixo 
Meridiano + Plano 
3) Cilindro Eixo + Plano/ Meridiano + Plano 
4) Meridiano Horizontal x Eixo/ 
Meridiano Vertical x Eixo 
 
cilindro é a diferença 
 44,00 90º 
Ex.:42,00 44,00 
 42,00 
 2,00 
 
 
1) 42,00/44,00 x 0º � mais usado 
2) 42,00/44,00 x 90º 
3) cil 2,00 x 0º 42,00 
4) 42,00 x 0º/44,00 x 90º 
 
 
 LEIS DE JAVAL (ATÉ 2dpt.) 
 
1) Se a queratometria é a favor da regra WR, o valor 
do cil será de 0,50 á 0,75 menor que o total esperado. 
 
2) Em astigmatismo contra a regra AR, esperamos 
encontrar um astigmatismo de 0,50 à 0,75 maior que 
a queratometria 
 
3) Córneas esféricas –esperamos encontrar um 
astigmatismo de 0,50 à 0,75 / 90º 
 
 
ex.: 
 1. 44/45 x 0º � -0,50 x 0º ou –0,25 x 0º 
2. 44/45 x 90º � -1,50 x 90º ou -1,75 x 90º 
Olho Meridiano Potencia Raio 
(mm) 
Meridiano Potenci
a 
Raio 
(mm) 
OD 10º 44,50 7,60 100º 43.00 7,85 
OE 5º 44,75 7,55 95º 44.25 7,70 
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 3. K 44,00/44,00 � -0,50 x 90º ou -0,75 x 
90º 
 
relação mais plana Hipermetropia 40/41 
relação mais curva Miopia 46/48 
 
 
hipermetropia miopia 
 
 
 
40 42 48 
 
A ceratometria pode ser difícil de realizar quando 
se apresentam situações como: cicatrizes 
corneais, excesso de lágrima, ceratocones, fenda 
palpebral estreita, etc. 
 
NOTA: é conveniente sempre repetir um par de 
vezes as medidas ceratométricas 
 
RESULTADOS: 
 Fisiologicamente se encontra um 
astigmatismo corneal a favor da regra de 0.50 a 
0.75 dpts que é compensado por um 
astigmatismo contra a regra produzido pelo 
cristalino. 
Além do valor da queratometria e tenha em conta 
a qualidade das miras como suas características. 
Um dos principais resultados durante a 
queratometria é o CERATOCONE: Degeneração 
corneal não inflamatória, que se caracteriza por 
um afinamento progressivo da área central e 
forma uma proeminência anterior. Classifica-se 
em quatro quadros. 
 Quadro I – Leituras queratométricas 
normais e não aparece distorção nas miras. As 
medidas variam entre 44 e 47 dpts; e o eixo do 
astigmatismo é oblíquo e varia entre 1.00 e 2.00 
dpts. Com o oftalmoscópio se percebem sombras 
de aplainamento moderado em sua periferia, a 
menor A.V. é 20/25. 
 Quadro II – Leituras 44.00 e 49.00. 
Aplainamento marcado para a periferia. A 
distorção das miras é moderada. O astigmatismo 
está entre 3.00 e 5.00 dpts.O Reflexo 
Oftalmoscópio é mais irregular.A menor A.V. é 
normal. 
Quadro III – Leituras 43.00 e 50.00 dpts com um 
reflexo irregular das miras. Na zona central 
vertical corneal aparecem por uma ruptura da 
membrana de Descemet. A.V. de 20/100. 
Quadro IV – Leituras entre 45.00 e 60.00 dpts. Com 
uma distorção das miras; medida quase impossível de 
tomar, especialmente por apresentar LEUCOMA na 
área pupilar. 
MIRAS OVALADAS : Astigmatismo Corneal Alto. 
MIRAS ENTRECORTADAS : Cirurgia Refrativa, 
Corpo Estranho. 
MIRAS DISTORCIDAS : Queratopatias , Patologias 
Corneais. 
RECOMENDAÇÕES: 
• Focalize constantemente e faça o paciente 
piscar para ACLARAR as miras. 
• Se o paciente for um menino suspende o 
menino e coloque a sua mão embaixo de sua cabeça. 
• Tenha em conta a qualidade das miras. 
 
 
11- REFRAÇÃO COM FENDA 
ESTENOPÊICA 
O objetivo da fenda estenopêica é identificar o eixo do 
astigmatismo, quando não possuímos o retinoscópio. 
A vantagem do uso da fenda é que o paciente 
participa, facilitando assim nosso trabalho. 
REQUISITO: 
• A refração com fenda estenopêica, é mais 
eficaz e correta nos casos de acuidade visual 
menor de 20/30. 
TÉCNICA: 
A. Oclui-se o olho esquerdo e coloca-se a 
fenda no olho direito do paciente. 
B. Sem lente no olho direito, somente com a 
fenda, pede-se ao paciente que gire o botão da 
armação de provas até achar o melhor ponto de visão 
(eixo). Olhando na tabela de optotipos em uma linha 
intermediária. 
C. Anote o eixo escolhido pelo paciente e 
sempre preste muita atenção à linha do optotipo que 
o paciente alcança observar. 
D. Pega-se uma lente negativa e outra 
positiva de 0.50 D e pergunta-se ao paciente com 
qual delas vê melhor. 
E. Caso o paciente escolha, por exemplo – 0.50 
D, guardamos a + 0.50 D e pegamos a lente de – 0.25 
D e novamente perguntamos ao paciente com qual 
delas vê melhor. Caso o paciente escolheu a – 0.50 
D, guardamos a – 0.25 D e apanhamos a – 0.75 D e 
novamente pedimos com qual delas vê melhor; Assim 
por diante até que ele reporte duas vezes ou mais sua 
preferência pela mesma lente. 
F. Anotamos a dioptria e o eixo : EX: - 0.50 D x 90o 
G. Depois de definido a primeiro meridiano, 
inverte-se a posição do eixo, porém desta vez é o 
examinador que movimenta o botão da armação de 
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21 
prova. O paciente participa apenas respondendo 
durante o exame. 
H. Então, se o melhor meridiano escolhido 
inicialmente pelo paciente foi 90o , o examinador 
coloca a fenda à 180o e procede do mesmo 
modo que os itens E F : EX: - 1.25 D x180o 
A 90o ele requer – 0.50 D 
 A 180o requer – 1.25 D 
O resultado final poderá ser expresso de duas 
formas: 
a) - 0.50 – 0.75 x 90o 
b) - 1.25 + 0.75x 180o 
 
 
 
 
Ou seja: se obedecermos ao primeiro eixo 90o , 
tomamos como esférico – 0.50. De – 0.50 até 
– 1.25, a diferença é de – 0.75, que nada mais é 
do que a força cilíndrica. O eixo que tomaremos é 
sempre o mesmo da força esférica encontrado 
inicialmente pelo paciente. 
c) Somente mudaremos o eixo escolhido pelo 
paciente se usarmos a lente transposta. 
 
12- RETINOSCOPIA 
 
 Com estas provas determina-se o erro 
refrativo ou defeito refrativo do paciente, sem que 
este intervenha no resultado. Esta é a técnica 
mais importante que deve dominar um 
optometrista, já que, além de determinar o defeito 
refrativo, também obtemos informação qualitativa 
do sistema visual através da observação das 
características do reflexo retiniano (intensidade 
do reflexo, oscilações de intensidade, oscilações 
do diâmetro pupilar, etc.). 
 
GENERALIDADES: É o método objetivo para 
investigar, diagnosticar e avaliar os erros 
refrativos do olho, realizado com base no 
princípio dos focos conjugados da retina do 
paciente e o ponto nodal do examinador. 
Ao iluminar o olho com a luz do retinoscópio, a 
retina se comporta como um espelho que absorve 
e reflete a luz até a pupila do paciente. Este 
reflexo é o que observa o examinador e serve 
para determinar o estado refrativo do paciente. 
 
OBJETIVO 
 Determinar objetivamente o estado 
refrativo em visão de longe em pacientes que 
colaboram mantendo a atenção sobre um ponto 
de fixação. 
 
MATERIAL 
 
� Retinoscópio 
� Caixa e armação de prova ou foróptero 
(greens) 
� Optotipos 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO RETINOSCÓPIO: 
Existem dois tipos de retinoscópio, segundo o 
feixe de luz que emitem. Um em forma de ponto e 
outro em forma de fenda luminosa. Este último 
permite observar com maior clareza o eixo do 
astigmatismo. 
 
O sistema óptico do retinoscópio contém um espelho 
que varia os focos. O espelho plano reflete os raios 
paralelos como se viessem do infinito. O espelho 
côncavo possui um ponto focal que inverte o efeito 
dos raios refletidos, por isso o movimento das 
sombras se observa contrário ao espelho plano, e se 
utiliza para confirmar o ponto de neutralização. 
CARACTERÍSTICAS DO REFLEXO 
RETINOSCÓPICO 
- TAMANHO: Nos erros refrativos altos ou médios o 
reflexo é menor que o diâmetro pupilar. 
No ponto de neutralização a pupila fica cheia (como 
lua cheia) 
- INTENSIDADE: Em ametropias altas o reflexo é 
confuso e tênue. 
- VELOCIDADE: Em ametropias altas o deslocamento 
através da pupila é lento. A medida que se aproxima 
o ponto de neutralização, aumenta sua velocidade. 
DIREÇÃO: 
Movimento Contra = MIOPIA 
DISTÂNCIA DE VALOR DIÓPTRICO À 
TRABALHO COMPENSAR 
66 cm....................................+ 1.50 D 
50 cm....................................+ 2.00 D 
40 cm....................................+ 2.50 D 
33 cm....................................+ 3.00 D 
25 cm....................................+ 4.00 D 
20 cm....................................+ 5.00 D 
10 cm....................................+ 10.00 D 
 
-0,50 x 90 
-1,25 x 180 
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22 
 
Movimento a Favor = HIPERMETROPIA 
TIPOS DE RETINOSCOPIA: 
12.1- RETINOSCOPIA ESTÁTICA 
OBJETIVO: Determinar a refração objetiva para 
visão de longe, mantendo a acomodação em 
repouso. 
REQUISITOS: Que não exista TROPIA em visão 
de longe. 
TÉCNICA: 
1. Distância de trabalho = escolha sua 
distância de trabalho de acordo com o 
comprimento do seu braço ou com a distância 
que se sinta cômodo. Mantenha-a constante 
durante a realização do exame, já que qualquer 
variação altera os resultados. Esta distância 
deve-se compensar do resultado final por meio 
de: 
• A RL ou lente do retinoscópio é uma lente 
positiva, cujo valor dióptrico é igual ao inverso da 
distância de trabalho em metros e este valor 
toma-se como ponto de partida. 
 
• Se não utiliza RL, compense a distância de 
trabalho “NEGATIVA E ALGÉBRICAMENTE” da 
lente com a qual neutralizou as sombras. 
EX 1-: Neutralizou com + 4.00 - 1.00 X 0o 
DT = 50 cm - (+2.00) 
Resultado Final = + 2.00 – 1.00 X 0o 
EX 2-: Neutralizou com - 2.00 esf. 
DT = 50 cm - (+2.00) 
Resultado Final = - 4.00 esf 
 
2. Utilize luz ambiente reduzida no gabinete, já 
que dilata a pupila e lhe ajuda a ver melhor o 
reflexo. 
3. Caso utilize o foróptero ou greens: 
� Ajuste a cadeira de tal forma que os olhos do 
paciente estejam na mesma altura dos seus 
olhos. 
� Coloque o foróptero diante do paciente com a 
respectiva distância pupilar e ajuste o nível do 
instrumento centrando os olhos nas aberturas. 
4. coloque de forma binocular as lentes de trabalhos 
de acordo com a distância de trabalho. 
5. Peça ao paciente que olhe por cima de sua orelha a 
letra “E” da tabela (20/200). 
6. Coloque-se no eixo visual do olho direito do 
paciente. Observe com seu olho direito através do 
retinoscópio o reflexo retiniano. Mantendo os dois 
olhos abertos (examinador). Não obstrua com sua 
cabeça a visão do paciente. 
7. Observe o meridiano horizontal com a faixa de luz 
do retinoscópio na posição vertical. Faça um suave 
movimento horizontal e observe a intensidade, 
velocidade e direção da sombra. Agora coloque a 
faixa de luz do retinoscópio na posição horizontal para 
observar o meridiano vertical; e com um movimento 
vertical suave observe as características do reflexo. 
8. A direção das sombras que acompanham o reflexo, 
se comparam com o movimento que se realiza com o 
retinoscópio.Segundo seja este movimento adicione: 
� Lentes positivas, se o movimento da fenda luminosa 
para direita gerar uma sombra que acompanhe para o 
mesmo lado, dizemos que a sombra é “a favor”. A 
sombra a favor do movimento \do retinoscópio ocorre 
no caso de hipermetropia. 
Lentes negativas se o movimento da fenda luminosa 
do retinoscópio gerar uma sombra contrária à sua 
direção, gerando uma sombra “contra”. A sombra 
contra do movimento do retinoscópio ocorre em caso 
de miopia. 
 
 
IMPORTANTE!!! 
Existem duas formas de neutralizar o movimento 
das sombras: 
� Com lentes esféricas unicamente, método 
mais fácil quando se inicia a aprendizagem da 
retinoscopia e muito utilizada quando se trabalha com 
réguas de esquiascopia ou em casos de 
astigmatismos irregulares. 
� Combinando lentes esféricas e plano – 
cilíndricas, método mais utilizado atualmente. 
 
RL = 1 /DTm RL = Lente do Retinoscópio 
 DT = Distância de Trabalho 
Curso de Optometria 
 
Colégio Nacional de Óptica e Optometria 
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1) NEUTRALIZANDO COM LENTES 
ESFÉRICAS 
 
1. Com a fenda luminosa do retinoscópio vertical, 
ilumine o olho e observe o reflexo dentro da 
pupila. Inicie realizando movimentos para direita e 
esquerda e observe se existe algum outro 
movimento mais escuro, como uma sombra, que 
acompanha ou está contrário ao movimento da 
fenda. Caso o movimento da sombra acompanhe 
o reflexo luminoso, estamos diante de uma 
hipermetropia e iniciamos colocando lentes 
esféricas positivas de +0,25D em +0,25 D até 
neutralizar esta sombra, ou seja, até que 
preencha somente com o reflexo da fenda 
luminosa do retinoscópio. 
2. Gire a faixa 90o posicionando neste caso a 
fenda a 0° e realize o mesmo procedimento 
que o item anterior, se necessário 
sobreponha lentes até neutralizar este 
meridiano. 
3. O primeiro meridiano encontrado é utilizado 
como esférico. 
4. A neutralização do segundo meridiano é o 
valor do cilindro. 
5. O eixo será sempre do primeiro meridiano 
neutralizado. 
6. Tome a acuidade visual com o resultado final 
monocular e binocularmente; registre os 
dados. 
 
O valor final será o valor total da 
ametropia, sendo que vale salientar que 
este não será o valor prescrito para o uso 
de óculos, mas o valor total que deverá 
ser afinado nos passos seguintes. 
 
A. Cuidado para não confundir e somar o 
valor da lente de trabalho com o valor final da 
ametropia. Por exemplo a sua distancia de 
trabalho é 50cm, portanto você usará +2,00 em 
ambos olhos de acordo com a tabela, e você 
neutraliza ambos meridianos com +0,50. Então o 
valor final da sua retinoscopia será +0,50, uma 
hipermetropia simples. Trate de esquecer a 
influência das lentes de trabalho na retinoscopia, 
porém nunca esqueça de colocá-las para ter Êxito 
na sua retinoscopia. 
B. Não esqueça de trabalhar sempre com o 
espelho plano no seu retinoscópio, se tiver 
dúvida, olhe para a largura da fenda e escolha a 
fenda de maior largura, esta é dada 
movimentando a luva situada abaixo da cabeça 
do retinoscópio. 
2) NEUTRALIZAÇÃO COM LENTES 
ESFÉRICAS E PLANO – CILÍNDRICAS 
 
1. Diminua a lente positiva até que o 
movimento desapareça ou se inverta. Quase 
sempre não há um ponto definido, mas sim uma 
zona neutra, desde o último contra até o primeiro a 
favor. O aparecimento de sombras irregulares e a 
velocidade são tão rápidos que as sombras tornam-se 
quase imperceptíveis a medida que se aproxima da 
zona neutra, que pode dificultar a determinação exata 
do ponto neutro. 
2. Agora gire a banda do retinoscópio em 90o : 
- Se todos os meridianos se neutralizam de 
forma similar e o movimento das sombras é igual ao 
meridiano anterior, não há astigmatismo = defeito 
esférico. 
- Se existe um movimento contra: adicione cilindro 
negativo com o eixo no meridiano horizontal, até 
obter o ponto neutro ou o último movimento 
contra = astigmatismo a favor da regra. 
- Se existe um movimento a favor no meridiano 
vertical, indica a existência de um astigmatismo 
contra a regra e deve-se neutralizar primeiro este 
meridiano: adicione lentes positivas até 
neutralizar e volte ao meridiano horizontal onde 
encontrará um movimento contra. Neutralize com 
cilindro negativo com eixo vertical. 
- Se não coincide o eixo da banda do retinoscópio 
com o eixo do astigmatismo, perdendo o reflexo, 
nitidez e ademais se observa ruptura no 
alinhamento do reflexo da pupila e a banda 
externa, você está diante de um astigmatismo 
irregular. Mova a banda até que recupere sua 
continuidade e adicione cilindro negativo com o 
eixo paralelo da banda. 
3. Ao registrar os dados obtidos não esqueça de 
compensar a distância de trabalho. 
4. Repita o procedimento para o olho esquerdo. 
5. Tome a AV com o resultado obtido monocular 
e binocularmente. Registre os dados. 
 
12.2-RETINOSCOPIA DINÂMICA: 
Existem 6 tipos de retinoscopia dinâmica, porém a mais 
utilizada e difundida é a técnica dinâmica de Merchan e 
a que será estudada no item a seguir. 
OBJETIVO: Determinar a refração objetiva para visão 
de longe mantendo a acomodação ativa, fixando à uma 
distância próxima. 
CARACTERÍSTICAS: 
� MONOCULAR; 
� COM A ACOMODAÇÃO ATIVA; 
� PACIENTE FIXANDO A LUZ DO 
RETINOSCÓPIO OU A FIGURA IMANTADA NA 
CABEÇA DO RETINO; 
� REALIZADA A 40 cm DO PACIENTE; 
� DESCONTAR DO VALOR FINAL (-1,25 esf), 
ESTE É O LAG DA ACOMODAÇÃO DE ACORDO 
COM A TABELA; 
� É UMA RETINOSCOPIA REALIZADA EM 
CASOS ESPECIAIS, DE CRIANÇAS NÃO 
COLABORADORAS, ESTRABISMO E PROBLEMAS 
ACOMODATIVOS. 
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REQUISITO: O paciente não pode ser afácico. 
TÉCNICA: 
Retinoscopia Dinâmica Monocular de Merchan 
1. Coloque-se à 40 cm do paciente. 
2. Oclua o olho esquerdo e peça ao 
paciente que olhe as figuras do retinoscópio. 
3. Observe o movimento da sombra e inicie 
a neutralização em passos de 0.25 ou de 0.50. 
4. O valor para visão de longe se compensa de 
acordo com a idade e segundo a tabela a seguir: 
 
IDADE COMPENSAÇÃO 
Menos de 40 1.25 
40 – 44 1.50 
45 – 48 1.75 
49 – 52 2.00 
53 – 56 2.25 
57 – 60 2.50 
61 – 64 2.75 
Mais de 64 3.00 
 
5. Repita o procedimento para o olho esquerdo. 
6. Geralmente esta técnica se desenvolve 
logo depois de ter obtido o dado refrativo 
mediante a retinoscopia estática, no que permite 
uma análise objetiva sobre o estado da 
acomodação do paciente. A retinoscopia 
dinâmica é de 0.50 a 0.75 dpts mais positiva que 
a retinoscopia estática. Se a diferença é maior ou 
menor, indicará problemas na acomodação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESOLVA AS SITUAÇÕES 
PROBLEMAS 
 
1. Na oftalmoscopia, quais as principais 
estruturas que devem ser analisadas com 
detalhe? 
R.......................................................................
.........................................................................
.........................................................................
.................................. 
 
2. Qual é o objetivo da Queratometria? 
R.......................................................................
.........................................................................
................................................................................
........................... 
 
3. Quando encontramos em fenda –0.50 x 90° e 
–1.25x 0°. Que lentes serão colocadas na 
armação de prova para fazer o afinamento? 
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
............. 
 
4. Um paciente relata na anamnese aumento 
desordenado do diabetes, qual a sua atitude? 
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
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