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- O fígado é um órgão sólido, cuja massa corporal (1.200 a 1.600 g) ocupa quase inteiramente o quadrante superior direito do abdome. A margem costal coincide com a borda inferior do fígado e sua superfície superior é coberta pelo diafragma. Grande parte do fígado direito e a maior parte do fígado esquerdo estão envolvidas pela caixa torácica. O fígado estende-se superiormente até a altura da quinta costela à direita e da sexta costela à esquerda. - Na superfície posterior, situa-se a veia cava inferior (VCI). Uma parte do fígado estende para o lado esquerdo do abdome. Ele estende-se em direção ao epigástrio para situar-se sobre a superfície anterior do estômago. O fígado é revestido pelo peritônio, exceto no leito da vesícula biliar, na porta hepatis e na face posterior do fígado de cada lado da VCI em duas áreas em forma de cunha. A região do fígado à direita da VCI é chamada de área desnudada do fígado. As duplicações peritoneais sobre a superfície do fígado são denominadas ligamentos. As duplicações peritoneais diafragmáticas constituem o ligamento coronariano, cujas bordas laterais em cada lado formam os ligamentos triangulares direito e esquerdo. Do centro do ligamento coronariano emerge o ligamento falciforme, que se estende anteriormente como uma fina membrana que liga a superfície do fígado ao diafragma, à parede abdominal e ao umbigo. O ligamento redondo (veia umbilical obliterada) corre pela borda inferior do ligamento falciforme do umbigo à cicatriz umbilical. Esta situa- se na superfície inferior da porção esquerda do fígado e contém o pedículo portal esquerdo. Sintomáticos Aumento de tamanho? Suspeita de malignidade História de sangramento Adenoma Cistoadenoma biliar Lesões > 4cm Novo exame 6 meses após diagnóstico, e depois novamente com 1 ano. Estável por 3 anos -> provavelmente desnecessário mais seguimento. Aumento de tamanho - Suspeitar de malignidade ADENOMA O adenoma hepático (AH) trata-se de um tumor sólido, relativamente raro, causado pela proliferação benigna dos hepatócitos. Ele é encontrado predominantemente em mulheres jovens (com idade entre 20 a 40 anos) e está geralmente associado ao uso de hormônios esteroides a longo prazo, tais como pílulas anticoncepcionais orais. São geralmente lesões únicas, quando múltiplas, se denomina adenomatose, podendo estar presentes 10 ou mais adenomas Complicações: Sangramento Degeneração maligna. Sintomas Dor abdominal no quadrante superior direito é comum e pode estar relacionada com hemorragia no tumor ou com sintomas locais compressivos. Diagnóstico O exame físico geralmente é normal e os marcadores tumorais são normais. A TC costuma mostrar uma massa heterogênea bem- delimitada que exibe realce precoce na fase arterial. A RM do AH tem características específicas de imagem, incluindo nódulo bem-demarcado contendo gordura ou hemorragia. Tratamento Pacientes que apresentam hemorragia aguda necessitam de cuidados emergenciais. Se possível, a embolização da artéria hepática. Uma vez estabilizados e adequadamente recuperados, são necessárias laparotomia e ressecção do nódulo. As massas sintomáticas devem ser ressecadas da mesma forma. O tratamento da adenomatose é controverso, mas grandes lesões provavelmente devem ser ressecadas devido ao risco de ruptura, enquanto o risco de malignidade é baixo nas lesões menores do que 5 cm. Biópsia, se central > 5 cm Imunohistoquímica. Cirurgia: > 5 cm; Sangramento ou história dele; Beta catenina Homens. HIPERPLASIA NODULAR FOCAL Segundo tumor mais comum: 8% É predominantemente encontrado em mulheres jovens, entre 30 e 40 anos. Presença de células de Kupffer Maioria lesões solitárias. Em geral, a HNF é uma pequena (< 5 cm) massa nodular crescendo em um fígado normal que compromete igualmente o fígado direito e esquerdo. A massa é caracterizada por uma mácula fibrosa central com septos irradiados. Complicação mais comum é compressão, principalmente de via biliar. Sem transformação maligna. Sintomas Assintomáticos. Se os sintomas forem observados, quase sempre se apresentam como dores abdominais imprecisas de modo que têm sido descritos vários sintomas não específicos. Tratamento Não é necessário cirurgia Biópsia - Não é necessária, somente em dúvida diagnóstica Hepatectomia - Sintomas compressivos - Suspeita de malignidade - A etiologia da HNF não é conhecida e a teoria mais aceita é que estaria relacionada com o desenvolvimento de uma malformação vascular. Os hormônios femininos e os agentes contraceptivos orais têm sido implicados no desenvolvimento e crescimento da HNF. Diagnóstico Os níveis de AFP sérica estão normais. A TC contrastada e a RM, geralmente mostram um nódulo homogêneo com uma mácula central que rapidamente se exacerba durante a fase arterial pós-contraste. Ocasionalmente, torna-se necessária a confirmação histológica e a ressecção é recomendada para o diagnóstico definitivo, caso não se observe nenhuma mácula central. HEMANGIOMA Tumor benigno mais comum do fígado. Ele ocorre em mulheres mais do que em homens e em uma média de idade de aproximadamente 45 anos. Resulta da proliferação de células endoteliais. Múltiplos em até 50% dos casos. > 1 - 2 cm Hemangioma gigante > 5cm. A maioria permanece estável por longos períodos de tempo, com um baixo risco de ruptura ou hemorragia. - Os hemangiomas capilares pequenos não têm importância clínica. - Os hemangiomas cavernosos estão associados à HNF e são considerados malformações vasculares congênitas. O crescimento do hemangioma é por ectasia em vez de neoplasia. Sintomas Geralmente, os hemangiomas são assintomáticos e são encontrados incidentalmente em exames de imagem. Trombose aguda. Grandes nódulos compressivos podem causar leves sintomas abdominais superiores. A ruptura espontânea dos hemangiomas do fígado é muito rara. Uma síndrome com associação de trombocitopenia e coagulopatia de consumo, conhecida como síndrome de Kasabach-Merritt, é rara mas bem-definida. Tratamento A maioria não requer tratamento A biópsia percutânea de um hemangioma suspeito é potencialmente perigosa e inexata. Portanto, não é recomendada. Indicações: Dor abdominal (+ comum) Sangramento Hepatectomia Embolização A ruptura, a mudança de tamanho e o desenvolvimento da síndrome de Kasabach-Merritt são indicações para ressecção. Diagnóstico Os TFHs e os marcadores tumorais usualmente são normais nos hemangiomas hepáticos. A TC e a RM em geral são suficientes se for observado um típico padrão de preenchimento nodular periférico. Exames de eritrócitos marcados por isótopos radioativos são testes precisos, mas raramente são necessários se TC e RM de alta definição estão disponíveis. O CHC é o tumor maligno primário mais frequente do fígado e uma das neoplasias mais comuns em todo o mundo. O CHC é duas a oito vezes mais comum em homens do que em mulheres em áreas de baixa e alta incidências. A maior incidência em homens pode estar relacionada com altas taxas dos fatores de riscos associados, como infecção por VHB, cirrose, fumo, consumo em excesso de álcool e a elevada síntese de DNA hepático na cirrose. Infecção crônica, com um curso benigno inicial, podendo ocorrer o desenvolvimento final de cirrose e CHC Rastreamento Tem finalidade de diminuir a mortalidade Pacientes com alto risco de ter HCC Pacientes em lista de espera para transplantes Como fazer: - Ecografia 6 em 6 meses em todos os pacientes - Alfafetoproteína não é últil. Nódulo < 1cm - Nova ecografia em 3 – 6meses - Sem crescimento por 2 anos - Retorno ao screening normal Nódulo > 1 cm - CT ou RNM Típico -> tratar como HCC Não típico -> fazer outro exame - Típico -> tratar como HCC - Não típico -> biópsia Fatores causais Associação entre a infecção persistente por VHB e o desenvolvimento do CHC. A sequência da infecção por VHB para cirrose e para o CHC. O genoma do VHB é encontrado no genoma do CHC. A cirrose e a inflamação hepática crônica, estão presentes em 60% a 90% dos pacientes com infecção por VHB e CHC. . Sintomas Queixas de dor abdominal no quadrante superior direito, perda de peso e massa palpável. Icterícia Ascite – estufamento, gases A manifestação nos estádios avançados é sempre com leve dor abdominal no quadrante superior direito que às vezes se irradia para o ombro direito. Os sintomas não específicos de malignidade avançada: anorexia, náuseas, letargia e perda de peso. Descompensação hepática em um paciente com cirrose inicial identificada ou até em pacientes sem cirrose previamente conhecida. Diagnóstico A TC e a RM também avaliam a extensão da doença em termos de metástases. Na detecção de trombos moles e/ou tumorais no sistema venoso hepático ou portal. Biópsia Alfafetoproteína. US com contraste pode demonstrar um falso positivo para HCC em pacientes com Colangiocarcinoma. Papel da Biópsia Lesão < 1 cm - Acompanhamento -Tratamento conservador - Sem biópsia Lesão 1 – 2 cm - Biópsia se o diagnóstico é considerado importante Lesão > 2 cm - Imagem característica - Sem necessidade de biópsia Lesões infiltrativa - Não candidatos a ressecção ou transplante - Biópsia frequentemente não é indicada. Complicações Disseminação pelo trajeto → 0.5%-2.5% (podendo ir até a pele); Sangramento; - Intraabdominal - Intrahepático - Subcapsular - Hemobilia - Hemotórax Biópsia de outros órgãos; Pneumotórax; 2 hs após → 60%; 24 hs após → 96%; Complicações fatais: dentro de 6 horas; Necessidade de internação: 1.4% a 3.2%; Dor em HCD, ombro e hipotensão. Estadiamento Tratamento: Fatores que guiam o tratamento: Tamanho Doença extra-hepática Envolvimento vascular Presença de cirrose Função hepática atual Transplante Hepático Ressecção Cirúrgica Ablação Percutânea Alcoolização; Ablação por radiofrequência; Ablação por crioterapia; Quimioembolização; Curativo Potencialmente curativo Paliativo Quimioterapia. ABCESSO PIOGÊNICO Coleção purulenta, geralmente acometido por uma flora polimicrobiana. O abscesso hepático piogênico é observado agora principalmente em pacientes de 50 a 60 anos. Está relacionado com doença do trato biliar ou é criptogênico em sua natureza. Abcesso formado no leito hepático, e o fígado não consegue eliminar todas as bactérias, assim elas acabam aumentando, levando a formação do abcesso. Patogênese - O desenvolvimento de um abscesso hepático ocorre quando o inóculo da bactéria, independentemente da rota de exposição, excede a capacidade do fígado de eliminá-la. - Isso resulta em: Invasão tecidual; Infiltração de neutrófilos; Formação de um abscesso organizado. - As rotas potenciais de exposição hepática às bactérias são a árvore biliar, veia porta, artéria hepática, extensão direta de um nicho nas proximidades de infecção e trauma. - Atualmente, as infecções da árvore biliar são a causa mais comum de abscesso hepático. A obstrução biliar resulta na estase da bile, com o potencial para a colonização bacteriana, infecção e ascensão para o fígado. Este processo é conhecido como colangite supurativa ascendente. Os pontos comuns entre todas as causas de abscesso hepático a partir da árvore biliar são a obstrução e a presença de bactérias no trato biliar. - O abscesso hepático também tem sido associado à neoplasia colorretal. - Qualquer infecção sistêmica (p. ex., endocardite, pneumonia, osteomielite) pode resultar em bacteremia e na infecção do fígado via artéria hepática. Patologia - A maioria dos abscessos hepáticos envolve o hemifígado direito, sendo esta topografia responsável por cerca de 75% dos casos. A explicação para isto não é conhecida, mas tem sido cogitada a possibilidade da existência de um fluxo sanguíneo laminar preferencial para o lado direito. - Os germes mais comuns são a Escherichia coli e a Klebsiella pneumoniae. - Aproximadamente 50% dos abscessos hepáticos são solitários. O tamanho dos abscessos hepáticos pode variar de menos de 1 mm a 3 ou 4 cm de diâmetro, podendo ser multiloculados ou uma cavidade única. Quadro clínico - A descrição clássica dos sintomas de abscesso hepático é febre, icterícia e dor no quadrante superior direito, com sensibilidade à palpação (sinal de torres homini), tríade de Charcot. - O comprometimento do diafragma pode resultar em tosse ou dispneia. - Pêntade de Reynolds: característico de Colangite (dor abdominal, icterícia, febre com calafrios, Hipotensão e confusão mental) - Diagnóstico - As radiografias do tórax são anormais em cerca de 50% dos casos, e os achados costumam refletir uma doença subdiafragmática, como elevação do hemidiafragma direito, derrame pleural direito ou atelectasia. - O ultrassom e a TC são os principais exames para o diagnóstico do abscesso hepático. O ultrassom mostra uma área arredonda ou oval menos ecogênica que o fígado circundante. O ultrassom pode distinguir confiavelmente lesões sólidas das císticas. As limitações do ultrassom são sua incapacidade de visualizar as lesões da cúpula do fígado o que significa uma modalidade dependente da capacidade de quem faz o exame. - A TC mostra achados similares ao ultrassom, e as lesões são de menor densidade do que o parênquima hepático adjacente. A TC de alta definição pode identificar abscessos muito pequenos e pode mais facilmente focalizar pequenos abscessos múltiplos. Diagnóstico diferencial - O abscesso piogênico é tratado com antibióticos e drenagem. - O abscesso amebiano é tratado principalmente com antibióticos, enquanto os cistos equinocócicos muitas vezes necessitam de intervenção cirúrgica. - A febre é comum em ambos, mas os calafrios e os sintomas de uma bacteremia grave são mais comuns no abscesso piogênico. Tratamento Uma vez suspeitado o diagnóstico de abscesso hepático piogênico deve-se, imediatamente, iniciar a administração de antibióticos de largo espectro por via intravenosa, a fim de controlar a bacteremia progressiva e suas complicações associadas. As culturas de sangue e as culturas do abscesso a partir de aspiração devem ser enviadas para culturas aeróbicas e anaeróbicas. Pacientes com risco de infecções amebianas devem ter o sangue coletado para estudos sorológicos amebianos. Até que as culturas identifiquem especificamente o micro-organismo agressor, antibióticos de amplo espectro, cobrindo organismos Gram-negativos, Gram-positivos e anaeróbicos devem ser utilizados. São recomendadas combinações como ampicilina, aminoglicosídeos e metronidazol ou cefalosporina de terceira geração com metronidazol. Deve-se continuar com os antibióticos enquanto houver evidência de infecção como febre, calafrios ou leucocitose. As recomendações costumam ser de duas semanas ou mais de tratamento. - Nos últimos 25 anos, a drenagem percutânea por cateter se tornou o tratamento de escolha para a maioria dos pacientes. As contraindicações relativas à drenagem percutânea por cateter incluem a presença de ascite, coagulopatia ou a proximidade com estruturas vitais. ABCESSO AMEBIANO Abscessos amebianos do fígado tendem a ser homens de origem latina, entre 20 e 40 anos de idade, comum histórico de viagem a (ou originários de) uma área endêmica. Condições de vida como a pobreza e as aglomerações populacionais estão associadas a taxas mais elevadas da infecção. Patogênese A E. histolytica é um protozoário e existe como um trofozoíto ou como um cisto. A ingestão de cistos de E. histolytica através de um ciclo fecal-oral é a causa da amebíase. Os humanos são os principais hospedeiros e a principal fonte de infecção é o contato humano com um portador do cisto. Legumes e água contaminada também são vias de infecção humana. Uma vez ingeridos os cistos não são degradados no estômago e passam para os intestinos, onde o trofozoíto é liberado e passa para o cólon. No cólon, o trofozoíto pode invadir a mucosa e provocar a doença. - Trofozoítos de E. histolytica podem desagregar ou destruir os tecidos através de um conjunto complexo de eventos, incluindo aderência celular, ativação celular e subsequente liberação de enzimas, resultando em necrose. - Os abscessos amebianos do fígado são formados por uma necrose hepática progressiva e localizada, resultando em uma cavidade contendo detritos proteináceos acelulares cercados por um halo de trofozoítos amebianos invasivos. Patologia - O abscesso amebiano hepático é o resultado da necrose de liquefação do fígado, produzindo uma cavidade cheia de sangue e tecido hepático liquefeito. A necrose hepática progressiva continua até atingir a cápsula de Glisson e ser bloqueada, uma vez que a cápsula é resistente à hidrólise pela ameba. - Como os abscessos piogênicos, os abscessos amebianos tendem a ocorrer principalmente no lado direito do fígado. Quadro clínico O quadro clínico usual é um paciente na faixa etária entre 20 e 40 anos de idade, com história de ter estado em alguma área endêmica e que aparece com febre, calafrios, anorexia, dor no quadrante superior direito, dor à palpação e hepatomegalia. Usualmente a dor abdominal é constante, fastidiosa e localizada no quadrante superior direito. Nos casos típicos os pacientes têm uma leucocitose sem eosinofilia. A anemia é comum. Diagnóstico - Eminentemente realizado por exames de imagem, principalmente TC e US. Os achados típicos da ultrassonografia abdominal são uma lesão arredondada próxima à cápsula do fígado sem ecos significativos nas bordas, interpretados como parede de abscesso. O conteúdo da cavidade é, em geral, hipoecoico e heterogêneo. Provavelmente a TC abdominal seja mais sensível que o ultrassom e é útil na diferenciação entre abscesso amebiano e piogênico, com o realce da borda circunferencial. A anormalidades laboratoriais são comuns nos abscessos amebianos. Nos casos típicos os pacientes têm uma leucocitose sem eosinofilia, anemia e anormalidades leves dos resultados LFT, incluindo os níveis de albumina, TP-INR, FAL, AST e bilirrubina. No entanto, a avaliação laboratorial mais útil é o estudo dos anticorpos antiamebianos circulantes (sorologias), que estão presentes em 90% a 95% dos pacientes. Tratamento O principal tratamento para abscesso amebiano é metronidazol (750 mg por via oral, três vezes ao dia por dez dias), que é curativo em mais de 90% dos pacientes. Em geral, a melhora clínica ocorre em três dias. A aspiração terapêutica por agulha dos abscessos amebianos tem sido sugerida. Em geral, a aspiração é recomendada em caso de diagnóstico ainda não confirmado, a falta de resposta à terapia com metronidazol no intervalo de três a cinco dias e/ou nos abscessos considerados como de alto risco de ruptura. Os abscessos maiores que 5 cm de diâmetro e no fígado esquerdo parecem estar afeitos a um maior risco de ruptura, e a aspiração deve ser considerada. CISTO HIDÁTICO A doença hidática ou equinococose é uma zoonose que ocorre primariamente nas áreas de criação de carneiros no mundo, mas pode ser comum no mundo todo, porque o cachorro é hospedeiro definitivo. Os seres humanos contraem a doença de cães, mas não há nenhuma transmissão de humano para humano. Existem três espécies que causam a doença hidática. Echinococcus granulosus é a mais comum. No duodeno humano, o embrião parasítico libera uma oncosfera contendo pequenos ganchos que penetram na mucosa, permitindo o acesso à corrente sanguínea. No sangue, a oncosfera atinge o fígado (com mais frequência) ou pulmões, onde o parasita desenvolve seu estádio larvário conhecido como cisto hidático. Os cistos hidáticos são diagnosticados igualmente em homens e mulheres na média de idade de 45 anos. Aproximadamente 75% dos cistos hidáticos estão localizados no fígado direito e são solitários. Quadro clínico As manifestações clínicas dos cistos hidáticos são extremamente assintomáticas, até ocorrerem as complicações. Os sintomas mais comuns que se apresentam são dor abdominal, dispepsia e vômito. O sinal mais frequente é a hepatomegalia. As rupturas em peritônio livre podem resultar em equinococose disseminada e/ou uma reação anafilática potencialmente fatal. Diagnóstico O ultrassom é utilizado para o diagnóstico de equinococose devido à sua disponibilidade, preço e acurácia. Um cisto hidático simples é bem-delimitado com sinais de germinação na membrana cística e pode conter areia hidática hiperecogênica de flutuação livre. Uma aparência em roseta é observada quando os cistos piogênicos estão presentes. As calcificações na parede do cisto são bastante sugestivas de doença hidática e podem ser úteis no diagnóstico. Tratamento O tratamento dos cistos hidáticos hepáticos é primariamente cirúrgico. Em geral, a maioria dos cistos deveria ser tratada, mas em pacientes idosos com cistos pequenos, assintomáticos e calcificados, a conduta conservadora é adequada. A aspiração percutânea e a injeção de agentes escolicidas têm sido relatadas com bastante sucesso em pacientes altamente selecionados. O tratamento da equinococose com albendazol ou mebendazol é eficaz na redução de cistos em muitos pacientes com E. granulosus, mas o desaparecimento do cisto ocorre em menos de 50% dos pacientes. 1. Numa cirurgia, para controlarmos um sangramento hepático, devemos inicialmente fazer a Manobra de Pringle no Forame de Winslow. 2. O primeiro ramo da artéria mesentérica superior é a artéria pancreatoduodenal inferior. 3. Delimitações do Triângulo de Calot: Ducto hepático comum; Ducto cístico; Borda inferior do fígado. 4. Com relação aos adenomas de células hepáticas, podemos afirmar que: - Está associado ao uso de Anticoncepcionais orais. 5. O tumor benigno hepático mais comum é o hemangioma. 6. O tumor maligno primário mais comum no fígado é o carcinoma hepatocelular. 7. Paciente feminina 65 anos com provável nódulo hepático metastático. O sítio primário mais provável é o cólon. 8. Sobre os abcessos hepáticos: O lobo direito está comprometido em 75% dos casos; Tríade clássica: febre, icterícia e dor abdominal; Laparotomia apenas para fracasso de de drenagem percutânea. Usar ATB logo e não esperar confirmação por cultura. 9. A tríade de Charcot corresponde a febre, icterícia e dor abdominal. 10. Terapêutica incial para abcesso amebiano é metronidazol 750mg, VO 3x/dia, 10 dias.